DESDOBRE

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EDITORIAL

Falar de zine / fanzine / zinagem nunca é fácil para nós que temos uma relação tão especial com esse tipo de publicação. Desde muito jovens, a gente – Dani e Manu – se relaciona com a zinagem de forma pessoal e pública. Seja para entender nossos lugares como corpos políticos e sociais no mundo; seja como fãs de música e cenas específicas por onde circulamos como mulheres; ou ainda, como mídia perfeita para escrever, colar, propôr e abrir diálogos nos campos da literatura, cinema, dramaturgia e da arte em geral, de forma totalmente independente. E foi nesse cenário que surgiu o projeto de oficinas que carinhosamente chamamos de Fanzine Grrrls: encontros que não apenas pudessem traçar um panorama da história das publicações, mas também a presença histórica, nesse lugar de independência, de pessoas que se reconheciam como mulheres. Mais do que perguntar "o que é um fanzine" acho que as pessoas costumam se perguntar: por que fazer um fanzine? Há certa magia em transformar as ideias em algo palpável, com cor, forma, textura, coisa de "ver com a mão", principalmente por conta da liberdade criativa que o fanzine tem. Ali (quase) tudo é possível. E essa materialidade torna as alternativas inesgotáveis. Às vezes você começa com uma folha em branco, um texto e uma imagem que espalha num formato de livreto, e quando vê está olhando ao redor pensando em como os elementos mais improváveis poderiam ser utilizados. Nesse momento, por exemplo, perto da minha mesa eu tenho: saco de papel pardo, canetas, garrafa de refrigerante com rótulo, umas bexigas já murchas e um kit de carimbos com as letras do alfabeto.

os três dias de oficina, procuramos instigar essas faíscas de coquetéis molotov que um fanzine pode ser, mostrando referências, trocando perspectivas, propondo exercícios e experimentos. Ocupando juntas um espaço virtual e, ao mesmo tempo, sozinhas em seus locais cotidianos, um espaço físico único. Criamos conexões. Produzimos afetos. Plantamos ideias. E por fim, diante de tantos sentidos, pergunto novamente: por que fazer um fanzine? A resposta: porque sim. Aqui, nessa Zine Desdobre, você vai passear por alguns desses processos. Essa fanzine (deliberadamente decidimos chamar de “a” fanzine) surge da necessidade de desdobrar tudo, mesmo que, nos materiais, fiquem as marcas das dobras anteriores, essas espécies de raízes profundas, como dizem as letras em uma das colagens. De traços simples, que delineiam e materializam objetos, passando por cianotipias que fotografam águas, gatos & ilusões ou histórias de amor fracassadas com pinguins confusos: todos os trabalhos desdobrados nos dão uma visão ampla das infinitas possibilidades de leituras que uma fanzine pode proporcionar. Se desdobre! Dani e FanzineManuGrrrls

Mas também pode-se partir de um poema. De quantas maneiras ele poderia ocupar o papel para além de umas palavras impressas na Durantepágina?

Pinguim chega à costa brasileira após dadecarregamentoconfundirMDcomneveAntártida

4.LARISSA OLIVEIRA 5. MARIANA PAJUABA 6. MONIQUE COMIN 7. RITA ZERBINATTI 8. LARISSA LINS 9. JU LOPES 10. YONÁ YASSUDA VIRGES 11. MYRIAN FRANCO 12/13. NATASHA TINET 14. MERCURIA 15. BÊ RGB 16. NATHÁLIA ISADORI 17. MARINA SANTOS 18. SOFIA SATO 19. CAMILA MOURA 20. GREYCE BRUNA FARIAS 21. NANA BEHLE

Com Daniele Rosa e Emanuela Siqueira Projeto realizado com recursos do programa de apoio e incentivo à cultura - Fundação Cultural de Curitiba e da Prefeitura Municipal de Curitiba. REALIZAÇÃOINCENTIVO Daniele Rosa e Emanuela Siqueira Ministrantes de oficina e mediação de leitura Luana Camargo Coordenação de projeto e produção executiva Anna Carolina Azevedo Assessoria de imprensa Fernanda Engel Design gráfico e diagramação

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