O trabalhador especial congresso brasileiro

Page 1

Informativo da Federação Espírita do Estado de Goiás - Junho de 2014


Editorial O melhor agradecimento Em belíssima mensagem de Emmanuel, psicografada por Francisco Cândido Xavier, que faz parte do livro Paz e libertação, a propósito do centenário de lançamento de O Evangelho Segundo o Espiritismo, o benfeitor espiritual, com sua eloquência e sabedoria de sempre, faz reflexões que podem ser retomadas agora, quando se comemora o sesquicentenário dessa obra singular. Por isso mesmo, vale a pena retomar alguns trechos da referida mensagem. Começa Emmanuel dizendo:“Há um século, convidaste Allan Kardec (...) à revisão dos ensinamentos e das promessas que dirigiste ao povo”. Definição clara e objetiva e que já dá uma ideia da importância da obra. Mais à frente, um trecho fala de perto aos trabalhadores do movimento espírita: “Diante das tuas verdades, que se desentranharam da letra, abandonamos os redutos da sombra a que nos recolhíamos, magnetizados por nossas próprias ilusões, e ouvimos-te de novo, a palavra solar de Vida Eterna!” – quanta profundidade na reflexão! Graças à força consoladora dessa obra vamos abandonando os redutos da sombra, onde nos recolhemos após escolhas equivocadas, e vamos nos rendendo à “palavra solar de Vida Eterna”. Esta última expressão merece destaque. Quanta habilidade na materialização de ideias por meio de vocábulos! O Evangelho segundo o Espiritismo é mesmo esse sol que ilumina, aquece e purifica os corações até a pouco perdidos em labirintos de sombra. Prosseguindo, diz o mentor: “Agradecemos-te esse livro, em que nos induzes à fraternidade e ao trabalho, à compreensão e à tolerância, arrebatando-nos à influência das trevas”. Para além das belas palavras, ecoa o convite e a recomendação aos trabalhadores da seara espírita: fraternidade, trabalho, compreensão, tolerância – este é o roteiro para vencermos as trevas em nós. Seguir esse roteiro é, assim, a melhor forma de comemorarmos os 150 anos da obra que tanta luz trouxe ao planeta e às nossas vidas em particular.

Congresso Espírita Brasileiro em quatro edições! Numa iniciativa inédita, a Federação Espírita Brasileira, com o apoio das federativas estaduais, realizou o 4º Congresso Espírita Brasileiro em quatro capitais, simultaneamente. O evento ocorreu nos dias 11 a 13 de abril e teve como tema os 150 anos de O Evangelho Segundo o Espiritismo. Em Manaus, o Plaza Centro de Convenções sediou o congresso, que teve como conferencista de abertura Divaldo Pereira Franco, palestrante muito querido por todos nós. Em João Pessoa, a programação aconteceu na galeria Paço de Leões e Haroldo Dutra Dias foi o conferencista na abertura, envolvendo a todos com seu carisma e profundo conhecimento do Evangelho. Já em Vitória, no Centro de Convenções, a conferência de abertura ficou a cargo de Simão Pedro Lima, que encantou a todos com seu verbo emotivo e sereno. Em Campo Grande, no Centro de Convenções Ruben Gil de Camilo, a abertura se deu com conferência proferida pelo presidente da FEB, Antônio César Perri de Carvalho, que explanou com propriedade sobre o tema. Todas as vagas colocadas à disposição foram preenchidas nas quatro regiões. O Evento foi transmitido pela TVCEI, com participação de milhares de internautas de todo o mundo. O sentimento geral ao término do evento foi de alegria imensa por parte dos participantes, que puderam fruir dos diversos temas do Evangelho, que nos conduzem em busca da construção do Reino de Deus em cada um de nós. -2


