boas-vindas 10 Carta ao leitor 12 d e porteiras abertas para o essen C ial 14 t udo C omeçou C om apenas oito suítes 18
v o C ê tem um amigo em Queluz 22 a arte de nego C iar sabor C om o tempo 28
s eguir adiante para manter a tradição 34 b astidores s anta v itória 40 u m vinhedo C om vista para a m anti Q ueira 44 Cozinhar é saber ler a terra 52 d uas serras e um rio 58
¶ A primavera por aqui é um tempo de renovação vibrante, marcado por uma série de transformações naturais e atividades agrícolas. Durante esta estação, a fazenda se enche de cores com a floração de várias espécies como o ipê-amarelo, tão comum no Vale do Paraíba. As frutíferas que trazem as memórias de infância de fruta no pé também são protagonistas deste período.
¶ É também uma época importante aqui na propriedade, adequada para o plantio de muitos legumes e verduras, aproveitando o solo úmido e o clima ameno. Inclusive, neste mês será finalizada a implantação das espaldeiras, uma das etapas iniciais do projeto da vinícola da fazenda. Em breve, serão plantadas as videiras. ¶ Uma temporada de intensa atividade no território e de início de novos projetos, que estabelece o tom para o restante do ano na Fazenda Santa Vitória.
A vida floresce, com o retorno de aves migratórias e o nascimento de filhotes de diversos animais, animando ainda mais a paisagem.
Carta ao leitor
Nessa primeira edição, mostramos um projeto que cresce com a região e faz florescer uma comunidade
SETE ANOS ATRÁS, embarcamos em uma jornada ambiciosa com o lançamento do nosso projeto, um ecossistema vibrante de iniciativas que buscava não apenas prosperar, mas também inspirar. É com grande orgulho que refletimos sobre o caminho percorrido e nos voltamos para os horizontes que ainda desejamos explorar.
Desde o início, nossa missão foi clara: criar um espaço onde diferentes iniciativas pudessem florescer, de hospitalidade a produtos como queijos e vinhos. Nossa visão era de um projeto integrado, no qual cada elemento se reforça e se inspira mutuamente, contribuindo para uma experiência coletiva rica e gratificante.
Ao longo desses anos, vimos a transformação de ideias em realidade, com cada nova vila, cada produto artesanal, cada evento que organizamos fortalecendo a essência do que nos propusemos a fazer. Crescemos em escala, mas mais importante, crescemos em comunidade e em compromisso com nossos valores de qualidade, autenticidade e respeito ao ambiente natural e cultural que nos envolve. Os desafios foram muitos, como são para qualquer empreendimento que se atreve a sonhar grande. Mas a cada obstáculo, nossa resiliência foi testada e fortalecida. Cada sucesso reforçou nosso
propósito e nos incentivou a ir além, a buscar novas maneiras de enriquecer nossas iniciativas e ampliar nosso impacto enquanto mantemos a hospitalidade calorosa que é a marca registrada da Fazenda Santa Vitória.
Mais do que infraestrutura e produtos, cultivamos relações. Com cada hóspede, parceiro e colaborador, fortalecemos os laços que nos unem, construindo uma comunidade que é a verdadeira base do nosso sucesso. Este sentido de comunidade é o que realmente desejamos preservar.
Olhando para o futuro, estamos animados com as oportunidades que se apresentam. Planejamos expandir nossas operações, introduzir novas atividades e continuar a aprimorar nossas ofertas atuais. A cada ano, nossa comunidade cresce e, com ela, nosso potencial de fazer a diferença também. Esta é mais do que uma revista, é um convite para vivenciar além da porteira o que há de mais autêntico neste “pedacinho de céu”. Convidamos você a respirar fundo, relaxar e se deixar envolver pela serenidade e pela autenticidade que nossa fazenda oferece.
Aproveitem!
FÁBIA RAQUEL
d e porteiras abertas para o essen C ial
Propósito e conexão com a cultura local movem a fazenda na busca pelo seu melhor
NA FAZENDA SANTA VITÓRIA existe um convite perene à preservação das tradições da roça, ao viver lentamente, ao ouvir o barulho das águas e o sussurro do vale.
Longe da correria das cidades, nos reconhecemos novamente como parte da natureza. Hoje e cada vez mais essa oportunidade de colocar os pés no chão e a cabeça nas nuvens é o verdadeiro prazer. Um estilo consciente que conecta a cultura local, sua gente e seus costumes à experiência integral do visitante. Valorização de lugares, do nosso ritmo conciliado com a natureza, dos momentos em silêncio e da observação ativa. Ser mestre do seu próprio tempo.
A proposta do turismo rural imersivo é degustar cada momento com abertura e inspiração. Seja em uma cavalgada pelos morros, banho de cachoeira cristalina, trilha pelas matas e riachos ou simplesmente nos prazeres da mesa. O resultado é de entrega e gratidão à vida que pulsa ao redor.
