Revista Movimenta, edição 6

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JUNHO / JULHO | ANO I | N º 6

MERCADO PLUS SIZE Segmento está aquecido, tem alta demanda e pouca oferta. Pág. 29

GESTÃO EFETIVA DE GASTOS é chave para a rentabilidade no varejo. Pág. 34

SISTEMA CNDL: em defesa do varejo brasileiro. Pág. 42

PARA O VAREJO AVANÇAR É PRECISO SE ARTICULAR Elaboração de políticas públicas e criação de leis são caminhos para o desenvolvimento do nosso setor. Pág. 22


CONVENÇÃO CDLS MINEIRAS 2017

Aqui, você é a voz da experiência

Em 2017, as CDLS mineiras se unem para uma grande troca de aprendizados. Venha você também compartilhar suas vivências!

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EDITORIAL FOTO FCDL-MG/DIVULGAÇÃO

FRANK SINATRA Presidente da FCDL-MG

Junho e julho chegam trazendo novas expectativas e novas oportunidades. Precisamos colocar cada vez mais empenho em nossas ações conjuntas para cumprir nosso papel em contribuir para a melhoria no ambiente de negócios do nosso segmento através da criação de ações efetivas. Mesmo diante de uma crise política, tenho certeza que o Brasil também tem a força necessária para fazer diferente e sair desse ciclo para entrar em uma nova fase. Temos que recolher a âncora que prejudica o desenvolvimento. Ainda bem que vivemos em uma série de pequenos infinitos que permanecem e se desintegram para formar coisas novas. Na capa desta edição, trazemos a importância da construção de políticas públicas e o grande investimento que a CNDL, juntamente com o Sebrae, em prol do fortalecimento do varejo no Brasil. Por isso é extremamente necessária a participação de todas as entidades mineiras neste programa a fim de construirmos uma rede forte para garantir a navegabilidade do nosso Sistema e evitar que algumas embarcações cheguem ao fundo do oceano. Na editoria Vitrine apresentamos um nicho de mercado que está crescendo significativamente: o segmento Plus Size, um ramo que cresce 6% ao ano e com muito poucos especializados no assunto. Grande oportunidade, certo? Em InspirAção trazemos a regionalização do Fórum Permanente Mineiro das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte com uma entrevista com o secretário Wadson Ribeiro, da Secretaria Extraordinária de Estado de Desenvolvimento Integrado e Fóruns Regionais que, por sua vez, evidencia a expansão e desenvolvimento de Minas Gerais. Em Ideias que Movimentam chamamos a atenção aos benefícios dos programas de fidelização que são tão importantes para os negócios. Conhecer o cliente e estimular o retorno às compras é o segredo do sucesso em todos os períodos – curto, médio e longo prazo. Para integrar tudo isso, na editoria Conexão,

Movimenta

ENTRANDO EM UMA NOVA FASE.

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EDITORIAL temos um artigo sobre gestão efetiva de gastos com André Chaves, sócio da Falconi. Grande especialista na área. Somente com os devidos controles e com a devida atenção poderemos maximizar os resultados positivos esperados. Na editoria Movimento Economia, pontuo como perdemos com a paralização das reformas e como somos prejudicados por continuar nos norteando por uma lei trabalhista feita há mais de 74 anos. Estamos em novos tempos! Colhendo o que as medidas de estímulo à economia estão fazendo por nós. É rápido? Com certeza não. Boa parte dos empresários cometem os erros e cruzam os braços, esperando um ataque contrário para tomar uma atitude ao invés de prevenir tais acontecimentos. É bom saber que nem sempre as medidas reativas geram os resultados esperados. Inovar é preciso! Literalmente. Nas pequenas coisas, na gestão, nos produtos, nos serviços, enfim, em todos os rumos que a vida nos leva. Saber dimensionar, reinventar e criar, além de precaver as ações são fatores que devem constar na agenda de todos. Incluindo empresários, consumidores e, principalmente, governos. É hora de nos unir, ainda mais, para evidenciar que somos uma nação forte! Vamos fazer a nossa parte, lutar por conquistas e fazer nosso país crescer de forma honesta, transparente e íntegra. Bem-vindo a uma nova fase! Fique com Deus e boa leitura,

Junho / Julho 2017

Frank Sinatra Presidente da FCDL-MG

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FAÇA PARTE DO NOVO PORTAL DAS CDLS! O Sistema CNDL lançou o Portal das CDLs. Agora, você encontra os sites da Federações e CDLs de todo o Brasil em um único lugar. Acesse e conheça:

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EXPEDIENTE

EXPEDIENTE COORDENADORA DE COMUNICAÇÃO Ana Paula Rodrigues REDATORES Ana Paula Rodrigues, Thamara Silva e Vinícius Carlos PROJETO GRÁFICO ME LLAMA Estúdio IMPRESSÃO Artes Gráficas Formato TIRAGEM 1000 exemplares PERIODICIDADE Bimestral

DIRETORIA 2015/2017

JUNHO / JULHO | ANO I | N º 6 A revista ‘Movimenta’ é uma publicação da FCDL-MG para o Movimento Lojista.

Junho / Julho 2017

Av. Silviano Brandão, 25 • Sagrada Família Belo Horizonte • Minas Gerais CEP 31030-525 (31) 2532-3300 • (31) 2532-3328 www.fcdlmg.com.br fcdlmg@fcdlmg.com.br

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CONTATO COMERCIAL: ana paula rodrigues - (31) 2532-3313 comunicacao@fcdlmg.com.br Os anúncios publicados são de responsabilidade dos anunciantes. A responsabilidade do conteúdo dos artigos é de seus autores, não refletindo a opinião da FCDL-MG.

PRESIDENTE Frank Sinatra Santos Chaves 1° VICE-PRESIDENTE Miguel Haroldo de Faria 1° VICE-PRESIDENTE ADMINISTRATIVO E FINANCEIRO Marco Antônio de Oliveira 2° VICE-PRESIDENTE ADMINISTRATIVO E FINANCEIRO Bruno Selmi Dei Falci VICE-PRESIDENTE DA REGIÃO ZONA DA MATA Marcos Tadeu Andrade Casarin VICE-PRESIDENTE DA REGIÃO TRIÂNGULO Humberto Gláucio Jardim VICE-PRESIDENTE DA REGIÃO RIO DOCE Flávio Gonçalves Leal VICE-PRESIDENTE DA REGIÃO CENTRO-OESTE Rogério Mendes de Aquino Neto VICE-PRESIDENTE DA REGIÃO NOROESTE Marcos Antônio Luiz VICE-PRESIDENTE DA REGIÃO SUL Nilson Andrade VICE-PRESIDENTE DA REGIÃO ALTO PARANAÍBA Eduardo Queiroz Castanheira VICE-PRESIDENTE DA REGIÃO CENTRAL José César da Costa VICE-PRESIDENTE DAS REGIÕES JEQUITINHONHA E MUCURI Luiz Resende de Andrade VICE-PRESIDENTE DA REGIÃO NORTE Gilberto Eleutério dos Santos PRESIDENTE DO CONSELHO FISCAL Sebastião dos Santos Totó CONSELHEIROS FISCAIS Caril Wellis de Paula Santos Itamar Machado João Afonso Farias José de Oliveira Barboza


SUMÁRIO

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CAPA

08. CIRCUITO TURÍSTICO Valorizar Minas Gerais por suas vocações.

15. IDEIAS QUE MOVIMENTAM Programas de fidelidade: benefícios para todos.

19. INSPIRAÇÃO Mais força para as MPES.

22 CAPA Para o varejo avançar é preciso se articular.

29 VITRINE Mercado plus size é oportunidade para empreendedores da moda.

34. CONEXÃO Gestão efetiva de gastos é chave para a rentabilidade no varejo.

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38 PRATICAR É bom saber: Se você tem dúvidas, nosso jurídico esclarece.

