Revista Sancho Notícias nº 24

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FICHA TÉCNICA: TÍTULO Sancho Notícias sanchonoticias@gmail.com PROPRIEDADE Escola Secundária D. Sancho I Presidente CAP António Pereira Pinto REDAÇÃO Carolina Martins, Helena Torres, Isabel Costa Paula Azevedo DESIGN GRÁFICO Paula Azevedo CAPA Joaquim Silva DATA DE PUBLICAÇÃO Fevereiro de 2013 NÚMERO 24 PERIODICIDADE Semestral TIRAGEM 1000 Exemplares DISTRIBUIÇÃO Gratuita MORADA Avenida Barão da Trovisqueira 4760-126 V. N. de Famalicão Tel: 252 322 048 Fax: 525 374 686

http://www.esds1.pt E-mail: ce.es.d.sancho@ mail.telepac.pt


Editorial Portugalidade é o tema da nossa revista. Independentemente das considerações que possamos fazer sobre este conceito, temos de reconhecer que, nos tempos que correm, precisamos de deixar para trás a característica muito própria da mentalidade portuguesa que se traduz nas lamúrias, nas desculpas e no “deixa andar”. Hoje, como em muitos outros períodos da nossa história, o “engenho e a arte” dos portugueses será capaz de superar a crise. É nestes tempos de dificuldades que emerge o que de melhor há na nossa cultura e identidade. É nestes tempos que deixamos o individualismo que nos caracteriza, muitas vezes associado à inveja e à ostentação, e olhamos para nós como parte de uma comunidade que põe de lado a desconfiança e o conformismo, o “não vale a pena”, arregaça as mangas e, com ajuda mútua, supera as adversidades. Hoje, falar de Portugalidade é falar dos que partem para outras paragens não como derrotados, mas como aqueles que procuram melhores condições e com competências e capacidades que nos orgulham e que são fonte de sucesso. Os exemplos são muitos por esse mundo fora. Falar de Portugalidade é reconhecer que a aventura está nos nossos genes, que somos capazes de correr mundo e de mostrar abertura como nenhum outro povo o fez. É viver em qualquer canto do mundo perfeitamente integrado na respetiva cultura, mas mantendo sempre a sua identidade própria, reconhecível no legado cultural que faz questão de, religiosamente, preservar. Contrariamente ao que se passava há 40 anos, hoje não temos qualquer problema em afirmar a nossa nacionalidade. Nessa altura, fui emigrante e era muito difícil apagar a impressão miserabilista que a grande maioria dos nossos emigrantes deixava, fruto da falta de formação e do comportamento provinciano. Hoje, temos orgulho em dizer que somos portugueses, temos orgulho nos nossos ícones, nos produtos que exportamos, nos emigrantes de sucesso que temos. Hoje, temos empresas exportadoras que mostram como somos tão bons e capazes como os outros países. Falar de Portugalidade é reconhecer que somos um povo empreendedor, capaz de arriscar e de vencer todas as contrariedades e que não nos limitamos a ficar lamuriosamente agarrados ao saudosismo de outros tempos, supostamente melhores, nem à espera de um qualquer “sebastião” que por artes do destino nos tirará desta crise. E neste cantinho “à beira mar plantado” e saqueado? Não haverá esse orgulho de mostrar essa cultura e identidade ancestrais, que fazem de nós um povo sui generis, universalista, multicultural, aberto ao mundo e capaz de ombrear com os melhores? Claro que sim. Do Minho ao Algarve, passando pela Madeira e os Açores, temos muito de bom para mostrar e não apenas o sol e as ondas da Nazaré, mas não esqueçamos que “falta cumprir-se Portugal”. Será este espírito, a vontade e a força, aliada ao sonho e à esperança, que nos farão superar as adversidades do momento. O nosso agrupamento está em fase de implementação. Estamos a construir uma nova identidade, a desenvolver sinergias, a construir um futuro de sucesso. Também no nosso agrupamento temos muito de bom para mostrar, exemplo das nossas competências e capacidades, exemplo do trabalho que diariamente fazemos e valorizamos. Temos escolas dinâmicas, empreendedoras, abertas ao meio e, para além do mais, temos alunos capazes de nos surpreender sem o recurso aos malabarismos dos “efeitos especiais” que, muitas vezes, mascaram os resultados. Temos massa crítica na nossa escola para conti-nuarmos sendo os melhores. Imaginação e criatividade não lhes falta, assim como a vontade de vencer. Não esqueçamos nunca que, mesmo em tempo de crise, somos donos do nosso próprio destino, somos nós que o construímos. O nosso futuro não é mais do que o resultado do nosso passado. Poderemos mudá-lo, mas dentro dos limites da nossa experiência de vida e da capacidade que possamos ter para impor a mudança, a qual só será possível se, tal como Vasco da Gama, afirmarmos “manda a vontade, que me ata ao leme” (F. Pessoa, Mensagem). António Pinto (Presidente da CAP)

Nota Redatorial

No contexto de contrariedades em que vivemos, foi nossa intenção apresentar o reverso da medalha e salientar alguns aspetos que devem constituir motivo de orgulho em relação à nossa PORTUGALIDADE. Como tem sido habitual, a quantidade de artigos recibidos foi motivo de regozijo para a equipa. Contudo, por limitações de espaço, não foi possível publicar a totalidada dos trabalhos; pela mesma razão, alguns artigos tiveram de ser reduzidos, no entanto, foi nossa preocupação tentar não os alterar na sua essência.

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Portugalidade

De olhos fechados

Domingos Manso, prof. de Filosofia

Eva era uma criança perfeita, inteligente, perspicaz e criativa. Contudo, a sua inteligência emocional acaba por afetar o seu comportamento de forma irreversível. Na programação do seu caráter, alguma coisa havia falhado, fosse algum elemento robótico da sua personalidade, fosse um ligeiro defeito de algumas das muitas células robóticas que compunham o seu organismo. A sua agressividade acabou por constituir o tal fator que a própria não conseguia dominar e saía fora do seu controlo. Como tal, os seus programadores decidiram “destruir” o projeto Eva, um dos primeiros robots humanos quase genuinamente livre. A voz de comando da decisão fatal constituía numa pergunta – “O que vês quando fechas os olhos?” Nada. E o nada acabava com a máquina e com o muito de humano que a mesma já possuía.Na Onda, um professor, a propósito do conceito de autocracia, colocou um desafio aos seus alunos – “Algo como a ditadura seria possível nos dias de hoje?” Tal tarefa foi devidamente fundamentada, mas posta em prática a partir dos princípios de qualquer autocracia : poder, disciplina e superioridade. Os elementos, teóricos e práticos, foram desenvolvidos, embora de forma pedagógica. Elementos teóricos: as razões das ditaduras são o alto desemprego, a injustiça social, a indiferença política, a elevada inflação, o culto do nacionalismo extremado e, posteriormente, o aparecimento de um líder carismático. Elementos práticos: poder pela disciplina (os alunos entravam ordeiramente, levantavam-se para falar, cumprimentavam o professor sempre de forma respeitosa); poder pela comunidade (todos deveriam usar camisa branca, encontrar um símbolo de identificação do grupo, usar a mesma forma de cumprimento – a onda); e poder pela ação (a utilização do símbolo, grafitar as paredes da cidade, proteger os elementos do grupo, proteção do líder, discriminar e expulsar o estranho). Obviamente, a determinada altura a experiência fica descontrolada e mesmo os poucos elementos mais lúcidos, que entretanto se afastaram, não conseguem evitar a tragédia. “O que vês quando fechas os olhos?” A indiferença, a displicência, a negligência, o silêncio e o medo. Nada ocorre, tão pouco nos lembramos da cor da camisa que vestimos. Não vemos a corrupção dos poderosos, as injustiças sociais, o desespero do desemprego, a miséria dos sem-abrigo, as crianças mal nutridas, a violência doméstica, a perseguição e a censura política, a violação e discriminação devido à raça e ao sexo, os rios envenenados, os animais mal tratados, as florestas a serem derrubadas, o comércio das armas a destruir vidas, a manipulação pela palavra, a mentira dos políticos, a ganância da alta finança, o desprezo pelo pobre, a prepotência e intolerância do rico, em suma, a miséria humana. Tudo isto porque não conseguimos descentrar de nós, tudo isto porque não conseguimos agir contra os nossos próprios interesses, tudo isto porque não prescindimos

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de nada que é nossa pertença, tudo isto porque vamos perdendo cada vez mais o sentido da comunidade. Adormecemos no sonho do consumismo, vivemos anestesiados com os nossos desejos e ambições, deixamos de querer fazer o bem aos outros, pois só pensamos em nós. E uma sociedade composta por um somatório de indivíduos não poderá ser uma boa sociedade. A ausência de uma rede moral forte empobrece a sociedade, torna fracos os homens, impossibilita modos de vida éticos e, por consequência, “há mais crime, abusos de drogas e álcool, suicídio, violência doméstica e doenças mentais.” Chegados aqui, de olhos vendados, poder-se-ia perguntar: “Algo como a ditadura seria possível nos dias de hoje?” Não consigo imaginar porque não estou atento, porque me é indiferente, porque não vivi algo desse modo, porque não quero saber, porque não tenho responsabilidade pelo passado, porque não acredito que possa acontecer. É nessa Onda derrotista, passiva, indiferente, amorfa, que a catástrofe se adensa, que a miséria se espalha: crianças subnutridas, idosos sem medicamentos, desempregados desamparados, famílias sem dinheiro, estudantes sem bolsa, emigração como destino, crime como fuga, prostituição como desesperado recurso, pobreza envergonhada como sina, a vida como fatalidade. Dói esta realidade, mesmo de olhos fechados. “O que vês quando fechas os olhos?” “Um país de luz perfeita e clara. Um país onde não há elitismos, onde todos vivem bem. Onde a luz ilumina toda a gente sem distinções. Onde as pessoas não têm medo de caminhar. Onde as pessoas florescem enquanto seres humanos.” Mas para que isso ocorra é necessário abri-los, agora, com simples gestos de cidadania e de altruísmo, com certos envolvimentos éticos por causas, com certos compromissos com a sociedade: coisas básicas como dar sangue, respeitar os pais, consumir menos energias poluentes, utilizar transportes públicos, apoiar campanhas de solidariedade, disponibilidade para ajudar os outros, perguntar se precisa de ajuda quando alguém chora, ter a paciência de ouvir as preocupações de alguém, ter a coragem de correr com os políticos de sempre, deixar de andar a correr contra o tempo, deixar de ter medo de pensar pela própria cabeça. Onde se instala o medo, perde-se a verdade, a dignidade e a liberdade.E um povo que desiste de escolher não é livre, é um somatório de indivíduos de olhos fechados. Autocracia – um indivíduo ou grupo concentra em si tanto poder que pode alterar as leis como entender; autogoverno. “Eva” e “Onda” são filmes, um espanhol e outro alemão, respetivamente. Peter Singer, Como havemos de viver?A ética numa época de individualismo, Dinalivro, Lisboa, 2006, p. 67. Sophia de Mello Breyner, in O Público, Revista, de 6 de Janeiro de 2013.