E foi assim, inspirada nessa fluidez orgânica, que a fazenda abriu a porteira para o público que busca experiências em lugares atemporais. Lugares que levam em consideração o entorno e colocam em primeiro lugar o contexto socioambiental.
A Fazenda Santa Vitória é uma propriedade produtiva do século 19, fundada durante o Ciclo do Café. Hoje, suas porteiras estão abertas aos visitantes que valorizam a simplicidade, a cultura regional e a arte. Esses são pilares importantes de hospitalidade para nós e as nossas vilas de hospedagem realizam esse sonho campestre com acomodações de diferentes estilos espalhadas pela paisagem.
E para quem quiser colocar ainda mais os pés nessa terra, será possível ter um pedacinho desse paraíso. Lançaremos em breve uma vila residencial. Enquanto isso, seguimos com muitas frentes de trabalho aqui em Queluz, no lado paulista da Serra da Mantiqueira. Estamos na maior bacia leiteira do estado de São Paulo e a nossa
Queijaria Santa Vitória é parte essencial da vivência gastronômica aqui com a produção diária de queijos, iogurte, ricota e manteiga, muitos deles premiados dentro e fora do Brasil.
A filosofia da gastronomia aqui está apoiada em pilares como produção de alimentos na própria fazenda, uso de ingredientes de produtores locais e valorização dos saberes culinários regionais. A fazenda desenvolve outros projetos e parcerias com quem também apoia esses valores, recebendo chefs de várias partes do Brasil para programações gastronômicas especiais.
Assim como alimentamos o corpo, fazemos o mesmo pela alma. Abrimos espaço também para expressões da cultura tradicional da região e valorizamos novas iniciativas, como o projeto Respiro, residência rural na qual artistas criam obras que ficam expostas na fazenda para visitação.
Assim, mantemos ativa, no sentido amplo da palavra, essa área de quatro mil hectares. No passado, ela foi dedicada ao café a à canade-açúcar e, hoje, produzimos leite, queijo, hortaliças e madeira de reflorestamento, além de operarmos a hospedagem e já estarmos trabalhando na implantação de um vinhedo. Tudo isso, preservando na propriedade áreas de Mata Atlântica que cumprem papel vital para a manutenção da biodiversidade local. Equilibrar essas dinâmicas ao movimentar a economia da região é obrigatório.
Propósito genuíno, qualidade em cada detalhe e originalidade só se juntam quando existe visão. Ao comprar a propriedade, o Luiz Eduardo Tarquínio Monteiro identificou que essa grande área entre Rio de Janeiro e São Paulo, as duas maiores cidades do Brasil, poderia ser berço de muitas iniciativas. Fácil acesso, natureza exuberante e o posicionamento entre duas serras, Mantiqueira e da Bocaina, fortaleceram o interesse pela região.
Esse projeto foi iniciado em 2016 e a cada ano foi discutido o que seria implantado, avaliando o resultado e estabelecendo os próximos passos. Em alguns momentos esses passos foram grandes e neste semestre será iniciada uma grande onda. Essa nova fase será de expansão, que foi definida no período da pandemia, quando o tempo era abundante o sonhamos com o futuro.
Obviamente, nem tudo que foi planejado aconteceu, já que foi um plano para 10 anos. No meio disso, surgiram oportunidades que não foram cogitadas e acabaram absorvidas por fazer sentido dentro do projeto como um todo. Todo o movimento que acontece dentro da Santa Vitória busca ser fiel aos pilares que foram estabelecidos no início do projeto: valorização da região e geração emprego e renda.
O legado de tudo isto será a transformação da vida das pessoas e famílias que trabalham aqui e da região em que estamos inseridos.
SANTA VITÓRIA
EQUIPE
t udo C omeçou C om apenas oito suítes
O projeto da Fazenda Santa Vitória alcançou a sua posição atual porque foi sonhado com ambição e propósito. A aquisição de uma fazenda em uma região que é berço da cultura caipira, estrategicamente localizada entre as duas maiores cidades do país, impulsionou o desenvolvimento de um empreendimento totalmente enraizado nessa terra rica em pessoas, natureza e tradições.
Hoje, a fazenda é referência em turismo rural na América Latina e, mesmo após oito anos, continua em expansão. Nas próximas páginas, uma linha do tempo destaca os marcos dessa trajetória na Serra da Mantiqueira
2016
A Fazenda da Cascata é adquirida, marcando o início da ideia de um projeto de hospedagem no local. Em seguida, outras três fazendas são compradas, todas interligadas: Santa Vitória, Santa Terezinha e Regato. As obras de adequação têm início na sede da fazenda Santa Vitória, em setembro.
2017
A operação é iniciada em janeiro, com oito acomodações. O ano foi intenso em reformas e obras, focado em acolher mais hóspedes e melhorar a experiência na hospedagem. Esses trabalhos começaram com a ampliação da varanda da Sede, seguida pela construção das Casas da Montanha e das Suítes Quintal, inauguradas em setembro e dezembro, respectivamente.