40. MOVIMENTO ECONOMIA Emprego na era das crises.

42. EM DESTAQUE Em defesa do varejo brasileiro. Movimenta

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EM DEFESA DO VAREJO BRASILEIRO

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CIRCUITO TURÍSTICO

FOTO CACHOEIRA FAROFA DE CIMA - SERRA DO CIPÓ - MG | POR EDWARD ELIAS Jr

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VALORIZAR MINAS GERAIS POR SUAS VOCAÇÕES

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PLANEJAR O TURISMO É ESTIMULAR OS NEGÓCIOS, O LAZER E O DESENVOLVIMENTO LOCAL COM ESCALAS ESTADUAIS


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Movimenta

CIRCUITO TURÍSTICO


CIRCUITO TURÍSTICO Olhar Minas Gerais sem pensar nas suas vocações naturais é negar suas riquezas e a beleza das diferenças que, juntas, constroem culturas e estilos de diversos lugares do mundo. Um Estado com dimensões continentais cuja força está no seu povo, que carrega em sua marca a criatividade, o acolhimento e a vontade de ser feliz. E é neste mote que o Governo de Estado, por meio da SETUR – Secretaria de Estado de Turismo de Minas Gerais, desenvolve ações e projetos para que os municípios ampliem a atuação integrada com a iniciativa privada para impulsionar os 46 circuitos turísticos certificados. O objetivo é estimular os municípios de todas as regiões, e consequentemente, movimentar toda a cadeia de turismo, tanto o de lazer quanto o de negócios. MINAS É UM ESTADO DAS OPORTUNIDADES TURÍSTICAS

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Mas... o que é Circuito Turístico? Segundo a SETUR, são entidades sem fins lucrativos que caracterizam a política pública de Regionalização do Turismo de Minas Gerais. Em desenvolvimento pelo estadual desde 2001, os Circuitos Turísticos obtiveram reconhecimento com a publicação do Decreto de Lei n° 43.321/2003. Esta política é um modelo de gestão das regiões turísticas que segue as diretrizes do Programa de Regionalização do Turismo, estabelecido pelo Ministério competente.

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Os CTs abrigam um conjunto de municípios de uma mesma região com afinidades culturais, sociais e econômicas que se unem para organizar e desenvolver a atividade turística regional de forma sustentável, consolidando uma identidade regional. O trabalho destas entidades se dá por meio da integração contínua dos municípios, gestores públicos, iniciativa privada e sociedade civil, promovendo o desenvolvimento por meio de alianças e parcerias.

Cerca de 450 municípios estão inseridos nos 46 circuitos turísticos.

CENTRAL 1 Belo Horizonte 2 Diamantes 3 Grutas 4 Guimarães Rosa 5 Lago Três Marias 6 Ouro 7 Serra do Cipó 8 Trilha dos Inconfidentes 9 Trilha dos Bandeirantes 10 Veredas do Paraopeba 11 Villas e Fazendas de Minas ZONA DA MATA 12 Caminho Novo 13 Caminhos Verdes de Minas


CIRCUITO TURÍSTICO 14 Montanhas e Fé

NOROESTE DE MINAS

15 Nascente do Rio Doce

36 Noroeste das Gerais

16 Pico da Bandeira

NORTE DE MINAS

17 Serra do Brigadeiro

37 Lago de Irapé

18 Serras de Minas

38 Serra do Cabral

19 Serras de Ibitipoca

39 Serra Geral do Norte de Minas

20 Serras e Cachoeiras

40 Sertão Gerais

SUL DE MINAS

41 Velho Chico

21 Águas

VALE DO JEQUITINHONHA

22 Caminhos do Sul de Minas

42 Vale do Jequitinhonha

23 Caminhos Gerais

VALE DO MUCURI

24 Malhas do Sul de Minas

43 Pedras Preciosas

25 Montanhas Cafeeiras de Minas

RIO DOCE

26 Nascentes das Gerais

44 Mata Atlântica de Minas

27 Serras Verdes do Sul de Minas

45 Rota do Muriqui

28 Terras Altas da Mantiqueira

46 Trilhas do Rio Doce

29 Vale Verde e Quedas D’água 30 Lago de Furnas

31 Alta Mogiana ALTO PARANAÍBA 32 Caminhos do Cerrado 33 Canastra CENTRO OESTE DE MINAS 34 Caminhos do Indaiá 35 Grutas e Mar de Minas

POTENCIAL DE LAZER E DE NEGÓCIOS DE ACORDO COM SUA VOCAÇÃO É desnecessário repetir que Minas Gerais é um dos estados com maior potencial turístico do Brasil. Além de atrativos que passam pela história, religiosidade, gastronomia, artesanato, montanhas, cachoeiras, lagos, o Estado destaca-se pela hospitalidade que o visitante sempre aponta como diferencial. O Secretário de Estado de Turismo, Ricardo Faria, sempre deixa claro em suas entrevistas

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TRIÂNGULO MINEIRO

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CIRCUITO TURÍSTICO

são econômica e turística. “Em nossas viagens técnicas e de negócios, nos deparamos com a falta de cuidado e dos princípios básico de permanência no local, que limitam e corroe as possibilidades de efetivação de acordos, trabalhos e lazer. É preciso renovar nossas estruturas! Mesmo sendo um município grande ou pequeno. Há espaço para todos”, completou o secretário. TEMOS QUE TRABALHAR MAIS E... COM MAIS PAIXÃO

FOTO PORTAL SECRETARIA DE TURISMO

Ricardo Rocha de Faria - Secretário de Estado de Turismo de Minas Gerais

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que “está trabalhando nas demandas singulares dos municípios circuitados e, por meio do conhecimento dos gargalos existentes, busca traçar estratégias com visam contribuir no processo de melhorias. Além disso, estão em processo de mapeamento de todos os atrativos e pontos fortes de todas as regiões com o objetivo de aumentar sua visibilidade e proporcionar o desenvolvimento com o um todo”.

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Por outro lado, temos que aprender a valorizar o que faz de nós o que nós somos. A falta de informações necessárias e a devida infraestrutura que a região ou município deveriam ter se tornam o principal problema para a expan-

Infelizmente existe a ideia que o pequeno cada vez fica mais pequeno. Contudo, a pergunta é: será que ele quer crescer ou ficar à mercê dos obstáculos da vida? Até quando vai ficar culpando isso ou aquilo, principalmente o país, por não ter a visibilidade necessária para o seu desenvolvimento? É preciso parar de pensar pequeno e agir mais. Todos acabamos esquecendo dos detalhes que fazem a diferença. A própria Setur informa que é preciso melhorar a infraestrutura das localidades, oferecer sinalização turística mais eficiente das respectivas atrações, entre outros fatores. Nesse ponto é que entra o trabalho integrado entre os municípios pertecentes a um circuito, até mesmo para dividir estratégias, custos e objetivos para incrementar a atividade. Caso seu munícipio não esteja incluído em algum circuito, a Setur recomenda que sejam realizadas oficinas, seminários e reuniões com atores locais para definir o cronograma para mapear toda a região com base em seu espaço geográfico. Ou seja, o primeiro passo para o crescimento é você quem deve dar! POLÍTICA ATUAL E A CRIAÇÃO DE NOVOS CIRCUITOS De acordo com Flávia Ribeiro, diretora de Regionalização e Descentralização das Políticas do Turismo da Setur, houve cumprimento de


CIRCUITO TURÍSTICO

FOTO LAPINHA - SANTANA DO RIACHO- MG | POR EDWARD ELIAS Jr

um papel importante ao longo dos anos no que se refere à gestão do turismo local e às parcerias com o trade turístico nos municípios. “Acreditamos na importância de maior protagonismo do empresariado de cada localidade, pois ele é o responsável por recepcionar, acomodar e fazer com que o turista se sinta bem acolhido no município”, afirma. Acrescenta ainda que, atualmente, a Setur está focada no fortalecimento da gestão dos circuitos turísticos, nos quais os municípios se apresentam como principais responsáveis pelo desenvolvimento nas suas regiões. Dessa forma, a secretaria age como parceira na estruturação, articulação, promoção e captação de recursos junto ao Ministério do Turismo e entidades representativas do setor. Em relação ao surgimento de novos circuitos turísticos, a diretora ressalta que existe uma articulação de municípios para criação do Circuito da Cachaça, na região de Salinas (Território Norte), e do Circuito Campo das Vertentes, na região de Oliveira (Território Oeste).

FICOU INTERESSADO? A Secretaria de Turismo estará com um stand durante a Convenção do Comércio Lojista Mineiro 2017, maior evento do varejo estadual que reúne dirigentes, profissionais e empresários associados às CDLs Mineiras. A Convenção acontecerá no Tauá Resort Caeté, no período de 31 de agosto a 3 de setembro. Mais informações www.fcdlmg.com.br .

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Fazer com que Minas Gerais alcance maiores níveis de prestígio turístico depende,também, de cada um de nossas entidades e empresariado local.

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DO FOGÃO A LENHA À ALTA GASTRONOMIA, VOCÊ VAI TER MUITO O QUE EXPERIMENTAR. E REPETIR.

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IDEIAS QUE MOVIMENTAM

PROGRAMAS DE FIDELIDADE: BENEFÍCIOS PARA TODOS UM BOM PROGRAMA DEVE OFERECER BENEFÍCIOS E VANTAGENS REAIS, QUE FAÇAM COM QUE O CLIENTE SE SINTA VALORIZADO.