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Portugalidade A(S) CHAVE(S) da “minha” portugalidade Sofia Bessa Peixoto, prof. de Filosofia

Junho, julho de 1975, não sei, as memórias de menina com nove anos a caminho dos dez não me deixam ter a certeza do mês. Por essa data, guardei as chaves da casa da Boa Entrada, todas as minhas bonecas, com exceção do Mickey, o meu boneco preferido e os meus livros da Anita. Despedi-me da mãe e do cozinheiro Pedro, adorado por todos, e fui para Luanda com a minha irmã Paula e o meu pai. Dizia o pai que íamos só de férias a Portugal: eu e a Paula. Parti desconfiada e, por isso, aquelas chaves, as da minha casa, estavam bem guardadas por mim. As portas ficaram abertas, mas as chaves vinham fechadas nas minhas saudades de menina. Em Luanda, ficámos em casa da tia Adélia. Do prédio em forma de livro, víamos a zona verde; estávamos perto da Igreja da Sagrada Família. De noite, via as balas luminosas no céu, os soldados na penumbra da zona verde e os vizinhos do outro lado da rua, nos terraços, a assistirem ao mesmo que nós: à guerra! A tia tinha o colégio com o mesmo nome que a Igreja e, ao fim da tarde, com tachos nas mãos, ia alimentar os seus cães que lá tinham ficado, com o pouco que arranjava. No dia em que chegámos a casa da tia Adélia, foi uma “festa”. Trazíamos uma mala com um enorme farnel preparado pela mãe contra a vontade do pai. O pai não acreditava que houvesse falta de mantimentos por causa da guerra. À entrada da casa, o pai pedia desculpa pela merenda mas pela alegria da família rapidamente percebeu, sim percebeu… A minha prima trabalhava no aeroporto e sempre que

possível trazia alguns alimentos, poucos mas preciosos. Os dias passavam até à hora da partida. A minha mãe, julgo que tinha ido da Boa Entrada para Sá da Bandeira. Queria terminar as cadeiras desse ano da faculdade. Nós, em Luanda, comíamos à noite na casa de banho, o lugar mais interior, sem janelas, sem possibilidade de balas perdidas. A guerra só se ouvia de noite a partir do fim da tarde. Durante o dia, passavam as ambulâncias e eu, com espanto, via do alto do prédio que elas não transportavam feridos, mas sim armas. No aeroporto, sim, numa nas nossas idas, vários soldados apareceram, decididos, passo rápido, entrando por lá adentro. A Paula, nervosa, a sentir-se mal, um soldado envolto em balas a aproximar-se, simpático, a saber o que tinha e ela, sim ela, com medo, e eu apavorada. Nunca tinha visto armas, nunca tinha visto homens armados, mulheres, crianças, todos desalojados, em roupa de dormir. Partimos com a Paula a chorar sem parar e eu a perceber… sim a perceber que não era com medo de voar… Chegámos a Lisboa, o nosso irmão esperava-nos e, a cada som metálico das malas a serem colocadas no chão, estremecíamos e eu agarrava a minha irmã. Não eram balas, não eram bombas, mas pareciam! O pai ficou em Angola. Regressou à Boa Entrada e a mãe estava já longe a estudar, sim, a estudar. Outro capítulo se iria iniciar: o pai a sair na coluna militar da Gabela para Nova Lisboa, a mãe sem conseguir sair de Sá da Bandeira. Dias sem saberem um do outro, dias sem sabermos deles. Nós, os filhos, já estávamos em Portugal.

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Portugalidade

A Feira

Óscar Cardoso, prof. de Geografia

Na quietude da noite, ouvia-se, mais e mais próximo, um inquietante ruído que lembrava trovões distantes. Puxados por animais possantes, os pesados carros de bois arrastavam-se lentamente pelas estradas que vinham para a vila. Tinham saído das quintas e dos lugares distantes no início da madrugada na ânsia de um bom lugar para expor os gados e os produtos da terra. Dias antes, o movimento das carroças dos ciganos e das charretes dos saltimbancos anunciavam a proximidade do Dia da Feira. Manhã cedo, raparigas vestidas com o colorido traje de festa, acompanhadas pelo som alegre e repetitivo dos chocalhos presos aos animais, guiavam juntas de vacas corpulentas unidas por jugos profusamente trabalhados e enfeitados com pequenos laços vermelhos. Um mar de gente invadia a vila para gozar um dia de festa, para se abastecer, trocar, vender e divertir-se. Ali, havia pregões a oferecer o mundo por pouco dinheiro, vendedores de água fresca encerrada em jarros de cortiça, cegos e aleijões que cativavam o povo, entoando modas e cantigas; enquanto desfiavam as suas desgraças, em troca de um papel impresso com as letras das cantigas, recebiam tostões. Acolá, alguém com um grande poder argumentativo vendia remédios milagrosos ca- pazes de curar todos os males ao corpo, enumerando um interminável rol de sintomas que ia de encontro às maleitas de cada ouvinte. Mulheres franzinas exibiam o dinheiro necessário para o pagamento, mesmo antes do vendilhão ter finalizado o interminável palavreado. Sentiam a necessidade daquela cura milagrosa encerrada em pequenas latas de chapa ou em frasquinhos de vidro, repletos do milagroso unguento. Como tivesse saído diretamente de um antigo livro de contos, num chão de terra coberto com uma tapeçaria suja e desbotada com laivos coloridos, estava uma rapa-

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riga cuja boca parecia rasgada de vermelho; os cabelos e os olhos escuros sobressaiam na pele muito branca de um corpo quase desnudado. Contorcia-se num movimento lento ao som de uma sanfona dedilhada por um homem sisudo e triste trajado de uma forma quase tão bizarra como a sua companheira. Em sintonia com o matraquear ocasional dos botins escarlates e cobertos de lantejoulas, fazia passar uma bandeja com uma garrafa e cálices meio cheios de vinho, sem entornar uma gota e mantendo-a na posição horizontal enquanto o corpo se dobrava em posições impossíveis. Todos suspendiam a respiração na eminência do desastre quase anunciado, temia-se que tudo caísse, se partissem os vidros e se entornasse o precioso líquido, tão vermelho como os lábios da estranha. No final, a mole gente, que formava uma roda cerrada, atirava umas moedas para o chão, que eram de imediato apanhadas pelos comediantes para um pequeno saco. Estes, no mesmo instante, levantavam os parcos haveres e iniciavam outra sessão mais adiante. Mesmo ao lado, outro círculo de gente denunciava outra atividade tão estranha como esta última: Macacos a dançar ao som de um realejo, corvos a grasnar no ombro de alguém e habilidades manuais, desde o cuspir fogo até manter em movimento um número elevado de mocas que rodopiavam das mão para o ar, num movimento ininterrupto. Os panos verdes das pequenas bancas de roletas ou de jogos de cartas pontuavam o recinto, onde jogadores tentavam a sua sorte e uma numerosa assistência observava e, por vezes, participava. A Feira Grande era divertida, estranha e cheia de novidades. No próximo ano, todos regressariam de novo…


Portugal visto por quem o adotou

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Meu nome é Ricardo Madureira e sou aluno da turma 1008; sou de nacionalidade brasileira e é o primeiro ano que estudo nesta escola. Vou contar por poucas palavras as razões da minha vinda para Portugal. Há três anos atrás, minha mãe me decidiu trazer para morar aqui; de início, a ideia não me agradou, pois minha vida ia mudar bastante, ia para um país totalmente diferente do meu e teria de abandonar amigos e família. Contudo, logo que pisei pela primeira vez em solo português, adorei; me adaptei rapidamente, mas foi difícil aguentar o frio, pois vim de um país em que as temperaturas no verão rondam os 40º graus e, no inverno, os 35º. Muitas pessoas no Brasil me perguntam como é viver em Portugal. Na minha opinião, é muito bom, pois é um país maravilhoso, as pessoas são mais educadas mais cultas e se respeitam mais umas às outras. O melhor de tudo é que Brasil e Portugal falam a mesma língua e, apesar das diferenças de uma pronúncia, percebo bem. Morar em Portugal, para mim, tem sido uma experiência fantástica. Sempre que vou ao Brasil, digo para mim mesmo que Portugal é melhor do que o Paraíso… quando regresso, até costumo brincar, dizendo aos meus amigos: “Do buraco para a Glória “. Os Portugueses são pessoas muito hospitaleiras, muito educadas, não tenho mesmo nada de que queixar daqui, mas o mais admirável, sem dúvida nenhuma, é a beleza das portuguesas, são mesmo lindas! Em relação à escola, há diferenças: vocês, portugueses, costumam estudar mais do que nós, brasileiros; em média, nós passamos na escola 4 horas diárias e vocês mais de 6, porém, não acho desvantagem nisso. Aqui os professores dão mais apoio aos alunos e temos mais oportunidade de ter um bom estudo do que lá. Eu vim para Portugal com esse mesmo objetivo: para estudar. Eu amo estar aqui e, se o futuro permitir, pretendo por cá ficar!

O meu nome é Lou Hao, sou chinês e oriundo ZHEJIANG, região que fica situada perto do Oceano Pacífico. Vivi na China durante nove anos. O meu pai, devido a dificuldades económicas, emigrou para Itália quando eu tinha três anos e só mais tarde optou por Portugal. Em Itália, trabalhou na restauração, mas não gostou muito daquele país, por isso, resolveu emigrar para Portugal. Primeiro veio a minha mãe e só depois vim eu. Começámos por viver em Valença, onde estivemos durante cinco anos, seguiu-se um ano em Viseu e, neste momento, vivemos em Famalicão. Tive muitas dificuldades em adaptar-me à língua. Na escola, sinto ainda algumas, principalmente na disciplina de Português; no entanto, nas restantes, estou mais à vontade. Na China, tínhamos mais trabalhos de casa do que cá. Os estudantes da minha idade passam uma média de 7 horas na escola e as turmas são constituídas por uma média de 56 alunos por sala, pelo que se torna muito complicado serem ajudados pelos professores. Gosto da gastronomia portuguesa, mas prefiro a chinesa porque a confeção dos alimentos é diferente e tem um sabor delicioso. Continuamos a adotar os nossos costumes. Por exemplo, não celebramos o Natal, mas festejamos o nosso ano novo segundo o calendário lunar. Gosto muito da paisagem portuguesa, pois o verde é dominante. Onde eu vivia, havia poucos espaços verdes. Apesar de gostar de Portugal, queria um dia de regressar ao meu país.

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A nossa identidade

Filipe Monte, Ricardo Pereira, turma 11.03

PORTUGAL Norte (Minho e Trás os Montes) Minho Região muito chuvosa, sendo de destacar a cultura agrícola do milho e das vinhas, o folclore e várias receitas gastronómicas típicas como o cozido minhoto, rojões e vários pratos de bacalhau. Trás-os-Montes O pão, as bolas, alheiras e presunto pertencem à gastronomia transmontana; possui também um folclore muito rico assim como um dialeto. É o berço de celebridades como Camilo Castelo Branco e Miguel Torga.

Centro (Beira e Estremadura) A Beira caracteriza-se pelo relevo montanhoso (Serra da Estrela), a gastronomia mais típica são as castanhas, o cabrito e o famoso queijo da região. Na Estremadura, localiza-se a capital (Lisboa), o que torna esta região o centro cultural, político e comercial do país. Gastronomia: favadas, pataniscas de bacalhaus e os pastéis de Belém.

