Visão SPO - Edição especial diária - 9 de dezembro de 2016

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A arte de inovar na terapêutica do glaucoma Os mais recentes avanços no tratamento médico e cirúrgico do glaucoma, bem como os aspetos a melhorar nestas áreas em Portugal, estarão em foco no Curso organizado pelo Grupo Português de Glaucoma (GPG), agendado para este sábado, entre as 16h00 e as 17h00, na sala 4 (Conventual). João Paulo Godinho

Dr. Luís Abegão Pinto, Prof. Carlos Marques Neves e Dr. João Cardoso. Ausente na foto: Dr.ª Teresa Gomes

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e acordo com o Dr. José Moura Pereira, oftalmologista no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) e coordenador do GPG, esta formação, intitulada «Novas terapias em Portugal», terá os olhos postos no presente e no futuro do combate ao glaucoma. «Vamos falar sobre o que se está a fazer neste momento em Portugal nas diversas áreas da cirurgia e do medicamento», promete o coordenador, que enaltece a diversidade das palestras. A primeira intervenção, com o tema «MIGS-XEN 45 implante de gel para o glaucoma», estará a cargo da Dr.ª Teresa Gomes, oftalmologista no Centro Hospitalar Lisboa Norte/Hospital de Santa Maria (CHLN/HSM). De seguida, o Prof. Carlos Marques Neves, oftalmologista no CHLN/HSM, irá falar sobre a realidade da prescrição de hipotensores em Portugal no ano de 2015. Já a apresentação «Ciclodestruição por ultrassons – como, quando e quem» será conduzida pelo Dr.

Luís Abegão Pinto, também oftalmologista no CHLN/HSM. Por fim, o Dr. João Cardoso, oftalmologista no CHUC, vai desenvolver o tema «Experiência com o Laser Class (EPNP) no glaucoma». Segundo o coordenador do GPG, entre os diferentes métodos cirúrgicos explicitados neste curso, destaca-se a trabeculectomia, na medida em que não implica invasão da câmara anterior do olho. Esta técnica tem ainda «menos complicações», uma vez que é minimamente invasiva. «Tentamos melhorar a todos os níveis, nos laboratórios, nos medicamentos, nos aparelhos e nas cirurgias, tendo como principal objetivo o que se deve ponderar para cada doente, porque nem todos reagem ou evoluem da mesma maneira», frisa Moura Pereira. No entanto, o coordenador do GPG salienta também que a opção pelos procedimentos mais inovadores tem os seus custos financeiros e que nem todos os centros os conseguem suportar. «Temos de pon-

derar o que cada centro pode fazer e perceber as vantagens a esse nível. Já se faz cirurgia não penetrante com qualidade em Portugal, sendo que o laser no glaucoma facilita o trabalho dos cirurgiões, uma vez que é muito mais simples do que a cirurgia não penetrante clássica», assegura. Apesar dos avanços, o aumento da incidência dos casos de glaucoma no nosso País é uma prova clara de que esta patologia necessita de maior atenção. «Cada vez mais, os colegas estão alertados e detetam-se os glaucomas cada vez mais cedo. No entanto, quase 50% dos casos passam despercebidos numa fase inicial», garante o oftalmologista do CHUC, lembrando ainda que a população deve ter especial cuidado a partir dos 40 anos de idade, face às alterações naturais causadas pelo envelhecimento. Contudo, José Moura Pereira quer levar o combate ao glaucoma para além das fronteiras da Oftalmologia. «As campanhas de sensibilização são sempre insuficientes para as que, na realidade, deveríamos levar a cabo. Além da população, devemos também alertar os colegas oftalmologistas e os médicos de família», remata.

Dr. José Moura Pereira (coordenador)

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