A Seleção

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— Esse é o problema... Não quero ir para casa. — Mesmo? O príncipe levou as mãos à cabeça, e eu não pude deixar de rir de seu ar perdido. — Posso ser totalmente sincera com você? — perguntei. Ele concordou. — Preciso ficar aqui. Minha família precisa de mim aqui. Mesmo que me deixasse ficar apenas uma semana, já seria uma dádiva para eles. — Você quer dizer que precisa do dinheiro? — Sim. Senti-me mal por admitir. Talvez tivesse dado a impressão de que o estava usando. Na verdade, acho que estava mesmo. Mas prossegui: — Também há... certas pessoas na minha província — levantei os olhos para ele — que eu não aguentaria ver no momento. Maxon assentiu com a cabeça como quem tinha entendido, mas não disse nada. Hesitei. Pensei que o pior que podia acontecer seria mesmo ir embora. Então continuei: — Se me permitir ficar, mesmo que por pouco tempo, podemos fazer um trato — propus. Ele arregalou os olhos: — Um trato? Mordi os lábios: — Se me deixar ficar... — eu estava prestes a dizer algo bem idiota, mas prossegui. — Tudo bem, veja só. Você é o príncipe. Fica ocupado o dia inteiro ajudando a administrar o país e tal, e agora tem que encontrar tempo para escolher uma entre trinta e cinco, ou melhor, trinta e quatro garotas. É pedir muito, não acha? Ele concordou. Dava para notar que se cansava só de pensar nisso. — Não acha que seria muito melhor se tivesse alguém aqui dentro? Alguém para ajudar? Tipo... uma amiga? — Uma amiga? — ele perguntou. — Sim. Se me deixar ficar, posso ajudar. Serei sua amiga.


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