Para começar a nossa conversa, é importante entender o conceito de fidelidade. No âmbito dos negócios, um cliente fiel é aquele que prestigia um estabelecimento comprando produtos ou contratando serviços por um período prolongado de tempo e dando preferência para este em caso de concorrência acirrada. Os programas de fidelidade são velhos conhecidos do varejo e muito utilizados quando se trata de garantir mercados, aumentar a receita e melhorar o relacionamento com o cliente. São programas de incentivo contínuo para recompensar clientes e encorajar a realização de novos negócios. Sabidamente, os clientes ca-

FOTO ACERVO PESSOAL

Lucas Marques, COO no Méliuz

dastrados em programas de fidelidade passam a obter benefícios, através de pontos que vão se acumulando a cada compra realizada. Os pontos são gerenciados conforme cada empresa e recompensando os clientes conforme regras pré-estabelecidas, certo? Nem tanto! A startup Méliuz é um sistema inovador de fidelização de clientes que substituiu a cultura dos “pontos” por dinheiro de verdade. Criado em 2011, o Méliuz vem crescendo exponencialmente. No primeiro ano de operação, em 2012, a plataforma movimentou 720 mil reais em vendas. No seguinte, com o modelo já validado, o saldo pulou para 30 milhões. Em 2016,

Movimenta

Fidelizar o cliente é o sonho de qualquer lojista e, atualmente, essa é uma expressão de uso bastante comum. Pesquisas revelam que em 5 anos as empresas perdem 50% dos clientes, sendo que 70% por (falta de) relacionamento. Preocupante, não?

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IDEIAS QUE MOVIMENTAM

a companhia fechou o balanço com R$ 547 milhões movimentados em vendas e cerca de 2 milhões de usuários. O pulo do gato do Méliuz é que o benefício é bastante claro para quem utiliza o sistema: dinheiro de verdade depositado diretamente na conta do cliente. Lucas Marques, COO no Méliuz, afirma que a insatisfação com os programas de fidelidade tradicionais, nos quais é preciso juntar uma quantidade absurda de pontos (que expiram) para trocar por produtos interessantes, foi o ponta pé para iniciar esse projeto. “No Méliuz, para resgatar essa grana, o cliente precisa apenas realizar um cadastro que inclui informar dados como telefone e CPF. Por meio do site ou do aplicativo, o usuário vê a relação das lojas parceiras e as porcentagens do cashback, que variam de 0,5% a 20%. Em seu perfil, é possível acompanhar o extrato dos descontos. Quando o usuário acumula R$20 ou mais, é possível resgatar o valor para a conta bancária e de forma gratuita”, explicou. COMO O LOJISTA GANHA COM ISSO?

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De acordo com Lucas, o programa tem como pilar o sistema ganha-ganha. “Acreditamos que, através do Méliuz, todos envolvidos na transação (a empresa, os lojistas e os usuários) devem sair ganhando. O cashback - dinheiro de volta - é interessante por fidelizar os usuários, trazer novos e estimulá-los a comprar, afinal, eles ganharão uma porcentagem do valor da compra e poderão gastá-lo como quiserem e não apenas em produtos pré-determinados. O cliente pode, inclusive, usar esse dinheiro para fazer novas compras nos nossos parceiros e receber mais cashback”.

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ALÉM DA WEB Antes disponível apenas através de e-commerce, o Méliuz agora chega em estabelecimentos físicos. “Temos a nossa própria máquina de car-

tão, onde o cliente digita o número do celular e a porcentagem a ser devolvida vai direto para o seu extrato no Méliuz”, contou o chefe de operações. A startup já atua em mais de 2.000 estabelecimentos de Belo Horizonte, São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Brasília e região sul de Minas.

APRENDER COM QUEM SABE O QUE DIZ. Lucas Marques é presença confirmada na Convenção do Comércio Lojista Mineiro 2017, promovida pela FCDL-MG. O encontro acontece entre os dias 31 de agosto e 3 de setembro, no Tauá Resort Caeté! Informações www.fcdlmg.com.br

INCENTIVO QUE VEM DAS IDEIAS A CDL Boa Esperança também desenvolveu o seu próprio sistema de fidelização e retenção de clientes através do cartão CDL +Plus. A ideia é cadastrar os associados da entidade para fazerem parte do clube e estes passem a oferecer aos seus clientes, através de um cartão de identificação, descontos e vantagens exclusivos, disponíveis apenas para aqueles que possuem o cartão. Leanderson Paulo, responsável pelo desenvolvimento de novos negócios na entidade, afirma que a criação do Clube de Vantagens é uma estratégia para manter o dinheiro do comércio circulando no município. “Esperamos, com esse cartão, estimular o consumidor de Boa Esperança a comprar em nossas lojas, principalmente com nossos associados. Acreditamos que o CDL +Plus é uma grande oportunidade tanto para lojistas quanto para clientes, já que oferece mais vendas para um e descontos exclusivos para o outro”, afirmou. Além da oportunidade de vender mais, o lojista que se torna parceiro do Clube de Vantagens


A CDL Viçosa também tomou a iniciativa de criar o seu próprio programa de fidelidade. Chamado de “Clube de Vantagens”, o sistema é formado por todos os associados da Casa do Empresário e tem o objetivo de estimular a realização de negócios entre eles. Neste caso, os benefícios são direcionados para sócios, proprietários e funcionários das empresas da cidade, para trabalhar a integração e a confiança entre um e outro e, principalmente, fortalecer o banco de associados diante da concorrência que ainda não se associou à CDL. Para Carlos Luiz, gerente da entidade, as vantagens transitam em via de mão dupla. “Os empresários ganham ao ter uma cartela de clientes praticamente garantida (os associados da CDL), têm a sua marca divulgada e, ao mesmo tempo, são consumidores de seus parceiros e conseguem fazer compras e contratar serviços com condições especiais”, explicou. Entre os mais de 30 parceiros estão auto-escolas, médicos, dentistas, centros de informática, lojas em geral e até faculdades. DICAS DE OURO Neste momento já está claro que um bom programa de fidelidade deve oferecer benefícios e vantagens reais, que façam com que o cliente se sinta valorizado e nem pense em te trocar pelo concorrente, certo? Os prêmios obtidos ao fidelizar-se ao seu programa devem ser tão bons e tão tentadores, a ponto de fazer com que o associado tenha “preguiça” de buscar novos

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fornecedores. Para saber se o seu programa é realmente bom, avalie se: • Os associados sentem-se realmente atraídos pelos prêmios oferecidos pelo programa? • A fórmula de recompensas é percebida como justa e interessante pelos clientes? • Os membros do programa percebem que é prático e fácil resgatar os prêmios? • O que os programas de fidelidade concorrentes estão oferecendo aos seus clientes ou potenciais associados? Mas é importante avaliar também o seu lado, afinal, nem todo programa de fidelidade pode ser realmente vantajoso para você! Para descobrir se é o seu caso, procure responder outras quatro questões também importantes: • Os clientes utilizarão seus prêmios? • Quando os associados utilizarão esses prêmios? • Qual o custo para a sua empresa do prêmio que está sendo concedido ao cliente? • Qual a conversão ideal de pontos, que por um lado seja estimulante para o membro do programa e ao mesmo tempo vantajosa para a sua empresa? Conseguir equacionar e equilibrar essas questões fará do seu programa uma excelente estratégia de fidelização, ou seja, atrativo para o cliente e rentável para a sua empresa. Se ainda não pensou nisso para manter e captar novos clientes, está na hora de sair da sua zona de conforto e inovar. Pense nisso!

Movimenta

ganha outros benefícios como divulgação da empresa na cartilha de descontos, nas redes sociais e no site da entidade. “É importante que as pessoas saibam que aquela loja se preocupa em valorizar o nosso comércio e não mede esforços para isso. Essa sensação de pertencimento fortalece os laços do consumidor com o nosso varejo e o estimula a permanecer nele”, contou Leanderson.

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DO

STI

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INFORMAÇÕES ORGANIZADAS SOBRE SEUS PRODUTOS PODEM AJUDÁ-LO A VENDER MAIS. Você pode perder muitas vendas por não achar um produto no estoque ou simplesmente por ele não estar organizado corretamente na prateleira. O sr. Antônio perdeu muitas vezes assim. Não tinha organização, controle e muito menos agilidade para saber sobre os produtos. Código de barras é uma solução completa que vai deixar seu negócio mais inovador, competitivo e organizado.

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INSPIRAÇÃO

MAIS FORÇA PARA AS MPES ACOMPANHAR O DESENVOLVIMENTO DAS AÇÕES GOVERNAMENTAIS POR MEIO DE SUGESTÕES À EFETIVA IMPLANTAÇÃO DA POLÍTICA DE DESENVOLVIMENTO FOTO COMUNICAÇÃO SEEDIF

O aprimoramento das políticas públicas sempre se fez necessário para que Minas Gerais continue avançando de forma eficiente. Para isso, contamos com o FOPEMIMPE – Fórum Permanente Mineiro das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte, como uma poderosa ferramenta para reconhecer desafios, debater e construir soluções para o segmento. O que é o FOPEMIMPE? O Fórum foi criado em 2008 para articular e promover, em conjunto com órgãos do governo estadual, a regulamentação necessária ao cumprimento do Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte. O Fórum também é responsável por construir consciência clara na força estratégica evolutiva, expansionista e desenvolvimentista desse segmento. Assim, o Secretário Wadson Ribeiro, da Secretaria Extraordinária de Desenvolvimento Integrado e Fóruns Regionais, falou exclusivamente à Movimenta sobre as evoluções e ações do Fórum.

