Revista On #29 | Degustação

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#29 Editorial

O

sonho de todo apaixonado por futebol é que seu clube tenha um time de craques para fazer bonito, vencer campeonatos e agradar todos. Trocando o campo e a bola pela sala de cirurgia e os exames, foi isso que conseguimos fazer na capa desta edição. Reunimos alguns dos melhores e mais antigos profissionais da saúde em Três Rios, reconhecidos pela população, para celebrar o dia do médico. Nilson Arêas, Renato Muniz, Rodolfo Martello e Ivson Ribas contam os motivos de dedicarem suas vidas [e muitos finais de semana] para salvarem outras vidas. Apresentam os desafios e prazeres da profissão escolhida, as trocas e aprendizados que acontecem em cada consulta com pacientes e fazem questão que dizer que não são deuses nem fazem milagres, como muitas pessoas acreditam nas horas mais difíceis. Por falar em horas difíceis, imagine ser convocado para uma guerra? Já na próxima página, conheça o Eduardo, um senhor de 95 anos, trirriense de coração que foi para o combate na Segunda Guerra Mundial. Cheio de lembranças, esbanja alegria de viver após ficar em um ambiente cheio de mortes. Celebrar a medicina é celebrar a vida. Nas próximas páginas, há outras boas formas de celebrar a vida: pela música, pela pintura, pelos desafios e conquistas profissionais, pela maternidade que chega mais tarde, pela mudança do corpo... Vire a página , celebre a vida, o conhecimento e as boas histórias. Boa leitura!

Índice GENTE 11 18 22 26 30 36

Personagem Entrevista Educação Cotidiano Opinião Capa

ECONOMIA&NEGÓCIOS 47 52 54 57 62

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Indústria Mercado de trabalho RH Empreendedorismo Cidade

BEM-ESTAR

65

65 Esporte 70 Movimento 72 Saúde

COOL 81 84 88 92 100

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História Artes Música Viagem Sabores

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GENTE

personagem 11 entrevista 18 educação 22 cotidiano 26 opinião 30 capa 36

MEMÓRIAS DE UM

EXPEDICIONÁRIO POR FREDERICO NOGUEIRA

FOTOS REVISTA ON

Ele chegou aos 95 anos cheio de histórias para contar. Na memória, carrega fatos que fazem parte da história do mundo. Eduardo Alves de Souza fez parte da Força Expedicionária Brasileira que participou da Segunda Guerra Mundial e conta, até hoje, os oito meses vividos no campo de batalha.

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“FOI UMA GRANDE DESCOBERTA DO NOSSO GRUPO DE GENEALOGIA, MAS É MUITO TRISTE PARA NÓS DE TRÊS RIOS” POR FREDERICO NOGUEIRA FOTOS ARQUIVO PESSOAL

A pesquisadora trirriense Cinara Jorge fez uma descoberta que, quando foi divulgada, caiu como uma bomba na cidade. Parte da história local conhecida pode estar errada. Os restos mortais da Condessa do Rio Novo, que deveriam estar na Capela Nossa Senhora da Piedade, em Três Rios, têm grandes e reais chances de nunca terem saído de Londres, onde ela faleceu.

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ondessa do Rio Novo é mais que o nome da principal avenida de Três Rios. Mariana Claudina Barroso Pereira é considerada a fundadora do município. Ela doou terras da maior fazenda que tinha para os escravos libertos, ação tomada antes mesmo da Lei Áurea. “Ela se preocupou com o futuro dessa terra”, comenta Cinara Jorge. A pesquisadora, autora do livro “Pioneiros dos Três Rios - A Condessa do Rio Novo e sua gente”, conta como chegou à nova informação sobre o passado da nobreza trirriense.

De onde partiu a ideia de um possível furo na história da Condessa?

Quando estava escrevendo o livro “Pioneiros dos Três Rios - A Condessa do Rio Novo e sua gente” sempre estive baseada em documentos. Quando fui escrever sobre a vida da Condessa, descobri, no arquivo histórico do Itamarati, que ninguém nunca soube que ela tinha contratado uma mulher para ser sua dama de companhia na viagem até Londres. O cônsul do Brasil na Inglaterra solicitou que essa mulher, Isabel, fizesse uma carta para contar como foi a morte da Condessa. Ela conta tudo. Diz que levou a Condessa nas vésperas de morrer para assistir uma missa e confessar e que ela inalou clorofórmio para a cirurgia, que era o método de anestesia, mas não aguentou e faleceu. Escreve tudo o que aconteceu depois, até mesmo algumas passagens com o Dr. Randolpho Penna, médico e marido da sobrinha da Condessa que a acompanhou durante a doença. No entanto, ela não falou em que cemitério a Condessa foi enterrada. E ela saberia...

