Facom News II

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Solenidade encerra comemorações de 20 anos do PósCom


FacomNews 2010.2 - Edição II

editorial

agenda

Xeque Mate

Mas...O que é mesmo a Facom? A produção desse informativo nos proporcionou adentrar ainda mais no seu universo. Conhecemos as dificuldades, a estrutura do prédio, a organização interna. Então, esta segunda edição, e infelizmente a última da nossa turma, é o resultado final desse processo de descoberta. Percebemos que os rótulos “faconha”, usado para caracterizar a faculdade, e “faconheiro”, para os alunos, mesmo baseados numa característica autêntica, revelam uma visão superficial. Eles excluem elementos importantes da nossa identidade, como a diversidade cultural expressada, inclusive, nos eventos organizados por estudantes e professores. Por exemplo, no último dia 18, houve na faculdade o AgenciaAÇÃO, evento com o objetivo de integrar cultura comunitária à universidade, e o curso sobre a relação entre espaço público e tecnologia com o professor francês Jean Mouchon. Nesta edição do Facom News houve, entre a pauta e o deadline, muito suor e anseio, teoria e oficina. E não poderia ser diferente. Graças a isso, pudemos apresentar as dificuldades e discussões sobre a mudança da grade curricular do curso de Produção Cultural, o evento que comemora os 20 anos do Pós-Com, a proposta de reforma do LabVídeo e os objetivos e questões burocráticas que envolvem o Jornal da Facom. Em breve, nossa turma se despede do Facom News, do primeiro semestre e passa a faixa para novos calouros. A vocês, fica o convite de percorrer pelas nossas páginas digitais e desbravar esta entidade, aparentemente, enigmática: Faculdade de Comunicação da Ufba. Boa viagem!

Estudantes chamam para a confraternização do fim de semestre Bar de Seuromeu, Rio Vermelho Dia 16, 20h Participe!!

S o l e n i d a d e e c o q u e te l e n c e rra m a t i v i d a d e s d e 2 0 a n o s d o Pó s C o m Dia 07 , hoje, 19h A u d i tó r i o e H a l l d a Fa c o m

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Defesa de TCC’s dos cursos de Jornalismo e Produção Cultural da Facom Até dia 13/12 nas salas da Facom

EXPEDIENTE Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia Produto da disciplina de Oficina de Comunicação Escrita do 1º semestre de Jornalismo 2010.2 Reitor da UFBA: Prof. Dora Leal Rosa Diretor da Facom: Prof. Giovandro Ferreira Professora responsável: Lia Seixas Editores-Chefe: Juliana Almirante e Marcelo Argôlo

Chefes de Reportagem: Ailton Sena, Luana Velloso, Miriane Oliveira, Paula Morais

Diagramadores: Yasmin do Vale e Wesley Miranda

Editores: Infra - Cláudia Guimarães; Acadêmico - Thaís Borges; Produção - Jéssica Souza; Facom en Scène Renato Alban.

Fotos da capa: Divulgação

Repórteres: Diego Barreto, Fabiana da Guia, Gabriela Cirqueira, Joana Oliveira, Laís Rocha, Manuella Cardoso, Marina Baruch, Renata Freire, Thaís Motta, Thuanne Silva, Victor Pinto, Wesley Miranda, Yasmim do Vale, Karen Monteiro, Rita Martins.

Editores Blog Facom News: Flávia Faria e Thuanne Silva. Coordenadores de Twitter: Fernanda Sobral e Val Benvindo. Contato: newsfacom@hotmail.com


AgenciAÇÃO: Comunidade e Universidade em um só lugar Wesley Miranda

Levar a cultura da comu- está em constante expansão. “Nós nidade ao centro acadêmico foi o fizemos uma pesquisa muito grande principal objetivo da AgenciA- sobre a cena comunitária daqui de ÇÃO, evento promovido pela Agên- Salvador, olhando a agenda cultural cia Experimental no último dia 18, da cidade e através de contatos que às 11h na Facom. O evento teve a os próprios membros já tinham. Léo, apresentação das bandas O Ter- produtor cultural oficial da Agênreiro e Nova Era, ambas oriundas cia, entrou em contato com várias do subúrbio ferroviário de Salva- outras manifestações culturais e dor, exposição de grafite e feijoada fechou com essas atrações que são servida a R$1 pelo CA Fotos: Rodrigo F. Wanderley . Caracterizada pela mistura da cultura africana com os ritmos funk, rap, reggae e rock, a banda O Terreiro faz um trabalho de percussão chamado pelos próprios membros de “Moqueca musical”. Outra atração do evento, o grupo de rap Nova Era aborda temas que indignam a sociedade em um ritmo de posi- Grupo O Terreiro, primeira atração; equipe da Agência tividade embalado por Experimental; feijoada a R$1 (esq/dir.) poesia sentimental, pesada e sincera. Enquanto cur- oriundas do bairro onde ele mora, tiam as bandas, os participantes Periperi. Junto com Ana Vaneska, puderam apreciar a exposição do do Centro Cultural de Plataforma, grafiteiro e tatuador Iel, estudante ele conseguiu fechar com essas três atrações”, diz Raulino. de Artes Plásticas da UFBA. Para o estudante de Produção Segundo o idealizador do pro- jeto Raulino Júnior, estudante do Cultural Darlan Caires, esse tipo segundo semestre de Jornalismo, o de iniciativa é muito importante intuito da AgenciAÇÃO era trazer porque o intuito do evento é novo e um pouco da cultura comunitária ainda apagado dentro da faculdade ao centro acadêmico e fazer com e a Agência Experimental torna esse que os universitários “apurem a tipo de cultura mais visível. Darlan vista” para esse tipo de cultura que disse também que nunca tinha vis-

to nenhum evento como esse, que integre a faculdade com a cultura comunitária, e que não conhecia as bandas que tocaram no evento. Organização O processo de produção do evento teve algumas dificuldades. Primeiro porque a ideia era de um projeto grande e transportar isso para a Facom seria muito difícil. “Sabíamos que teríamos esse contratempo de aulas, fizemos na hora que as pessoas estavam saindo para termos mais visibilidade. Fizemos o projeto todo redigido, tudo certinho, para saber quais eram os objetivos bem claros para que não ficássemos perdidos aqui no dia”, afirma Raulino. O evento contou também com a participação de uma das fundadoras da Agência Experimental, Clarissa Viana, que acompanhou o evento do começo ao fim. “Nós queríamos fazer um projeto de extensão que tivesse um contato maior da universidade com a comunidade e dar continuidade a um trabalho que a gente já pensava”, diz Clarissa, lembrando dos outros fundadores da Agência, André Araújo e Cleide Vilela.

