Revista aerton pdf (euclecio)

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DesiGn! Ano I - Junho 2013

Tudo que você precisa saber para se destacar no mercardo Contraste e harmonia O papel do contraste na composição

Técnicas de Comunicação Visual

Conheça os Elementos Básicos Da Comunicação Visual



Editorial MasEstamos o que é design ? em um momento que a palavra design está na moda. Talvez graças a popularização dos produtos da Apple (famosos por seu design) ou pelo o simples costume de querer criar termos mais bonitos usando palavras importadas. Com o passar dos anos, muitas e muitas palavras foram aportuguesadas, mesmo já possuindo uma tradução ideal, como o caso de personalizar que se tornou customizar (de custom) ou aleatório que se tornou randômico (de random). Mas o caso do termo design é diferente, ele não foi aportuguesado, mas sim, tornou-se sinônimo de algo que é tão indefinido que não tenho a capacidade de explicar, mas parece ser usado como uma forma de expressão artística, para definir qualquer tipo de profissão que deseja ser pronunciado mais “bonito”. Esse questionamento me veio quando um pseudo colega de trabalho, o Marcelo, me mostrou uma espécie de empresa de uma faculdade, mais especificamente da Faal, essa empresa denomina-se Coma (não sei se é por causa do verbo ou para ser mórbido mesmo), mas quase fiquei em coma ao ler o que havia escrito dentro de sua página inicial no Facebook: “Seu objetivo principal é desenvolver projetos de design com máximo de eficiência.” Talvez para a maioria a frase acima faça sentido… mas quem tem o mínimo conhecimento de design notará um erro absurdo, semelhante ao usado na palavra logomarca. Se você é designer e ainda não percebeu, precisa urgentemente rever seus conceitos, mas vou explicar. Design quer dizer projeto, design é projetar, realizar, organizar, planejar. Projetos de design é na verdade uma redudância:Projeto de Projeto. O problema é que a Coma trata-se de uma empresa que diz-se trabalhar com design. Se uma empresa que afirma trabalhar e priorizar o design não sabe o significado real dessa palavra, como esperar que pessoas leigas a compreendam e a use corretamente? Não é incomum encontrar pessoas como cabelereiros ou manicures usarem termos como hair design ou designer de unhas, até mesmo designer de bolos você encontra por aí. Tá legal, eu entendi o que não é design, mas então, o que é? Design é projeto, por tradução e definição. Quando afirmam por exemplo que a Apple não é uma empresa de tecnologia, mas de design, é uma contradição. A Apple é uma empresa de tecnologia que prima pelo o design, ou seja, que prioriza todas as etapas do projeto. Um dos maiores designers do mundo foi Steve Wozniak, o Woz, por saber organizar corretamente uma placa de circuitos impressos com os chips arrumados de forma que tudo funcionasse bem e ainda sim fosse compacta. A beleza dessa placa é o resultado de um bom design, ou seja, de um bom projeto.Fazer o design de algo, é fazer o projeto de algo, se preocupar com suas funções acima de tudo e isso envolve como funciona e como esse artefato está organizado. Alguns podem afirmar que esse não é o trabalho de um designer, mas de um engenheiro. A importância do engenheiro é fazer funcionar e cuidar da segurança e resistência de um determinado projeto. O Designer de verdade é muito semelhante ao arquiteto, ele precisa conhecer cada etapa de desenvolvimento do artefato que ele está projetando. Se é um designer de produtos, precisa entender de materiais, se um designer de impressos, precisa entender de impressão, tinta e papel, se um web designer, precisa entender de linguagens de computador, se designer de moda, precisa aprender a costurar e conhecer os tecidos. Essa definição deixa clara que um designer nada mais é do que um projetista, sempre atento aos detalhes de confecção de seu artefato final. Então não podemos considerar algo que não é projetável como design, somente porque tem um resultado estético. Um designer de unhas desenvolve a unha? Ou ele somente pinta a unha de forma mais artística? Se pensarmos corretamente, um hair designer teria que ser um peruqueiro. Muito além das justificativas desses neo-designers de que o que eles fazem é realmente um projeto, ser design envolve um domínio dentro da área que deseja-se ingressar. Facilmente é visto adolescentes que se auto-denominam designers gráficos ou web desingners (basta ouvir um epsódio do NerdCast, na sessão de cartas, ou passar na frente de um cursinho de informática) quando, na verdade, se tornar designer é um processo lento, complexo e que exige muito estudo e dedicação, além da faculdade. Concluindo… Sua mãe, sua tia, não são hair designers ou designers de unhas ou designers do lar, ou etc. simplesmente porque essas coisas não existem. Se você sabe mexer no Photoshop ou no CorelDRAW, isso não te faz um designer gráfico. Se você faz layouts para blogs, mas não tem a ideia de como montá-los, você não é um web designer. Designer é aquele que projeta, design é o projeto em si e o artefato, seu resultado. Como já foi dito antes, designer não é esteticista, a estética é só uma das virtudes que compõe o bom design e o belo é o seu resultado. Um designer de uma área compreende o valor do design de outra, se um designer de moda não consegue ver a beleza em uma placa de circuito impressos e um web designer não consegue ver a beleza em uma caneta. Então vocês todos precisam rever seus conceitos.