Sul (Alentejo e Algarve) O Alentejo destaca-se pelas planícies e a prática da agricultura e pecuária, sendo também muito conhecida a açorda alentejana. O Algarve é caracterizado pelo elevado turismo e pelas famosas praias, que são conhecidas em todo Mundo.

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A nossa identidade Mariana Braga, turma 1108

Esta página é dedicada aos três símbolos da nossa nação.

BANDEIRA D. Afonso Henriques (1143-1185) (Escudo usado por D. Afonso Henrique nas primeiras lutas pela independência). D. Sancho I (1185) Cinco escudos que representam as armas reais – alusão às cinco chagas de Cristo ou às 5 feridas “sofridas” por D. Afonso Henriques em Ourique.. D. Afonso III (1248) Aos escudos é acrescentada uma faixa vermelha com um número indeterminado de Castelos em homenagem a D. Afonso III de Castela. D. João II (1481) Determinou que a faixa vermelha só deveria conter sete castelos. D. Manuel I (1495) Durante o reinado de Manuel I, as armas reais estavam fixadas num fundo branco. D. Sebastião (1557) – Filipe III (1640) A coroa fechada estava relacionada com o fortalecimento do poder real. Não houve alteração durante o domínio filipino. D. João VI (1816-1826) Durante o reinado de João VI, colocou-se detrás do escudo uma esfera armilar de ouro em campo azul, que simboliza o reino do Brasil. D. Maria II (1834) D. Manuel II (1910) A bandeira nacional passa a ser dividida verticalmente em azul e branco, cores presentes desde o início da formação da Nação Portuguesa, que se mantiveram em muitas gloriosas épocas da sua história. Regime Republicano (desde 1910) Permanece o escudo com as quinas e a cora é substituída pela esfera armilar, que lembra os Descobrimentos. O verde significa mudança e esperança; o vermelho lembra o sangue derramado nas conquistas e incita à vitória.

MOEDA Foi durante o reinado de D. Sancho I que apareceu a primeira moeda portuguesa de ouro. O morabitino, enquanto unidade monetária, desaparece no final da primeira dinastia e é substituído pelo Real. O primeiro rei da Segunda dinastia, D. João Príncipe Regente, manda cunhar as primeiras moedas portuguesas de cobre, os Reais pretos. O reinado de D. Manuel I é marcado pelo apogeu da expansão portuguesa, o que se vai refletir na diversidade de moedas de ouro e prata em circulação. O Português de ouro torna-se na moeda forte da Europa de Quinhentos. O Banco de Portugal surge em 1846 e, em 1887, torna-se no único Banco emissor. Com a implantação da República, o sistema monetário é alterado e o real substituído pelo Escudo ($). Com a entrada do Euro (€), a Europa torna-se portadora de uma moeda única em 2002.

HINO “A Portuguesa” nasceu como uma canção de cariz patriótico em resposta ao ultimato britânico. Foi composta em 1890, com letra de Henrique Lopes de Mendonça e música de Alfredo Keil, e foi utilizada desde cedo como símbolo patriótico. Se hoje cantamos “contra os canhões”, na altura, dizia-se “contra os bretões”, ou seja, os ingleses. Após a instauração da República a 5 de Outubro de 1910, a Assembleia Nacional Constituinte consagrou-a como símbolo. O hino é composto por três partes, cada uma delas com duas quadras, é de salientar que apenas a primeira é usada em cerimónias oficiais, sendo

as outras duas partes praticamente desconhecidas.

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A nossa identidade

Perante a diversidade de personalidades que tanto nos orgulham, a nossa principal dificuldade foi mesma a seleção... D. AFONSO HENRIQUES

Fundador da nação portuguesa e primeiro rei de Portugal (1109 - 1185)

Portugal é a primeira nação europeia a estabelecer-se como estado independente. AMÁLIA RODRIGUES

Fadista, cantora e atriz (1920 – 1999)

Considerada o exemplo máximo do fado, tornou-se conhecida mundialmente como a Rainha do Fado. Uma das mais brilhantes cantoras do século XX. BRITES DE ALMEIDA / PADEIRA DE ALJUBARROTA Figura lendária / heroína.

O seu nome encontra-se associado à vitória dos portugueses contra as forças castelhanas na Batalha de Aljubarrota em 1385, tornando-se o símbolo da independência de Portugal. JOSÉ AFONSO / ZECA AFONSO Cantor português (1929-1987)

Foi um dos mentores da canção de intervenção em Portugal. Grândola Vila Morena foi escolhida como sinal para o início da revolução de 25 de abril de 1974. LUÍS VAZ DE CAMÕES

Poeta épico e lírico (ca. 1524 - 1580)

Escreveu a epopeia nacionalista Os Lusíadas. Foi um renovador da língua portuguesa. Tornou-se um dos mais fortes símbolos de identidade da nossa pátria e é uma referência para toda a comunidade lusófona internacional. JOSÉ HERMANO SARAIVA Professor, historiador (1919 – 2012)

Foi Ministro da Educação entre 1968 e 1970. É descrito frequentemente como o Príncipe dos Comunicadores pelo seu trabalho em prol da História, da Cultura, da Literatura e da Televisão.

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ARISTIDES DE SOUSA MENDES

Diplomata (1885 – 1954)

Contrariando o seu próprio governo, atribuiu vistos aos passaportes de refugiados, salvando a vida a centenas de judeus, durante a Segunda Guerra Mundial. MANOEL DE OLIVEIRA

Cineasta (o mais velho do mundo em atividade) (1908)

É um dos mais importantes cineastas europeus. A sua obra ultrapassou fronteiras e espalhou-se pelo mundo; tem um estilo próprio, que confere autenticidade a tudo aquilo que faz. ANTÓNIO EGAS MONIZ

Médico, investigador, professor, político e escritor português (1874 – 1955)

Galardoado com o Nobel de Fisiologia ou Medicina de 1949. Contribuiu decisivamente para o desenvolvimento da medicina ao conseguir pela primeira vez dar visibilidade às artérias do cérebro. RUY DE CARVALHO Ator (1927) É um dos mais célebres atores portugueses ainda em atividade profissional. Galardoado com vários prémios ao longo da sua carreira, é um dos grandes ícones de Portugal e merece todo o nosso respeito e carinho por uma excelente carreira, recheada de excelência e nobreza. SIZA VIEIRA

Arquiteto (1933)

É o mais conceituado e premiado arquiteto contemporâneo português. Criou verdadeiros marcos na história da arquitetura portuguesa e internacional, influenciando muitas gerações de arquitetos. As suas obras encontram-se por todo o mundo. JOSÉ SARAMAGO

Escritor (1922 – 2010)

Nobel de Literatura de 1998. Em 1995, ganhou o Prémio Camões. Foi considerado o responsável pelo efetivo reconhecimento internacional da prosa em língua portuguesa.


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O melhor de nós O que há de melhor em nós Mónica Dias, turma 1103

Portugal não se define pelo que é. Portugal define-se pelo que foi, pelo que é e pelo que aspira ser. O povo português é um povo de traços simples e de jeitos sinceros; ingénuo, mas com personalidade; frágil e simultaneamente seguro; que sabe sempre o que fazer e o que dizer, mas que não sabe assim tanto. Somos impacientes, humildes, desconfiados, saudosos e indiferentes e, ao mesmo tempo, capazes de nos mostrarmos revoltados, insolentes, resmungões, sensíveis e solidários. Falo do povo português como um pai fala de um filho. Sinto os mesmos medos e inseguranças, o mesmo orgulho e proteção. Aquela doçura de sentimentos, aquela modéstia, aquele espírito de humanidade, tão raro no mundo de hoje; a facilidade de adaptação tão característica dos portugueses e, ao mesmo tempo, a capacidade de exteriorizar os traços de modo a serem eles próprios; o apreço pelos valores morais, a fé no direito, na justiça, na igualdade dos homens. No meio de tanta falta de caráter, fascina-me o caráter nacional. Somos um povo de tradições, que não esquece o que foi enquanto é. Continuamos a ser a gente do bigode e dos sotaques, da tourada e dos tremoços acompanhados de cerveja, das bandeiras à janela e das merendas em vez dos piqueniques, das sardinhas nas festas populares e do cheiro a castanhas assadas nas ruas… do fado, da saudade! A nossa diferença está nas pessoas, está no que somos e não no que temos. Somos diferentes enquanto estranhamos a diferença. E é isso que nos compete fazer: acreditar na diferença que faz a nossa maneira de ser, como um cardiologista acredita que o coração foi feito para continuar a bater. E foi. E, o que é mais engraçado… continua!

Pedimos aos nossos alunos que definissem, numa só palavra, o que para eles constituía o melhor de Portugal. Eis as palavras eleitas.

Gastronomia

Hospitalidade Camões

Cultura

Descobrimentos

CR7

Solidariedade

Desenrascanço Audácia Aventureiros Coragem Tradição

Turismo

Cultura

Saudade

Bacalhau

Visionariedade

História

Conquistadores

Heroísmo Humor

Simpatia Humildade

Música Formusura

União

Património

Pastéis de Belém Sancho Notícias


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Os nossos Projetos

Onze alunos dos cursos profissionais realizarão um estágio de seis semanas em Madrid – Espanha. Artur Passos , Adjunto da CAP

Já foram selecionados os onze alunos finalistas dos Cursos Profissionais que vão realizar o seu estágio em empresas/instituições da cidade de Madrid no âmbito do projeto Empowerment - qualificar para o trabalho em contexto europeu. Estes estágios profissionais vão realizar-se entre 6 de abril e 17 de maio de 2013. O projeto visa responder às necessidades que são primordiais no atual contexto económico europeu e, particularmente, do país. Os objetivos passam por aperfeiçoar e adquirir conhecimentos, aplicá-los na prática, qualificando estes futuros quadros técnicos para as grandes mudanças tecnológicas, através da aquisição de novas técnicas e tecnologias usadas a nível europeu. Também se pretene alargar horizontes a nível profissional e cultural, proporcionando o contacto efetivo com a realidade laboral e o acompanhamento dos principais projetos a ser desenvolvidos pelas entidades/empresas de acolhimento. Com esta experiência, os alunos também poderão aumentar as competências para a aprendizagem de línguas estrangeiras e melhorar a conversação em inglês, contribuindo, assim, para o desenvolvimentos de um perfil profissional multicultural; sairá também reforçado o espírito do empreendedorismo, competência indispensável às necessidades de organização, administração, execução e inovação na economia atual. A cidade de Madrid, além da capital e sede da Casa Real, das instituições políticas e administrativas do Estado espanhol e do Arcebispado católico, é um centro de grande importância comercial, financeira e cultural a nível nacional e internacional. Em Madrid encontram-se cinco universidades públicas, numerosos teatros, museus e exposições. Será, certamente, uma experiência enriquecedora e gratificante a nível cultural e profissional.