Sim, mas por algum lapso, não contou. Mais tarde, encontrei um jornal de agosto de 1885 dizendo que um navio havia trazido os restos mortais da Condessa e, como ninguém apareceu para receber, o comandante deixou a urna no armazém do cais do porto. Fiquei apavorada com isso. O Visconde de Entre-Rios, irmão da Condessa e já idoso, ficou muito bravo com essa notícia. Mandou uma carta para o jornal dizen-


GENTE COTIDIANO

NAS ONDAS DO

RÁDIO POR FREDERICO NOGUEIRA

FOTOS REVISTA ON

Eles são apaixonados por rádio. Tão apaixonados que escolheram colocá-lo de vez na rotina. Se as vozes são marcantes e reconhecidas facilmente, seus rostos passam, muitas vezes, despercebidos nas ruas. Sempre em busca de informações úteis ao público, mantêm uma relação com ouvintes que apenas quem é radialista consegue explicar.

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INVASÃO DOS ROBÔS POR ANA PAULA BISSOLI

FOTOS ARQUIVO PESSOAL

Calma, é uma boa invasão! Alguns professores da região encontraram uma maneira de conquistar o interesse dos alunos pelas ciências exatas. Ao mesclar o ensino da robótica ao conteúdo tradicional, eles conseguem o maior envolvimento dos estudantes nas disciplinas. Além de mostrarem possibilidades para o futuro profissional, os projetos desenvolvidos já receberam prêmios.

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iver em um mundo onde robôs fazem parte do dia a dia é cada vez mais uma real possibilidade. O que parecia só ficção já é realidade em todo o planeta e, inclusive, em lugares que você nem possa imaginar, como Três Rios. Na cidade, equipamentos assim já são

concebidos e montados por jovens estudantes de robótica, que são apresentados à ciência dentro das salas de aula. Inserida no currículo das escolas de maneira interdisciplinar, a robótica apareceu como uma forma de deixar os alunos mais interessados no conteúdo regular das lições. Ainda é uma prática

restrita a poucos locais de ensino, como o Colégio Municipal Walter Franklin e o Centro Vocacional Tecnológico (CVT). A iniciativa partiu dos próprios professores das instituições, como Fabiano Pereira, que ensina física no C.M. Walter Franklin. De acordo com ele, não há orientação para ensinar robótica nos revistaon.com.br

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FLĂ VIO DUARTE

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MAIS MÉDICOS POR FREDERICO NOGUEIRA

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É quase impossível encontrar um trirriense que não conheça ao menos um dos profissionais que estão na foto. Em homenagem ao dia do médico, quatro deles, que fazem parte da história da medicina em Três Rios, estão reunidos para contar a rotina da profissão, as evoluções técnicas e procedimentos e os momentos mais marcantes vividos com a medicina.

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encontro dos quatro médicos para as fotos que ilustram a capa e as próximas páginas foram feitas na noite de uma quarta-feira. O primeiro a chegar foi Renato. Logo em seguida, Ivson. Pouco tempo depois, Rodolfo se juntou aos colegas e, por fim, Nilson completou o time. Não parecia, mas todos estavam no fim de um dia cheio de atendimentos, seja em consultórios ou hospitais. Em um ambiente com quatro médicos, assuntos relacionados à profissão seriam naturais. E aconteceram. No entanto, quando são médicos e conhecidos de longa data, os assuntos logo ganham leveza. Passam da medicina para o futebol em questão de segundos. Perguntam sobre o jogo da noite e fazem avaliações rápidas de times e jogadores. Se a profissão é cheia de tensões cotidianas, eles sabem como, quando e onde aliviá-las. Já havia entrevistado todos antes da sessão de fotos. Para confirmar, pergunto ao Ivson se ele é o mais novo do grupo. Ele confirma, mas Renato não perde tempo em completar a informação: “E eu sou o mais velho. Mesmo assim, sou o único que não tem cabelos brancos”, conta, garantindo os risos de todos para, logo em seguida, também contar que foi quem mais passou por intervenções cirúrgi-

