Psicologia experimental e natureza humana

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Psicologia Experimental e Nalllre:a llumana

temos dados inadequados, de modo que "ao acelerar a acumulação de dados, antecipamos a partida das teorias" (Skinner 1972, pp. 91-2). Esta última conclusão simplesmente não se segue quando se pensa que os termos T se referem a processos internos do organismo.

Terceira objeção: A explicação em termos de mediadores teóricos não é realmente uma explicação, uma vez que quaisquer mediadores teóricos do comportamento devem ele mesmos ser explicados, e tal explicação deve ser em termos de estados de privação ou motivação (operacionalmente definidos), estímulos observáveis e esquemas de reforço aos quais o organismo foi submetido. A única explicação real é em termos de relações funcionais. Esta é a mais importante das objeções de Skinner, e a mais reveladora de sua concepção de c iência. Ele diz: Quando atribuímos o comportamento a um evento neurológico ou mental, real ou conceitual, é provável que esqueçamos que ainda temos a tarefa de explicar o evento neurológico ou mental. Quando afirmamos que um animal age de uma dada maneira porque ele espera receber comida, então o que começou como a tarefa de explicar o comportamento aprendido se torna a tarefa de explicar a expectativa. O problema é pelo menos igualmente complexo e provavelmente mais dificil. É provável que fechemos nossos olhos a ele e que uti lizemos a teoria para nos dar respostas no lugar daquelas que poderíamos encontrar através de mais estudo. (Skinner 1972, p. 71.)

Nesta passagem, Skinner afirma claramente que a explicação em termos de mediadores teóricos é mal direcionada, mas não está claro que ele queira dizer que ela não seja uma explicação real. Em outras passagens, ele torna isso bem claro. Por exemplo, ao referir-se a "desejos, cognições, motivos, etc.," ele diz: A objeção não é que essas coisas sejam mentais, mas que elas não oferecem nenhuma explicação real e impedem uma análise mais eficaz. (Skinner 1969, p. 22.) Não explicamos realmente o "comportamento perturbado" ao atribuílo à "ansiedade" enquanto não tivermos também explicado a ansiedade. (Skinner 1972, p. 316.)


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