DIRETORIA PRESIDENTE | Euclecio Fernandes de Sousa VICE PRESIDENTE | Emanuel Diniz DIRETOR DE PATRIMÔNIO | Cristiano Melo DIRETOR-EXECUTIVO | Nei Leite Gomes DIRETORES | Flavio Maracajá | Ricardo Galvão | Rodrigo Gomes | Mario de Fontes Henrique | Ary Machado | Nelson Xurupita da Silva | Ivan Lennon Pirata

CONSELHO PRESIDENTE| José Ananias Gomes EXPEDIENTE COORDENAÇÃO GERAL | GERÊNCIA DE COMUNICAÇÃO GERENTE | Anderson Fernandes de Sousa ASSESSORA DE IMPRENSA | Kalina Ligia Nobrega CONSELHO EDITORIAL | Magno Magnus CONSELHO EDITORIAL | Leandro da Silva | Eduardo Barbosa | Guilherme Azevedo | Danilo Mago Véi | Ednaldo Bonifacio de Farias | Joelma Ferreira da Costa Claudio Barra de Lazzai | Renata Leite Diniz | Joaquim Moreira de Farias EDITOR | Euclecio Fernandes CyberStation Comunicação Empresarial Rua Rita Carneiro Diniz , 101 58075-000 João Pessoa PB Telefones: 83 8833 5227 cyberstation34@yahoo.com.br COLABORADORES Wagner Cassiano | Diego Magalhães CADERNO TÉCNICO COORDENAÇÃO | Fernando José Gomes Langraf PRODUÇÃO GRÁFICA J.I Comunicação DIAGRAMAÇÃO Bruno Atila | Gustavo lins | Fabio Andrade PUBLICIDADE Ivan Lennon | Inacio Melo 83 8850 8855 IMPRESSÃO E ACABAMENTO Newpaint CARTAS À REDAÇÃO Comentários sobre o conteúdo editorial, sugestões, releases e criticas às matérias, cartas e mensagens devem trazer o nome e o endereço do autor. revistadesigni@yahoo.com.br


Sumário ELEMENTOS BÁSICOS DA COMUNICAÇÃO VISUAL - Ponto e Linha Forma e Direcao Tom e Cor