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PósCom comemora 20 anos de excelência no m e englobaram diversos evenPrimeiro programa tos. Em conferde pós-graduação da FACOM foi: ências realizaComunicação das em agosto, Comunitária Conceito o professor Júlio Pinto analisou as tendências contemporâneas da midiatização, enquanto a professora francesa Corpo Docente Evelyne Cohen 18 tratou sobre a Professores permanentes televisão e a 3 cultura de masProfessores convidados sa na França. Em setembro, Seleção foi realizado o 2010/2011 simpósio internacional sobre Mestrado - 30 classificados mídia e eleições Doutorado - 7 aprovados na Alemanha e no Brasil, em parceria com o Goethe-Institut da Bahia. Para 2011 Uma série de eventos du- está prevista uma edição especial rante o ano marcou as comemo- da Contemporânea, revista semesrações dos 20 anos do programa tral do PósCom. Serão publicados de Pós-Graduação da Facom, que artigos, pesquisas e discussões com se encerram hoje com uma soleni- o que ocorreu no ano de comemdade. Durante a cerimônia, serão oração do programa, inclusive homenageados os professores que com uma análise da evolução da marcaram história e contribuíram área da comunicação e do campo para o nível de excelência man- acadêmico ao longo destes anos. tido pelo curso desde 1990, com “O colegiado do proconceito 5 na avaliação da Capes. grama decidiu que seria um ano As comemorações começaram de comemoração dos 20 anos. com a criação do selo dos 20 anos Então toda atividade de pesquisa

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Uma das notas mais altas do país dada pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Nível Superior.

vinculada a eventos estaria de alguma maneira colaborando nessa comemoração. A última atividade será um momento mais formal com a presença da reitoria, da pró-reitoria, de antigos coordenadores, para comemorarmos os 20 anos de história e excelência da comunicação no Brasil”, informou a professora Maria Carmem Jacob, atual coordenadora do PósCom. Ainda hoje o programa é referência em todo país. Ao longo destes 20 anos, manteve a qualidade do desempenho, comemorada pelos professores que marcaram a história da entidade. Referência “Atualmente, minha avaliação do sistema de pós-graduação no Brasil é muito positiva e tenho orgulho de ter colaborado para a sua consolidação, ao longo desses quase 30 anos de minha carreira acadêmica. Há evidentemente espaço para melhorias, especialmente no que diz respeito à expansão do número de vagas, mas posso garantir que nosso sistema de pós-graduação e pesquisa faz inveja a muitos colegas, não só na América Latina, mas também na Europa”, afirma Marcos Palácios, um dos primeiros coordenadores do PósCom, em entrevista cedida por email. Referência em âmbito nacional, o PósCom atrai, inclusive, comunicadores que vieram morar em Salvador por conta dos programas de Mestrado e de Doutorado, como


meio acadêmico Victor Pinto

Diego Brotas, capixaba, 26, mestrando da linha de pesquisa Cibercidades, e Chalini Torquato, 27, natural de Sergipe e doutoranda em economia política da comunicação. “O programa tem grande reconhecimento e eu sabia que isso seria um aspecto muito positivo para meu crescimento profissional e acadêmico. Além disso, o estudo em uma linha de pesquisa específica, Economia Política da Comunicação, também desenvolvida pelo professor que tornou-se meu orientador de mestrado e agora no doutorado, Othon Jambeiro. Vim, então, em busca justamente de seu conhecimento na área,

Foto: Divulgação

Maria Carmem Jacob, Evelyne Cohen, Itania Gomes e José Francisco Serafim (esq/dir).

principalmente de políticas de comunicação”, justifica Chalini. Para Diego, a vivência das experiências acadêmicas e o acúmulo de conhecimentos específicos que está adquirindo graças ao PósCom estão

sendo importantes para a sua formação intelectual e pessoal. “Os fatores principais de minha vinda foram justamente o professor André Lemos e o seu grupo de pesquisa em Cibercidades”, comenta.

PósCom nasceu em 87 O pontapé inicial para a consolidação do PósCom foi no ano de 1987, com a criação do primeiro curso de especialização da faculdade, que abordou o tema Comunicação Comunitária e foi idealizado pelos professores Albino Rubim e Marcos Palácios que faziam parte da diretoria da Facom. Marcos Palacios foi destaque nesse processo de criação, sendo o responsável pela sistematização dos primeiros trabalhos. Ele afirma que a organização do programa foi muito difícil, mas contou com uma equipe unida e bem acessível para discussões e troca de ideias.

“O grupo principal que articulou a criação do Programa era composto por Albino Rubim, Antonio Dias, Othon Jambeiro, Lindinalva Rubim, Monclar Valverde, Aluísio da Rocha Franca Filho, Sonia Serra e eu. No Corpo Docente dos primeiros anos participaram também professores de outras Faculdades da UFBA, como Armindo Bião, Ewald Hackler, Miguel Angel Garcia Bordas”, conta Palacios. Maria Carmem lembra que o programa nasceu de uma junção entre vários cursos de graduação da Ufba e, posteriormente, a comunicação ganhou uma atuação

mais singular, embora tenha sofrido um corte no corpo docente. “Nos primeiros 10 anos existia uma diversidade de áreas disciplinares e, nos últimos, uma condução mais rigorosa por linhas temáticas, por áreas de pesquisa mais definidas. Esse movimento marca claramente a transição do programa. Atualmente temos um número de professores pequeno, menor do que o conjunto que saiu com essa nova reorganização, mas estamos conseguindo ampliar o número do corpo, tendo em vista a ampliação do número de docentes nas universidades federais”, explicou Carmem.

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facom en scène Música e baianidade marcam o lançamento da Fraude Paula Morais e Marina Baruch Foto: Rafael Martins

do público faz Comunicação Social, mas a distribuição de picolés superou minhas expectativas”, elogia Ana Paula Pereira, 22, aluna do 6º semestre de Produção Cultural. A banPraça Quincas Berro D’água lotada na da Pirigulino festa de lançamento da Fraude Babilake, com sua proposta Quem esteve no Pelourinho de misturar música e poesia, com na noite do último dia 5 curtiu os referências nordestinas, fez o púshows das bandas Suinga e Pirigu- blico cantar até o último minuto do lino Babilake, além do som do DJ show. Além das músicas autorais, Camilo Fróes, residente da festa canções de Gilberto Gil e Caetano Baile Esquema Novo. A Praça Quin- Veloso fizeram parte do repertório. cas Berro D’água, com capacidade O vocalista, Pietro Leal, disse que para 800 pessoas, estava lotada e o ficou satisfeito com a apresentação clima de animação durou até o final e acredita que a escolha do local foi das apresentações. O evento cele- um fator importante para o sucesbrou o lançamento da oitava edição so da festa. “O público que assiste da Revista Fraude, produzida pelos no Pelô é diferente do que assiste doze bolsistas do Programa de Edu- na boate. Aqui a gente sente que cação Tutorial da Facom (PetCom). as pessoas vieram para prestigiar Na sua apresentação, a nosso trabalho e é esse o momento banda Suinga trouxe para o públi- em que podemos aproveitar de co uma mistura de diversos ritmos verdade”, afima. baianos, como o fricote, o axé dos Mesmo com o final da anos 80 e o samba-reggae. Du- festa marcado para às 23h, um rante a performance da principal grupo de pessoas composto por música de trabalho do grupo, “Sor- alunos da Facom e de outras instivete de Cajá”, foram distribuídos tuições de ensino ainda curtiam os picolés para quem estava na frente ritmos brasileiros do DJ Camilo do palco. “Já esperava que o show Fróes, como samba, MPB e músifosse interativo, porque a maioria ca baiana. “Acho que a escolha

desse DJ para a festa tem tudo a ver com o ambiente e com o público mais alternativo. A festa está muito animada e devia durar até de manhã”, afirma Camila Almeida, 20, estudante de jornalismo da Unijorge. Nesse ano, as revistas foram distribuídas para o público, que concorreu a ingressos cedidos pelo Circuito de Cinema Sala de Arte. Fraude de Jorge Amddo O clima de baianidade não estava presente só na festa. Cerca de 400 revistas foram distribuídas. Na capa, a Baía de Todos os Santos era plano de fundo para o nome destacado do escritor Jorge Amado. “O nome [da Revista] é baseado na ideia de que tudo se copia e de que nós podemos nos reapropriar do que já existe e criar algo em cima disso”, explica o bolsista do Pet, Nelson Oliveira. Assim como nas edições anteriores, no editorial da Fraude n° 8, caricaturas dos bolsistas , imitavam um anuário típico “high school” americano. “Sempre pensamos em alguma brincadeira com nós mesmos. Ano passado, por exemplo, nos fizemos de QR Codes. Esse ano surgiu a ideia de brincar com a questão de um anuário americano”, conta o editor chefe da revista, Leonardo Pastor.


