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Inclusão de imigrantes e refugiados

Sublinhando o princípio de que “a coesão social só existe quando há interculturalidade”, a responsável da Junta de Freguesia de Arroios definiu interculturalidade como “misturar, conviver. Troca de culturas. Não perdendo nunca a nossa identidade”. E deu um exemplo curioso. “O exemplo mais simples disto é a bola de Berlim. Trazida por uma refugiada alemã, judia, durante a 2ª guerra mundial. Só que essas bolinhas têm uma geleia lá dentro. E nós, em Portugal, gostamos muito de doce de ovos. Assim, há interculturalidade na bola de Berlim. Aproveitámos uma receita que veio de fora, mas, depois, tornámo-la nossa”. O workshop de culinária de dia 5 de maio – uma forma de solidariedade com os refugiados, neste caso ucranianos (o dinheiro das inscrições vai integralmente para os próprios) –, vem na sequência de outros, entretanto realizados (por exemplo, com o Afeganistão, Iraque, Síria, Líbano), e têm sido um êxito. “Sempre casa cheia. As pessoas repetem. Quem vem a primeira, vem a segunda, vem a terceira. É sempre uma culinária diferente, com refugiados de países diferentes. E mesmo quando repetimos o país, é de zonas diferentes”. Estes workshops são para continuar, tal como várias outras ações “onde a interculturalidade está sempre presente”. Estejamos atentos.

• Belmira Fernandes

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IDirigente do SPGLI

Na atual conjuntura de guerra entre a Ucrânia e a Rússia, Portugal tem vindo a receber muitas famílias refugiadas que tentam fugir a essa guerra. O Ministério de Educação, na figura da DGE, publicou um manual denominado “Orientações para o acolhimento, a integração e a inclusão de crianças e jovens Ucranianos”. Segundo este documento os encarregados de educação/tutores podem optar pelo ensino online com a plataforma da Ucrânia. O Ministério da Educação Ucraniano refere que “o ensino à distância também é recomendado para crianças com necessidades educativas específicas e, nestes casos, os professores e pais/encarregados de educação podem implementar um currículo personalizado usando diferentes canais de comunicação”. Embora possam optar por esta modalidade de ensino, a aprendizagem do português é obrigatória. Devem iniciar o seu percurso nas nossas escolas com aulas de Português Língua Não Materna, organizando os seus horários com as escolas. Existe esta opção de escolha, mas o que se tem sentido nas escolas é que os alunos estão efetivamente a frequentar o ensino nas escolas de Portugal, também porque os meios para terem aulas online a partir da Ucrânia não são os melhores. No documento referido anteriormente são dadas orientações para que se disponibilizem os meios necessários para a inclusão - entre os quais professores, técnicos, tutores, voluntários, entre outros. Também a EMAEI (Equipa Multidisciplinar de Apoio à Educação Inclusiva) tem mais responsabilidades, nomeadamente o acompanhamento e monitorização das necessidades dos agregados familiares. Os elementos que constituem as EMAEI não viram alteração nos seus horários para conseguirem responder a mais esta tarefa. Todas as escolas e os seus professores se têm adaptado a esta realidade da melhor maneira que podem e com os meios de que dispõem. Têm sido feitos todos os esforços para ajudar estas crianças/ alunos, mas os meios continuam os mesmos e não foram reforçados para assegurar o seu sucesso educativo. Não basta publicar guias orientadores que, por mais importantes que sejam, não resolvem os problemas inerentes à situação. Interessa tentar compreender os meios de que as escolas/agrupamentos necessitam para cumprir as orientações dadas pelos guias e para garantir o bem-estar físico e emocional das crianças e jovens que viram as suas vidas viradas do avesso.