''A capacitação do trabalhador segundo o consolador prometido'' Wagner Gomes da Paixão é natural de Belo Horizonte, MG, onde nasceu em 11/10/1962. É funcionário do Governo Estadual e atua no Movimento Espírita há quase 30 anos. De sua mediunidade psicográfica, aflorada em 1984, escreveu diversos livros. Em Goiânia, ele ministrou o seminário ''A capacitação do trabalhador segundo o consolador prometido'' e deu uma entrevista ao Jornal Trabalhador Espírita. 1) Há uma proposta de formação especifica para o trabalhador segundo o consolador prometido? Qual? Quando se fala em Consolador, remontamos à promessa de Jesus aos homens, assinalando, conforme registros nos capítulos XIV e XVI do Evangelho segundo João, que esse Consolador “vos ensinará todas as coisas, fazendo-vos relembrar tudo o que vos digo...”. Portanto, lidamos com uma genuína Revelação, cujo objetivo é retirar os homens da ignorância e da viciação para a Verdade Divina. Assim, o trabalhor espírita e cristão é alguém que não fala de si, que não age segundo interesses puramente transitórios, porque logrou iluminar-se e transformar-se pela expressão mais genuína dessa Verdade que restaura todos os feitos e ensinos de Jesus Cristo para a Humanidade. Deduz-se, pois, que a formação específica do trabalhor se dá com o seu envolvimento intelecto-moral nesse Concerto de Vida e Luz (Espíritas: amai-vos e instruí-vos). Sem esse envolvimento de renovação, nada de novo ou de verdadeiro poderá ser ofertado pela criatura aos seus semelhantes. 2) Na sua visão, quais as necessidades mais urgentes dos trabalhadores espíritas para terem uma atuação segura na divulgação do espiritismo? Sem dúvida alguma, o conhecimento sério e continuado do Espiritismo em suas bases, com Allan Kardec. Há muita confusão de temas e de propostas no Movimento, exatamente porque as pessoas levam para o Movimento Espírita seus hábitos ancestrais, suas impressões pessoais, seus gostos transitórios e passionais, misturando tudo. Poderíamos dar uma ideia do que deveria ser o nosso respeito ao Consolador utilizando uma postura ética dos profissionais de medicina: geralmente, um médico não opera um familiar, uma pessoa a quem está vinculado por afeto, pois há predisposições pessoais nisso, o que coloca em risco o atendimento. Confia-se a tarefa a um profissional de confiança, que pode ser amigo, mas não é parente próximo. Dentro desse raciocínio, temos a considerar o conhecimento (estudo das obras básicas e outras clássicas ou subsidiárias verdadeiramente espíritas) como implementação de conceitos e de uma visão lúcida, lógica e crítica (esta última no sentido de autonomia no pensar, no raciocinar), para que o DISCERNIMENTO livre a pessoa do misticismo barato e de fantasias no terreno da fé, da prática espiritual. Isso, que existiu à época do Codificador e em toda a história do Espiritismo nos círculos dos grandes nomes que souberam conjugar espírito científico e filosófico com o sentimento fraternal e caridoso, mostraria ao mundo a verdadeira missão do Consolador, porque erradicaria todos esses movimentos de palpite e de achismo que muitas vezes prevalecem no Movimento, impedindo a eficiente expansão da verdadeira Luz.

-3


Ficará apenas o que é verdadeiro e essencial, pois todas as experiências e hábitos danosos, incoerentes, contrários ao Plano Divino, estiolar-se-ão, perderão seu vigor (...)

3) Você viaja muito pelo Brasil, como percebe o nosso movimento espírita nacional? Quais nossas principais fragilidades e quais nossas maiores forças? Não me sinto com experiência suficiente e com qualquer autoridade para apresentar um parecer definitivo nesse sentido, mas tendo convivido com expoentes espíritas de minha terra e tendo recebido não só orientações grandiosas, mas vivido ao seu lado, observadando seus testemunhos de devoção e lealdade ao patrimônio que o Senhor nos enviou através de Allan Kardec, de seus contemporâneos e de Chico Xavier, particularmente, reconheço que no aspecto fragilidade, necessitamos muito de aprofundamento no conteúdo espírita legítimo (Codificação) e melhor concepção de amor e caridade, dentro de estudos reflexivos do Evangelho de Jesus. No quesito “maiores forças”, identificamos a beleza e a transcendência da “rede de capilarização” que os espíritas fomos capazes de construir no Brasil e pelo mundo, pois somos uma rede de fé e beneficência sem outro interesse que não a prática do bem e não há hierarquia ou centralização de poder a comandar isso! É um grande fenômeno de renovação da fé e dos costumes, que só precisa se qualificar mais, para que a consciência espírita-cristã, então pujante, faça o resto... 4) Como médium, você tem trabalhado com espíritos que foram atuantes no movimento espírita, seja na condição de encarnados ou desencarnados. Como esses benfeitores vêem o atual momento do nosso país? De nossa parte, recebemos deles orientações permanentes sobre isso e observamos que eles são otimistas, pois com a visão mais dilatada e conhecedores dos processos evolutivos que nos são pertinentes, sabem que o determinismo do bem e da perfeição se cumpre nesse emaranhado de acontecimentos que expressa a transição planetária. Eles nos explicam que basta pensar que tudo o que se produz de estranho e até maléfico são ações e reações que instigam o todo (É necessário que venha o escândalo, mas ai daqueles que promovem escândalos...), as pessoas a buscarem e a tomarem novos rumos. É o processo de saturação do que não presta. Essa “combustão” momentânea pode ser comparada ao “quimismo” que vige num monturo em putrefação, embora a imagem seja forte. Ficará apenas o que é verdadeiro e essencial, pois todas as experiências e hábitos danosos, incoerentes, contrários ao Plano Divino, estiolar-se-ão, perderão seu vigor, tornando-se uma espécie de adubo para as novas florações ou seguras advertências para toda a Humanidade que segue para a Regeneração.

nº40, Setor Marista - Goiânia - GO (62) 3281-0200 CEP.: 74.180-050

Presidente da FEEGO: Ivana Raisky Diretor de Comunicação Soc. Espírita: Lucas de Pádua Jornalista Responsável: Angélica de Pádua - Registro Profissional: 002804-GO Colaboração: Edmar Cotrim e Eduardo Zempulski Diagramação: Agência Tct Edição de n° 62 - Junho/ 2014 Críticas e Sugestões: comunica@feego.org.br

-4


Eventos

-5


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.