2018
Com o aumento no número de hóspedes, diversas melhorias foram realizadas nos equipamentos de lazer da fazenda. Entre elas, destacamse a reforma e ampliação da sauna. No segundo semestre, teve início a construção do primeiro espaço gastronômico externo, o Rancho da Cachoeira
2019
Logo no início do ano, foi inaugurado o Rancho da Cachoeira. Com seu estilo rústico, ele rapidamente caiu no gosto dos hóspedes com ambiente convidativo para longos almoços, fogão a lenha e um riacho bem ao lado para banhos refrescantes. Um marco importante para as futuras implantações dos outros espaços gastronômicos.
2020
Várias obras foram iniciadas, começando pelo Pavilhão do Riacho, que trouxe novas possibilidades de experiências gastronômicas, além de eventos sociais e corporativos. Em seguida, teve início a construção das Casas do Pomar, uma nova proposta de acomodação. Em novembro, foi concluída a reforma da Casa do Arado.
2021
Foi um grande ano, marcado pelas inaugurações das Casas do Pomar e da Casa do Galo. Paralelamente, várias reformas importantes foram realizadas, incluindo a do Haras, que se tornaria o terceiro espaço gastronômico. Para coroar, duas obras essenciais para o amadurecimento do projeto foram iniciadas: o SPA Ybyrá e a Queijaria Santa Vitória.
2022
O segundo núcleo de hospedagem ganha vida com a reforma na Vila da Cascata. Ainda no primeiro semestre, o espaço gastronômico do Haras é aberto aos hóspedes. Em março, a Queijaria Santa Vitória inicia suas atividades e o ano se encerra com a inauguração do SPA Ybyrá
2023
Em março, a Vila da Cascata é inaugurada. Com isso, a fazenda não apenas passa a divulgar as diferentes experiências oferecidas lá e na Vila Prosperidade, mas também inicia o planejamento de novos núcleos de hospedagem dentro da propriedade.
2024
Um novo ciclo de expansão começa em várias frentes. O projeto Respiro e o Armazém são inaugurados, proporcionando uma experiência mais diversificada e confortável para os hóspedes. Paralelamente, três grandes projetos são iniciados: a primeira vila residencial, a vinícola e um novo núcleo de hospedagem, a Vila Boa Esperança.
v o C ê tem um amigo em Queluz
Fazer com que o hóspede se sinta completamente à vontade sempre foi a meta principal da equipe. Nesse conceito de hospitalidade, a gentileza é um valor central, tão importante quanto a oferta das facilidades que o viajante moderno espera
O ar colonial dá o tom da Sede da Vila Prosperidade, o primeiro núcleo de hospedagem da fazenda. As acomodações estão dentro e ao redor desse belo casarão restaurado, com diferentes propostas de experiência, como se vê nessa página e na seguinte
NA TAREFA de transmitir ao futuro hóspede como é a experiência de se hospedar na fazenda, muitas vezes é usada a comparação com a casa de um amigo. Mas que amigo seria esse? E que casa seria essa? Toda a equipe local tem essas figuras imaginárias muito bem definidas em mente. Referências são sempre pessoais, mas certas coisas não saem de moda, ou melhor, seguem como sinais incontestáveis de boa hospitalidade. Não foi por acaso que esse refúgio em Queluz se tornou referência em turismo rural na América Latina.
Desde o início da operação, com não mais do que oito suítes, em 2017, a ideia era fazer com que cada hóspede se sentisse totalmente à vontade para relaxar. Aproveitar a natureza ao redor e a aconchegante Sede da Vila Prosperidade. Ambientes sem exageros e onde prevalece a autenticidade, espontaneidade, receptividade. Os visitantes captaram facilmente essa essência e começaram a voltar e indicar para amigos. Foi o triunfo do que é belo e bom em sua própria simplicidade.
Atenção aos detalhes, sossego, pequenas gentilezas, discrição, disponibilidade, sorrisos. Seja na Vila Prosperidade ou na Vila da Cascata, os dois núcleos de hospedagem da fazenda, essa acolhida caipira com todas as facilidades de hoje encanta quem passa pela porteira. Cada uma das acomodações conta com o conforto que espera um viajante acostumado a sentir-se bem recebido em qualquer lugar do mundo. Para onde se olha, percebe-se o cuidado de alguém que passou por ali antes para deixar tudo preparado.
A Vila Prosperidade foi a primeira a ser inaugurada e é caracterizada pelo belíssimo casarão azul e branco do século 19, erguido no Ciclo do Café. Ele foi reformado para abrigar suítes extremamente confortáveis. Separadas por jardins ou trechos de Mata Atlântica, outras acomodações na mesma vila oferecem experiências bem distintas umas das outras, como as Casas da Montanha e sua incrível vista para a Mantiqueira, as charmosas Casas do Pomar, as intimistas
Suítes Quintal e a Casa do Galo com suas inigualáveis varandas.