Labfoto oferece cursos de introdução à fotografia jornalística e light painting

Gabriela Cirqueira

O final do semestre na Facom está sendo estimulante para os interessados nas áreas de fotografia e artes visuais. Entre os dias 20 de novembro e 18 de dezembro, o Laboratório de Fotografia (LabFoto) oferecerá Foto: Rafael Martins os cursos de extensão Introdução à fotografia jornalística e Oficina de fotografia Light Painting. O primeiro apresentará uma visão introdutória das relações entre fotografia e jornalismo, enquanto o segundo, o estudo da técnica de light painting na fotografia de estúdio. Pessoas que já possuam conhecimentos básicos em fotografia e com acesso a uma câmera são o público-alvo. Mesclando teoria e prática, as aulas serão ministradas, respectivamente, pelo fotógrafo, jornalista e designer Paulo Munhoz e por Rafael Martins, aluno de Produção Cultural e fotógrafo da AGECOM – Assessoria Geral de Comunicação do Governo do Estado da Bahia. Além de proporcionar aos alunos mais habilidade no manuseio de equipamentos e produtos associados à fotografia, demonstrações e exercícios estão previstos, bem como saídas de campo e análise do material produzido.

Contabilizando cerca de 15 participantes, a terceira turma de 2010 da “Introdução à fotografia jornalística” teve suas primeiras aulas nos dias 20 e 27 do mesmo mês. Segundo Paulo Munhoz, a principal dificuldade 1 dos participantes é se

Foto: Paulo Munhoz

libertar do modelo de foto artística. “Os alunos ainda têm medo de apontar a câmera para o ser humano, o que os retêm aos elementos estáticos do ambiente”, pondera. A principal mudança dessa edição em relação às outras será a ênfase dada à ética profissional do fotojornalista. “A tabela de preço não pode quebrar o status da profissão”, enfatiza. Intitulada “a prática criativa da fotografia”, a Oficina de Light Painting discutirá os princípios básicos da composição em light painting nas produções em estúdio e em campanhas. Para Rafael Mar-

tins, a técnica tem caráter inovador, uma vez que tira a fotografia do lugar comum e cria um efeito de fuga da realidade, com o laser e os jogos de luz. “Além do uso artístico, o light painting é empregado na fotografia publicitária, gastronômica e arquitetônica, já que diferencia o resultado dos trabalhos comuns”. A prática será a principal metodologia e os alunos poderão avaliar os resultados finais de suas produções durante o curso. A s aulas, ini2 ciadas no último dia 1 - Técnica do 04, ocorLight Painting no 2 - Foto “Tristeza rem período da Infinita” manhã por mais dois sábados (11 e 18) e oferecem o processo de certificação emitido pela Pró-Reitoria de Extensão da UFBA (PROEXT). O LabFoto ainda oferece outros cursos de extensão, como o Curso de Fotografia Digital para câmeras SLR, ministrado pela equipe de monitores. “Os cursos oferecidos pelo LabFoto tentam atender a uma carência na demanda que existe em Salvador por cursos de fotografia. Com a democratização do acessos às câmeras fotográficas compactas e profissionais há uma necessidade de se aprender a usar esses equipamentos” explica o coordenador acadêmico do laboratório, José Mamede.

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acadêmico


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acadêmico Reforma na grade curricular de Produção Cultural é discutida desde 2007

Thaís Motta

Desde a proposta de 2007, a reforma da grade curricular de Produção Cultural tem sido discutida na Facom. O último debate aconteceu no dia 11 do mês passado no auditório da faculdade com a presença dos estudantes, do vicediretor e professor Maurício Tavares e dos professores Sérgio Sobreira e José Roberto Severino. O objetivo da mudança visa consolidar um curso com mais experiência prática e com identidade, como afirma Maurício Tavares, à frente da empreitada. “Os dois principais problemas do curso de Produção Cultural são pelo fato de possuir um ‘currículo experimental’ [sem modelo] e também de estar ligado ao curso de comunicação [como uma habilitação], o que de alguma forma engessa metade do currículo”, analisa o professor. A possibilidade dos “currículos experimentais” é permitida através do artigo 104 da antiga Lei de Diretrizes e Bases da Educação (Lei 4.024/61). Ele também aponta como um dos motivos do atraso da mudança a não entrega das ementas por parte dos professores. Até o fechamento desta edição so-

Estudantes participam do debate do último dia 11 mente o professor Cláudio Cardoso havia entregado. TCC analisa mudança De acordo com a pesquisa do trabalho de conclusão de curso (TCC) do ex-aluno da Facom, Ugo

Mello, o documento aprovado em 2007 se baseia em cinco diretrizes básicas: criação de disciplinas, modificação na nomenclatura de algumas disciplinas, modificação na localização de disciplinas na grade do curso, transformação de obrigatória em optativa e de optativa em obrigatória (ver box com as novas matérias). Uma das conquistas desta última reforma é a disponibilidade de uma vaga para professor da nova matéria Economia da Cultura, que deve ser oferecida no próximo semestre. Segundo Maurício, há também a possibilidade de mudança da ordem de matérias teóricas e práticas, s u g e r i d a pelos estudantes de Produção no debate. A presença de alunos no debate mostrou o interesse, com sugestões e críticas, entretanto, até hoje só foi enviado um documento para M a u r í c i o Tavares. Segundo Ugo Mello as reuniões organizadas pelo C.A. Vladimir Herzog, desde 2007 sempre tiveram pouca participação dos estudantes. “A maioria dos alunos não sabia dessa mudança”, afirma Renato Almeida, estudante de produção do sexto semestre.


Professoras da Facom viajam em missão de pesquisa Luana Velloso Foto: Graciela Natansohn.

Professora Suzana Barbosa (à direita na foto) visita a nova redação do El País.

por meio de análises de O Globo e Diário Catarinense no Brasil, e de El País e La Voz de Galicia na Espanha.

