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centralina
Dicas de carro para quem não é mecânico - Flávio Chame Barreto Explicações que nunca estão no manual do veículo
Capítulo 29 – Módulo da unidade central –ECU e centralina
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Desde o surgimento do automóvel que suas melhorias técnicas surgem cotidianamente e os esforços dos fabricantes são incansáveis neste sentido. Muitas modificações foram substanciais em termos de tecnologia e de design, porém a inclusão de um módulo eletrônico no sistema de injeção eletrônica foi sem dúvida o grande divisor dos tempos no contexto automotivo. Seu precursor surgiu no início dos anos 1990 com o nome antigo de centralina e com os constantes avanços em sua tecnologia, hoje é mais modernamente conhecido popularmente como módulo da unidade central – ECU (sigla em inglês para Eletronic Control Unit, que em tradução livre significa “Unidade de Controle eletrônica” . Podemos descrever de forma muito simplificada, o funcionamento de uma centralina como sendo uma receptora dos sinais eletrônicos emitidos pelos sensores e emissora das ativações dos atuadores. A centralina, por sua vez, é basicamente constituída por um conversor de sinais elétricos analógicos para digitais recebidos dos sensores. Também possui um processador digital de sinal – DSP (sigla em inglês para Digital Signal Processor) que efetivamente processa os sinais recebidos dos sensores, efetua os cálculos e gera os sinais de saída para os atuadores, resultantes dos cálculos efetuados. Semelhante ao que também já existe em um computador, uma centralina sempre possui uma memória permanente (neste caso uma memória EEPROM ou memória FLASH) nas quais reside o programa (software) permanente que controla todo o funcionamento do módulo. Também possui uma memória volátil (memória RAM) no qual o processador
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digital de sinal (DSP), armazena temporariamente os dados do veículo em funcionamento, enviados pelos sensores a cada instante.
Essa estrutura básica praticamente se manteve nos atuais e mais modernos módulos da unidade central – ECU, além da presença de portas eletrônicas de entrada e saída de dados, que são as portas de comunicação entre o processador digital de sinal (DSP)
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e os conversores de sinais elétricos analógicos para digitais (sinais recebidos dos sensores). Também possui portas eletrônicas para os conversores que agem inversamente transformando os sinais digitais emitidos pelo módulo em sinais analógicos que são enviados para os atuadores.
Por essa razão, ainda é muito comum as pessoas chamarem uma ECU de centralina ao se referirem ao módulo da unidade central que hoje é o principal avanço tecnológico para otimizar o desempenho do motor. Isso se explica porque no passado a função da centralina era unicamente comandar a injeção de combustível, substituindo o trabalho que era feito pelos carburadores nos veículos mais antigos. Hoje, suas funções se ampliaram consideravelmente, e vão muito além dos controles de temperaturas e níveis do óleo e do motor, gerenciamento na emissão de gases, monitoramento do consumo, desempenho, velocidade, densidade do ar, entre muitas outras, todas visando maior economia, conforto, segurança e potência embarcadas em um sistema altamente confiável e robusto. Atualmente o moderno módulo da unidade central também é responsável por fazer a interface de quase todos os componentes eletrônicos do carro com o motorista do veículo e com o motor do mesmo.
Como vimos, originalmente este módulo eletrônico era único e se encontrava no compartimento do motor no lado direito (lado do passageiro) dos veículos. Contudo, hoje já podemos encontrar carros com um ou até diversos módulos de controle distribuídos em vários locais do automóvel, que também são popularmente chamados de centralinas.
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Muitos deles possuem várias destas centrais adicionais de comando, inclusive, dentro das portas, dependendo das funções que os vidros e a própria porta possuem, como sistema antiesmagamento, sensores eletrocrômicos, segredos de chaves, etc. Como já foi explicado, repetimos que as funções e os controles eletrônicos automotivos se ampliaram bastante e atualmente podem se estender para qualquer parte do veículo.
Exemplos de alguns tipos de centralinas
Por exemplo, é normal encontrarmos em alguns modelos de veículos, pequenas centrais de comando eletrônico adicionais (centralinas) para funções específicas, como por exemplo, controle das portas –DCU (sigla em inglês para Door Control Unit), gerenciamento da transmissão automática - TCU (sigla em inglês para Transmission Control Unit), acionamento dos airbags – ACU (sigla em inglês para Airbag Control Unit), regulagem eletrônica dos bancos – SCU (sigla em inglês para Seat Control Unit), controle automático do ar condicionado – CCU (sigla em inglês para Climate

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Control Unit), supervisão da velocidade – SCU (sigla em inglês para Speed Control Unit), para propiciar velocidade constante de cruzeiro, para controle de tração (nos carros 4x4), para verificação da autonomia da bateria e diversas outras, quase sempre ligadas a um servidor central (módulo da unidade central), responsável pelo gerenciamento total e por realizar a comunicação necessária entre elas. Enfim, a estrutura de qualquer central de comando eletrônico é totalmente computadorizada e seus componentes internos são muito similares aos atualmente existentes nos principais dispositivos computacionais que utilizamos em nosso cotidiano (computador, notebook, tablet, smartphones, etc).
Isso tudo explica o crescente desenvolvimento e as melhorias constantes desde que esta tecnologia foi embarcada nos nossos veículos. Em geral, ela fica encerrada em uma pequena caixa rígida, fechada e impermeável para preservar e

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proteger seus componentes eletrônicos e, felizmente, é um item bem robusto, possui longa vida útil e dispensa manutenções preventivas, segundo a maioria dos fabricantes.

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Portanto, se hoje você entra em seu carro e se admira com o seu desempenho, com a sua economia, com a eficiência do ar condicionado automatizado, dos bancos que aquecem e esfriam conforme a necessidade, ou dos vidros, retrovisores, limpadores de para-brisa e faróis inteligentes que tornam a dirigibilidade bem mais segura, ou ainda do controle de tração, do piloto automático e inúmeras outras funções, agradeça a esta moderna tecnologia presente e definitivamente embarcada em seu veículo.
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