Mercedes-Benz 4MATIC Experience 2013

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Mercedes-Benz 4MATIC Experience 2013

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À DESCOBERTA DO PATRIMÓNIO MUNDIAL

DA HUMANIDADE

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Mercedes-Benz 4MATIC Experience 18 a 20 de outubro de 2013

Face ao êxito do ano passado, e continuando na descoberta do Património Mundial da Humanidade, os proprietários dos Mercedes-Benz com tecnologia 4MATIC vão, em 2013, partir do coração do Douro – Peso da Régua – até à cidade-berço de Portugal - Guimarães, num trajeto espetacular, com caminhos e trilhos muito díspares, desde os socalcos do Douro até à travessia da serra do Marão. O Património Mundial está ao alcance de um fim-de-semana aventura, recheado de visitas, trilhos espetaculares, paisagens únicas, gastronomia e unidades hoteleiras de grande qualidade. A Mercedes-Benz e o Clube Escape Livre desejam, por isso, que esta aventura seja para si inesquecível e prazerosa, aproveitando todas as qualidades que o seu veículo lhe proporciona por fora de estrada, ao longo desta aventura.

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PESO DA Foi o Marquês de Pombal quem ditou o desenvolvimento de Peso da Régua. Em 1756, o político e diplomata criava na Régoa a Companhia Geral das Vinhas do Alto Douro. Mandou delimitar as vinhas do Vale do Douro com marcos de granito – Marcos de Feitoria – determinando assim as áreas de produção dos melhores vinhos, e Portugal via a criação, no Douro, da primeira região demarcada e regulamentada do mundo. A partir daí, e por via do comércio e sua centralização local, a Régoa passou a ser o centro da Região. Em 1837, Peso da Régua foi elevada a vila e foi recebendo algumas freguesias, possuindo hoje 12. Em 1985 foi elevada à categoria de cidade e em 1988 foi reconhecida pelo Office Internacional de la Vigne et du Vin como Cidade Internacional da Vinha e do Vinho. Uma visita pelo vasto e diversificado património

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A RÉGUA do concelho vai revelar a Estação Arqueológica da Fonte do Milho (Canelas) testemunho da presença romana e com classificação de Monumento Nacional, o Cemitério Paleocristão (Galafura) com sete campas cavadas em xisto, provavelmente dos séculos VII/VIII, o Santuário da Nossa Senhora das Candeias (Canelas) e a Cruz Santa de Poiares, uma cruz de Malta, em pau-santo revestida de ornatos com lâminas de prata com várias figuras do século XIII. Tudo isto, saboreando a paisagem magnífica que muda de cor ao longo das estações do ano, a pacatez do Douro navegado por embarcações turísticas, Da gastronomia do concelho fazem parte o arroz de forno com cabrito assado. Na doçaria, realce para o leite-creme, as falachas, os rabelos, as ferreirinhas, as regulas e os afamados rebuçados de Régua. A acompanhar a refeição e para levar, sugerem-se os vinhos da Região ENTRE AS DIVERSAS PERSONALIDADES Demarcada do Douro e o Vinho do Porto. O DE PESO DA RÉGUA ESTÁ D. ANTÓNIA artesanato de Peso da Régua conta a história do ADELAIDE FERREIRA, CONHECIDA POR concelho, desde sempre ligada à vinha e ao vinho. FERREIRINHA. ESTA FOI UMA MULHER As garrafas rotuladas em estanho, as miniaturas QUE VIU NASCER O SEU ESPÍRITO de carros de bois, os cestos de vindima e os barcos EMPREENDEDOR E NEGOCIADOR rabelos são exemplo disso. São importantes exAPÓS A MORTE DO PRIMEIRO MARIDO. -libris da região a Casa do Douro, o Instituto do ENTRE A SUA OBRA ESTÃO GRANDES Vinho do Porto, a Cooperativa Vitivinícola e as PLANTAÇÕES NO DOURO, O PAGAMENTO famosas quintas do Douro. DA CONSTRUÇÃO DE QUILÓMETROS DE ESTRADAS E DE CAMINHOS-DEFERRO, TENDO DADO TRABALHO A MIL OPERÁRIOS PARA COBRIR AS SUAS VINTE E TRÊS QUINTAS COM MILHÕES DE CEPAS. DEPOIS DE ENVIUVAR, EM 1880, AJUDOU A CONSTRUIR OS HOSPITAIS DE PESO DA RÉGUA, VILA REAL, MONCORVO E LAMEGO. MANDOU CONSTRUIR NO MOLEDO UM PALÁCIO PARA ACOLHER O REI D. LUIZ, AS TERMAS, A PISCINA E UM FABULOSO PARQUE. DOIS ANOS DEPOIS DA SUA MORTE, FOI CRIADA A COMPANHIA AGRÍCOLA DOS VINHOS DO PORTO, MAIS CONHECIDA POR “CASA FERREIRINHA”.

SABIA QUE

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QUINTA DE

CAMPANHÃ

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Situada na Região Demarcada do Douro, no baixo Corgo, a Quinta de Campanhã tem cerca de um século, tendo sido fundada pelo Visconde de Alijó, em 1916. Tem 27 hectares e produz 200 pipas de vinho de mesa anualmente. Do seu espólio vinhateiro fazem parte lagares em granito, únicos no Douro, embora apenas um deles seja atualmente utilizado para pisar as uvas na Festa das Lagaradas ou da Vindima, que decorre em setembro ou outubro. Enquanto se pisa o vinho, as pessoas cantam e dançam, celebrando desta forma o final de um ano vinícola. Na Quinta existe também a Capela de Santo António, onde é prestada homenagem a Santa Cândida, padroeira das vinhas. Aproveitando este pequeno paraíso de paisagem sobre o vale do Douro, a Quinta de Campanhã, do mesmo grupo do Hotel Régua Douro, com quatro estrelas, é também explorada para a realização de todo o tipo de eventos, entre eles casamentos. Possui um salão para 250 pessoas, terraço, espaço verde, lagares e tonéis.

