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Capítulo 7 – Sistema de direção
Dicas de carro para quem não é mecânico - Flávio Chame Barreto Explicações que nunca estão no manual do veículo
Antigamente o sistema de direção era totalmente mecânico. Também chamado de direção manual este
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sistema não oferece nenhum auxílio adicional para
facilitar o seu funcionamento. Ou seja, no sistema manual cabe ao motorista assumir toda a força necessária para girar o volante. É basicamente constituído pela coluna de direção, árvore de direção, caixa de direção, barras da direção, cardans para promover as articulações e os braços de direção.
A coluna de direção sempre é a peça responsável por levar o movimento do volante até a caixa de direção. A partir desta temos barras articuláveis que saem da caixa de direção para as rodas dianteiras do veículo.
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A articulação das rodas com as pontas destas barras são protegidas por uma coifa de borracha que, assim, finalmente transferem os movimentos da direção às rodas. Ao final de cada barra temos terminais de direção que são responsáveis por interligar o mecanismo de direção às rodas, permitindo independência de seus movimentos e os da suspensão. Mais recentemente a grande maioria dos carros que circulam no Brasil passou a ter dois tipos diferentes de sistema de direção, além do tradicional sistema mecânico e manual. O primeiro é o sistema de direção hidráulica que é o mais comum e mais popular, visto a enorme disponibilidade de carros equipados com ele no mercado nacional. Na direção hidráulica, existe um mecanismo que bombeia o óleo fazendo-o circular pelo interior da caixa de direção, permitindo que a direção se torne muito mais leve se comparada com a direção mecânica. O segundo sistema é a direção elétrica que introduziu nos veículos um sistema mais econômico, mais confortável e, também, mais inteligente e confiável, já que seu funcionamento dispensa a bomba de óleo, pois tudo é feito eletronicamente. Na direção elétrica a bomba que impulsionava o fluido na direção hidráulica é substituída por um módulo eletrônico e por um mecanismo elétrico. Existem dois tipos comuns de direção elétrica. O primeiro com o mecanismo elétrico localizado na parte superior da coluna de direção e o segundo situado mais abaixo, na caixa de direção. Os pontos altos da direção elétrica são a dirigibilidade extremamente leve e precisa, pois ela trabalha com sensores que permitem registrar a velocidade e força aplicada por cada motorista, garantindo uma condução mais acertada.
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Curiosamente, as diferenças entre os tipos de direções (mecânica, hidráulica e elétrica) também acabam sendo refletidas no custo e no momento da respectiva manutenção. Os valores dos reparos são menores para a direção mecânica e bem maiores para a hidráulica e para a elétrica.
Não são poucos os sinais que indicam quando há algo de errado com a direção, seja ela mecânica, hidráulica ou elétrica, mas invariavelmente eles se referem ao fato da sensação de que a direção está ficando dura ou pesada. No caso de problemas com a direção mecânica estes sempre estão ligados aos desgastes ou quebras de seus componentes. No caso da direção hidráulica do carro, muitas vezes o problema pode estar no óleo velho ou contaminado que não consegue mais garantir a lubrificação adequada. Outro problema na direção hidráulica é a retenção de ar, que pode ser causado por um retentor defeituoso na sua bomba de pressão. Nesse caso, o fluido sairá (apresentando vazamentos) e o ar entrará, rompendo a bomba hidráulica e causando barulhos.

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Nesta situação, uma simples inspeção visual, detectará se está existindo algum vazamento neste componente ou se o nível do óleo está baixo. É claro que se for detectado algum problema o reparo tem que ser feito o mais rápido possível. Por outro lado, a direção (independente do tipo) é outro item de longa vida útil na maioria dos veículos e que raramente apresenta defeito. Contudo, evite girar totalmente a direção, seja para a esquerda ou para a direita com o veículo parado. Perceba que ao forçar este giro, sobrecarregamos o sistema e isto, eventualmente, pode gerar um ruído na direção por causa do pontual esgarçamento e pressão excessiva no sistema com desgastes prematuros dos seus componentes.

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Tenha sempre em mente que os vazamentos são os maiores inimigos da direção hidráulica. Tratando-se de um sistema que utiliza a circulação de fluidos é essencial ter maior atenção para qualquer vazamento, em especial, devido o desgaste natural das peças. O nível do reservatório do fluido também merece constante verificação sempre que se erguer o capô e, caso, esteja abaixo do nível mínimo recomendado é necessário completar o mais rápido possível. Existe uma correia que aciona a bomba de óleo da direção hidráulica e o seu perfeito alinhamento e eventual troca também deve ser considerado. Esta correia frouxa pode ocasionar tanto chiados desagradáveis e ruídos agudos quanto, até mesmo, deixar a direção extremamente pesada. Da mesma forma, se um sistema de direção elétrica apresentar algum defeito, você imediatamente notará a direção pesada. O sistema elétrico é um projeto muito mais simples se comparado ao mecânico. A ausência de alguns itens também reduz sensivelmente a necessidade de manutenção. Neste caso, o trabalho para identificar a causa de algum problema eventual se concentra na busca por curtos-circuitos que possam prejudicar o acionamento do motor elétrico. Além da busca de possíveis curtos, deve ser feita uma análise minuciosa para encontrar danos nos sensores. De uma forma geral, parte da manutenção da direção elétrica deve ser incluída sempre que se revisar a parte eletrônica do carro. Até porque teoricamente, neste caso, todos os componentes elétricos serão testados e, ao apresentarem danos, serão substituídos.
Resumindo, independente do sistema de direção presente em seu carro, atente que por mais robusto e confiável seja um componente automotivo, se ele for continuamente sobrecarregado a probabilidade de
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apresentar algum problema em um futuro mais próximo se ampliará proporcionalmente.
A maioria dos fabricantes indica apenas completar o fluído da direção sempre que necessário. Logo, não devemos prever uma troca programada para este item.
Todavia, o bom senso sugere fazer uma revisão acurada a cada 50.000km e antes disso apenas verifique com razoável frequência se há algum vazamento e se o fluido está no nível.