Secretário WADSON RIBEIRO

WR | Hoje, em Minas Gerais, temos mais de dois milhões de CNPJ’s. Desses, a grande maioria é composta por algum tipo de atividade ligada ao movimento lojista. Este é o segmento que está na ponta, é o principal termômetro das preferências dos consumidores. Precisamos entender que existe toda uma cadeia que envolve o comércio, a indústria, a agricultura e a infraestrutura. Temos que enxergar, enquanto governo e sociedade, os setores econômicos e sociais de forma integrada. Não existe comércio sem fornecedores e vice-versa. Devemos perceber e apoiar o Movimento Lojista, mas também precisamos ter a compreensão de que a melhora de setores e atividades econômicas estão sempre associadas às ações conjuntas tanto do governo quanto do setor privado.

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RM | Secretário, como você enxerga a força do movimento lojista em MG?

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INSPIRAÇÃO RM | Qual a importância de se trabalhar o setor lojista frente às políticas públicas e quais são as principais ações e projetos da Seedif? WR | É extremamente complexo conceber políticas públicas lineares e que atendam um grande conjunto de empreendimentos, principalmente os lojistas. Algumas questões macros devem ser diariamente combatidas, como a violência que compromete os lojistas, o controle dos juros e da inflação, a questão tributária e diminuição dos efeitos da burocracia.

Já em relação à Seedif, temos a responsabilidade pelas MPEs, cooperativas, artesanato e arranjos produtivos locais (APL).

do essa importante ferramenta para todas as regiões do estado, dando oportunidade para entidades locais participarem efetivamente da construção de políticas públicas voltadas aos pequenos negócios. Essa união entre poder público, entidades representativas e empresários é de suma importância, principalmente nesse momento de crise. Estabelecer agendas assertivas que façam diferença é nossa prioridade. Estamos esperançosos que os investimentos aconteçam e o desemprego volte a cair.

Por exemplo, o APL de Calçados de Nova Serrana, é reconhecido nacionalmente como um polo. Havia uma vontade, por parte dos fabricantes de calçados, de expandir as oportunidades de negócios com lojistas mineiros, pois, a grande parte da produção, é destinada para fora. Desse modo, alinhamos com o presidente da FCDL, Frank Sinatra, essa frente e estamos trabalhando nessa linha. Nosso foco é unir os atores que queiram conversar e crescer juntos. Também temos uma série de ações específicas, como o Auxílio-Educação, o Circuito Mineiro de Compras Sociais, a promoção de feiras e eventos empresariais, o atendimento às cooperativas mineiras. Tudo isso voltado para o desenvolvimento econômico de nosso Estado, com foco nos pequenos negócios.

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RM | Dentro deste contexto, comente a respeito da Regionalização do Fopemimpe.

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WR | O Fopemimpe é a nossa linha de frente quanto a políticas voltadas ao desenvolvimento dos pequenos negócios. Por ele, entidades públicas e privadas protagonizam, junto ao governo do estado de Minas Gerais, a transformação da nossa economia. Estamos levan-

O FOPEMIMPE é um grande parceiro da FCDL-MG. É um forte aliado para as microempresas e empresas de pequeno porte que, por sua vez, representam 99% do número de empresas em todo o Brasil e responde por cerca de 25% do PIB nacional.


REGIO NALIZE EMPREENDEDOR

Fopemimpe: com você pelo desenvolvimento da sua região. O Fórum Permanente Mineiro das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Fopemimpe), é a principal ferramenta para a construção de políticas públicas voltadas para o fortalecimento dos pequenos negócios em Minas Gerais e ele está ainda mais perto de você. O Fopemimpe agora é regionalizado. Na condição de membros efetivos as entidades públicas e privadas promovem, junto ao governo de Minas Gerais, a transformação de sua economia local, por meio do desenvolvimento dos pequenos negócios. Informações: secretaria@fopemimpe.mg.gov.br


CAPA Junho / Julho 2017

Para o varejo avançar é preciso se articular 22

ELABORAÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS E CRIAÇÃO DE LEIS SÃO CAMINHOS PARA O DESENVOLVIMENTO DO NOSSO SETOR.


CAPA Essa belíssima definição de políticas públicas veio do consultor do Instituto de Avaliação & Gestão (IAG) e organizador de educação corporativa em planejamento estratégico, processos e gestão, professor Marcos Lima. Atualmente, ele é responsável pelos seminários do Programa Nacional de Desenvolvimento Varejo (PNDV), um projeto da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) em parceira com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), para elaboração, disseminação e articulação de políticas públicas para o varejo, além da qualificação de dirigentes do Sistema CNDL. Setor protagonista no desenvolvimento do país, o varejo apresentou, nos últimos dez anos, um crescimento que impulsionou o Produto Interno Bruto (PIB) nacional. De acordo com a Pesquisa Mensal de Emprego, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de fevereiro deste ano, o setor emprega atualmente 19,1% dos trabalhadores formais, representan-

do aproximadamente 17 milhões de brasileiros. Essa relevância do setor pode ser vista nos eventos do PNDV, que já percorreu nove estados brasileiros e mobilizou mais de 800 pessoas que trabalham na elaboração de propostas políticas públicas que possam oferecer melhorias para o segmento. Até o fim deste ano, o projeto realizará 44 seminários em todas as regiões do país. “Esses encontros são uma grande oportunidade para descobrirmos as necessidades que atingem o comércio, desde os grandes centros até as cidades do interior”, observa o presidente da CNDL, Honório Pinheiro. É de grande importância o fortalecimento do comércio varejista, principalmente no que diz respeito às políticas públicas. Em momentos de crises, foi o varejo que continuou forte como gerador de emprego e renda. Por outro lado, quando o setor se viu diante de tamanha recessão econômica, política e social, por mais criativo e capacitivo em se reinventar, não conseguiu sair ileso. Não se pode deixar isso acontecer. Ainda mais quando os fatores macroeconômicos – leia-se desemprego e aumento de preços – pesaram neste cenário, impactaram e penalizaram todas as atividades. O reflexo é a destruição estrutural da cadeia produtiva, como estamos vendo.

ESSES ENCONTROS SÃO UMA GRANDE OPORTUNIDADE PARA DESCOBRIRMOS AS NECESSIDADES QUE ATINGEM O COMÉRCIO, DESDE OS GRANDES CENTROS ATÉ AS CIDADES DO INTERIOR” Honório Pinheiro, Presidente da CNDL

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Falar de política sempre foi uma das maiores dificuldades nos relacionamentos profissionais, entre amizades e nas próprias aulas sobre essa temática. Cada um tem opinião própria, cada um torce para um lado, faz de tudo para firmar que sua convicção que é a certa. Ora, então quer dizer que a política tem um viés que pode chegar a objetivos próprios e egocêntricos? Sim, isso mesmo! É neste pensamento que entram as políticas públicas - que são, nada mais nada menos, que um processo de mediação e solução para os desafios do pleno e consciente desenvolvimento econômico-social para todos, em diversas esferas. Elas servem para assegurar direitos de cidadania, previstos na Constituição Federal, ou para consolidar decisões reconhecidas por parte da sociedade e/ou Poder Público como necessárias de implementação e manutenção viva entre nós, que formamos aquilo que chamamos de “povo”.

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CAPA Junho / Julho 2017

Criar sinergia de ações e entendimentos entre entidades do Sistema CNDL e Sebrae representa uma excelente oportunidade para o planejamento e execução de ações efetivas para o desenvolvimento de vantagens competitivas ao setor varejista brasileiro, em especial às micro e pequenas empresas. As ações propostas estão focadas essencialmente nas Políticas Públicas que podem favorecer o varejo, fortalecer e edu-

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car suas lideranças. Por essas e outras é que se fazem necessárias as integrações das lideranças e demais representantes do varejo, com o objetivo de lutar pela elaboração de políticas públicas abrangentes, que possam beneficiar a todos. É aí que entra o PNDV.

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CAPA QUAIS SÃO OS PRINCIPAIS DESAFIOS PARA O VAREJO? Os principais desafios verificados em cada encontro, até o momento, respeitando cada particularidade local foram: Segurança pública Infraestrutura

O QUE O PROGRAMA PRETENDE?

Mobilidade urbana

O PNDV compreende um conjunto de ações e atividades com foco em políticas públicas com potencial de criação de vantagens competitivas para micro e pequenos negócios do setor varejista. Além isto, as ações de qualificação de lideranças empresariais varejistas e dirigentes do Sistema CNDL previstas, buscam potencializar a estruturação das demandas do setor na agenda governamental.