Atividades Antes de Bilbao, as professoras visitaram a nova redação do El País em Madri, que recentemente integrou o jornal impresso ao digital. Em Barcelona, participaram de uma aula do Departamento de Periodismo, lecionada por Javier Díaz Noci na Universidade Pompeu A participação no “Congreso No congresso ocorrido em Fabra – onde também as professode ciberperiodismo y web 2.0” foi Bilbao, aconteceram palestras dos ras Graciela e Suzana apresentaram a principal atividade da missão de participantes, além de apresenuma metodologia da etnografia pesquisa das professoras Graciela tações de comunicação. A profese uma metodologia da análise de Natansohn e Suzana Barbosa, no úl- sora Suzana Barbosa juntamente hipertexto (elaborada em conjunto timo mês de novembro. Elas fazem com os professores Elias Machado com Luciana Mielniczuk, da UFSM), parte do Convênio de Colaboração da Universidade Federal de Santa respectivamente. entre Brasil e Espanha, que desen- Catarina (UFSC) e Xosé Pereira da Suzana Barbosa seguiu ainvolve o estudo dos cibermeios. O Universidade Santiago de Composda para a Universidade Santiago de convênio firmado em 2007, com a tela, apresentou uma ferramenta Compostela, a fim de ministrar uma participação de 13 universidades, desenvolvida para avaliar o uso de aula sobre a campanha presidencial encerra as atividades em fevereiro banco de dados e a arquitetura da no Brasil observando a grande míde 2011. informação em sites jornalísticos, dia e as redes sociais. “Foi uma missão de trabalho extensa, mas esse intercâmbio ajuda os espanhóis a Facom recebe professor Jean Mouchon Juliana Almirante compreender melhor o nosso método de trabalhar, assim como nós, Mouchon tratou de temas o deles’’, analisa. O curso “Espaço público e novas tecnologias da comunica- como jornalismo, marketing políti- Já houve a publicação de um ção e informação”,oferecido pelo co e democracia. Não há preten- livro, a ser editado em três línguas PósCom, foi apresentado pelo pro- são para outras edições, mas de (inglês, português e espanhol), com fessor Jean Mouchon, da Universi- promover um evento com maior outros dois estão previstos para dade de Paris X, já há quatro meses extensão. “O trabalho que fiz no 2011. Há chances de um novo cona trabalho no Brasil. De acordo com curso poderia fazer em três meses, vênio ser formado, uma vez que Jean Mouchon, foi possível perce- porque já pesquiso sobre os temas estes programas são vistos como ber pelos olhares e expressões fa- há um tempo”, comenta. No próxi- fundamentais pelo CAPES e pelo ciais que o público recebeu bem a mo ano, ele retornará ao Brasil para CNPQ dentro da universidade e nos a terceira edição do Pentálogo. sua exposição. programas de Pós-Graduação.

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infra Acervo de mais de 3 mil arquivos pouco conhecido pelos Faconianos Laís Rocha e Thaís Motta Foto: Laís Rocha

A Multiteca, acervo da UFBA que funciona no 2º andar na Facom, conta com mais de 3 mil arquivos dentre filmes (VHS e DVD), vinis, CDs e livros. Dentre o material disponível estão filmes de diretores como Pedro Almodóvar e Michelangelo Antonioni; documentários de conclusão de cursos produzidos por alunos, vinis clássicos de Elvis Presley, além da coetânea de CDs de Música Brasileira, Sesc São Paulo. O espaço funciona no turno vespertino, a partir das 13h, de segunda a sexta. Criada em 2005 pelo professor e ex-diretor da Facom Albino Rubim, a Multiteca fica sob responsabilidade de Luiz Carlos Faria, conhecido como Lula. Além de acervo, o local conta também com

um espaço reservado para assistir os l o n ga s m e t ra g e n s , uma saleta c l i m at i za d a que nas horas livre torna-se o laboratório de transcrição VHS para DVD. A falta de divulgação do espaço é um fator preocupante. “A maioria dos alunos que se formam ou estudam aqui nem sabe da existência da Multiteca”, afirma Paulo Silva, cinegrafista da Facom. Muitos professores consideram a Multiteca como o memorial da faculdade, mas para tanto o acervo ainda continua defasado de produções internas, embora sejam produzidos em média 10 vídeos por semestre. Um problema que a Multiteca enfrenta é o sistema de cadastro de usuários. Atualmente, o cadastro está sendo feito de forma manuscrita acarretando dificuldades de controle. Somente professores e alguns alunos com uma autorização prévia têm acesso a empréstimos. Acervo não absorve toda produção interna de estudantes

Foto: Thaís Motta

Clássicos do cinema e da música disponíveis na Multiteca

“Já perdemos uma parte do acervo, pois muitos alunos levam e não devolvem os filmes”, justifica o servidor. Luiz Carlos conta que o professor Rubin, quando fundou a Multiteca, adquiriu um acervo do cinema nacional e estrangeiro, em VHS, e que desde essa época não houve mais investimentos. “A partir daí, só agregamos por doações”, comenta. O funcionário adverte sobre a necessidade de investimentos por parte da faculdade na restauração dos filmes, na aquisição de novos produtos e na criação de um sistema de cadastro dos empréstimos e catalogação dos arquivos. “Uma parte do acervo está danificado, mofado, e estou aguardando recursos para recuperá-lo e transcrevê-lo para o disco digital”, acrescenta.


Projeto propõe revitalização do Labvídeo Thuanne Silva

Limitações Hilla Santana, estudante do quarto semestre de Jornalismo, considera a prática jornalística de vídeo, realizada no laboratório, muito proveitosa, embora haja li m i t a ç õ e s quanto à quantidade de equipamentos e ao o nível tecnológico em que se encontram. Segundo ela, os equipamentos são arcaicos e o desenvolvimento do trabalho é muitas vezes demorado pela falta de câmeras.

Esse problema nem sempre existiu, já que havia grande quantidade de câmeras em funcionamento que atendiam toda a demanda da Facom. Com o tempo e

laboratório há 17 anos. A oportunidade oferecida pela Facom aos alunos de manusear todo o maquinário, não atuando apenas como repórter,

Fotos: Diego Barreto

Os equipamentos do Laboratório de Vídeo e Televisão, localizado no segundo andar da Facom, passarão por uma revitalização com o projeto de reforma ide a l i za d o por Washington Souza, coordenador do laboratório e professor de telejornalismo. O projeto busca atender de forma plena às necessidades dos alunos da universidade com a troca dos equipamentos analógicos, em fase de desuso, por high-definition. Segundo o professor, a reforma não começou e não se tem prazo para o seu início, porém já existem recursos para que seja iniciada. “O ponto de partida da reforma são os recursos oriundos de uma emenda parlamentar do d e p u t a d o federal Emiliano José do PT, ex-professor da faculdade”, afirma. Os recursos terão um custo de R$ 30 mil. Existem atualmente apenas duas câmeras em funcionamento no laboratório, o que atra p a l h a as atividades práticas r e a l i z a d a s pelos alunos.

Equipamentos do Labvídeo estão defasados

a falta de manutenção, as câmeras ficaram inutilizáveis, havendo a deterioração de muitas máquinas. “Chegou a ponto de termos sete ou oito câmeras quebradas. O c o n s e r t o hoje é inviável e o custo é muito alto, seria muito mais barato comprar equipamentos novos”, explica Paulo Silva, funcionário do

mas também como editor e roteirista do seu próprio trabalho, ajuda na melhor preparação para o futuro profissional que ingressará no mercado de trabalho. A noção dessas técnicas é essencial para ser um profissional diferenciado e com maior embasamento prático com criação e edição de vídeo.

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infra Auditório de cara nova Diego Barreto

