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Quatro novos vereadores são empossados na Câmara de Curitiba

Vereadores assumem cadeiras deixadas por Carol Dartora, Denian Couto, Flávia Francischini e Renato Freitas, que assumiram outros cargos eletivos

Angelo Vanhoni (PT), Bruno Pessuti (Pode), Giorgia Prates (PT) e Rodrigo Reis (União) foram empossados vereadores, nesta segunda-feira (1º), durante a retomada das sessões plenárias da Câmara Municipal de Curitiba (CMC) em 2023. Eles entregaram o diploma expedido pela Justiça Eleitoral e a declaração de bens, fizeram o juramento solene e assinaram os termos de posse em cerimônia pública, com transmissão ao vivo pelo YouTube da CMC.

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Eles foram recepcionados pela nova Mesa Diretora da CMC, agora presidida pelo vereador Marcelo Fachinello (PSC), que deu as boas-vindas aos novos parlamentares. A posse foi acompanhada pelo prefeito em exercício, Eduardo Pimentel, por diversos secretários municipais, pelas deputadas estaduais Ana Júlia (PT) e Márcia Huçulak (PSD), além de personalidades da política paranaense, como Orlando Pessuti, Jorge Samek e Julieta Reis.

Os quatro suplentes foram convocados após Carol Dartora (PT), eleita deputada federal, Denian Couto (Pode), Flávia Francischini (União) e Renato Freitas (PT), eleitos deputados estaduais, renunciarem às cadeiras na CMC para serem empossados, nesta quarta, nos novos mandatos. Ana Júlia seria a primeira suplente do PT, mas foi eleita deputada estadual, optando por assumir a vaga na Assembleia Legislativa do Paraná. A CMC não via uma renovação tão grande no meio de uma legislatura desde 2006.

Justiça social

A tônica dos discursos de posse de Angelo Vanhoni e de Giorgia Prates - que usará também o nome Mandata Preta na sua identificação - foi a de buscar mais justiça social em Curitiba. Os dois nomes do Partido dos Trabalhadores terão consigo na bancada a vereadora Professora Josete, que permanece no cargo. Vanhoni fez um discurso historicizando a busca por melhores condições de vida desde os primórdios da humanidade, para dizer que em Curitiba também há desigualdade e discriminação contras as quais se deve lutar.

“Eu já fui vereador, já estive neste lugar, há 30 anos, mas hoje é especial para mim, pois eu volto em um momento algo

Fachinello chama a população para acompanhar o dia a dia da Câmara

O presidente também apresentou o novo diretor-geral da CMC, Glauco Machado Requião

Na quarta-feira (1º), durante a abertura da sessão legislativa de 2023, o presidente da Câmara Municipal de Curitiba (CMC), Marcelo Fachinello (PSC), ressaltou o compromisso da atual Mesa Diretora com os debates importantes para a cidade, a transparência e a democracia participativa. “Para cumprir nosso compromisso constitucional, nós estaremos sempre abertos à população. Esta Câmara Municipal reafirma sua vocação democrática, convidando todos os cidadãos curitibanos que se façam presentes no nosso dia a dia. Que compareçam às sessões plenárias, às sessões das comissões, que visitem os gabinetes parlamentares, a Presidência, enfim, todas as nossas instâncias legislativas e administrativas”, convidou.

“Nossa Câmara Municipal está hoje, e estará sempre, com suas portas escancaradas ao povo de Curitiba, às associações, aos empresários, aos sindicatos, enfim, a todas as organizações da sociedade civil”, garantiu. “Nós temos uma função institucional estabelecida pela Constituição Federal. Nós temos a vocação democrática para traduzir politicamente os anseios da nossa população. É através deste Parlamento que as demandas populares serão veiculadas na arena do debate político e é neste Parlamento que nós daremos vazão a elas. Esta Casa não se omitirá de debater, de deliberar, de aprofundar as discussões necessárias para a cidade de Curitiba.”

