Revista sustentabilidade

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Especial

SUSTENTABILIDADE A consciência cresce Cada vez mais, brasileiros adotam hábitos de consumo sustentáveis

Dezembro 2016

R$ 14,00

Expansão Aumenta a participação das fontes de energia renováveis no Brasil 1 |

Água em foco Projeto une empresas na preservação de recursos hídricos




sumário

08 14 50

Mudanças de hábitos

Pesquisa aponta que consumidor brasileiro está na transição de um consumo nada consciente para consciente

COP22: e agora?

Setor sucroenergético pode ser beneficiado, se o Brasil cumprir com as contribuições pretendidas

O braço verde

Renova Ecopeças e Porto Seguro Faz são empresas ambientalmente corretas do grupo Porto Seguro

Especial

SUSTENTABILIDADE EM TRANSIÇÃO Pesquisa revela que o brasileiro ainda caminha rumo a um consumo consciente

Viés financeiro

Dezembro 2016

É o que mais impulsiona o brasileiro a repensar suas atitudes de consumo

R$ 14,00

EXPANSÃO Cresce a participação das fontes de energia renováveis no Brasil 1 |

especial sustentabilidade dezembro/2016

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ÁGUA EM FOCO Projeto une Ambev e Coca-Cola na preservação do recurso hídrico

52 56 60 63 75 78 80 86 88

Mais verde, mais água

Projeto da ONG The Nature Conservancy (TNC) une empresas concorrentes na recuperação de matas ciliares como forma de elevar o potencial hídrico das principais bacias do País

Economia gota a gota

Sistema de irrigação por gotejamento é a tecnologia que mais poupa recursos hídricos

O DNA sustentável da Serasa

Além do prédio ecofriendly e acessível a pessoas com deficiência, empresa desenvolve trabalhos de resgate da cidadania financeira

Embalagens do bem

Linha Sou da Natura tem a proposta de conscientizar o consumidor sobre a importância de suas escolhas

O plástico pode ser mais “verde”, sim!

Empresas apostam no desenvolvimento dos biopolímeros produzidos a partir de fontes renováveis e com impacto reduzido no meio ambiente

Pintura limpa

Com inovações desenvolvidas no Brasil, a Volkswagen reduz impacto ambiental na pintura de seus automóveis

Soluções ecoeficientes

Projeto que alia conforto e autonomia torna-se referência para casas e empresas sustentáveis

Regulamentação impulsiona setor de serviços ambientais Empresa da área, Biofílica vê na implementação do Acordo de Paris a oportunidade de chegar a 5 milhões de hectares em seus projetos REDD+ até 2020

Em pratos limpos

Redes varejistas ampliam o sistema de monitoramento para assegurar ao consumidor que a carne bovina não é proveniente de áreas de desmatamento


Itaipu se orgulha de aplicar na prática os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU.

Sustentabilidade das comunidades indígenas, assentamentos e quilombolas

Há muito tempo, Itaipu aplica na prática todos os fundamentos dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável e da Agenda 2030, estabelecidos pela Organização das Nações Unidas – ONU. Como líder mundial em produção de energia limpa e renovável, foca suas ações no desenvolvimento regional, na proteção ao meio ambiente, no turismo, na igualdade de oportunidades e no progresso tecnológico e social do Brasil e do Paraguai.

Geração de energia limpa e renovável

Respeito à igualdade de gênero e empoderamento das mulheres

Proteção dos mananciais e da mata ciliar

Cooperação entre os atores públicos e privados para o desenvolvimento territorial sustentável

Investimento em saúde preventiva, hospitais e ações de saúde básica na tríplice fronteira

Preservação do meio ambiente e da biodiversidade

Pesquisa, inovação e desenvolvimento de tecnologias amigas do clima

Energia a preço de custo para o desenvolvimento econômico e social dos dois países

Campanhas contra a violência infantojuvenil, trabalho infantil e exploração sexual

Programas de incentivo às fontes alternativas de energia, como o biogás e energia solar

Distribuição de royalties para as comunidades dos dois países

Parcerias com universidades incentivando à formação técnica de graduação e pós-graduação

Educação ambiental e financeira para crianças e jovens

Apoio à gestão integrada do turismo de Foz do Iguaçu e região

Programas de proteção à criança e ao adolescente vinculados ao esporte e à cultura

Incentivo à agricultura familiar e à produção de orgânicos

i t a i p u . g o v. b r


A P R E S E N TA Ç Ã O

QUEBRA DE PARADIGMAS Agenda ambiental provoca transformações na economia e no jeito de consumir do brasileiro

O

Brasil vive uma verdadeira metamorfose. O american way of life, que pautava os costumes da sociedade até pouco tempo, começa a ser revisto. É o que evidencia a matéria de capa do Especial Sustentabilidade. A reportagem “Mudança de Hábitos” traz à tona os resultados da pesquisa do Indicador de Consumo Consciente (ICC), desenvolvido pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL). O ICC mostra que o brasileiro se enquadra na faixa intermediária, entre aqueles pouco conscientes e os que têm atitudes adequadas. O viés financeiro, de poupar dinheiro, é o principal catalisador de comportamentos sustentáveis. “As pessoas passaram a ter mais consciência da utilização de bens por causa da crise econômica”, explicou José Vignoli, educador financeiro do SPC Brasil. Independente da motivação, se é influenciada pelo lado econômico, social ou ambiental, o fato é que os valores de outrora não mais condizem com a agenda ambiental do presente. O governo que, nos anos 70, incentivava a colonização/ desmatamento da Amazônia com o lema “Ocupar para não entregar”, em setembro deste ano ratificou os compromissos de redução das

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As pessoas passaram a ter mais consciência da utilização de bens por causa da crise econômica. JOSÉ VIGNOLI, EDUCADOR FINANCEIRO DO SPC BRASIL

emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) assumidos na Conferência do Clima de Paris (COP21). Pelo acordo, o Brasil se compromete a diminuir em 43% as remessas de CO2 à atmosfera, zerar o desmatamento na Amazônia Legal e restaurar 12 milhões de hectares de florestas até 2030. Além disso, o País se propôs a ter uma participação de 18% de biocombustíveis e aumentar de 10% para 23% o uso de energias renováveis (solar, eólica e biomassa) na matriz energética. Os desdobramentos dessas promessas podem ser conferidos nas matérias “Cop 22: E agora?” e “Raio X do setor energético”.

Diretor Presidente Francisco Mesquita Neto Diretor de Jornalismo João Caminoto Editor Responsável Antonio Carlos Pereira Diretor de Mercado Anunciante Flavio Pestana Diretora Jurídica Mariana Uemura Sampaio Diretor de Tecnologia Nelson Garzeri

Diretor de Projetos Especiais e Jornalista responsável Ernesto Bernardes MTB 53.977 SP Gerente de Conteúdo Bianca Krebs Diretor de Arte João Guitton Gerente Comercial Gabriela Gaspari Analista Comercial Thamires Oliveira Gerente de Planejamento Andrea Radovan Assistente de Planejamento Julia Santos Coordenadora Digital Carolina Botelho Coordenadora de Operações e Atendimento Larissa Ventriglia Assistente de Operações Felipe Cardoso Endereço: Av. Eng. Caetano Álvares, 55 4º andar, São Paulo-SP – CEP 02598-900 E-mail comercial: gabriela.gaspari@estadao.com Diretoria Comercial Diretores Publicidade Pereira Guabiraba e Enrico Gianelli Diretor Publicidade Digital Paulo Arruda Diretor Marketing Publicitário Marcelo Moraes Colaboradores Edição: Lívia Andrade Reportagem: Ariosto Mesquita, Eduardo Savanachi, Fernando Beagá, Jéssica Grant, Juliana Ribeiro, Julliane Silveira, Lívia Andrade, Ocimara Balmant e Thiago Sousa Campos Revisão: Camila Caringe Arte: Carol Eitelberg, Daniele Doneda e Klaus Bernhoeft



trocaí

Site promove feiras de trocas e oficinas de customização de roupas

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d i v u lg a ç ã o

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MUDANÇAS DE HÁBITOS Pesquisa aponta que perfil do consumidor brasileiro está em transição rumo ao consumo consciente

O

brasileiro encontra-se na faixa de transição rumo a um consumo sustentável. É o que revela o Indicador de Consumo Consciente (ICC) desenvolvido pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL). “As pessoas passaram a ter mais consciência da utilização de bens por causa da crise econômica”, diz José Vignoli, educador financeiro do SPC Brasil. “Mas os hábitos não estão arraigados, o que se espera é que essas atitudes se tornem práticas quando a recessão passar, a exemplo da crise hídrica que ensinou as pessoas a economizar água, o que se tornou rotina para muita gente”, acrescenta. O indicador foi desenvolvido para acompanhar as mudanças nos hábitos de compra do consumidor nacional e engloba as dimensões financeira, ambiental e social. O ICC vai de 0% a 100%, sendo que quanto maior o índice, maior a consciência do consumidor. Pela metodologia da pesquisa, a faixa de 0 a 60% são os consumi-

dores pouco ou nada conscientes; de 60% a 80% são aqueles em fase de transição para comportamentos mais sustentáveis e acima de 80% são os que possuem atitudes adequadas. Este ano, o brasileiro ficou na faixa intermediária com o ICC de 72,7%. Embora tenha tido um crescimento em relação à edição passada, em que o índice foi de 69,7%, não foi suficiente para faze-lo mudar de categoria. “Acredito que a transição vai continuar acontecendo num ritmo, digamos

Costumes não mudam do dia para noite, a transição vai acontecer num ritmo, digamos assim, humano. JOSÉ VIGNOLI, EDUCADOR FINANCEIRO DO SPC BRASIL

assim, humano, porque hábitos e costumes não mudam do dia para noite”, diz Vignoli.

O que pesa no bolso O resultado da pesquisa aponta que o aspecto mais percebido sobre o consumo consciente são as vantagens financeiras, só depois vêm os benefícios ambientais e sociais. “Depois de um período de crédito fácil, consumo imediatista, inconsciente, a freada da economia levou as pessoas a pensar um pouco na forma de consumir”, diz Vignoli. Segundo o relatório do ICC, “por um lado, o consumidor age com maior cautela nas compras e toma mais atitudes para economizar, no sentido de fazer seu orçamento render mais; por outro, ele parece mais pressionado a resistir às compras sem planejamento, pois entende que esse comportamento se torna ainda mais arriscado em tempos de crise”. A expectativa do educador é que o elemento financeiro, que faz as pessoas consumirem de forma mais consciente, se perpetue e que as pessoas se conscientizem da importância daquilo que começaram por uma questão de economia. A advogada Giovana Teodoro enquadra-se neste perfil. Ela sempre viaja junto com a família e, como são em quatro pessoas, costuma alugar apartamentos por curta temporada, ao invés de dois quartos de hotel. Antes do Airbnb – plataforma de hospedagens online que reúne casas e apartamentos para aluguel –, Giovana recorria ao Google na busca por imobiliárias, principalmente nas viagens ao exterior. “Com o Airbnb, além de mais barato, há uma relação direta com o proprietário, o que facilita bastante o contato para resolver eventuais problemas na locação, sobretudo com o sistema de reviews, que permite avaliar e ver as avaliações de | 9


capa

100% 80% 60%

Classificação do Indicador de Consumo Consciente (ICC)

consumidor consciente

Frequência acima de 80% de atitudes e comportamentos adequados

consumidor em transição

Frequência entre 60% e 80% de atitudes e comportamentos adequados

consumidor nada ou pouco consciente

Frequência abaixo de 60% de atitudes e comportamentos adequados

0% FONTE: Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL)

outros usuários sobre determinado imóvel/proprietário”, diz. “Em alguns casos, por um valor inferior ao que pagaríamos por um hotel, ficamos em lugares incríveis: apartamentos cheios de mordomias e tecnologias que nem temos em casa”, acrescenta. Usuária da plataforma desde 2013, ela diz gostar de viver dias como um habitante do local e interagir com a vizinhança. “Observar a rotina do lugar e me sentir ‘em casa’ na casa do outro”, conta. O servidor público Matheus Vieira e Silva compartilha da mesma opinião. Ele soube do Airbnb lendo notícias e gostou da proposta de poder se hospedar na casa de pessoas e conhecer um pouco o estilo de vida da localidade. “Na primeira experiência em outro país foi interessante não me hospedar em regiões turísticas e poder vivenciar outra cultura. Não nego que a vantagem financeira é um atrativo, porém o que me motiva é uma mistura dessas duas situações”, diz. Quando foi com a esposa para Nova York, eles compartilharam um apartamento com um casal. “O local e o serviço oferecidos foram conforme o divulgado no site e gostamos 10 |

muito de estar na casa de pessoas com hábitos diferentes e trocar experiências”, acrescenta. Não há dúvidas que o viés econômico contribui para a compra, mas nem sempre é o determinante. No caso do bancário Eleandro Custódio, ele começou a comprar frutas do site frutaimperfeita.com. br por conta do serviço de entrega e da proposta do empreendimento, que vende frutas e legumes que seriam descartados pelo produtor

Hoje em dia é cada vez mais frequente o número de pessoas, sobretudo jovens, que opta por não ter um veículo

por terem pequenas imperfeições e estarem fora do tamanho exigido pelos supermercados. A cesta de produtos muda toda semana, de acordo com a disponibilidade dos agricultores. “O valor é mais barato e fico feliz em contribuir com empresas eco sustentáveis”, diz Custódio. “A motivação não é tanto a economia, mas a proposta de ajudar a diminuir o desperdício”, acrescenta.

Quebra de paradigmas O fato é que, aos poucos, o comportamento do brasileiro está mudando. Um bom exemplo é o carro. Ter um automóvel significava inserir-se na sociedade dos adultos, uma espécie de símbolo de emancipação até pouco tempo atrás. Hoje em dia é cada vez mais frequente o número de pessoas, sobretudo jovens, que opta por não ter um veículo. Esta nova realidade tem favorecido serviços como o Uber, aplicativo de celular que conecta uma pessoa a um motorista particular. Silva é um deles. Há quase dois anos sem carro, ele utiliza o app e o transporte público para se locomover pela capital paulista. “Utilizo Uber para voltar do trabalho, às vezes também na ida, mas neste caso apenas até a estação de metrô”, diz. “Considero a melhor opção hoje para o meu deslocamento”, acrescenta. Mesmo quem possui seu próprio automóvel, tem pensado duas vezes antes de utilizá-lo. “Na minha última viagem em família, fizemos as contas de quanto ficaria para deixar o carro no estacionamento pelo período da viagem e quanto ficaria se pegássemos o Uber black bag para ir e voltar do aeroporto de Guarulhos. A opção do Uber ficou cerca de cem reais a menos - fomos e voltamos de Uber, o carro ficou em casa”, conta Giovana. O ICC também tem um indicador ambiental, que saiu de 72,7%


em 2015 para 72,5% neste ano. De acordo com o relatório, “as práticas mais adotadas são as de antes de jogar fora um produto que não quer mais, doar ou mesmo trocar com alguém (87,1%, aumentando para 91,6% entre as mulheres), não usar o carro para ir a qualquer lugar (76,3%) e evitar imprimir papéis para evitar gastar e ter cuidado com o meio ambiente (75,6%)”. Neste item, pode se dizer que a internet favorece a melhor utilização dos recursos por meio de plataformas de troca de objetos e serviços. Há uma série de iniciativas na rede. O Tem açúcar? é um site em que o internauta solicita o que precisa emprestado com os vizinhos e pode emprestar seus bens, colocando condições seguras e confortáveis para isso. Outra opção é o site Trocaí, que também tem uma página no Facebook. O site foi idealizado pelas amigas Damaris Adamucci e Giovana Cuginotti. Depois de trabalharem por um tempo em ONGs, elas repensaram a maneira de consumir roupas e cosméticos. “A gente começou a promover bazares para vender roupas, fazer trocas com as amigas e surgiu a ideia de criarmos um evento para mais pessoas”, conta Damaris. Hoje o Trocaí faz os encontros periódicos na cidade de São Paulo. As feiras são para todos os públicos (homens, mulheres e crianças) e contam com oficinas de consumo consciente para crianças e de moda sustentável para mulheres. Para participar, a pessoa precisa selecionar sete itens em bom estado. “Recebemos e fazemos uma triagem. Os itens que estão bons para troca vão para as araras e o participante recebe o vale-troca no lugar”, explica. Outra opção disponível na rede são as plataformas de permuta de serviços, como o Bliive. “Já dei muitas aulas de fotografia e com o time money que acumulei fiz aulas de

principais vantagens de praticar o consumo consciente na visão dos entrevistados

37,1% Economizar é fazer o dinheiro render mais

21,6% Satisfação por saber que está fazendo algo positivo para o futuro das próximas gerações

16,7% Sensação de dever cumprido e de estar fazendo o que é correto para a sociedade

10,4% Melhoria das condições sociais de uma forma geral

FONTE: Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL)

meditação e outras terapias”, diz Verônica Martins, professora de fotografia em Belo Horizonte. Formada em ecologia, ela diz que sempre teve uma atitude de contestação ao padrão de consumo da massa. “Eu me recuso a participar deste círculo vicioso de produzir capital com a minha força de trabalho e depois consumir bens que prometem felicidade. Este american way of life tem impacto ambiental, tudo dura pouco e depois vai para o aterro sanitário”, comenta. O fato é que os escambos tão comuns na época das avós estão voltando à tona, mesmo que fora da rede. O publicitário Fabricio Fernandes Galego é um exemplo. Ele costuma trocar seu trabalho de criação pelo serviço de outras pessoas e até por bens materiais. “Eu propus para uma loja automotiva pegar quatro pneus e pagar com arte para anúncios, panfletos e ações de marketing digital. Eles toparam”, diz. E a história se repetiu com o projeto de arquitetura para o apartamento de Galego e também com os serviços do eletricista para a nova casa. “Minha motivação é ter algo que necessito por um valor correspondente a minha hora de trabalho sem usar o dinheiro”, explica. No âmbito de engajamento social, o ICC saiu de 68,1% em 2015 para 70,6% neste ano. De acordo com a pesquisa, as práticas mais adotadas são: incentivar as pessoas da casa a economizarem água e luz (90,9%) e dar preferência para o tempo livre passado ao lado da família ou amigos, ao invés de passear em shoppings ou fazer compras. O estudo também aponta que aumentou o número de entrevistados dispostos a incentivar as pessoas da casa a pechincharem nas compras: 76,5%, contra 67,8% em 2015. Outro dado interessante é que cresceu a quantidade de pessoas que garan| 11


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lhecimento da população aliado à renda e vivência nas grandes cidades têm levado a um estilo de vida mais saudável, que fica evidente no aumento da demanda por produtos naturais, orgânicos e funcionais. Segundo o projeto Organics Brasil, nos últimos anos o segmento cresceu 20% ao ano no País, tendo registrado um salto de 25% em 2015. “Para este ano, a expectativa de crescimento é de 30-35% em 2016”, diz Ming Liu, coordenador executivo da Organics Brasil. De acordo com a publicação Food Trends 2020, “Nos países desenvolvidos, consolida-se o consumo de alimentos orgânicos, os quais enfrentam a concorrência das versões naturais de produtos tradicionais, com a eliminação de aditivos químicos, entre outras características”. No Brasil, este é um nicho de mercado que vem crescendo, uma vez que as pessoas se preocupam cada dia mais com a origem e qualidade dos alimentos que consomem.

premium, étnicos, gourmet; 2. Saudabilidade e Bem-estar: produtos light/diet, energéticos, fortificados; 3. Conveniência e Praticidade: pratos prontos, produtos para micro-ondas; 4. Confiabilidade e Qualidade: garantia de origem e selos de qualidade e 5. Sustentabilidade e Ética: embalagens recicláveis e selos ambientais. Especificamente sobre o segundo ponto, observa-se que o enve-

Indicador de Consumo Consciente por categorias

indicador de consumo consciente

práticas ambientais 71,7% 72,5%

69,3% 72,7%

práticas financeiras 68% 73,8%

engajamento social 2016 2015

2016 2015

Este novo jeito de se relacionar com os bens também abre oportunidades de incremento de renda. É o caso de Mariana Farinas, psicóloga de São José dos Campos, em São Paulo. “Moro sozinha e tenho dois quartos sobrando em casa. Alguém me falou do Airbnb e pensei que seria uma boa forma de unir o útil ao agradável: ter gente em casa e ainda por cima ganhar uma renda extra”, diz. Há mais de um ano, Mariana aluga a suíte de seu apartamento e se diz satisfeita. “Na maioria das vezes tive excelentes experiências com os hóspedes. O Airbnb permite que o anfitrião e o hóspede se conversem antes de fechar negócio. Se percebo que é alguém com dificuldade de respeitar regras, limites, nem aceito a reserva”, explica. No geral, Mariana coleciona boas memórias, novos amigos e excelentes conversas. “Teve gente que levou meu cachorro para passear, fez jantar para mim e comprou flores de agradecimento”, acrescenta. Além da casa, a psicóloga costuma usar o site Bla bla car para compartilhar suas viagens para São Paulo. Ela coloca um preço pela carona, o que ajuda a reduzir os custos das idas e vindas para a capital paulista. E a ferramenta dá opção de escolher quem levar, só mulheres ou só homens. “Outro ponto positivo é que, ao dar carona, acabo sendo mais prudente ao volante e evito multas”, diz. Outro estudo divulgado recentemente, o Brasil Food Trends 2020, identificou cinco tendências de consumo na segmento de alimentos e bebidas para os próximos anos: 1. Sensorialidade e Prazer: alimentos

2016 2015

Economia do compartilhamento

Estilo de vida mais saudável tem impulsionado o segmento de orgânicos, que registrou um salto de 25% em 2015

2016 2015

tem transformar as roupas que não servem ou não gostam mais em outras peças para reutilizá-las: 59,9%, contra 54,6% no ano passado.