Simplificação tributária

A estratégia garante vários benefícios para o varejo e seus atores: o engajamento e mobilização sistemática; a conscientização da importância das políticas públicas para os avanços sociais e do setor; a educação política e a formação de cidadania, oportunizando a transformação de demandas e necessidades em desafios a serem conquistados; e a mudança da postura de expectador para ator, de modo a ser um agente atuante e de mudança e não apenas aquele observador que cobra e reclama, sem tomar iniciativas relevantes.

Apoio à inovação

TRÊS PILARES ESTRATÉGICOS O programa fundamenta-se em três pilares estratégicos: I – Organização, comunicação e monitoramento das atividades II – Melhoria do ambiente de negócios do varejo III – Fortalecimento e organização das lideranças do varejo

Desenvolvimento econômico Fortalecimento do comércio Educação empresarial Crédito e financiamento Modernização das leis trabalhistas

Assistência gerencial às pequenas e médias empresas Reforma trabalhista e previdenciária Parceria e apoio do poder público Revitalização do centro comercial Ordenamento do trânsito QUAIS SÃO AS INCIATIVAS MAIS NECESSÁRIAS IDENTIFICADAS ATÉ AGORA? O varejo é diferente da indústria e do agronegócio. Seu caminho de conquista, de valorização e de desenvolvimento passa pela diversidade e multiplicidade de perfis. O conceito de políticas públicas a ser aplicado nesta realidade não pode ser padronizado ou simplesmente composto de leis, decretos ou

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“O projeto já mobilizou importantes atores no estado. “Além dos empresários locais, hoje conseguimos apresentar as necessidades para crescimento do varejo para líderes responsáveis pela administração dos nossos municípios”, acrescenta Frank Sinatra, presidente da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas de Minas Gerais (FCDL-MG), que já recebeu três eventos do PNDV.

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CAPA portarias, embora, para as questões de abrangência ampla, seja essa a estratégia a ser adotada, como nas reformas em andamento no Congresso Nacional.

mas de um conjunto de programas, ações e atividades desenvolvidas com a participação de entes públicos e privados, sejam eles do seguimento social, cultural, étnico ou econômico.

QUAIS SÃO OS RESULTADOS ESPERADOS?

Existe comprovação estatística que quando as políticas públicas são criadas a partir de fóruns de desenvolvimento e/ou redes de relacionamento institucional, governança local com articulação entre entidades governamentais e privadas, e a participação pública e institucional em conselhos municipais é que temos impactos positivos no desenvolvimento social, econômico e ambiental. É assim que expurgamos e repelimos aqueles poucos que buscam defender interesses pessoais para um grupo ou segmento específico em detrimento do interesse público.

Ao final deste programa espera-se verificar melhorias relevantes no ambiente de negócios do varejo, trazendo benefícios diretos a micro e pequenos varejistas. Além disso, espera-se impactá-los positivamente por meio da propagação de ferramentas tecnológicas inovadoras, com as apresentações articuladas entre as entidades de representação do setor. Todas as propostas serão apresentadas para a Frente Parlamentar do Setor de Comércio e Serviços no Congresso Nacional para que possamos alcançar os resultados em um curto espaço de tempo”, explicou Honório. Mais informações sobre o programa acesse www.pndv.org.br .

É assim que minimizamos os efeitos da corrupção, criando um ambiente favorável ao bom relacionamento entre instituições onde políticas são criadas de forma pública e participativa, e não de forma particular ou oculta.

APRENDER COM QUEM SABE É UMA DAS CHAVES DO SUCESSO

RM: Qual sua orientação para que a entidade se atente à essa articulação e quais os caminhos para atuar no município?

Entrevistamos Paulo Cesar Ferreira, administrador e consultor de entidades empresariais, que tem grande experiência com as entidades e as lideranças públicas:

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RM: Como as políticas públicas refletem no desenvolvimento do país?

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PC | Desde nossa juventude ouvimos a frase “duas cabeças pensam melhor do que uma”. O desenvolvimento econômico e sustentável de um município, estado ou país só acontece assim. Políticas públicas e desenvolvimento sustentável não são assuntos exclusivos de uma hierarquia governamental e administrativa,

PC | As CDLs, excetuando-se algumas, precisam deixar de ser entidades que recebem ação e passar a ser entidades que agem. Deixar de ser reativas quanto à elaboração de políticas públicas e passar a ser mais proativas. Não esperar o leite derramar para tomar providências, entende? Precisam deixar de ser atores coadjuvantes e serem atores principais no desenvolvimento econômico local. A orientação inicial, por demandar apenas esforço, boa vontade, poder de articulação política e boa gestão da CDL é a de mapear e pleitear junto à Prefeitura espaço nos conselhos municipais e delegar à sua diretoria assentos em todos os conselhos (segurança, saúde, meio


CAPA ambiente, obras públicas, desenvolvimento econômico, educação etc). Outro passo é fazer funcionar e participar do conselho municipal da micro e pequena empresa, onde seguem-se as normas da Lei Geral da MPE. As iniciativas são várias e vou citar apenas mais algumas como a realização de fóruns de desenvolvimento local para que se tome conhecimento dos problemas do município, bem como sugestões de soluções para minimizar esses impactos e criar uma agenda de desenvolvimento de forma participativa. Também é interessante elaborar uma agência de desenvolvimento local ou regional onde todas as entidades se reúnam em prol do desenvolvimento econômico ou os observatórios sociais para acompanhar as políticas públicas e compras governamentais.

volvimento econômico do varejo. É necessário também buscar recursos para programas de desenvolvimento associativo e profissionalização das lideranças municipais e estaduais do nosso segmento, bem como para o desenvolvimento organizacional e da gestão das nossas CDLs. São elas que mobilizam os empresários e representam em esferas municipais os seus interesses. Federações fortes sempre são reflexos de um conjunto de CDLs e lideranças igualmente fortes e que têm grande poder de mobilização empresarial. Seguimos unindo forças pelo nosso Estado e consequentemente fortalecendo nosso Brasil.

RM: Na sua opinião o segmento varejista deve pressionar o governo na elaboração de políticas públicas mais abrangentes e que possam beneficiar mais setores?

É de interesse e da obrigação do governo fortalecer todos os setores e segmentos econômicos para que o país, como um todo, se desenvolva economicamente. O que sempre acontece é que os segmentos mais organizados, que tem maior representatividade e que tem uma clara visão de suas necessidades e demandas é que apresentam projetos e pleiteiam recursos para se desenvolver. O PNDV é uma grande iniciativa da CNDL para colocar o segmento varejista neste rumo da elaboração de projetos a fim de receber recursos da união. Falando do segmento varejista, precisamos pleitear cada vez mais recursos para o desen-

O próximo encontro do PNDV em Minas Gerais será durante a Convenção do Comércio Lojista Mineiro 2017, maior evento do varejo estadual que reúne dirigentes, profissionais e empresários associados às CDLs Mineiras. A Convenção acontecerá no Tauá Resort Caeté, no período de 31 de agosto a 3 de setembro. Mais informações www.fcdlmg.com.br .

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PC | Sim, todos os segmentos buscam e devem correr atrás da defesa de seus interesses, o que chamamos de fazer o “lobby”.

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AGÊNCIA

RADIOWEB A MAIOR AGÊNCIA DE NOTÍCIAS PARA RÁDIOS DO BRASIL

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Jovem


VITRINE

MERCADO PLUS SIZE É OPORTUNIDADE PARA EMPREENDEDORES DA MODA

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SEGMENTO ESTÁ AQUECIDO, TEM ALTA DEMANDA E POUCA OFERTA: 71% DAS PESSOAS QUE USAM ROUPAS GG TÊM DIFICULDADE PARA ENCONTRAR PEÇAS.

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VITRINE Em tempos de informação rápida e empoderamento, um nicho vem ganhando mais força em sua representatividade no mercado por quebrar estereótipos e exigir mudança das marcas: o Plus Size. Esse público, composto por homens e mulheres, de todas as idades, quer se sentir parte das ações sem ser julgado pela sua aparência. Seja no ramo de moda, alimentação ou de serviços, eles provam que devem receber toda a atenção dos gestores de Marketing.

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A categoria vem crescendo 6% ao ano e movimenta cerca de R$ 5 bilhões, segundo dados da Associação Brasileira do Vestuário (Abravest). Esse percentual corresponde a cerca de 300 lojas físicas e aproximadamente 60 virtuais. A expectativa, segundo a associação, é de um crescimento de pelo menos 10% ao ano. Na área de moda, por exemplo, a falta de padronização de medidas em roupas no Brasil fez com que diversas marcas excluíssem tamanhos maiores em suas grades, tornando o GG mais próximo a corpos um pouco mais volumosos do que a pessoas efetivamente acima do peso.