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Os nossos Projetos

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A contribuição da D. Sancho I para o Ensino de Adultos Ana Paula Silva , Coordenadora do Projeto, em Portugal

O projeto Lifestyles Revisited – Educational Experiments in IG Environments une parceiros que, nos seus contextos particulares e na sua prática de ensino-aprendizagem no Ensino de Adultos, enfrentam dificuldades educativas concretas num contexto geracional diferenciado. Tem como finalidade quebrar as barreiras de perceção e eliminar estereótipos que podem obstar a cooperação entre estas pessoas. Os parceiros têm consciência de que é urgente que as novas práticas de ensino tomem o fator geração em consideração. O seu projeto pretende que os temas intergeracionais, em análise por grupos etários diferenciados, modifiquem perceções de forma construtiva. Todas as atividades realizadas pelos parceiros estão registadas num compêndio de boas práticas pedagógicas, que se encontra em permanente construção e será completado com as contribuições anexadas nos próximos encontros do projeto. A parceria consta também na página da internet de um dos parceiros do projeto, a UPUA (Universidad Permanente de la Universidad de Alicante); toda a informação sobre os seus objetivos, métodos e atividades se encontra aí disponível. Este ano letivo, o Agrupamento de Escolas D. Sancho I esteve representado num encontro em Fasano di Brindisi, Itália, em Setembro último, e mais recentemente, de 16 a 19 de janeiro, num encontro em Cracóvia, Polónia. Portugal terá a honra de receber todos os parceiros no encontro final do Projeto, que está agendado para o mês de maio de 2013.

EFA de Ação Educativa - um curso com dinamismo Pela sua natureza formativa e especificidade, o curso EFA de Ação Educativa tem contribuído, desde a sua criação, com grande proatividade, na dinamização de diversas atividades na escola. As sucessivas turmas que o têm frequentado veem o concelho reconhecer a qualidade desta formação, que prepara os profissionais para o exercício de funções como agentes de ação educativa. Como tem sido hábito, também no presente ano letivo, foram numerosas as ações por eles desenvolvidas. Destaca-se a Comemoração do Dia Mundial dos Direitos da Criança, que consistiu numa apresentação de Filosofia para Crianças, entre os 6 e os 12 anos (a 20 de novembro de 2012), através de uma abordagem inicial à filosofia. Em complemento, houve a dramatização de uma história com fantoches e uma dança pedagógica, atividade que despertou interesse em vários agrupamentos escolares, pelo que foi realizada no Agrupamento de Escolas de Ponte da Barca, entre outros. Salienta-se também a apresentação de um Circo no auditório da Escola D. Sancho I, onde não faltaram palhaços, ilusionistas, domadores de animais, que tornaram a noite mágica para as muitas crianças que estiveram presentes. Por último, as formandas dinamizaram uma noite de Carnaval, uma festa com as tradicionais fantasias, música de Karaoke, incluindo um jantar de máscaras. Com estas atividades, as futuras agentes de ação educativa tiveram a oportunidade de colocar em prática as aprendizagens obtidas em contexto de formação.

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As nossas Atividades

Visita de Estudo ao Porto

Alexandra Oliveira, turma 1108

No passado dia 3 de janeiro, os alunos das turmas de 11º ano do curso de Línguas e Humanidades, 1107 e 1108, da Escola Secundária D. Sancho I, realizaram no âmbito da disciplina de História, uma visita de estudo à “Cidade Invicta”, Porto, acompanhados pelos professores da disciplina, Vanda Tavares e Abel Moreira. Visitámos a estação de Santo Bento, a Avenida dos Aliados, algumas ruas do Porto, o Palácio da Bolsa, e ainda fizemos um mini cruzeiro nas águas do rio Douro com o objetivo de aprendermos mais sobre a burguesia, a importância da atividade comercial e a arquitetura do ferro. Durante toda a visita, os professores mostraram-se disponíveis a responder a todas as dúvidas colocadas pelos alunos. Após a agradável viagem de barco, regressámos à rua Santa Catarina para lanchar e passearmos mais um pouco. À hora definida, encontrámo-nos e voltámos à estação de Porto S. Bento para regressarmos a casa após uma «aula» diferente.

Em suma, foi, sem dúvida, uma visita bastante enriquecedora, interessante e agradável, que nos permitiu aprofundar conhecimentos e admirar monumentos e paisagens belíssimas que se encontram mesmo aqui, ao nosso lado, mas que nem sempre temos a capacidade de as ver e valorizar.

Jornalistas por um dia Os alunos do Agrupamento de Escolas D. Sancho I assumiram o papel de jornalistas e, durante 45 minutos, realizaram um fórum dos media, iniciativa da responsabilidade da Rádio Digital, da FAMA TV e do Jornal Opinião Pública. Durante uma semana, em parceria com a Câmara Municipal, alunos de diversas escolas foram convidados a organizar um programa de rádio, de modo a poderem divulgar informações e as iniciativas desenvolvidas nos respetivos estabelecimentos de ensino. No dia 31 de outubro, foi dado tempo de antena aos “jornalistas” do nosso agrupamento. Alunos do ensino básico (da escola Dr. Nuno Simões) e do ensino secundário (da escola D. Sancho I) organizaram e divulgaram notícias, selecionaram e passaram músicas, tendo também entrevistado a Dr.ª Cândida Madureira, Diretora do Centro de Formação Camilo Castelo Branco e docente da nossa escola, que nos presenteou com uma interessante partilha no que respeita ao seu percurso profissional. Foi uma experiência deveras gratificante e do agrado dos alunos, que revelaram um apreciável sentido de responsabilidade e competências dignas de verdadeiros profissionais dos media.

Feira do Livro Padre António Vieira diz que “O livro é um mudo que fala, um surdo que responde, um cego que guia, um morto que vive”. Na nossa escola, além de concordarmos com o “Imperador da Língua Portuguesa”, consideramos que um livro deve ser um amigo, disponível para nós, a qualquer momento. Assim, a Biblioteca da Escola D. Sancho I, com o apoio da editora Leya, realizou uma Feira do Livro entre os dias 10 e 12 deste mês. Professores, alunos e demais elementos da comunidade escolar revelaram sentir grande apreço pelo livro e, por isso, apesar da atual conjuntura económica, deixaram-se conquistar pelo encanto da leitura. Não obstante o volume de vendas não ter sido o desejado, os organizadores ficaram satisfeitos com o sucesso da atividade.

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As nossas Atividades

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Visita de Estudo a Mafra

Ana Isabel Machado, turma 1201

No dia 9 de janeiro do ano corrente, os alunos do 12º ano foram visitar o Palácio-Convento de Mafra. Esta jornada realizou-se no âmbito da disciplina de Português, enquadrada no estudo da obra de José Saramago, Memorial do Convento. Os alunos tiveram oportunidade de assistir à dramatização da obra e de visitar o monumento. A visita guiada proporcionou uma contextualização espacial e histórica da obra saramaguiana, uma vez que os guias tiveram o cuidado de relacionar a explicação que apresentavam aos alunos sobre o Convento e alguns trechos e observações de Saramago. Por outro lado, a dramatização deixou uma perceção geral sobre a história do livro. No global, a viagem aguçou o interesse dos alunos pela leitura do Memorial do Convento e tornou-a mais acessível, pois estes podem relacioná-la com a experiencia que tiveram no Palácio-Convento de Mafra.

Laboratórios Abertos Turma 1103

Nos passados dias 10 e 11 de janeiro, a escola Secundária D Sancho I recebeu alunos dos 3º e 4º anos das escolas primárias do agrupamento e algumas escolas privadas da cidade (Esmeriz; São Miguel; Fontelo; Meães; Magida; Louredo; Machado Ruivo; Ninho; Barreiro; Cabeçudos), num total de 320 alunos. Foram preparados sete laboratórios com experiências variadas sobre Biologia, Geologia, Física, Química e Eletrónica e Eletricidade. Os alunos da D. Sancho I organizaram-se na dinamização de várias tarefas, desde guias à realização de atividades científicas. Os guias foram responsáveis pela receção e acompanhamento dos pequenos visitantes (quem sabe, futuros alunos da escola) ao longo dos diversos laboratórios. Os cientistas, distribuídos pelos laboratórios, apresentavam com elevado grau de conhecimento e responsabilidade as experiências aos visitantes, incentivando em muitas delas a interação com estes. Foi compensador testemunhar o interesse e alegria dos mais novos ao contactarem com o fantástico e o admirável mundo da ciência. Esta iniciativa, já habitual na nossa escola, mostra o que de melhor temos para oferecer no campo das ciências. Apesar de cansativa, é, sem dúvida, bastante gratificante, por isso, no próximo ano, contem connosco para a realização desta atividade! “Apesar de alguns alunos serem pouco sociáveis e não acatarem as ordens dos guias, havia sempre outros que compensavam com um sorriso na cara. Contudo, gostei da experiência. “ Ana Margarida Oliveira, 1103 “Os alunos mais pequenos revelaram possuir uma grande curiosidade científica e interesse pelas acividades.” Filipe Monte, 1103 “Enquanto guia, considero que foi uma experiência muito gratificante. Gostei muito e espero poder repetir a atividade.” Alexandra Vilas Boas, 1103

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As nossas Atividades

Encontros de Outono A Agricultura Portuguesa: Da Regeneração Oitocentista Ao século XXI Margarida Abreu, turma 1207

Incentivados pela professora de História A, os alunos da turma 1207 estiveram presentes nesta conferência, cuja temática ia ao encontro dos conteúdos do nosso plano de estudos. Tivemos oportunidade de ouvir diversos especialistas na matéria, sendo de destacar algumas comunicações. Entre outros aspetos, ficámos a saber que, no século XVII e XIX, o setor primário estava esquecido e falido, apesar de ser fundamental à economia nacional. Assim, nos séculos XVIII e XIX, Portugal foi capaz de produzir cereais de forma a satisfazer as suas necessidades. Contudo, a Primeira Regeneração fomentou a importação e, com a entrada de cereais estrangeiros, a venda dos nacionais deixou de fornecer lucros aos seus vendedores, pelo que estes abandonaram as suas produções. Surgem posteriormente medidas protecionistas para impedir a entrada dos cereais estrangeiros, mas o problema agrava devido à falta de vias de comunicação e muitos alimentos apodreciam antes de chegarem aos mercados. Neste contexto, surgiram as “Leis da Fome“, pois sempre que eram implementadas novas leis protecionistas, a população era quem sofria. A partir do século XVIII, ocorreu, no Alentejo, a transição de uma economia agrária institucional técnica para uma economia agrária e capitalista. Assim, o Alentejo do século XVIII era quase o oposto do Alentejo do século XX e contribuiu para o crescimento económico e moderno da agricultura portuguesa. Foi também dado destaque a Bernardino Machado, o paladino da agricultura, que foi Presidente da República e que morreu em V. N. de Famalicão em 1944. Reivindicou uma melhor formação profissional para os agricultores e defendeu a criação de um Código Rural. Em 1893, toma um conjunto de iniciativas notáveis e inovadoras no setor agrícola. A meu ver, a experiência foi muito enriquecedora, pois contactámos com historiadores e investigadores científicos, especialistas que se dedicam ao estudo evolutivo da agricultura em Portugal, uma área cada vez mais forte nos tempos que correm.