68,1% 70,6%

FONTE: Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL)


A veterinária Carla Castelo está dentro deste perfil. Moradora de Belo Horizonte, ela começou a comprar verduras e frutas de uma horta em seu bairro, quando ficou grávida em 2014. “Eu comecei a me preocupar com o quanto de agrotóxico eu poderia passar para a minha filha. Li que a quantidade transmitida pelo leite materno é enorme”, diz. De lá para cá, a veterinária, que ainda amamenta a filha, não abriu mais mão dos alimentos produzidos no bairro. “Percebo uma diferença enorme comparando com os que eu comprava no supermercado. Eles são mais saborosos, frescos e duram muito mais tempo na geladeira”, diz Carla.

na vanguarda

fotos divulga ç ã o, daniel b. assis / viva ! fotografia

Damaris e Giovana do Trocaí (acima); a usuária do Bllive, Verônica (esq.); Eleandro, que compra no frutaimprfeita.com.br (esq.), Matheus e a esposa na viagem a Nova York (abaixo) e o publicitário Fabrício com Christiane e Carol, arquitetas que fizeram o projeto de seu apartamento (abaixo)

Longe do ideal A pesquisa do ICC mostra que apenas três em cada dez consumidores brasileiros podem ser considerados conscientes. A principal razão apontada como impedimento para adotar práticas sustentáveis, como economizar água e luz, é o fato de ser distraído e esquecer. Outra justificativa é a falta de tempo, não saber muito o que é preciso fazer e a percepção dos entrevistados de que suas atitudes não fazem diferença de fato. Mas, aos poucos, “em um ritmo humano”, como destacou José Vignoli, educador financeiro do SPC Brasil, os hábitos de consumo do brasileiro estão mudando. E este cenário de transformação traz uma série de questionamentos. “Eu faço uma brincadeira e pergunto o quanto esta moda dos homens deixarem a barba impacta os resultados da Gillette? Qual o resultado para uma Black&Decker, que fabrica um milhão de furadeiras por dia, se todo mundo começar a pegar emprestado? Como vai funcionar a indústria hoteleira com o Airbnb? Qual será a reação da indústria automobilística com a falta de interesse das pessoas em ter um automóvel hoje?”, finaliza o educador. | 13


Mudanças Climáticas

COP22: e agora? Setor sucroenergético pode ser beneficiado, se o Brasil cumprir com as contribuições pretendidas

M

2015), feito pela Empresa de Pesquisa uito se tem coEnergética (EPE), ligado ao Ministério mentado sobre das Minas e Energia (MME), o setor os compromisde cana e derivados (produção de sos de redução etanol e energia elétrica) já respondas emissões de por 16,9% da matriz energética de gases de efeito estufa (GEE) assumidos pelo Brasil na Conferência do Clima de Paris (COP21) em 2015 e agora ratificados de forma efusiva durante a COP22, realizada no último mês de novembro em Marrakesh, no Marrocos. Os números pretendidos dividem opiniões: exagerados ou viáveis para alguns ou simplesmente ambiciosos, mas plausíveis, para outros. O certo é que em meio a escândalos de corrupção e a uma crise econômica, a postura brasileira para o mundo parece ter trazido uma discreta brisa ufanista, pelo menos para os mais otimistas. Passada a euforia, surgem pelo menos duas perguntas: Essas pretensões sairão do papel e se tornarão realidade? Em caso de resposta positiva, de que forma impactarão o País e a sociedade? Em suas Contribuições Nacionalmente Determinadas Pretendidas (INDC, sigla em inglês), o Brasil Expansão assumiu o compromisso Propostas de atingir 18% da partiapresentadas pelo Brasil demandam cipação de biocombustía construção de veis em sua matriz ener75 novas usinas, gética e aumentar de um investimento 10% para 23% o uso de de U$ 40 bilhões energias renováveis em sua matriz elétrica. No primeiro caso, uma análise limitada aos números atuais não apontaria dificuldades. De acordo com o Balanço Energético Nacional (BEN) de 2016 (referente ao ano de

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brasileira, índice muito próximo dos 18% pretendidos. Mas a conta não é tão simples. Até 2030, a demanda por combustíveis será maior e, no momento, existem raras iniciativas de ampliação do parque industrial. Isso sem contar eventual e provável demanda exterior pelo produto. De acordo com números da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), na safra 2015/2016 o Brasil produziu 617 milhões de toneladas de cana, matéria-prima para a fabricação de 31 milhões de tonela-


te distante, está bem próximo para uma realidade agroindustrial: “O ciclo produtivo médio da cana é de seis anos com cinco cortes. Portanto temos pela frente pouco mais de dois ciclos para ampliar a produção”. Sobre quem investirá na ampliação do parque industrial e com que dinheiro, Farina prefere não arriscar, mas manda um recado: “Recursos financeiros existem no mercado mundial até mesmo com juros negativos. O grande desafio é romper o atual sentimento de insegurança

no País, voltando a atrair investidores. Precisamos deles, sejam de origem doméstica ou internacional”. Caso o Brasil consiga cumprir suas metas para redução da emissão de GEE, Farina prevê impactos positivos para o brasileiro: “Teremos menos gases poluentes na atmosfera, menor pressão de custo para a saúde pública com a redução de doenças e a geração de pelo menos mais 750 mil empregos diretos e indiretos em um setor onde o salário médio em 2015 foi de R$ 2.270”. A Executiva da UNICA esteve nas duas últimas cúpulas do clima (França e Marrocos), integrando, na última, uma delegação de 271 pessoas formada por representantes do governo, da área de pesquisa, de entidades privadas e de organizações não governamentais. Segundo ela, a visão da maioria dos países com relação à importância dos biocom-

E dua r do M oody / D i v u lga ç ã o

das de açúcar e 28 bilhões de litros de etanol. “Pelas nossas projeções, para que as metas do governo na COP 22 relativas a biocombustíveis sejam cumpridas, teremos praticamente de dobrar a produção de etanol, chegando a 50 bilhões de litros/ano. Isso exigiria a construção e ativação de algo em torno de 75 novas usinas, demandando perto de US$ 40 bilhões em investimentos de capital”, calcula a presidente da entidade, Elizabeth Farina. Ela observa que o ano de 2030, aparentemen-

Para que as metas do governo na COP 22 relativas a biocombustíveis sejam cumpridas, teremos praticamente de dobrar a produção de etanol chegando a 50 bilhões de litros/ano. Elizabeth Farina, presidente da Unica | 15


Mudanças Climáticas

bustíveis para a redução da emissão de gases foi bastante alterada no período de um ano. “Na COP21 pouco se tocou no assunto. Predominou a discussão sobre eletrificação dos sistemas de transporte. Já na CoP 22 houve um entendimento de que a tecnologia imediata à disposição é a de combustíveis biológicos. Enquanto apenas 1% da frota mundial é composta de carros elétricos, no Brasil 90% dos automóveis que saem das fábricas podem ser abastecidos com biocombustível”, explica. Uma injeção de ânimo para a indústria do etanol foi protagonizada pela japonesa Nissan que, em agosto deste ano, apresentou no Brasil o primeiro veículo elétrico movido a combustível líquido previsto para ser comercializado a 16 |

partir de 2020. O protótipo é abastecido 100% com etanol, aceitando uma mistura de até 55% de água sem interferir no rendimento. A partir daí uma célula extrai hidrogênio do biocombustível e esse gás segue para alimentar o motor. Um mês depois, durante o 3º Congresso do Setor Sucroenergético do Brasil Central (Canacentro), realizado em Cuiabá (MT), o CEO da consultoria agrícola independente Datagro, Plínio Nastari, comemorou a iniciativa: “O Brasil já conta, portanto, com uma rede de mais de 35 mil pontos de abastecimento para este tipo de veículo”.

Biodiesel Com uma produção em franco crescimento - 3,9 bilhões de litros em

2015 - o biodiesel (combustível de origem biológica, 70% menos poluente do que o diesel, de origem fóssil) pode ajudar a impulsionar o cumprimento das metas brasileiras para biocombustíveis, desde que se consiga cumprir o calendário de elevação da mistura ao diesel convencional. A projeção oficial é de que o biodiesel brasileiro somará 9,4 bilhões de litros/ano em 2030. Atualmente, a mistura obrigatória de biodiesel ao diesel é de 7% no Brasil. Em 2017 subirá para 8%. Até março esta combinação terá de atingir 10% por exigência do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE). O biodiesel é considerado um combustível não tóxico, geralmente produzido a partir de óleos vegetais. Atualmente, 77% da pro-


Raio X

THIAGO TEIXEIRA/AE

sERGIO CASTRO/AE

Na safra 2015/2016 o Brasil produziu 617 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, o que resultou em 31 milhões de toneladas de açúcar e 28 bilhões de litros de etanol

dução nacional tem origem na soja, cujo preço é determinado pelo mercado internacional sujeito a instabilidades, fenômeno que no mercado de grãos é chamado de ‘volatilidade’. No entanto, outra matéria-prima vem ajudando a impulsionar o biodiesel no País. O sebo bovino respondeu em 2015 por 19,3% de toda a produção brasileira. A estimativa oficial é de que, só no ano passado, foram processadas 700 mil toneladas desta gordura. Há 10 anos, o sebo era considerado um passivo ambiental. Dar destinação final ao material era uma dor de cabeça para as indústrias. “Eu vi frigorífico pagar para retirar o sebo de suas instalações. Quando comecei a produzir biodiesel, eles já vendiam o quilo a R$ 0,60”, conta o presidente do Sindicato das Indústrias do Biodiesel no Mato Grosso (Sindibio/ MT), Rodrigo Guerra, que é proprietário da Bio Óleo, usina pioneira em biodiesel na capital, Cuiabá. Segundo ele, o sebo responde por até 70% de sua produção de óleo (600 mil litros/mês). O Mato Grosso é hoje o segundo produtor brasilei-

ro de biodiesel, com 845 milhões de litros em 2015. Perde apenas para o Rio Grande do Sul, que no ano passado entregou 1,1 bilhão de litros.

Na COP 22 houve um entendimento de que a tecnologia imediata à disposição é a de biocombustíveis, já que a frota mundial de carros elétricos é de 1%

Propostas Antecipando a COP22, o grupo Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura - formado por lideranças multissetoriais do agronegócio, meio ambiente e pesquisa - elaborou, no último dia 18 de outubro, um relatório de propostas de políticas públicas para que o País consiga cumprir seus compromissos internacionais de redução de emissões de GEE. Na área de etanol, por exemplo, sugere estímulo ao ganho de eficiência dos veículos; diferenciação tributária em relação aos combustíveis fósseis e investimentos em pesquisa e desenvolvimento aplicados à indústria. No que se refere ao biodiesel, pede-se, além do aumento da mistura, estímulo à introdução de novas plantas oleaginosas de cultivo no inverno (como matéria-prima) a adequação tributária no complexo de produção da soja. | 17


Arquivo Coca-Cola

ano I - n 03

Coca-Cola:

130 anos de história mundial e 75 no Brasil, baseada em sustentabilidade Guiado pela transparência, diálogo, inovação e compartilhamento de valor, o Sistema Coca-Cola Brasil é o fabricante, no País, de uma das marcas mais valiosas e reconhecidas do mundo


Especial

Arquivo Coca-Cola

Arquivo Coca-Cola

Entrega da Coca-Cola nos anos 50

dutos da companhia e elemento essencial em sua cadeia de valor também é tratado com olhar sustentável. Massa destaca que a água é o DNA do negócio e explica, por um lado, que a empresa já retorna atualmente para o meio ambiente o dobro de toda água utilizada nos processos produtivos e, por outro, reduziu em 28% a quantidade de água necessária para produzir 1 litro de bebida desde 2002, diminuindo de 2,54 l/l para 1,83 l/l. “O cálculo de neutralidade é feito com base no total de litros utilizados no processo de fabricação das bebidas e na quantidade de litros gerados ou retidos na natureza, por meio dos programas de restauração e conservação de bacias hidrográficas que apoiamos. Temos o compromisso de realizar uma gestão eficiente dos recursos hídricos e também queremos fazer parte da solução para os problemas de escassez e acesso às fontes potáveis. Acreditamos que, por meio de parcerias público-privadas, conseguiremos auxiliar na implementação de práticas que ampliem a disponibilidade de água para a sociedade”, resume, destacando que essa é uma prioridade da companhia no mundo todo: sete anos antes do previsto, a The Coca-Cola Company alcançou a meta de neutralidade em água. Há 75 anos no Brasil, e reconhecida como o maior produtor de bebidas não alcoólicas do País, o Sistema Coca-Cola Brasil atua em sete segmentos; é composto por nove grupos parceiros de fabricantes - sendo a unidade da Coca-Cola Femsa, em Jundiaí (SP), a maior no mundo em volume de vendas em produtos Coca-Cola -; conta com 38 Centros de Distribuição e emprega diretamente 69 mil funcionários, gerando cerca de 600 mil empregos indiretos. Entre 2012 e 2016, terão sido investidos R$ 14,1 bilhões, valor 50% superior ao dos cinco anos anteriores e, só em 2017, a companhia investirá R$ 3,2 bilhões no País, incluindo marketing, equipamentos e infraestrutura. Além disso, o Sistema Coca-Cola Brasil está empenhado em incentivar iniciativas que melhorem o desenvolvimento econômico e social das comunidades em que opera e, para isso, conta com uma plataforma de Valor Compartilhado, o Coletivo, que já impactou a vida de mais de 100 mil pessoas por meio de toda a sua cadeia de valor. Arquivo Coca-Cola

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uando se ouve falar em Coca-Cola, o que primeiramente vem à cabeça do consumidor é o refrigerante. Mas, a história da companhia no País vai muito além de seus produtos. Poucos sabem, por exemplo, que a companhia mantém um de seus principais núcleos de operação na Amazônia, embora esteja presente também em vários estados brasileiros. Há 26 anos, a companhia atua com iniciativas consistentes no Amazonas, fomentando sua cadeia produtiva por meio da atuação da Recofarma, fabricante de concentrados de refrigerantes - que abastece não só o Brasil, como também os mercados da Colômbia, Venezuela e Equador – e o Grupo Simões, um dos nove fabricantes do Sistema Coca-Cola Brasil. Pedro Massa, diretor de Valor Compartilhado da companhia, diz que, por ser um bioma único no mundo, é papel da empresa atuar na conservação socioambiental da floresta, desenvolvendo modelos de negócio com foco em pequenos e médios produtores que trazem sustentabilidade para a região. “A companhia desenvolve um conjunto de ações, como, por exemplo, o apoio ao Programa Bolsa-Floresta, da Fundação Amazonas Sustentável, responsável pela conservação de 103 mil hectares de florestas”. Mais além, em parceria com a Natura, a Coca-Cola Brasil lançou em 2015 o IPS Comunidades, mapeamento social inédito de populações ribeirinhas da Amazônia brasileira. O guaraná e o açaí nativo do Amazonas são também representativos do investimento na agricultura sustentável que é feito em todo o território nacional. Isso porque uma das principais matérias-primas dos produtos de seu portfólio são as frutas: a Coca-Cola Brasil é um dos maiores compradores do País, adquirindo milhares de toneladas anuais de frutas produzidas por cooperativas e produtores rurais, usadas em sucos, néctares, refrescos e refrigerantes. Hoje, pequenos e médios produtores são 80% dos fornecedores da cadeia de frutas da empresa que, além de comprar, investe continuamente em um trabalho de capacitação e qualificação, atuando para que os agricultores mais jovens permaneçam no campo, produzindo e gerando riqueza para as comunidades rurais no longo prazo. A água é um bem do planeta e o principal ingrediente dos pro-

Campanhas da Coca-Cola ao longo de sua sua trajetória no Brasil


Especial


Crédito: Thaís Antunes

Especial

WATEAIR - Água do ar

As máquinas que produzem água padrão gourmet extraindo do ar surgem como alternativa para suprir o abastecimento em regiões onde a água é escassa ou de baixa qualidade. Os equipamentos condensam o ar ambiente, convertendo-o em água altamente pura e mineralizada artificialmente. Com seis anos de mercado, a empresa brasileira WATEAIR, situada em Valinhos - SP, produz as máquinas que criam água potável através do ar. Certificada pela FEMSA, a companhia atende o mercado brasileiro e vários países. Veja mais no site: www.wateair.com Pedro Ricardo Paulino – CEO

Terram Engenharia de Infraestrutra

Antônio Carlos Fonseca é um dos fundadores e presidente da Agrofrut, uma cooperativa que reúne 50 produtores familiares de guaraná, no munícipio de Uracará, a 260 quilômetros de Manaus

Agricultura sustentável, frutas e a Coca-Cola Brasil Na empresa, a agricultura é essencial para o negócio e para a segurança alimentar da população. Cadeias produtivas que promovem simultaneamente o uso sustentável dos recursos naturais e a inclusão social respondem não apenas aos desafios relacionados à sua cadeia de fornecedores, mas apontam uma direção para o desenvolvimento agrário do País. A produção de frutas envolve 80% de pequenos e médios agricultores, fortalecendo a economia local e a agricultura familiar ao longo de todo o território brasileiro. Sustentabilidade e qualidade andam de mãos dadas: por exemplo, toda a polpa produzida e utilizada nos produtos é 100% investigada e passa por análise microbiológica e físico-química, esta última para identificação da presença de agrotóxicos. Qualidade atestada no Amazonas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Minas Gerais, Paraíba, Paraná Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Marcas Integradas é uma série editorial de responsabilidade da ImpressãoNet Comunicação Fone 55 11 4942 9930 www.impressaonet.com.br Diretora: Cyntia B. Oliveira Editoria: Deise Trinca Gerência Comercial: Silvana Karel Criação: Patricia Ferreira Comercial: Luciena Brisa Fontes: Relatório de Sustentabilidade 2014/2015; site Coca-Cola, Assessoria de Imprensa e Ecoverde Conteúdo Jornalístico; Fotos: Arquivo Coca-Cola

Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Sergipe na produção de frutas como o abacaxi, manga, maracujá, caju, laranja, goiaba, uva, maçã, açaí, guaraná e erva-mate. Já o volume de açúcar é comprado em acordo com o padrão Bonsucro (%). Além de frutas, a Coca-Cola Brasil também compra café de agricultores, uma parte exportada para o Japão.

O guaraná é totalmente produzido no Amazonas e cerca de 50% do fornecimento para o processo produtivo provém da agricultura familiar. Por meio do Coletivo Floresta, as famílias são orientadas para que saibam explorar os recursos de forma sustentável, garantindo renda e conservação ambiental com a floresta em pé. O trabalho, que já alcançou mais de sete mil famílias, tem um impacto muito positivo nas comunidades ribeirinhas.

“A companhia, que nos últimos 33 anos prestou serviços para as maiores empresas do mundo, está feliz por ter participado da história da Coca-Cola colaborando na construção da fábrica de Itabirito – MG, uma obra com grandes desafios que, juntos, conseguimos entregar com qualidade, respeito ao meio ambiente e dentro do prazo, o que possibilitou à Coca-Cola e seus parceiros expandirem suas operações e manter a qualidade reconhecida mundialmente. A Terram e seus colaboradores agradecem a parceria firmada e por fazer parte dessa historia de 130 anos”. Guilherme Briguenti - gestor comercial

BDG Construtora

“A Coca-Cola foi o nosso primeiro cliente. A marca buscava uma construtora que entendesse suas necessidades e objetivos, que cumprisse prazos e entregasse a qualidade esperada. Entregamos um projeto de elevado padrão condizente com a marca. E, nos últimos cinco anos, obras da Coca-Cola na Bahia continuam levando a assinatura da BDG Construtora”. Humberto Alves - CEO

ManuService Engenharia de Manutenção

“Nos honra muito o convite para participar do especial sobre os 75 anos do Sistema Coca-Cola no Brasil. Como membro do Programa Premium Suplliers há anos, os valores do cliente são também os nossos, e temos certeza que nosso comprometimento em entregar resultados na gestão de manutenção, contribui para essa história de sucesso. Parabéns e contem conosco, sempre”. Gilnei Schimit - diretor comercial



Especial

Processamento, conservação, planejamento...

