TCC arqurbuvv - Proposta de um Centro Gastronômico no parque da Prainha em Vila Velha/ES

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UNIVERSIDADE VILA VELHA CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO

EVERSON SIMÕES BATISTA

PROPOSTA DE UM CENTRO GASTRONÔMICO NO PARQUE DA PRAINHA EM VILA VELHA/ES

VILHA VELHA 2019


EVERSON SIMÕES BATISTA

PROPOSTA DE UM CENTRO GASTRONÔMICO NO PARQUE DA PRAINHA EM VILA VELHA/ES

Trabalho de Conclusão de Curso apresentada ao curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Vila Velha, como requisito parcial para obtenção de Grau em Arquitetura e Urbanismo. Orientadora: Profª. Drª. Edna Mara Pires Gumz. Coorientadora: Profª Ana Dieuzeide Santos Souza Convidada: Profª Maria Aparecida Javarini

VILA VELHA 2019



RESUMO No ano de 1970 a 1980 a Enseada da Prainha localizada no Centro do município de Vila Velha passou por um processo de aterramento onde resultou em um espaço público que possibilitou a construção do Parque da Prainha no ano de 1990, parque esse que foi fruto da demanda dos moradores. Com o passar dos anos o Parque foi se deteriorando até ser demolido no ano de 2009, possibilitando então a criação de um novo projeto. Como o Espaço possui potencial, buscou-se pensar em um elemento que ao ser inserido na paisagem agregasse valor arquitetônico ao local e que gerasse lucros locais. Por isso vê-se como potencial a exploração de atividades gastronômicas. Com isso o principal objetivo do presente trabalho é desenvolver uma intervenção no Parque da Prainha com foco em um Centro Gastronômico, tendo como metodologia uma revisão bibliográfica, a determinação das diretrizes e condicionantes projetuais, ensaio projetual e por fim um estudo preliminar. Palavras-chave: Parque da Prainha; Centro Gastronômico; Estação das Docas.


ABSTRACT From 1970 to 1980 the Prainha Cove located in downtown Vila Velha went through a grounding process that resulted in a public space that made possible the construction of Prainha Park in 1990, a park that was the result of the demand of the residents. Over the years, the park deteriorated until it was demolished in 2009, enabling the creation of a new project. As the Space has potential, it was sought to think of an element that when inserted into the landscape would add architectural value to the site and generate local profits. That is why the exploration of gastronomic activities is seen as potential. Thus, the main objective of this work is to develop an intervention in Prainha Park with a focus on a Gastronomic Center, having as methodology a bibliographic review, determination of guidelines and conditioning projects, project essay and finally a preliminary study. Keywords: Prainha Park; Gastronomic Center; Docks Station.


LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Prainha – Vila Velha.................................................................................. 12 Figura 2 - Enseada da Prainha em 1930. .................................................................. 13 Figura 3 - Enseada da Prainha - Início de 1970 ........................................................ 14 Figura 4 – Projeto do Parque da Prainha – 1989 – Arquiteto Gregório Repsold. ...... 15 Figura 5 - Cooperativa de pesca ............................................................................... 17 Figura 6 – Venda de pesca artesanal ........................................................................ 17 Figura 7 - Barracas de feirantes ................................................................................ 17 Figura 8 – Lazer com Pets ........................................................................................ 18 Figura 9 – Quadra de bocha...................................................................................... 18 Figura 10 - Encerramento da festa da Penha 2018 – Parque da Prainha ................. 18 Figura 11 – Relação entre o Parque da Prainha e monumentos............................... 19 Figura 12 - Localização do Complexo turístico e cultural Estação das Docas .......... 21 Figura 13 - Perspectiva do Complexo turístico e cultural Estação das Docas........... 21 Figura 14 – Planta baixa – Armazém 01 - Térreo...................................................... 22 Figura 15 – Planta baixa – Armazém 01 - Mezanino ................................................. 22 Figura 16 – Planta baixa – Armazém 02 - Térreo...................................................... 22 Figura 17 – Planta baixa – Armazem 02 - Mezanino ................................................. 23 Figura 18 – Planta baixa – Armazem 03 - Térreo...................................................... 23 Figura 19 – Planta baixa – Armazem 03 - Mezanino ................................................. 23 Figura 20 - Museu da Navegação Fluvial .................................................................. 24 Figura 21 - Palco deslizante ...................................................................................... 24 Figura 22 - Barracas de artesanato ........................................................................... 24 Figura 23 - Praça de alimentação ............................................................................. 25 Figura 24 - Sala de reunião ....................................................................................... 25 Figura 25 - Sorveteria Cairu ...................................................................................... 25 Figura 26 - Locação do Armazém 3 para festa de casamento .................................. 26 Figura 27 - Teatro Maria Sylvia Nunes ...................................................................... 26 Figura 28 - Locação do Armazém 3 para festa de carnaval ...................................... 26 Figura 29 - Praça de alimentação Externa durante o dia .......................................... 27 Figura 30 – Uso da área externa para apresentação artística................................... 27 Figura 31 - Praça de alimentação externa durante a noite ........................................ 27 Figura 32 - Apresentação durante a noite no Anfiteatro São Pedro Nolasco ............ 28 Figura 33 - Anfiteatro São Pedro Nolasco ................................................................. 28 Figura 34 - Apresentação artística no Anfiteatro São Pedro Nolasco ....................... 28 Figura 35 - Terminal aquaviário ................................................................................. 29 Figura 36 - Embacação com turistas para passeio na Baía ...................................... 29 Figura 37 - Vista do terminal aquaviário para o Complexo ........................................ 29 Figura 38 - Guindastes e Maquina de Vapor desativado .......................................... 30


