Características linguísticas • Tipo de linguagem: Predomina uma linguagem objectiva, com vocabulário e termos próprios duma área específica: a do processo de fabricação do vinho, tais como (engaço, pesa-mostos, sulfitação, etc.); • Tempos verbais: Neste texto, embora ocorram vários modos e tempos verbais, predomina sobretudo o presente do indicativo. Como sabe, o tempo presente – enquanto tempo de base do discurso é definido como o que coincide com o momento de enunciação, isto é, o momento em que a narração ou descrição coincide com o da realização da acção. Apesar disso, queremos chamar-lhe atenção para o facto de, no presente caso, tratar-se do presente genérico – uma forma temporal zero, cujos enunciados têm valor genérico, ou seja, um valor atemporal. Por ex: “A obtenção do vinho integra duas fazes ...”; “A riqueza do vinho depende...”; “A escolha do vinho é indispensável...”. O estado de coisas (o processo geral de fabricação do vinho) descrito nestes enunciados e em todo o texto onde ocorre o tempo presente não se materializa justamente no momento de enunciação: este é o processo genérico de fabricação do vinho no passado, hoje e sêlo-á no futuro. Na produção de um texto, para além do presente genérico, pode ocorrer também o presente histórico – este ocorre geralmente em textos narrativos em substituição do pretérito perfeito, mas veiculando factos passados. Por os factos reportados se situarem numa peprspectiva histórica, é utilizado na introdução ocorre o pretérito perfeito e o imperfeito ambos do indicativo, pois faz-se uma abordagem histórica sobre a origem da vinha. Por ex: “Supunha-se que...”; “... ainda nos chegava...”; “... favoreceu nitidamente ...” ; “O marquês de Pombal criou...”; “...tivesse tido a sua origem.”.
As pessoas gramaticais “Como todos sabemos, a idade do vinho determina a sua riqueza e qualidade alcoólica”. Facilmente nos apercebemos de que na forma verbal, está implícito um “Nós”, marca gramatical da primeira pessoa do plural, o que parece objectar a explicação anterior. Trata-se de um “Nós” de autor e ocorre frequentemente nos discursos científicos e, particularmente, nos Manuais Escolares/Didácticos. Permite que o “Eu”, embora assuma o seu discurso, não se coloque como indivíduo falando em seu nome próprio, mas por detrás de um conjunto de uma comunidade de sábios onde se observa uma unanimidade.
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