... e controle de qualidade Todas as frutas utilizadas pela Coca-Cola Brasil em seus produtos são isentas de defensivos agrícolas. “Antes de fabricar qualquer produto, testamos amostras de sucos concentrados, sucos e polpas de cada um dos lotes em um laboratório no Rio de Janeiro. Se tiver resíduo de pesticida, todo o lote daquele fornecedor é descartado”, garante Cyro Fernandes, diretor de Supply Chain da Coca-Cola Brasil. Segundo ele, o Juice Quality Center (Centro de Qualidade de Sucos), ou JQC, é um dos quatro do mundo - os outros ficam nos Estados Unidos, na China e na França. “No JQC são testadas amostras de sucos concentrados (quando é retirada a água), sucos e polpas a serem usados nos produtos da Coca-Cola Brasil. No caso da laranja, são examinados também sucos que serão vendidos para outros países. Cada amostra passa por cerca de 200 testes físicos e químicos”, pontua. A Coca-Cola Brasil conta ainda com uma equipe especializada em fazer misturas (blends, em inglês) para nivelar o sabor da fruta e diminuir a acidez, que pode variar de acordo com as chuvas. A polpa e o suco só entram nas fábricas depois que tiverem sido aprovados pelo laboratório.

Crédito: Raul Régis

Maurício de Sá Ferraz, gerente de Planejamento e Desenvolvimento Agrícola da Leão Alimentos e Bebidas, diz que, assim que a fruta é colhida, tem que ser processada rapidamente, com o objetivo de garantir suas características, sem perder as vitaminas. Somente então a polpa, suco ou suco concentrado começa sua viagem rumo às fábricas. Uma vez lá, a polpa e o suco extraídos podem ser armazenados na temperatura ambiente (sem contato com o ar), resfriado ou congelado, dependendo da fruta. Para a produção da Del Valle, por exemplo, a Coca-Cola Brasil compra polpas e sucos em várias fábricas espalhadas pelo País, incluindo a Trop Brasil, que fica em frente à Leão Alimentos e Bebidas, ambas em Linhares (ES). “O objetivo é entregar o que o consumidor quer, mesmo se a natureza não nos for favorável. As safras podem ser diferentes, e a vontade do consumidor também pode mudar. Temos que pensar no longo prazo e sempre atualizar as projeções”, frisa ele, explicando que a companhia trabalha com uma frente de oito, dez anos. “Fruta é um projeto de longo prazo. Para dar certo, a parceria com os nossos produtores é fundamental”. Da quantidade de frutas compradas pela empresa, 30% fica no País. Os outros 70% são distribuídos pela The Coca-Cola Company para outros locais, como Estados

Unidos e China, por exemplo. Se for preciso, a Coca-Cola Brasil também importa, especialmente cranberry e pêssego, o que não chega a 5% do total de frutas adquiridas pela empresa.

Uma cadeia de suprimentos agrícolas sustentável é essencial para o bem-estar das comunidades e crítica para o sucesso do negócio

Pack Less Desenvolvimento e Inovação

“O pack less veio como uma idéia original, pois, ao substituir o pallet de madeira, ganhamos no transporte um volume de aproximadamente 10% da carga do caminhão. A Vonpar (Coca-Cola) tem cerca de 1.000 embarques de caminhões de carga por ano para abastecer as nossas fábricas de pré-formas PET. Isto representa uma redução de cerca de 100 viagens/ ano, ou 10% de nossos custos de transporte”. John Sevante - gerente de Planejamento de Supply Chain

Config Soluções Tecnológicas

Em 2008, na obrigatoriedade da Nota Fiscal Eletrônica (NF-e), o grande desafio encontrado pela FEMSA foi emitir notas em um ambiente complexo, com alto volume de emissão, curta janela de processamento e um processo novo, ainda pouco conhecido no Brasil. Para vencê-lo, firmamos uma parceria e implementamos o Triangulus, software pioneiro desenvolvido pela Config Soluções Tecnológicas, com alta disponibilidade e performance, flexível, capaz de responder a esse ambiente crítico, agregando valor à operação da FEMSA. Thiago Taffi - diretor de Produtos e Serviços

RP Engenharia

“Empresa genuinamente brasileira, a RP Engenharia presta serviços com o objetivo de atender todas as necessidades relacionadas à Engenharia, Montagens e Manutenção Predial e Industrial. Para alcançar nossas metas juntos aos nossos clientes, contamos com colaboradores altamente habilitados e qualificados, orientados a priorizar a qualidade de nossos serviços de forma customizada e focada em resultados”. Bruno Peixoto - sócio diretor

Azul

A parceria com a Coca-Cola está alinhada com os valores e a cultura de inovação da empresa. Se preocupar com as pessoas e oferecer experiências de viagens únicas fazem parte do DNA da Azul, pensamento presente em todas as ações conjuntas, como oferecer Coca-Cola à vontade durante o serviço de bordo, sem incorrer em custos extras para os passageiros. Os jatos Embraer ainda contam com uma atração a mais: a Rádio Coca-Cola FM, que mescla hits musicais com curiosidades sobre as rotas da Azul e sobre a marca Coca-Cola. “Temos orgulho de contar com a Coca-Cola em nossa missão: prover momentos inesquecíveis aos passageiros”. Claudia Fernandes - diretora de Marketing e Comunicação


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Crédito: Thaís Antunes Crédito: José Roberto Couto

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Produção de erva-mate

Em parceria com a ONG Imaflora, o programa Olhos da Floresta incentiva a agricultura familiar e a cadeia do guaraná no Amazonas

O barco navegou de Parintins a Manaus, de 26 a 28 de junho, com discussões a bordo sobre desafios nos setores de água, agricultura sustentável, sociobiodiversidade, saúde, bem-estar, entre outros

Amazônia sustentável Entendendo a importância da Bacia Amazônica para o balanço hídrico do País, desde 2009 a Coca-Cola Brasil apoia o Programa Bolsa Floresta, desenvolvido pela Fundação Amazonas Sustentável, no qual aporta mais de 20 milhões de reais. Com 40 mil beneficiários em 15 comunidades ribeirinhas, o programa reduziu em 75% o desmatamento das áreas mapeadas, com a garantia de renda para os participantes. A manutenção da Floresta em Pé permite atualmente a geração e a retenção da água na Bacia Amazônica, em volume equivalente a 100% do total de água utilizada no processo produtivo. Em outro programa, a Coca-Cola Brasil e a ONG Artemísia - pioneira na disseminação e no fomento de negócios de impacto social no Brasil – selecionam empreendedores que atuam com soluções inovadoras para os desafios da Amazônia. O Coca-Cola Open Up – The Boat Challenge tem por objetivo potencializar startups que desenvolvam iniciativas nas áreas de água, agricultura sustentável, sociobiodiversidade, empreendedorismo e saúde/bem-estar voltados ao desenvolvimento socioambiental da região. Já em parceria com a ONG Imaflora, o programa Olhos da Floresta incentiva a agricultura familiar e a cadeia do guaraná no Amazonas, trazendo oportunidades de inclusão social, geração de renda e uso racional dos recursos naturais. Entre

as iniciativas, o programa dá aos agricultores familiares apoio técnico para adotar os Sistemas Agroflorestais (SAFs), modelo alternativo de produção que combina culturas agrícolas e espécies florestais em um mesmo espaço, o que transforma áreas degradadas em férteis. Até 2020, serão beneficiadas 350 famílias amazonenses que produzem o guaraná comprado pela Coca-Cola Brasil.

Gestão da água Por meio do programa Coalizão das Cidades pela Água, liderado pela The Nature Conservancy (TNC), serão desenvolvidas ações nos estados de São Paulo (bacias do PCJ e Alto Tietê), Minas Gerais (bacia do Rio das Velhas) e Espírito Santo (bacia do Rio Doce), que permitirão que parte da água utilizada nos processos de produção nesses locais retorne ao meio ambiente. Pedro Massa diz que a meta da companhia de alcançar o volume de 1,47 litro de água captada por litro de bebida produzida, até 2020, precisou ser revista, passando para 1,68, em função das mudanças no portfólio de produtos e embalagens, como a maior participação de sucos e chás, que consomem mais água na sua linha de produção. “Houve também o aumento da participação de mercado das embalagens de vidro e PET retornáveis, que, apesar de contribuírem positivamente para redução de emissões de

Participantes do The Boat Challenge passam dois dias a bordo de barco que navega pelo Rio Amazonas



Especial gases de efeito estufa (GEE) e geração de resíduos, apresentam consumo médio de água maior do que as linhas convencionais”. Segundo ele, de acordo com a fonte World Water Vision, estima-se que 70% da água consumida no planeta seja utilizada na agricultura. “Cabe destacar que cada grupo de fabricantes do Sistema Coca-Cola Brasil tem seu programa de gestão de recursos hídricos, que inclui uma série de ações que vão desde a avaliação de riscos até a identificação de oportunidades de melhoria e investimento em inovação”. Um exemplo foi a modernização das linhas de produção para aproveitamento de água, com a reutilização do enxague nas lavadoras de embalagens e o reuso dos descartes nas estações de tratamento de água (ETAs). “Sendo a água um elo fundamental da nossa cadeia produtiva, sabemos que também somos responsáveis pela gestão desse recurso, em nossos fornecedores. Por essa razão, buscamos estabelecer políticas, certificações e projetos que fomentem o uso eficiente da água”, completa.

Os pilares da empresa Com o tempo, a estratégia da Coca-Cola Brasil foi reformulada e hoje está pautada nos seguintes pilares de ação: *Incentivar escolhas conscientes: encorajar ativamente que os consumidores apreciem de forma responsável as bebidas com açúcar adicionado. *Inovar, reduzindo o teor de açúcar total em todo o portfólio, oferecendo novos e saborosos produtos de baixa e sem calorias. *Prover informações claras, fornecendo informação nutricional transparente (incluindo calorias e açúcar), recomendações de porções e educação do consumidor. *Marketing responsável: Não realizar publicidade para crianças menores de 12 anos. Como empresa líder no segmento de bebidas não alcoólicas, a Coca-Cola Brasil entende que precisa apoiar o aperfeiçoamento dos padrões de alimentação e nutrição, no País. Assim, ao diversificar seu portfólio e reformular os produtos, também colabora com a construção de uma sociedade mais saudável, aspecto fundamental para a prosperidade do negócio.

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A Coca-Cola Brasil retornou para o meio ambiente o equivalente a 100% de toda água utilizada nos processos produtivos

Sew-EURODRIVE Brasil Com forte presença no Brasil desde 1978, a companhia oferece ao mercado uma linha completa de acionamentos, que inclui redutores, motoredutores e conversores de frequência, além de serviços integrados à sua extensa linha de produtos. A Sew-EURODRIVE Brasil tem orgulho de ser parceira da Coca-Cola. Parabéns pelos 130 anos de sucesso. Alexandre Reis – diretor geral



publieditorial

Sustentabilidade e Inovação são as apostas para o sucesso do mercado de embalagens Em especial o de latas

Quando a gente pensa em bebida, em geral, nossa cabeça vai direto aos momentos reunidos com os amigos, nas festas, nos jogos assistidos na TV, no aniversário dos filhos, naquela sede de matar e por aí vai... O que a gente não pensa, mas que está bem ali, na nossa frente, é em como essa bebida chega até a gente. A verdade é que os líquidos em si são os mesmos, em qualquer lugar, o que muda, ou seja, o que transforma uma cerveja do bar para a do churrasco são as embalagens. Pensadas e repensadas para suportar todos os momentos de consumo possíveis para consumidores desatentos por aí. Uma dessas embalagens é a lata de alumínio, que, só no Brasil, representa um mercado de 25 bilhões de unidades. Esse mercado, assim como outros do mundo, passou por grandes modificações em 2016. Em julho, a americana Ball Corporation completou a aquisição da Rexam PLC. Essa transação, de aproximadamente US$ 6,1 bilhões, a transformou na maior fabricante de latas para bebida do mundo, com unidades administrativas em quase todos

os continentes e um total de 75 fábricas e joint ventures. Essa nova posição também corresponde à realidade do Brasil, que agora possui 12 plantas espalhadas pelas cinco regiões, um centro de distribuição no Pará, além do escritório central da América do Sul, instalado no município do Rio de Janeiro. Essa grande negociação não representou somente uma mudança no mercado em si, representou também uma mudança no que vai nas mãos dos consumidores. Ao reunir hoje soluções advindas das duas organizações, a empresa passou a disponibilizar o portfólio mais completo de embalagens, com oito tamanhos diferentes de latas e garrafa de alumínio e variadas tecnologias de impressão de rótulos. Tamanha gama de opções de formatos e aplicações de marca existe para atender aos mais variados perfis de consumidores, que buscam, cada vez mais, produtos com que possam se identificar: desde uma porção reduzida, para aquela hora da sede rápida, com a mini-lata de 250ml, até uma lata de 710ml, para compartilhar a cerveja com os amigos. E para além dos formatos,

há ainda as técnicas de impressão. Um dos grandes sucessos foi a famosa edição Coca Zero Nomes. Fruto de uma parceria da fabricante de bebidas com a Ball, a campanha permitiu circular mais de 390 nomes pelas prateleiras do País – projeto que só foi possível pelo desenvolvimento da tecnologia Dynamark™ da Ball, a qual permite a impressão de até 24 artes diferentes de rótulo por palete de latas. Outro grande benefício da lata é que, por ser feita de alumínio, é a embalagem mais sustentável do mercado atual, pois além de ser 100% e infinitamente reciclável, tem um ciclo de vida de cerca de 60 dias, ou seja, a bebida em lata que você compra nos supermercados hoje, está de volta para aquela mesma prateleira em apenas dois meses. Muito dessa agilidade se deve ao fato de que o Brasil é o líder mundial de reciclagem de embalagens para bebidas há cerca de 14 anos. O último índice, divulgado pela Abal e Abralatas referente ao ano de 2015, foi de 97,9%. Essa porcentagem, que já é bem alta, fica ainda mais significativa quando comparada com a reciclagem de outras embalagens: o PET tem uma taxa de 59%, o vidro 47% e apenas 30% das embalagens cartonadas voltam para a cadeia. “A sustentabilidade é um dos pilares mais importantes para a Ball e, ano após ano, buscamos melhorar nosso processo de fabricação em busca de uma produção mais eficiente e sustentável. Não basta ter a opção de embalagem mais amiga do meio ambiente como produto central, é preciso também seguir transformando a nossa cadeia como um todo”, comenta Carlos Medeiros, Presidente da Ball Embalagens para Bebidas na América do Sul.



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O portfólio da Coca-Cola Brasil

O Sistema Coca-Cola Brasil tem fábricas em todo o território nacional

Gigante no mundo... Mas, no plano global, qual é a posição e o compromisso da companhia? O fato é que com 130 anos de atividades, a The Coca-Cola Company (KO, na Bolsa de Valores de Nova Iorque) é considerada a maior companhia de bebidas do mundo, com 500 marcas gasosas e não-gasosas - liderada pela Coca-Cola. Juntamente com seus parceiros fabricantes, está entre os dez maiores empregadores privados mundiais, com mais de 700 mil associados no sistema, mantendo desde sempre seu compromisso permanente com a construção de comunidades sustentáveis, focada em iniciativas que reduzam sua pegada ambiental, suportem um estilo de vida ativo e saudável, crie ambiente de trabalho seguro e inclusivo para seus associados e melhorem o desenvolvimento econômico das comunidades em que atua. Em seu portfólio, constam 20 marcas de US$ 1 bilhão, 18 delas com opções de baixa ou nenhuma caloria.

Matec Engenharia

... e no País Já a Coca-Cola Brasil é dona de marcas como Coca-Cola, Fanta, Sprite, Kwat, Schweppes, Crystal e sucos Del Valle, entre outras, numa lista que engloba 141 produtos entre água, café, chás, refrigerantes, néctares, sucos e bebidas esportivas, com sabores regulares e versões zero ou de baixa caloria. Quanto ao refrigerante Coca-Cola, é possível que muitos ainda até se lembrem da sua chegada, ao Brasil. Para quem não sabe, a bebida chegou por aqui em 1941, durante a Segunda Guerra Mundial. Naquele período, Recife e Natal, formavam o chamado “Corredor da Vitória”, parada obrigatória de embarcações militares que rumavam para a Europa, vindas de outros países. Durante o conflito, o então presidente da The Coca-Cola Company, Robert Woodruff, prometeu às Forças Armadas dos Estados Unidos que soldados americanos sempre teriam uma Coca-Cola gela-

Tivemos a honra de sermos escolhidos pela Femsa Coca-Cola como a empresa de engenharia responsável pelo projeto da mais moderna fábrica do grupo construída em Itabirito/MG. Por meio de um relacionamento bastante intenso, transparente e assertivo conseguimos transformar os objetivos em resultados e entregar um produto de altíssima qualidade! Agradecemos a todos os envolvidos, especialmente a equipe Brasil e México. Gustavo Aroca Zan - diretor de Novos Negócios

Mayekawa

da à mão, por cinco cents, independentemente do custo para a empresa. Foi assim que, naquele ano, a companhia fabricou em Recife o seu primeiro refrigerante em solo brasileiro, usando as instalações da fábrica de água mineral Santa Clara, existente até hoje. Posteriormente, foram instaladas minifábricas nas duas cidades. A primeira planta é construída em 1942, no Rio de Janeiro - o concentrado e o gás continuavam a vir dos EUA – e, em 1943, a empresa expande suas atividades para São Paulo, que ganha sua primeira filial. Para a Coca-Cola Brasil, o ano de 1945 marca o início do sistema de franquia, um grande sucesso nos Estados Unidos desde o início do século. A primeira autorização para a fabricação do produto é concedida à Industrial de Refrescos, do Rio Grande do Sul, seguida pela Spal Indústria Brasileira de Bebidas, de São Paulo. Com o fim da Segunda Guerra, no mesmo ano, estava aberto o caminho para a expansão da marca, no Brasil, ano em que também traz

Fabricante de compressores, a empresa tem seus produtos focados no desenvolvimento sustentável e se orgulha em contribuir com soluções que reduzem o consumo de energia e água nas plantas da Coca-Cola. Agradecemos à Femsa, Andina, Simões, Solar, Brasal, Sorocaba Refrescos, Uberlândia Refrescos e a CCIL-Brasil por integrarmos o grupo de parceiros no Brasil e no mundo. Paulo Teixeira - gerente Comercial - Div. Bebidas



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ao público um dos primeiros slogans brasileiros da marca: “Coca-Cola borbulhante, refrescante, 10 tostões”, criado pelo escritor Guilherme Figueiredo, então publicitário da McCann Erickson. Já mais conhecida pelo consumidor, a companhia estreia nos anos 1950, o slogan “Isto faz um bem”, que marca as ações publicitárias da Coca-Cola e se torna tema da propaganda durante 14 anos. Na década seguinte, a partir de 1962, com o surgimento de fornecedores de matérias-primas, o concentrado passa a ser fabricado no Rio de Janeiro. Em 1964, é lançada a Fanta Laranja, a segunda marca da Coca-Cola Brasil no País. No fim desta década, o Brasil já tinha mais de 20 fábricas, que abasteciam todo o território nacional. A partir de então e pelas décadas seguintes, a companhia não para mais de crescer e se expandir, inovando sem parar e lançando novos produtos, inúmeras e diversificadas embalagens e marcando épocas com slogans que até hoje povoam a lembrança dos brasileiros. Em 2005, a filial brasileira obtém o melhor desempenho global entre todas as unidades da The Coca-Cola Company no mundo, segundo critérios de desempenho de mercado alinhado às práticas de sustentabilidade. Três anos depois, é lançada a Plataforma Sustentabilidade. Em 2016, foi anunciada a estratégia global de marca única, que, pela primeira vez na história da The Coca-Cola Company, reúne as versões da marca Coca-Cola em uma única campanha criativa: “Taste the feeling”, ou “Sinta o sabor” no Brasil. A nova estratégia estende o valor global e o apelo icônico da Coca-Cola original a todas as

Especial

Usina Alta Mogiana

Com foco na satisfação de nossos clientes e suas crescentes exigências, temos investido cada vez mais em tecnologia, inovação e na melhoria contínua de nossos processos, valorizando colaboradores e comunidade. Esse compromisso com práticas sustentáveis é reconhecido através das diversas certificações alcançadas e de prêmios, como o da Coca-Cola. Para nós, é sempre gratificante assegurar a qualidade dos produtos que estão na mesa de muitas famílias. Luiz Gustavo Junqueira Figueiredo – diretor comercial

versões; celebra o prazer de beber uma Coca-Cola - qualquer Coca-Cola -; e reforça o compromisso de oferecer opções ao consumidor, permitindo escolher a Coca-Cola que mais se adapte a seu gosto e seu estilo de vida, em vários tamanhos de embalagens. Em maio último, foi lançada no Brasil a Coca-Cola com Stevia e 50% menos açúcares, parte do compromisso mundial de oferecer opções para quem quer reduzir o consumo de açúcar, sem precisar abrir mão do prazer de beber uma Coca-Cola. Também dentro do compromisso de oferecer opções, a The Coca-Cola Company e a Coca-Cola Femsa anunciaram, em junho último, acordo para comprar o negócio de bebidas de soja AdeS, com operações na América Latina, inclusive no Brasil.