Figura 39 - Ampla calçada com iluminação noturna .................................................. 30 Figura 40 - Vista da Baía ........................................................................................... 30 Figura 41 - Estrutura metálica proposta na intervenção. ........................................... 31 Figura 42 - Passarela proposta na intervenção. ........................................................ 32 Figura 43 - Master Plan do Parque da Prainha ......................................................... 35 Figura 44 – Setorização do Parque ........................................................................... 36 Figura 45 - Paleta de Materiais ................................................................................. 38 Figura 46 - Setorização do Centro Gastronômico ..................................................... 40 Figura 47 - Bloco A - Planta Baixa ............................................................................ 42 Figura 48 - Bloco B - Planta Baixa ............................................................................ 43 Figura 49 - Bloco C - Planta Baixa ............................................................................ 44 Figura 50 - Bloco A - Corte AA .................................................................................. 45 Figura 51 - Bloco B - Corte BB .................................................................................. 45 Figura 52 - Bloco C - Corte CC ................................................................................. 45 Figura 53 - Bloco A - Perspectiva Isométrica ............................................................ 46 Figura 54 - Bloco B - Perspectiva Isométrica ............................................................ 47 Figura 55 - Bloco C - Perspectiva Isométrica ............................................................ 48 Figura 56 - Perspectiva 1 Centro Gastronômico ....................................................... 49 Figura 57 - Perspectiva 2 Centro Gastronômico ....................................................... 49 Figura 58 - Fachada Principal do Centro Gastronômico ........................................... 50 Figura 59 - Perspectiva do Centro Gastronômico ..................................................... 50 Figura 60 - Elemento Vazado de Madeira e Aço Corten ........................................... 51 Figura 61 - Elemento de Aço Corten na fachada em frente ao estacionamento ....... 51 Figura 62 – Praça de Alimentação - Imagem 1 e 2 ................................................... 52 Figura 63 – Praça de Alimentação- Imagem 3 .......................................................... 52 Figura 64 - Praça das Barraquinhas – Imagem 1 ...................................................... 53 Figura 65 - Praça das Barraquinhas - Imagem 2....................................................... 53 Figura 66 - Praça das Barraquinhas - Imagem 3....................................................... 54 Figura 67 - Praça da Cultura - Imagem 1 e 2 ............................................................ 54


LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Ambientes e suas características. ........................................................... 24 Quadro 2 - Programa de Necessidades do Cento Gastronômico ............................. 39


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................9 1.1 JUSTIFICATIVA ................................................................................................9 1.2 OBJETIVOS ......................................................................................................10 1.2.1 Objetivos gerais ..............................................................................................10 1.2.2 Objetivos específicos ......................................................................................10 1.3 METODOLOGIA ...............................................................................................11 1.4 ETAPAS DE ELABORAÇÃO DO DOCUMENTO .............................................11 2 PARQUE DA PRAINHA: HISTÓRICO E CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESPAÇO 12 2.1 ENSEADA DA PRAINHA ..................................................................................12 2.2 O ATERRO DA ENSEADA DA PRAINHA ........................................................14 2.3 A EVOLUÇÃO DO PARQUE DA PRAINHA .....................................................15 2.4 RELAÇÃO PARQUE DA PRAINHA X MONUMENTOS ...................................19 3 ESTUDO DE CASO..............................................................................................20 3.1 ESTAÇÃO DAS DOCAS – PARÁ 2000 ............................................................20 4 ESTUDO PRELIMINAR........................................................................................33 4.1 PROGRAMA DE NECESSIDADES – PARQUE ...............................................33 4.2 PROGRAMA DE NECESSIDADES – CENTRO GASTRONÔMICO ................34 4.3 ESTUDO PRELIMINAR – PARQUE DA PRAINHA ..........................................34 4.4 ESTUDO PRELIMINAR – CENTRO GASTRONÔMICO ..................................38 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................55


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1 INTRODUÇÃO

O sítio histórico da Prainha está localizado no bairro Centro do município de Vila velha, município que compõe a região metropolitana do estado do Espírito Santo e é o local onde se deu a fundação da própria cidade e a colonização do solo espiritossantese pelos portugueses a partir do ano de 1535. O bairro passou por diversas transformações no decorrer dos séculos e em uma dessas transformações surgiu o espaço onde ergueu-se o Parque da Prainha, espaço resultante do aterramento da Enseada da Prainha entre os anos de 1970 a 1980. No ano de 1990 o governo do estado inaugurou o Parque da Prainha, parque fruto da demanda dos moradores, porém na gestão municipal do ano de 2009 o parque foi demolido. Atualmente o Parque da Prainha encontra-se desestruturado, porém o espaço continua sendo utilizado pelos moradores, mostrando a necessidade de um projeto

de

reestruturação

para

atender

a

dinâmica

local

atual

e

que

consequentemente mantenha viva a identidade de Vila Velha.

1.1 JUSTIFICATIVA

O Sítio Histórico da Prainha foi o local onde os portugueses atracaram a caravela e começaram o processo de colonização do estado. No passar do tempo o sítio histórico de Vila Velha teve sua paisagem natural modificada pelo homem, e em uma das modificações surgiu a área escolhida para essa pesquisa, o Parque da Prainha, localizado ao “pé” do cartão postal do Estado (o Convento da Penha), possuindo visuais da Baía de Vitória, da Terceira Ponte e do Convento da Penha. Além dos visuais, o parque possui em sua volta a Igreja Nossa Senhora do Rosário, construída em 1535, a Casa da Memória, erguida no final do século XIX (1893), e o museu Homero Massena, monumentos que fazem parte da rota histórica do Município, particularidades essas que o torna importante no cenário metropolitano da grande Vitória. Apesar do descaso dos governantes com o local, atividades relacionadas ao comércio promovido pela colônia de pesca de Vila Velha têm trazido considerável


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movimentação de pessoas. Somando a esse contexto, no local tem se desenvolvido anualmente a festa da Penha, considerada a terceira maior festa católica do Brasil, evento religioso cultural que acontece no começo do mês de abril, e que reúne aproximadamente dois milhões de fiéis no período de festa. Por conta dessas particularidades, buscou-se pensar em um elemento que ao ser inserido nessa paisagem não se tornasse uma ruptura visual, que agregasse valor arquitetônico ao local e que gerasse lucros locais. Com isso vê-se como potencialidade a exploração de atividades gastronômicas, uma vez que gastronomia reúne cultura, lazer e incremento econômico para a cidade.

1.2 OBJETIVOS

1.2.1 Objetivos gerais

Desenvolver uma intervenção no Parque da Prainha com foco em um Centro Gastronômico que dialogue com o local e que contribua para o fortalecimento de sua identidade.

1.2.2 Objetivos específicos

Para a elaboração do projeto proposto no objetivo geral, projeto este que será elaborado até a etapa de estudo preliminar e que tem como objetivo trabalhar o paisagismo do Parque da Prainha para inserir o projeto arquitetônico do Centro Gastronômico, será necessário fazer pesquisas de temas específicos, tais como: ·

Analisar o sítio histórico da Prainha;

·

Identificar atividades que ocorrem na área de pesquisa;

·

Consultar o Plano Diretor Municipal;

·

Analisar casos semelhantes para definições das diretrizes projetuais;

·

Compreender o funcionamento dos equipamentos que compõem um Centro Gastronômico.


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1.3 METODOLOGIA

A fim de atingir os objetivos já mencionados, serão feitos os seguintes procedimentos: 1. Revisão bibliográfica – buscando conhecer o Sítio Histórico da Prainha desde o seu surgimento até os dias atuais através de pesquisas em livros, teses e visita ao local, assim como funcionam os equipamentos que compõe um Centro Gastronômico. 2. Determinação das diretrizes e condicionantes projetuais– através da leitura do espaço físico local que interfere nas tomadas de decisões projetuais. 3. Ensaio Projetual – para melhor entendimento das ideias propostas serão

elaboradas

imagens

tridimensionais

representativas

da

intervenção, por meio dos softwere Revit, Sketchup e Lumion. 4. Estudo preliminar – após verificar e estudar os fatores que ocorrem no local onde o projeto será proposto, será elaborado um projeto paisagístico para o Parque da Prainha onde contemplará um projeto arquitetônico de um Centro gastronômico.

