Pesquisa Goiana - Perfil socioeconômico do Terrítório

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Perfil socioeconômico do território

iniciada nos Estados Unidos no segundo semestre de 2007. Fica evidente – do exame da configuração econômica de Itapissuma, em que serviços e atividades comerciais respondem por pouco mais de um terço da economia – que há espaço para ampliação e diversificação do setor terciário desse município. Concluída uma visão sumária das cinco principais economias locais do território de Goiana e entorno, mencione-se o caso de Timbaúba (53,8 mil habitantes), que constitui o sexto PIB, muito acima do produto de cada um dos oito municípios que completam a formação do território (ver tabela 3). É um município que não representa uma grande economia no âmbito do conjunto sob análise, mas passa por um processo recente de expansão industrial (a exemplo de Goiana e outros municípios) – o que é parte do movimento de interiorização da indústria em Pernambuco. Timbaúba, como a maioria dos municípios que formam o território de Goiana e entorno, ainda tem forte marca da agroindústria. Entretanto, a Usina Cruangi – principal empresa do segmento no município – está em processo de desapropriação, envolvendo inclusive questões trabalhistas concernentes aos seus 2 mil trabalhadores. Timbaúba tem perfil setorial em que a agropecuária representa 7,9% do valor agregado bruto do município; a indústria contribui com cerca de 20,0% e o terciário com 72,3% (dados referentes a 2010). Mas, com o processo de crise da referida usina, a agropecuária reduz participação na economia local em mais de dois pontos percentuais, passando a 5,7% em 2011 (dados do IBGE, como todas as informações sobre produto referidas neste estudo). A economia local é fortemente terciária (mais de 70,0% do valor agregado bruto municipal), com expressiva atividade comercial – destacando-se eletrodomésticos e móveis, comércio automotivo, comércio atacadista e artesanato de rede. No que diz respei-

to a atividades industriais, conta – além da agroindústria de cana – com uma tradição da pequena indústria de calçados, com unidades de produção de alimentos, entre outras atividades. Reitere-se que recentemente o município vem passando por expressivo processo de ampliação da atividade industrial, envolvendo investimentos recentes via unidades de produção de fio industrial (poliéster), a partir de resina de petróleo, insumo oriundo da Petroquímica Suape (que, a julgar por informações divulgadas pela prefeitura do município, teria iniciado pré-operação em março de 2013 – depois de sucessivos adiamentos)3. Há também perspectivas de implantação de unidades de esquadrias de alumínio, pré-moldados, solado de calçado em borracha (empresa Alka) e Moinho de Trigo Santa Fé, com cartas-consulta aprovadas pela Agência de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco (AD Diper), constituindo investimentos de R$ 35 milhões a R$ 36 milhões, “com expectativa de geração de 830 empregos diretos”. Ademais, estariam em negociação projetos das empresas Fipel (indústria têxtil) e Brasilco (bolsa de couro)4. Outras referências a projetos previstos para Timbaúba compreendem uma unidade de produção de “sistemas construtivos à base de estruturas metálicas” (steel frame) e uma planta de produção de lâmpadas e luminárias de LED (light emitting diode/diodo emissor de luz)5. Portanto, se confirmados os investimentos previstos e eventualmente outros que possam ser aportados na esteira da consolidação do polo industrial de Goiana, certamente Timbaúba – e outros municípios do território que venham a se beneficiar com novos investimentos – passará por significativo processo de diversificação econômica, com desdobramentos no setor terciário (comércio e serviços).

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