As engarrafadoras São nove as engarrafadoras que trabalham a produção da Coca-Cola no Brasil. *Sorocaba Refrescos – Instalada em Sorocaba (SP), a companhia gera 1,2 mil empregos diretos e indiretos e sua área fabril tem cinco linhas com capacidade de produzir mais de 200 milhões de litros de bebidas por ano. Com forte compromisso socioambiental, a empresa investe cerca de R$ 2 milhões anuais em projetos sociais nas áreas de educação, meio ambiente, esporte e cultura. *Grupo Simões - Com sede em Manaus (AM), o grupo é fabricante e distribuidor de Coca-Cola e dos produtos Heineken Brasil, além de possuir uma marca própria de água mineral, a Belágua. O Grupo ocupa 42% do território nacional, com três fábricas de bebidas e sete Centros de Distribuição espalhados nos Estados da Região Norte, exceto Tocantins.

M&G

Empresa Global de origem italiana, a M&G, através de sua controlada M&G Polímeros Brasil S/A, participa desta homenagem à Coca-Cola por seus 130 anos de existência e 75 anos de atividade no Brasil, período em que gerou dividendos para o crescimento do País e para todas as empresas que fazem parte de sua cadeia de negócios. A M&G Polímeros Brasil S/A é líder no mercado sul-americano de poliéster para o setor de embalagens grau alimentício para refrigerantes, água, sucos, etc. No topo do setor em que atua, produz resina PET com a mais alta tecnologia, para o elevado nível de satisfação dos seus clientes. Theresa Moraes – diretora comercial

PP Print Embalagens

Empresa 100% nacional, certificada com a ISO 22.000, a PPPrint atende aos mais exigentes clientes de bebidas, alimentos e produtos de higiene e limpeza do Brasil com foco em pesquisa e desenvolvimento, o que permite estar sempre alinhada às necessidades do mercado. Seus colaboradores buscam continuamente superar limites, visando a garantir relacionamento de excelência com clientes, fornecedores, sociedade e meio ambiente. Rene Brunelli - diretor comercial

Zenvia

“É motivo de grande satisfação entregar uma oferta cada vez mais aderente às necessidades de nossos clientes e, ainda, colaborar com o crescimento de seus negócios, além de sermos facilitadores para a comunicação deles com seus consumidores”. Fábio Matias - diretor de Negócios


Especial


Fábrica da Coca-Cola FEMSA em Jundiaí-SP * Solar BR – Com sede em Fortaleza, é a segunda maior engarrafadora do Sistema Coca-Cola Brasil, uma das 15 maiores do mundo, uma das dez maiores empresas do Nordeste e uma das maiores empresas de bens de consumo do País. Nasceu da integração de três fabricantes (Norsa, Renosa e Guararapes) e opera desde julho de 2013, em 12 estados, contando com 12 mil colaboradores, distribuídos em 13 fábricas e 36 Centros de Distribuição, produzindo e atendendo a sete segmentos do setor. *Coca-Cola Andina Brasil – Pertencente ao Grupo Andina, com sede no Chile e com operações também na Argentina e no Paraguai, a Coca-Cola Andina Brasil tem unidades nos estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo e em parte de São Paulo (Ribeirão Preto) e de Minas Gerais. Hoje são produzidos 900 mil litros de bebidas não alcoólicas por ano. São 97 mil clientes, oito mil colaboradores diretos e mais de quatro mil fornecedores e prestadores de serviço. *Uberlândia Refrescos – Com sede em Uberlândia, possui unidades em Araxá, Ituiutaba, Patos de Minas e Uberaba, com área de atuação abrangendo cidades no entorno do Triângulo Mineiro, Alto Paranaíba e Noroeste de Minas, atendendo direta e indiretamente mais de 2,5 milhões de consumidores e 20 mil clientes e empregando diretamente mais de 1.300 colaboradores. A empresa é detentora do prêmio Indústria Sustentável pela FIEMG e tem o título de melhor franquia Coca-Cola pelas práticas e

Arquivo Coca-Cola FEMSA

Especial

performance em Qualidade, Meio Ambiente e Saúde Ocupacional. *Refrescos Bandeirantes - Representante e fabricante dos produtos da Coca-Cola em Goiás e Tocantins, atua no mercado de bebidas há mais de 27 anos. Fundada em 1987, a empresa possui seu centro produtor localizado em Trindade (GO), com oito Centros de Distribuição em cidades polos em Goiás e Tocantins. Atende diretamente 253 cidades e mais de 30 mil pontos de vendas. *CVI Refrigerantes - Empresa da CVI (Companhia Vontobel de Investimentos), e instalada em Santa Maria (RS), atua no segmento de bebidas por meio da produção, comercialização e distribuição de produtos das linhas The Coca-Cola Company, Heineken e Leão Alimentos e Bebidas. Tem Centros de Distribuição em Passo Fundo e no Vale do Rio Pardo e Transit Points (responsáveis exclusivamente pela distribuição de produtos) em Bagé e Sant´Ana do Livramento. *Brasal Refrigerantes - Com moderna fábrica e sede localizadas em Taguatinga, Região Administrativa de Brasília e um dos maiores Grupos Empresariais fechados do Centro-Oeste, fabrica, comercializa e distribui produtos da marca Coca-Cola e todo o portfólio da Cervejaria Heineken do Brasil e Leão Alimentos e Bebidas, gerando emprego para 2,1 mil pessoas. Possui dois Centros de Distribuição, ambas em Goiás, e estrutura para atender seus 21 mil clientes. A organização é benchmarking em

gestão de excelência, tendo sido campeã no PNQ em 2009 e 2015. *Leão Alimentos e Bebidas - A empresa gera emprego e investe em diferentes regiões do País. Em Americana (SP) está um dos seus mais estratégicos Centros de Distribuição e uma operação de logística referência para outras companhias e, de suas unidades fabris, sai ampla e variada linha de bebidas, entre néctares, sucos, refrescos, energéticos, repositores, chás e café. A empresa é responsável pela primeira fábrica de bebidas do Brasil a receber a certificação internacional LEED – Liderança em Energia e Design Ambiental, concedida à unidade de Fazenda Rio Grande. *Coca-Cola FEMSA – A Coca-Cola FEMSA, SAB de C.V, produz e distribui bebidas do portfólio da The Coca-Cola Company em 10 países, contando com aproximadamente 2,8 milhões de pontos de vendas. Presente no País como Coca-Cola FEMSA Brasil, emprega cerca de 20 mil funcionários e atende mais de 72 milhões de consumidores em São Paulo, Paraná, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Rio de Janeiro e em parte do estado de Goiás.




Especial


Especial


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Arquivo Coca-Cola FEMSA

Especial

Coca-Cola FEMSA: empresa é a maior engarrafadora no mundo e no Brasil A Coca-Cola FEMSA produz e distribui Coca-Cola, Fanta, Sprite, Del Valle, Schweppes e outras bebidas do portfólio da The Coca-Cola Company, em 10 países: México (parte substancial da região central, incluindo a Cidade do México, bem como regiões sudeste e nordeste); Guatemala (cidade da Guatemala e região metropolitana); Colômbia (maior parte); Brasil (parte do país) e Argentina (capital e arredores). Na Nicarágua; Costa Rica; Panamá, Venezuela e Filipinas, distribui na totalidade do país. A empresa também engarrafa e distribui água, sucos, chás, isotônicos, cervejas e outras bebidas, em alguns desses territórios. Ao todo, possui 64 fábricas e serve 351 milhões de consumidores por meio de aproximadamente 2,8 milhões de pontos de vendas e conta com mais de 120 mil funcionários, em todo o mundo. A companhia chegou aqui em 2002, como Coca-Cola FEMSA Brasil, quando adquiriu a engarrafadora Panamerican Beverages Inc. Desde então vem ampliando seu território de atuação por meio de aquisições de outras franquias do Sistema Coca-Cola e, hoje, opera em praticamente todo o Estado de São Paulo e de Minas Gerais, em todo o Mato Grosso do Sul e Paraná e em parte dos estados de Goiás e Rio de Janeiro, empregando cerca de 20 mil funcionários que produzem o mais completo portfólio de bebidas carbonatadas e não carbonatadas do mercado brasileiro. Atendendo mais de 72 milhões de consumidores, conta com 38 Centros de Distribuição e nove fábricas, sendo a unidade de Jundiaí (SP) a maior no mundo em volume de vendas em produtos Coca-Cola. A partir de dezembro deste ano, passará a atuar também nos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, com a recente aquisição da engarrafadora local, Vonpar.

Água e sustentabilidade Um dos pilares globais do negócio da Coca-Cola FEMSA é o cuidado com o planeta e a preocupação com o uso consciente e eficiente dos recursos hídricos, principal matéria-prima dos produtos. A nova fábrica de Itabirito, em Minas Gerais, é prova disso. Das 63 unidades de produção da Coca-Cola FEMSA no mundo, esta é uma das únicas fábricas verde, passando a ser a maior do sistema Coca-Cola, no País, seguindo normas de construção e operação baseadas na sustentabilidade ambiental. Durante as obras só foi permitida a utilização de materiais com baixos índices de Composto Orgânico Volátil (COV), além de madeiras e pisos com certificação verde (FSC e FloorScore). 70% dos resíduos gerados foram reciclados. A fábrica, que conta com cuidados com a emissão de gases na atmosfera, também marcou um novo nível de produtividade, inclusive na eficiência da utilização de água por litro de bebida produzida: a cada 1,4 litro de água que entra na fábrica, um litro converte-se em produto e o restante é devolvido de maneira limpa ao meio ambiente. Na unidade de Jundiaí (SP) o desempenho é idêntico (1,4 litros utilizados para produzir cada litro de bebida), o que fez com que a unidade recebesse em 2015 o “Troféu Planeta”, da Coca-Cola Brasil, na categoria “Água”, e o Prêmio de Conservação e Reuso da Água da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, em 2016. Atualmente, a empresa possui mais de 370 tipos de embalagens de diversos tamanhos para diversas situações de consumo das marcas Coca-Cola, Sprite, Fanta, Kuat, Schweppes, Aquarius Fresh, Del Valle (sucos

Arquivo Coca-Cola FEMSA

Fábrica da Coca-Cola FEMSA em Itabirito-MG

Fábrica da Felicidade da Coca-Cola FEMSA em Itabirito-MG


Especial


Projeto Praça da Cidadania da Coca-Cola FEMSA e néctares), Crystal (águas), Matte Leão e Leão Fuse (chás), Powerade e i9 (isotônicos), Burn (energético), Heineken e Amstel (cervejas).

Projetos de sustentabilidade Voltadas ao estilo de vida saudável, bem-estar, cultura, e conscientização ambiental, entre outras, a companhia desenvolve diversificadas ações para as comunidades onde atua. A Praça da Cidadania é uma delas. A ação promove orientações sobre cuidados com a saúde e nutrição para adultos e crianças, disponibiliza informações sobre preservação do meio ambiente e oferece diversos serviços gratuitos que contribuem para a melhoria da qualidade de vida da comunidade. Em 2015, o projeto ofereceu

75 tipos de serviços e contou com 105 parceiros, mais de 2 mil voluntários entre colaboradores da própria empresa, e parcerias com instituições e prefeituras locais. O Festival das Escolas; o Projeto Movimente-se; o atual Prêmio São Paulo de Incentivo ao Teatro Infantil e Jovem - continuidade do Prêmio FEMSA de Teatro Infantil e Jovem -; Minha Galera Faz Eco; Visita à Fábrica da Felicidade e Coletivo Reciclagem são outras iniciativas da empresa, voltadas à saúde e bem-estar, ao estilo de vida saudável e à preservação do meio ambiente.

Aquisições e investimentos Nos últimos anos a companhia tem aumentado seus investimentos no Brasil,

tornando-o um dos países mais estratégicos para a Coca-Cola FEMSA. Além da unidade de Itabirito, onde foram investidos mais de US$250 milhões, a empresa formalizou, em setembro de 2016, acordo para adquirir 100% da Vonpar, um dos maiores engarrafadores de propriedade privada do sistema Coca-Cola Brasil. O acordo já foi aprovado pelo Cade – Conselho de Administrativo de Defesa Econômica e fortalece a presença da companhia na região Sul do País, estendendo sua atuação nos mercados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Após a aquisição da Vonpar, a Coca-Cola FEMSA passa a responder por 49% da produção da The Coca-Cola Company, no Brasil.

Arquivo Coca-Cola FEMSA

Arquivo Coca-Cola FEMSA

Arquivo Coca-Cola FEMSA

Especial








Uso racional

A

O braço verde

d i v u lg a ç ã o

Renova Ecopeças e Porto Seguro Faz são empresas ambientalmente corretas do grupo Porto Seguro

Conferência

Funcionário da Renova verifica o estoque de peças

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estratégia de aliar a marca a serviços ambientalmente corretos pauta os negócios de duas empresas do grupo Porto Seguro. A iniciativa mais recente é uma bandeira criada na Porto Seguro Faz, empresa voltada a atendimentos de conveniência e de emergência da seguradora. Desde setembro de 2016, os serviços relacionados à economia de água foram reunidos na linha “Faz Bem”, que dá ênfase à causa ambiental. Além de um site com informações sobre os trabalhos e dicas para economizar água, o portfólio tem 30 serviços oferecidos a clientes e não clientes, como caça vazamentos, instalação ou conserto de torneiras e misturadores, avaliação de registros e substituição de descargas e vasos sanitários. “A crise hídrica dos últimos anos nos fez pensar que deveríamos focar nesse tema”, conta Marcos Loução, diretor da Porto Seguro Faz. A empresa também comercializa na cidade de São Paulo o Aguawell, um coletor que armazena até 95% da água que seria desperdiçada enquanto o chuveiro a gás aquece. Em alguns casos, a Porto Seguro Faz apresenta o produto durante a execução de serviços. Para Loução, o consumidor pode até estar bem informado sobre o impacto ambiental de alguns problemas de casa, mas encontra dificuldade de aplicar as transformações na prática. É aí que a empresa mostra sua relevância. “Disponibilizamos produtos e serviços que viabilizam essa conscientização. A pessoa quer resolver e já apresentar a solução ajuda nesse processo”, diz. No primeiro semestre de 2016, a empresa realizou 1.000 atendimentos para caça vazamentos e 3.500 serviços hidráulicos, entre conserto e instalação de peças.


Desperdício Zero Profissional da Porto Seguro Faz procura vazamentos em residência Para o Instituto Akatu, a iniciativa da Porto Seguro é bem-vinda. “Durante a crise hídrica, soubemos que condomínios e prédios pediam justamente esse tipo de serviço”, afirma Hélio Mattar, diretor do instituto. “Em edificações antigas, é possível economizar até 60% de água com a troca da válvula da descarga”, exemplifica. Outros dados do Akatu ressaltam a importância de uma boa manutenção hidráulica. Uma torneira pingando leva ao desperdício de ao menos 16 mil litros de água em um ano – o equivalente a R$ 1.200 na conta de água. O uso de torneiras sustentáveis ou de aeradores também é indicado. O líquido economizado com a instalação do dispositivo em 12 torneiras de cozinha encheria uma piscina olímpica depois de um ano. Na inspeção de vazamentos da Faz Bem, é usado um aparelho que detecta problemas por meio de sons emitidos pela pressão d’água nas tubulações. O problema pode parecer pequeno, mas a água que sai por um orifício de 2 mm em um dia, por exemplo, poderia ser usada em um ciclo da máquina de lavar. A Faz Bem deve expandir sua atuação no segundo semestre de 2017, com a criação de serviços em energia elétrica – outro setor que ainda sofre muito desperdício doméstico. O diagnóstico elétrico contará com adequação de tomadas, disjuntores e ajustes da rede elétrica para o perfil de consumo da residência.

Carros Outro braço ambiental da Porto Seguro, a Renova Ecopeças já reciclou 5.000 veículos recuperados por sinistro pela seguradora desde 2013, quando foi criada. Desde lá, 108.177 peças foram colocadas à venda. A ideia surgiu em 2012, quando alguns executivos da empresa buscavam soluções para a frota que saía de circulação. O teste foi feito

E d uard o B arcello s

Economia

com um carro popular. “Constatamos que um automóvel desmontado valia quatro vezes mais do que inteiro”, diz Bruno Garfinkel, diretor da Porto Seguro e da Renova Ecopeças. A experiência da empresa nos mostra que até 75% do carro pode ser vendido em forma de peças usadas, dependendo do estado do veículo. Além da vantagem financeira, a reciclagem de peças diminui consideravelmente a emissão de CO2. Um carro reciclado equivale a menos 3.700 kg de CO2 emitidos na atmosfera – sete árvores seriam necessárias para neutralizar essa quantia.“Reciclar essas peças significa dar uma vida útil mais longa ao recurso natural que foi usado para produzi-las”, diz Hélio Mattar, do Instituto Akatu. “Há redução não apenas

Nos EUA, a taxa de reaproveitamento de peças de carros é de 95%, no Brasil apenas 1,5% da frota é reciclada

do carbono, mas também do uso de água e energia, além de exigir a contratação de mão de obra para o desmonte, o que também gera impacto social”. Antes de entrarem no mercado, as peças recebem um código de rastreamento do Detran e da Renova, para identificação de procedência. Então, são vendidas na loja física e no e-commerce da empresa. O modelo de desmontagem usado pela Renova foi inspirado em empresas da Espanha, Alemanha, Argentina, Estados Unidos e Japão. Neste último, a reciclagem do automóvel é obrigatória e ocorre em toda a frota. Nos EUA, a taxa de reaproveitamento é de 95%. Por aqui, o processo está no começo: apenas 1,5% da frota é reciclada, segundo o Sindinesfa (Sindicato do Comércio Atacadista de Sucata Ferrosa e Não Ferrosa do Estado de São Paulo). Hoje a Renova desmonta cerca de 500 veículos por mês. A meta de médio prazo é fazer a reciclagem de 100% dos veículos salvados irrecuperáveis do Grupo Porto Seguro, que registra mensalmente 3.200 veículos com indenização total. Para tanto, novas unidades da Renova devem ser abertas no Rio de Janeiro, Curitiba e Porto Alegre. “Geramos emprego no terceiro setor e nos tornamos referência para os concorrentes, o que nos motiva a expandir”, diz Garfinkel. | 51


Recursos hídricos

Mais verde, mais água Projeto da ONG The Nature Conservancy (TNC) une empresas concorrentes na recuperação de matas ciliares como forma de elevar o potencial hídrico das principais bacias do país

A

s lembranças de uma das maiores crises hídricas sofridas pelo Brasil ainda habitam a memória de boa parte das pessoas que sofreram ao abrir suas torneiras e perceber que estava faltando um recurso essencial para a vida: água. A experiência vivenciada entre os anos de 2014 e 2015, quando vários reservatórios atingiram níveis críticos e colocaram em risco o abastecimento de diversas cidades, serviu para acender o sinal amarelo em relação à necessidade de se investir na melhoria da capacidade hídrica do País. A partir de então, vem ganhando espaço o in-

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vestimento na chamada infraestrutura verde, um modelo que aposta na recuperação de matas ciliares e vegetação nativa para elevar a capacidade hídrica dos rios. Um estudo realizado pela organização ambiental The Nature Conservancy (TNC) mostra que a restauração de menos de 3% das áreas desmatadas nas bacias que formam os sistemas Cantareira e Alto Tietê reduziria em até 50% a erosão de nascentes e riachos que abastecem a metrópole. Esse é justamente o pilar do projeto Coalizão Cidades Pelas Águas, lançado ano passado pela TNC e que une empresas, governos e comunidades, para investir na recuperação e preservação de rios e

nascentes, como forma de combater a falta de água. “Nós fizemos um amplo estudo e identificamos 12 regiões metropolitanas no Brasil que já apresentam estresse hídrico e onde as ações de conservação de bacias hidrográficas contribuem positivamente para a segurança hídrica”, explica o gerente nacional de água da TNC, Samuel Barrêto. As cidades mapeadas são Curitiba (PR), Santos (SP), Maceió (AL), Salvador (BA), São Paulo/Campinas (SP), Recife (PE), João Pessoa (PB), Brasília (DF), Rio de Janeiro (RJ), Vitória (ES), Belo Horizonte (MG) e Goiânia (GO). “É um trabalho de conservação e restauração de florestas em 21 bacias hidrográficas que abastecem quase


estudos mostram que restauração de 3% das áreas desmatadas reduziriam até 50% erosão de nascentes