05 03 07

Textura e Escala Dimensao e Movimento

08 09 10 Voce sabe o que e contraste

TIPOS DE CONTRASTE - Contraste de tom e cor

11 12 Contraste de Forma e Escala

TÉCNICAS DE COMUNICAÇÃO VISUAL - Equiilibrio / Instabilidade

13 14

Simplicidade / Complexidade - Unidade / Fragilidade

15 16

Previsibilidade / Espontaniedade - Atividade / Estase

Simetria / Assimetria Regularidade / Irregularidade

Econômia / Profusão Minimização / Exagero

17 18 Sutileza / Ousadia - Neutralidade / Ênfase

Transparência / Opacidade - Estabilidade / Variação

19 20 Sutileza / Ousadia Neutralidade / Ênfase

Singularidade / Acaso

21 22

Gestalt

Agudeza / Difusão Repetição / Episodicidade

23 24 Ilustração do mês



ELEMENTOS BÁSICOS DA COMUNICAÇÃO VISUAL Os elementos visuais constituem a substancia básica do que vemos. Uma das maneiras de se analisar uma obra visual, consiste em decompô-la em seus elementos constituintes para compreender melhor o conjunto.

Ponto É a unidade mais simples e irredutível da comunicação visual. Qualquer ponto tem uma força visual grande de atração sobre o olho. Diversos pontos conectados são capazes de dirigir a visão. Quanto mais próximos entre si, maior a capacidade de guiar o olho. Em grande quantidade e justapostos, criam a ilusão de tom ou cor.

Linha Pode ser definida como uma cadeia de pontos tão próximos que não se pode distingui-los. A linha é o elemento visual por excelência. A linha pode adotar formas muito distintas para expressar intenções diferentes.

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Forma

A linha descreve uma forma. Na linguagem das artes visuais, a linha articula a complexidade da forma. Existem três formas básicas: o quadrado, o círculo e o triângulo equilátero. Cada uma das formas básicas tem suas características específicas, e a cada uma se atribui uma grande quantidade de significados, alguns por associação, outros por vinculação arbitrária, e outros, ainda, através de nossas próprias percepções psicológicas e fisiológicas.

Direção Depende do modo como está relacionado com o observador, com o espaço que contém o objeto ou com os demais objetos.

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Tom As margens com que se usa a linha para representar um esboço rápido ou um minucioso projeto mecânico aparecem, na maior parte dos casos, em forma de justaposição de tons, ou seja , de intensidade da obscuridade ou claridade de qualquer coisa vista.

Cor É a mais eficiente dimensão de discriminação. É o elemento que tem mais afinidade com as emoções. Nas artes visuais, a cor não é apenas um elemento decorativo ou estético, é o fundamento da expressão. Ela exerce uma ação tríplice sobre o indivíduo que recebe a comunicação visual: ela impressiona a retina quando é vista; provoca uma emoção, é sentida; e é construtiva, pois, tem um significado próprio, tem valor de símbolo e capacidade de construir uma linguagem que comunique uma idéia.

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Textura

Pode ser percebida tanto pelo tato quanto pela visão. Mas é possível que uma textura não tenha nenhuma qualidade tátil, somente ótica. Já quando há uma textura real, coexistem ambas as sensações. A maior parte da nossa experiência com as texturas é visual, e a maioria dessas texturas não está realmente ali.

Escala Todos os elementos visuais são capazes de se modificar e se definir uns aos outros. O processo constitui, em si, o elemento daquilo que chamamos de escala. Em outras palavras, o grande não pode existir sem o pequeno, porém, mesmo quando se estabelece o grande através do pequeno, a escala toda pode ser modificada pela introdução de outra modificação visual. A escala pode ser estabelecida não só através do tamanho relativo das pistas visuais, mas também através de relações com o campo ou com o ambiente.

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Dimensão A dimensão existe no mundo real. Não só podemos senti-la, mas também vê-la. Mas em nenhuma das representações bidimensionais da realidade, como o desenho, a pintura, a fotografia, o cinema e a televisão, existe um dimensional real, ela é apenas implícita.

