Enigmas da Psicometria-Ernesto Bozzano

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Londres e o consulente na Índia e que, por conseguinte, houvesse aquele se apropriado, na consciência deste, das suas indicações. Todavia, não deixarei de encarecer que, na interpretação dos fenômenos psicométricos, não é fácil nos descartarmos das regras que os regem. Ora, uma dessas regras nos ensina que, quando o sensitivo entra em relação com o possuidor do objeto psicometrado, começa por descrever o indivíduo com o qual se relacionou, para chegar depois a desvendar os acontecimentos da vida desse indivíduo, inclusive o meio em que ele se encontrava. E quando o objeto foi utilizado por diversas pessoas, o sensitivo percebe entre as diferentes influências aquela que, em virtude da lei de afinidade, se lhe torna mais ativa, enquanto ignora as outras, ou apenas recebe delas impressões secundárias, passíveis de erronias e confusões. Daí se infere que, no caso em apreço, se o sensitivo houvera percebido na caneta a influência do consulente e com ele entrara em relação, começaria por descrever-lhe a personalidade, para revelar em seguida incidentes da sua vida particular e o meio em que se achava. Ora, nada disso tendo sucedido, é força convir que o objeto não continha a influência do pai e, por conseqüência, não podia o sensitivo entrar em relação com ele. Lógico, ao contrário, é dizer-se que o objeto, por saturado da influência do filho, determinou a relação psicométrica do sensitivo com o desencarnado, o que de resto ressalta dos fatos, com a descrição mediúnica do filho e não do pai. Chamo finalmente a atenção dos estudiosos para este ponto: psicometricamente falando, seria absurdo insustentável o pensar que a relação possa estabelecer-se com indivíduos cuja influência não satura o objeto psicometrado. 22º Caso – Encontra-se em Light (1912, página 551).


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