SABIA QUE O BARCO RABELO É UMA EMBARCAÇÃO PORTUGUESA, TÍPICA DO RIO DOURO QUE TRADICIONALMENTE TRANSPORTAVA AS PIPAS DE VINHO DO PORTO DESDE AS VINHAS ATÉ VILA NOVA DE GAIA - PORTO, ONDE O VINHO ERA ARMAZENADO E, POSTERIORMENTE, COMERCIALIZADO. O RABELO TEM FUNDO CHATO, PRÓPRIO PARA NAVEGAR EM POUCA PROFUNDIDADE, E 19 A 23 METROS DE COMPRIMENTO. ERA MANEJADO NORMALMENTE POR SEIS OU SETE HOMENS. HOJE EM DIA SERVE SOBRETUDO PARA TRANSPORTAR TURISTAS NAS SUAS VIAGENS PELO DOURO.

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MUSEU DO A identidade das gentes do Douro, da sua cultura, história e desenvolvimento tem um espaço próprio e chama-se Museu do Douro. O museu foi criado em 1997 e identifica, conserva e divulga o vasto património museológico e documental disperso pela região. Instalado numa antiga casa senhorial, reúne outros núcleos museológicos espalhados pelo país, de maneira a melhor divulgar a região duriense. Para além das várias exposições que alberga, promove também outras atividades culturais, dos concertos a oficinas, sendo o único museu do país com um quarteto de cordas residente. A vitivinicultura ocupa lugar de destaque neste museu e além da exposição permanente sobre o tema, são frequentes as exposições temporárias sobre os mais diversos subtemas, das quintas aos rótulos do vinho e tantos outros. O edifício sede do Museu do Douro é o resultado

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O DOURO da reabilitação de um dos edifícios mais emblemáticos da história da Região Demarcada do Douro do século XVIII - a Casa da Companhia Velha - inaugurado a 20 de dezembro de 2008. É constituído por um espaço central - Área de Exposições- na envolvente deste espaço situase o Restaurante «A Companhia», a Loja, o Arquivo, a Biblioteca, a Sala de Leitura e o Wine Bar com vista para o rio Douro. No espaço contíguo encontra-se outro edifício de arquitetura moderna revestido com painéis de xisto preto, onde está situado o Serviço Educativo. A poucos metros do edifício sede, encontrase outro lugar de «Memória da Terra do Vinho», que dá nome à exposição permanente e está instalada no antigo Armazém 43.

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SERRA DO “Para lá do Marão mandam os que lá estão”. O provérbio tem a sua razão de ser: a serra do Marão é um imenso obstáculo natural, tanto que atrasou o progresso no Interior Transmontado até ao século XIX, altura em que a linha férrea do Douro se tornou a via mais rápida para atravessar esta montanha. Hoje está servida por outras ferrovias e estradas, entre elas o IP4, mas criar acessibilidades não tem sido tarefa fácil por aqui. Motivo de inspiração para escritores como Miguel Torga e Teixeira de Pascoais, a Serra do Marão é a sexta maior elevação de Portugal Continental, com 1415 metros de altitude e 689 metros de proeminência topográfica. Situa-se na região de transição do Douro

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Litoral para Trás os Montes e Alto Douro e integra a cadeia montanhosa que se prolonga pelo Alvão. O Marão tem uma área aproximada de 20 mil hectares, 75 por cento dos quais constituem terreno baldio que se espalha pelos concelhos de Amarante, Baião, Vila Real, Mesão Frio, Santa Marta de Penaguião e Régua. No ponto mais alto encontra-se o vértice geodésico do Marão e o Observatório Astronómico do Marão, atualmente desativado. O xisto e o granito predominam e marcam a paisagem, por entre as manchas florestais. As partes mais altas do Marão nunca permitiram a fixação de população, mas nas suas faldas cresceram muitas aldeias,


O MARÃO cujos habitantes procuravam “nas alturas” e numa agricultura de minifúndio a sua subsistência. A serra proporcionava pasto a imensos rebanhos e dos baldios obtinham-se madeiras e lenhas. Com o 25 de Abril e a entrega da gestão dos terrenos baldios às comunidades, estas aproveitaram as verbas dos cortes de madeira para melhorar a sua qualidade de vida, criar equipamentos e infraestruturas nas povoações. Da serra, porém, as povoações não tiravam apenas dividendos com a pastorícia ou as madeiras. Na florestação, que se iniciou em 1916, empregaramse muitos braços “serranos” e as minas de volfrâmio, que a segunda guerra mundial alimentou, absorveram

também, durante vários anos, muita mão-de-obra. Ao longo da serra encontram-se diversas instalações abandonadas da exploração de minas de volfrâmio que tiveram o seu auge nos tempos da Segunda Guerra Mundial. A propósito de baldios, a serra do Marão é das que maior área comunitária oferece no país. O baldio de Ansiães, na freguesia do concelho de Amarante, tem uma área de 2 500 hectares. A vinha é a cultura dominante nas zonas habitadas das suas encostas meridionais. Hoje a serra oferece excelentes condições para a prática desportiva e outras atividades de lazer, nomeadamente caminhadas, BTT, escalada em rocha, rapel e slide, orientação e interpretação ambiental.

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MINAS FONTE

FIGUEIRA Um conjunto de sete minas serviu, durante 40 anos, para extrair muitas toneladas de estanho e volfrâmio, na serra do Marão. As Minas Fonte Figueira, desativadas desde a década de 70, situam-se em plena serra do Marão, entre os 795m e os 940m de altitude, e da intensa atividade de outrora restam vestígios

espalhados pelas encostas, sejam edifícios ou entradas de túneis. A mina número 1 é a mais conhecida e pode ler-se sobre ela, à entrada. Com sete pisos, iniciou atividade em 1928, teve o período de maior exploração nas décadas de 40 e 60 e encerrou no início da década de 70. Dali saíam três toneladas de minério todos os meses, depois de rebentados os filões com dinamite. O minério era então carregado com ajuda de pás e picaretas, carrinhos de mão e mais tarde carris, e depois triturado e lavado.