No primeiro discurso em plenário exercendo a presidência do Legislativo de Curitiba, o vereador prometeu “não poupar esforços para atingir os resultados esperados pela sociedade curitibana”. “Quero dizer que esta Casa Legislativa vai se pautar pelos valores republicanos da transparência, da moralidade e da eficiência. Queremos realizar, e vamos realizar, um serviço público íntegro e reto, que atenda às necessidades da população e demonstre respeito pelo dinheiro dos contribuintes.” inusitado, já que o Brasil passa por uma crise civilizatória sem precedentes. Sei que no caminho do bolsonarismo não haverá solidariedade, não haverá amor. Eu volto à CMC, nesse movimento novo da democracia, após a eleição de Lula, como segundo suplente do PT, pois o Paraná escolheu Ana Júlia, Renato Freitas e Carol Dartora para representarem o estado na Assembleia e na Câmara dos Deputados. Substituí-los é uma satisfação e uma grande alegria”, disse Vanhoni.

Vanhoni já foi vereador em duas legislaturas, entre 1989 e 1994. Renunciou, em 1995, para assumir como deputado estadual, mandato que exerceu por duas vezes. Também foi deputado federal, entre 2007 e 2014. Já a fotojornalista Giorgia Prates chega à CMC para o primeiro mandato, sendo a segunda mulher negra a ser eleita para o Legislativo. Ela anunciou que a Mandata Preta terá um gabinete formado totalmente por mulheres, com gestão horizontal, e destacou seu trabalho com pautas sociais e as origens humildes de sua família.

“Por todos que eu vi lutando, escolhi entrar neste espaço de poder para lutar por dias melhores. Eu sei que a representatividade fará com que outras pessoas periféricas se interessem pela política e estaremos de portas abertas para todos coletivos, grupos e pessoas”, disse. Giorgia Prates disse à imprensa que as bandeiras da Mandata Preta serão a defesa dos direitos humanos nos espaços de vulnerabilidade, “como a questão da negritude, das mulheres, da população LGBTQIA+, porque eu sou a primeira mulher preta lésbica da [história da] Câmara de Curitiba”.

Mudanças climáticas

Primeiro suplente do Podemos, Bruno

Pessuti retorna à Câmara na cadeira antes ocupada por Denian Couto. Engenheiro mecânico e professor universitário, ele foi vereador por duas legislaturas, de 2013 a 2016 e de 2017 a 2020. Também atuou como chefe de gabinete de Eduardo Pimentel na Prefeitura de Curitiba. Acompanhado pela família na cerimônia de posse, ele destacou a experiência no Executivo e se colocou à disposição para continuar o trabalho de “construirmos o futuro da cidade”. Pessuti anunciou que trabalhará no tripé “mobilidade, sustentabilidade e resiliência para superar dificuldades”.

“Passados dez anos do meu primeiro dia aqui na CMC, continuo preocupado com os temas locais, que interessam a toda a cidade de Curitiba, pois é preciso alcançar um custo de vida mais baixo e proporcionar mais qualidade à existência das pessoas, encontrando caminhos e soluções que gerem resultados”, afirmou. “Quem está de volta é um Bruno Pessuti mais maduro, com 38 anos e os filhos já crescendo, além da experiência no Executivo por dois anos, que me permite discutir a cidade e defender o legado da gestão de Rafael Greca e Eduardo Pimentel”, concluiu.

“Curitiba é conservadora”

Falando da sua experiência como coordenador de campanha do ex-presidente Bolsonaro e dos 243 mil votos que fez na campanha para o Senado em 2018, Rodrigo Reis utilizou parte de seu discurso de posse para fazer o contraponto ao dito pelos dois vereadores petistas empossados hoje. “Curitiba é uma cidade conservadora que deu 65% dos votos para Jair Bolsonaro. Vamos continuar com esse trabalho”, afirmou o novo parlamentar da CMC, que se manifestou contra “a Justiça interferir no Executivo ou no Legislativo”.