1.4 ETAPAS DE ELABORAÇÃO DO DOCUMENTO

O presente trabalho foi elaborado em três etapas: 1. Revisão bibliográfica e contextualização do local; 2. Estudo de caso do Centro Gastronômico e cultural Estação das Docas para auxiliar nas diretrizes projetuais, 3. Desenvolvimento do estudo preliminar.


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2 PARQUE DA PRAINHA: HISTÓRICO E CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESPAÇO

O Parque da Prainha está localizado no Sítio Histórico da Prainha em uma poligonal no Centro municipal de Vila Velha/ES, poligonal esta que no ano de 1535 recebeu o donatário Vasco Fernandes Coutinho, o fundador do Município de Vila Velha. O Bairro está inserido em um cenário metropolitano ao lado de elementos estruturantes do município como a Terceira Ponte, que liga o município à Capital Vitória e bairros que movimentam a economia da cidade como o Centro e Praia da Costa. A Figura 1 ilustra a localização da área em estudo. Figura 1 - Prainha – Vila Velha

Fonte: FRANCHINI, Filipe B, 2016.

2.1 ENSEADA DA PRAINHA

A Prainha, na sua configuração natural, possuía uma praia conhecida pelos moradores como Enseada da Prainha, conforme

Figura 2. A enseada era

local de águas calmas e rasas onde os moradores utilizavam do espaço para o lazer. A Enseada da Prainha é descrita por Santos (2011):


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“... Seu contorno era bem definido de muita beleza quando ainda tinha a ilha da Forca, a praia de Inhoá, o recanto das Timbebas e o velho “cais dos padres” [...] Na lembrança de todos os filhos canelas-verdes, estão as imagens das tardes de maré cheia atraindo grande quantidade de crianças e jovens, meninos e meninas que iam ali tomar banho e brincar, por menores que fossem sem temer perigo algum porque era rasa, limpa e de água morna”(SANTOS, 2011, p. 45 – 46). Figura 2 - Enseada da Prainha em 1930.

Fonte: JBS-ES / CAR UFES.

No ano de 1970 o governo do Estado começou o processo de aprofundamento da baía de Vitória para que fosse possível a passagem de grandes embarcações, com resultado da dragagem foi retirada uma quantidade alta de material que precisava ser realocada. Possivelmente por estar próximo à área, a Enseada da Prainha foi um dos locais escolhidos para o depósito desse material, como mostra na Figura 3, assim como a Praia do Suá e a Ilha do Boi, o que possibilitou o uso desses espaços para diversas atividades.


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Figura 3 - Enseada da Prainha - Início de 1970

Fonte: MIAN, Paulo Roberto.

2.2 O ATERRO DA ENSEADA DA PRAINHA

Em 1978, no espaço livre criado através do aterro, foi instalado um terminal aquaviário que fazia a ligação direta entre a Prainha e a Capital Vitória, dando a entender que o equipamento ali inserido justificaria o aterramento ali ocorrido. No final do ano de 1980 o aterramento da Enseada da Prainha foi concluído, com isso resultou em um grande espaço livre e sem uso em uma área que antes a população se apropriava para momentos de lazer, mudando a paisagem local, conforme relatado por FRANCHINI (2016): “A construção do aterro mudou a percepção e a própria paisagem do bairro, assim como, a maneira com que a sociedade praticava suas ações no espaço construído. A insatisfação dos moradores com o aterro, mesmo que o aquaviário viesse a satisfazer uma demanda por transporte direto para a capital, era decorrente da lembrança do que o local tinha sido antes, o que ficou registrado na memória e nas experiências vivenciadas na enseada da Prainha” (FRANCHINI. 2016, p. 52).


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2.3 A EVOLUÇÃO DO PARQUE DA PRAINHA

Com a criação do aterro da Enseada da Prainha, o local ganhou um espaço livre público que ficou aproximadamente dez anos sem um uso específico e com especulações de usos que não agradavam aos moradores, porém havia a demanda dos moradores para que aquele espaço fosse destinado a um espaço de lazer, assim como era antes de ser aterrado, conforme relata o presidente da Associação de Moradores da época: “...Por diversas vezes os membros da Associação de Moradores de Vila Velha – Centro, recolheram pacientemente assinaturas de milhares de moradores reivindicando a construção do Parque. Esses abaixo-assinados eram então encaminhados às autoridades políticas, cobrando providências. No mais das vezes, a atitude das autoridades frente aos documentos era de indiferença." (Revista AGORA, junho-julho, 1988, p.25)

No ano de 1989 o governo municipal atende a este anseio da comunidade criando um parque de lazer conforme a

Figura 4.

O projeto levou em

consideração as necessidades dos usuários da época, desta forma o parque contemplava um espaço central com palco destinado a celebrações que ocorriam durante a Festa da Penha, quiosques, um restaurante, duas quadras, um píer para atracação dos barcos de pescas e contemplação da paisagem, espaços de lazer infantil, um estacionamento compatível com a demanda nos períodos de festa e outros. Figura 4 – Projeto do Parque da Prainha – 1989 – Arquiteto Gregório Repsold.

Fonte: VERONEZ, Vanuza Ferreira. 1997, p. 22.


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Durante dezenove anos o Parque foi utilizado pelos moradores, porém sem as devidas manutenções. “Depois de construído e entregue ao público em 1989, o Parque da Prainha ficaria em funcionamento por 19 anos sob manutenção da prefeitura de Vila Velha. Sobre esse período, foram encontrados registros de casos de abandono

relacionados

à

manutenção

da

estrutura

do

Parque.”

(FRANCHINI. 2016, p. 65)

No ano de 2009 no mandato do então Prefeito Neucimar Fraga, o Parque foi demolido dando a entender que um projeto contemporâneo seria ali inserido. Em uma entrevista concedida a Franchini (2016) o ex-prefeito Neucimar Fraga relata o que levou a decidir a demolição do Parque: “Em 2009, quando assumimos o governo, o Parque da Prainha estava sofrendo um processo muito grande de deterioração. O projeto arquitetônico concebido na época (Projeto do Gregório Repsold 1989) não potencializava a beleza natural do Parque da Prainha e alguns equipamentos que foram construídos tiravam toda a visão, principalmente do entorno da Igreja do Rosário e do mar [...]”. (Entrevista realizada com o ex-prefeito Neucimar Fraga em 17/12/2015 pelo FRANCHINI. 2016, p. 70 - 71).