SABIA QUE NA SERRA DO MARÃO EXISTE OUTRO COMPLEXO MINEIRO ABANDONADO: AS MINAS DO RAMALHOSO. AS MINAS SERVIRAM EM TEMPOS PARA A EXPLORAÇÃO DE VOLFRÂMIO E ESTANHO E HOJE RESTAM APENAS AS RUINAS, NA MARGEM ESQUERDA DO RIBEIRO DE ANSIÃES. NA OUTRA MARGEM ESTÁ A OUTRA RAZÃO POR QUE ESTE LOCAL É CONHECIDO: A NASCENTE DE ÁGUAS FERROSAS, QUE JÁ NO SÉC. XIX SE DIZIAM INDICADAS PARA ANEMIAS E DOENÇAS DE ESTÔMAGO.

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Da estrutura mineira destacam-se quatro edifícios: a oficina, onde se faziam e consertavam vários instrumentos de trabalho; o paiol, onde se guardavam os explosivos; a lavaria, onde se procedia ao depósito do material extraído (para preparação mecânica, tratamento, seleção e separação do minério) e ao tratamento das águas residuais, e o escritório do Diretor Técnico da Mina. Centenas de pessoas trabalharam nas Minas Fonte Figueira, e alguns deixaram relatos da sua experiência. É possível saber mais do que foi esta atividade ao longo dos percursos pedestres, junto dos vestígios ainda remanescentes.

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CASA DA C A história que envolve a Casa da Calçada é riquíssima. Tanto quanto o seu presente. Inicialmente foi construído século XVI para ser um dos principais palácios do Conde de Redondo. Durante as Invasões Francesas, em 1809, nela se instalaram os comandos aliados – o português General Francisco da Silveira e o marechal inglês General Wellesley, tendo a sua localização estratégica contribuído para o sucesso decisivo das suas tropas. No entanto, a Casa acabaria incendiada devido aos bombardeamentos das tropas napoleónicas lideradas pelo Marechal Soult. No século XIX, durante a década de 20, a Casa da Calçada é comprada pela família Lago Cerqueira - o primeiro Presidente da Câmara de Amarante logo após a implantação da República - que realizou as obras de recuperação do edifício principal e anexos, mantendo a sua traça barroca e associando-lhe elementos do neoclassicismo do início do século XX. Graças a este político, que depois de algum

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CALÇADA afastamento regressa à Casa e aposta nos vinhos - no início do séc. XX - tornou-se um importante ponto de encontro para políticos e intelectuais. Depois da sua morte, a Casa da Calçada fica desocupada e posteriormente é comprada por António Manuel Mota, que inicia, com os seus filhos, o projeto de recuperação e a sua transformação em Estalagem, recuperando os seus Jardins e a respetiva vinha, e retomando a produção dos Vinhos Verdes de qualidade, tal como hoje existe. A propriedade foi completamente recuperada em 2001 e em 2003 passa a integrar a conceituada cadeia de hotéis Relais & Châteaux. O hotel de charme possui hoje diversos serviços, desde logo o restaurante largo do Paço, com uma estrela Michelin, considerado o terceiro melhor da europa, salões para eventos, jardim secular e piscina, vinha privada, campo de Golfe e campo de ténis, bicicletas para passeio, e até viatura com motorista, entre outros. Os quartos e suites oferecem vistas para o Tâmega e centro histórico.

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AMARANTE Pensar em Amarante é associar o concelho ao rio Tâmega e às serras do Marão e da Aboboreira, ao ar livre e à natureza de montanha, a atividades como montanhismo, passeios pedestres, a canoagem, o parapente, os passeios em guigas e gaivotas, a pesca, a caça, a natação, o golfe, o campismo, praias fluviais e parque aquático. Amarante é também sinónimo de grande peso e património religioso, preservando belíssimos mosteiros, igrejas e capelas. É cidade desde 8 de Julho de 1985, rondando a sua população os 12 mil habitantes, dos cerca de 60 mil a nível concelhio. As referências históricas de Amarante remontam ao Megalítico e Paleolítico, datando dessas épocas

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os mais antigos monumentos do concelho, mas é da Idade Média que ainda resistem as construções mais significativas em zonas rurais. Na cidade destaca-se a ponte e o extraordinário Mosteiro de S. Gonçalo, cuja Igreja é visita obrigatória para qualquer peregrino ou turista, mas o Centro Histórico está também reservado às Igrejas de S. Pedro e S. Domingos, à Casa da Cerca e ao Solar dos Magalhães. Fora da urbe, o destaque vai para os Paços do Concelho de Santa Cruz de Riba Tâmega, o Mosteiro de Travanca e para o estilo românico das igrejas de Mancelos, Jazente, Freixo de Baixo, Gatão ou Gondar. Porque não só de monumentos se escreve a história, as artes são também valorizadas no passado e


no presente, na essência da Arte Portuguesa Moderna e Contemporânea. O Museu Municipal Amadeo de SouzaCardoso, fundado em 1947 e instalado no Convento Dominicano de S. Gonçalo, reúne materiais respeitantes à história local e lembra artistas e escritores nascidos em Amarante: António Carneiro, Amadeo de Souza-Cardoso e tantos outros. Situada na charneira entre o Minho e Trás-os-Montes, a gastronomia de Amarante acaba por receber influências de ambas as regiões. De um lado, apresenta pratos substanciosos, como o cabrito serrano, a vitela arouquesa e maronesa, as feijoadas, as tripas, o cozido à portuguesa e o bacalhau. Por outro lado, a leveza das trutas pescadas no Tâmega e o requinte de um fumeiro bem temperado. Também os ovos têm papel importante nos doces de tipo conventual e não só, entre papos de anjo, foguetes, lérias e brisas do Tâmega. No concelho, na área do artesanato, o destaque vai para o barro negro de Gondar, a cestaria, as rendas e os bordados, as mantas e as meias de lã. E se o objetivo é conhecer o concelho com excelente alojamento, nada melhor que a Casa da Calçada, hotel de Charme pertencente à conceituada

rede Relais & Chateaux, situada no coração de Amarante. Luxo, requinte e uma estrela Michelin no restaurante do Hotel são argumentos a que não vale a pena resistir.