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Segundo dados da Cartilha Nichos de Moda do Sebrae, grandes marcas e redes de moda já perceberam que o nicho é valoroso. Entre as marcas que estão de olho no segmento, está a Malwee, que tem a coleção “Grandes Abraços” e acabou de lançar uma marca própria para o segmento. A Duloren foi a primeira marca de lingerie a apostar em tamanhos grandes com o slogan “Gostosa demais para usar 38” e hoje os tamanhos grandes correspondem a 50% do seu faturamento. Entre as grandes redes de moda estão a C&A com a linha “Special for you”, bem como a empresa Marisa que possui a linha “Especial para Você”. Também as empresas Riachuelo, Renner e Pernambucanas já possuem suas coleções Plus Size. Contudo, mesmo diante deste cenário, os consumidores de moda plus size ainda encontram dificuldades em comprar roupas e acessórios que

atendam às suas necessidades de tamanho e estilo, seja nos grandes varejistas, nas lojinhas de bairro ou em boutiques. Pelo cenário nacional, existe uma demanda real para a moda plus size, o que permite avaliar a possibilidade de apostar neste segmento que se apresenta como uma oportunidade de negócio para empresas que desejam abrir ou alavancar os seus negócios e agradar aos consumidores de roupas em tamanho grande, oferecendo maior valor agregado e dentro das tendências da moda. E, ao mesmo tempo, por se tratar de um nicho de moda, as barreiras de entrada tendem a ser menores. DE OLHO NAS TENDÊNCIAS – DIGA NÃO AOS PADRÕES OBSOLETOS Aceitar essa tendência é fundamental para todas as empresas, nos mais diversos segmentos. É preciso enxergar a mudança de padrão nos números e se adaptar a eles. A população está mudando e isso traz novos negócios, novas formas de vendas, novos produtos e novas customizações. Reinventar-se. Sempre. Com a ascensão do Plus Size, as empresas devem aproveitar a oportunidade de diversificar os seus produtos para que estes atendam às necessidades daqueles já não são minoria e que, muitas vezes, encontram dificuldades para atender suas expectativas. Segundo a Associação Brasileira do Vestuário, esse mercado movimenta cerca de R$ 4,5 bilhões por ano no Brasil. Você tem certeza que quer ficar de fora? Em pesquisa realizada pelo Sebrae, apenas 17,7% das lojas do varejo da moda brasileira oferecem roupas em tamanhos grandes, das quais míseras 3,5% são especializadas em moda plus size. Não é preciso explicar muito mais do que isso, certo? Esse é um nicho onde os próprios números ditam o que fazer: explorar as alternativas e as formas de atender esse público!


VITRINE O primeiro passo na iniciativa de atender um novo mercado é exatamente conhecer o perfil do consumidor para direcionar as ações estratégicas. O mercado plus size exige atenção especial, pois sua comunicação deve ser feita de forma a respeitar as diferenças entre os padrões de beleza pré-determinados mundo afora. Segundo pesquisas do Sebrae, 71% das pessoas que usam o tamanho GG têm dificuldade para encontrar roupas nas lojas comuns; dessas, 86% estão insatisfeitas com as opções para manequins grandes; além disso, 38% dos entrevistados compram roupa mensalmente; e a maioria (52%) compra em lojas de departamentos. Já pensou na quantidade de gente insatisfeita por aí, esperando por alguém que realmente pense a favor deles? Há de se falar também que, a mídia dita a moda para este segmento e, de acordo com a pesquisa, esse público tende a comprar o que vê e que os faça sentir bem. As coisas nem sempre são agradáveis em uma sociedade que adora se apegar a padrões. Dentre os principais problemas que o público “grande” tem no dia a dia destacam-se o próprio preconceito, a dificuldade de encontrar roupas que realmente sejam bonitas (e não apenas cumpram a sua função social de cobrir o corpo), os calçados que não servem ou se desgastam com mais facilidade, a falta de transporte público adaptado para corpos maiores, assentos de lugares públicos desconfortáveis sem o espaço necessário, dentre outros. Érica Dante, pedagoga e diretora da agência Equipe Plus, especializada em Plus Size, pontua que “esse mercado está crescendo muito e somente aqueles que estão desatentos não irão aproveitar as oportunidades”. Para Érica, “o termo Plus Size está associado aos tama-

nhos acima do manequim 44 e não ao fato do excesso de peso, conforme muitos acham”. No mercado internacional, esse público é visto normalmente e já se aceita com mais facilidade. “No Brasil ainda existe um grande desconforto entre as pessoas que realmente são e as que acham que são Plus Size”. Já para João Carlos, analista de recursos estratégicos da Prodabel, “sobrepeso nunca foi o meu caso, mas a genética sim. Me enquadro no perfil plus size pois as medidas que são definidas para ser enquadrado nesses moldes são as minhas. Tenho dificuldade de encontrar roupas, as vezes elas servem, as vezes falta cumprimento nas pernas, e, para piorar, quando se acha uma loja boa, as peças variam entre elas mesmo tendo o mesmo número em todas as etiquetas. Falta qualidade nos cortes. Sapatos então, poucas lojas oferecem diversidade. Por fim, as que oferecem este tipo de produtos acabam fidelizando um grande público e garantem que sempre os procuremos. O triste é ver que a sociedade ainda faz o vínculo de plus size a ter sobrepeso”. A título de curiosidade, João tem 1,85 metros de altura e as medidas da cinturam e dos calçados são, respectivamente, 46 e 44. O peso é de 88kg. Não parece muito, certo? Porque não é! Para Fernanda Ferreira, modelo e consultora de moda plus size e atualmente é gerente da loja Rosangela Novaes, em Belo Horizonte, ainda existem poucas lojas. Dessas, ainda têm aquelas que oferecem produtos com baixa qualidade, tecidos ruins, cortes mal feitos, entre outros. Por outro lado, as lojas que levam a sério o tipo de negócio possuem líderes diferenciados e que buscam atender o cliente de todas as formas. Com certeza eles conquistam a fidelidade e o carinho do consumidor apenas por demonstrar cuidado com ele. Pode ter certeza, é um ramo que não tem crise, declara Fernanda.

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E O MERCADO?

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VITRINE

FOTO FCDL-MG/Divulgação

Fernanda Ferreira, modelo e consultora de moda plus size e atualmente é gerente da loja Rosangela Novaes, em Belo Horizonte

EMPREENDEDORES DE PESO

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A empresária Cinara Fernandes iniciou o seu negócio, a Elegance, com apenas R$ 800, na garagem de casa. Desde 1999 a confecção vem crescendo e se modernizando e hoje possui 66 funcionários.

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Apesar de um alto crescimento no volume de vendas, a empresária diz que ainda existe muito preconceito. “Sentimos que ainda há uma resistência grande da sociedade, do lojista que não quer expor a roupa na vitrine, que acha que peças que fogem do básico não vão vender, e da própria pessoa que tem vergonha em procurar por roupas deste segmento”, afirma Cinara. Como estratégia de diferenciação a empresa fornece orientação aos lojistas sobre como melhorar a exposição dos produtos, realizam sorteios e desfiles exclusivos para os principais clientes. A empresária e sua filha, a estilista Gabriela Nunes, procuram estar cercadas de informação de moda, de tendências, cores, estampas e tecidos para oferecer produtos diferenciados aos clientes.

Flaminga é uma loja on-line que vende diferentes estilos em tamanho plus size pra mulheres que querem evitar o desconforto de entrar em uma loja de tamanhos maiores. A empresa foi MODA PLUS SIZE criada em fevereiro de 2013 pelas sócias Sylvia Sendacz e Cristina Horowicz, e para ter um diferencial, oferecem consultoria de estilo pelo telefone e disponibilizam uma sessão chamada “provador”, na qual é possível identificar o tipo de corpo da cliente. “Sentimos que está cheio de gente mais “cheinha”, louca para usar uma roupa bacana, estilosa, mas que enfrenta dificuldades em achar. Por vezes, vestem aquilo que serve, mas não exatamente o que desejam”, afirma Sylvia Sendacz. Presente no mercado desde 1939, a Varcastore é uma das mais tradicionais lojas do ramo no Rio de Janeiro. No início, Philomena Varca costurava em uma máquina a pedal, confeccionando camisas. O negócio foi crescendo e em 1941 uma loja foi inaugurada: a Camisaria Varca. No final da década a empresa já havia se consolidado no mercado. Ao longo dos anos, com o negócio passando para as gerações seguintes, o empresário Chiquinho Varca, agora no comando dos negócios, atentou para a necessidade do mercado em oferecer roupas estilo plus size para homens. Oferecendo esses produtos em larga escala, a camisaria passou a se dedicar exclusivamente aos tamanhos especiais, dos estilos esportivos aos sociais. Hoje, a Varcastore conta com nove lojas nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Distrito Federal, além da loja virtual.


