está relacionada com a presença de anticorpos reagentes contra o soro, enquanto a anafilactoide também é produzida por anafilotoxinas, mas sem a participação de anticorpos reagentes8. Os sinais clínicos mais frequentemente observados nas fases iniciais destas reações são urticária, prurido, tremores musculares, dispneia, tosse e náuseas. Os sinais avançados incluem taquicardia, edema dos órgãos, coagulação intravascular disseminada, hipotermia e falência múltipla dos órgãos4. Na soroterapia, a manutenção do acesso venoso deve ser mantida pela administração de solução fisiológica ou de Ringer, para facilitar a administração de medicamentos por via intravenosa. As reações precoces podem ser tratadas com adrenalina (0,1 a 0,5mL de solução a 0,1%, IV), hidrocortisona (50mg/kg IV) e prometazina (0,2 a 1mg/kg SC), além da fluidoterapia. Se houver insuficiência respiratória, deve-se fazer uso de sondas endotraqueais, para facilitar a respiração, e de broncodilatadores, como a aminofilina (10mg/ kg IM ou IV)4. A fim de evitar a reação de hipersensibilidade, pode ser feita a prova intradérmica para determinar a sensibilidade do paciente3,7, mas este procedimento pode resultar em atraso no tratamento específico.
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Cadernos Técnicos de Veterinária e Zootecnia, nº 75 - dezembro de 2014