SABIA QUE NO MUSEU AMADEO DE SOUZACARDOSO EXISTE UMA DUPLA DE ESTÁTUAS PAGÃS CONHECIDAS POR DIABO E DIABA DE AMARANTE, COM FORMAS BEM PECULIARES. A SUA HISTÓRIA COMEÇA EM 1809 NA SACRISTIA DO CONVENTO DOMINICANO DE SÃO GONÇALO. AS ESTÁTUAS FORAM ALVO DE DESACATOS DEVIDO A TENTATIVAS DE POSSE DE OUTROS, CONTESTADAS PELA POPULAÇÃO, E ATÉ CHEGARAM A EMIGRAR, MAS REGRESSARAM RECEBIDAS PELA MULTIDÃO, COM CORTEJO E BANDA DE MÚSICA, FESTA QUE DUROU ATÉ MADRUGADA. TAL A ADORAÇÃO DOS AMARANTINOS PELOS DOIS CHIFRUDOS QUE AINDA HOJE NO DIA 24 DE AGOSTO «O DIABO ANDA À SOLTA» POR TERRAS DE AMARANTE.

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CONVENTO E IGREJ Gonçalo era um frade dominicano nascido na segunda metade do século XIII e que ficaria intimamente ligado à cidade de Amarante, quer pela sua ação evangelizadora, quer ainda pela sua atividade como construtor da antiga ponte medieval que atravessava o Rio Tâmega na localidade nortenha. Após a sua morte, foi sepultado numa pequena ermida nas margens do Tâmega, vindo a ser venerado por fervoroso culto popular a partir do século XVI, altura em que seria consagrado oficialmente como santo. Corria o ano de 1540 quando D. João III autorizou a construção da Igreja e Convento de S. Gonçalo de

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Amarante, no local onde antes estava a pequena ermida medieval. Foi frei Julião Romero, arquiteto dominicano, quem ficou com a autoria do projeto, mas a sua planta original sofreria modificações no século XVII. Aliás, nos 80 anos que o conjunto demorou a construir, adotou diversos estilos, da arquitetura maneirista às influências do austero barroco seiscentista. Por exemplo, nos três andares da fachada, um deles é barroco e os outros renascentistas. A torre sineira é de um barroco setecentista. O edifício encontra-se dividido em três pisos, sendo o térreo de maiores dimensões. O segundo piso


JA DE S. GONÇALO tem seis colunas e enquadram três nichos com graníticas imagens de S. Gonçalo, S. Pedro e S. Tomás de Aquino. O último piso, com decoração barroca, ostenta a estátua de N. S. do Rosário com o Menino. A fachada lateral possui um magnífico portal retabular e uma galeria superior, denominada Varanda dos Reis ou Loggia, onde estão as quatro estátuas dos reis que patrocinaram este monumento: D. João III, D. Sebastião, D. Henrique e D. Filipe II de Espanha. Destaca-se também a capela de Santa Rita de Cássia, o órgão do século XVIII, a barroca Torre Sineira, os dois belos claustros e o monumental chafariz.

O interior é de três naves, sobressaindo, por um lado, o magnífico retábulo barroco em talha dourada onde estão as barrocas imagens de S. Domingos de Gusmão e S. Francisco de Assis e, por outro, a importante Capela de São Gonçalo onde repousa o santo, sobre uma estátua tumular de calcário finamente trabalhada e com iconografia relativa à ponte medieval de Amarante. A edificação da Igreja e do Convento terminou na época de Filipe I, antes de 1600. A construção do pórtico e da Varanda dos Reis iniciou-se a 12 de Outubro de 1683. O Convento e Igreja de São Gonçalo estão classificados como Monumento Nacional desde 1910.

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CASTELO DE ARNOIA E CENTRO DE INTERPRETAÇÃO

Diz a lenda que o Castelo de Arnoia estava tomado pelos mouros, que escravizavam os cristãos. Estes, descontentes mas em fraco número, elaboraram um plano. Numa noite escura juntaram todos os seus rebanhos, colocaram badalos nos pescoços dos animais e archotes acesos nos cornos das cabras. Rumaram ao castelo onde os mouros, julgando tratar-se de um grande exército, abandonaram a fortaleza, deixando até tesouros enterrados. O Castelo de Arnoia, também conhecido como Castelo dos Mouros ou Castelo de Moreira, eleva-se na povoação de Arnoia, a três quilómetros do concelho de Celorico de Basto, no distrito de Braga. Trata-se de um castelo de reduzidas proporções e difícil acesso, mas na sua simplicidade de linhas é sempre interessante de visitar.