Um dos primeiros méritos da Coalizão foi conseguir colocar no mesmo projeto empresas que são concorrentes ferozes. O maior exemplo disso são Coca-Cola e Am-

A dr i ano G ambar i n i

d i vulga ç ã o

Segurança hídrica

Programa prevê, em cinco anos, restaurar 450 mil hectares de mata em 12 regiões metropolitanas do Brasil

63 milhões de pessoas em mais de 250 cidades brasileiras”. As metas estabelecidas pelo programa são ambiciosas. Ao longo do trabalho, a expectativa é de restaurar diretamente um total de 450 mil hectares e gerar impactos positivos em uma área de aproximadamente 2 milhões de hectares. O cálculo é que isso amplie a segurança hídrica para 42 milhões de habitantes em 21 bacias hidrográficas. Para isso, serão necessários investimentos de R$ 118 milhões nos próximos cinco anos. O projeto chegou ao seu primeiro ano de atuação com aporte de R$ 18 milhões. Das 12 regiões identificadas, já está presente em seis: São Paulo, Rio de Janeiro, Vitória, Blumenau, Curitiba e Belo Horizonte. “O primeiro ano foi importante em termos de tendência. Embora aparente que a situação crítica hídrica tenha desaparecido, dizemos que o incêndio está apenas controlado, mas não apagou”, pondera Barrêto.

bev, que disputam cada centímetro do mercado brasileiro de bebidas, mas atuam lado a lado no projeto. “O modelo de parcerias é algo essencial, pois as ações em rede possuem um potencial muito maior do que ações individuais”, explica Carla Crippa, gerente de sustentabilidade da Ambev. A empresa, que fechou 2015 com uma receita liquida de R$ 26,3 bilhões, figura como a principal patrocinadora do projeto, embora não revele qual valor investido. A empresa participa do projeto Bacias Jaguariúna, no interior de São Paulo, que atua em cinco propriedades rurais – que juntas somam mais de 1 mil hectares dentro do município e mais de 100 hectares de Áreas de Preservação Permanente (APP) – que devem ser restauradas. Na primeira etapa, o plano é recuperar 250 hectares e manter preservados outros 430 hectares de florestas no total. “A atuação em toda a Bacia do Rio Jaguari poderá propiciar em longo prazo uma economia de 30% nos custos de tratamento por meio da melhoria na qualidade da água captada e aumentar a vazão da Bacia entre 3 e 5% nos próximos 15 anos”, ressalta a gerente, que afirma que um dos aspectos que atraiu a Ambev para a Coalizão foi o modelo de apoio aos agricultores presentes nas regiões de bacia. | 53


Recursos hídricos

Conscientização

TULIO VIDAL

d i vulga ç ã o

Ações da Ambev no Dia Mundial da Água, em Jaguariúna (esquerda); Samuel Barrêto, da TNC (direita)

Esse apoio vem principalmente por meio do Pagamento por Serviço Ambiental (PSA), que estabelece um valor a ser pago para o produtor conservar uma determinada área. “Dessa forma tornamos economicamente mais atrativo a preservação ambiental do que alguma atividade que degrade aquela área”, explica. Os valores variam de acordo com região e tipo de atividade. No caso da Bacia Jaguariúna, os contratos estabelecem o pagamento de R$ 270 ao ano por hectare preservado dentro de APP e de R$ 100 ao ano por hectare preservado fora de APP. “O grande diferencial da Coalizão é que não atuamos apenas como financiadores, mas temos uma gestão compartilhada dos processos”.

O modelo de gestão compartilhada citado pela gerente da Ambev estabelece a estruturação do passo a passo para que cada ação seja feita. De acordo com a TNC, as iniciativas começam com articulação junto aos governos locais e comunidades. Depois é realizado o diagnóstico ambiental, com o mapeamento das áreas prioritárias com potencial de recuperação das bacias. A partir disso, as ações são planejadas de acordo com as características do local e só então colocadas em prática. “As empresas possuem um papel importante não apenas para apoiar financeiramente. Queremos compro54 |

missos na gestão, preservação das ações e acompanhar os mecanismos que elas estão utilizando para a gestão sustentável dos recursos hídricos”, ressalta Barrêto, da TNC. “Temos planos de expandir em Salvador, Recife, Maceió, Goiânia e Baixada Santista e assim completar as 12 regiões. Mas isso é feito com um planejamento anual cauteloso, pois é preciso ter garantia de continuidade de pelo menos cinco anos, senão nada floresce e o projeto não anda. Então precisamos manter essa articulação frequente”, explica. Não é difícil entender o interes-

Embora aparente que a crise hídrica tenha desaparecido, dizemos que o incêndio está apenas controlado, mas não apagou. Samuel Barrêto, gerente nacional de água da TNC

se das empresas de bebidas nesse tipo de projeto. Para quem atua nesse segmento, gerenciar os recursos hídricos não é só uma questão ambiental. A água é também um insumo vital para o negócio dessas empresas. No caso da Coca-Cola, por exemplo, suas 45 unidades espalhadas pelo País utilizam em média 21 bilhões de litros por ano, que são retirados de rios, reservatórios, etc. “O uso sustentável da água é algo que está inserido em todos os processos da empresa. Hoje já conseguimos gerar o dobro do volume de água que utilizamos”, pondera Luiz André Soares, gerente de valor compartilhado da Coca-Cola. Ele afirma que a garantia do abastecimento hídrico passa pelos investimentos na infraestrutura verde. Em parceria com a Coalizão, a empresa realiza ações nas bacias PCJ, que engloba os rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí numa área de 76 municípios, além das bacias do Paraupebas, em Minas Gerais, e do Rio Doce, no Espírito Santo. “Os projetos estão em fases diferentes. Na bacia do PCJ estamos iniciando a implementação das ações, enquanto em Minas e Espírito Santo ainda estamos nas fases iniciais, articulando parceiros locais. A expectativa é atender uma área total de 668 hectares nessas regiões”, diz Soares. “Hoje precisamos cada vez mais ter uma visão integrada no gerenciamento da água. Empresas, governos e comunidades precisam trabalhar juntos para garantir que todos tenham acesso a esse bem”, finaliza.


O GPA trabalha a sustentabilidade em toda a sua cadeia de valor. Para o GPA, a sustentabilidade é um dos pilares estratégicos e está fundamentada em um compromisso de longo prazo. Isso está materializado em diversos programas, e muitos podem ser vivenciados pelos clientes nas nossas lojas.

ARREDONDAR

ESTAÇÕES DE RECICLAGEM

Movimento que incentiva os clientes a arredondar os centavos de suas compras. O valor é destinado a instituições que apoiam a educação e o meio ambiente. Está presente em 93 lojas Minuto Pão de Açúcar e Minimercado Extra.

O Assaí tem parcerias com distribuidoras de energia para dar descontos na conta de luz dos clientes que levam materiais recicláveis às lojas. Foram 681 toneladas de materiais arrecadados e mais de R$ 100 mil em descontos em 2015.

anúncio Pão de Açucar 1 DOAÇÃO DE ALIMENTOS

Desde o início do programa, já foram doadas mais de 3,2 mil toneladas de frutas, legumes e verduras que não estão em condições de venda, mas ainda próprias para consumo. Mais de 300 lojas Extra e Pão de Açúcar participam do programa.

REVIVA

EFICIÊNCIA ENERGÉTICA

É a soma de ações de gestão de resíduos sólidos recicláveis, conscientização ambiental de colaboradores e logística reversa de embalagens de produtos vendidos. Em 2015, mais de 10 mil toneladas foram recolhidas em mais de 400 lojas das Casas Bahia e do Ponto Frio.

Em parceria com a empresa Green Yellow, o GPA realiza um projeto de eficiência energética em suas lojas. Há redução de até 25% na energia elétrica consumida durante a operação.

RECICLAGEM DE CÁPSULAS DE CAFÉ Em parceria com a NESCAFÉ® Dolce Gusto®, o Pão de Açúcar implementou em algumas lojas de SP, RJ e Curitiba um coletor de cápsulas de café. Os resíduos arrecadados são transformados em outros produtos.


i n ova ç ã o

Economia gota a gota Sistema de irrigação por gotejamento é a tecnologia que mais poupa recursos hídricos

Q

uem não se lembra da crise hídrica de 2014? Ela assustou o País e levou diversos setores da economia a apostarem em modelos tecnológicos de produção de menor consumo de água e elevada eficiência produtiva. A maior pressão caiu sobre o segmento agropecuário, e não por acaso. Números da Agência Nacional das Águas (ANA) indicam que 61% dos recursos hídricos do consumo são destinados ao meio rural. A agricultura (irrigação) responde por 54%, a pecuária (consumo de animais) com 6% e as residências no campo com 1%. Os 39% restantes são consumidos nas cidades. Diante da pressão internacional para se produzir mais alimentos em menores espaços, a agricultura brasileira sabe que não pode abrir mão da irrigação. O mercado, nesta área, vem avançando ano a ano. Em 1960, o País tinha perto de 0,5 milhão de hectares (ha) irrigados. Agora, em 2016, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) estima que a tecnologia esteja presente em 6,2 milhões de ha, “com potencial para ocupar 48 milhões de ha” avaliou, recentemente, o coordenador geral de Irrigação e Estratégias Contra a Seca, Demetrios Christofidis. O desafio é conter o desperdício. De acordo com o Plano Nacional de Recursos Hídricos de 2006, 36% da água utilizada para a irrigação na agricultura é desperdiçada durante

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a condução e distribuição. A eficiência média, portanto, é de 64%. No que se refere à gestão de recursos hídricos, dois modelos de irrigação são considerados de melhor eficiência, sobretudo para a produção de alimentos em escala: aspersão por pivô central e gotejamento. Ambos, além da água, podem distribuir fertilizantes nas lavouras. O primeiro é responsável por aproximadamente 70% das áreas irrigadas do Brasil, sobretudo em grandes extensões de terra para cultivo em escala. Levantamento feito pela ANA em conjunto com a Embrapa indica que em 2013 existiam 18 mil pivôs centrais em funcionamento no Brasil.

A agricultura responde por 54% do consumo dos recursos hídricos, a pecuária fica com 6% e as residências no campo 1%; os 39% restantes são usados nas cidades

Este sistema funciona como um grande compasso. Do centro à ponta do raio, uma tubulação se projeta, lançando água no solo através de bicos aspersores. Visto do alto, em sobrevoo, as áreas irrigadas por pivôs centrais são facilmente identificadas por formarem grandes círculos de cores diferenciadas, dependendo da fase da planta e do que se cultiva. Pesquisadores estimam que a


F I L I P E A R AU J O

Uso racional eficiência do sistema pode chegar a 85%. Atingindo este índice, ainda assim haverá um desperdício de água da ordem de 15%.

Direto na planta, direto na raiz A bola da vez é a irrigação por gotejamento, também chamada de localizada. A tecnologia israelense chegou ao Brasil nos anos 90 e vem ganhando cada vez mais adeptos no

campo. Originalmente, o sistema impulsiona água e nutrientes através de uma rede de tubos (geralmente de polietileno), que despeja gotas diretamente nas plantas, na altura do solo. Com mais economia e pontualidade, o gotejamento pode atingir 95% de eficiência. Em 2014, no entanto, a empresa israelense Netafim (especializada nesta forma de irrigação) balançou

Irrigação por gotejamento na altura do solo: despeja água em gotas direto na base da planta e tem eficiência de 95%

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Desperdício

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CELIO MESSIAS

de vez o mercado ao disponibilizar estruturas de gotejamento subterrâneo para diversos cultivos. Funciona através de uma rede de tubos enterrada, levando água e nutrientes diretamente para as raízes das plantas. “Dessa forma se consegue uma economia hídrica 40% superior aos sistemas de pivô central”, garante o gerente agronômico da Netafim, Carlos Sanches. A novidade permitiu que o gotejamento fosse adotado em lavouras não perenes (como soja e milho), que exigem um grande tráfego de máquinas sobre o solo. Em 2015, a empresa fechou contratos para implantação de redes subterrâneas em cinco áreas de soja e quatro de milho (algumas propriedades fazem duas safras por ano: soja na primavera/verão e milho no outono/inverno). “Estamos fechando 2016 com 30 projetos em grãos e quatro para irrigação de pastagens. Já vendemos 25 mil quilômetros de tubos gotejadores subterrâneos, o suficiente para cobrir 25 vezes a distância entre São Paulo e Campo Grande, no Mato Grosso do Sul. Para 2017 queremos triplicar isso”, revela Sanches. Além da economia de água, o gotejamento subterrâneo prome-

Pivô central é responsável por 70% da irrigação do Brasil, mas sua eficiência é de 85% e as perdas representam 15%

Irrigação subterrânea leva água e nutrientes direto à raiz da planta, melhorando a produtividade da lavoura

te mais resultados para o agricultor. “No Brasil, a produtividade média da soja está na casa de 50 sacas de 60 quilos por ha. A irrigação através de pivô central pode elevar este número para 75 sacas e no gotejamento subterrâneo é possível passar de 100, como aconteceu na Fazenda Três Capões, em Palmeiras das Missões, no Rio Grande do Sul, que obteve 105 sacas/ha na última safra”, conta o gerente. A irrigação subterrânea impulsionou os negócios da empresa. Considerando gotejamento superficial e enterrado, a Netafim alega que já implantou 400 mil ha de irrigação (equivalente a duas vezes e meia a área do município de São Paulo. “A empresa cresceu 8% de 2014 para 2015 e 20% do ano passado até agora”, afirma o gerente. “Com aproximadamente 5% do mercado nacional de irrigação, o gotejamento parece não ser tão representativo, mas o índice é bem mais sólido do que os menos de 2% de quatro anos atrás”, complementa.

H E LV I O R O M E R O

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O DNA sustentável da Serasa Além do prédio ecofriendly e acessível a pessoas com deficiência, empresa desenvolve trabalhos de resgate da cidadania financeira

O

que a coleta seletiva do lixo e o reuso de água tem a ver com a contratação de fornecedores que não empregam trabalho infantil? Ou que relação há entre a capacitação de deficientes físicos e a construção de uma horta orgânica na empresa? Indo mais além, o que a priorização de contratos com empresas geridas por mulheres ou negros tem a ver com jogos de educação financeira e palestras sobre endividamento? Na Serasa Experian, todas essas iniciativas fazem parte do programa de sustentabilidade. “Temos a missão de trabalhar de forma transversal e apoiar todas as áreas da organização”, diz a gerente de Sustentabilidade Corporativa, Andrea Regina. “Para nós, sustentabilidade não são ações pontuais, mas é ter um olhar de longo prazo para que o negócio se adeque às mudanças da economia e do tempo. É trabalhar para a perpetuidade da empresa”, completa. É uma visão que suplanta aquela antiga compreensão que carimbava como sustentável aquela empresa que “fazia um favor à natureza” ao espalhar baldes coloridos para a separação do lixo. O amadurecimento do tema, principalmente na última década, mostra que ser sustentável é trabalhar aspectos ambientais, sociais e econômicos de forma interligada e com vistas, inclusive, a aumentar a

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lucratividade da organização. Tudo começou no eixo ambiental, com a inauguração da sede da empresa, em 2002, considerado o primeiro prédio sustentável do Brasil. Toda a água consumida é tratada em uma estação própria e reutilizada para jardinagem e limpeza. Dentro do programa de triagem do lixo reciclável, todo o papel é destinado a uma ONG que trabalha com deficientes intelectuais na produção de brindes corporativos. Em outra frente, a construção de uma horta orgânica no teto da empresa se tornou um espaço para a promoção da alimentação saudável. Periodicamente é organizado o dia da colheita, em que funcionários e terceiros são convidados a levar para casa abobrinhas, berinjelas, couves e até flores comestíveis, como camomila e capuchinha. A secretária executiva Letícia Farias levou a filha Manuella, de 7 anos, para o plantio e a colheita. “Foi um misto de brincadeira e aprendizagem que facilitou muito meu papel de incentivá-la a ter uma alimentação saudável”, resume. É a partir dessa visão, que compreende público interno e externo, que são estruturados os projetos da segunda frente de sustentabilidade: a inclusão socioeconômica. Do lado de dentro do portão, isso se reflete na contratação de deficientes. Em vez de escolher aqueles com deficiências leves e com atuação em áreas menos complexas e estratégicas, a Serasa priori-

No projeto Sonhos Reais, funcionários voluntários da Serasa ensinam educação financeira para crianças, jovens e adultos


Sede

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Edifício trata toda água consumida e tem horta para promoção da alimentação saudável

za quem tem deficiência severa e os contrata de acordo com suas expertises e potenciais. “Nosso objetivo é garantir a equidade de oportunidades a um colaborador que deve ter condições de ser produtivo e eficiente como qualquer outro”, diz Andrea. “Já a opção pela deficiência severa tem relação com a estrutura que temos”, completa. Andrea se refere à composição física do prédio: além de banheiros acessíveis, o edifício conta com avisos e impressoras em braile – até a máquina do café teve o sistema de leitura adaptado caseiramente – e softwares para utilização de computadores por cegos. Quem tem deficiência auditiva tem aulas de português (como a libras é a língua materna do surdo, eles precisam aprender o português para conseguir escrever um e-mail) e pode solicitar um intérprete para as reuniões em que participará. Cleia Galdino, de 39 anos, é funcionária há cinco anos e desempenha as mesmas funções de um colaborador com visão perfeita. A diferença é apenas técnica: ela usa um teclado com áudio e um software tradutor de tela. “Do mais, é tudo igual. Faço meu trabalho e sou respeitada e cobrada como qualquer profissional”, diz ela, que atua no setor de Marketing Service. Do lado de fora dos portões da organização, a inclusão social se dá pelo que a empresa chama de “resgate da cidadania financeira”. Num cenário em que metade da população economicamente ativa está com o nome negativado, o projeto Sonhos Reais visa à educação financeira de crianças e jovens e à conscientização do adulto para o crédito sustentável. Uma tarefa que é feita com o trabalho voluntário da própria equipe, como é o caso de Guilherme Rocha, | 61


Empresa do bem

rio de trabalho. “Ao possibilitar que o funcionário se engaje no projeto, eu atrelo uma ação social ao desenvolvimento de competências desse funcionário”, resume Andrea.

Transversalidade: sustentabilidade ética

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Acessível

Funcionário se locomove pela área de convivência; Cleia Galdino, que trabalha no marketing, com seu cão guia e Letícia Farias com a filha Manuelle

que atua na área de experiência do cliente. Há cinco anos na empresa, ele foi capacitado para atuar no Feirão Limpa Nome, espaço em que devedores – a maioria gente que se afundou devido aos juros de cartão de crédito – podem renegociar e quitar suas dívidas. “Oriento o público a ponderar três questões antes da compra: é preciso ter uma razão até para gastos pequenos, a pessoa realmente precisa daquilo e, finalmente, tem de ser daquele modelo e marca?”, enumera o jovem de 24 anos, que é um dos 257 voluntários da organização. Eles representam quase 10% dos colaboradores – número bem acima da média nacional, que fica entre 4% e 5% - e que atuam no próprio horá62 |

Na parte de inclusão socioeconômica, a Serasa prioriza a contratação de pessoas com deficiências severas

Do que adianta ter um prédio sustentável, investir na contratação de deficientes físicos e estimular a prática do trabalho voluntário se a empresa não tem processos transparentes tanto na própria gestão como na relação com fornecedores? É o braço ético da sustentabilidade, que no caso da Serasa Experian está ancorado em uma legislação interna de governança. Um exemplo simples: se ao contratar funcionários os deficientes têm um programa estruturado de inserção, na contratação de fornecedores as minorias também são priorizadas. O departamento de compras opta por pequenos e médios empreendedores que sejam afrodescendentes, mulheres ou pessoa com deficiência. Antes de fechar qualquer contrato, o fornecedor também é investigado quanto a envolvimento em corrupção, prática de trabalho escravo e uso de de mão-de-obra infantil. Um compromisso que rendeu, há menos de um mês, o selo Pró-Ética, iniciativa do Ministério da Transparência, Fiscalização e Controle que promove o reconhecimento público de empresas comprometidas com a prevenção e o combate à corrupção e que se esforçam para manter um ambiente corporativo mais íntegro, ético e transparente. “Para nós, sustentabilidade é esta intersecção de políticas, processos e práticas que se dá no relacionamento com empregados, fornecedores, clientes, acionistas e com a sociedade. Não tem como dissociar uma coisa da outra, é uma cadeia de DNA. O impacto é sistêmico”, conclui Andrea.