Atualmente o Parque da Prainha abriga atividades que têm se consolidado, mesmo que sem uma estrutura para atendê-las, tais como: a cooperativa de pesca (Figura 5), a venda de pesca artesanal que acontece próximo ao mar pelos próprios pescadores locais (Figura 6), a comercialização de verduras e frutas por feirantes (Figura 7), a utilização do espaço para prática de esportes, principalmente durante os fins de semanas, o uso para momentos de lazer com Pet’s (Figura 8), o uso da quadra de bocha (Figura 9) e a utilização da área para dar suporte a festas de grande estrutura assim como a Festa da Penha que acontece durante o mês de abril (Figura 10).


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Figura 5 - Cooperativa de pesca

Fonte: Acervo do autor, 2019.

Figura 6 – Venda de pesca artesanal

Fonte: Acervo do autor, 2018.

Figura 7 - Barracas de feirantes

Fonte: Acervo do autor, 2019.


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Figura 8 – Lazer com Pets

Fonte: Acervo do autor, 2019.

Figura 9 – Quadra de bocha

Fonte: Acervo do autor, 2019. Figura 10 - Encerramento da festa da Penha 2018 – Parque da Prainha

Fonte: Disponível em:<https://www.gazetaonline.com.br/noticias/cidades/ 2018/04/90-mil-fieisassistem-missa-de-encerramento-da-festa-da-penha-1014126406.html>. Acesso em Outubro de 2018.


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2.4 RELAÇÃO PARQUE DA PRAINHA X MONUMENTOS

O Parque da Prainha está localizado próximo a vários monumentos do município de Vila Velha, monumentos estes que estão relacionados na figura abaixo: Figura 11 – Relação entre o Parque da Prainha e monumentos

Fonte: Elaborado pelo autor com base no Google Earth, 2019.


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3 ESTUDO DE CASO

Como estudo de caso foi escolhido o projeto do Complexo Turístico e Cultural Estação das Docas em Belém do Pará, visando à busca de referencial bem como o entendimento da dinâmica do espaço a ser construído, uma vez que o projeto é similar ao objeto de estudo. 3.1 ESTAÇÃO DAS DOCAS – PARÁ 2000

Segundo Tavares e Kiyotani (2013, p. 30), no ano de 1985 com a ideia de devolução da orla para a cidade, o governo estadual do Pará iniciou um projeto onde buscava a valorização da orla de Belém, orla esta que se encontrava obstruída por grandes empresas portuárias que se estendiam em uma grande parte da frente marítima de Belém. Junto a esse projeto, iniciou-se uma ação de recuperação do centro urbano de Belém denominado Novo Pará. Dentre as áreas escolhidas para a aplicação das ações de recuperação urbana, estava o antigo porto da Capital, que se encontrava desativado e marginalizado, dando espaço para um novo local turístico de Belém: A Estação das Docas, um complexo que reuniria lazer, cultura e turismo em um só lugar (TAVARES e KIYOTANI, 2013, p. 30). Com o conceito de preservação do patrimônio arquitetônico, no dia 13 de maio de 2000 nasce o Complexo turístico e cultural Estação das Docas, localizado na região portuária da cidade de Belém ao lado do Mercado de Ver o Peso, conforme a

Figura 12, criado através da restauração dos armazéns do antigo

porto da capital paraense. O complexo se tornou uma referência nacional por refletir a região amazônica no campo da gastronomia, da cultura e da moda. O Complexo cultural e turístico Estação das Docas é composto por três galpões com estrutura em aço construído na segunda metade do século XIX, um terminal aquaviário de passageiros e o Anfiteatro do Forte de São Pedro Nolasco, além de possuir um estacionamento, um hall de entrada e uma ampla calçada com vista para a baía do Guajará, onde juntos ocupam uma área de aproximadamente 32 mil metro quadrados conforme perspectiva apresentada na Figura 13.


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Figura 12 - Localização do Complexo turístico e cultural Estação das Docas

Baía do Guajará

Fonte: Elaborado pelo autor a partir do Google Earth, 2018.

Figura 13 - Perspectiva do Complexo turístico e cultural Estação das Docas.

Fonte: Elaborado pelo autor a partir do site estação das docas. Disponível em:< http://www.estacaoda sdocas.com.br/pagina/espaco/>. Acesso em set. de 2018.

Cada galpão foi nomeado de forma distinta, o primeiro é conhecido como o Boulevard das Artes, onde dispõe de um museu, lojas de artesanatos, cervejaria e outras atividades, o segundo como o Boulevard da Gastronomia, onde seu foco está


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voltado para estabelecimentos da área alimentícia como restaurantes e bares, e o terceiro como o Boulevard das Feiras e Eventos, que além de ter uma amplo espaço para locação para festas e eventos, abriga o Teatro Maria Sylvia Nunes . Para melhor entendimento de cada área, com base em vídeos e fotos foram elaborados plantas baixas dos armazéns e o Quadro 1 para mostrar as atividades dos principais ambientes que compõem o Complexo. Figura 14 – Planta baixa – Armazém 01 - Térreo

Fonte: Elaborado pelo autor.

Figura 15 – Planta baixa – Armazém 01 - Mezanino

Fonte: Elaborado pelo autor. Figura 16 – Planta baixa – Armazém 02 - Térreo

Fonte: Elaborado pelo autor.


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Figura 17 – Planta baixa – Armazem 02 - Mezanino

Fonte: Elaborado pelo autor.

Figura 18 – Planta baixa – Armazem 03 - Térreo

Fonte: Elaborado pelo autor.

Figura 19 – Planta baixa – Armazem 03 - Mezanino

Fonte: Elaborado pelo autor.


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-

Armazém 01 – Boulevard das Artes

COMPOSTO POR:

Quadro 1 - Ambientes e suas características.

- Museu da navegação Fluvial; - Cervejaria artesanal; - Lanchonete; - Lojas de artigos religiosos; - Lojas de ingredientes típicos; - Lojas de artesanato local; - Salão de Beleza; - Livraria e - Palco deslizante. Figura 20 - Museu da Navegação Fluvial

Descrição: Ambiente destinado à exposição de elementos que fazem parte da história do Porto de Belém. Fonte: Disponível em:<http://diadiabelem.blog spot.com/2013/08 /estacao-das-docas-se-voce -procura-um.html>. Acesso em Out. de 2018.

Figura 21 - Palco deslizante

FOTOS:

Descrição: Plataforma antes utilizada para transporte de carga dentro do armazém, atualmente utilizado como palco deslizante para apresentações de artistas locais.

Fonte:

Disponíivel

em:<

http://www.estacaodas

docas.com.br/pagina/projetodetalhe/ID/004>. Acesso em Outubro de 2018.