Já a Vila da Cascata, aberta aos hóspedes em 2022, está localizada em outro ponto da propriedade. Ela também possui um casarão antigo reformado, que foi sede da antiga fazenda São Francisco da Cascata e atualmente conta com suítes internas e ao redor. Todas estão cercadas por floresta intocada e a poucos metros da bela queda d’água que dá nome ao local. São acomodações que mesclam o colonial e o contemporâneo, sempre privilegiando o conforto e o contato com a natureza.
Esse compromisso com a excelência na hospitalidade se estende para além das acomodações em si. Afinal, a jornada do hóspede inclui diversos momentos e precisa ter atenção de toda a equipe do início ao fim para que seja mesmo única. De toalhas extras para quem decide se refrescar no riacho que passa pelo Rancho da Cachoeira à bola cuidadosamente modelada com o premiado iogurte da Queijaria Santa Vitória no café da manhã. Tudo faz parte dessa ideia de receber como um amigo nesse lugar onde rapidamente qualquer um se sente em casa. ❧
Nessa página e na que está ao lado, detalhes e ambientes da Vila da Cascata, o segundo núcleo de hospedagem da fazenda. Nele, rústico e contemporâneo dialogam bem diante da Mata Atlântica
a arte de nego C iar sabor C om o tempo
Com exemplares de diferentes maturações e características únicas, a Queijaria Santa Vitória coloca Queluz no mapa do queijo brasileiro
UMA HOSPEDAGEM que produz seus próprios queijos é um lugar especial. Quando são premiados, então, ela se torna um daqueles destinos que, por si só, valem a visita, justificam o desvio de rota.
A Queijaria Santa Vitória faz parte da nova geração paulista que tem transformado o cenário do queijo brasileiro. Com seus queijos únicos, é uma das mais reconhecidas do estado.
Com apenas dois anos de existência, ela acumula 18 medalhas nos concursos Mondial du Fromage (França), Mundial do Queijo do Brasil e Prêmio Queijo Brasil. Resultado de processos rigorosos e leite de altíssima qualidade, obtido de rebanho próprio de vacas das raças Girolando e Jersey criadas aos pés da Serra da Mantiqueira. Um ambiente natural privilegiado para isso.
Hóspedes e visitantes podem participar de visita guiada com degustação comentada, oportunidade de conhecer o trabalho da equipe e entender como são feitos os produtos. Além dessa imersão na origem, é possível comprar na loja da queijaria o que mais gostar. Recentemente, um acesso direto pela Dutra foi inaugurado, facilitando a chegada de quem vem pela rodovia.
Atualmente, são 11 queijos diferentes, além do famoso Iogurte Natural Integral e da delicada Ricota Cremosa. Os queijos maturados com ervas, flores, urucum e cerveja se destacam, bem como o Meia Cura, produzido da maneira tradicional para ficar com casca amarela e massa macia. Com cuidado artesanal, são produzidos de queijos frescos a exemplares de mofo branco e longa maturação. ❧
s eguir adiante para manter a tradição
Situada no berço da cultura caipira, a fazenda assistiu à sua transformação pelos séculos e reflete a sua forma atual.
Com autenticidade e sem estereótipos
A CULTURA CAIPIRA tem valor inestimável na formação da identidade nacional. É uma das chaves para entender o Brasil e o brasileiro, seja pela sua abrangência territorial ou pelo seu caráter complexo, apesar da simplicidade que transparece. Um modo de viver muito autêntico que se originou séculos atrás justamente nos arredores do Vale do Paraíba, espalhando-se até as impressionantes distâncias do que hoje são Mato Grosso, Santa Catarina e parte de Minas Gerais. E Queluz, nesse mesmo vale, é parte importante dessa história que segue viva.
Para os queluzenses, a fazenda hoje é uma referência em turismo, mas sua ligação com a história e cultura da região é bem mais antiga. Ela já existia como propriedade produtiva de café no final do século 19, época de um dos mais importantes marcos de ocupação do vale, a construção da primeira parada paulista da Estrada de Ferro Central do Brasil, em Queluz. O modo de vida caipira já existia há tempos e, independentemente de ser ou não entendido como expressão cultural, foi notado por viajantes de diversos períodos.
Um dos seus cronistas foi o botânico francês Saint-Hilaire, que registrou no livro “Segunda via-
Um modo de viver que chamou a atenção dos antigos viajantes e segue influenciando a gastronomia, a arquitetura e até o design
gem do Rio de Janeiro a Minas Gerais e a São Paulo” sua passagem pelo Vale do Paraíba no verão de 1822. “Esta alternativa de cafezais e matas virgens, roças de milho, capoeiras, vales e montanhas, esses ranchos, essas vendas, essas pequenas habitações rodeadas das choças dos negros e as caravanas que vão e vêm, dão aos aspectos da região grande variedade. Torna-se agradável percorrê-la”, relata o autor. Esse trecho se refere a locais muito próximos à fazenda.