Movimento Como no caso da dimensão, o elemento visual do movimento se encontra mais freqüentemente implícito do que explícito no modo visual. Contudo, o movimento talvez seja uma das forças visuais mais dominantes. As técnicas, porém, podem enganar o olho; a ilusão de textura ou dimensão parecem reais devido ao uso de uma intensa manifestação de detalhes, como acontece com a textura, e ao uso da perspectiva, da luz e sombra intensificadas, como no caso da dimensão. Porém, o movimento existe somente no olho do espectador, por meio do fenômeno fisiológico da “persistência da visão.”

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Você Sabe o que é Contraste? Não é incomum de ver gente usando fundo amarelo com letra branca. Pessoal, amarelo é muito próximo do branco. Se você colocar aquilo no sol, o pessoal não vai conseguir ler nada. Contraste é algo importantíssimo, ainda mais quando existe uma figura e um fundo. Convenhamos, até quando não existe um fundo, existe uma cor da mídia (por exemplo, o papel ou a tela do PC). Claro, dá pra colocar um texto preto sobre um papel branco. É uma ótima forma de contraste. Mas se quiser destacar algo em amarelo, por que não colocar uma tarja preta no fundo desta palavra? É uma ótima forma de contraste; faz aparecer bem aquilo que você quis que se destacasse e não acabou sumindo no fundo. E contraste não é só de cor, mas de elementos também. Uma frase com tipografia diferente do restante do texto pode ser contrastante. Até uma palavra ou frase negritada pode dar o ar de contraste. Isso serve não só para destacar algo, mas também para diferenciar dois elementos.

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Tipos de Contraste Contraste de Tom Com o tom, a claridade ou a obscuridade relativas de um campo estabelecem a intensidade do contraste. O tamanho ou a proporção não é a única coisa a ser levada em conta. A divisão de um campo em partes iguais pode também demonstrar o contraste tonal, uma vez que o campo é dominado pelo peso maior do negro.

Contraste de Cor Com o tom, a claridade ou a obscuridade relativas de um campo estabelecem a intensidade do contraste. O tamanho ou a proporção não é a única coisa a ser levada em conta. A divisão de um campo em partes iguais pode também demonstrar o contraste tonal, uma vez que o campo é dominado pelo peso maior do negro.

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Contraste de Forma É uma técnica que usa a força compositiva antagônica, de forma a chamar a atenção do observador, destacando a forma irregular, imprevisível, justaposta com a forma regular, simples e resolvida. A principal função do contraste de forma é aguçar, através do efeito dramático. Mas, também pode proporcionar requinte às sensações que envolvem uma manifestação visual.

Contraste de Escala Inspirado no construtivismo russo, no início do século XX, é um recurso muito usado em propaganda impressa para gerar impacto. Muitos layout não provocam impacto por usarem as escalas de forma proporcional. Ao mudar a escala dos objetos ou mesmo criando uma sensação de profundidade, o layout provoca um efeito dinâmico e inquisidor, aumentando a significação das imagens expostas.