Figura 22 - Barracas de artesanato

Descrição: Conjunto de barracas destinadas à venda de artesanato local e artigos religiosos no térreo do armazén. Fonte: Disponível em:<https:// www.tripadvisor. com.br/LocationPhotoDirectLink-g303404-d553 421i258597167_Estacao_das_Docas_Belem_ State_of_Para.html>. Acesso em Outubro de 2018.


-

Armazém 02 – Boulevard da gastronomia

COMPOSTO POR:

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- Seis Restaurantes; - Bares; - Livraria; - Sorveteria de frutas regionais; - Exposição de Arte; - Praça de alimentação e - Sala para reuniões corporativa. Figura 23 - Praça de alimentação

Descrição: Área central no Armazém 2 destinada a acomodar os usuários do espaço.

Fonte: Disponível em: <http://diadiabel em.blogspot.com/2013/08/>. Acesso em Outubro de 2018.

Figura 24 - Sala de reunião

FOTOS:

Descrição: Sala “Estação Business” localizada no mezanino do armazém 2 locada para realizar reuniões corporativas.

Fonte: Disponível em:<http://www. estacaodas docas.com.br/pagina/projetodetalhe/ID/004>. Acesso em Outubro de 2018.

Figura 25 - Sorveteria Cairu

Descrição: Sorveteria especialista em criação de sorvetes com frutas típicas da região.

Fonte: Disponível em: <http://www.mineiros naestrada.com.br/sorveteria-cairu-belem/>. Acesso em Outubro de 2018.


-

Armazém 03 – Boulevard das Feiras e Eventos

COMPOSTO POR:

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- Teatro e Cinema Maria Sylvia Nunes e - Espaço destinado a festas, reuniões e congressos.

Figura 26 - Locação do Armazém 3 para festa de casamento

Descrição: Área com amplo espaço destinado a locação para festas e congressos. Na foto ao lado o armazém foi locado para receber uma cerimônia de casamento.

Fonte: Disponível em:< https://www.youtube. com/watch?v=w7MOGDcGEGA>. Acessado em Outubro de 2018.

FOTOS:

Figura 27 - Teatro Maria Sylvia Nunes

Descrição: Teatro localizado no armazém três do Complexo Estação das Docas, com uma área de 800 m² e capacidade para abrigar 426 pessoas.

Fonte: Disponível em:< https:// mondobelem. wordpress.com/2008/12/22/estacao-das docas/>. Acessado em Outubro de 2018. Figura 28 - Locação do Armazém 3 para festa de carnaval

Descrição: Área com amplo espaço destinado a locação para festas e congressos. Na foto ao lado o armazém foi locado para a comemoração do carnaval.

Fonte: Disponível em:<http://www.guiart. com.br/posts/carnaval-da-estacao-das-docas/>. Acessado em Outubro de 2018.


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COMPOSTO POR:

-

Área externa

- Espaço destinado a apresentações artísticas regionais (Armazém 03) e - Área com mesas para dar suporte aos restaurantes, bares e lanchonetes. (Armazéns 01 e 02)

Figura 29 - Praça de alimentação Externa durante o dia

Descrição: Área externa com cadeiras e mesas para dar suporte aos estabelecimentos.

Fonte: Disponível em:< https://mondobelem. wordpress.com/2008/12/22/estacao-das-docas/ mondobelemcom_estacao_das_docas_04/>. Acesso em Outubro de 2018.

Figura 30 – Uso da área externa para apresentação

FOTOS:

artística

Descrição:

Área externa

dos

armazéns

sendo

utilizada para apresentações locais.

Fonte: Disponível em:< http://www.maiorvia gem. net/estacao-dasdocas-belem/>. Acesso em Outubro de 2018.

Figura 31 - Praça de alimentação externa durante a noite

Descrição: Área externa com cadeiras e mesas em horário de pico.

Fonte:

Disponível

em:<

http://iacomunicacao.

blogspot.com/2015/05/ha-15-anos-estacao-das-docas-e.html>. Acesso em Outubro de 2018.


28

COMPOSTO POR:

-

Anfiteatro São Pedro Nolasco

- Palco ao ar livre;

Figura 32 - Apresentação durante a noite no Anfiteatro São Pedro Nolasco

Descrição: Anfiteatro utilizado para comemorações de fim de ano.

Fonte:

Disponível

em:<

http://m.diarioonline.

com

br/noticias/para/noticia-520228-concerto-encanta-publico-naestacao.html>. Acesso em Outubro de 2018.

Figura 33 - Anfiteatro São Pedro Nolasco

FOTOS:

Descrição: O Anfiteatro fica localizado sobre as ruínas do Forte São Pedro Nolasco.

Fonte:

Disponível

em:<

https://www.sistersin

travel.com/tips/estacao-das-docas-a-puerto-madero-dosparaenses/>. Acesso em Outubro de 2018.

Figura 34 - Apresentação artística no Anfiteatro São Pedro Nolasco

Descrição: Anfiteatro sendo utilizado durante à tarde para apresentação artística local.

Fonte:

Disponível

em:<

http://www.cultura

amazonica.com.br/tag/estacao-das-docas/>. Acesso em Outubro de 2018.


29

COMPOSTO POR:

-

Terminal aquaviário

- Abrigo para espera das embarcações que fazem passeios turísticos pela Baía do Guajará.

Figura 35 - Terminal aquaviário

Descrição: Terminal destinado a abrigar passageiros á espera das embarcações para passeios turísticos sobre a Baía de Guajará.

Fonte: Disponível em:< http://diadiabelem.blog spot.com/2013/08/estacao-das-docas-se-voce-procura-um.html>. Acesso em Outubro de 2018.

Figura 36 - Embacação com turistas para passeio na

FOTOS:

Baía

Descrição: Embarcação atracada para buscar os passageiros que irão para o passeio sobre a Baía.

Fonte: Disponível em:< https://www.viagense caminhos.com/2014/09/belem.html>. Acesso em Outubro de 2018.

Figura 37 - Vista do terminal aquaviário para o Complexo

Descrição: Vista noturna do Complexo de quem está no terminal aquaviário.

Fonte: Disponível em:< https://fotospublicas. com/reveillon-2014na-estacao-das-docas-reune-milhares-de-pessoas-para/>. em Outubro de 2018.

Acesso


30

COMPOST POR:

-

Calçadão

- Calçadão com vista para a Baía do Guajará;

- Guindastes e máquina a vapor desativados como elemento de decoração.

Figura 38 - Guindastes e Maquina de Vapor desativado

Descrição:

Máquina

a

vapor

e

guindastes

desativados utilizados como elementos estéticos trazendo identidade para o local.

Fonte:

Disponível

em:<

http://diadiabelem.blog

spot.com/2013/08/estacao-das-docas-se-voce-procura-um.html>. Acesso em Outubro de 2018.

