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Falóforo: Saulo Quadros + Sigilosah

Coragem é para poucos. Ousadia é para menos pessoas ainda. Nos dicionários, coragem e ousadia aparecem como sinônimos. Mas, não entendo dessa forma. Ousadia tem um significado mais restrito que coragem. Envolve um teor de atrevimento, audácia. Popularmente, chama-se de ousado um comportamento libidinoso ou depravado.

Ontem, fui movido pela ousadia, no sentido de depravação mesmo. Parei no espelho, refleti algumas vezes, olhei fixo na minha própria pupila, por trás da minha íris castanhoesverdeada e resolvi realizar uma fantasia recente. Desde que assisti um vídeo de dois homens roçando seus corpos quase completamente nus, mas com as pernas semicobertas por meia calça, senti um desejo enorme de vestir o mesmo traje e de me ver assim no espelho.

Já 100% seguro do que me propus a fazer, subi num ônibus, com a minha mochila nas costas, em direção ao centro da cidade para procurar uma meia calça. No caminho, a excitação já começava a irradiar pelo meu corpo. Resolvi apreciar essa sensação. Queria que todos olhassem para mim e percebessem o volume aumentar no meio das minhas pernas. Queria que vissem o quão depravado eu sou. Será que estariam me chamando de ousado?

Ao chegar ao centro, caminhei por uma rua com vários camelôs. Parei em frente a um que vendia peças femininas. Eis que vejo uma meia rendada preta. Voilà. Era exatamente o que eu precisava. O vendedor me perguntou se era para presente. Eu já estava tão inebriado com excitação que percorria pelo meu corpo que confessei que era para mim mesmo. Senti um olhar de condenação. Certamente, ele estava me chamando de ousado, ou depravado. Isso só fez minha excitação aumentar.

Na mesma rua, havia um hotel, uma espelunca usada para fodas. Não tive dúvida: pedi um quarto. O cômodo tinha cheiro de sexo. Fiquei de pau duro ao imaginar que várias pessoas tinham trepado naquela cama. Aproximei o meu nariz do lençol e senti um cheiro forte de esperma. Olhei pausadamente para as paredes, completamente esburacadas. Em frente à cama, havia um espelho velho, com manchas de ferrugem. Parei em frente a ele e disse para mim mesmo: “Oi. Eu te amo. Vem me beijar”.

Enquanto me olhava no espelho, despi-me completamente. Peguei a meia rendada e senti a sua textura nos dedos da mão e depois nos pés. Subi ela até as minhas virilhas. Meu pau latejava bastante. Eu me senti o homem mais ousado e depravado do mundo. Estávamos naquela espelunca eu e eu mesmo e eu nunca me amei tanto.Aquela meia rendada tinha ficado incrivelmente sexy em mim. Poderia ser minha nova pele. Toda aquela composição de meia rendada, pau ereto, torso nu e pelos arrepiados, com o quarto do hotel de quinta categoria ao fundo, era digna de uma boa foto ou de uma pintura.

Fiquei em pé, em frente ao espelho, me olhando e me masturbando lentamente. Sentia a baba escorrendo pela minha virilha, chegando à meia rendada. Aquele tesão precisava ser apreciado bastante. Retardei o gozo por quatro vezes. Na quinta, não consegui me segurar. O primeiro jato foi certeiro em direção ao espelho. Os seguintes escorreram pela meia. Foi uma sensação muito forte de corrente elétrica percorrendo meu umbigo, meus mamilos, os cabelos do meu sovaco até chegar às pontas dos meus dedos.

Após o último jato, minhas pernas bambearam e eu desabei sentado no chão. Minha energia foi toda canalizada para a gozada maravilhosa que eu tinha acabado de dar. Deitei-me no chão e senti meu corpo flutuando. Todos os meus membros estavam anestesiados, dormentes, exceto o pau que continuava duro. Olhei para a meia rendada cheia de esperma. Cheirei a peça durante 10 minutos, ainda deitado. Em seguida, guardei ela com carinho na mochila. Mirei novamente para o espelho e vi um sorriso ousado desenhado no meu rosto.

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