Advogado e economista, Rodrigo Reis assume no lugar da deputada estadual eleita Flávia Francischini, na substituição das vagas do PSL, que depois da fusão com o DEM passou a se chamar União Brasil. Ele é filho da ex-vereadora Julieta Reis, a quem agradeceu ao se apresentar aos demais parlamentares. “Vamos fazer um trabalho duro. Tenho posições claras, não fico em cima do muro. O melhor político defende suas posições de forma incisiva”, antecipou, colocando como pauta a criação de empregos e a representação, na CMC, dos ambulantes, das feiras, dos artesãos, dos grupos de terceira idade e dos motoristas de aplicativo.

Por José Lázaro Jr.

Revisão: Alex Gruba

Em entrevista à imprensa, após a sessão, Fachinello reforçou que o principal desafio é “tornar a Casa ainda mais aberta, transparente à população e participante dos principais debates que a cidade vai ter nos próximos dois anos”. “A Câmara precisa ser protagonista, os vereadores precisam participar da discussão e a gente precisa receber, aqui, a sociedade para discutir aqui esses temas que são sensíveis, que são importantes”, pontuou. A ideia, completou, é aprimorar a transmissão das sessões das comissões e outras atividades, assim como a acessibilidade para navegar no Portal da Transparência e a ampliação do número de audiências públicas.

Agradecimentos e saudações

O vereador fez um agradecimento aos vereadores que se despediram da Câmara Municipal para assumir os mandatos na Câmara dos Deputados e na Assembleia Legislativa do Estado do Paraná (Alep). “Que todos possam desempenhar suas funções da melhor maneira possível, sempre com vistas ao interesse do povo curitibano e paranaense. E, claro, quero agradecer e cumprimentar, dar boas-vindas, aos vereadores e vereadoras que ingressam na Câmara e tomam posse dos assentos que lhes foram concedidos pela população”, afirmou.

“Também agradeço, em nome da Casa, aos membros da Mesa que lideraram os trabalhos legislativos no biênio passado: o sempre presidente Tico Kuzma, os vice-presidentes Alexandre Leprevost e Tito Zeglin e os secretários Flávia Francischini, Professora Josete, Professor Euler e Mauro Ignácio”, continuou. “Nosso respeito e reconhecimento a todos pelo trabalho, seriedade e dedicação."

"Agradeço, igualmente, aos diretores da Câmara Municipal nomeados pela gestão Tico Kuzma, que tão bem desempenharam suas funções nos últimos dois anos e mantiveram os trabalhos funcionando mesmo nos momentos mais complicados, como a pandemia. Faço esse agradecimento a todos na pessoa da servidora Jussana Marques, que foi a diretora-geral [e agora está à frente da Diretoria de Apoio às Comissões]”, frisou Fachinello. “O trabalho de todos vocês, membros da Mesa e diretorias, certamente não foi fácil, muitos desafios se apresentaram no caminho, mas a missão foi cumprida e nosso reconhecimento fica aqui registrado nos anais”, elogiou.

Diretoria-Geral

O presidente também apresentou, durante o discurso na sessão inaugural de 2023, o novo diretor-geral da Casa, o advogado Glauco Machado Requião. Graduado em 1994 pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), ele concluiu o mestrado em Ciência Política pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), em 2011. Na CMC, trabalhou como assessor jurídico, entre 1996 e 1998, e ocupou o cargo de chefe de Fachinello, de 2021 a 2022.

“Ele vai encabeçar os esforços administrativos desta gestão”, disse o vereador. Citando os demais diretores, frisou que “a responsabilidade e os desafios são grandes, mas grande também é a nossa capacidade de trabalho”. “Estou certo de que vamos, todos juntos, entregar um serviço público de excelência à população curitibana”, declarou Fachinello.

O vereador falou, ainda, em “responsabilidade e serenidade política”. “Com urbanidade e serenidade, mesmo os maiores dissensos da comunidade podem ser resolvidos pelas vias democráticas e institucionais. Hoje, mais do que nunca, nosso país precisa de responsabilidade e serenidade política. E são esses os valores que não vão faltar a essa Câmara Municipal neste momento que se inicia agora”, finalizou. Por Fernanda Foggiato | Revisão: Vanusa Paiva

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