cas. Entre cada sequência de fotos, eles conversavam, brincavam e recordavam momentos vividos juntos. Foram muitos momentos e histórias! Naquele estúdio [e aqui nas páginas] estão reunidos alguns dos mais importantes profissionais da saúde que fazem parte da história de Três Rios. Cada um com sua especialidade, todos têm em comum o fato de dedicarem grande parte da carreira à população da região, inclusive com encontros frequentes no Hospital de Clínicas Nossa Senhora da Conceição. Alguns são pioneiros na área, outros contam que não puderam acompanhar de perto o crescimento dos filhos. Alguns são filhos da terra, outros adotaram a cidade e por ela foram adotados. Em quatro histórias, que muitas vezes se encontram, estão profissionais reconhecidos por milhares de pacientes. A palavra medicina tem, em sua origem, outra que significava “saber o melhor caminho”, exatamente um consenso entre os quatro médicos. Cada um sabe que não é capaz de oferecer milagres, mas faz o possível para cada paciente com o conhecimento adquirido e os equipamentos disponíveis. Renato Muniz, Nilson Arêas, Rodolfo Martello e Ivson Ribas estão nas próximas páginas e contam os prazeres e desafios da profissão escolhida, além de dividirem as lembranças de momentos marcantes vividos na carreira. Com isso, mostram que, mais que apenas médicos, são seres humanos que descobriram a missão de salvar vidar. revistaon.com.br

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ECONOMIA&NEGÓCIOS indústria 47 mercado de trabalho 52 rh 54 empreendedorismo 57 cidade 62

MÁQUINAS SEMPRE LIGADAS POR TATILA NASCIMENTO

SUPERVISÃO FREDERICO NOGUEIRA

FOTOS TATILA NASCIMENTO

Só quem é empresário conhece de perto os desafios para um negócio manterse ativo. Enquanto algumas empresas são abertas e fechadas em pouco tempo, outras superam até mesmo sonhos e expectativas. Em Paraíba do Sul, duas indústrias se destacam pelo tempo no mercado, superação de momentos difíceis e sucesso alcançado. revistaon.com.br

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ECONOMIA & NEGÓCIOS MERCADO DE TRABALHO

AGORA É QUE

SÃO ELAS

POR DIEGO PATRICK

SUPERVISÃO FREDERICO NOGUEIRA FOTOS REVISTA ON

O número de mulheres em cargos de liderança está em constante crescimento no mundo. Seria a intuição aguçada, a cautela na tomada de decisões ou a capacidade de executar várias tarefas ao mesmo tempo? Independente da resposta, o cenário já está bem diferente do passado e o mercado só tem a ganhar.

P

or que ter mulheres no comando de empresas? Uns dizem que a flexibilidade e a persistência são as principais vantagens, outros juram que a experiência em saber dosar razão e emoção é fator decisivo. Líderes afirmam: mulheres se dão melhor com problemas e conflitos. Será? Segundo artigo publicado por Villela da Matta, fundador e presidente da Sociedade Brasileira de Coaching, trata-se de um caso cada vez mais comprovado no ambiente de trabalho. Para ele, muitas empresas buscam líderes femininas pelo fato de que, quando os resultados são observados a longo prazo, apresentam ótima vantagem competitiva. “Em muitos setores, ter mulheres no comando é de grande ajuda, já que elas, 52

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em muitos casos, são mais pacientes e persistentes, além de possuírem mais comunicação fluída e visão detalhada”, explica. No escritório de uma rede de postos de combustíveis e restaurantes em Paraíba do Sul, Ionara de Mello apresenta-se como um exemplo das mudanças no mercado de trabalho. Ela está na empresa há 21 anos, começou como auxiliar de escritório e, com 15 anos de trabalho, conquistou o cargo de diretora executiva. “Alguns vão achar que não somos capazes de assumir determinada função, mas sempre confiei em meu potencial e não me permiti abalar”. Para ela, que só fica tranquila com a certeza de que os negócios estão correndo bem, a comunicação é de extrema importância no ambiente corporativo. “Busco

aprender com meus colaboradores e eles comigo, estamos em constante aprendizado”. A diretora é direta em relação à luta das mulheres para assumirem cargos de liderança nas companhias. “Como há bons homens que administram, há mulheres que fazem a mesma coisa”, afirma. Apesar do crescimento, ainda são poucas as empresas que admitem mulheres em cargos de chefia. O Brasil, por exemplo, é o terceiro país com menos mulheres no comando, ficando atrás apenas da Alemanha e do Japão, segundo dados da pesquisa “Women in Business 2015”, feita pela Grant Thornton. De acordo com o estudo, mais da metade das companhias brasileiras não têm mulheres líderes, o que denota constante queda na ocupação


BEM-ESTAR esporte 65 movimento 70 saúde 72

UMA PEDRA NO

CAMINHO POR MAYARA STOEPKE

FOTOS REVISTA ON

Situada em Mont Serrat, distrito de Comendador Levy Gasparian, a formação rochosa em granito conhecida como Pedra de Paraibuna encanta turistas e aventureiros em busca do melhor que a natureza pode proporcionar. Com trilhas leves, é possível conhecer o local que teve grande participação no Caminho do Ouro. revistaon.com.br