Ida ao teatro

Mónica Dias, turma 1103

Nos passados dias 24 e 25 de janeiro, as turmas de 11º ano da nossa escola, tanto do ensino regular como do profissional, deslocaram-se ao Centro de Estudos Camilianos, no âmbito da disciplina de Português, com o objetivo de consolidar os conteúdos lecionados nas aulas. Os alunos puderam, então, assistir à dramatização da peça Frei Luís de Sousa, de Almeida Garrett, estudada em contexto sala de aula. A atividade, que permitiu o contacto com o mundo do teatro, proporcionou uma interessante abordagem da literatura e permitiu aos alunos diversificar as suas experiências de aprendizagem. O espetáculo apresentou ligeiras diferenças e adaptações em relação à peça original, quer a nível do cenário, quer a nível do conteúdo. No entanto, a avaliação global dos que assistiram à peça foi bastante positiva, pelo que todos os atores estão de parabéns pelo excelente trabalho em palco. A realização deste tipo de atividades é uma componente importante no ensino, uma vez que permite aliar o contexto sala de aula ao contexto fora dela. Além disso, faz com que os alunos contactem com realidades diferentes, o que os enriquece consideravelmente e facilita o estudo e compreensão de conteúdos. Assim, é mais do que óbvio que esta ida ao teatro constituiu uma mais-valia para todos aqueles que dela puderam usufruir!

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O nosso Clube da Saúde

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Dia do não fumador Mais uma vez, a Equipa de Educação para a Saúde da Escola D. Sancho I assinalou o Dia do Não Fumador (17 de novembro). Assim, no dia 16 de novembro, alunos do 7º ano circularam, durante os intervalos, pelos diversos locais da escola “vestidos”, uns com uma “caixa de cigarros” com mensagens alusivas aos malefícios do tabaco e outros com folhas de cartão onde se podiam ler vantagens de ser não fumador. Também entregaram aos fumadores, que estavam junto do portão da escola, autocolantes nos quais estes colocariam o número de cigarros que se comprometiam a diminuir por dia.

Dia Mundial da Luta Contra a Sida Respondendo ao apelo feito pela Equipa de Educação para a Saúde desta escola, no dia 30 de novembro, os elementos da comunidade educativa vestiram-se de vermelho para assinalar o Dia Mundial da Luta contra a SIDA. No intervalo das 11.35h, na frente da escola, construiu-se um laço luminoso com velas vermelhas. Ao som da música Who Wants to live Forever, dos Queen, alunos de todos os anos letivos transportaram as velas que preencheram o

laço alusivo a esta problemática. Com esta atividade, na qual os alunos participaram com entusiasmo, pretendeu-se relembrar todos aqueles que lutaram / lutam contra esta doença e, simultaneamente, alertar para a importância da adoção de comportamentos assertivos na prevenção da SIDA.

Atividade - ver e provar O Natal é, por definição, um tempo de lazer e de fruição em família. Acabamos por estar mais sedentários, desfrutando do conforto dos nossos lares e, por outro lado, comemos mais, cedendo aos encantos visuais e cheirosos dos doces de Natal. Tendo consciência de que o Natal é uma época de excessos alimentares e de sedentarismo, a Equipa de Educação para a Saúde propõe a receita “Bolinhas de Natal”, na qual se substitui o açúcar branco pelo amarelo (menos refinado e por isso mais saudável) e a farinha pela amêndoa. No dia 13 de dezembro, no intervalo das 10 horas, no átrio da escola, Filomena Moreira da loja “Colher de Açúcar” confecionou cerca de 150 “Bolinhas de Natal”, que abriram o apetite aos que por cá passaram. Em simultâneo, decorreu uma exposição de uma mesa de Natal decorada por Salete Rodrigues da “Global”.

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O nosso Clube da Saúde

Formação no âmbito do Projeto PELT No dia 3 de janeiro, realizou-se a formação no âmbito do projeto PELT (programa das escolas livres de tabaco) para os diretores de turma do 7º ano que vão aplicar o programa “Querer é poder I” em sala de aula. No dia 10 de janeiro, decorreu a formação no âmbito do mesmo projeto para os pais/encarregados de educação dos alunos do 7º ano, que iniciam este programa no presente ano letivo. Estiveram presentes cerca de 40 pais das 2 turmas de 7º ano. A formadora foi a enfermeira Sameiro Jorge, do Centro de Saúde de Famalicão. A qual, depois de ter feito a apresentação do projeto e explicado a sua pertinência nas escolas, fez uma abordagem ao tabaco e pediu aos pais para estarem atentos aos comportamentos e sinais de alerta dos filhos. Destas formações fica a mensagem: SEM TABACO - Mais VIDA: mais SAÚDE, mais INDEPENDÊNCIA, mais VIGOR, mais ENERGIA, mais BEM-ESTAR, mais MOTIVAÇÃO, mais SUCESSO, mais RESISTÊNCIA, mais EQUILÍBRIO, mais PRAZER, mais DINHEIRO, mais LIBERDADE...!

GIA - Gabinete de Informação e Apoio ao Aluno Entrou em funcionamento na nossa escola o GIA. O GIA é um espaço onde os alunos podem conversar e obter informações sobre as diversas temáticas da área da Saúde, de forma a promover a adoção de comportamentos mais saudáveis e seguros. No GIA os alunos podem: • Refletir sobre comportamentos e atitudes menos corretas, no âmbito da saúde e sexualidade; • Esclarecer as dúvidas sobre sexualidade, drogas, relações afetivas, relacionamento com os pais, projetos de vida, etc.; • Pedir ajuda sobre qualquer assunto relacionado com a sua vida escolar; • Dialogar sobre qualquer assunto que os preocupe ou pedir um conselho. No GIA, a saúde é interpretada, por todos os técnicos, como um processo de bem-estar físico, mental e social, englobando todas as vertentes do SER HUMANO! É garantida ao aluno a confidencialidade dos assuntos tratados. Quando as questões colocadas ultrapassam a competência da equipa do gabinete (enfermeiras, professoras e psicóloga), os alunos serão encaminhados para os serviços competentes. O gabinete possui ainda um endereço eletrónico gia.esds1@sapo.pt para o qual podem ser enviadas dúvidas, sempre com a garantia de confidencialidade. O GIA funciona na sala B205, de acordo com o seguinte horário:

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A Portugalidade e a Cultura através das Línguas

Decorreu, de 14 a 18 de janeiro, na D. Sancho a comemoração da Semana das Línguas: cada dia foi dedicado à celebração de uma língua. No dia 14, a sessão de abertura contou com a presença do Dr. Marco Magalhães, chefe da Divisão da Educação da Câmara Municipal. O dia foi dedicado à Língua Portuguesa, por isso, vários “Rostos” da nossa identidade cultural desfilaram pela escola, proporcionando-nos admiráveis momentos literários e musicais. Foi ainda projetado um filme português e, durante a tarde, o ator/ escritor João Negreiros animou o nosso auditório com interessantes “Momentos de Poesia”. A terça- feira foi dedicada ao Francês, dia comemorado com uma dança e com a projeção de filmes franceses. A quarta-feira, dia do Inglês, contou com a dramatização de uma peça de teatro “Not Romeo and Juliet”, pela Bristol School. Durante a tarde, os alunos estiveram “À conversa com Richard Zimler”, escritor norte-americano, naturalizado português. A quinta-feira foi dedicada ao Espanhol e os alunos viram um filme castelhano “Las aventuras de Tadeo Jones” e participaram num peddy-paper que decorreu na escola.

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Na sexta-feira foram dinamizadas atividades de sensibilização para a aprendizagem da Língua Alemã. Durante toda a semana, esteve patente no átrio da escola uma exposição alusiva a todas as línguas e a ementa semanal contou com os pratos típicos de cada país. A semana encerrou em alta com as Tasquinhas, onde professores, alunos e funcionários puderam degustar as diversas especialidades gastronómicas. À noite, a comunidade educativa deleitou-se com um café concerto e agradáveis momentos de música e poesia.

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20 A Portugalidade e a Cultura através das Línguas

Para comemorar o dia do Português, vários rostos portugueses nos visitaram... À tarde, houve momentos de poesia e de boa disposição com João Negreiros. A semana terminou em grande com as delícias portuguesas.

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A Portugalidade e a Cultura através das Línguas

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To celebrate the English Day, Bristol School visited us with the amusing play “Not Romeo and Juliet”. In the afternoon our students engaged enthusiastically in a conversation with the North American writer Richard Zimler. The week ended with the traditional English tea and delicious scones, as well as other typical cakes and muffins.

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22 A Portugalidade e a Cultura através das Línguas

Ana Machado, Marta Moreira

Le 15 janvier six élèves des classes 1009 et 1109, du cours de Secrétariat, ont parcouru les salles de classe et ont lu des poèmes d’auteurs français. Elles ont aussi offert des marqueurs avec les poèmes aux professeurs et à quelques élèves. Le 18 janvier, quatre élèves du même cours ont aidé dans la réalisation de « La Semaine des Langues », aidant dans la confection des produits typiquement français tels que des crêpes, des gaufres, des croissants et beaucoup d’autres gourmandises. À notre avis, nous avons beaucoup apprécié participer à cette activité parce que cela nous a aidé à comprendre les spécialités françaises et leur cuisson. Cette initiative a eu beaucoup de succès et nous pensons que tous les élèves ont beaucoup apprécié les gourmandises que nous avons faites. Nous sommes très fières d’avoir participé ns l’activité. C’est Vendredi – le soir tout est permis ! La semaine du 14 au 19 janvier fut riche en événements francophones: de la musique, de la poésie, du cinéma, des expositions, de l’architecture et de la peinture… Tous les étudiants ont activement participé. Parmi tous ces intervenants, n’oublions surtout pas les élèves des classes 101, 102 et 103, adultes qui viennent enrichir leurs apprentissages le soir – recorrente – qui ont décidé de fêter, eux aussi, la francophonie. Au cours d’une soirée mémorable, ravis, ils ont eu un aperçu de la culture française : de la musique, de la poésie et de la gastronomie, une palette de couleurs, de mélodies et de saveurs qui les ont enchantés. Un seule certitude : ce fut tellement agréable que les absents s’en mordent les doigts et les présents se veulent de recommencer !

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En el día de Español, los alumnos vieron una película por la mañana y por la tarde se divirtieron en un peddy paper.


Natal é Quando um Homem Quiser...

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Conto de Natal No final do primeiro período, realizou-se na D. Sancho o tradicional Concurso de Natal. Mais uma vez, alunos dos 7.º e 10.º anos deram asas à sua criatividade e, num momento de pura inspiração, reuniram-se na Biblioteca da escola para redigir um Conto de Natal. Foi motivo de regozijo para a equipa organizadora a adesão e empenho dos jovens escritores, que criaram contos inéditos de inquestionável valor simbólico pela pertinência e significado das mensagens veiculadas. Nesta época de adversidades, são os jovens que nos apontam o caminho da Solidariedade e do Amor, valores tão pertinentes não só na época natalícia, como também durante todo o ano.

