Os instrumentos mortais - cidade das cinzas - vol 2 - cassandra clare

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“Eles não são como um culto.” “É claro que são. Ser Caçador de Sombras é sua vida inteira. E eles menosprezam todos os outros. Nos chamam de mundanos. Como se eles não fossem humanos. Eles não tem amizade com pessoas comuns, eles não vão aos mesmos lugares, eles não sabem nem mesmo as mesmas piadas, eles pensam que estão acima de nós.” Simon arrastou uma perna para cima e torceu a desgastada borda do buraco no joelho de seu jeans. “Eu conheci outro lobisomem hoje.” “Não me diga que você saiu com Freaky Pete no Caçador da Lua.” Havia uma sensação desconfortável no buraco do seu estômago, mas ela não podia dizer exatamente o que estava causando isso. Provavelmente um estresse flutuando livremente. “Não. Era uma garota,” Simon disse. “Da nossa idade. Se chama Maia.” “Maia?” Luke estava de volta a cozinha carregando uma caixa quadrada de pizza. Ele a largou sobre a mesa e Clary se aproximou para botar ela aberta. O cheiro quente da massa, molho de tomate e queijo a lembrou que ela estava faminta. Ela arrancou um pedaço, não esperando que Luke escorregasse o prato através da mesa para ela. Ele se sentou com um sorriso, balançando sua cabeça. “Maia é uma do bando, certo?” Simon perguntou, pegando um pedaço para si mesmo. Luke concordou. “Claro. Ela é uma boa garota. Eu tive ela por aqui algumas vezes, olhando a livraria enquanto eu ia ao Hospital. Ela me deixa lhe pagar com livros. Simon olhou para Luke por cima da sua pizza. “Você está com pouco dinheiro?” Luke encolheu os ombros. “Dinheiro nunca foi importante para mim, e o bando procura ter o seu próprio.” Clary disse, “Minha mãe sempre disse que quando nós estávamos com pouco dinheiro ela vendia alguma das ações de meu pai. Mas desde que o cara que eu pensava que era meu pai, não era meu pai, eu duvido que Valentine tinha alguma ação...” “Sua mãe estava vendendo suas jóias, pouco a pouco,” Luke disse. “Valentine tinha dado a ela algumas das peças de sua família, jóias que haviam estado com os Morgenstens por gerações. Mesmo uma pequena peça alcançava um preço elevado em leilão.” Ele suspirou. “Elas se foram agora - Valentine pode ter recuperado elas dos destroços do seu antigo apartamento.” “Bem, eu espero que tenha dado a ela alguma satisfação,” Simon disse. “Vendendo as coisas dele desse jeito.” Ele pegou um terceiro pedaço de pizza. Era realmente incrível, Clary pensou, o quanto os garotos adolescentes eram capazes de comer sem ganhar peso ou ficarem doentes. “Deve ser estranho para você,” ela disse para Luke. “Ver Maryse Lightwood daquele jeito, depois de tanto tempo.” “Não precisamente estranho. Maryse não está diferente agora do que ela era, então, na verdade, ela está mais do que nunca como ela mesma, se isso faz sentido.” Clary pensou que sim. O modo como Maryse tinha a olhado, relembrou a ela a menina esguia na foto que Hodge tinha dado a ela, a com o altivo queixo inclinado. “Como você acha que ela se sentiu sobre você?” Ela perguntou. “Você realmente acha que eles esperavam que você estivesse morto?” Luke sorriu. “Talvez não por ódio, não, mas teria sido mais conveniente e menos confuso para eles, se eu tivesse morrido, certamente. Que eu não apenas esteja vivo, mas um líder de um bando do centro da cidade, não pode ser algo que eles esperavam. É o trabalho deles, afinal, manter a paz entre os Downwolders - e aqui estou eu, com uma


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