Com tal dinamismo, não por acaso a cultura caipira gerou diversas expressões para além do modo de vida estigmatizado por autores como Monteiro Lobato. Música e gastronomia são, provavelmente, seus “departamentos” mais conhecidos e que nos estimulam a entender o legado da roça também em outros segmentos, tais como arquitetura, religião, linguagem, festas populares e até mesmo design. Atualmente, é grande o interesse por essas manifestações no país, reconhecidas como autenticamente brasileiras.
A fazenda sempre preservou elementos que compõem sua identidade rural, que contam sua história e, consequentemente, a mantém conectada ao território e sua gente. Essas raízes são valoriza-
das na experiência do hóspede: uma alma caipira percebida de maneira natural e sem estereótipos, adequada aos tempos atuais. Ela está nas fachadas dos casarões, nos detalhes do mobiliário, na lida cotidiana com os animais, na horta bem cuidada, nos festejos juninos e, claro, nos sorrisos dos membros da equipe, alguns deles moradores da própria fazenda.
Para materializar esse apreço pela cultura que dialoga com a terra, dois espaços foram criados na propriedade, cada um com propósitos diferentes. O primeiro deles é a Casa do Arado, com acervo de antigos objetos que representam o imaginário rural da região, criado e ambientado em parceria com o Estúdio Arado. Já o Projeto Respiro, também sediado na fazenda, consiste em circuito de obras de arte, galeria e residência artística na propriedade, possibilitando olhar contemporâneo para o mesmo território. Imersões imperdíveis para os visitantes.
A comida que os hóspedes experimentam é outro bom exemplo de como as referências se transformam e seguem fazendo sentido durante a imersão. Tradicional ou surpreendente, comida enquanto cultura, enquanto “conversa” entre pes-
Essas
raízes são visíveis e valorizadas na experiência do hóspede, sempre tratadas de forma atualizada para permitir real conexão com o ambiente
soas e natureza. Carlos Alberto Dória e Marcelo Corrêa Bastos jogaram luz importante sobre esse tema em 2021 com o livro “A culinária caipira da Paulistânia”, deixando claro o quão significativo foi esse sistema alimentar, útil para entender outras dinâmicas desse antigo modo de viver.
“Essa geografia culinária foi alcançada pela produção de subsistência, baseada em elementos fortemente calcados na cultura dos indígenas guaranis, que predominavam orginalmente nesse território. Sobretudo a agricultura de componentes nativos, como o milho, o feijão, a abóbora, e aquilo que se pôde criar a partir do milho – as galinhas, os porcos etc – formaram a base da alimentação nesse vasto território”, afirma a dupla de autores na apresentação da obra, que tornou-se importante para compreender a cozinha brasileira atual.
Vozes como essa fazem cada vez mais sentido num mundo onde os viajantes buscam por experiência autênticas, realmente conectadas com a terra e sua gente. Cultura, gastronomia, arquitetura, proximidade com a natureza. Tradições que se renovam e continuam tocando quem passa por Queluz, especialmente os visitantes da Fazenda Santa Vitória. ❧
No Projeto Respiro (foto acima), artistas têm a possibilidade de criar obras a partir de residência artística na fazenda. Contraponto interessante ao acervo de objetos de época que representam o imaginário rural na Casa do Arado (demais fotos)
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Mariza Santos, responsável pela produção de doces da fazenda
BASTIDORES SANTA VITÓRIA
“Aqui tudo que eu faço é para ver bonito”
Quando foi que você chegou na Fazenda Santa Vitória?
Eu sou filha dessa terra e sempre fui muito ligada às tradições. Participo desde pequena das festas do padroeiro de Queluz, São João Batista, de Festa de Reis. Fiz muitas cavalgadas por todo vale. Desde 1986 eu trabalho morando e cuidando de fazendas da região. Estou na Santa Vitória há mais de 35 anos. Já fui governanta dos antigos proprietários e quando virou hospedagem, fui cozinheira, cuidava das flores, jardim, ajudava em tudo que fosse necessário. Depois, com o crescimento da hospedagem, fui assumindo outras áreas até chegar na queijaria. A minha habilidade com a cozinha me tornou responsável pelas produções dos doces. Aqui tudo que eu faço é para ver bonito. Cuido daqui igualzinho como se fosse minha casa.
O que acontece nos bastidores da queijaria?
Fazemos os queijos e também produzimos os doces, o iogurte e a granola. Estamos aprendendo sempre, pois ninguém aqui fazia queijos como fazemos hoje. Só fazíamos em casa para aproveitar o leite e depois fazer quitandas.
Como surgiram as receitas dos doces?