VITRINE • Busque fornecedores que produzam peças com modelagem específica para o público plus size; • Ofereça produtos que possuam um bom caimento, proporcionem conforto e que estejam dentro das tendências da moda. Corte e caimento devem valorizar curvas e esconder imperfeições; • Aposte em peças com rendas, brilhos, cores e modelos que estão na moda. Cada vez mais bem resolvidas, mulheres deste nicho querem peças com mais charme; • Ofereça serviços de moda e estilo para os clientes, como, por exemplo, ter à disposição um personal stylist; • Conheça o comportamento do consumidor de moda plus size e crie formas de identificar as demandas deste público; • Esteja atualizado quanto às tendências de moda: assine revistas especializadas, acesse blogs e sites de referência e siga, na sua fanpage, pessoas, empresas e instituições que tragam estas informações;

• Segmente seu público e monte um mix de produto direcionado. Como exemplo: jovem, feminino, masculino, infantil, casual, festa, fitness, etc.... • Treine bem os vendedores para atenderem de forma diferenciada este público que exige atenção especial. Aproveite a oportunidade! Afinal todo mundo gosta de se vestir bem e se sentir bonito.

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ESTRATÉGIAS DE DIFERENCIAÇÃO PARA ATENDER ESSE PÚBLICO COM QUALIDADE

• Participe de feiras do segmento como o Fashion Weekend Plus Size, evento que reúne grandes marcas especializadas duas vezes ao ano em São Paulo;

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CONEXÃO

GESTÃO EFETIVA DE GASTOS É CHAVE PARA A RENTABILIDADE NO VAREJO OTIMIZAR GASTOS VAI MUITO ALÉM DE CORTAR OS “CAFEZINHOS” POR ANDRÉ CHAVES, SÓCIO DA FALCONI

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FOTO SÉRGIO CASTRO

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ANDRÉ CHAVES Sócio da Faclconi

Ouso iniciar esta discussão sobre gestão de gastos parafraseando o estimado professor Vicente Falconi: “Somente custo baixo protege os empresários”. Embora essa verdade seja poderosa e atual, é sempre importante qualificar o que exatamente é custo baixo e como os gestores devem perseguir esse objetivo. Gerenciar gastos não é simplesmente cortar, mas sim buscar, de maneira consistente, eliminar tudo o que não agrega valor ao negócio. Cortar gastos de maneira inteligente demanda uma análise aprofundada do uso dos recursos para definir com precisão quanto podemos reduzir. Para isso, existem técnicas consagradas e poderosas, acessíveis a toda organização. Vamos tomar como exemplo alguns dos tipos de gastos mais comuns nas empresas do varejo: os gastos com pessoal, de funcionamento das lojas e os comerciais. Em relação aos gastos com gente, recomendamos duas abordagens: buscar produtividade na operação e simplificar a estrutura organizacional. Para identificar oportunidades de aumento da produtividade devemos eliminar as atividades que não agregam valor, mas que consomem tempo das pessoas, aumentando a quantidade de funcionários (ex.: um relatório de vendas que ninguém lê, mas que consome tempo do vendedor). Também é importante garantir que o trabalho operacional seja feito de maneira padronizada, para que todos conheçam a melhor maneira de executar uma certa tarefa (ex.: como operar o caixa para reduzir o tempo de espera do cliente e o número de caixas necessários). Em relação à estrutura gerencial, precisamos olhar atentamente que funções cada área executa, eliminando as tarefas que são feitas em duplicidade (ex.: time de vendas e o financeiro fazendo fechamento mensal) ou pelo time errado (menos produtivo) ou mesmo pelo nível hierárquico errado (custo mais alto). Outro


CONEXÃO problema comum é termos um número excessivo de gestores com pouquíssimas pessoas em seu time (ex.: um gerente que tem apenas um supervisor), gerando uma proliferação de áreas “especializadas”, mas, muitas vezes, desnecessárias, que incham o organograma e tornam mais difícil a comunicação e o funcionamento dos processos internos.

o controle sobre o seu uso seja inadequado. No primeiro tipo, para encontrar os desperdícios, é necessário estudar o “retorno sobre o investimento” de cada ação (ex.: para cara real de propaganda em certo canal de divulgação, qual o retorno em fluxo de loja), identificar as práticas que geram melhores resultados e priorizar o seu uso.

Para as despesas típicas de funcionamento (ex.: aluguel, limpeza, energia etc.), devemos estabelecer indicadores que meçam efetivamente o consumo de cada recurso, bem como o seu preço unitário. Por exemplo, em uma empresa do varejo automotivo, estudamos o gasto com consultas aos órgãos de proteção ao crédito e percebemos que havia entre as lojas uma grande variação no valor médio (R$/consulta).

No segundo tipo, a chave é descomplicar as políticas de remuneração variável da força de vendas e alinhá-las aos interesses da empresa. Em um cliente, identificamos que a combinação de percentuais de comissão com as campanhas gerava um emaranhado tão grande de critérios de difícil apuração que nenhum vendedor conseguia entender bem. Além disso, em certas combinações, a margem final era negativa, pois os incentivos consumiam toda a rentabilidade do produto.

Entre as despesas comerciais, há dois tipos de gastos em que normalmente existem oportunidades relevantes: despesas de marketing e comissões/incentivo. Ambos têm a função de promover o crescimento das vendas e, por definição, agregam valor. Entretanto, é normal que

Portanto, estabelecer regras claras, usar o incentivo certo, evitar a superposição e alinhar a remuneração com a rentabilidade da venda são abordagens que irão aprimorar significativamente a qualidade do gasto. A combinação dessas e de outras técnicas permite ao gestor que busca eficiência enxergar claramente a diferença entre investimentos, gastos essenciais e desperdício. O seu uso associado a planos de ação claros e uma governança de resultados robusta são capazes de produzir resultados excelentes nas organizações do varejo, contribuindo fortemente para a sua competitividade.

FICA A DICA! Os indicadores de gestão e as técnicas de controle devem andar juntas. Sempre atualizados e o mais detalhado possível. Caso haja alguma discrepância fora do previsto, faça os devidos planos de ação. Além disto, o dimensionamento correto de cada despesa é o ideal. Afinal, é melhor prevenir do que remediar.

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Descobrimos que não havia um padrão que determinava qual era a consulta mais adequada para cada tipo de venda, levando ao uso excessivo da opção mais completa e cara. Outro exemplo: ao analisar os gastos com energia, percebemos que a limpeza da loja era feita sempre à noite, depois que ela fechava. Uma simples mudança de horário para que a limpeza fosse feita pela manhã, antes da abertura, gerou grande redução de consumo, pois a luz do dia tornava desnecessária acender uma grande quantidade de lâmpadas no showroom. A mesma abordagem se estende aos contratos; ao estabelecer métricas efetivas de entendimento do benefício (ex.: gasto com segurança patrimonial/metro quadrado de loja protegida), temos melhores condições de negociar efetivamente com os fornecedores.

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PRATICAR

É BOM SABER: SE VOCÊ TEM DÚVIDAS, NOSSO JURÍDICO ESCLARECE.

Gostaria que esclarecesse a questão de registrar avalistas de notas promissórias. Considerando que os cheques são registrados apenas o emitente (nos casos de conta conjunta), como é o procedimento dos registros para avalistas: em promissórias, contratos e etc.? O aval é dado pelo avalista em títulos de crédito, como o cheque, nota promissória, duplicata, letra de câmbio, título de crédito rural, dentre outros. Assim, o avalista como garantidor da dívida juntamente com o devedor principal poderá ser registrado no SPC. Porém, lembramos que desde 11.01.2003 com a vigência do novo Código Civil, Lei nº10.406, é necessário que o aval tenha a outorga conjugal sob pena de nulidade (artigo 1.647, inciso III). Como exceção, o aval é permitido sem a anuência do cônjuge, caso tenham casado sob o regime de separação absoluta de bens. Por isso, via de regra, é necessário para esta modalidade de garantia nos títulos de crédito, que o credor exija do avalista a assinatura com a outorga marital ou uxória (esposa). Porém, em 2007, o CFJ – Conselho Federal de Justiça por meio do Enunciado 114 disciplinou o entendimento sobre o artigo 1.647 do Código Civil, dispondo:

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Enunciado 114 – Art. 1.647: O aval não pode ser anulado por falta de vênia conjugal, de modo que o inc. III do art. 1.647 apenas caracteriza a inoponibilidade do título ao cônjuge que não assentiu.