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Embalagens

Vanguarda

Linha Ekos (esquerda) tem refis 100% reciclados e linha Sou conta com embalagens desenvolvidas para o consumidor aproveitar até a última gota

Embalagens do bem Linha Sou da Natura tem a proposta de conscientizar o consumidor sobre a importância de suas escolhas

Í

cone no universo de empresas sustentáveis, a Natura está sempre inovando. Em 2011, a empresa lançou a linha Sou, que tem o objetivo de trazer nos produtos apenas o essencial, sem excessos, sem desperdício. A materialização deste conceito começa na embalagem, que foi pensada para o consumidor aproveitar até a última gota. “Este tipo de embalagem se chama pouch e já existia na indústria de alimentos, mas não como embalagem regular, apenas como refil”, diz Alessandro Mendes, diretor de desenvolvimento de produtos da Natura A tecnologia escolhida resultou em menores impactos ambientais. “As embalagens da linha têm 70% menos plástico do que uma convencional com o mesmo volume e

emitem 60% menos CO2”, explica Mendes. Tais características favorecem o transporte. As embalagens chegam à fabrica na forma de bobina e adquirem o formato final no local de envase. Por conta disso, para cada 1.000 embalagens vazias de Sou, seria possível transportar apenas 28 de produtos tradicionais.

Enxuta Outro diferencial está na fórmula, que traz apenas o essencial. A linha Sou não têm corantes e apresenta uma fragrância única para todos os produtos. No caso do hidratante, anteriormente feito por meio do processo de aquecimento e resfriamento, a Natura, junto com os fornecedores chegou à tecnologia de fabricação a frio, que resulta em

economia de energia. “Quando desenvolvemos uma solução, temos por princípio não transforma-la em nicho. Temos o aprendizado com uma linha e depois migramos para as outras. Hoje 100% dos hidrantes da Natura são fabricados da mesma maneira”, diz o diretor. A marca Sou foi lançada com a campanha “Porque eu preciso daquilo que eu não preciso?”, um apelo para o consumidor repensar suas escolhas de compra. A linha foi desenvolvida para ter produtos num preço acessível, a faixa varia de R$ 7,90 a R$ 16,40. “Quando se fala em desenvolvimento de produtos sustentáveis, sempre surgem materiais alternativos, mas caros. O objetivo da linha Sou era criar produtos acessíveis para o conceito de consumo consciente, não ficar restrito a um segmento”, explica Mendes. Do ponto de vista das embalagens, a linha Sou é mais uma iniciativa da Natura. A empresa é pioneira nesta frente. A linha Ekos, lançada em 1999, trouxe o conceito de refil 100% reciclado. A linha Tododia, de 2003, vem com embalagens de plástico verde, o polietileno à base de cana-de-açúcar, desenvolvido pela Braskem. | 63



Especial

ano I - n 02

JBS: seis décadas de evolução em busca do crescimento sustentável

Foto: Arquivo JBS

Focada em comprometimento socioambiental, e sem parar de inovar, empresa marca presença no Brasil e no mundo, com a qualidade de seus produtos e excelência operacional

Marcio Nappo, diretor de Sustentabilidade da JBS

O

conceito de sustentabilidade na JBS é aplicado em várias etapas da sua produção e na cadeia de valor. Tem como objetivo assegurar a perenidade dos negócios e contribuir para o desenvolvimento de produtos e serviços de qualidade, além de criar valor aos públicos de relacionamento por meio da promoção do desenvolvimento social e redução de impactos ambientais. Desde 2010 a JBS possui um sistema de monitoramento socioambiental de seus fornecedores de gado, que utiliza imagens de satélite, mapas georreferenciados das fazendas, dados de desmatamento do INPE, informações oficiais de órgãos públicos de áreas de proteção ambiental e de terras indígenas, além de levantamentos de áreas embargadas por desmatamento (IBAMA) e de uso de trabalho escravo (MTE). Em setembro deste ano, a companhia alcançou 99,97% de eficiência socioambiental na compra de gado de fazendas localizadas na região do Bioma Amazônia, de acordo com os critérios do Compromisso Público da Pecuária, firmado com o Greenpeace. Aliás, dentro de sua Política de Bem-estar Animal, a empresa exige de seus colaboradores e parceiros total zelo pelos animais e a garantia da qualidade dos seus produtos por meio de rígidos padrões de transporte, o correto manejo dos animais, além de constante treinamento e capacitação de seus funcionários. Hoje, a companhia conta com 70 mil fornecedores cadastrados no País. Seguindo critérios de sustentabilidade em nível global, a Companhia publica anualmente seu Relatório Anual e de Sustentabilidade. O de 2015 foi divulgado em junho passado. O documento detalha também a integridade dos produtos, saúde e segurança dos colaboradores, medidas colocadas em prática para economia e preservação da água e combate às mudanças climáticas. A JBS também está atenta a outras importantes questões relacionadas ao tema, como energia, efluentes líquidos e resíduos sólidos. Com mais de seis décadas de história e diversificado portfólio de produtos, a JBS está presente em mais de 20 países com plataformas de produção ou escritórios comerciais, e conta com mais de 230 mil colaboradores no mundo e cerca de 300 mil clientes em mais de 150 nações. Em 2015, suas vendas consolidadas alcançaram R$ 163 bilhões.


Especial


Foto: Arquivo JBS

Especial

Um pouco mais sobre o Sistema de Monitoramento e a Política de Bem-Estar Animal

Com o cumprimento dos critérios socioambientais, a JBS garante que toda a sua cadeia de valor, incluindo todos os produtos e subprodutos derivados das operações com bovinos estejam de acordo com os compromissos da empresa com a sustentabilidade. Há seis anos, por exemplo, o Sistema de Monitoramento da JBS está em operação, sendo composto por dois processos de análises, que atuam de forma integrada. O primeiro refere-se à verificação diária e sistemática das listas publicadas pelo IBAMA e pelo Ministério do Trabalho em comparação com o cadastro integral dos fornecedores de gado bovino da JBS no Brasil e, o segundo, consiste em uma plataforma tecnológica baseada em informações geográficas que realiza diariamente o monitoramento territorial das propriedades fornecedoras de gado bovino da JBS, localizadas nos estados da Amazônia Legal (MT, PA, RO, AC, MA e TO). O sistema faz a sobreposição de camadas digitais dos mapas georreferenciados das propriedades fornecedoras com os mapas da evolução das áreas de desmatamento desde 2009 publicados pelo Marcas Integradas é uma série editorial de responsabilidade da ImpressãoNet Comunicação Fone 55 11 4942 9930 www.impressaonet.com.br Diretora: Cyntia B. Oliveira Editoria: Deise Trinca Gerência Comercial: Silvana Karel Criação: Patricia Ferreira Comercial: Luciena Brisa Fontes: Relatório Anual e de Sustentabilidade -2015; Relatório de Auditoria Independente; site JBS e Assessoria de Imprensa JBS - Fotos: Arquivo JBS

INPE, além dos mapas oficiais das áreas de terras indígenas e unidades de conservação ambiental na região. Segundo Marcio Nappo, diretor de Sustentabilidade da JBS, a finalidade desse processo é identificar e bloquear para a comercialização as fazendas fornecedoras que apresentem qualquer não conformidade aos critérios socioambientais da empresa: “não fazer uso de trabalho escravo, não ter desmatamento após outubro de 2009 e não estar localizada em área de proteção ambiental e área indígena”. Para garantir a efetividade e transparência do processo, o Sistema de Monitoramento Socioambiental de Fornecedores de Gado da JBS é auditado anualmente de forma independente por empresas terceiras. Os relatórios das auditorias são públicos e encontram-se no site da companhia. Em relação à Política de Bem-Estar Animal, a JBS, liderando projeto inédito no mercado brasileiro, lançou recentemente um modelo de caminhão totalmente desenvolvido para garantir o bem-estar animal, com mais espaço e qualidade para transporte de gado. A frota é operada pela JBS Transportadora, empresa do Grupo que presta serviços de transporte de animais e produtos que atende a JBS e empresas parceiras. Quanto à sua Política Ambiental, base para o Sistema de Gestão Ambiental certificado pela norma ISO 14001, a JBS acredita que a inclusão de seus princípios em todas as operações permite a inovação e a evolução contínua dos seus negócios. A companhia conta ainda com uma Diretoria de Sustentabilidade, criada em 2012 para tratar aspectos econômicos, ambientais e sociais de forma integrada e estratégica, visando ao desenvolvimento sustentável dos negócios.


Linha de produção - JBS Couros

O Grupo é ainda membro fundador do Comitê e do Conselho Executivo da Global Roundtable for Sustainable Beef, nos Estados Unidos – atualmente responsável pela presidência desse órgão –, e membro do Conselho Diretor do Grupo de trabalho da Pecuária Sustentável, no Brasil. Por meio dessas instituições, mantém frequente diálogo com organizações não governamentais como a World Wildlife Fund, a Solidaridad, a National Wildlife Federation e a The Nature Conservancy.

A trajetória global de uma gigante do ramo e como tudo começou

Mas, qual é o tamanho da JBS? No Brasil, em função dos comerciais veiculados na TV, não há quem não tenha ouvido falar na Friboi, especialmente a partir da campanha “Peça Friboi. Carne Confiável tem nome”. O fato é que entre seus produtos, que incluem, principalmente, carne bovina, suína e de aves, alimentos preparados e processados, estão marcas reconhecidas no Brasil e no mundo como Swift, Friboi, Seara, Cabana Las Lilas, Pilgrim’s, Gold Kist Farms, Pierce e 1855. O que talvez muitos não saibam é que a JBS é considerada a segunda maior empresa de alimentos do mundo, de acordo com a Bloomberg, e que a origem da companhia remonta a 1953, quando seu fundador, José Batista Sobrinho, iniciou as operações de uma pequena planta com capacidade de processamento de cinco cabeças de gado por dia, na cidade de Anápolis, em Goiás. Foi quando criou a Casa de Carnes Mineira. Entre 1970 e 2001 a JBS

Foto: Arquivo JBS Foto: Arquivo JBS

Foto: Arquivo JBS

Especial

expandiu suas operações no setor de carne bovina no Brasil e, por meio de aquisições e investimentos, alcançou a capacidade de abate diária de 5,8 mil cabeças. Sessenta anos depois, a companhia conta hoje no Brasil com 40 unidades produtivas de carne bovina, 32 unidades de processamento de aves; oito unidades de processamento de suínos; 20 unidades de processados e exporta para mais de 150 países. Com a aquisição da Seara Brasil, em 2013, a empresa se consolida como líder global no processamento de aves e passa a atuar no segmento de alimentos industrializados, transformando-se na segunda maior plataforma brasileira de produção e distribuição de produtos de valor agregado. Maior companhia privada do País, a JBS é líder, ainda, na produção de carne ovina, por meio de operações na Austrália e, em carne suína, está entre as líderes globais, com fábricas espalhadas no Brasil, Austrália e Estados Unidos, abastecendo os mercados interno e externo.

As atividades da JBS são divididas em quatro plataformas regionais: América do Sul, América do Norte, Europa e Ásia-Pacífico


Foto: Arquivo JBS

Especial

Honeywell - Building Solutions

“Com o fornecimento das soluções de automação predial da Honeywell, tivemos a oportunidade de apoiar a JBS (Bloco III) na conquista de sua certificação LEED. A automação e a integração de seus sistemas (acesso, incêndio, monitoramento, entre outros) tornou o edifício mais inteligente e, consequentemente, mais sustentável - proporcionando um ambiente seguro, confortável e energeticamente eficiente. Casos de sucesso como o da JBS nos trazem muita satisfação, pois reafirmam a contribuição da Honeywell para o bem-estar dos usuários e para o cuidado com o meio ambiente”. Fernando Rodrigues - gerente geral

Produto da Friboi

Novaprom (Colágeno) No mundo, reconhecida como maior produtora global de carne bovina, a JBS possui unidades de produção no Paraguai, Uruguai, Argentina, Estados Unidos, Canadá e Austrália, além do Brasil e sua presença global permite que atenda 100% dos mercados consumidores, já que também é a maior processadora mundial de frangos, a partir de unidades produtivas no Brasil, Estados Unidos, Reino Unido, México e Porto Rico. Nessas operações, a JBS elabora produtos processados e in natura para atender os respectivos mercados e as exportações. No segmento de aves, também atua no processamento de perus, feito em uma unidade, no País.

Com diversificada produção e distribuição de alimentos, seus clientes são redes varejistas, clubes de atacado e empresas do setor de food service (restaurantes, hotéis, distribuidores de serviços de alimentação e processadores complementares) A JBS atua ainda no processamento de couros, especialidade na qual também se destaca como líder mundial, com fábricas no Brasil, Argentina, Uruguai, Vietnã, China, México, Itália, Alemanha, EUA e Austrália e conta com uma divisão dedicada a Novos Negócios, voltada a extrair valor de matérias-primas que derivam do manejo e produção de proteína animal, área que abrange os segmentos de higiene e limpeza, colágeno,

ConfianceLog

embalagens metálicas, envoltórios, biodiesel, transportes e gestão de resíduos e reciclagem. Aliás, a companhia é pioneira na produção de colágeno bovino, sendo atualmente a maior fabricante mundial desse tipo de produto; uma das maiores produtoras e fornecedoras de envoltórios do mundo e maior produtora de biodiesel à base de sebo, no Brasil. Como companhia aberta desde 2007, a JBS tem suas ações negociadas na BM&F Bovespa, no mais elevado nível de governança corporativa do mercado de capitais do Brasil, o Novo Mercado.

Fundada com o objetivo de organizar o processo logístico de produtos frigoríficos e perecíveis, a empresa rapidamente ganhou espaço no concorrido ramo da logística de São Paulo. Parceira do grupo Iniciativa Verde, é responsável pela plantação de mais de 1400 árvores por ano. A ConfianceLog também implementou a coleta seletiva de lixo na empresa e faz captação de água da chuva para limpeza dos caminhões da frota própria. Rosemary Panossian - diretora geral

Inovação no lançamento de produtos e outras iniciativas

“Há quase 10 anos a empresa fornece equipamentos de última geração para o Controle de Qualidade da JBS, para que ela assegure qualidade superior aos seus produtos. Entendemos o compromisso da companhia em oferecer o melhor para seus consumidores, pois também prezamos pela excelência em nossos produtos e serviços, e isso é o que fortalece nossa parceria. O mais impressionante da JBS é ter tido um grande crescimento nos últimos anos, sem abrir mão da qualidade de seus produtos. A BUCHI tem orgulho de fazer parte dessa história de sucesso”. Hermann Schumacher - diretor Brasil

Dentre os mais de 100 produtos lançados no ano passado está a linha Seara DaGranja, que utiliza frangos criados sem o uso de antibióticos e alimentados com ração 100% vegetal. Outro destaque foi o lançamento da sua nova identidade visual e renovação das embalagens da marca. As novidades têm o objetivo de aproximar a marca de seus consumidores e facilitar a identificação no momento da compra, além de consolidarem o excelente momento da marca, que desde 2013 vem investindo fortemente na qualidade dos produtos, na ampliação do portfólio, além de inovações exclusivas em produtos para o mercado e a modernização das fábricas. A maior novidade da Seara, em 2016, foi o lançamento da nova linha premium, a Seara Gourmet, que conta com diversos produtos e possui três grandes estrelas, o verdadeiro Presunto De Parma, o Hambúrguer Angus e a exclusiva Costela Barbecue.

BUCHI

IBF Consultoria em Energia Elétrica

Prezando pela ética, compromisso e qualidade nos serviços e nas relações com os clientes e fornecedores, a IBF tem com a JBS uma parceria sólida e promissora nos projetos em que atua, pois alinha responsabilidade e agilidade dos processos de trabalho exigidos. O atendimento da equipe JBS é sempre rápido e preciso, um diferencial, já que a IBF precisa de parceiros que caminhem lado a lado de forma ágil e direta. Bruno Fantinati - sócio proprietário


Brado

“Somos uma das maiores empresas de soluções logísticas do País. Nossas operações integram diferentes modais, terminais e armazéns. Operamos nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste e, em breve, ampliaremos nossa atuação para as regiões Norte e Nordeste”. Diretoria Brado

Fazenda Conforto

Gestão avançada, boas práticas empresariais e investimentos constantes em tecnologias de ponta: compromisso total com a qualidade da carne e com o meio ambiente. Com essa missão, a Fazenda Conforto iniciou a recria e engorda de bois desde 1995. Onze anos mais tarde, o crescimento da demanda dos frigoríficos e a busca pela alta performance impulsionaram a implantação do sistema de confinamento, estabelecendo então uma relação comercial saudável e integrada com todos os nossos parceiros. Um ciclo completo e sustentável que começa no campo e acaba na mesa dos consumidores mais exigentes do mundo inteiro. Gilson Luiz Piccini Favara - diretor executivo

Para garantir total excelência em seu portfólio, a empresa conta com uma equipe de Consumer Insight & Market Intelligence, que continuamente avalia os produtos e acompanha o comportamento do consumidor e do mercado, identificando oportunidades de melhoria e novos produtos. Na categoria de industrializados, a inovação também campeou em 2015, com o lançamento, pela JBS Carnes Brasil, de dezenas de produtos divididos em três categorias: supergelados, conservas e pouch. A de supergelados possibilita ao consumidor preparar somente a porção necessária, englobando produtos como o hambúrguer, kibe e almôndega. Já a categoria de conservas engloba carne enlatada, fiambre, feijoada, salsicha, patê e

Foto: Arquivo JBS

Especial

feijão. Por fim, o pouch, que inclui as saladas de legumes (incluindo versão com frango), feijão, carne cozida - tiras ou cubos -, carne com mandioca, fraldinha cozida e carne desfiada. Friboi, uma marca à parte - uma das principais marcas da JBS, a Friboi, em 2015, obteve avanços expressivos na avaliação do consumidor, crescendo nove pontos percentuais em conhecimento, dez em consideração e nove em preferência. Desde 2013, a empresa tem desenvolvido um amplo trabalho de comunicação para mostrar como seu produto se diferencia em relação à concorrência, devido à boa procedência da matéria-prima. Todos esses produtos são distribuídos nos canais varejo, atacado e food service.


Especial

Zebra

Governança Corporativa

Ser o melhor naquilo que se propõe a fazer com transparência e ética é o que norteia as atividades da JBS; diante disso, a companhia busca constantemente adotar as melhores práticas de governança corporativa, visando a manter o equilíbrio adequado na alocação de direitos, poderes, obrigações e responsabilidades. A estrutura de governança corporativa da JBS é responsável pela definição de estratégias de investimentos, pela tomada de decisões e pelo monitoramento da relação da companhia com os acionistas e demais públicos estratégicos, o que assegura a contínua geração de valor e as condições de desenvolvimento sus-

tentável dos negócios. Já os colaboradores estão orientados a realizar suas atividades com ética, transparência e foco nos resultados, em consonância com a cultura da empresa e o Manual de Conduta Ética da companhia. A plataforma de produção global da JBS, sempre focada na gestão com excelência operacional, permitiu à empresa obter bons resultados durante 2015. O ano foi marcado por importantes avanços na estratégia da JBS, quando a companhia fortaleceu suas operações em importantes regiões produtoras de alimentos no mundo e diversificou o seu portfólio, agregando cada vez mais valor aos produtos, com marcas fortes e reconhecidas pelo mercado.