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A sua fundação é incerta e as diferentes versões indicam o séc. XI a XIII, embora haja a teoria que tenha tido construído pelos mouros, no séc. VII, e reconstruído pelos cristãos em 1043. Presume-se que a sua localização e importância esteja relacionada com o Mosteiro de São Bento de Arnoia, mosteiro beneditino estabelecido na região no século XI. Isto, porque a data de 1034 está assinalada na lápide da sepultura do alcaide do castelo, Múnio Muniz, provável fundador do mosteiro, segundo alguns autores. Ao longo do séc. XIII são vários os documentos que demonstram o uso e arrendamento dos domínios do castelo e, no séc. XVI, D. Manuel I concede foral a Celorico de Basto, estabelecendo a sede do concelho em Arnoia, lugar do castelo. Porém, devido ao grande isolamento da vila, o rei D. João V determina, no séc. XVIII,


a mudança da sede do Concelho de Arnoia para o lugar de Freixieiro, em Britelo, seguidamente denominado Vila Nova do Freixieiro, hoje Celorico de Basto. Em 1946, o castelo foi classificado como Monumento Nacional e depois de obras de consolidação e restauro, reabriu ao público em Janeiro de 2004. Em 2009 o monumento passa a ter um edifício de apoio à sua divulgação, o Centro Interpretativo. Entre outras valências, o centro possui espaços para exposições temporárias para dar a conhecer dados arqueológicos importantes para a história do local e ainda uma maqueta histórica animada que retrata os momentos finais da construção da torre de menagem, entre o séc. XIII e XIV.

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GUIMARÃES A cidade de Guimarães é um daqueles destinos que qualquer português deveria visitar pelo menos uma vez na vida. Cidade histórica situada no distrito de Braga, região Norte e sub-região do Ave (uma das sub-regiões mais industrializadas do país) tem uma população de cerca de 52 mil habitantes. Guimarães é guardião de um espólio tão vasto quanto rico. Teve um papel crucial na formação de Portugal, e conta já com mais de um milénio de história, altura em que era designada como Vimaranes. O seu centro histórico é considerado Património Mundial da Humanidade e as suas ruas e monumentos respiram história e encantam quem a visita. É designada de “Cidade Berço” devido ao facto aí ter sido estabelecido o centro administrativo do Condado Portucalense por D. Henrique, por seu filho, D. Afonso Henriques, ter nascido nesta cidade, mas também pela importância histórica que a Batalha de São Mamede, travada na periferia da cidade em 24 de junho de 1128, teve para a formação da nacionalidade. Seguindo a tradição de todo o norte de Portugal, a religião e a fé ocupam aqui lugar de destaque.

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SABIA QUE AS FESTAS NICOLINAS SÃO AS MAIS ANTIGAS DE GUIMARÃES E PRESTAM CULTO A S. NICOLAU, PATRONO DOS ESTUDANTES - PRINCIPAIS FESTEIROS DE 29 DE NOVEMBRO A 7 DE DEZEMBRO - MAS TAMBÉM PROTETOR DAS RAPARIGAS POBRES, DOS PERSEGUIDOS, DOS COMERCIANTES, DAS CRIANÇAS, DOS PRESOS, DOS INFELIZES, DOS ABANDONADOS PELA SORTE. NESTES DIAS, O PROGRAMA INTEGRA OS CHAMADOS NÚMEROS NICOLINOS: AS NOVENAS, AS CEIAS, AS NICOLINAS, O PINHEIRO, AS POSSES, O MAGUSTO, AS ROUBALHEIRAS, O PREGÃO, AS MAÇAZINHAS, AS DANÇAS DE S. NICOLAU E O BAILE NICOLINO


Percorrendo a cidade, encontra-se a capela de São um dos palcos da cidade enquanto Capital Europeia da Miguel do Castelo, do séc. XIII, onde, segundo a lenda, Cultura 2012. Destaque ainda para o Museu de Alberto terá sido batizado D. Afonso Sampaio com um rico acervo Henriques, e a igreja de Nossa constituído principalmente Senhora da Oliveira é de finais por peças dos séc. XIV, XV, e do séc. XIV. Viaje no tempo XVI. A CITÂNIA DE BRITEIROS, CLASSIFICADA em mosteiros e conventos, Em termos de COMO MONUMENTO NACIONAL DESDE 1910 E espaços verdes, encontra fora visitando o Convento de São SITUADA NO ALTO DO MONTE DE SÃO ROMÃO, da área urbana o Campo da Francisco, do séc. XV, que foi É UM DOS MONUMENTOS NACIONAIS MAIS alterado no séc. XVII, com Ataca, onde se terá iniciado a IMPORTANTES DA CULTURA CASTREJA. A SUA os seus retábulos de talha Batalha de São Mamede. No PRESERVAÇÃO, TAL COMO ACONTECE COM A dourada e azulejos do séc. monte da Penha desfruta da CITÂNIA DE SABROSO, É DA RESPONSABILIDADE XVIII com cenas da vida de panorâmica e ainda encontra DA SOCIEDADE MARTINS SARMENTO. Santo António; e o Mosteiro no local a igreja projetada de Santa Marinha da Costa, por José Marques da Silva e convertido em Pousada, a estátua de Pio IX, situada por projeto de Fernando Távora, na descida da Penha. no ponto mais alto do concelho. Dali alcança uma vista No Convento de Santa Clara situa-se a atual câmara imensa até ao Oceano e encontra monumentos, grutas, municipal de Guimarães. miradouros, um parque de campismo, um campo de Visite as igrejas da Misericórdia, de São Pedro, de minigolfe, um minitrem turístico, um centro equestre, Nossa Senhora da Consolação e Santos Passos (ou igreja áreas de passeio e picnic. Também encontra no local o de São Gualter), de Serzedelo (Monumento Nacional), Santuário da Penha, um centro de peregrinação muito a igreja e Convento das Domínicas, a Igreja de São importante, ao qual acorrem muitos fiéis, principalmente Domingos, de estilo gótico, as capelas dos Passos da na época de Verão. O acesso pode ser feito de teleférico, Paixão de Cristo e o santuário da Penha. excelente oportunidade para apreciar a paisagem que Na arquitetura civil sobressai o Paço dos Duques separa o vale e a montanha de Guimarães. de Bragança, construído no séc. XV por D. Afonso, 1.º Três percursos pedestres de cariz histórico e duque de Bragança, e que devido ao seu posterior paisagístico oferecem uma descoberta extraordinária. abandono seria reconstruído na década de 1930. No Pelo centro, o posto de Turismo fornece o serviço de entanto, a viagem pelas ruas históricas de Guimarães é áudio-guias e ainda é possível solicitar visitas guiadas verdadeiramente imperdível e revela a sua alma secular. ou com intérpretes, e até fazer o passeio de autocarro Descendo a Rua de Santa Maria, de origem e de charrete. A diversão, o lazer e a aventura estão medieval, acede-se ao coração do centro histórico, disponíveis em diversas estruturas como a reserva onde se encontra a Praça de Santiago e a Praça da ecológica Viva Park e o parque aquático Scorpio, e no Oliveira, fervilhantes de atividade, com a concentração parque da cidade encontra circuitos de manutenção, de bares que se estende pelas praças e arruamentos escalada, ténis, equitação e tiro. periféricos. Nos Antigos Paços do Concelho, funciona o Museu de Arte Primitiva Moderna. O Palácio Vila Flôr, até finais do séc. XIX, situado até princípios do séc. XX OS VIMARANENSES SÃO ORGULHOSAMENTE nos arrabaldes da cidade, foi onde primeiramente se TRATADOS POR “CONQUISTADORES”, FRUTO DA situou a Universidade do Minho e onde atualmente se HERANÇA HISTÓRICA DE CONQUISTA INICIADA situa o Centro Cultural Vila Flor, com dois auditórios, PRECISAMENTE EM GUIMARÃES. um centro de exposições e um café-concerto, e que foi

