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ms rumo ao carbono neutro
Sendo interlocutora entre produtores rurais de todo o estado e as agendas climáticas nacionais e internacionais, a Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul) tem sido uma grande protagonista na busca constante pela sustentabilidade na produção. Uma das principais metas é neutralizar as emissões dos gases que provocam o efeito estufa, ou seja, ser Carbono Zero até 2030.
As questões climáticas se tornaram uma das pautas mais debatidas nos últimos meses. No mundo do agronegócio, o assunto não foi deixado de lado e, sim, colocado no centro do debate.
O consultor técnico da Famasul, Gabriel Mambula, salienta que a principal missão da Famasul neste espaço de tempo é divulgar informações pertinentes e desmistificar alguns dados aos produtores rurais. Para ele, os extremos devem ser evitados e a produtividade ambiental, visando ganhos financeiros, pode ser praticada no campo.
“Nós mostramos que com tecnologia você tem ganhos financeiros, de produtividade e ambientais. Pensando em um cenário de Carbono Zero, nós temos mais qualidade de solo e um maior bem-estar dos animais. O ganho é em todas as áreas. Isso vai garantir a continuidade do negócio ao longo dos próximos anos. A pessoa que está produzindo está oferecendo um produto nobre, de alta qualidade e sustentável ao consumidor”, aponta Mambula.
Na discussão sobre a neutralização de carbono em Mato Grosso do Sul, não é apenas o setor do agronegócio que é posto em debate. O consultor lembra que outras frentes econômicas também são incluídas no caminho para que o estado se torne Zero Carbono, como a de produção de energia, do tratamento de resíduos sólidos, esgoto e indústrias.
Plano E Pr Tica
Foi lá em 2021 que o governo estadual assinou o plano para oficialização rumo a neutralização de gases do efeito estufa até 2030. Desde então, o trabalho entre órgãos públicos e a Famasul foi entrelaçado. As ações práticas foram pontuadas de forma categórica pelo plano.
A discussão foi ampliada no fim de 2022, quando o primeiro inventário de emissões de gases de efeito estufa de Mato Grosso do Sul foi apresentado. O consultor técnico da Famasul explica que, com o inventário, os produtores rurais poderão fazer uma espécie de “contabilidade” das emissões e compensações de carbono que deverão ser feitas.
“Pelo inventário de carbono, são levantadas as receitas e as despesas. Depois veremos onde vamos diminuir e aumentar. Nas atividades, queremos saber quanto o produtor emite e quanto ele retira de carbono. No futuro, e alguns casos já no presente, os produtores poderão vender o crédito de carbono”.
Seguran A Jur Dica
O consultor da Famasul comenta que a demanda climática se intensificou com a pressão de muitos mercados consumidores, especialmente os exter- nos. Frente à atuação de Mato Grosso do Sul na pujança ao exportar as commodities, a adequação ambiental é mais que necessária, sendo uma dessas preocupações o ba lanço líquido da emis são do carbono.

“Nós somos dependentes do clima, e o mais interessado em preservar é o produtor rural. Isso posto, o maior e principal ponto para continuar levando alimento para a população, é a se gurança jurídica”.

Na discussão, Mambula acredita que a lisura do processo jurídico entre os acordos climáticos seja mantida. A exemplo, o consultor explica que os investimentos no agronegócio são a longo
Principais metas do Plano Estadual MS
Carbono Neutro:
• Agronegócio: com ações concentradas no manejo dos solos, na redução dos níveis de emissão de metano pelo gado (fermentação entérica), no manejo de dejetos suínos e no controle da queima de resíduos agrícolas;
• Mudança no Uso da Terra e Florestas: com a adoção de medidas para a devida restauração de Áreas de Preservação Permanente (APPs) e Reservas Legais; reduções dos incêndios em áreas nativas, florestas plantadas, desmatamento legal ou ilegal; e o investimento em Floresta Plantada;
• Energia: com a redução das emissões geradas pela queima de combustíveis e ao apoio à produção de energia renovável;
• Tratamento de Resíduos: com ações destinadas à promoção de programas de controle de efluentes líquidos e sólidos;
• Processos Industriais: referente ao estímulo a programas de eficiência energética e incentivo à utilização de energias renováveis nos processos de produção industriais. (Fonte: Governo de MS) prazo, então, as políticas públicas e de legislação climática no Brasil devem ter previsão de uma duração mais ampla. “Qualquer política que venha, é que tenha segurança para que o produtor faça investimentos. A gente precisa que a regulamentação seja feita, que a lei seja respeitada e que haja segurança ao produtor rural. Qualquer insegurança afasta as pessoas. Queremos o balanço líquido zero. Vamos emitir, mas os produtos que vamos emitir são zero carbono. Buscamos o equilíbrio, o balanço. Quando há diálogo, é bom para todos!”