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Praça Solidariedade completa 3 anos de atendimento a pessoas em situação de rua Teleatendentes

do 156 são treinados sobre trabalho de campo de educadores da FAS

A Praça Solidariedade, complexo de atendimento para pessoas em situação de rua ou desabrigadas, no bairro Jardim Botânico, completa três anos. O espaço que até 2020 ofertava apenas acolhimento, foi reestruturado, ganhou novas unidades e ampliou o número de serviços oferecidos para que esse público possa superar situações de vulnerabilidade e risco social.

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“Nestes três anos, ampliamos a estrutura e os serviços, o que fez com que a Praça Solidariedade se consolidasse como uma referência para a população em situação de rua na cidade”, explica Maria Alice Erthal, presidente da Fundação de Ação Social (FAS), responsável pela coordenação do espaço.

No Praça Solidariedade, localizada na Rua Engenheiros Rebouças, 875, a população de rua encontra a Casa de Passagem Padre Pio, que oferece acolhimento, e o Centro de Centro de Referência Especializado para População de Rua (Centro Pop), que faz atendimento especializado.

Além disso, a Praça Solidariedade oferece alimentação, banheiros – inclusive com distribuição de kits de higiene, compostos por shampoo, sabonete, pasta e escova de dentes, lavanderia, com máquinas de lavar e secar roupas, guarda-pertences e canis para a abrigo dos animais de estimação dos acolhidos.

CASA DE PASSAGEM Moderna e acessível, a Casa de Passagem Padre Pio foi totalmente reconstruída e substituiu o antigo ginásio de esportes que era usado como acolhimento. A inauguração foi feita pelo prefeito Rafael Greca em abril de 2022.

A unidade atende pessoas em situação de rua que buscam o serviço espontaneamente ou são levadas pelas equipes de abordagem social da FAS. “Aqui é uma casa de passagem, é o primeiro atendimento que um indivíduo recebe quando está nas ruas. Ele vai ser acolhido, comer, tomar banho, ser orientado, e no dia seguinte ser encaminhado a um atendimento es- pecializado”, explica a educadora social e coordenadora da Casa de Passagem Padre Pio, Janaína de Fátima Lazzarotto. No local, os usuários participam ainda de rodas de conversa e atividades de lazer e culturais.

A coordenadora destaca que as casas de passagem são ainda mais importantes nesta época do ano. Com a chegada do inverno, muitas pessoas em situação de rua buscam os abrigos do município por conta própria. “Pessoas nessa situação muitas vezes não têm noção do mal que estão fazendo a si mesmas, e acabam perdendo o emprego e rompendo com a família. Se não fosse a FAS, iriam ficar na rua.”

CENTRO POP

No Centro Pop Solidariedade, a população encontra atendimento especializado, individual e coletivo, que tem o objetivo de favorecer a busca de autonomia e superação da situação de rua, a entrada na rede socioassistencial e a reinserção familiar e comunitária. Entre os serviços encontradas na unidade estão o encaminhamento para documentação, mundo trabalho e qualificação profissional.

Por ter se tornado um ponto de referência para a população de rua, a Praça Solidariedade vem sendo usada para a realização de mutirões de serviços que oferecem inclusão no Cadastro Único, que dá acesso a benefícios sociais, para documentação civil, oferta de cursos, serviços de saúde e orientação sobre alimentação saudável e comunidades terapêuticas.

Popula O Pode Ajudar

A Prefeitura pede a ajuda da população para proteger as pessoas em situação de rua. A orientação é para que entrem em contato com a Central 156, por telefone, site ou pelo aplicativo Curitiba 156, sempre que avistarem alguém nessa condição.

A população pode ajudar ainda doando roupas para a Campanha do AgasalhoDoou Esquentou. A prioridade é para roupas masculinas, cobertores e toalhas para atender pessoas em situação de rua.

A capacitação dos teleatendentes da Central 156 de Atendimento ao Cidadão em situações de campo tem sido um importante reforço ao trabalho de abordagem e acolhimento de pessoas que vivem nas ruas da cidade. O serviço hoje representa a maior demanda de protocolos encaminhados pelo 156 à Fundação de Ação Social (FAS).