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TÉCNICAS DE COMUNICAÇÃO VISUAL As técnicas visuais oferecem ao designer uma grande variedade de meios para a expressão visual do conteúdo. Existem como polaridades de um continuum, ou como abordagens desiguais e antagônicas do significado. A fragmentação, o oposto da técnica da unidade, é uma excelente opção para demonstrar movimento e variedade, como se vê na figura 6.3. Como funcionaria enquanto estratégia compositiva que refletisse a natureza de um hospital? A análise dessa natureza e um projeto que a representasse em termos compositivos deveria seguir o mesmo padrão, em busca de descrições verbais eficazes. Sem dúvida, a "fragmentação" enquanto técnica é uma péssima escolha para fazer uma associação com um centro médico, embora seja ótima para dar mais vida ao anúncio de uma quermesse paroquial. O significado interior de ambos os exemplos determina as opções de que dispõe o designer para representálos. Essas opções constituem o controle do efeito, o que vai resultar numa composição forte. As técnicas visuais não devem ser pensadas em termos de opções mutuamente excludentes para a construção ou a análise de tudo aquilo que vemos. Os extremos de significado podem ser transformados em graus menores de intensidade, a exemplo da gradação de tons de cinza entre o branco e o negro. Nessas variantes encontra-se uma vastíssima gama de possibilidades de expressão e compreensão. As sutilezas com- positivas de que dispõe o designer devem-se em parte à multiplicidade de opções, mas as técnicas visuais também são combináveis e interatuantes em sua utilização compositiva. É preciso esclarecer um ponto: as polaridades técnicas nunca devem ser sutis a ponto de comprometer a clareza do resultado. Embora não seja necessário utilizá-las apenas em seus extremos de intensidade, devem seguir claramente um ou outro caminho. Se não forem definíveis, tornar-se-ão transmissores ambíguos e ineficientes de informação. O perigo é especialmente sério na comunicação visual, que opera com a velocidade e a imediatez de um canal de informação. Seria impossível enumerar todas as técnicas disponíveis, ou, se o fizéssemos, dar-lhes definições consistentes. Aqui, como acontece a cada passo da estrutura dos meios de comunicação visual, a interpretação pessoal constitui um importante fator. Contudo, levando-se em conta essas limitações, cada técnica e seu oposto podem ser definidos em termos de uma polaridade.

Equilíbrio / Instabilidade Depois do contraste, o equilíbrio é o elemento mais importante das técnicas visuais. Sua importância fundamental baseia-se no funcionamento da percepção humana e na enorme necessidade de sua presença, tanto no design quanto na reação diante de uma manifestação visual. Num continuum polar, seu oposto é a instabilidade. O equilíbrio é uma estratégia de design em que existe um centro de sus- pensão a meio caminho entre dois pesos. A instabilidade (é a ausência de equilíbrio e uma formulação visual extremamente inquietante e provocadora. .

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Simetria / Assimetria o equilíbrio pode ser obtido numa manifestação visual de duas .j maneiras: simétrica. e as simetricamente . Simetria é equilíbrio axial. É uma formulação visual totalmente resolvida, em que cada unidade situada de um lado de uma linha central é rigorosamente repetida do outro lado. Trata-se de uma concepção visual caracteriza- da pela lógica e pela simplicidade absolutas, mas que pode tornar-se 1. estática, e mesmo enfadonha. Os gregos veriam na assimetria um equilíbrio precário, mas, na verdade, o equilíbrio pode ser obtido através da variação de elementos e posições, que equivale a um equilíbrio de " compensação. Nesse tipo de design, o equilíbrio é complicado, uma! vez que requer um ajuste de muitas forças, embora seja interessante 1 e fecundo em sua variedade.

Regularidade / Irregularidade A regularidade no design constitui o favorecimento da uniformidade dos elementos, e o desenvolvimento de uma ordem baseada em algum princípio ou método constante e invariável. Seu oposto é a irregularidade , que, enquanto estratégia de design, enfatiza o inesperado e o insólito, sem ajustar-se a nenhum plano decifrável.

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Simplicidade / Complexidade A ordem contribui enormemente para a síntese visual da simplicidade , uma técnica visual que envolve a imediatez e a uniformidade da forma elementar, livre de complicações ou elaborações secundárias. Sua formulação visual oposta, a complexidade, compreende uma complexidade visual constituída por inúmeras unidades e forças elementares, e resulta num difícil processo de organização do significado no âmbito de um determinado padrão.

Unidade / Fragmentação As técnicas de unidade e fragmentação são parecidas com as da simplicidade-complexidade, e envolvem estratégias de design que conservam o mesmo parentesco. A unidade é um equilíbrio adequado de elementos diversos em uma totalidade que se percebe visualmente. A junção de muitas unidades deve harmonizar- se de modo tão completo que passe a ser vista e considerada como uma única coisa. A fragmentação é a decomposição dos elementos e unidades de um design em partes separadas, que se relacionam entre si mas conservam seu caráter individual.