Minha mãe sempre fazia os doces mais comuns aqui na roça. Doce de leite, mamão, abóbora. Com o tempo, fui testando, aprimorando e criando variações das receitas, como o doce de leite perfeito e mais lisinho. Todo mundo que passa por aqui continua me ensinando um pouco.
Qual o segredo especial da Marisa?
Eu adoro mexer com jardim. Minha casa sempre teve bastante flor, planta. Dizem que a mão de jardinagem é a mesma mão boa para cozinha (risos). Além disso, eu também trabalho feliz. Meu marido, irmãos e sobrinhos também trabalham aqui na fazenda cortando lenha, tocando gado, dirigindo o trator. Família toda trabalhando junto, pertinho, traz sossego para o coração.
Qual sua visão de futuro para a fazenda?
A fazenda deu bastante emprego e espero que continue sempre assim, crescendo. Recentemente a queijaria ganhou uma entrada direto pela Dutra para quem está passando e quer entrar para comprar os produtos. Isso também deve fazer o nosso capricho ser cada vez mais conhecido. Nossa vida é só uma passagem, temos que fazer a diferença em cada detalhe. ❧
“Tudo que sempre faço é para ver bonito”
e le enxerga através do leite
Sebastião da Cruz Filho, encarregado da produção de leite da fazenda
“A fazenda é um exemplo vivo para as novas gerações, para evitar que saiam do campo e para que continuem seguindo as nossas ricas tradições”
De onde nasceu sua paixão pelo campo?
Sou técnico agrícola de formação, trabalhei sempre em fazendas aqui na região de Resende e já fui agricultor na minha própria terrinha. Estou aqui na fazenda desde 1997.
O que mudou de lá para cá?
Na época dos meus antepassados, aqui era uma região de passagem do ouro. Depois, trabalharam no Ciclo do Café. Entre as décadas de 1970 e 1990, essa nossa região do fundo do vale se tornou a maior bacia leiteira do estado e até hoje somos conhecidos assim. Aqui na fazenda a gente aproveitou e cresceu em várias áreas que já eram parte da história nossa aqui, como o gado, e ampliou para outras atividades econômicas, como a hospedagem, a queijaria e a serraria. Melhorou muito. A gente escutava que a intenção era melhorar e investir. Como brasileiros, a gente até desconfia das promessas, mas, diferentemente dos políticos, aqui as coisas acontecem de verdade
Como é o trabalho que você faz aqui na fazenda? Busco utilizar princípios humanos. Fazer meu melhor como se estivesse fazendo para o próprio Deus. A fazenda é uma grande vila, não tem competição. Todo mundo cresce junto. Trabalhar com a família
é bom porque tem apoio, a gente conhece todo mundo. Veja a queijaria, por exemplo. Ela é nova e já está recebendo vários prêmios. A nossa queijaria é parte do Caminho do Queijo Paulista com visita guiada e tudo! Sinal de que estamos fazendo um bom trabalho aqui com as vacas. Isso deixa todo mundo feliz.
Hoje você é quase um prefeito do plantio e do gado e um porta voz dessa geração. Você acredita que existe atualmente uma revalorização desse estilo de vida na fazenda?
Antigamente, o pessoal ia embora para as cidades porque não tinha oportunidade de estudar, não tinha acesso às coisas. Agora não. Está tudo bem mais integrado. Está na hora dos jovens se reaproximarem, voltarem para o campo, porque hoje as condições são muito melhores. Meu olhar é de esperança com tudo que estamos fazendo aqui nessa fazenda. Meu sonho é que a fazenda se torne um núcleo de ensino agropecuário para romper com a antiga mentalidade do êxodo rural. Formar na prática os próximos técnicos agrícolas, profissionais de hotelaria e todas as habilidades que, hoje, estão difíceis de encontrar. A fazenda é um exemplo vivo para as novas gerações, para evitar que saiam do campo e para que continuem seguindo as nossas ricas tradições. ❧
u m vinhedo C om vista para a m anti Q ueira
Em breve, as primeiras mudas vão crescer e darão origem a vinhos de colheita de inverno. Entre outras novidades, a fazenda anuncia trilhas guiadas, áreas residenciais e a terceira vila de hospedagem
A FAZENDA acaba de dar os primeiros passos para a produzir o próprio vinho. Numa área de dois hectares próxima ao Rancho da Cachoeira, o sistema de espaldeiras já foi implantado para que as parreiras cresçam com parâmetros adequados de circulação de ar e exposição ao sol e sejam manejadas com eficiência. A expectativa é de que a primeira safra comercial ocorra em dois ou três anos.
A técnica escolhida foi a da dupla poda, também conhecida como ciclo invertido, que dá origem aos vinhos de colheita de inverno, cada vez mais comuns entre produtores fora da região Sul e muito difundida na Serra da Mantiqueira. Com ela, as plantas são podadas duas vezes ao longo do ano para que os frutos sejam colhidos no inverno em vez do verão, evitando calor excessivo e chuvas, fatores que dificultam seu desenvolvimento ideal.