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A MATERNIDADE

MAIS TARDE POR TATILA NASCIMENTO

SUPERVISÃO FREDERICO NOGUEIRA

FOTOS ARQUIVO PESSOAL

A gravidez é um dos momentos mais marcantes na vida da mulher. Se a regra, no passado, era engravidar cedo, ainda jovem, hoje o cenário é bastante diferente. O aumento da expectativa de vida e as oportunidades profissionais fazem com que a maternidade chegue mais tarde. Embora casos assim exijam mais cuidados, o amor não tem idade para acontecer.

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COOL

história 81 artes 84 música 88 viagem 92 sabores 100

MATRIZ DE

HISTÓRIAS POR MAYARA STOEPKE

FOTOS ARQUIVO PESSOAL

Aos 84 anos, a Igreja Matriz Nossa Senhora das Dores, em Areal, é um ponto de encontro de histórias. Localizada no centro da cidade, é um marco da religiosidade e, pelas características modernas da construção, tornou-se cartão-postal do município.

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OS DONS DA

AQUARELA POR TATILA NASCIMENTO

SUPERVISテグ FREDERICO NOGUEIRA

FOTOS REVISTA ON

Eles acreditam que a vida pode ser bem mais colorida, como uma obra de arte. Para alguns, テゥ hobby, para outros, uma terapia. A pintura em tela ultrapassa geraテァテオes e atrai adeptos de todas as idades.

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COOL CHECK-IN

VIETNÃ

POR BERNARDO VERGARA

FOTOS ARQUIVO PESSOAL

Localização Sudeste da Ásia Área 331,114 km² Capital Hanói Idioma Vietnamita Religião Budismo População 92 milhões de habitantes Clima Tropical / sub tropical Moeda Dongue Vietnamita

Há vida após a guerra Após 40 anos do cessar fogo do maior e mais sangrento conflito armado da segunda metade do século 20, o Vietnã renasce da guerra, vence seus traumas, reestrutura sua base econômica e social e se desenvolve a passos largos, sempre olhando para frente. As mudanças atuais são reflexos inspiradores de um passado cruel, sangrento e que nenhum vietnamita faz questão de reviver.

PALÁCIO DA REUNIFICAÇÀO EM HO CHI MINH

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COOL SABORES

De Bauru para o mundo

100 Revista On Outubro & Novembro

RODRIGO ALVES / WIKIMEDIA COMMONS

F

eito de diversas formas, com direito à polêmica em torno de sua verdadeira receita, o sanduíche bauru possui admiradores espalhados por todo o mundo, principalmente na cidade que o batiza. Eu, Bernadete, sou bauruense, apaixonada pela cidade natal e pelo sanduíche. Em meados de 1937, o estudante de direito Casemiro Pinto Neto, bauruense que morava em São Paulo, era frequentador assíduo do Bar Ponto Chic, localizado no Largo Paissandu, muito famoso na época. Certa vez, Casemiro, conhecido pelo apelido “Bauru”, chegou ao bar e pediu ao chapeiro que abrisse um pão francês, retirasse o miolo e recheasse com queijo mussarela derretido em água. Como se lembrou de ter lido sobre a importância de ingerir proteínas, ainda pediu ao chapeiro que incluísse fatias de rosbife. Também pediu algumas rodelas de tomate, para completar. Ele adorou o resultado e passou a pedir sempre a mesma receita. Os amigos experimentavam, gostavam e pediam ao chapeiro que fizessem um sanduíche “igual o do Bauru”. Assim foi nomeado aquele sanduíche, que tornou-se um símbolo da cidade do interior paulista. Tempos depois, a receita foi acrescida de rodelas de picles de peino, chegando a sua forma definitiva. Como cidadã de Bauru, me sinto na obrigação de passar adiante a verdadeira história do sanduíche, ensinar a fazê-lo e convidar a todos para que o experimentem. Você nunca mais vai esquecer esse sabor!

PAISSANDU Fachada do bar onde o sanduíche foi criado

Bauru original INGREDIENTES

Fatias de tomate Fatias de picles Fatias de rosbife Queijo mussarela Pão francês

MODO DE PREPARO

Corte o pão ao meio, no sentido horizontal, e retire o miolo da parte superior. Derreta o queijo em banho-maria e coloque nesta parte do pão. Na parte inferior, coloque de cinco a seis fatias de rosbife, três rodelas de tomate e três rodelas de picles. Simples, rápido, prático e muito saboroso, ele está pronto!



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