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Economia / Profusão A presença de unidades mínimas de meios de comunicação visual é típica da técnica da economia , que contrasta de muitas maneiras com seu oposto, a técnica da profusão. A economia é uma organização visual parcimoniosa e sensata em sua utilização dos elementos. A profusão é carregada em direção a acréscimos discursivos infinitamente detalhados a um design básico, os quais, em termos ideais, atenuam e embelezam através da ornamentação. A profusão é uma técnica de enriquecimento visual associada ao poder e à riqueza, enquanto a economia é visualmente fundamental e enfatiza o conservadorismo e o abrandamento do pobre e do puro.

Minimização / Exagero A minimização e o exagero são os equivalentes intelectuais da polaridade economia-profusão, e prestam-se a fins parecidos, ainda que num contexto diferente. A minimização é uma abordagem muito abrandada, que procura obter do observador a máxima resposta a partir de elementos mínimos. Na verdade, em sua estudada tentativa de criar grandes efeitos, a minimização é a perfeita imagem especular de sua polaridade visual, o exagero. A seu próprio modo, cada uma toma grandes liberdades com a manipulação dos de- talhes visuais. Para ser visualmente eficaz, o exagero deve recorrer a um relato profuso e extravagante, ampliando sua expressividade para muito além da verdade, em sua tentativa de intensificar e amplificar.

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Previsibilidade / Espontaneidade A previsibilidade sugere, enquanto técnica visual, alguma ordem ou plano extremamente convencional. Seja através da experiência, da observação ou da razão, é preciso ser capaz de prever de antemão como vai ser toda a mensagem visual, e fazê-lo com base num mínimo de informação. A espontaneidade , por outro lado, caracteriza-se por uma falta aparente de planejamento. É uma técnica saturada de emoção, impulsiva e livre.

Atividade / Estase A atividade como técnica visual deve refletir o movimento através da representação ou da sugestão. A postura enérgica e estimulante de uma técnica visual ativa vê-se profundamente modificada na força imóvel da técnica de representação estática , a qual, através do equilíbrio absoluto, apresenta um efeito de repouso e tranqüilidade.

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Sutileza / Ousadia Numa mensagem visual, a sutileza é a técnica que escolheríamos para estabelecer uma distinção apurada, que fugisse a toda obviedade e firmeza de propósito. Embora a sutileza sugira uma abordagem visual delicada e de extremo requinte, deve ser criteriosamente concebida para que as soluções encontradas sejam hábeis e i nventivas. A ousadia é, por sua própria natureza, uma técnica visual óbvia. Deve ser utilizada pelo designer com audácia, segurança e confiança, uma vez que seu objetivo é obter a máxima visibilidade.

Neutralidade / Ênfase Um design que parecesse neutro seria, em termos, quase uma contradição, mas na verdade há ocasiões em que a configuração menos provocadora de uma manifestação visual pode ser o procedimento mais eficaz para vencer a resistência do observador, e mesmo sua beligerância. Muito pouco da atmosfera de neutralidade é perturbada pela técnica da ênfase , em que se realça apenas uma coisa contra um fundo em que predomina a uniformidade.

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Transparência / Opacidade As polaridades técnicas de transparência e opacidade definem-se mutuamente em termos físicos: a primeira envolve detalhes visuais através dos quais se pode ver, de tal modo que o que lhes fica atrás também nos é revelado aos olhos; a segunda é exatamente o contrário, ou seja, o bloqueio total, o ocultamento. dos elementos que são visualmente substituídos.

Estabilidade / Variação A estabilidade é a técnica que expressa a compatibilidade visual e desenvolve uma composição dominada por uma abordagem temática uniforme e coerente. Se a estratégia da mensagem exige mudanças e elaborações, a técnica da variação oferece diversidade e sortimento. Na composição visual, contudo, essa técnica reflete o uso da variação na composição musical, no sentido de que as mutações são controladas por um tema dominante.