Inicialmente, serão plantadas as castas syrah, cabernet franc, sauvignon blanc, malbec e merlot. Após a primeira poda, serão avaliados os desenvolvimentos de cada variedade para decidir quais serão mantidas ou trocadas e, com isso, estabelecer a diversidade de rótulos que será produzida. Até que a vinícola seja construída, as primeiras safras serão vinificadas na Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais, em Caldas (MG), referência no setor. Com esse projeto, a fazenda reforça a gastronomia como um dos seus principais pilares de hospitalidade, a exemplo do que foi feito em 2022 com a inauguração da Queijaria Santa Vitória. Paralelamente, se mantém como destino único na Mantiqueira ao reunir vários dos diferentes atrativos que atraem cada vez mais visitantes à uma das regiões cujo turismo mais cresce no país.
QUATRO OPÇÕES DE TRILHAS estão sendo oferecidas aos hóspedes por meio de nova parceria com a Vuitir, agência especializada em turismo de aventura na região. São elas: Morro das Duas Árvores, Morro da Crista, Guardião e Boa Esperança, cada uma com duração entre duas e três horas e a maioria terminando no Rancho da Cachoeira para almoço servido no fogão a lenha e banho em riacho cristalino. Esses passeios são contratados à parte e incluem acompanhamento de guias experientes e transporte de retorno às vilas de hospedagem.
A FAZENDA ACABA DE LANÇAR seu primeira projeto residencial, a Vila do Platô. “Vamos realizar o sonho de quem se hospeda conosco e desejava morar aqui”, resume a sócia-fundadora Fábia Raquel. São somente sete glebas, que possuem tamanhos entre 21 e 29 hectares e ficam bem próximas às duas vilas de hospedagem (Prosperidade e Cascata). A intenção é manter as características rurais originais, como as estradas de terra.
ESTÁ PREVISTA PARA 2026 a inauguração da terceira vila de hospedagem da fazenda. Batizada de Boa Esperança, ela terá a melhor vista para a Serra da Mantiqueira e sua pequena sede será reformada para abrigar espaço gastronômico e área comum. O local conta, ainda, com um antigo curral, pátio de pedra e duas antigas figueiras que garantem bastante sombra. “A cada visita à fazenda, o visitante poderá estar numa hospedagem diferente. Também diversificaremos as vivências de acordo com cada vila”, adianta a sócia-fundadora Fábia Raquel. ❧
Cozinhar é saber ler a terra
Fazeres antigos e contemporâneos se encontram numa cozinha abastecida por horta e queijaria próprias. No prato do hóspede, sempre o melhor do dia
O CONCEITO GASTRONÔMICO da fazenda é um só, mas os espaços para conhecê-lo são vários, permitindo diferentes experiências ao longo da hospedagem. Seja no surpreendente salão contemporâneo do Mirante da Cascata ou nas mesas rústicas do Rancho da Cachoeira, onde se almoça ouvindo um riacho passar, os pratos mostram produtos no auge.
A cozinha trabalha com ingredientes cultivados na horta da fazenda, além de queijos, manteiga, iogurte, ricota e leite fornecidos pela premiada Queijaria Santa Vitória, na mesma propriedade. A despensa é abastecida também por uma rede de produtores regionais que enxergam a comida com o mesmo respeito que a equipe do chef Samuel Silva, formada por moradores de Queluz.
Todos são fluentes em técnicas internacionais e dominam os antigos saberes da cozinha caipira, uma das mais fortes expressões culturais do Vale do Paraíba. Num mesmo dia, o hóspede pode degustar pernil à pururuca como o folclorista Cornélio Pires descreveria em seus textos e se encantar com a apresentação e frescor de legumes colhidos poucas horas antes.
“A fazenda me inspira pelo contato direto com os produtos da horta e a sazonalidade deles, além de poder elaborar pratos novos usando as técnicas e vivências daqui. Por exemplo, o milho verde colhido na época de junho, jovem e fresco, nunca tinha provado igual. Fiz várias preparações com ele durante o período junino”, afirma Samuel. A ordem é encantar com o melhor de cada estação. ❧
Surpreender ou encantar, a ordem é emocionar com comida que reflete a estação e honra o trabalho de produtores regionais
Diferentes espaços gastronômicos multiplicam as possibilidades de experiências, cada uma com sua ambientação e proposta. Carta de vinhos criada por especialista eleva os momentos à mesa com rótulos fora do comum
d uas serras e um rio
A consciência do “lugar” onde está a fazenda no tempo e no espaço norteia suas atividades desde o princípio. Manter a propriedade produtiva sempre foi um objetivo central, hoje mais do que nunca com atividades alicerçadas na responsabilidade social e em práticas sustentáveis.
