
4 minute read
PREVENÇÃO SAÚDE
deiXar de fumar: uma CoNQuiSta Para a Saúde
todos os anos, o tabagismo mata mais de sete milhões de pessoas. deixar de fumar não é tarefa fácil, mas é possível! Basta uma boa dose de força de vontade e a ajuda indicada.
Advertisement
Em Portugal, o tabaco mata mais de 32 pessoas por dia e é a primeira causa de morte em ambos os sexos, motivo pelo qual as diversas entidades de saúde têm empenhado esforços na luta contra o tabagismo. Conforme refere o pneumologista Jaime Pina, «o hábito de fumar é a principal causa de cancro do pulmão, estando presente em cerca de 85% dos casos». Assim, «o hábito de fumar é, atualmente, a principal causa de doença e de morte evitáveis», pelo que urge abandonar este vício. Quando o indivíduo deixa de fumar, «os benefícios são sentidos quase imediatamente. Quanto maior o tempo de abstinência, maiores as melhorias no quadro de saúde geral da pessoa», assegura Ana Sofia Ramos, do Serviço de Cessação Tabágica Holon, que começa por descrever as melhorias logo ao nível do paladar, do olfato, da saúde oral e até da pele. BeNefÍCioS imediatoS
«Logo nas primeiras horas da cessação tabágica, a pressão arterial e o ritmo da frequência cardíaca estabilizam», refere a farmacêutica, acrescentando que «os níveis de monóxido de carbono no sangue diminuem e há um aumento da concentração de oxigénio na corrente sanguínea, assim como uma melhor oxigenação das células e uma melhoria da capacidade pulmonar». É, ainda, possível sentir-se uma diminuição da tosse, bem como «o aumento da resistência física, acompanhado de uma diminuição, gradual, do risco de acidente vascular cerebral, problemas cardíacos e hepáticos e de cancro de boca, pulmão, laringe e faringe, sem esquecer que, a cada ano sem fumar, os riscos de doenças crónicas graves diminui», continua a enumerar Ana Sofia Ramos.
A farmacêutica Holon enumera ainda outra razão que leva muitos a procurar a consulta de cessação tabágica: A poupança financeira.
diCaS Para deiXar de fumar
• Faça uma lista dos motivos que justificam a decisão de deixar de fumar; • Identifique as situações em que habitualmente fuma e como poderá lidar com elas; • Marque uma data para deixar de fumar: o dia ‘d’. até lá, procure atrasar o primeiro cigarro da manhã, elimine cigarros ao longo do dia, evite fumar o cigarro até ao fim e mude de marca de tabaco para uma que lhe agrade menos; • Anuncie que vai deixar de fumar: Comprometa-se com a decisão e envolva os outros na sua decisão; • Retire os objetos relacionados com o consumo de tabaco de perto de si e evite estar junto de pessoas que fumem; • Quando sentir uma forte vontade de fumar, respire profundamente, controle a respiração e aprenda a relaxar; • Aumente o nível de atividade física e faça uma alimentação saudável; • Guarde, diariamente e num local visível, o dinheiro que ia gastar em tabaco. Gaste-o em algo que lhe dê prazer.
CoNSulta de CeSSaçÃo taBÁGiCa
São vários os centros de saúde, clínicas e farmácias que dispõem de consultas de cessação tabágica, um importante aliado para o fumador abandonar o hábito do tabaco. Contudo, como reforça a farmacêutica Ana Sofia Ramos, «é essencial que o fumador tenha a vontade e o desejo de deixar de fumar. Depois, há estímulos que ajudam, como a recomendação de amigos e familiares, o conselho do farmacêutico ou do médico, mas tem de partir do próprio essa decisão». Dado este passo, o fumador poderá recorrer a uma consulta de cessação tabágica, na qual, uma equipa multidisciplinar, faz uma avaliação ampla sobre os motivos e fatores que levam ao ato de fumar, de modo a delinear uma estratégia individualizada, com a indicação de intervenção terapêutica adequada para cada caso específico.
CiGarroS eletróNiCoS: PeriGoS reaiS a fundação Portuguesa do Pulmão (fPP) alerta para as ideias erradas que têm vindo a ser veiculadas sobre os cigarros eletrónicos ou do tabaco aquecido: «independentemente das respetivas concentrações, os fumadores continuam a introduzir no seu aparelho respiratório substâncias muito lesivas para o organismo. algumas delas foram encontradas em concentrações mais baixas do que aquelas que estão identificadas no tabaco convencional, outras, em concentrações mais elevadas», refere o especialista. Nos estudos já desenvolvidos, a ciência não foi capaz de definir um limite de segurança, que, muito provavelmente, não existirá: «São substâncias que, pela elevada capacidade inflamatória e cancerígena, fazem sempre mal à saúde, independentemente da sua concentração», frisa Jaime Pina. o vice-presidente da fPP mostra-se ainda preocupado com o marketing em torno destas alternativas ao cigarro convencional. «ao promover uma mudança na imagem de fumar - não se fuma, vapeia-se através de um sofisticado e apelativo aparelho eletrónico - a indústria está, obviamente, a “piscar o olho” aos jovens, ou seja, está a angariar novos clientes e a torná-los dependentes - a nicotina é uma rápida e potente indutora de dependência. o tabaco aquecido, ao conter nicotina, induz e perpetua a dependência tabágica», elucidou o médico pneumologista.