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Exatidão / Distorção A exatidão é a técnica natural da câmera, a opção do artista. Nossa experiência visual e natural das coisas é o modelo do realismo nas artes visuais, e sua utilização pode implicar muitos truques e convenções destinados a reproduzir as mesmas pistas visuais que o olho transmite ao cérebro. A câmera segue os padrões do olho, reproduzindo, conseqüentemente, muitos de seus efeitos. Para o artista, o uso da perspectiva reforçada pela técnica do claro-escuro pode sugerir o que vemos diretamente em nossa experiência. Mas são ilusões óticas. É exatamente esta a denominação que, em pintura, se dá à forma mais estudada e intencional de exatidão: trompe'oeit. A distorção adultera o realismo, procurando controlar seus efeitos através do desvio da forma regular, e, em alguns outros casos, até mesmo da forma verdadeira. É uma técnica que responde bem à composição visual mar- cada por objetivos intensos, dando, nesse sentido, excelentes respostas quando bem manipulada.

Planura / Profundidade Essas duas técnicas são basicamente regidas pelo uso ou pela ausência de perspectiva, e são intensificadas pela reprodução da informação ambiental através da imitação dos efeitos de luz e sombra l característicos do claro-escuro , com o objetivo de sugerir ou de eliminar a aparência natural de dimensão.

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Singularidade / Justaposição A singularidade equivale a focalizar, numa composição, um tema isolado e independente, que não conta com o apoio de quaisquer outros estímulos visuais, tanto particulares quanto gerais. A mais forte característica dessa técnica é a transmissão de uma ênfase específica. A justaposição exprime a interação de estímulos visuais, colocando, como faz, duas sugestões lado a lado e ativando 4 a comparação das relações que se estabelecem entre elas.

Seqüencialidade / Acaso No design, uma ordenação seqüencial baseia-se na resposta compositiva a um projeto de representação que se dispõe numa ordem lógica. A o rdenação pode seguir uma fórmula qualquer, mas em geral envolve uma série de coisas dispostas segundo um padrão rítmico. Uma técnica casual deve sugerir uma ausência de planejamento, uma desorganização intencional ou a apresentação acidental da informação visual.

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Agudeza / Difusão A agudeza como técnica visual está estreitamente ligada à clareza do estado físico e à clareza de expressão. Através da precisão e do uso de contornos rígidos, o efeito final é claro e fácil de interpretar. A difusão é suave, preocupa-se menos com a imprecisão e mais com a criação de uma atmosfera de sentimento e calor.

Repetição / Episodicidade A repetição corresponde às conexões visuais ininterruptas que têm importância especial em qualquer manifestação visual uni ficada. No cinema, na arquitetura e nas artes gráficas, a continuidade não se define apenas pelos passos ininterruptos que levam de um ponto a outro, mas também por ser a força coesiva que mantém unida uma composição de elementos díspares. As técnicas episódicas indicam, na expressão visual, a desconexão, ou, pelo menos, apontam para a existência de conexões muito frágeis. É uma técnica que reforça a qualidade individual das partes do todo, sem abandonar por completo o significado maior.

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Gestalt Gestalt, palavra alemã sem tradução exata em português, refere-se a um processo de dar forma, de configurar "o que é colocado diante dos olhos, exposto ao olhar": a palavra gestalt tem o significado "(...)de uma entidade concreta, individual e característica, que existe como algo destacado e que tem uma forma ou configuração como um de seus atributos.

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ILUSTRAÇÃO do mês

Euclecio Fernandes

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PROJETO

DOLIXO AOLIVRO PROTEJENDO O PLANETA E GANHANDO CONHECIMENTO

TABELA DE TROCA 3 kg = 1 Livro

4 Kg = 1 Livro

5 kg = 1 Livro

2 Kg = 1 Livro



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