A partir do primeiro semestre de 2011, o auditório da Facom terá cara nova. A reforma, com início previsto para janeiro do ano que vem, irá oferecer maior comodidade à plateia, mas visa, acima de tudo, atender o cumprimento da Lei Federal 10.098/2000, que estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiências ou com mobilidade reduzida. O investimento total será de aproximadamente R$ 59 mil. Todo o capital a ser investido é oriundo de uma emenda parlamentar destinado à manutenção do espaço existente desde que a Faculdade de Comunicação transferiu-se para Ondina. O auditório, atualmente com capacidade para cerca de 95 carteiras, sofrerá uma redução para 84 poltronas maiores e alcochoadas, R$ 577 cada uma. Será trocado também o piso, sendo substituído o tapete pelo material de manta vinílica, R$ 5,2 mil em material, e cerca de R$ 3,4 mil investidos em serviços, totalizando o valor de R$ 8,6 mil. Instrumentos novos também serão adicionados no auditório – um rack, uma mesa e um púlpito serão implantados na

plataforma e custará pouco mais de R$ 2 mil. A obra será realizada pela empresa ACE Revestimentos, contratada sem a burocracia da licitação obrigatória, pelo fato do capital investido não superar o teto de R$ 8 mil exigido por lei, em cada área da reforma. A adaptação do espaço para atender às necessidades de pessoas com mobilidade reduzida e

primeiro semestre, 2011.1. A reforma trará muitos benefícios para a população faconiana: “Será útil porque sempre é bom dar uma revitalizada”, afirmou Carla, que trabalha no colegiado da Faculdade. O responsável pela manutenção do auditório, Romenil da Silva, informou que nunca ouviu reclamação sobre a estrutura do auditório, mas reconheceu a necessidade da reforma para atender o que a lei exige: “É necessário trocar o piso do corredor todo por uma rampa. Na porta de entrada tem uma que dá acesso ao salão principal, mas ela só vai até o meio do auditório. A partir daí tem um degrau que impede que desça uma cadeira de rodas”. O estudante do Foto: Diego Barreto Auditório receberá equipamentos para primeiro semestre de melhorar a acessibilidade Produção Cultural, Rodolfo Mendonça, comentou os beneportadores de deficiências físicas fícios que a reforma trará para a é o ponto mais importante da re- faculdade: “O material novo para o forma. Em um lado do palco será piso vai melhorar o ambiente. Eu, aberta uma porta e do outro lado, por exemplo, sofro com o carpete as escadas existentes serão substi- utilizado. Pelo que ele aparenta, tuídas por uma rampa para facilitar não é tão bem cuidado e sempre o acesso do cadeirante. A respon- que permaneço ali muito tempo, sável pela contabilidade da Facom, por ter alergia, sofro irritação nos Carla Gordilho, explicou que a re- olhos pelos ácaros formados no forma não tem um prazo estipu- carpete”, comentou o estudante, lado para o término, mas afirma se referindo ao material de manta que será concluída no decorrer do vinílica utilizado.


Monografias superam produtos na elaboração de TCCs Fabiana Guia

A ideia de que as monografias superam sempre os produtos nos Trabalhos de Conclusão de Curso da Facom foi confirmada novamente esse semestre. A diferença entre os dois tipos de trabalhos foi de 40%, em 2009.2 e 16,6%, em 2010.1. No último semestre, as monografias representaram 66,7% do total de 48 TCCs. As apresentações começaram na segunda-feira (29) e permanecerão até dia 13 de dezembro. Vários fatores influenciam no fato das monografias serem mais requisitadas pelos estudantes nesse período de apreensão. “Talvez porque alguns alunos não disponham de tempo, não só para executar, como para pensar melhor na elaboração de um produto”, afirma Paloma Ayres, que concluiu sua graduação nesse último semestre de 2010 com o tema “Programas Independentes de Televisão: importância para a formação do profissional de comunicação”. Já os produtos, com 43,3% de participação, geralmente são escolhidos por alunos que já pos-

suíam trabalhos desenvolvidos na área, com um conhecimento prévio dos modos de produção. Como Rafael Grilo, aluno do último semes-

“Acredito que não exista preferência pela monografia em detrimento da realização de produtos, portanto, pessoas que durante a graduação, por exemplo, desenvolveram atividades de pesquisas, tendem a optar pela monografia, ao passo que indivíduos mais envolvidos com produção audiovisual ou sonora tendem a trabalhos de natureza técnico-artística”, comenta o estudante. A professora Nadja Miranda, orientadora de monografias, afirma que geralmente os estudantes escolhem o que mais se identificam. “Muitos alunos no momento da Danielle Villela defende uma das escolha são encaminhaFoto: Lia Seixas 32 monografias desse semenstre dos para orientadores com grupos, o que é bom para o aluno e para o protre de produção cultural, que tinha fessor. E em minha opinião, esse um histórico de atividades práticas dado também deve ser levado em dentro da Facom como membro da conta e contribui para a definição Produtora Júnior e da Rádio Facom. deste quadro”, opina a professora.

Semestre

2009.1

2009.2

2010.1

2010.2

Monografia

74,4%

70%

58,3%

66,7%

Produtos

25,6%

30%

41,7%

33,3%

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FacomNews 2010.2 - Edição II

producão Jornal da Facom: Jornalismo na prática Joana Oliveira

Produzido quase que integralmente pelos alunos, o Jornal da Facom supre uma queixa constante pelo aprendizado prático do jornalismo. Produto laboratorial da Oficina de Jornalismo Impresso, com tiragem de 5mil exemplares, o jornal encontra dificuldades durante o processo de elaboração, principalmente na diagramação e distribuição, mas, ainda assim, possibilita o contato com a lógica de criação de pautas e cobertura de matérias. Na Oficina, ministrada pela professora Malu Fontes, os alunos do 3° semestre de jornalismo escolhem as três pautas que devem cobrir durante o semestre, e participam da edição, podendo até utilizar suas matérias em outros meios. Essa liberdade de criação dada aos estudantes contribui para a empatia gerada pela oficina. “A Oficina é muito importante. Foi onde melhor pude perceber a prática do Jornalismo”, afirma Edely Gomes, que

Jornal da Facom é distribuido gratuitamente na recepção

participou da última edição do JF. a matéria e não sabe como vai ficar. Malu, editora responsável, Queria ver na gráfica mesmo, todo permite aos graduandos trabal- esse processo, que eu não vejo”. har também como assistentes de “Nosso grande desafio hoje edição e fotografia. Como a facul- é a burocracia das instituições dade não oferece habilitação em públicas para pagar o processo de diagramação, essa parte do pro- produção gráfica e impressão do cesso é um problema. Na última jornal, já que não temos nenhum edição, a turma contou com o recurso destinado a isso”, afirma auxílio do colega Renato Oselame, Malu Fontes. Por ser um produto que realizou a editoração gráfica. laboratorial, e não um projeto, No segundo semestre do o JF não pode contar com apoio, curso, os alunos já têm um contato nem vender anúncios publicitáricom a produção de notícias, através os, dependendo da Lupa, revista laboratorial da totalmente da Os próprios Facom, mas há diferenciação instituição. entre as duas experiências. Algumas alunos escolhem “A revista é um outro tipo as três pautas que de- m a t é r i a s de publicação, com uma vem cobrir e participam já chegalinguagem, conteúdo e esram a ser da edição, podendo até paço diferentes. Na revista, publicautilizar suas matérias há a preocupação de ‘brindas após em outros meios. car’ com a linguagem, enum ano, frusquanto no JF, sendo mais factual, trando os alusegue-se toda uma estrutura-padrão”, nos, que esperam ressalta Marina Teixeira, que tam- poder utilizá-las também como bém produziu a últi- portfólio para conseguir um esma edição do jornal. tágio, por exemplo. “Esse atraso dá a impressão de que não estaPedras no caminho mos produzindo”, completa Edely. Devido a questões O esforço dos alunos é jurídicas de licitação reconhecido por Malu, que rescomercial, o JF é atu- salta ainda a necessidade de se almente impresso em contornar esses problemas. “MoFortaleza, o que limi- déstia à parte, nós aqui conseguita a participação na mos ensinar, com certa facilidade, construção do espa- a escrever. Mas já a transformar ço do jornal. Marina se isso em um produto que circule o diz frustrada com essa mundo, depende de mecanismos questão: “Você entrega que não estão só na sala de aula”.