“A Zebra, líder global em soluções e serviços que fornecem visibilidade em tempo real de ativos, pessoas e transações das organizações e a 4Next, integradora líder em soluções de automação, com mais de 20 anos de experiência, atuam em conjunto na JBS em diversos projetos de mobilidade e coleta de dados, reduzindo custos, aumentando a segurança e melhorando a confiabilidade dos processos da empresa.“ Vanderlei Ferreira - country manager da Zebra Technologies no Brasil

ADTsys

“Aceitamos o desafio de levar às nuvens uma empresa que desempenha um trabalho de excelência, como é a JBS. É completamente gratificante poder se unir a uma empresa inigualável como esta. Sentimo-nos muito honrados em ser a empresa escolhida pela JBS para este imenso desafio, o que mostra nosso seríssimo trabalho como empresa de Cloud Computing!” Pascoal Baldasso - CEO





PESQUISA

POTENCIAL

C E L S O D O N I / CO R D E L I M A G E N S

Fábrica da Braskem tem capacidade para a produção de 200 mil toneladas do polímero por ano

O PLÁSTICO PODE SER MAIS “VERDE”, SIM! Empresas apostam no desenvolvimento dos biopolímeros produzidos a partir de fontes renováveis e com impacto reduzido no meio ambiente

E

le é versátil, pode ser utilizado na fabricação de inúmeros itens e ainda pode ser reciclado. Mas, nos últimos anos, passou também a ser fonte de preocupação para empresas, governos e ambientalistas. Apesar de ser reciclável e se decompor na natureza, o plástico leva mais de

100 anos até desaparecer definitivamente do meio ambiente. Em um mundo onde habitam mais de 7,5 bilhões de habitantes, é tempo demais. Pensando nisso, muitas empresas passaram a investir em pesquisa e tecnologia para desenvolver alternativas mais sustentáveis, que tivessem a mesma eficácia na aplicação de produtos, mas

impacto ambiental menor. A pioneira nesse segmento foi a brasileira Braskem. Tudo começou quando a companhia iniciou os estudos para desenvolver um tipo de plástico que ao invés de usar o nafta derivado do petróleo, utiliza o eteno produzido a partir da canade-açúcar. “O biopolímero da Braskem é resultado de um projeto de pesquisa e desenvolvimento que recebeu cerca de US$ 5 milhões em investimentos”, revela o diretor de químicos renováveis da empresa, Gustavo Sergi. O produto que é reciclável, mas não biodegradável, foi lançado no mercado brasileiro em 2010 e, segundo a empresa, cada tonelada do plástico produzido, levando em conta todo o ciclo de fabricação, captura do meio ambiente 2,78 toneladas de CO2. | 75


PESQUISA

O biopolímero da Braskem é resultado de um projeto de pesquisa e desenvolvimento que recebeu cerca de US$ 5 milhões em investimentos. GUSTAVO SERGI, DIRETOR DE QUÍMICOS RENOVÁVEIS DA EMPRESA 76 |

M AT H I A S C R A M E R / T E M P O R E A L F OTO. C O M

Seis anos após o lançamento, a empresa tem capacidade para produzir 200 mil toneladas do polímero por ano, utilizando 65 mil hectares de cana, o equivalente a 0,02% das terras agricultáveis do Brasil. Por ter as mesmas características físicas do plástico convencional, pode ser utilizado em diversos segmentos da indústria. “Devido às suas características técnicas e de processabilidade, o polietileno verde é hoje o plástico mais utilizado do mundo”, afirma Sergi. Atualmente, mais de 80 grandes companhias utilizam o produto dentro e fora do Brasil, como é o caso da Tramontina, Johnson & Johnson, Tetra Pak, Kimberly-Clark, Estrela, L´Occitane, Nestlé, Premier Pet, O Boticário, Natura até a Nasa, que por meio da empresa Made in Space, alocou a primeira impressora 3D do mundo no espaço, para a produção de peças e ferramentas de plástico na Estação Espacial Internacional (ISS).


SACOLAS PLÁSTICAS CONVENCIONAIS X BIODEGRADÁVEIS Entenda os impactos da cada uma delas para o meio ambiente no descarte de lixo orgânico

CONVENCIONAIS

BIODEGRADÁVEL

Petróleo

PRODUÇÃO

Material orgânico

Entre 100 e 500 anos

TEMPO DE DECOMPOSIÇÃO

Em média 60 dias

Como não se decompõe, acumula no meio ambiente

DESCARTE

Por ser biodegradável, desaparece completamente após dois meses

RECICLAGEM

Após o descarte, juntamente com o lixo orgânico, gera fertilizantes de baixo custo para a agricultura

Reciclagem exige separação manual dos materiais, um processo trabalhoso e caro Fonte: Basf

D I V U LG A Ç Ã O

Com a demanda crescente por alternativas mais susRECICLÁVEL tentáveis, ouSaco com o tras empresas biopolímero à base de cana-de-açúcar também vêm da Braskem e sacola investindo pebiodegradável da sado no deBasf, produzida a senvolvimento partir do milho de novas tecnologias, como é o caso da Basf. A companhia colocou no mercado brasileiro em 2006 o ecovio®, um polímero que tem 40% de sua composição à base de fontes renováveis, já que é fabricado com o PLA, um plástico à base de milho desenvolvido pela empresa. Na Europa, a companhia trabalha para aumentar o percentual de material renovável do produto nos próximos anos. “Esse produto pode ser biodegradado por microorganismos e suas enzimas”, explica o coordenador responsável pelos negócios de biopolímeros da BASF na América do Sul, Mario Cerqueira.

Uma das vantagens desse tipo de produto está no tempo que leva para se decompor na natureza. Segundo Cerqueira, os plásticos biodegradáveis podem se decompor por completo em seis meses, tempo infinitamente menor ao do plástico convencional. Justamente por essas características, o ecovio já é utilizado para a fabricação de sacolas plásticas e copos biodegradáveis. Para Cerqueira, a grande vantagem do uso do ecovio® é a redução de impactos ao meio ambiente, já que, ao final de sua vida útil, o plástico se transforma em água, CO2 e adubo. “Isto reduz de forma significativa o descarte em aterros sanitários e lixões, gerando um adubo que pode ser utilizado em pequenas propriedades agrícolas e nos parques da cidade, por exemplo”, explica o executivo. Além disso, o produto também é uma alternativa eficaz no gerenciamento de lixo orgânico, já que, por suas características de decomposição, não precisa ser separado para ser reciclado posteriormente. Com os bons resultados obtidos com o ecovio plástico, a companhia começa a trabalhar também com a espuma ecovio, com características biodegradáveis, voltadas para a proteção e transporte de produtos frágeis. Apesar das vantagens, esse tipo de produto custa de duas a três vezes mais se comparado ao plástico convencional, algo que, segundo Cerqueira, deve mudar nos próximos anos. “Com o aumento de escala das aplicações, será possível uma diferença menor destes preços, na ordem de somente 25% a mais. No entanto, ainda que o produto biodegradável seja mais caro que o convencional, ele apresenta benefícios imensamente maiores”, pondera. | 77


Automóveis

Automatização

Pintura limpa Com inovações desenvolvidas no Brasil, a Volkswagen reduz impacto ambiental na pintura de seus automóveis

E

m um momento em que se debate o uso consciente do automóvel, as montadoras investem em inovações sustentáveis para aumentar a produtividade. Uma destas tecnologias envolve o processo de pintura dos carros. Nos anos 90, os fabricantes de tinta automotiva apresentaram soluções à base d’água para substituir as tintas que utilizavam solventes prejudiciais ao meio ambiente em sua composição. A pintura do veículo tem funções não só estéticas. Ela é responsável pela proteção da carroceria. As tintas

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utilizadas hoje possuem na fórmula 80% de água com pigmentos e 20% de verniz. A cor é um pigmento sem brilho, para alcança-lo é usado o verniz, que também protege contra os danos que a exposição às intempéries climáticas pode causar na lataria. Para chegar ao resultado esperado, são efetuadas várias etapas ao longo da linha de pintura que vão além da simples aplicação de tinta. Desde 2013, a fábrica da Volkswagen em Taubaté utiliza o sistema de pintura verde, que usa tinta à base d’água e um sistema moderno de limpeza do ar da cabine de pintura do automóvel. O processo ecológi-

Robôs fazem a pintura da carroceria e asseguram uniformidade da pintura co reduz 30% do consumo de energia elétrica e também 20% do consumo de água por unidade produzida. “A iniciativa está em linha com o programa mundial da Volkswagen ‘Think Blue. Factory.’, que tem a meta de reduzir em 25% os consumos de água e energia, a destinação de resíduos do processo produtivo a aterros e as emissões de CO2 e de solventes até 2018 (em relação a 2010), em todas as fábricas da Volkswagen no mundo”, diz Celso Placeres, diretor de Engenharia de Manufatura da empresa no Brasil. “Para conquistar essas metas, incentivamos nossa equipe a cola-


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borar com ideias para o uso e uso de novas tintas com Técnica de Limpeza cada vez mais eficiente de a aplicação de filtro solar na da Cabine de Pintura recursos, além de investir própria fórmula. A espessuem processos e equipara correta de tinta no final 1 mentos mais inovadores”, do processo é garantida peCabine acrescenta. los 110 robôs, que, além de de Pintura O procedimento é feito automatizarem a pintura, usando um transportador fazem a medição a laser da de carroceria. O equipacamada final aplicada. mento permite girar a carOutra grande inovação caça do carro 360° dentro nesta linha de pintura é o 2 do tanque para realizar o scrubber, técnica de limpeOverspray – processo de pintura eleza do ar circulante na câmapartículas de tinta que não trolítica (KTL), que assegura de pintura, que rendeu a aderiram à ra que a tinta anticorrosiva Volkswagen uma patente carroceria 2 penetre em toda superjunto ao Instituto Nacional fície, inclusive nas partes de Propriedade Industrial 3 ocas. Nesta fase, a carroce(INPI). Com ele foi possível Mantas de ria está ligada a um polo reduzir em 73% os impacfibra de vidro elétrico de corrente negatos ambientais (relacionaou polímero tiva enquanto eletrodos de dos ao aquecimento global corrente positiva são mere formação de chuva ácigulhados no tanque. Isso da) na região em que está cria um campo elétrico, instalado e diminuir 40% que faz com que as partes da geração de resíduos no sólidas da tinta sejam atraídas pela processo. Desenvolvido por técnicarroceria, tendo assim uma aplicacos da própria fábrica, o scrubber ção uniforme. Após este mergulho, absorve o overspray (nome dado o carro é lavado com água desmiao resíduo de tinta que fica no ar) neralizada e então segue para secar através de 22 filtros de fibra de vina estufa a uma temperatura de dro ou polímero, sem utilizar água 200°C. Na sequência, a carroceria é ou energia eletrostática. A tinta levada para ser vedada, preparada e não absorvida pela carroceria fica limpa para receber a pintura na cor retida em mantas, formando uma escolhida. borra seca que é destinada a reutilização como fonte energética em coprocessamento. A aplicação da Se fosse uma linha de pintunova técnica gerou uma economia ra tradicional, a carroceria passaria de 6,5 milhões de reais no primeiro por uma fase chamada Primer, uma ano, além de elevar a capacidade camada de tinta que tem por objede produção de 1.000 para 1.300 tivo garantir uma superfície lisa e veículos/dia no mesmo período. aplicação de filtro solar ultravioleta “A tecnologia desenvolvida pelos nos carros. Nesta etapa, uma cabine nossos profissionais está se torespecífica realizava os processos de nando referência para outras unipreparação, limpeza e forno de sedades do Grupo Volkswagen, uma cagem. Na nova linha, o Primer foi vez que o novo conceito está em substituído pelo Primer Less, que estudo para ser implantado nas cagarante a qualidade por meio de bines de pintura de outras fábricas outros procedimentos ao longo da Marcos Aparecido Ruza, do Grupo Volkswagen no exterior”, produção: chapa metálica de mediretor da fábrica destacou Marcos Aparecido Ruza, lhor qualidade, polimento adicioda Volkswagen, em Taubaté diretor da fábrica de Taubaté. nal, revestimento eletrostático liso

A tecnologia desenvolvida pelos nossos profissionais está se tornando referência para outras unidades do Grupo Volkswagen e está em estudo para ser implantada no exterior.

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Construção

Soluções ecoeficientes

Projeto que alia conforto e autonomia torna-se referência para casas e empresas sustentáveis

A

presentar soluções impactantes e aplicáveis foi o desafio vencido pela Casa Aqua, um dos destaques da edição 2016 da Casa Cor São Paulo. O projeto, referência de residência sustentável idealizado pela Inovatech Engenharia, contou com um sistema de integração de tecnologias implantado pela AZ Energy, que garantiu a geração de energia limpa aliada ao consumo inteligente. A energia produzida por placas solares fotovoltaicas pode fazer com que a despesa convencional, via concessionária, seja de apenas 5% — taxas obrigatórias impedem que esse valor seja zero. Um investimento que se paga em no máximo oito anos e que pode ser ainda mais eficiente se integrado à torre eólica. “Se o imóvel estiver em uma área propícia, o sistema eólico pode ser complementar às placas solares. Assim, aproveita-se uma noite com ventos e, de dia, as placas funcionam a todo vapor”, explica Junior Miranda, diretor da AZ Energy. Na outra ponta dessa conta, um sistema de automação integra iluminação e aparelhos eletrônicos na palma da mão. Via aplicativo, é possível controlar dispositivos remotamente, como desligar uma lâmpada de qualquer lugar, pelo tablet ou smartphone. E, principalmente, monitorar em tempo real a energia limpa gerada e gasta. A conta de luz de uma casa com esse sistema de acompanhamento pode vir até 30% menor. “O grande objetivo dos

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clientes é gerar facilidades, comodidade. A automação também economiza tempo, além de proporcionar experiências agradáveis em família”, comenta Miranda. Ele reforça que essas soluções também podem ser implantadas em imóveis já construídos, sobretudo para otimizar o consumo de ambientes empresariais. “A diferença é a tecnologia envolvida. Se o cliente não quer quebrar a casa pronta, usamos tecnologia wifi. Quando está ainda no projeto, é sempre melhor usar cabeamento, pois é mais seguro e eficiente”. Outro conceito inovador apre-

sentado na Casa Aqua foi o carregador de carro elétrico, também abastecido com a energia solar. Por mais futurista que o equipamento possa parecer, o diretor da AZ Energy reforça sua tese de que o futuro é agora: a empresa já instalou mais de cem carregadores Brasil afora. Estima-se que a frota de carros elétricos no País será de até 40 mil unidades em 2020, segundo a Associação Brasileira do Veículo Elétrico. A infraestrutura de recarga é exatamente a chave para esse número aumentar.

Economia e consciência Os módulos verdes aparentes na fachada da casa são cisternas multifuncionais: podem armazenar água coletada da chuva, reaproveitada da máquina de lavar ou ainda aquela desperdiçada no início do banho, quando se aguarda o aquecimento. Usando essas três práticas juntas, uma família de quatro pessoas pode economizar cerca de 50


mil litros de água por ano, segundo Majory Imai, sócia-diretora da Waterbox, que implantou o sistema. De fácil instalação, os reservatórios (cada um com capacidade de 97 litros), se colocados em altura adequada, abastecem por gravidade os vasos sanitários, dispensando o uso de bombas — outra solução sustentável. “Posso dizer que três quartos de nosso público são pessoas conscientes, que querem adotar práticas coerentes com o que defendem. Com a crise hídrica, muita gente se deu conta de que é possível fazer uma grande economia de água, esse recurso finito e escasso”, destaca Imai.

Construção vem com carregador de carro elétrico. Brasil terá 40 mil unidades em 2020, segundo a associação do segmento

Custo-benefício a longo prazo Criada em 2008, a Casa Aqua conseguiu migrar do status de conceito para realidade. “Ao longo dos anos, fomos fazendo esforço junto com nossos parceiros para tornar essa casa cada vez mais acessível, para

que as pessoas possam ter contato com uma sustentabilidade aplicada, entender e levar para casa”, afirma o engenheiro civil Luiz Henrique Ferreira, diretor da Inovatech. Depois de versões anteriores com materiais alternativos, o grande trunfo da proposta apresentada na Casa Cor foi usar o concreto. Assim, abandonou-se a crença de que o “conceito verde” deveria confrontar esse material usado na construção tradicional. “É possível fazer uma casa sustentável em concreto, desde que não haja desperdício. Defendemos a construção industrializada,

que tem um grande investimento em planejamento, de modo que a execução seja rápida e limpa. Resolvemos todas as interferências de instalações antes para que a obra seja simplesmente uma montagem e não precise quebrar nada depois”, explica Ferreira. Foram usadas placas de concreto pré-fabricadas com ligações parafusadas, que dispensam pilares e vigas e permitem ampliação, agregando novos módulos — ou ainda desmontagem, transporte e montagem em outro lugar. Outro diferencial é a fachada ventilada, que cria um colchão de ar entre a estrutura e o acabamento externo, provocando conforto térmico e evitando a umidade no ambiente interno. Nessa cruzada de convencimento, o engenheiro aponta que o grande paradigma é informar o mercado que construção não se compra por metro quadrado, mas por custo ao longo da vida útil do empreendimento. “Na construção sustentável, o dinheiro é melhor empregado. É evidente que o metro quadrado de alvenaria custa mais barato do que o método industrializado. A questão é que as pessoas ainda preferem pagar todo esse fluxo de resíduos do que investir em planejamento. É preciso considerar o conforto e o custo de manutenção”.

Casa Aqua

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Destaque no Casa Cor 2016, edificação conta com placas solares (foto da direita) e sistema eólico

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A le x an d r e M a r chetti

Energia

Raio X do setor energético Energia hidráulica continua na liderança, mas aumenta a participação de fontes renováveis, como a eólica e a solar

O

Brasil sempre teve uma matriz energética limpa com a predominância da energia hidráulica, que hoje responde por 64%. Aliado a isso, de 2014 para 2015, a participação das energias renováveis (biomassa, eólica e solar) na matriz energética brasileira cresceu 7,2%, segundo dados da Empresa de Pesquisa Energética (EPE). “Nós temos uma diversidade que poucos países têm. Na Amazônia, temos água. Na região Nordeste, o potencial eólico por conta dos ventos é enorme. Na região Sudeste e Centro -Oeste, temos a biomassa e o Brasil

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é ensolarado e tem capacidade de gerar energia solar no País inteiro”, diz Adriano Pires, diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE) Só para se ter uma ideia, o setor sucroenergético gerou 20,4 TWh em 2015. “Ofertamos 23% da geração de Itaipu, mas o nosso potencial é de 129 TWh, o equivalente a uma Itaipu e meia ou três usinas Belo Monte”, diz Zilmar de Souza, diretor de bioeletricidade da União da Indústria de Cana-de-Acúcar (Unica). Na opinião do diretor do CBIE, a solução para o setor passa por uma política energética regionalizada, valorizando a vantagem comparativa de cada região. Assim, a energia pode vir a ser mais

barata, porque as linhas de transmissão serão menores, diminuindo as perdas. “Historicamente sempre tivemos uma geração de energia centralizada, com linhas de transmissão de longa distância, que vem do Paraguai para o Sudeste, da Amazônia para o Sudeste”, explica Pires. Um incentivo à descentralização veio em 2012 com a resolução 482 da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), que regulamentou a chamada geração distribuída. A decisão permite que residências, comércios e indústrias instalem seu próprio sistema de geração de energia e compartilhem o excedente com a rede. A medida incentiva


Energia Solar

Energia Limpa

Hidrelétricas são o carro-chefe da matriz energética brasileira

as alternativas renováveis, que tem o problema da inconstância. A energia eólica depende de ventos; a solar, de sol; a biomassa de canade-açúcar só produz energia na safra; e as Pequenas Centrais Hidréletricas (PCHs), conhecidas como fio d’água, só geram energia no período das chuvas. “Para o Brasil não ficar refém do clima é preciso uma transição para diminuir a intermitência e esta transição, ao meu ver, tem que ser feita com térmicas a gás natural”, diz Pires. “Você colocaria algumas usinas a gás natural na base do sistema, gerando uma certa quantidade de energia 365 dias por ano. Elas serviriam de backup para as fontes intermitentes”, explica. A seguir, alguns cases de empresas que tem contribuído com a matriz energética nacional.

Num país tropical como o Brasil, a energia solar tem um grande potencial. Mas ainda é um mercado pouco explorado. O segmento representa menos de 0,2% da matriz energética nacional. Até 2012, o maior empecilho era o custo. “Os sistemas tinham um valor alto porque necessitava de baterias para captar a energia excedente”, diz André Gaia, CEO da Empresa Brasileira de Energia Solar (Ebes), uma das maiores do setor, que tem por trás fundos de investimentos como Ecos, Pragma e TPG. O problema das baterias que oneravam a energia solar foi resolvido com a resolução 482 da ANEEL, que estabeleceu as regras da geração distribuída, termo usado para definir a energia elétrica gerada pelo próprio consumidor a partir de fontes renováveis. A norma permite que estes sistemas sejam conectados à rede. No final do mês, a pessoa paga à distribuidora apenas a diferença entre a energia gerada e a consumida da rede de distribuição. A partir desse momento, os custos caíram 40%. “Além disso, fabricantes internacionais obtiveram grande escala em nosso mercado e tornaram os preços mais competitivos”, diz Gaia. A EBES foi uma das beneficiadas. Criada em 2010, incialmente o foco da empresa era projetos especiais de grande porte, usinas de energia solar fotovoltaica. No ano seguinte, ela expandiu para o mercado corporativo. “Em 2012, construímos a Usina de Tanquinho para a CPFL em Campinas, até então, a maior usina fotovoltaica do Brasil, com 1mWp, diz o CEO. A expansão continuou em 2015 com o ingresso no mercado residencial. Nestes seis anos de existência, a empresa fez mais de 400 instalações. “A EBES possui contratos 3mWp em usinas e mais de 2mWp instalados, que produzem aos seus clientes 240mil kW/h mês, divididos

Em Caetité existe uma sinergia entre as energias eólica e solar. Enquanto os ventos sopram à noite, a irradiação solar atinge seu pico durante o dia. Essa combinação reduz o período ocioso dos sistemas e aumenta a eficiência. Carlos Figueiredo, diretorpresidente da Renova Energia

em usinas e projetos corporativos e residenciais”, acrescenta. O funcionamento do sistema é simples. Os painéis fotovoltaicos reagem com a luz solar e a transformam em energia fotovoltaica, que é convertida em energia elétrica. O único inconveniente é a intermitência, em função dos dias sem sol. “Os projetos da Ebes para o mercado residencial são dimensionados para gerar a energia necessária para o consumo imediato e créditos para os momentos noturnos ou de baixa solarização”, explica Gaia. O CEO não revelou valores, mas disse que em cinco anos o cliente tem o retorno do investimento e – por 25 anos – a Ebes garante a performance do sistema. Em termos de energia solar, o mercado brasileiro ainda é tímido, com 1,5GW instalado. “O país refe| 83


Energia

A força dos ventos

A lu Ì sio M o r ei r a / S E I

Região Nordeste é a principal produtora de energia eólica, segmento que representa 3,5% da matriz energética brasileira

rência é a Alemanha, com mais de 40 GW instalados e 20% da matriz energética atendida por energia solar. Mas o pior ponto de geração no Brasil é melhor do que o melhor ponto de geração na Alemanha”, finaliza Gaia.

