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Perdido Sem Ti

Francisco vive em Vila Nova de Gaia, tem 18 anos e atualmente frequenta o curso Técnico de Marketing, na Escola Comércio do Porto. A sua infância foi baseada em momentos de amargura e de relatos inesquecíveis vividos com os seus amigos e os seus dois irmãos, irmão gémeo João de seis anos e André, irmão mais velho de 12 anos. Os amigos que dela fizeram parte marcaram longas aventuras, entre peripécias e brincadeiras, porém, algumas histórias ficaram, ficaram de tal forma vincadas nas memórias, que ainda hoje prevalecem. Francisco, menino de seis anos, no ano de 2006, depara-se com uma triste tragédia, que irá prevalecer no resto da sua vida.

Dificuldades que foram difíceis de ultrapassar, de imediato um forte impacto, de uma notícia que o marcaria para o resto da sua vida… o falecimento do seu irmão mais velho André, figura líder, protetor e mentor das brincadeiras mais engraçadas entre eles. O André sofria de leucemia desde tenra idade os prematuros seis anos do Francisco, não lhe concederam a plena consciência da realidade em que o irmão vivia, daí o forte impacto desta fatalidade na vida desta criança. Dias longos de sofrimento e amargura... a leucemia era a doença que ele confrontava, ajudando o irmão de todas as maneiras possíveis, entre lágrimas e memórias... o fim chegara. O coração destroçado, o corpo fragilizado, os dias cinzentos e as memórias eram recordadas... os momentos que passaram juntos nada mais eram agora que antigas memórias.

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Fechado em casa, rodeado por quatro paredes sem poder ver a luz do sol, a beleza do céu... tudo lhe parecia escuro e de certa forma agoniante. Sem quaisquer tipos de força para superar tal acontecimento... entre os seus próprios sofrimentos tudo parecia cada vez mais perdido, nada podia ele fazer. Família e amigos, dois aspetos fulcrais para que conseguisse, de certa forma, superar alguns pensamentos que lhe tiravam a esperança de algum dia voltar a ver o irmão. Os membros familiares apoiaram de diversas maneiras, tendo assim de certa forma acalmando o seu estado de espírito de tão vulnerável e enfraquecido que estava… Os pais e seus familiares de corações quebrados, sem ferramenta alguma que os conseguisse concertar tinham um papel fundamental nesta fase negativa na vida do Francisco, tentando ampará-lo e direcioná-lo para um caminho mais certo e com menos sofrimento… Para este rapaz ainda frágil, no que toca a esta dolorosa realidade, sofre de saudades notórias, de certas brincadeiras passadas com o seu irmão, de várias e longas risadas, a nostalgia ainda permanece. Memórias que irão ficar para o resto da sua vida.

De acordo com Francisco, a morte do seu irmão ainda hoje o abala… Mas à medida que o tempo foi avançando, tornou-se mais fácil de encarar e aceitar esta triste realidade. Recordar os acontecimentos passados é algo que assusta a mente do Francisco, pois momentos de grande amargura foram sentidos de uma maneira que nunca tinha acontecido.

Terminando a nossa entrevista, Francisco emocionado, deixou vir ao de cima uma sensação de culpa porque, no fundo, sente que poderia ter feito algo que permitisse ao André levar as melhores memórias deste plano. “Esteja onde estiver… desejo que fique num lugar harmonioso e bem-aventurado”.

Francisco felizmente recuperou desta perda não nega que em certos momentos do seu dia-a-dia se lembra do seu irmão, recordo-o com amor e ternura. Diz-nos que superou, considera-se uma pessoa bastante alegre e, principalmente, uma pessoa feliz!

História de Afonso Meireles, Diogo Pereira, João Pereira e Rui Rocha.