Um Natal Especial

Diana Campinho, turma 701

Na casa da minha avó, estavam todos muito atarefados. A mãe, a avó e a tia estavam na cozinha a preparar o jantar e os doces. O meu pai e o meu avô liam os jornais e debatiam ideias. Eu e os meus primos montávamos o pinheirinho. Todos os anos era assim… Depois de termos enfeitado o pinheiro, chamámos o pai, pois ele consegue colocar a estrela no topo da árvore. No resto da tarde, jogámos bastantes jogos, contámos histórias; também tentámos ajudar a avó, a mãe e a tia a preparar o jantar, mas elas não quiseram a nossa ajuda. Pelas oito horas da noite, começámos a jantar. Primeiro, agradecemos a Deus aquela refeição, rezando uma pequena oração e lendo uma passagem bíblica. De seguida, jantámos e devo dizer que o jantar estava delicioso! No final do jantar, isolei-me um pouco da minha família, fui ao computador, entrei de imediato na minha conta do facebook e desejei a todos os meus amigos, um por um, um feliz Natal e um bom Ano Novo. Depois, voltei para junto da minha família, que se encontrava a ver um programa de solidariedade. Por volta da meia-noite, juntámo-nos todos em volta do pinheirinho, onde trocámos presentes. Num ato rápido e normal, olhei para o presépio e nem vão acreditar no que me aconteceu… podia ser cansaço, mas pareceu-me que o menino às vezes, embrulhado em paninhos, me piscava o olho! Não fiz caso, nem contei nada à minha família… simplesmente, fiz de conta que nada se passara. No final de toda esta azáfama, fomo-nos deitar, mas eu não conseguia dormir. A imagem do menino Jesus a piscar-me o olho “atormentava-me”. Sentia medo! No dia de Natal (dia seguinte), fomos todos à eucaristia. No final, fui falar com o senhor padre para que este me aconselhasse… e sabem o que é que ele me disse? Disse-me o seguinte: - Fizeste algo de bom que cativou Jesus! Não tens de ter medo, pois ele não te fará mal. Da próxima vez que isso acontecer, guarda-o no teu coração e fica feliz! Depois de ouvir o conselho do sacerdote, vim embora mais feliz e descobri que Jesus de algo que eu fiz e, por isso, me “premiou”.

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Natal é Quando um Homem Quiser... Natal é quando um homem quiser

Daniela Nogueira, turma 1001

Sempre tinha sido um miúdo diferente. Desde pequeno que perguntava sobre tudo, teorias sobre os mais invulgares temas e era hábito fascinar os mais crescidos... No entanto, a sua maior questão era o Natal. Desde que se lembrava de o festejar, nunca tinha conseguido resolver o tão grande enigma. No entanto, foi no seu décimo dezembro que ouviu as palavras que viriam a mudar tudo: “Natal é quando um Homem quiser.”. Ouviu a famosa expressão numa das últimas tardes do ano, enquanto se divertia a ver os anúncios dos novos brinquedos que fariam parte da lista de presentes de todas as crianças... exceto da dele, é claro! Tais futilidades nunca lhe haviam causado o mínimo interesse. Mas aquelas seis palavras... sim! A resposta estava próxima. O resto das férias passou-as a refletir, a observar, a tentar desvendar os comportamentos das pessoas naquela altura do ano. Segundo o que ouvia, era a época da Bondade, de dar sem esperar nada em troca, de perdoar, de reunir a família à volta da mesa e partilhar experiências, mostrar o amor pelos outros... então, depois de uma intensa deliberação (que os seus pais começavam a estranhar...), concluiu que não percebia a essência do Natal. “Mas afinal porque é que toda a gente se lembra de fazer tudo isto durante um mês, no ano inteiro?”. Esta pergunta ecoava na sua cabeça continuamente... não conseguia encontrar a razão que tornava o Natal tão bom para o Mundo. Aliás, tinha a certeza de que nem os adultos compreendiam bem tudo aquilo. Era algo que lhes era imposto, pela região, pela família, pela sociedade. Algo que ninguém questionava, mas que também ninguém entendia. Teve, então, uma ideia. Não sabia ao certo como a levar a cabo, mas era um rapaz determinado e persistente. Havia de conseguir! O plano era simples. Iria “entornar” o Natal pelo resto do ano. Tencionava preservá-lo dentro de si, e contagiar os outros com o espírito que sempre parecia desvanecer-se por altura dos Reis, em princípios de janeiro. A partir desse Natal nunca mais foi o mesmo. Era sempre o primeiro a ajudar quem precisava, aprendeu música e, com apenas doze anos, ia tocar violino para a estação de comboio ao fim de semana, sempre com o gorro vermelho e branco na cabeça. É claro que o barrete, tão característico do barrigudo de barbas brancas em quem nunca acreditara realmente, era apenas um símbolo. O que ele transmitia, na verdade, era a sensação de felicidade que invade a gente na época natalícia, e isso era o que importava. No ano seguinte, fez voluntariado, ajudou a distribuir comida pelos mais necessitados (em pleno verão!) e decidiu que, quando crescesse, seria essa a sua missão: levar a Bondade, a solidariedade aos corações das pessoas. Na escola, era um aluno exemplar, não havia um único miúdo ou professor que não gostasse dele. Era um orgulho para os pais. Sentia-se completo desde aquele mês de dezembro, quando tinha dez anos apenas. Viveu assim, sem nunca esquecer a sua resolução de Natal, feita havia tanto tempo. Casou e, mal os seus filhos aprenderam a falar e a acreditar, ensinou-lhes o amor e o espírito de Natal que tão fortemente abraçara. Levou uma vida feliz e, com todos aqueles anos de experiência, entendeu que a essência daquela época, daquela festa que tudo transformava e movia, crescia dentro de cada um, manifestando-se mais nos corações abertos que a compreendiam. Resolveu o último enigma no seu octogésimo sexto dezembro, levando consigo a certeza de que o Natal podia, de facto, durar para sempre.

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Poesia Multilingue RACISMO Ana Sofia Machado, turma 1008 Parece que em cada esquina há um juiz Sempre pronto para criticar Mas cada palavra deixa uma cicatriz Que não é nada fácil de curar Atormentam sem piedade Estão presentes em cada ação Impedem a felicidade E às vezes até mesmo a razão O que muda por ele ser rico? Será ele mais merecedor da vida? O que muda por ele ser branco? Será diferente a despedida? Somos todos feitos do mesmo material O sangue é todo quente e vermelho Cada um de nós é excecional Só muda a imagem que vemos no espelho Somos todos iguais Temos todos o mesmo fim Infelizmente somos todos mortais A vida é mesmo assim.

Ana Sofia Machado, turma 1008 My favourite drink is coke But I also like water I like basketball But my favourite sport is soccer. I’m very perfectionist When I do something I have to do it right I like land and sea I love day and night I’m a happy person I don’t like to cry I think dreams come true And we don’t need wings to fly I love photography Paris is my favourite city When I’m taking pictures Nothing can hit me I think I’ve said enough I did my best to impress Now you know me a little better Try to guess the rest.

Comensurável leveza do chá e dos livros Rosa Proença, prof. de Filosofia

Espírito flexível, imutável doçura sem rivalidade.

Símbolos metamorfoseados e imbuídos de significado, Signos que se enlaçam e desenlaçam numa dança e contradança. Pensamentos, desejos, paixões e questões Se aconchegam e se escondem na lembrança.

Dialéctica argumentativa, maiêutica de saber Aparências que ocultam a verdade. Estilização e ornamentação de palavras. Opiniões e experiências que se transformam em realidade.

Panóplia de aromas e sabores de fina porcelana envolvida. Cultura de requinte, simples magia ou vitalidade. Supremo poder, intemporal e performativo.

Aparentemente incomensuráveis nos seus estados, Fundem-se numa experiência Sublime. Grau de protagonismo equitativo, Literacia e prazer que o momento suprime. Sancho Notícias


26 PNL D. Sancho na distrital do CNL Dando resposta ao convite de participarem, mais uma vez, no Concurso Nacional de Leitura, um grupo de alunos do 3º ciclo e do ensino secundário prestaram prova, no dia 8 de janeiro, a propósito das leituras dos livros a concurso. Para o 3º ciclo, foram sugeridos As duas casas de Ana Teresa Pereira e Fernão Capelo Gaivota de Richard Bach; já para o secundário a escolha incidiu em Mia Couto com a obra Estórias abensonhadas e em Edward Morgan Forster, Um quarto com vista. Pelas 16h, numa breve cerimónia, na biblioteca da escola, juntaram-se todos os concorrentes para conhecerem os vencedores. Estes foram anunciados pelo presidente da CAP, que muito honrou este momento dedicado à leitura com a sua presença. Nas suas palavras, estes alunos são um exemplo para a escola e projetam uma imagem positiva da mesma, felicitando-os pela sua participação e disponibilidade. Vencedores Ensino Básico Eduarda Paiva, nº 10, 901 Eduarda Araújo, nº 11, 901 Inês Cavaleiro, nº 14, 901 Vencedores Ensino Secundário Bruno Ribeiro, nº 8, 1002 Daniela Nogueira, nº 8, 1001 Hélio José Carvalho, nº 9, 1108 APURADOS PARA A FASE DISTRITAL PARABÉNS!

SER PORTUGUÊS

Anselmo Freitas, prof. de Filosofia

Ser português, o que é!? Se todo o ser é instante, é agora, Um nada que se demora, Resíduo fugaz da memória Que tudo refaz outra vez. Quanto ao passado que foi, A sua sorte é idêntica: Todo o ser o Nada em si concentra, Pois o ser, se o é, se inventa. Quanto àquilo das Descobertas _ o Ser na história de um povo _ O que foi, foi vida concreta, Enfim, nada de novo.

Sancho Notícias

“Mar Português”, Camões, O Oriente e o instante, Buscar o longe, o distante: O que nos faz nos desfez. E é sempre assim, nesta vida O perigo, a tristeza, o além, Desejo de sonho, desdém De alma humana, perdida. Ser português!? Que foi sê-lo!? O leme, a tormenta, a loucura, Existem ou são literatura: A revolta do ser submisso? Mas tudo o que é não é isso?... E ser qualquer coisa o que é, se o ser do que é é sem fim!?


A nossa Filosofia

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Dia Mundial da Filosofia

Maria Vladimiro Faustino, prof. Filosofia

Para assinalar o “DIA MUNDIAL DA FILOSOFIA ”, o grupo de Filosofia do Agrupamento de Escolas D. Sancho I, promoveu ao longo do dia 15-11-12, diversas atividades que contaram com a colaboração ativa de alunos e professores da disciplina, tornando possível, muito do que foi visto e partilhado por toda a comunidade escolar ao longo do dia. Relembra-se que o Dia Mundial da Filosofia foi instituído pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e todos os anos é comemorado na terceira quinta-feira do mês de novembro. Mais uma vez, pretendeu-se reforçar a ideia de que, a Filosofia não está morta pois tal só seria possível no dia em que morresse o último homem e com ele a capacidade de pensar sobre a vida. O grupo de Filosofia agradece todos os que ajudaram a dinamizar reste dia.

Entrega Objetos Filosóficos Sofia Bessa Peixoto, prof. Filosofia

A Escola Secundária D. Sancho I ( grupo de Filosofia), no passado dia 11 de dezembro, fez uma oferta de objetos e de trabalhos filosóficos à Associação Portuguesa de Ética e Filosofia Prática. Estes objetos foram concebidos para o dia Mundial da Filosofia que se comemorou no dia 15 de novembro na Escola D. Sancho I e que, dada a sua relevância para a promoção da filosofia, foram agora doados à APEFP que tem assumido, em Portugal, um papel importante no desenvolvimento da filosofia e na dinamização de diversas atividades de interesse social e cultural. Estes objetos estarão assim patentes em futuras iniciativas desta instituição. Nesta entrega dos objetos ao Presidente da APEFP, Eugénio Oliveira, estiveram presentes os responsáveis pela dinamização e execução dos referidos trabalhos, ou seja os representantes das turmas 1101,1102 e 1107, Catarina Cardoso, Patrícia Miranda, Simão Araújo e Jessica Sousa respetivamente, e ainda a professora de Filosofia, Sofia Bessa Peixoto.