Diversidade A Renova Energia, como o próprio nome já diz, tem no seu DNA ser uma empresa de energia renovável. Sua história teve início em 2001 com a implantação de três Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) nos municípios de Itamaraju, Jucuruçu e Vereda, no sul da Bahia. Os três empreendimentos, que entraram em operação em 2008, formam o complexo hidrelétrico Serra da Prata – ESPRA com capacidade instalada de 41,8 MW. “As PCHs são uma alternativa de baixo impacto ambiental em um momento que se discute os impactos socioambien84 |

Em energia solar, o país referência é a Alemanha, com mais de 40 GW instalados. O pior ponto de geração no Brasi é melhor do que o melhor ponto de geração na Alemanha. André Gaia, CEO da Empresa Brasileira de Energia Solar (Ebes)

tais causados pelas grandes hidrelétricas”, diz Carlos Figueiredo, diretor -presidente da Renova Energia. Em 2009, a empresa participa do primeiro leilão destinado à energia eólica e sai vitoriosa. Como consequência, coloca em pé o complexo eólico Alto Sertão I, um dos maiores da América Latina com 14 parques eólicos, que comportam 184 aerogeradores e 294 MW de capacidade instalada no sudoeste baiano. A obra ficou pronta em 2012, mas o Alto Sertão I só começou a operar em 2014 devido a atrasos na construção das linhas de transmissão. Hoje, a empresa tem em funcionamento o Alto Sertão I e II composto por 15 parques eólicos com capacidade instalada de 386,10 MW, energia suficiente para abastecer uma cidade com cerca de 1,9 milhão de habitantes. A expansão continua com o complexo Alto Sertão III, que terá capacidade instalada de 400 MW e está em implantação. Na vanguarda, a empresa deve começar a operar um dos primeiros complexos híbridos de energia solar e eólica no próximo ano. O projeto de R$ 108 milhões fica em Caetité, no sudoeste da Bahia, e é composto por mais de 19 mil placas fotovoltaicas e dois parques eólicos com 8 aerogeradores e capacidade instalada de 21,6 MW, com uma geração média de 12 MW – energia equivalente ao consumo de uma cidade com 130 mil pessoas. A região é conhecida como “mina de ouro” devido à qualidade dos ventos e estudos apontaram que o local é excepcional para a geração de energia solar por apresentar uma intensa irradiação. “Em Caetité e em municípios vizinhos, existe uma sinergia entre as energias eólica e solar. Enquanto os ventos mais fortes sopram à noite, a irradiação solar atinge seu pico durante o dia. Essa combinação reduz o período ocioso dos sistemas e aumenta a sua eficiência, o que torna mais competitivo o custo de MW gerado”, explica o diretor-presidente. O empreendimento pode se tornar um divisor de


águas para o setor elétrico, uma vez que está impulsionando a ANEEL a criar uma legislação específica para projetos híbridos.

Coprocessamento

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Trata-se do uso de resíduos sólidos em substituição a combustíveis fósseis, como carvão mineral, gás natural e coque de petróleo em fornos de cimento. A tecnologia é utilizada por diversas empresas, entre elas, a InterCement, companhia brasileira de cimentos com atuação em sete países. “Ao mesmo tempo que destrói um resíduo que polui o meio ambiente, você usa a energia contida nele para gerar calor e fazer clinquer [mistura de minerais que é a base do cimento]”, diz Francisco Leme, diretor de coprocessamento da empresa. Há vários materiais que podem ser usados: resíduos industriais, de

fábricas de automóveis, de petroquímicas, de indústrias de plásticos, de agroindústrias e lixo urbano. Mas a matéria-prima mais utilizada são os pneus velhos. “O grupo já queimou mais de 160 milhões desde o início da atividade”, diz o diretor. A indústria de cimento usa o coprocessamento para duas finalidades, como fonte de energia e como matéria-prima para a fabricação do clinquer. No caso dos pneus, eles são triturados, a parte da borracha vira combustível nos fornos de cimento, enquanto a trama de aço dos arcos substitui o minério de ferro no clinquer. Essa é uma grande vantagem, ao invés da InterCement comprar minérios para o clinquer, ela aproveita aqueles contidos em resíduos que teriam por destino os aterros sanitários. Desde que começou o coprocessamento, a empresa destruiu 5,5 milhões de toneladas. “Isso nos permitiu evitar o consumo de 2,5 milhões de toneladas de coque de

Soluções Energéticas

petróleo, o equivalente para uma termelétrica gerar energia a uma cidade de 5,5 milhões de pessoas durante um ano”, explica Leme. “Em termos ambientais, é melhor você queimar resíduos do que combustíveis fósseis”, acrescenta. Segundo a política brasileira de resíduos sólidos, nenhum material cujo potencial energético não tenha sido utilizado poderia ir para o aterro. Mas, na prática, isso está longe de ser cumprido. Na Europa, que tem leis parecidas com as do Brasil, eles criaram a taxa do aterro, um imposto que permite que empresas e sociedade invistam em soluções alternativas mais baratas. Quem quiser destinar lixo aos aterros terá que pagar ao dono do local e a taxa do governo. “Consequência disso, nós coprocessamos em Portugal resíduos vindos da Inglaterra. Compensa para eles preparar o resíduo, colocar no navio e nos mandar, sai mais barato que a taxa”, diz Leme. A InterCement tem 10 plantas de coprocessamento e processa 725 mil toneladas de resíduos em seus fornos, o que corresponde a 23% da energia que precisa. “Nossa meta é atingir 50% globalmente até 2023”, finaliza o diretor.

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Francisco Leme, da InterCement (acima), empresa que faz coprocessamento e Carlos Figueiredo, da Renova Energia, que está à frente do projeto híbrido de energia solar (abaixo) e eólica

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pa g a m e n to p o r s e r v i ç o s a m b i e n ta i s

Rondônia

Cachoeira próxima à reserva Rio Preto-Jacundá (dir.), moradores em reunião com a Biofílica

Regulamentação impulsiona setor de serviços ambientais Empresa da área, Biofílica vê na implementação do Acordo de Paris a oportunidade de chegar a 5 milhões de hectares em seus projetos REDD+ até 2020

O

jogo começou ag or a. É as s i m que Plínio Ribeiro, diretor executivo da Biofílica I nve s t i m e n to s Ambientais, define o momento atual de seus negócios. A empresa oferece serviços ambientais e, mesmo sem possuir propriedades, ajuda a conservar as florestas brasileiras através do mercado de carbono em seus projetos de Redução de

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Emissões por Desmatamento e Degradação (REDD+) ou de compensação de Reserva Legal. Direto de Marrocos, onde participava da 22ª Conferência do Clima, Ribeiro explicou a mudança. “Saímos de uma discussão em que as estrelas da festa eram os negociadores e diplomatas para uma em que são as empresas, as ONGs e a sociedade civil que discutem e demonstram as possibilidades de implementação do que foi acor-

dado a nível internacional. É como se o jogo começasse agora, até então estávamos definindo as regras.” Este foi o primeiro encontro depois do Acordo de Paris, ratificado por 113 países e em vigor desde novembro. O pacto prevê chegar em 2100 com a emissão de Gases de Efeito Estufa (GEE) compensada, descarbonizando a economia. A Biofílica é uma das maiores empresas do Brasil em projetos REDD+. Nesta frente, ela desenvolve projetos em 1,2 milhão de hectares da floresta Amazônica e quer chegar a 5 milhões em 2020. “Estamos prontos para aumentar nossa capacidade de gestão de florestas”, afirma. “O que precisamos é dessa demanda com mais liquidez”, acrescenta. Quando iniciaram os negócios em 2008, Ribeiro e os sócios sabiam que o investimento era a longo prazo. “Só de um ano e meio para cá vieram as primeiras safras de carbono e começamos a ter os primeiros resultados financeiros”, conta. Mas o momento é propício com a ratificação do Acordo de Paris. Conhecido como Pagamento por Serviços Ambientais, o PSA é quando recursos são destinados aos


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agentes que trabalham na conservação do ecossistema e pode ter diversos perfis. É o caso do Bolsa Verde, programa do poder público voltado para famílias em extrema pobreza, que vivem em áreas relevantes ambientalmente. Embora previsto no Novo Código Florestal, o PSA não tem regulamentação federal. O Projeto de Lei 792, que o definiria, está em discussão nas comissões da Câmara desde 2007. No caso da Biofílica, o PSA surge nos investimentos em que uma das pontas recebe pela manutenção da mata nativa.

A floresta em campo Cuidar das florestas é sinônimo de negócios em crescimento para a Biofílica. “[Com a escassez dos recursos naturais] é natural que estas atividades passem a ter cada vez mais valor e este mercado vá se expandir”, defende Ribeiro. Embora o desmatamento na Amazônia

Legal tenha diminuído 78% desde 2004, a taxa anual cresceu 24% entre agosto de 2014 e julho de 2015 em comparação ao período anterior (PRODES/INPE). Rondônia é o segundo estado mais desmatado. Lá, a Biofílica desenvolve dois de seus cinco projetos REDD+, também presentes no Pará, Amapá e Amazonas. O mecanismo consiste em desenvolver um projeto junto a proprietários ou comunidades em áreas de pressão por desmatamento. A renda dos créditos de carbono é reinvestida em atividades de manejo florestal e na manutenção da mata nativa. Cada hectare preservado evita a emissão de uma tonelada de carbono por ano, produzindo os créditos, dos quais metade é vendida para fora do Brasil na faixa de US$ 5.

Projeto de lei que definirá o Pagamento por Serviços Ambientais está parado na Câmara dos Deputados

Enquanto não houver uma regulamentação que crie um teto de emissões, o grande desafio é fazer o “negócio vingar num mercado voluntário”, sem precificação para o ofertante. Hoje, as empresas escolhem adquirir créditos por antecipação às normas ou por uma questão de imagem da marca. É justamente a regulamentação que abriu caminho para outra frente da Biofílica, a compensação de Reserva Legal. O Novo Código Florestal, aprovado em 2012, passou a permitir que o proprietário rural, que não possui mata nativa na porcentagem exigida pela lei, compense o déficit pagando a um outro que tenha excedente dentro do mesmo bioma. A Biofílica age como uma espécie de imobiliária. Ela possui um banco de 2,5 milhões de hectares em 20 estados brasileiros e em todos os biomas. Para o executivo, a demanda é natural com o Código. “Estamos falando de um déficit aproximado de 25 milhões de hectares.” E a cadeia está cada vez mais exigente. “Temos exemplos de clientes que foram arrendar terras para uma usina de álcool e ela exigiu que o proprietário fizesse a compensação do passivo dele”, exemplifica. Além da Biofílica, outros grupos também negociam a chamada Cota de Reserva Ambiental, como a Bolsa Verde do Rio de Janeiro (BVRio). Os serviços ambientais devem deslanchar com os avanços das negociações internacionais. No Acordo de Paris, o Brasil afirmou que pretende reduzir até 2030 as emissões de GEE em 43% abaixo dos níveis de 2005, além de restaurar e reflorestar 12 milhões de hectares de florestas. O que falta para o time brasileiro sair ganhando é acertar as regras dentro de casa e deixar os jogadores trabalharem: “Agora [é a hora de] olhar para dentro e ver onde estão as oportunidades, e a maior parte está no setor agroflorestal, nesta combinação entre proteger a floresta e ter uma agricultura e pecuária mais sustentável.” | 87


pecuÁria

Em pratos limpos Redes varejistas ampliam o sistema de monitoramento para assegurar ao consumidor que a carne bovina não é proveniente de áreas de desmatamento

A

pós implementar sistemas de monitoramento para garantir a compra de carne bovina 100% fora de áreas desmatadas, de territórios indígenas ou oriundas de trabalho análogo à escravidão na Amazônia, o Grupo Pão de Açúcar, Walmart e Carrefour buscam ampliar para outros biomas a rastreabilidade do produto comercializado em suas mais de cinco mil lojas espalhadas pelo Brasil. O controle de entrada da carne bovina entregue pelos frigoríficos – especialmente JBS, Marfrig e Minerva, os maiores do País – começa nas fazendas e termina no departamento de compras das redes varejistas. O plano agora é dar aos clientes acesso às informações contidas nos sistemas de monitoramento, além de expandir a rastreabilidade. “A expectativa é levar ao consumidor um grau de informações maior do que ele tem hoje”, diz Paulo Pianez, diretor de sustentabilidade e responsabilidade social do Grupo Carrefour Brasil. “Nosso objetivo é ampliar o monitoramento da criação de gado a outros biomas, como o Cerrado”. Segundo Pianez, a Plataforma de Pecuária Sustentável lançada em agosto está em fase final de implantação. O sistema monitora processos produtivos e práticas socioambientais permitindo rastrear 100% da carne bovina oriunda da Amazônia. Hoje o processo conta

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com a parceria de 22 fornecedores de carne in natura da região. A proposta é estender o monitoramento a todo o território nacional. “Para o primeiro semestre de 2017, aguardamos os mapas públicos do Cerrado – feitos por satélite via Governo Federal e Ministério do Meio Ambiente. Vamos ampliar as áreas de cobertura de acordo com o avanço tecnológico”, diz. O Carrefour também estuda viabilizar a transmissão de dados específicos do produto para o consumidor. A ferramenta não foi desenvolvida, mas poderá permitir que o cliente da rede identifique pelo celular a região onde foi criado o bovino que deu origem àquela carne. O monitoramento do Carrefour é possível graças a um software desenvolvido pela empresa paulista de gestão territorial, a AgroTools. A ferramenta cruza as informações contidas nos sistemas operacionais dos frigoríficos com os dados das fazendas que fornecem o gado de corte e com relatórios do IBAMA e do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). A partir daí, são identificadas áreas desmatadas ou embargadas, terras indígenas, unidades de conservação ou com uso de trabalho análogo à escravidão. “Com isso, acompanhamos rigorosamente a origem da carne bovina de milhares de fazendas. E, caso haja alguma inconformidade, bloqueamos a compra até que o

pecuarista regularize a sua situação”, explica o diretor de sustentabilidade do Carrefour. “Isso reforça o compromisso global do grupo com o Desmatamento Zero até 2020”, diz. Outra rede varejista comprometida com a sustentabilidade é o Grupo Pão de Açúcar (GPA). Maior rede do País, o GPA distribui em mais de 2 mil lojas o produto proveniente de 27 frigoríficos e processadores de carne. Como o Carrefour, ele possui em seu portfólio os três maiores frigoríficos do País – JBS, Marfrig e Minerva – que juntos abateram 12,6 milhões de bovinos em 2015. Desse volume, 70% tem origem na Amazônia, que compreende 410 milhões de hectares nos Estados da região Norte, Mato Grosso e parte do Maranhão. No

Averiguação

Ferramenta cruza dados das fazendas de gado com relatórios do IBAMA e Ministério do Trabalho para checar se não há irregularidades na propriedade


Neste contexto, em março deste ano, a política socioambiental de compra de carne bovina do GPA estabeleceu diretrizes e metas que balizam todo o processo de aquisição do produto em território nacional. “Trata-se de outro passo para aumentar a transparência em nosso processo de compra de carne”, diz Laura Pires, diretora de sustentabilidade corporativa do GPA. As bandeiras do grupo – Pão de Açúcar, Extra, Minimercado Extra e Minuto Pão – se comprometeram a fornecer

apenas carne bovina de origem responsável, que não esteja diretamente envolvida com o desmatamento, não tenha origem em fazendas que utilizam trabalho degradante e tampouco de áreas onde haja conflito por posse de terra, como áreas de conservação invadidas ou territórios quilombolas. Segundo Laura, o sistema de monitoramento desenvolvido pela empresa mineira de rastreabilidade, a Safe Trace, monitora 100% do volume de carne bovina comercializada. “Com isso, buscamos mitigar esses problemas socioambientais na cadeia da carne. No entanto, ao longo do processo de implementação da tecnologia, tivemos o desafio de explicar que queremos a inclusão de todos e não a exclusão”, diz Lau-

Pecuária passada a limpo

Confira as operações dos principais frigoríficos na Amazônia JBS, Minerva e Marfrig Abatem juntos

12,6de bovinos milhões

70%

disso é proveniente do bioma

JBS Das 40 unidades frigoríficas

28

estão no bioma

111.605

operações de compra de gado foram realizadas

Marfrig Das 18 unidades frigoríficas

05

estão no bioma

11.254

operações de compra de gado foram realizadas

Minerva Das 07 unidades frigoríficas

06

recebem bovinos da Amazônia H a r o l do Pa lo J r .

bioma, há 80 milhões de bovinos, a maioria de raças zebuínas. JBS, Marfrig e Minerva mantém 39 plantas frigoríficas na região e realizaram mais de 135 mil operações de compra de gado no ano passado.

12.252

operações de compra de gado foram realizadas Fonte: Relatório de Compromisso Público da Pecuária (JBS/Minerva/Marfrig) / dados consolidados de 2015

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pecuÁria

Credibilidade

div u lga ç ã o

Supermercados querem garantir ao consumidor que a carne vendida nas lojas não provém de fazendas que desmatam

Pecuária na amazônia

O bioma compreende os Estados do Norte, Mato Grosso e parte do Maranhão São

410

milhões de hectares

80

milhões

de bovinos com taxa de ocupação de

1,4 cabeça por hectare

Fonte: GTPS (Grupo de Trabalho da Pecuária Sustentável)

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ra. “Basta produzir sem degradar”. Sendo assim, muitas propriedades tiveram que se adaptar às novas regras para ter o seu produto comercializado nos açougues do GPA. “As necessidades de adequações que mais se destacam são as de propriedades com embargos do IBAMA”, explica. Já para Luiz Herrisson, diretor de sustentabilidade do Walmart, essa transformação no processo de aquisição da carne bovina, bem como as adequações e a conscientização acerca da importância da preservação ambiental, são uma mudança cultural de longo prazo pela qual o País vem passando. “Entre 2000 e 2010, a pecuária figurava como a grande vilã do desmatamento”, diz Herrisson.

De acordo com o diretor de sustentabilidade, o Walmart investiu R$ 1 milhão no sistema de monitoramento e gestão de risco da carne bovina, que foi lançado em maio e monitora 75 mil fazendas. A plata-

forma, semelhante à utilizada pelo Carrefour e GPA, rastreia 100% das fazendas que fornecem carne aos frigoríficos com plantas na Amazônia. São 35 fornecedores, com destaque ao JBS, Marfrig, Minerva, Boi Forte e Master Boi. Ainda de acordo com Herrisson, além da gestão do risco por parte da empresa, a tecnologia promove mudanças positivas em toda a cadeia da pecuária bovina na Amazônia, especialmente em relação aos pequenos e médios frigoríficos. “Por meio do sistema, eles mudaram a forma de trabalhar, incluindo como condição na compra de gado os critérios socioambientais que antes não faziam parte da rotina operacional”, diz. “Isso nos motiva a avançar junto com a tecnologia e ampliar a abrangência do sistema para todo o País. Além de nos aproximar cada vez mais do consumidor através de nossa transparência”, pontua. Desde 2009, o Walmart vem desenvolvendo diferentes iniciativas com foco na pecuária sustentável, com atuação nos principais fóruns de discussão sobre o setor no País, por meio do Grupo de Trabalho da Pecuária Sustentável (GTPS), que envolve bancos, frigoríficos e varejistas. A rede é signatária do pacto pela erradicação do trabalho escravo do Ministério do Trabalho e, assim como o Carrefour e o Pão de Açúcar, também está desenvolvendo meios para levar mais informações ao prato do consumidor.




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