FOTOS:

Figura 39 - Ampla calçada com iluminação noturna

Descrição:

Guindastes

com

iluminação

noturna

valorizando a orla durante a noite.

Fonte: Disponível em:< https://goo.gl/images /h1Yuuu>. Acesso em Outubro de 2018.

Figura 40 - Vista da Baía

Descrição: Ampla calçada com bancos e vista para a Baía de Guajará.

Fonte:

Disponível

em:<

https://www.flickr.com/

photos/aragao/4813380279>. Acesso em Outubro de 2018.

Fonte: Elaborado pelo autor. 2018.


31

O projeto de restauração manteve os galpões originais, porém foram trocadas chapas de aço que antes faziam a vedação, por esquadrias de vidro na fachada em frente à Baía para aproveitar o visual e a iluminação natural. Buscou-se resgatar os espaços regionais, seus equipamentos e a ambiência do antigo porto a fim de trazer identidade para o projeto. Uma das principais propostas de intervenção foi a criação de uma área externa com estrutura metálica (Figura 41) para dar suporte às atividades que acontecem dentro de cada Boulevard, o que possibilitou criar uma área com mesas e cadeiras com vista para Baía do Guajará para o uso dos usuários. Figura 41 - Estrutura metálica proposta na intervenção.

Fonte: Elaborado pelo autor a partir do site: jornalcorreiojurunense.blogspot.com.

Outra intervenção foi a criação de passarelas com estrutura metálica e vedação em material translúcido que fazem a ligação entre os Boulevards, conforme a Figura 42.


32

Figura 42 - Passarela proposta na intervenção.

Fonte: Elaborado pelo autor a partir do site: www.tripadvisor.com.br. 2018.

Notou-se que o projeto de intervenção utilizou a paisagem como conceito arquitetônico a fim de integrar o ambiente interno e externo. Para dar suporte ao Complexo, foi necessária a criação de um estacionamento descoberto com capacidade para abrigar aproximadamente 130 carros, acessado por duas entradas localizada na Av. Blvd. Castilho França, uma entrada destinada à carga e descarga e outra destinada aos usuários. Com a revitalização o complexo gerou cerca de 800 novas vagas de emprego direto e 1600 vagas indiretas, além de ter uma estimativa de que por mês o complexo recebe cerca de 95 mil pessoas e 256.552 mil atrações por ano, criando uma área de lazer atrativa e com qualidade para a cidade de Belém (Disponível em:<http://www.estacaodasdocas.com.br>. Acesso em outubro de 2018).


33

4 ESTUDO PRELIMINAR

O parque da prainha está localizado em uma área privilegiada da cidade e assim como a Estação das Docas, possui potencial para receber um centro gastronômico e cultural com a finalidade de valorizar a área. Por meio do estudo de caso realizado, foi possível entender os espaços que compõem aquele centro gastronômico e sua relação com a paisagem, possibilitando a elaboração de um programa de necessidades visando às atividades que serão desenvolvidas no local. Desta forma elaborou-se um programa de necessidades com dois focos principais, sendo eles:

·

O parque da Prainha e

·

O centro gastronômico.

4.1 PROGRAMA DE NECESSIDADES – PARQUE

O programa buscou atender as atividades atualmente exercidas no local e aos anseios dos usuários do parque, anseios esses descobertos por meio de visitas e entrevistas realizadas com os usuários do Parque, tendo em vista a interação com a comunidade.

·

Quadra poliesportiva;

·

Quadra de vôlei de areia;

·

Quadra de bocha;

·

Academia de idosos;

·

Espaço com equipamentos de ginástica;

·

Playground;

·

Espaço para feiras livres;

·

Vias para trânsito de ciclistas;

·

Bicicletários;

·

Área para eventos sazonais;

·

Terminal aquaviário;


34

·

Sanitários;

·

Píer para atracação dos barcos;

·

Estacionamento;

·

Área destinada à venda de frutos do mar;

·

Petpark e

·

Áreas de contemplação.

4.2 PROGRAMA DE NECESSIDADES – CENTRO GASTRONÔMICO

Com base no estudo de caso do Complexo Cultural e gastronômico Estação das Docas foi elaborado o seguinte programa de necessidades:

·

Escola gastronômica;

·

Teatro;

·

Lojas/barracas para venda de artesanatos da região;

·

Lojas/barracas para venda de artigos religiosos;

·

Restaurantes;

·

Lanchonetes e

·

Quiosques.

4.3 ESTUDO PRELIMINAR – PARQUE DA PRAINHA

A fim de criar um espaço com qualidade espacial para inserir o Centro Gastronômico, foi desenvolvido um projeto paisagístico para o parque da Prainha, projeto este que foi elaborado com base nas pesquisas realizadas anteriormente neste trabalho. Como forma de trazer para o parque o processo de aterro que a Enseada da Prainha sofreu no decorrer do tempo, utilizou-se no piso placas hexagonais de concreto moldadas no local com três tons terrosos e dois tons de azuis remetendo de forma abstrata esse processo de aterro. Na Figura 43 está ilustrada o projeto proposto para o Parque da Prainha.


35

Figura 43 - Master Plan do Parque da Prainha

Fonte: Elaborado pelo autor.

Para melhor explicar o projeto, o parque foi dividido em oito setores e cada espaço/atividade foi numerado para melhor entendimento conforme mostra a Figura 44. A ciclovia não foi numerada na

Figura 44, mas a fim de permitir a

interação do ciclista com o parque, foi proposto uma ciclovia que passe pelo setor evento, pelo setor eixo e pelo setor lazer, finalizando a ciclovia no bicicletário do Parque.


36

Figura 44 – Setorização do Parque

Fonte: Elaborado pelo autor.


37

Cada Setor possui atividades distintas que estão descritas abaixo:

·

Setor tradição: local destinado a comercialização de peixes e frutos do mar, onde foi criado um pier de atracação para os barcos. No setor também foi criado um mercado para a comercialização dos produtos;

·

Setor lazer: área destinada ao lazer e a prática de esportes, composto por uma grande área gramada e arborizada para a realizações de piqueniques, um playground, um pet park, um campo de futebol com arquibancadas, uma quadra poliesportiva, uma quadra de vôlei de areia, uma academia popular, um espaço para prática de ginástica, uma quadra de bocha, um bicicletário, um vestiário e um quiosque para atender ao público desse setor;

·

Setor cultural: espaço na praça com mesas e cadeiras para realização de eventos culturais organizados pelo museu Homero Massena e a Casa da Memória;

·

Setor eixo: eixo arborizado que liga a igreja do rosário à Baía de Vitória. No final do eixo foi criado uma escada ampla que possibilita aos usuários uma área de contemplação e de terem acesso a areia da praia;

·

Setor eventos: área destinada a receber grandes eventos que ocorrem no Parque, composto por uma grande área livre, uma área gramada e arborizada para realizações de piqueniques, dois pergolados com bancos, dois decks elevados para descanso, um anfiteatro, um quiosque e uma fonte seca;

·

Setor Centro Gastronômico: local onde está inserido o Centro Gastronômico;

·

Setor Aquaviário: local onde está localizado o aquaviário e uma edificação para dar apoio ao mesmo;

·

Setor

estacionamento:

estacionamento

público

destinado

aos

usuários do Parque, com duas vagas para carga e descarga, 214 vagas para carros, 56 vagas de motos e uma ampla calçada arborizada que dar acesso direto ao aquaviário.