Foto: Juliana Almirante


Bota Dentro marca o fim do Programa Trainee Yasmin do Vale

A Produtora Jr. (PJr.), instância muito conhecida da Facom, encerrou o Programa Trainee com o Bota Dentro, última tarefa realizada pelos novos integrantes, no último dia 19, como forma de avaliação. Após passarem por um processo de seleção no início do semestre, os trainees entram na fase de treinamento. Eles realizam tarefas nas cinco diretorias e nos três núcleos de produção da empresa e finalizam com o Bota Dentro, evento totalmente realizado pelos novos integrantes. O objetivo desse último trabalho é a prática de tudo o que foi aprendido no Programa Trainee, além da integração dos recém-chegados com os veteranos da empresa. Thuanne Silva, estudante de Jornalismo do primeiro semestre e agora membro do Núcleo de Criação Gráfica e da Diretoria de Comunicação da Produtora Jr., afirma que não houve tanta dificuldade na or-

Doze trainees participaram do Programa.

ganização do Bota Dentro, pois eles receberam as devidas orientações durante o Programa e o trabalho em grupo facilitou muito o processo. Segundo Michele Figueiredo, diretora de Recursos Humanos da Produtora Jr., esse treinamento dura, em média, de dois a três meses, dependendo do semestre em questão e tem como objetivo capacitar os estudantes de Jornalismo e Produção Cultural selecionados. “Achei o Programa interessante e bastante válido para os trainees terem noção do que cada núcleo faz e também do trabalho de cada Diretoria. Isso nos ajuda a escolher o que queremos fazer dentro da empresa”, explanou Thuanne. Júlia Faustino, trainee selecionada e estudante de Produção Cultural do primeiro semestre, c o m e n t o u que depois do Programa ela se sente preparada para exercer as funções competentes à Diretoria de Recursos Humanos e ao Núcleo de Produção Cultural, cargos ao qual foi alocada dentro da Produtora Jr. “Durante todo o processo de treinamento nós somos avaliados e no final nós executamos uma tarefa também avaliativa [o Bota Dentro]. Depois, eles nos alocam em uma das cinco diretorias e Foto: Yasmin do Vale em um dos três núcleos

de acordo com nosso desempenho e com a nossa preferência de cargo” comentou Júlia. A divulgação da alocação dos trainees, primeiramente, é feita por email, dizendo somente em quais cargos eles se encaixarão. Depois eles fazem uma reunião, realizada no último dia 26, para explicar o motivo da decisão, a opinião deles sobre o treinamento e uma retrospectiva do processo.

Conheça a PJr.

O que é a Produtora Jr.? É uma instância da Facom, sem fins lucrativos, que prepara o trainee para exercer funões na área do curso, aprendendo questões administrativas e produtivas. A Produtora só trabalha para a UFBA? Não, ela realiza trabalhos para qualquer pessoa física ou jurídica que os contrate, como, por exemplo, a Souza Cruz, empresa de cigarros que tem parceria com a Produtora Jr., além de vários outros trabalhos com lojas e instituições de Salvador. Porém, seu público-alvo é a comunidade acadêmica. Qual o destino do dinheiro do contrato com as empresas? Esse dinheiro é usado para ressarcir os gastos da Produtora Jr. com o trabalho realizado para tal. Os funcionários da instância não recebem salário. Como é o organograma da empresa? São cinco Diretorias: Presidência, Administrativa, Financeira, Recursos Humanos e Comunicação de Atendimento; e três Núcleos de Produção: Criação Gráfica, Núcleo de Produção Cultural e Acessoria de Comunicação.

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producão Exposição de grafite é produto de conclusão de curso Marcelo Argôlo

Custou um pé torcido e feriados de muito sol dedicados à pintura, o Trabalho de conclusão de curso (TCC) de Talitha Andrade, formanda de produção cultural. A “Civilização Mágica” foi o evento produzido pela aluna que expôs o seu próprio trabalho de grafite em muros, que ocorreu no último dia 19 na Segunda Travessa Martin Afonso de Souza, no Garcia. A formanda programou performances, música ao vivo e uma roda de capoeira para dialogar com a exposição dos muros. Mesmo com o atraso e os problemas de iluminação no início, Talitha avaliou de forma positiva o resultado. “O evento foi uma troca. Você vinha para ver os muros e ao mesmo tempo tinha outras linguagens. Isso foi um ponto positivo, as pessoas ficaram interagindo até seis horas da manhã”, declarou. No próximo dia 13, Talitha defenderá um memorial descritivo do seu projeto. Segundo ela, a ideia é uma forma de unir o curso de produção cultural às artes visuais, sem dar maior relevância a nenhum deles. “Eu acho que [ambos] tem um peso igual, porque a

produção acaba se tornando uma criação e a criação também acaba sendo uma produção. Você tem que ir atrás de material, tem que planejar o tempo e é a produção que vai dar visibilidade”, afirma. A pintura, segundo Talitha, foi a parte mais trabalhosa. Ela destacou que algumas características dos muros, como a porosidade, aumentaram a dificuldade durante o processo de execução do projeto. Outros problemas que ela apontou foram a relação cotidiana com os muros e o peso de ter que organizar tudo soz-

Grafites de Talitha Andrade expostos nos muros do Garcia, bairro de Salvador.

inha. “Tudo que você se propõe a fazer como um trabalho cotidiano acaba se tornando uma coisa repetitiva e, de certa forma, leva à exaustão. Além disso, a sobrecarga de ter que fazer as duas coisas, também foi uma dificuldade. Na última etapa eu tinha que finalizar a parte da criação e também tinha que correr atrás de bebida, entrar em contato com os artistas, levar ofício para pedir iluminação. Era tudo eu. Cheguei a virar noites”, comenta. Talitha afirma que seu TCC foi uma forma de unir o curso ao interesse pessoal. Ainda declara que prefere muito mais a arte e que mais adiante pretende segui-la profissionalmente. A criação e impressão do material de divulgação do projeto contaram com apoio da Pizzaria do Sertão, localizada na rua onde os muros foram pintados. O blog civilizacaomagica.blogspot.com também foi criado com o objetivo de ampliar a publicidade do projeto.


Revista Muito publica editorias de moda produzidos por aluna da Facom

Claudia Guimarães

Nas duas últimas edições da O trabalho de conclusão de Muito, revista encartada no jornal curso só será defendido no próximo A Tarde de domingo, os leitores ti- dia 10, mas segundo o orientador, veram acesso aos editoriais Moda professor José Mamede, já tem um Barbie e Moda Casual, cada um bom direcionamento. “Até o modeles publicado em uma mento, o que foi feito edição da revista. O tem uma qualidade projeto de fotoacima da média. “Foi um TCC extremagrafia e moda faz Foi um TCC exparte do Trabal- mente elaborado, com tremamente ho de Conclusão uma sofisticação de imagem e l a b o r a d o , de Curso de Gacom uma soe linguagem únicas na área de briela Teixeira, fisticação aluna do oitavo fotografia” - José Mamede de imagem semestre de Jore linguagem nalismo da Facom. únicas na área A produção de fotografia. A foi bastante trabalhosa publicação é ime demandou muito tempo. prescindível, faz par“Além do tempo de produção, a re- te da completude do trabalho”. vista é impressa em Recife, o que Por se tratar de um trademandou mais tempo ainda” comenta Gabriela, que, apesar de todo o trabalho, afirma ter gostado do resultado. “O trabalho foi ótimo, muito produtivo”. Além disso, parceria com a revista foi de grande relevânciapara a conclusão do trabalho “O apoio da Muito, dentro do possível, foi muito bom, muito importante”, acrescenta. Os editoriais, segundo a aluna, ainda contaram com o apoio de Mayra Lins, que é responsável pela produção e manipulação das imagens da seção Moda da revista

balho de conclusão de curso cujo resultado é a criação de um produto e não de um trabalho monográfico, o orientador do trabalho salientou as dificuldades na pesquisa bibliográfica que visa à fundamentação teórica. “Sempre há dificuldades quando se trata de um produto, pois os trabalhos de conclusão de curso, em sua maioria, são voltados para projetos monográficos”, comenta Mamede. “Penso em começar meu mestrado logo, quero trabalhar com fotografia editorial e artística, mas tenho consciência de que na área de fotografia os trabalhos publicitários têm maior campo de atuação”, conta Gabriela, que atualmente estagia como monitora no LabFoto da Facom.