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CENTRO HISTÓRICO DE GUIMARÃES Uma inesquecível viagem no tempo começa no centro histórico de Guimarães, Património Mundial da Humanidade desde 2001 e detentor de 22 imóveis, conjuntos ou sítios classificados, dos quais 10 monumentos nacionais, 10 imóveis de interesse público e 2 imóveis de interesse municipal. Um destes monumentos é o castelo, mandado construir no séc. X pela Condessa Mumadona Dias para defesa do povoado. Junto ao castelo, o Campo de S. Mamede é apontado como um dos palcos da Batalha de S. Mamede, ocorrida a 24 de Junho de 1128. A Capela de São Miguel, do séc. XII, de estilo românico, terá sido o local de batismo de D. Afonso Henriques e no interior preserva as sepulturas que se atribuem a guerreiros ligados à fundação da nacionalidade. O Paço dos Duques de Bragança, do séc. XV, mandado construir por D. Afonso, foi convertido no séc. XIX em quartel e após um período de abandono, tornouse um museu, albergando um espólio do século XVII e XVIII. O seu segundo andar foi adaptado a residência oficial do Presidente da República Portuguesa, aquando das suas deslocações ao Norte de Portugal. As muralhas de Guimarães são também visíveis em algumas partes da cidade e envolviam a urbe vimaranense nos reinados de D. Dinis e D. João I – séc. XIV e XV. Alguns historiadores remetem as origens destas muralhas para o séc. X.

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A igreja Nossa Senhora da Oliveira foi mandada reedificar pelo rei D. João I no séc. XIV, em consequência de uma promessa feita à Virgem Maria pela sua vitória da Batalha de Aljubarrota, mas no mesmo local terá existido uma igreja medieval e albergue da Colegiada de Santa Maria de Guimarães, uma das instituições religiosas mais importantes da Baixa Idade Média portuguesa. Tem uma importância acrescida para os Vimaranenses, já que esta é a santa padroeira da cidade. O Padrão do Salado é o monumento mandado erguer por D. Afonso IV no século XIV para comemorar a vitória obtida na Batalha do Salado, mas também merece visita o edifício dos antigos Paços do Concelho, do séc. XIV, e o cruzeiro Nossa Senhora da Guia, atualmente localizado junto à Igreja da Oliveira. Na zona tampão do centro histórico, destaca-se o Padrão de D. João I, mandado construir pelo próprio, no séc. XIV, para comemorar a vitória da Batalha de Aljubarrota e o claustro da Igreja de S. Domingos, edificado no séc. XIV e atualmente integrado no Museu de Arqueologia da Sociedade Martins Sarmento.

SABIA QUE TANTO D. TERESA DE LEÃO COMO O SEU MARIDO, O CONDE D. HENRIQUE, ENCONTRAMSE SEPULTADOS NA SÉ DE BRAGA.


CASTELO DE GUIMARÃES No séc. X, após ter enviuvado do Conde Hermenegildo (ou Mendo) Gonçalves, a Condessa Mumadona Dias, a dama mais rica e poderosa do Noroeste Peninsular, assume o governo do Condado Portucalense e toma duas medidas de grande importância: na parte baixa de Guimarães manda construir o Mosteiro de Santa Maria (por volta do ano de 950) e, na parte alta, um castelo, o denominado Castelo de S. Mamede (entre os anos 950 e 957), necessária para defender o Mosteiro das invasões dos Normandos e as populações que, entretanto, se foram fixando junto a estas duas construções. A construção deste castelo foi igualmente uma forma de afirmar o seu poder perante os demais senhores feudais. Um diploma que assinala a entrega do castelo de S. Mamede ao Mosteiro de Guimarães, em 4 de dezembro de 968, é a primeira referência conhecida a esta fortificação.

SABIA QUE QUATRO FIGURAS ESTÃO INTIMAMENTE LIGADAS A GUIMARÃES E AO NASCIMENTO DE PORTUGAL: MUMADONA DIAS (SÉC. X) CONDE D. HENRIQUE [(1057-1066)1112], D. TERESA DE LEÃO (?-1130) E D. AFONSO HENRIQUES [(1109 /1111) -1185].