Nesse negócio que, em sua fase atual, começou com produção de leite e está sendo ampliado para hospedagem de alto padrão, queijaria, vinícola e vila residencial, as pessoas sempre estiveram em primeiro lugar. Antigos moradores da fazenda, moradores de Queluz e arredores, gente que conhece muito bem esse chão. O futuro passa pelo desenvolvimento entendido como um fenômeno essencialmente regional, contemplando gente, natureza e, claro, cultura local.
Nessa perspectiva, faz sentido compartilhar parte do que pensa Bruno Brito, artista vale-paraibano, sócio e fundador do Estúdio Arado e parceiro da fazenda em algumas frentes de trabalho. Em sua tese “Duas serras e um rio”, defendida ano passado no Instituto de Artes Visuais da Universidade Estadual Paulista, ele oferece importantes chaves para a compreensão do Vale do Paraíba, esse lugar único para a cultura caipira e, consequentemente, para o Brasil.
O RIO PARECE ABRAÇAR este contexto geográfico que conhecemos por Vale do Paraíba. E para reforçar este “laço d’água”, três verdadeiras paredes montanhosas cercam a grande várzea, são elas a Serra do Mar, a Serra da Mantiqueira e a Serra da Bocaina. Essa estrutura geográfica formada por um rio e algumas montanhas parece agir como uma verdadeira fortaleza que contém em seu centro um estrato social muito específico. Não à toa, alguns autores se referem ao Alto Vale do Paraíba, mais especificamente a região de São Luiz do Paraitinga e Catuçaba, como “o último reduto da cultura caipira”.
Já numa perspectiva mais pessimista, o rio e a região parecem sofrer de refluxo, já que seu leito nasce e retorna para o mesmo ponto do mapa: o chamado Vale Histórico. Não somente um refluxo líquido, mas sobretudo um refluxo histórico, onde passado e presente se conflitam num impasse que já perdura há séculos. Aliás, esse é um fenômeno que atinge o Brasil como um todo, mas vamos nos ater a nossa região de estudo, o Vale e mais precisamente o seu “fundo”, onde se deu a grande e exponencial produção cafeeira no século XIX : Ali tudo foi, nada é. Não se conjugam verbos no presente. Tudo é pretérito. Assim descreveu Monteiro Lobato tal região em “Cidades Mortas”, publicado originalmente em 1919. Após o grande boom do café e a exploração inconsequente do solo, a “conta chegou” para os grandes fazendeiros e donos das terras: solos degradados, inférteis e lixiviados. A “terra cansou” e, na visão de Lobato, também a gente que ali habita:
“Mesmeiros”, que todos os dias fazem as mesmas coisas, dormem o mesmo sono, sonham os mesmos sonhos, comem as mesmas comidas, comentam os mesmos assuntos, esperam o mesmo correio, gabam a passada prosperidade, lamuriam do presente e pitam — pitam longos cigarrões de palha, matadores de tempo.
De fato, o Vale Histórico sofreu demasiado com a mudança abrupta de Império à República, da Cafeicultura à Industrialização, do Caminho do Ouro à Rodovia Presidente Dutra. E tudo isso somado a um solo esterilizado e erodido, onde sobraram apenas casarões e palacetes de taipa cujo interior levavam materiais importados da Europa, muitos destes ameaçados ou ruídos. Algumas famílias, não mais ricas e opulentas, hoje sobrevivem como podem sem o café, uns venderam as mobílias para colecionadores, como é o caso da antiga Pharmácia de Bananal e já outros vendem ovos na cidade para se sustentar, como mostra um documentário de 2007, “O Vale”. Um cenário decadente e com razão. Sua localização mais afastada de São Paulo, também contribuiu para este ligeiro esquecimento e marginalização turística, aliás, como fazer turismo ou empreender num ambiente que remonta um passado violento e escravocrata? Sobretudo seu legado arquitetônico e urbanístico, tendo em mente que muitas das fazendas foram implantadas na paisagem de modo que os “senhores” pudessem vigiar os escravizados trabalhando nas fileiras verticais de café nos morros defronte a casa (outro fator determinante na degradação do solo). ❧
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O ensaio visual que abre a revista, bem como a maioria das fotos desta edição, são de autoria do fotógrafo paulista André YAmAmoto. Com significativa atuação em direção de fotografia, há três anos ele tem visitado regularmente a Fazenda Santa Vitória, criando vasto acervo que transborda a ótica institucional. Seus registros, como ele mesmo resume, mostram “uma fazenda de dentro, quase uma memória”. Com essa sensibilidade, ele selecionou imagens que refletem uma primavera própria, que só poderia mesmo ter sido captada por suas lentes.
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Revista Fazenda Santa Vitória
nº 1, ano 1, 2024
C irC ulação: outubro de 2024
P erio D i C i Da D e: trimestral isbn 978-65-984831-0-4