Concours d’affiches Les noms des gagnants du concours d’affiches sur la francophonie de la classe 903, élus par les classes de français de 7ème, 8ème, 9ème, 10ème, 11ème et 12ème: 1er prix: José Diogo et João Emanuel (au centre et de droite à gauche) - l’Agérie 2 ème prix: Rui et Frederico (à gauche) - le Maroc 3ème prix: Luís et Paulo (à droite) - la Suisse

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O nosso Desporto.

O Rugby na D.Sancho I Francisco Carvalho, prof. de Educação Física

Deverá ser objetivo de todas as escolas a procura do sucesso escolar. Este será mais facilmente alcançado através da criação de um clima de trabalho positivo entre todos os intervenientes no processo educativo, com recurso a práticas inovadoras e contemplando a integração na comunidade envolvente. Nada melhor do que os valores do desporto e da prática desportiva para potencializar e acelerar o alcance destas metas. Assim, com o intuito de desenvolver o gosto e o hábito da prática desportiva, bem como reforçar a atuação da escola como verdadeiro espaço formativo e promover um desporto (ainda relativamente pouco praticado no nosso concelho) tem sido hábito, todos os anos, na nossa escola, realizar-se o “Dia do Rugby”, que se tem revelado uma grande iniciativa de prática desportiva na D.Sancho I, que envolve centenas de alunos, com o objetivo de despertar o interesse dos alunos recém-chegados à escola para a prática desta modalidade desportiva. A D. Sancho I é uma escola com tradições nesta área, contando com um grupo/equipa. Para o sucesso destas iniciativas, têm sido sempre estabelecidas parcerias com a Federação Portuguesa de Rugby e com o Clube de Rugby de Famalicão, potencializando recursos materiais e humanos, enriquecendo e valorizando, desta forma, o êxito da mesma. O Rugby, como modalidade desportiva, constitui um excelente vínculo para cultivar princípios fundamentais de formação, salientando o espírito de equipa, de entreajuda e de empenho. Esta modalidade teve origem em Inglaterra em 1823 quando um estudante, de nome Web Wellis, do Colégio de Rugby, no decorrer de um jogo de futebol, agarrou a bola com a mão e começou a correr ao longo do campo, desviando-se de colegas e adversários, perante o espanto geral, colocando-a no chão dentro da baliza adversária. Esta atitude, completamente inesperada, foi o ponto de partida para o aparecimento da modalidade. Inicialmente, era jogada com uma bola redonda, mas, a partir de 1850, a bola passou a ser oval. Embora possa parecer um desporto complexo, é extremamente fácil de jogar. Pelas suas características, torna os seus praticantes corajosos, pela necessidade da aplicação correta dos princípios defensivos e ofensivos; inteligentes, pela compreensão a que obriga um jogo de conquista e de combate na lógica da escolha das opções corretas face às diversas situações que forem surgindo; com grande capacidade de adaptação, face à enormidade de situações de incerteza que o jogo permite; solidários, pelo forte espírito de equipa que se desenvolve. Ou seja, existe um enorme transfer para o futuro ao nível profissional e social, daí podermos, convictamente, afirmar que a prática do rugby constitui uma enorme preparação para a vida. A atividade realizada neste ano letivo envolveu vários skills específicos do jogo, como sejam a técnica de contacto, o alinhamento, a formação ordenada e um torneio que proporcionou a todos os que participaram uma experiência inesquecível, que quererão, disso estou certo, repetir num futuro próximo. Às quartas-feiras, a partir das 16.55h, realizam-se os treinos da equipa D.Sancho I. Aparece!!!

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Futsal feminino “soma e segue” A equipa de futsal feminino da nossa escola comanda isolada o campeonato do desporto escolar da coordenação educativa de Braga, tendo vencido mais dois jogos no passado dia 02 de fevereiro, no pavilhão municipal das Lameiras, contra as escolas Secundárias de Terras de Bouro e de Amares pelos parciais de 13:1 e 4:3. Na opinião do professor responsável, José Pereira, a equipa tem sido superior técnica e taticamente às adversárias, havendo ainda um potencial muito grande de crescimento que trabalharemos diariamente nos treinos. Destaca o orgulho que tem pelas suas atletas, assim como as fundadas expectativas de ir mais longe na competição.

Corta Mato Escolar No dia 30 de janeiro, disputou-se mais uma edição do Corta-Mato Escolar. A particularidade deste foi a sua concretização nas instalações da escola, o que, na opinião dos responsáveis, foi uma aposta ganha, pois, para além de potenciar a elevada qualidade das instalações desportivas, promoveu simultaneamente um maior envolvimento de toda a comunidade educativa. Na sequência dos dois adiamentos, a participação dos alunos ficou bastante aquém do esperado inicialmente, todavia, os que participaram não deixaram de abrilhantar e dignificar o tradicional corta-mato. Classificação geral: Infantis B – Femininos:701 Inês Azevedo; 701 Vera Pinto; 701 Rita Machado Infantis B - Masculinos:702 Tiago Costa; 701 Pedro Marques; 702 Fábio Monteiro Iniciados – Femininos: 902 Bárbara Gonçalves; 801 Joana Guimarães; 801 Inês Machado Iniciados – Masculinos: 901 Fábio Silva; 801 André Silva; 801 Carlos Sousa Juvenis – Femininos: 1004 Cristiana Ribeiro; 1107 Lúcia Azevedo; 1106 Ana Ferreira Juvenis – Masculinos:1111 Luís Costa; 1102 Baltasar Silva; 1007 Hernâni Azevedo Juniores – Femininos: 1201 Sara Sousa; 1201 Carolina Gonçalves; 1210 Tatiana Pereira Juniores – Masculinos:1108 Hélio Cravalho;1113 José Costa; 1212 Paulo Pereira

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Portugal e a Educação Física Escolar: Que relação? Isabel Columbano, prof. de Educação Física

O propósito deste artigo é registar as evidências que relacionam a prática da atividade física desportiva dos alunos com o seu estado de saúde físico, intelectual e emocional. Para tal, e perante esta dualidade, explicito as medidas políticas educativas que o Governo instituiu nas escolas, opinando também sobre as mesmas. Primeiro: Portugal tem a taxa de obesidade mais alta da Europa, e porque será? Será que andamos a comer em demasia? Será que andamos a comer pior? Será que estamos mais sedentários? É minha opinião que a alimentação e atividade física são dois vetores interligados importantíssimos no controlo do peso corporal. Também é do conhecimento geral que atualmente a alimentação das nossas crianças e jovens é, com frequência, mais calórica do que antigamente; por outro lado, eles passam cada vez mais tempo em frente à TV ou no computador, mostrando resistência em adotar estilos de vida ativos e dando sempre preferência ao carro e ao elevador…Tudo isto, como é evidente, é conducente a um aumento do aporte energético através dos nutrientes e a uma redução dos gastos energéticos através da diminuição da atividade física. Por conseguinte, não é de espantar que uma em cada três crianças de Portugal tenha excesso de peso. E o que faz o Governo Português? O Ministério da Educação decreta às escolas uma redução da carga horária escolar na disciplina de Educação Física. Segundo: Sabendo que uma das prioridades da pasta da educação é promover uma educação para os valores, como é que o Governo pretende desenvolver tal desígnio? Será que é penalizando o desenvolvimento do desporto escolar, retirando aos professores interessados horas para a promoção do mesmo, o que equivale dizer, que os alunos têm menos horas de treino para uma prática desportiva orientada? No meu ponto de vista, esta diligência penalizou significativamente o desenvolvimento integral e harmonioso dos alunos, pois o desporto escolar, como projeto desportivo, complementar da Educação Física, é uma escola de valores, educando os alunos para a cidadania, para os afetos, para o empreendedorismo, para a igualdade de oportunidades. Deste modo, em Portugal apenas 40% das crianças realizam atividades físicas extracurriculares, uma taxa reduzida de atividade física e desportiva, orienta

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da e sistemática. A bola de neve está a crescer…. Terceiro: O Projeto Pessoa, no qual o Ministério da Educação é um dos intervenientes, esteve durante cinco anos a estudar a relação entre a aptidão física e o aproveitamento escolar, demonstrando que os alunos que realizam exercício físico regularmente têm melhores resultados a Português, Matemática, Inglês e Ciências. E o que faz o Ministério? Preconiza uma medida de não contabilização da classificação da Educação Física na média do ensino Secundário para efeitos de ingresso no ensino superior. Na minha perspetiva, esta legislação prejudica clara e duplamente os alunos no acesso ao ensino superior. Por um lado, a Educação Física lidera, na maioria das escolas, inclusive na nossa, as melhores taxas estatísticas de rendimento escolar, inflacionando, deste modo, as médias de secundário e ajudando os alunos a prosseguir estudos na universidade. Por outro lado, a prática de educação física contribui para um desenvolvimento emocional equilibrado do aluno, induzindo sensações de autoestima, de confiança, de amor-próprio e pelos outros que sustentam a felicidade pessoal, que, como é óbvio, se repercute positivamente nos resultados académicos. A bola de neve está a ficar gorda e pronta… Em síntese, os factos descritos anteriormente colocam em causa todas as medidas educativas levadas a cabo pelo Ministério, que, infelizmente, insiste em catalogar a Educação Física como uma disciplina não estruturante, esquecendo – se de que, em todo o currículo do aluno, a única disciplina, e citando Rubem Alves, que ajuda os alunos a “plantar nas hortas coisas boas para comer, viver e a plantar nos jardins coisas boas de ver, cheirar, degustar…”, é a Educação Física. A Educação Física mistura saberes, conhecimentos técnicos e prazeirosos, ensinando sobretudo os saberes que são essenciais, e os saberes essenciais são aqueles que nos ajudam a viver, “ Não há educação, sem Educação Física” Ups, a bola fugiu, não sei onde foi parar…


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A Nossa Matemática... Este ano, a Páscoa é ao domingo!

Todos sabemos que a Páscoa é sempre ao domingo, no entanto, varia de ano para ano o dia e o mês em que se celebra. Os cristãos passaram a festejá-la no primeiro domingo depois da primeira lua cheia da Primavera [no hemisfério Norte], fixada no Concílio de Nicea, 325 d.C. Temos a partir do dia de Páscoa, muitas outras datas comemorativas que são estabelecidas: 2 dias antes do domingo de Páscoa é a Sexta-Feira Santa; 40 dias antes é a quarta-feira de Cinzas; 41 dias antes é o Carnaval e o dia de Corpo de Cristo acontece 60 dias depois da Páscoa. Como calcular o dia de Páscoa? Para sabermos o dia exato da Páscoa Cristã em cada ano, temos de efetuar uma divisão de números. Há alguns algoritmos para a determinação desse dia, nomeadamente o algoritmo de Gauss ou o algoritmo de Meeus/Jones/Butcher, porém utilizar-se-á de seguida o algoritmo do “número dourado” recorrendo a uma tabela simples. Tábua medieval da Escandinávia, em escrita rúnica, para cálculo da data da Páscoa

A data da Páscoa nunca pode ocorrer antes de 22 de março nem depois de 25 de abril. Se o cálculo ultrapassar este último limite, passa para o domingo anterior.Afinal a Matemática sempre nos pode dar uma grande ajuda! O algoritmo completo, sem auxílio da tabela. (fonte: http://astro.if.ufrgs.br)Desafio: Sem recorrer ao calendário do próximo ano, procura determinar a data exata do Domingo de Páscoa de 2014.