SABIA QUE O CASTELO DE GUIMARÃES FOI O PRIMEIRO CASTELO PORTUGUÊS A TER REGISTOS FOTOGRÁFICOS QUE MOSTRAM A ESTRUTURA TAL COM SE ENCONTRAVA NO SÉC. XIX. AS FOTOGRAFIAS FORAM TIRADAS POR FREDERICK WILLIAM FLOWER, UM COMERCIANTE INGLÊS QUE VIVEU ALGUNS ANOS NO PORTO, QUE FOI O PIONEIRO NA UTILIZAÇÃO DA TÉCNICA FOTOGRÁFICA.

O grandioso castelo hoje existente seria muito diferente da estrutura inicial, pois naquela época as obras eram incipientes, os torreões eram raros e não se conheciam as torres de menagem, sendo muitas vezes necessário o recurso à remoção de terras para criar desníveis acentuados. O castelo terá sofrido alterações e recuperações ao longo dos séculos, mas foi no reinado de D. João que terá assumido a sua atual forma. Depois de séculos de abandono e ruína e foi objeto de um importante restauro, levado a cabo na década de 30 do séc. XX, pela DGEMN. É Monumento Nacional desde 1910 e Maravilha de Portugal desde 2007. “Aqui Nasceu Portugal”, diz a inscrição no seu exterior. 33


VILA DE S. TORCATO Situada na margem esquerda do Rio Selho e a seis quilómetros de Guimarães, S. Torcato é uma vila predominantemente rural, e uma das mais importantes do concelho. Nas margens do Selho encontram-se um conjunto de moinhos com vários séculos de existência, mantendo-se alguns ainda em funcionamento. Junto ao Mosteiro, o Museu da Vila de S. Torcato apresenta um espólio muito diversificado ligado à vivência da região, à fé do seu santo e ao seu Mosteiro. Rica em festas e conhecida pelo seu folclore, em S. Torcato realiza-se, desde 1852, no 1º. Domingo de Julho, umas das maiores e mais concorridas romarias do Minho, a Romaria Grande de S. Torcato. O santo, natural de Toledo, descendia da nobre família romana denominada Torquatus Romanus e pelas suas virtudes e fé foi aclamado arcebispo de Braga e, pouco tempo depois, do Porto e de Dume. Diz-se que em 711 os muçulmanos entram a sul da península ibérica, e que Muça, o general enviado de Tarik para conquistar a região e espalhar o culto a Alá e Maomé, encontrou a resistência do arcebispo Torcato. O arcebispo fez um discurso, após o qual Muça desembainha a espada e desfecha com um golpe fatal a Torcato, fazendo o mesmo aos companheiros. Diz a lenda que o seu corpo foi encontrado íntegro no bosque, no local onde, por milagre e pela necessidade de lhe lavar o rosto, começou a brotar uma fonte caudalosa que ainda hoje se conserva, conhecida como Fonte de São Torcato (Fonte do Santo), de conhecidas águas medicinais.

SABIA QUE S. TORCATO É VENERADO COMO O PADROEIRO DA DOR DE CABEÇA. POR ISSO, OS DEVOTOS PÕE O CHAPÉU DO SANTO NA CABEÇA.

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SABIA QUE UM DOS MONUMENTOS DE REFERÊNCIA DESTA VILA É A IGREJA DE SÃO TORCATO, TAMBÉM CONHECIDA POR IGREJA DO MOSTEIRO DE SÃO TORCATO, IGREJA VELHA DE SÃO TORCATO OU IGREJA DE SÃO TORCATO, O VELHO. A REFERÊNCIA MAIS ANTIGA AO TEMPLO DATA DE 951, ANO DO TESTAMENTO DO MONARCA RAMIRO II, FAMILIAR DE D. MUMADONA DIAS. O ESPÓLIO PRÉ-ROMÂNICO É PRECISAMENTE UM DOS GRANDES INTERESSES DESTA IGREJA CLASSIFICADA COMO MONUMENTO NACIONAL DESDE 1922.


SANTUÁRIO DE S. TORCATO O Santuário de São Torcato situa-se no vale central da freguesia de São Torcato (Guimarães), desenvolvendo-se à sua volta toda a povoação. A sua construção em granito, com elementos de inspiração gótica, românica e clássica, foi iniciada em1871 e estende-se até aos dias de hoje. No interior da Igreja encontra-se o corpo incorrupto de S. Torcato, um dos primeiros evangelizadores da Península Ibérica no séc. VIII. O monumento possui dimensões

consideráveis e a fachada é constituída por duas torres e um corpo central. Em planta, o templo tem a forma típica da cruz latina. No exterior do Santuário, encontra-se um adro, um parque enfeitado com frondosas tílias e plátanos e para aceder a este parque utiliza-se uma enorme escadaria, a qual dá ligação ao templo. No parque encontram-se também dois coretos, bem como duas grandes fontes de água.

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POUSADA DE SA A Pousada de Guimarães - Santa Marinha, situa-se na encosta da Penha, sobranceira à cidade de Guimarães, e encontra-se instalada no antigo Mosteiro de Santa Marinha da Costa. A sua história terá começado nos finais do séc. IX, quando os colonos vinculados ao reino das Astúrias construíram no local um templo relativamente modesto. Sensivelmente meio século depois, aqui se instalaram os condes portucalenses, à frente de cuja família se encontrava Mumadona Dias, e seu marido, Hermenegildo Gonçalves. A torre quadrangular e o seu arco em ferradura, que segue o modelo cordovês deste tipo de vão, é um dos melhores testemunhos da relevância histórico-artística da campanha condal e tudo indica que terá sido esse planalto o local de residência dos condes.