Editorial de Moda publicado pela Revista Muito do dia 28 do último mês

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entrevista

Malu Fontes

“A gente chama o jornalismo popular de sensacionalista, por quê?” Com o surgimento do Massa! há dois meses, o jornalismo popular cresceu no estado. Mas o que é jornalismo popular? Jornalismo popular é igual a sensacionalismo? Segundo a professora da Facom, colaboradora do Grupo Metrópole e da TVE-Bahia e colunista do jornal A Tarde, Malu Fontes, jornalismo popular é sim jornalismo sensacionalista. “Porque ele provoca sensações mesmo, de sensação tátil de espanto, de horror, de identificação, então são sensações no sentido de nossos instintos, é aquilo que nos dá medo, aquilo que nos conforta”. Em entrevista concedida ao FacomNews, Malu explica a força do jornalismo popular, analisa o que seria um jornalismo sério, além de discutir se o jornalismo popular está mais próximo de um “jornalismo não-sério”.

Qual é o seu conceito de jornalismo sério? Jornalismo sério é quando você se propõe a narrar o fato cotidiano para um grupo de pessoas. Claro que não existe um jornalismo sério que é para todos e eu não estou dizendo que o resto não é sério. Mas assim: o pacto do que é sério e o que deixa de ser é firmado entre quem edita, quem publica e o público alvo dessa leitura. É você atender as demandas daquele público que, em tese, espera que você narre a vida numa linguagem acessível, ética, a ponto de ser compreen-

dida e melhorar o nível de informação das pessoas para que ela possa observar o mundo com mais clareza. O jornalismo nãosério é quando se tem uma predisposição desde o início de fazer uma galhofa, de deturpar os fatos e não avisa isso ao público. Porque se pode fazer um jornalismo nãosério e ser absolutamente legítimo. Você avisa anteriormente que está ali para sacanear pessoas que, em tese, você quer incomodar. Então eu acho que até o jornalismo nãosério, em tese, é sério se ele anunciar-se como não-sério. O jornalismo não-sério é necessário? É complicado a gente responder se é necessário ou não é, porque as

pessoas têm as necessidades diferentes. Por exemplo, algumas pessoas estão em uma sociedade que elas não acreditam, onde, muitas vezes, elas se sentem traídas por seus representantes e querem tripudiar do poder público, um direito delas.Tem o jornalismo gonzo, o jornalismo que faz troças das coisas, tem quase que paródias do jornalismo dito sério. Sério no sentido de ser aquele estabelecidamente como uma tentativa de reprodução do real. Eu não sei se é necessário ou não porque, como profissional de comunicação, dizer o que é sério e o que não é, não é meu papel no mundo. Importante é que o seu público alvo saiba exatamente o que

“E acho até o jor não-sério, é sério se e se com sér


Você acredita que o jornalismo nãosério é mais visto no jornalismo popular? De novo, eu estou fazendo uma interpretação muito particular do que é não-sério. O jornalismo com sensacionalismo, com exagero, de certa maneira, até ressaltando as tintas, muitas vezes de preconceitos, de determinadas formas de achincalhamento de algumas categorias sociais. O que eu acho é o seguinte: há público pra isso? Há. Quanto mais você tem uma sociedade não-letrada, com uma escolaridade informal e um nível de cultura formal baixo, mais as pessoas se sentem impelidas a consumir as informações feitas de uma maneira mais fácil, mais grotesca. Então, se você coloca uma foto de uma pessoa sem cabeça com uma legenda dizendo: “Foi para a rua e perdeu a cabeça”, por exemplo, a pessoa entende a chamada e talvez se identifique. Não estou dizendo que só assim ela se identifica, mas é mais fácil para quem faz esse tipo de produto dar uma coisa de fácil assimilação, mesmo que seja grosseiro, mesmo que atente contra os direitos humanos de quem está ali, do que ensinar essas pessoas a consumir jornal com uma escrita formal, digamos assim.

Eu o que rnalismo , em tese, ele anunciarmo nãorio”

Observando como profissional de comunicação, por que esse jornalismo popular é mais aceito pelo público com menos poder aquisitivo se eles não gostam muito de leitura? Porque tem algo muito forte da imagem, uma foto de um cadáver, de ter o futebol, tudo que faz parte da realidade dessas pessoas. Esse jornalismo popular não vai fazer uma matéria sobre o Présal, não vai fazer uma matéria sobre as vantagens e desvantagens do ENEM, vai falar de coisas simples, vai falar de doenças, vai falar de dengue, vai falar de assaltos, vai falar de violência, e esses assuntos fazem parte das vidas das pessoas e esse jornalismo, por ser até mais fácil de fazer, você vê na rua, você pode fazer uma matéria sobre violência em qualquer lugar, é diferente de fazer uma matéria que vai comparar cestas básicas de cinco supermercados diferentes de Salvador. O jornalismo popular traduz muito a vida cotidiana dessas pessoas, a vida delas é daquele jeito ali e a gente chama de jornalismo sensacionalista, por quê? Porque ele provoca sensações mesmo, de sensação tátil de espanto, de horror, de identificação, então são sensações no sentido de nossos instintos, é aquilo que nos dá medo, aquilo que nos conforta.

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é que você está fazendo. Se você está fazendo as coisas com seriedade ou se você está fazendo com esculhambação. O errado é você fazer uma coisa e dizer que está fazendo outra. Você fazer picardia e dizer que é sério ou então você ser sério e dizer que está fazendo humor.

O que há de melhor e de pior no jornalismo baiano? Eu sou muito cuidadosa com essas coisas de melhor e de pior, não gosto dessas coisas maniqueístas. O grande jornalismo de olhar tradicional tem edições que são grotescas, ruins, mal feitas, mal apuradas. Mas o que eu acho de pior não está no impresso não. O que temos de pior está no televisivo: a exploração cotidiana intensa, a ridicularizarão da pobreza extrema. As pessoas são colocadas no lugar de palhaços, no lugar de qualquer coisa, de quem diz qualquer coisa, de quem é possível mostrar qualquer coisa, inclusive da família. No impresso tem uma coisa que possa ser engraçadinha, pode ter uma certa misoginia em relação às mulheres, aos homossexuais, aos jovens pobres da periferia, mas não chega aos pés do que se faz com essas mesmas categorias sociais na TV.


