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Revista :Estúdio. ISSN 1647-6158. Vol.2 (4): 12-18.

Figura 4 Francisco Afonso Chaves (1857-1926). Rocha (Vista do Mar) e Vista de uma Rua em Santa Maria, 1902. Gelatina sal de prata sobre vidro, 4,5 × 10,7 cm. Ponta Delgada, Museu Carlos Machado (Inv. n.º CAC325). Figura 5 Francisco Afonso Chaves (1857-1926). No Vapor Vasco da Gama, Tejo (Lisboa), (1920?). Gelatina sal de prata sobre vidro, 4,5 × 10,7 cm. Ponta Delgada, Museu Carlos Machado (Inv. n.º CAC3549).

de Afonso Chaves. É o que ocorre noutras fotografias onde, por via da sobreposição no mesmo suporte de registos espaciais e temporais diferentes (isto é, da fixação no mesmo vidro de imagens diferentes), a unidade, opacidade e materialidade do mundo e dos corpos dá lugar à sua multiplicidade, transparência e imaterialidade (Figura 4, Figura 5). Ver através da superfície torna-se então ver mais e ver diferente: ver através dos corpos. Conclusão: o sujeito vidente como sujeito extático ou fora de si

Entre duas representações sucessivas e dois momentos perceptivos diferentes, aquele onde se afirma a presença de um corpo e aquele onde se demonstra a sua ausência (ou desaparecimento) do mundo visível, o sujeito é levado a testemunhar esse outro momento extraordinário e habitualmente invisível que medeia entre ambos: aquele em que o corpo em trânsito (e em transforma-


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