A Seleção

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consolo para mim. Eu acreditava nelas. E se não podia ter um amor meu, o melhor a fazer era ajudar Maxon a encontrar o dele. — Espero que você e Marlee deem certo. Ela é muito fofa. Maxon fez uma cara estranha. — É, parece que sim. — Como? Tem alguma coisa errada em ser fofa? — Não, não. É bom ser fofa. Sua explicação parou por aí. — O que você tanto procura? — ele perguntou de repente. — O quê? — Você não consegue manter os olhos parados. Sei que está prestando atenção, mas parece estar procurando alguma coisa. Então percebi que ele estava certo. Ao longo de todo o seu pequeno discurso, eu não parava de olhar ao redor: jardim, janelas, torres. Estava ficando paranoica. — Pessoas... câmeras... — eu disse, balançando a cabeça para olhar o céu escuro da noite. — Estamos sozinhos. Só há o guarda da porta. Maxon apontou para a figura solitária sob o poste do palácio. Ele tinha razão: não tínhamos sido seguidos para o lado de fora. As janelas estavam iluminadas, mas não havia ninguém ali. Eu já tinha notado isso, mas as palavras dele serviram de confirmação. Relaxei um pouco a postura. — Você não gosta de ser observada, gosta? — ele perguntou. — Na verdade, não. Prefiro ficar fora do radar. Estou acostumada a isso — respondi sem olhar para ele, enquanto contornava com o dedo os relevos no bloco de pedra a meus pés. — Você precisa se adaptar. Quando partir, os olhos do país permanecerão focados em você pelo resto de seus dias. Minha mãe ainda conversa com algumas das mulheres que conheceu durante sua própria Seleção. Todas são consideradas importantes. Até hoje. — Perfeito! — resmunguei. — Mais um motivo para eu não ver a hora de chegar em casa.


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