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O PROJETO

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O LOCAL

O LOCAL

O conceito do termo acolhimento é abordado em diversos estudos no âmbito da saúde coletiva, visando práticas que proporcionem qualidade e acesso a um atendimento humanizado. Segundo o dicionário, acolhimento significa “local seguro que oferece proteção.” Ernesto Sábato, diz em seu livro “A resistência” que a resistência é um ato heroico e passou a ser seu próprio lema.

No campo da saúde coletiva, o acolhimento tem sido compreendido como um dispositivo capaz de alterar o modelo tecno assistencial na assistência à saúde, pautado no desenvolvimento de práticas que contemplem o princípio da integralidade, com a garantia de acesso, a criação de vínculo e do atendimento humanizado (FRANCO, BUENO, MERHY, 2003; CAMPOS, 1997 apud CHUPEL; MIOTO, 2010, p. 38).

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Numa definição mais sensível do termo, Franco, Bueno e Merhy (1999) falam do tempo dedicado ao acolhimento, assim como da energia e esperança reacesa para se acolher o indivíduo.

(...)a capacidade de se colocar no nosso tempo, mobilizar energias adormecidas, reacender a esperança e colocar em movimento segmentos importantes dos serviços de saúde, como grupos sujeitos que se propõem à construção do novo, a fazer no tempo presente aquilo que é o objetivo no futuro. (FRANCO, BUENO, MERHY; 1999, p. 351).

Solla (2005) define o acolhimento como a humanização e também a garantia de acesso a tal atendimento, de maneira qualificada, positiva e responsável.

O “acolhimento” significa a humanização do atendimento, o que pressupõe a garantia de acesso a todas as pessoas. Diz respeito, ainda, à escuta de problemas de saúde do usuário, de forma qualificada, dando-lhe sempre uma resposta positiva e responsabilizando-se pela resolução do seu problema. (SOLLA, 2005, p. 495) A forma de resistência com a qual nos identificamos, então, remete à luta e ao esforço coletivo. Imagina um fio profundo construído no decorrer dos séculos e em diversos continentes, e se pergunta pelas formas de resistência reconhecendo a sua antiguidade, mas lutando contra as especializações que muitas vezes são paralisantes. Posições e bastiões defendidos até a última gota do sangue, a vida entregue em nome dos que fogem; as relações com lutas emancipatórias são praticamente obvias. No entanto, é importante assinalar que as representações da resistência não se esgotam nos enfrentamentos armados ou na guerra. (LORENZ, 2015, p. 12).

Acredito que é preciso resistir: esse tem sido meu lema. Hoje, contudo, muitas vezes me pergunto como encarar essa palavra. Antes, quando a vida era menos dura, eu teria entendido por resistência um ato heroico, como negar-se a continuar sobre este trem que nos leva a loucura e ao infortúnio. […] A situação mudou tanto, que devemos reavaliar com muita atenção o que entendemos por resistência. Não posso lhes dar uma resposta. (Sábato, 2000, p. 87).

O termo resistência é utilizado pelo médico Sigmund Freud, como obstáculos que se impuseram ao tratamento psicanalítico.

O psicoterapeuta analítico tem, assim, uma batalha tríplice a travar – em sua própria mente, contra as forças que procuram arrastá-lo para abaixo do nível analítico; fora da análise, contra opositores que discutem a importância que ela dá às forças pulsionais sexuais e impedem-nos de fazer uso delas em sua técnica científica; e, dentro da análise, contra as pacientes, que a princípio comportam-se como opositores, mas, posteriormente, revelam a supervalorização da vida sexual que as domina e tentam torná-lo cativo de sua paixão socialmente indomada (FREUD, 1914 /1996, p. 187). Resistência segundo Frederico Lorenz Remete a “luta e esforço coletivo”.

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