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A nossa Escola é um Eco-Escola

DIA DAS BANDEIRAS VERDES ECO-ESCOLAS 2012 A cerimónia de entrega do galardão Bandeira Verde Eco-Escolas decorreu em Gondomar, no pavilhão multiusos, no dia 10 de outubro. A escola esteve representada por três alunas: Ana Sofia Andrade, Cristiana Sofia Costa e Inês Duarte, alunas da turma 1102, acompanhados pelos professores Sérgio Marques e Cristina Neves, do grupo de Física e Química. Neste evento, estiveram presentes 1229 estabelecimentos de ensino pertencentes a 209 municípios, embora tivessem participado, ao longo do ano, 1445 estabelecimentos de ensino. Relativamente ao concelho de Famalicão, dos sete estabelecimentos de ensino que concorreram, foram galardoadas apenas três. Durante a manhã, o grupo teve a oportunidade de visitar a exposição dos Eco-Códigos e participar em workshops e atividades relacionadas com a educação e proteção ambiental; puderam também participar em projetos da Fundação Champalimaud, como o “Champimóvel” – um simulador de movimento, que apresenta um filme numa viagem pelo corpo humano. Na parte da tarde, durante a cerimónia, decorreram várias atividades de representação, música e dança. Destaca-se a apresentação do hino Eco-Escolas e da coreografia “Eco-Escolas em Movimento” ao som da música “Asas Delta” dos Clã, grupo musical que animou toda a gente com um concerto. O dia foi muito divertido e enriquecedor.

ECO-POSTER O Concurso Nacional Eco-Código pretendia estimular a participação e a criatividade dos jovens envolvidos no Programa Eco-Escolas através da produção de um trabalho de comunicação: o poster. O Eco-Código corresponde a um dos elementos do programa: o 7º passo da metodologia proposta. O Eco-Estudante deveria conseguir identificar um conjunto de atitudes e comportamentos conducentes à melhoria do ambiente na escola, em casa e na sua região. O Eco-Código deverá expressar uma declaração de objetivos, traduzidos por ações concretas, que todos os membros da comunidade deverão seguir, constituindo assim o código de conduta ambiental da escola. Todas as escolas candidatas à Bandeira Verde devem ter o seu Eco-Código divulgado na escola, preferencialmente no Regulamento interno. A opção de apresentar o Eco-Código em forma de poster visa facilitar a comunicação e divulgação dos princípios que cada Eco-escola se compromete a respeitar. Resultados a nível de escola: 1º lugar: - Eco- poster elaborado por Andreia Mendes e Maria Ferreira, da turma 902; 2º lugar: - Eco- poster elaborado por André e Rui Cruz, da turma 902; 3º lugar: - Eco- poster elaborado por Pedro Silva, da turma 1002;

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CEF

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Formador Tiago Nunes & CEF 904

O Empregado de Mesa/Bar é o profissional que, no respeito das normas de higiene e segurança, organiza, prepara e executa o serviço de Restaurante e Bar, aconselhando os clientes na escolha de pratos e bebidas. Na nossa escola, os formandos tiveram oportunidade de, em diversas ocasiões, pôr em prática as competências adquiridas em contexto de formação.

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Associação de Estudantes

CAMPANHA SOLIDÁRIA Desde 8 de Janeiro, que a AE tem unido esforços numa campanha solidária a favor da APPACDM de Vila Nova de Famalicão, chamando toda a comunidade escolar a participar neste projeto. Com o objetivo de melhorar os recursos disponíveis aos utentes da APPACDM e, deste modo, ajudar a Associação suportar algumas despesas, a AE tem levado a cabo uma recolha de brinquedos e roupas que já não tenham uso e de bens alimentares de longa duração. Para efetuar esta recolha, a AE deixou no átrio da escola três caixotes onde os bens poderiam ser depositados; também publicitou a iniciativa, partilhando-a nas redes sociais e deixando papéis com todas as informações por toda a escola. A campanha solidária tem-se revelado um sucesso, pelo que, em nome da APPACDM de Vila de Famalicão, agradecemos o sentido de solidariedade que todos mostraram!

À conversa com RICHARD ZIMLER Mantendo um papel ativo na vida escolar, mostrando-se sempre a par das iniciativas organizadas, a Associação de Estudantes propôs ser a “voz” dos alunos na “Conversa Informal” com Richard Zimler, que se realizou no dia dedicado ao Inglês, 16 de janeiro, no decurso da Semana das Línguas (de 14 a 18 de janeiro). Uma vez que, por motivos de incompatibilidade de horários e/ou falta de espaço, nem todos os alunos poderiam participar nesta iniciativa, a AE propôs-se representá-los, como tem feito desde o primeiro dia, fazendo chegar ao escritor as questões previamente colocadas. Para tal, espalhou pela escola pequenas caixas, onde todos poderiam colocar as suas perguntas, deixando também a hipótese de estas serem enviadas para a página de Facebook da AE. Foi dada garantia de que as respostas dadas por Richard Zimler serão publicadas na mesma página no Facebook e afixadas à porta da AE. A iniciativa foi um sucesso, sendo que as perguntas enviadas se revelaram pertinentes e contribuíram para o sucesso da “Conversa Informal” com Richard Zimler, sempre pronto a responder às questões colocadas.

MAGUSTO ESCOLAR No âmbito das celebrações do Magusto, dia 14 de Novembro, a Associação de Estudantes organizou o Magusto Escolar, disponibilizando castanhas assadas e sumos grátis para todos os alunos e, com a colaboração da Rádio Escola, música para animar o ambiente. A atividade decorreu ao pé da cantina entre as 09h50 e as 10h30, tendo a Direção concedido um tempo extra de intervalo (25 minutos a mais) para o efeito. A Associação de Estudantes agradece a todos por participarem nesta atividade e também pela colaboração da Miga Doce e da Slide-In, empresas sem as quais não teria sido possível a organização do Magusto Escolar.

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Projeto Concelhio de Educação Parental OLÁAAA!!! ESTE ARTIGO DIRIGE-SE AOS TEUS PAIS e, como SÓ TU, seu filho ou sua filha, que frequentas a nossa escola, podes fazer com que eles o vejam, dirigese primeiro a TI! O que te peço: que o mostres e, se te for possível, peças aos teus pais para o lerem com atenção.

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Caros Pais,

O logótipo e o título que vêem em cima é o primeiro sinal da presença de algo novo, ou melhor, algo de sempre, agora articulado de uma forma nova. Passo a explicar. Todos nós, os pais, sabemos que os nossos filhos não vieram com manual de instruções; sentimos muitas vezes que fomos preparaAgradeço a TUA AJUDA! dos para muitas tarefas, mas nem tanto para a da paternidade e, a verdade é que, por vezes, os nossos filhos nos deixam surpreendiProfª Isabel Girão Filgueiras dos e, levando ou não as mãos à cabeça, sentimos que não sabemos bem o que fazer. Por sua vez, a escola encontra os nossos filhos na qualidade de alunos; encontra-os muitas horas e muitos dias; por isso, esta quer criar novas formas de colaborar com os pais na sua tarefa: quer ter um papel respeitador, positivo e útil. Todos queremos que os nossos filhos e alunos tenham sucesso na escola, mas, para que tal aconteça, os papéis, os deveres e os direitos de cada parte (pais e filhos) têm de estar claros e de ser vividos de forma equilibrada. É um pouco por tudo isto que a nossa escola se envolveu num projeto levado a cabo pela Câmara Municipal, que se chama Projeto Concelhio de Educação Parental, o qual tem por missão tornar as ESCOLAS AMIGAS DA FAMÍLIA. Assim, na nossa escola, foi criada uma equipa de profissionais disponível para apoiar os pais no exercício dos seus papéis. Esta equipa é constituída por cinco membros: Isabel Filgueiras, Isabel Marques, Ana Paula Costa, Daniela Reis, docentes, e por Joana Gomes, assistente social. Esta equipa escolar é coordenada, trabalhando em rede, em estreita parceria, pela Equipa Municipal da Parentalidade. Na nossa escola, este ano, pretendemos dar a conhecer a nossa presença. Para recolher informação, pode contar sempre com a Direção da Escola, os Diretores de Turma, as Associações de Pais, os sites das escolas do agrupamento. É nossa intenção atender de forma pessoal e privada os pais interessados, quer num gabinete de cada uma das escolas, quer através de contacto telefónico; informamos que o horário de atendimento será à segunda feira na Escola Nuno Simões, das 9:10 às 10:00h, e na Escola D. Sancho I, das 14:15h às 15:00h. Além disso, pretendemos promover momentos de agradáveis conversas, à 6ª feira à noite, ao calor de um chá quente e de uns biscoitos. O primeiro será já no dia 15 de fevereiro sob o tema “Os desafios de crescer: do ser pequenino, ao torcer do pepino”(desta vez será na escola Dr. Nuno Simões). Queremos oferecer aos pais a possibilidade de participar em programas de educação parental, capazes de os ajudar a reconquistar a necessária autoridade para com os seus filhos através de formas de disciplina não violenta. Acima de tudo, caros pais, queria dizer-lhes, em nome desta equipa, que estamos mesmo interessadas em colaborar, ouvir, prestar atenção, dialogar por forma a trabalhar convosco, conquistando, para a vossa relação com os vossos filhos, o lugar e o equilíbrio que ela precisa para que eles possam ser os alunos que todos desejamos que sejam. Um dia nasceu-nos, a cada um de nós, um filho/uma filha e o nosso mundo mudou para sempre, passámos a pertencer-lhe, hoje, ainda ocupados com a tarefa de o ajudar a crescer, a tornar-se adulto capaz de gerir a sua própria vida. Podemos ajudar-nos uns aos outros… Conte connosco, nós queremos contar consigo!! P’la Equipa da Parentalidade Isabel Girão Filgueiras

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Robotino® Robótica móvel Os robôs móveis são cada vez mais importantes num sistema de produção flexível. A propriedade autónoma dos robôs permitem agilizar a produção. Através dos sensores, da câmara e do controlador o sistema adquire a inteligência necessária, de forma a poder responder a diversas tarefas autonomamente.

Compreender a tecnologia O Robotino permite aos formandos desenvolver os seus conhecimentos em diversas tecnologias, tais como, accionamentos eléctricos, cinemática, sensores, controlo, sistemas de visão e técnicas de programação.

Expansível Devido aos acessórios e expansões disponíveis, torna-se mais fácil a integração em sistemas flexíveis de produção. O sistema de ensino integrado com o Robotino permite despertar a vontade de aprender.


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