Dos 3.711 encaminhamentos feitos à FAS pela Central 156 no mês de abril, 2.965 foram para a abordagem social de rua, o equivalente a 79,8% do total. Com a chegada do inverno e o aumento da demanda por albergagem, o treinamento foi reforçado como forma de ampliar a efetividade do serviço. No mês de maio, mais frio, as demandas de abordagem social encaminhadas à FAS pela Central aumentaram para 3.495.

“A capacitação foi para entendermos o trabalho da FAS, que é uma ação de convencimento, porque nem todo mundo que está na rua passando frio quer ir para um abrigo ou para uma casa de passagem", conta Carla Milena dos Santos Clemente, Teleatendente do 156.

"O trabalho da Central é encaminhar esses pedidos. Então, é importante para a gente saber como o serviço é realizado e até para orientação, porque recebemos tanto os pedidos de abordagem para a FAS ir até o local, como também solicitações de informações de como o atendimento funciona”, explica Carla.

Após o pedido da população ao 156, a FAS precisa saber qual é o perfil da pessoa a ser abordada. "É um pedido de urgência que não acontece de imediato, porque tem o tempo de deslocamento da equipe até o local. Então, se não houver o detalhamento, se a pessoa está sozinha ou não e onde ela está, isso prejudica o resultado”, reforça Carla. Para a coordenadora de Atendimento ao Cidadão, Marilise Gois, o importante da parceria com a FAS no treinamento dos teleatendentes sobre as ações de resgate social está no entendimento do trabalho de campo.

“Muitas vezes o cidadão liga ao 156 querendo que a pessoa seja retirada a força das ruas, o que não é possível, porque as pessoas são livres para circular nas vias públicas. O trabalho da FAS é de convencimento, de ajuda às pessoas sobre os cuidados que precisam ter, uma ação pela dignidade de todos”, diz Marilise.

Capacita O

A capacitação com as equipes do 156 foi realizada no fim de maio e integrou 75 pessoas, divididas em quatro turmas. De acordo com a diretora de Atenção à População de Rua da FAS, Grace Kelly Pochetti, é o segundo ano do treinamento com as equipes 156. “Foi bem produtivo, porque quem nos dá o balizador do atendimento na Ação Inverno é o sistema 156. Tem dado um resultado muito positivo para nós, porque ajuda na assertividade e na celeridade da ação. Eles podem nos passar o perfil da pessoa a ser atendida, a localização, a real situação”, destaca.

Segundo Grace Kelly, a interface com o 156 também contribui para reduzir o envio de demandas que não pertencem à ação social.

“Nem todo mundo que está na rua é uma pessoa em situação de rua. Pelo fato de a equipe da FAS ser volante, recebemos outras solicitações que não são da área da ação social, como a retirada de lixo ou de animais mortos das ruas, situações de agressões em espaço público, que são demandas de outros órgãos”, observa Grace Kelly.

No portal de serviços da Central 156, que estão dispostos em ordem alfabética, há um link direcionado ao atendimento à população de rua. Os protocolos são enviados à Central de Encaminhamento Social que atende 24 horas por dia, todos os dias da semana.

Marilise lembra que as solicitações ao 156 podem ser encaminhadas também pelo telefone ou pelo aplicativo Curitiba 156, disponível para smartphones nos sistemas Android, pelo Google Play e IOS pela Apple Store .

Em paralelo aos encaminhamentos por protocolos do 156, o trabalho de acolhimento da FAS é feito por busca ativa, bem como as pessoas em situação de rua podem procurar espontaneamente os centros de atendimento.

“Mais que encaminhar para os serviços da rede socioassistencial, o trabalho da abordagem que acontece 24h todos os dias, com o apoio do sistema 156 , salva vidas”, afirma Grace Kelly, da FAS.

Encaminhamentos

As pessoas em situação de rua atendidas pela FAS são encaminhadas, conforme cada caso, a casas de passagem (vagas transitórias em que as pessoas vão para dormir); unidades de acolhimento 24 horas; hotéis sociais para homens, ou ao primeiro hotel social para mulheres Trans e Travestis do Paraná.

Também há unidades de acolhimento de execução indireta, contratadas por meio de licitação (cerca de 150 vagas); as unidades de longa permanência para idosos em situação de rua; a república para famílias migrantes (pessoas não em situação de rua, mas em desabrigo); e espaços de acolhimento emergenciais para o período noturno para posterior encaminhamento.

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