38

4.4 ESTUDO PRELIMINAR – CENTRO GASTRONÔMICO

Conforme proposto no capítulo 1 item 1.2, foi desenvolvido um estudo preliminar de um equipamento, visando aumentar o fluxo do Parque da Prainha, tornando-o um atrativo turístico lucrativo para o município de Vila velha. O Centro Gastronômico possui um conceito brutalista, sendo então utilizados materiais como a madeira, o vidro, o aço e o concreto aparente na sua cor natural ou aparente mas colorido1, conforme ilustra a Figura 45. Figura 45 - Paleta de Materiais

Fonte: Elaborado pelo autor.

Partindo de uma composição com linhas retas e horizontais, o equipamento foi criado de forma a não obstruir nenhuma vista importante que o Parque possui. Com isso o Centro Gastronômico foi inserido ao leste do Parque, com a intenção de minimizar o impacto visual que o equipamento pudesse gerar. Algumas referências projetuais foram trazidas do estudo de caso apresentado no capitulo 3, tais como: a separação dos blocos por uso, a criação de uma praça de alimentação para dar suporte aos restaurantes e quiosques, a criação de um espaço com barraquinhas para venda de artesanatos e artigos religiosos, lojas para usos diversos, uso de vidro para aumentar a relação interior e exterior, a criação de um teatro e a criação de um espaço externo que pode ser utilizado para usos diversos. No Quadro 2 foi criado um programa de necessidades mais detalhado para melhor compreende o Centro gastronômico.

1 O concreto colorido ou pigmentado é obtido pela adição de pigmentos que tingem o concreto, dispensando a necessidade de pintura.


39

Quadro 2 - Programa de Necessidades do Cento GastronĂ´mico

Fonte: Elaborado pelo autor.


40

Uma das propostas para o Centro Gastronômico foi elevar o mesmo a um metro do nível do Parque, com a finalidade de” soltar” o edifício do solo e criar um estacionamento privativo no subsolo para uso dos cliente, subsolo este que possui duas rampas de acesso para veículos, duas escadas e duas plataformas elevatórias para dar acesso ao nível térreo do Centro Gastronômico. O estacionamento possui um pé direito de dois metros e meio e com capacidade para armazenar 236 carros e 56 motos. No nível térreo o Centro Gastronômico foi dividido em três blocos sobre uma única laje. Para melhor entendimento, o Centro gastronômico foi setorizado conforme mostra a Figura 46.

Figura 46 - Setorização do Centro Gastronômico

Fonte: Elaborado pelo autor.

Cada Setor possui usos distintos tais como: ·

Bloco A: Composto por cinco restaurantes, cada um com um deck de madeira “protegido” por canteiros e por pergolado para locar mesas e cadeiras para utilização dos usuários, uma praça de alimentação que funciona como uma extensão dos restaurantes que possui dois quiosques e uma área de sanitários, conforme mostra Figura 47. Ao projetar esse bloco, buscou-se fazer um ambiente confortável e aconchegante que acomode restaurantes nomeados que comercialize pratos típicos capixaba tais como a moqueca capixaba e a torta


41

capixaba, e que se torne um espaço lembrado quando se busca um local confortável e agradável para uma boa experiência gastronômica; ·

Bloco B: Destinado a abrigar atividades de comercialização de artesanatos e artigos religiosos, abrigando a Praça das Barraquinhas que possui 24 barraquinhas, um canteiro central com uma árvore de pequeno porte, mesas e cadeiras, uma área com sanitários e a administração responsável pelo Centro Gastronômico, conforme mostra a Figura 48. Para esse Bloco pensou-se em trazer para o Centro Gastronômico um ambiente que remeta a uma feirinha de artesanato e que valorize os trabalhos artesanais dos próprios moradores do município;

·

Bloco C: Abriga a Praça da Cultura, praça esta que possui duas lanchonetes, ambientes com sofás e poltronas para descanso, mesas e cadeiras para dar suporte as lanchonetes, uma sala para exposições, dois canteiros com uma árvore de pequeno porte e uma área com sanitários. No mesmo bloco, foi projetado uma escola gastronômica com um pátio interno, sendo está um dos principais componentes do Centro Gastronômico. Além disso foi projetado um teatro, conforme mostra a Figura 49;

·

Espaço multiuso: Esse espaço foi projetado para receber exposições, apresentações culturais, mesas e cadeiras e entre outros. Sendo esse um espaço privilegiado, por estar em contato direto com a paisagem.


Fonte: Elaborado pelo autor.

Figura 47 - Bloco A - Planta Baixa Composição do bloco: 5 Restaurantes, 2 Quiosques, Praça de Alimentação e Sanitários.

42


Fonte: Elaborado pelo autor.

Figura 48 - Bloco B - Planta Baixa Composição do bloco: 8 Lojas, Setor administrative do Centro Gastronômico, Praça das Barraquinhas e Sanitários.

43


Fonte: Elaborado pelo autor.

Figura 49 - Bloco C - Planta Baixa Composição do Bloco: Escola Gastronômica, Teatro, Praça da Cultura e sanitários.

44


45

Para auxiliar na compreensão dos espaços criados foram elaborados cortes humanizados de cada bloco e perspectivas isomÊtricas conforme ilustrada nas imagens abaixo: Figura 50 - Bloco A - Corte AA

Fonte: Elaborado pelo autor Figura 51 - Bloco B - Corte BB

Fonte: Elaborado pelo autor Figura 52 - Bloco C - Corte CC

Fonte: Elaborado pelo autor


Fonte: Elaborado pelo autor

Figura 53 - Bloco A - Perspectiva IsomĂŠtrica

46


Fonte: Elaborado pelo autor

Figura 54 - Bloco B - Perspectiva IsomĂŠtrica

47


Fonte: Elaborado pelo autor

Figura 55 - Bloco C - Perspectiva IsomĂŠtrica

48


49

No Centro Gastronômico, foi criada uma cobertura independente de madeira laminada2 coberto por vidro que cobre o bloco A, além de cumprir com a função de proteger o bloco A, esse elemento foi projetado para trazer uma identidade para o centro gastronômico conforme mostra a Figura 56. O bloco B e C foi coberto por telhas metálicas embutidas por platibandas com acabamento em concreto aparente na sua cor natural, conforme mostra a Figura 57. Figura 56 - Perspectiva 1 Centro Gastronômico

Fonte: Elaborado pelo autor

Figura 57 - Perspectiva 2 Centro Gastronômico

Fonte: Elaborado pelo autor

Na Figura 58 e Figura 59 estão descritos os materiais e elementos que compõe a fachada do Centro Gastronômico.