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perfil

Edson já

Apesar de ter feito sequer menção a Cay Edson Dalmonte conta sua saga de ca

Esperávamos por Edson Dalmonte num dos corredores cinzentos da Faculdade de Comunicação da UFBA (sim, esperávamos, já que não estava sozinha, mas com outros dois ansiosos colegas), quando ele apareceu, ao fundo, com um aceno amistoso e um sorriso tímido. Cauteloso, ele se aproximou, perguntando por quanto tempo precisaríamos dele. Você é quem manda, Edson, you are the boss. Vestia uma camisa (que talvez pudesse ser chamada de bata) branca e uma calça jeans clara, ambas aparentando serem leves e propícias ao calor esquizofrênico soteropolitano, e que evidenciavam os cabelos cor de bronze. Aparentemente, ele gosta

do clima quente. Quando falava sobre os problemas de São Paulo, onde morou por três anos, foi categórico ao incluir “o frio”. Não é estranho, uma vez que Edson nasceu pertinho daqui (ou não tão pertinho assim, para alguns). Ele é capixaba, mas fala com uma calma e uma tranquilidade que poderia se passar por mineiro (entende o jeito do “mineirin”?). Tanta calma que nos recebeu num corrido intervalo de uma reunião do PósCom, mas parecia à vontade e paciente como se estivesse no sofá de sua casa ou numa mesa em seu café predileto, conversando com velhos amigos. Edson Dalmonte não tem família aqui. “Minha família é toda capixaba”, disse, enquanto tamborilava a mesa, sem fazer barulho algum. Quando perguntei onde nascera, ele me surpreendeu ao dizer que sua cidade era uma questão complexa. “Eu nasci em Colatina, mas a minha cidade hoje chama-se São Domingos do Norte. Mas a minha família mora no interior, num lugar chamado Montes Claros”. Montes Claros, como ele mesmo me esclareceu depois, nada tem a ver com a cidade homônima mineira. “É no interior [do Espírito Santo]. É roça. Sou da roça”, explicou, entre uma sonora risada.

Como também sou do interior, me identifiquei quando ele disse que todos esperavam que fizesse Direito ou Medicina. “Quando eu disse Jornalismo, ninguém entendeu muito bem”. Era 1996, época marcada pelo início do que seria o domínio das novas mídias, como a Internet. “Quando eu entrei na universidade a gente tinha um pequeno laboratório só de informática. O primeiro trabalho que eu fiz usando o computador eu tive algumas dificuldades”, conta, quando perguntado se sentiu insegurança com o novo contexto. “Parece que faz tanto tempo, né?”, relembra Edson, hoje autor do livro Pensar o discurso no webjornalismo: temporalidade, paratexto e comunidades de experiência, publicado pela EDUFBA. A opção por Jornalismo, entretanto, veio mais tarde. “Eu confesso que na época era muito seduzido pela publicidade, o curso me interessava bastante. Mas quando eu comecei a estudar, eu me interessei muito pela área teórica, pela área acadêmica. E isso foi me direcionando para o jornalismo”. Confesso que fiquei ainda mais surpresa quando ele revelou que, desde o seu primeiro semestre, já tinha certeza de que seguiria carreira acadêmica. “Ficou claro que eu ia trabalhar com ensino e pesquisa. Tanto que na universidade inteira eu nunca fiz um estágio no mercado”, contou o professor de


veio à Bahia

ymmi ou aos estúdios Disney em nossa conversa, apixaba na Bahia – porque veio e porque ficou.

Comunicação e Ética da Facom. É difícil encontrar alunos no primeiro semestre de uma faculdade que já tenham definido o que querem fazer de sua vida – boa parte, vale ressaltar, ainda reflete se está no caminho certo. Mas esse perfil não se encaixa em Edson Dalmonte. Sim, Edson parece ter esse poder – não é ele quem tem de se encaixar a um perfil, mas qualquer perfil que deve se encaixar a ele. Minha maior dúvida, confesso, era: por que a Bahia? Por que a UFBA? Ele respondeu dizendo que “tinha algumas opções para ingresso no doutorado: seria em São Paulo, no Sul ou em Salvador. É uma questão pessoal aqui. Morei em São Paulo por três anos e não estava afim mais, é uma cidade problemática”. E continua: “O que me trouxe para cá foi a perspectiva de ingresso no programa de pósgraduação, que é considerado um programa referência”, explica. E quando falamos sobre a Bahia, ele sorri, pensativo. “É uma terra onde se trabalha muito, mas também acho que o diferencial é que as pessoas sabem festejar”, diz, concluindo que se sente acolhido aqui. O sorriso, ainda assim, não pode ser comparado ao que brotou em seu rosto quando perguntamos sobre o Espírito Santo. Conteve-se, ao dizer que “É uma terra muito bonita”,

embora seus olhos parecessem temática”. Vale ressaltar que Edson, estar voltados à lembranças par- o ruivo mais pop da Facom (sim, eu preciso dizer que todos que passaram por nós fizeram questão de cumprimentá-lo afetuosamente), definiu-se, a pedido nosso, como alguém que gosta de desafios. Definiu-se como alguém que gosta de aprender e dialogar. E nós, definitivamente, percebemos isso. Ele responde, simples, que “é um trabalho que gosta”. Preciso dizer pela terceira vez que fiquei surpresa? Pois fiquei. Além de simpático, gentil, educado e inteligente, é romântico! Ou, pelo menos, é o que entende-se de alguém que escolhe Amor além da vida como seu filme. E, só pelo fator curiosidade, Guerra e Paz como seu livro e Atiraste ticulares. Por um segundo, tive a uma pedra como sua música. É impressão de que estava vendo um um idealista, também – o que é adulto lembrando da alegria e da inspirador, uma vez que acredita emoção de tomar seu primeiro sor- no jornalismo como “responsabvete, aos três anos de idade. Mas só ilidade, pensar em democracia e por um segundo. em debate” e ética como “com Hoje, Edson Dalmonte, prometimento, partilha, troca e além de professor, é editor-chefe respeito”. da revista Contemporânea e vice- Edson Dalmonte, que eu coordenador do PósCom. Pode-se só conhecia de vê-lo nos cordizer, então, que ele realizou, ao redores (e uma única vez numa menos, este sonho. “É um acúmulo farmácia), agora é uma das de atividades”, admite, “mas são minhas pessoas preferidas na atividades direcionadas, que cir- Facom. Hoje, definitivamente, culam em torno de uma mesma Edson ganhou mais uma fã.

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perfil


nça a d u M de a r G na o ã ç u d de Pro

“Particularmente, gosto muito da grade atual. Mas as possíveis modificações são válidas, especialmente se visarem uma aproximação do curso com matérias na área de belas artes, por exemplo”. Darlan Cayres, 1° semestre de Produção Cultural. “Se existe a ideia de redefinir a grade, é porque há necessidade. É muito interessante a proposta de aproximar produtores culturais de artistas (Belas Artes), já que uma área depende da outra”. David Barros, 2° semestre de Produção Cultural.

“Essa mudança é essencial. A proposta foi bem pensada e algumas adaptações na grade são necessárias”. Rogério Menezes, 4° semestre de Produção Cultural

Twittada s = ) @marcoantoniogc Alô você jornalista baiano, come massa! e caga lemonde. Marco Antonio Cruz é estudante do 2° semestre de jornalismo na Facom

@Mariaalves Apesar de que a vida é boa e reclamo dela. Gente morrendo de cólera no Haiti e eu me encucando com final de semestre. Maria Alves é estudante do 3° semestre de jornalismo na Facom.

@rodolfinho O traficante Zeo foi encontrado pela polícia em baixo da cama e todo mijado, quando eles estão sozinhos são uns medrosos!!!! Rodolfo é estudante do 1° semestre de produção cultural na Facom.

@willgomes Gente, ninguém está preocupado com a síndrome de abstinência no Rio? De um dia para o outro, 6 toneladas da erva desaparece do consumo... Wilson Gomes,dispensa apresentações.

@andresetaro Gostaria de trabalhar no Twitter. Como faxineiro das bobagens aqui perpetradas. André Setaro é professor da Facom e comentarista cinematográfico

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O que eles pensam sobre


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