Desconhece-se a data em que o conjunto arquitetónico passou a mosteiro, mas terá sido na viragem para o séc. XI. No século XII, o mosteiro foi entregue aos cónegos agostinhos e ao longo de décadas os espaços foram sendo alterados. No séc. XVI acontecem novas obras, sendo o retábulo-mor de 1535, assinado por Frei Carlos, uma das mais importantes figuras da nossa pintura renascentista. Em 1537, D. João III determinou a passagem do mosteiro para a ordem de São Jerónimo, que aí instalou um colégio e é o mestre pedreiro vimaranense Pedro Alonso de Amorim, quem constrói um novo claustro e reformula a fachada da igreja. No séc. XVIII as inúmeras obras barrocas levam à parcial 36


ANTA MARINHA destruição das anteriores dependências conventuais e sua substituição por alas mais modernas. No séc. XX surge a pretensão de converter o antigo mosteiro em pousada, com projeto dos arquitetos Lixa Felgueiras, Fernando Távora e Conceição e Silva. Com vista para Guimarães, a Pousada Santa Marinha é hoje uma unidade moderna, requintada e confortável, que recebeu, inclusivamente, o Prémio Nacional de Arquitetura em 1985, resultado do restauro do Mosteiro dos Agostinhos do século XII. Cada um dos quartos, individualmente decorado, está localizado em antigos claustros. No exterior, os jardins paisagísticos claustros, balcões e varandas, mosaicos e fontes de granito acrescentam harmonia ao conjunto. A carta de sabores e vinhos convidam a uma estadia mais prolongada. A Pousada dispões de 49 quartos duplos e duas suites e quartos para famílias, com áreas amplas que suportam camas extras.

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IGREJA DE S. MIGUEL DO CASTELO

Situada no Monte Latito, entre o castelo e o Paço dos Duques de Bragança, encontra-se a Igreja de S. Miguel do Castelo. Trata-se de uma igreja românica onde, segundo a tradição, D. Afonso Henriques foi batizado, um edifício muito ligado à nacionalidade portuguesa e sua fundação. Junto à pia batismal, encontra-se uma lápide com a seguinte inscrição: “Nesta pia foi bavtizado El-Rey Dom Afonso Henriques pelo Arcebispo S. Geraldo no anno do Senhor 1106”. Sagrada em 1239, foi Capela Real e Igreja Paroquial da Freguesia de S. Miguel do Castelo até 1870, tendo sido desafetada nesta altura devido ao seu estado de ruína, tendo sido alvo de restauros posteriores. Atualmente não se encontra aberta ao culto, mas por vezes ainda recebe celebrações religiosas. O interior

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apresenta conjunto notável de lápides tumulares com motivos guerreiros – espada, arco e flecha – e religiosos – Cruz de Malta, além da escultura em madeira policromada de S. Miguel, o patrono da igreja, e uma escultura representando a Virgem com o Menino, em calcário policromado. A Igreja de S. Miguel do Castelo é Monumento Nacional desde 1910.

SABIA QUE O PADRÃO DAS TEIGAS É UM PADRÃO DE MEDIDA ANTIGA, DA IDADE MÉDIA, EM PEDRA, QUE SE ENCONTRA NO INTERIOR DA IGREJA DE S. MIGUEL DO CASTELO. É UM BLOCO DE GRANITO GROSSEIRAMENTE TALHADO COM DUAS CAVIDADES DESIGUAIS QUE COMUNICAM COM O EXTERIOR POR UM ORIFÍCIO COM O RESPETIVO CANAL. A MEDIDA TERÁ TIDO UMA GRANDEZA MUITO VARIÁVEL E DAÍ TERÁ CAUSADO GRANDES INJUSTIÇAS E ABUSOS. SEGUNDO O ABADE DE TAGILDE, COM O CHAMADO “PADRÃO DAS TEIGAS” GUIMARÃES FOI UMA DAS PRIMEIRAS POVOAÇÕES A RECEBER UM PADRÃO DE MEDIDA.

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PAÇO DOS Foi D. Afonso, (filho ilegítimo do rei D. João I e de D. Inês Pires Esteves), 1º Duque da Casa de Bragança e 8º Conde de Barcelos quem mandou construir o Paço dos Duques de Bragança, no séc. XV, por altura do seu segundo casamento com D. Constança de Noronha (filha de D. Afonso, Conde de Gijón e Noronha e D. Isabel, Senhora de Viseu). Essencialmente habitado durante o séc. XV, assistiu-se nas centúrias seguintes a um progressivo abandono e a uma consequente ruína, motivada por fatores políticos e económicos, que se foi agravando até ao séc. XX, mas entre 1937 e 1959 realizou-se uma ampla e complexa intervenção de reconstrução executada a partir de um projeto da responsabilidade do arquiteto Rogério de Azevedo. Paralelamente, procedeu-se à aquisição do recheio atual, composto por peças de arte datadas, essencialmente, dos séculos XVII e XVIII. O Paço dos Duques está classificado como

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Monumento Nacional desde 1910 e é atualmente um serviço dependente do Instituto dos Museus e da Conservação (IMC). A grandiosa estrutura integra o Museu (1º piso), uma ala destinada à Presidência da República (fachada principal, 2º piso) e uma vasta área vocacionada para diversas iniciativas culturais (no rés do chão). É um dos Palácios Nacionais mais visitados por portugueses e estrangeiros, e no seu interior, uma visita guiada torna-se uma verdadeira e imperdível viagem no tempo. Uma visita pelo palácio revela inúmeras salas com um espólio único, desde o Salão dos Passos Perdidos; a Sala de Armas, com uma coleção do séc. XV a XIX e vários exemplares de armas brancas e de fogo; a Sala de Banquetes, com o conjunto de mesas, estanhos e louças desde o séc. XV; a Sala de Jantar íntima; a capela; a sala de Cipião, com quatro tapeçarias flamengas do séc.


S DUQUES XVII e móveis portugueses dos séc. XVII e XVIII; o Salão Nobre, o maior de todos os compartimentos do Paço dos Duques; o Quarto de D. Catarina de Bragança (16381705) com um seu retrato em tela, e outras. A Sala-Museu José de Guimarães integra também o Paço dos Duques e preserva um conjunto de obras da autoria deste artista plástico vimaranense, um dos maiores artistas plásticos contemporâneos.

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