2

A madeira laminada colada, também conhecida como MLC, é um tipo de produto estrutural de madeira que compreende várias camadas de madeira de lei dimensionada colada com adesivos estruturais duráveis e resistentes à umidade


Fonte: Elaborado pelo autor

Figura 59 - Perspectiva do Centro GastronĂ´mico

Fonte: Elaborado pelo autor

Figura 58 - Fachada Principal do Centro GastronĂ´mico

50


51

Na Fachada principal foram criados dois elementos vazado de madeira e aço corten com inspiração nas velas de barcos para “esconder” as duas circulações verticais que dão acesso ao subsolo conforme mostra a Figura 60. Além desses elementos, foram propostas peças verticais de madeira em frete do teatro para criar uma espécie de uma antessala antes de entrar no foyer. Figura 60 - Elemento Vazado de Madeira e Aço Corten

Fonte: Elaborado pelo autor

Na fachada em frente ao estacionamento do Parque acontece a parte operacional do Centro Gastronômico, como forma de trazer privacidade para esses ambientes e criar uma valorização estética para a fachada, foi criado elementos vazados em aço corten conforme mostra a Figura 61. Figura 61 - Elemento de Aço Corten na fachada em frente ao estacionamento

Fonte: Elaborado pelo autor


52

Para finalizar foram geradas imagens internas da Praça de Alimentação, que compõe o Bloco A (Figura 62 e Figura 63), da Praça das Barraquinhas que compõe o Bloco B (Figura 64, Figura 65 e Figura 66) e da Praça da Cultura que compõe o Bloco C (Figura 67). Figura 62 – Praça de Alimentação - Imagem 1 e 2

Fonte: Elaborado pelo autor

Figura 63 – Praça de Alimentação- Imagem 3

Fonte: Elaborado pelo autor


53

Figura 64 - Praça das Barraquinhas – Imagem 1

Fonte: Elaborado pelo autor

Figura 65 - Praça das Barraquinhas - Imagem 2

Fonte: Elaborado pelo autor


54

Figura 66 - Praรงa das Barraquinhas - Imagem 3

Fonte: Elaborado pelo autor

Figura 67 - Praรงa da Cultura - Imagem 1 e 2

Fonte: Elaborado pelo autor


55

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A Prainha localizada no município de Vila velha/ ES é um local importante na história da colonização do solo esperitossantense, uma vez que o local foi o ponto de chegada dos portugueses ao Estado. Com o passar dos anos o local passou por mutações que resultou no Parque da Prainha. Atualmente o Parque abriga atividades que tem se consolidado mesmo que sem uma estrutura para atendê-las. Nesse contexto, foi criado um projeto paisagístico do Parque para atender as novas demandas e as existentes que ali ocorrem, visando trazer qualidade espacial para a área que irá receber o equipamento fruto desse trabalho, o Centro Gastronômico, equipamento este que foi inserido no cenário local com a intensão de torna-lo harmônico e que possa se tornar um atrativo turístico e lucrativo para o Município. Para projetar o Centro Gastronômico foi necessário fazer um estudo de caso para entender como funciona um equipamento desse ramo. Com isso foi estudado o Complexo cultural e turístico Estação das Docas que está localizado em Belém do Pará, em frente a baía de Guajará e que se tornou um equipamento turístico importante para o município inserido. Baseado nessa pesquisa, foi elaborado um projeto em nível de estudo preliminar de um Centro Gastronômico, que possui um conceito brutalista e que foi trabalhado linhas retas e horizontais buscando torná-lo um equipamento discreto, mas importante na paisagem local.


56

REFERÊNCIAS FRANCHINI, Filipe. A produção do espaço livre público do Parque da Prainha em Vila Velha – Espírito Santo: disputa territorial em projetos urbanos. 2016. 99 f. Tese (Mestrado em Geografia). Universidade Federal do Espírito Santo – UFES. Vitória.

ARRUDA, Euler. PORTO DE BELÉM DO PARÁ: Origens, Concessão e Contemporaneidade. 2003. 237 f. Tese (Mestrado em Planejamento Urbano e Regional). Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ. Rio de Janeiro.

SANTOS, Jair. Vila Velha: Onde começou o estado do Espirito Santo: Fragmentos de uma história. 2ª Edição. Vila Velha, ES : Ed. do Autor. 2011.

TAVARES, Amanda; KIYOTANI, Ilana. Repercussões turísticas e sociais da revitalização de áreas portuárias – a Estação das Docas em Belém/PA Tourism and social repercussions of the revitalization of seaport areas – Estação das Docas in Belém/PA. Revista de Turismo Contemporâneo – RTC, Natal, v. 1, n. 1, p.18-37, jul./dez. 2013.

PERMUY, Pedro. 90 mil fiéis assistem missa de encerramento da Festa da Penha. Gazeta Online. 09 de abril de 2018. Disponível em:< https://www.gazetaonline.com. br/noticias/cidades/2018/04/90-mil-fieis-assistem-missa-de-encerramento-da-festada-penha-1014126406.html>. Acesso em 18 de outubro de 2018.

Estação das Docas: um projeto exitoso de revitalização do centro urbano de Belém. Programa Cidade Sustentável. 18 de dez. de 2014. Disponível em:< https://www. cidadessustentaveis.org.br/boas-praticas/estacao-das-docas-um-projeto-exitoso-derevitalizacao-do-centro-urbano-de-belem>. Acesso em 15 de outubro de 2018.

FREITAS, Ana Paula. A política cultural representada na mídia: O caso da Estação das Docas em Belém/PA. Amazônia e o direito de comunicar. Amazônia: Mídia Cidadã, 11 de out. de 2011.

CENTRO UNIVERSITÁRIO SENAC - CAMPUS ÁGUAS DE SÃO PEDRO Disponível em:<http://www.grandehotelsenac.com.br/jsp/hotel/default.jsp?newsID=a11.htm&unit =ghp&lng=pt&idTema=129 &idEspecialidade=245> . Acesso em: 07 maio de 2019.

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57

CENTRO UNIVERSITÁRIO SENAC - CAMPUS CAMPOS DO JORDÃO Disponível em:<http://www.hoteis.sp.senac.br/jsp/hotel/default.jsp?newsID=a18.htm&unit=ghj&l ng=pt&idTema=129&idEspe cialidade=245>. Acesso em: 07 maio de 2019.

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