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SARA SATO Assessora jurídica da FCDL-MG

Assim, nas relações comerciais onde a empresa solicita o aval como garantia de pagamento de títulos de crédito (cheques, notas promissórias ou duplicatas), o avalista não poderá alegar a anulabilidade do aval dado, sem o consentimento do cônjuge, podendo aquele que figu-


PRATICAR rou como avalista ser registrado ou ser cobrado judicialmente. Cheque pré-datado é considerado forma de pagamento à vista? Existe alguma legislação a respeito do assunto? A Lei nº7.357/85 em seu artigo 32 considera o cheque uma ordem de pagamento a vista, devendo ser pago no momento de sua apresentação ao banco sacado, descontando-se o valor do saldo existente. Devemos lembrar que os cheques pré-datados que na verdade são pós-datados, não possuem legislação específica. É que se tornou prática comum entre comerciantes aceitar pagamento com cheque pós-datado assumindo a obrigação de apresentá-lo na data avençada com o cliente, sob pena de não o fazendo, arcar com os ônus de uma indenização.

destes prazos, perderá seu direito e não poderá mais reclamar. Caso haja garantia complementar, superior a legal, em geral dado pelo fabricante (comum para eletrodomésticos, eletrônicos - de 180 dias, 1 ano ou mais), deverá o fabricante dentro do prazo estendido, garantir o produto contra defeitos. A troca de mercadorias só é obrigatória nos casos em que o estabelecimento vende ao consumidor mercadorias que apresentem defeito ou vício. Mesmo assim, a empresa terá o prazo de até 30 dias para corrigir o defeito do produto ou serviço (artigo 18 do CDC), devendo recolher o produto e corrigir este defeito dentro deste prazo (30 dias). Caso o lojista não cumpra este prazo aí caberá ao consumidor o direito de escolher alternativamente um novo produto sem defeitos, a devolução do dinheiro ou o desconto proporcional da mercadoria.

As súmulas 370 e 388 do STJ - Superior Tribunal de Justiça tendo em vista práticas reiteradas desta modalidade de pagamento consideram que a apresentação do cheque pré-datado antes da data convencionada geral dano moral, e que a devolução indevida do cheque pelo banco também é fato gerador do dano moral. Nosso cliente quer saber: qual o prazo que o consumidor tem para fazer devolução de uma mercadoria ou trocar dentro do seu direito?

Assim, o consumidor terá garantia legal para reclamar de vícios ou defeitos de produtos vendidos nestes prazos. Se não o fizer dentro

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Quando o produto é vendido ao consumidor existe o prazo que a Lei 8.078/90 (Código de Defesa do Consumidor – CDC) impõe de garantia do produto sendo de 30 dias para produtos não duráveis e 90 dias para produtos duráveis. Este prazo é contado da data da compra ou da entrega do produto (melhor prazo).

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MOVIMENTO ECONOMIA

EMPREGO NA ERA DAS CRISES FOTO DIVULGAÇÃO

Há 74 anos foi criada a Consolidação das Leis Trabalhistas – CLT que unificou toda a legislação do trabalho existente de forma definitiva com o objetivo de regulamentar as relações individuais e coletivas pertinentes a essa esfera. Essa consolidação foi baseada em três fontes: o 1º Congresso Brasileiro de Direito Social em 1941; nas convenções internacionais do trabalho e na Encíclica Rerum Novarum (em português, “Das Coisas Novas”). Além disto, o pano de fundo era a proximidade do fim da II Guerra Mundial e o Brasil estava, além de se recuperar, aprendendo as novas formas de lidar com o mundo e com ele mesmo.

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Incrível! Quanto tempo se passou e permanecemos embasando nossas relações trabalhistas em um passado que teve em sua essência uma guerra, uma economia majoritariamente agrária e uma Justiça Trabalhista recém-criada. É tempo de mudanças imediatas! Em tempos atuais, estas mesmas leis que colaboraram no passado viraram contra nós mesmos, isso sem mencionar ainda a tributação que incide sobre o trabalho, o que pesa ainda mais na leveza do sistema e prejudica estruturalmente toda o desenvolvimento da nação.

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FRANK SINATRA Presidente FCDL-MG e Presidente CDL Contagem

Procrastinar a Reforma Trabalhista é matar o Brasil aos poucos e limitar sua grande potencialidade de se tornar uma nação desenvolvida e forte! Essa reforma trabalhista que tramita nas esferas governamentais está passando da hora de se realizar. Precisamos desse suporte para garantir a geração de empregos e renda nos moldes atuais. O projeto de lei 6.787/2016 mantém a prevalência dos acordos coletivos em relação à lei em pontos específicos, propõe algumas garantias ao trabalhador terceirizado e o fim da obrigatoriedade da contribuição sindical, entre outras alterações. O documento cria ainda duas modalidades de contratação: a de trabalho intermitente, por jornada ou hora de serviço, e também o home office. Isso tudo


Isso seria um grande avanço em nossa sociedade que vive uma economia totalmente diferente ao compará-la com os moldes da criação da CLT. Apesar de não contemplar todos os pontos necessários para manter a flexibilização das relações trabalhistas e, principalmente, atingir a desburocratização e a desoneração tributária, nós, empresários teríamos mais segurança em contratar e gerar renda em um mercado de trabalho que, por si, criou novas formas de agregar valor e evidenciar novas formas de trabalhar.

o Brasil continuará figurando para o território nacional e internacional, que é um país permeado de corrupções e que não consegue sanar suas deficiências. Até quando seremos vistos e avaliados por isso? O povo brasileiro é mais do que isso.

MOVIMENTO ECONOMIA

preservando os direitos trabalhistas e suas respectivas conquistas ao longo dos anos.

Como tudo na vida, tais ações demandam tempo para ser instaladas e amadurecidas. Ainda mais que, na eminência de instalação de projetos de longo prazo, a crise política turva os horizontes e, com isso, trava o desenvolvimento das medidas, da economia e do crescimento nacional. O que poderia ter sido um marco que estimularia uma transformação total nas relações trabalhistas buscando um equilíbrio entre as partes, trabalhador e empregador, virou uma estátua no tempo, aguardando algo que ninguém sabe definir até o momento. Isso piora nossa visão de mercado, enfraquecendo-o em todas as esferas de negócios. Termino minha indignação extremamente chateado pois, com certeza, perdemos muito com isso e

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Com certeza, o que estaríamos escrevendo em nossa história, não é o melhor, mas acreditei que esta medida poderia trazer resultados mais positivos e animadores! Esses, por sua vez, contribuiriam para reconstruir uma confiança que foi quebrada pelos diversos interesses existentes no mercado e, também pela própria recessão econômica que contaminou uma das principais variáveis responsáveis pelo desenvolvimento, geração de renda e da solidificação do próprio ser humano: o emprego.

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EM DESTAQUE

EM DEFESA DO VAREJO BRASILEIRO Formado em sua imensa maioria por pequenas empresas, o setor de comércio e serviços contribui de forma expressiva na geração de emprego e renda do país. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o varejo emprega um em cada cinco trabalhadores e impacta dois terços do PIB do país. O Sistema CNDL é uma das maiores redes representativas do segmento, e congrega a classe empresarial lojista, unindo não somente empresas comerciais, mas também serviços voltados a apoiar o segmento.

O Sistema, de livre adesão, é formado pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), entidade sem fins lucrativos e com representação nacional, 27 Federações das Câmaras de Dirigentes Lojistas (FCDLs) atuantes nos estados e mais de 1.500 Câmaras de Dirigentes Lojistas (CDLs) presentes nos municípios brasileiros, contribuindo para o desenvolvimento socioeconômico destes. A CDL Jovem é responsável pela preparação de jovens empreendedores. Já o SPC Brasil é o braço de oferta de benefícios do Sistema e o mais completo bureau de crédito da América Latina. Com o mais completo banco de dados, oferece soluções para o desenvolvimento do varejo, por meio de produtos e informações, além de indicadores de confiança e pesquisas sobre consumo. Essa grande rede conta ainda com cerca 450 mil empresas associadas e mais de um milhão de pontos de vendas em todo país. Há mais de 50 anos o Sistema CNDL constrói uma base sólida, seguindo os princípios da ética, associativismo e comprometimento, sempre em busca de meios que permitam o fortalecimento da livre iniciativa e na defesa do varejo nacional.

VOCÊ SABIA? O Movimento Lojista Brasileiro é representado pela nau fenícia. A história do símbolo remonta aos mercadores da civilização fenícia, que iniciou o comércio marítimo nos séculos X e I a.C. Esse povo, que viveu na região do Mediterrâneo, não conseguiu desenvolver a agricultura ou outros modos de produção, pois vivia em uma região com poucos recursos naturais. Assim, o comércio transformou-se na marca dessa civilização. Os mercadores utilizavam embarcações a vela para levar suas mercadorias ao longo da costa, desde a Península Ibérica ao Norte da África. Desde aquela época, para dominar as principais rotas comerciais entre o ocidente e o oriente, adotavam associações, entrepostos e colônias. Os fenícios criaram o primeiro alfabeto da civilização ocidental.


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