Revista 2º Periodo 2019/2020

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Tec. Auxiliar de

Tec. Auxiliar de

Prótese

Saúde

Tec. Eletrónica Automação e Computadores

Manuel Rodriguez Suárez

Pontes Edição: 19– Abril

para o mundo de trabalho… Disciplina: Português

Revista Realizada por: 3º TAP 3º TEAC 3ºTAS 2º TAS e 2ºTAP tapTAS

Ano Letivo: 2019/2020 Professora: Isabel Maciel


Cuida do que não é visível aos olhos… Cuida do que não é visível aos olhos. É fácil pôr vasos bonitos à janela para toda a gente ver. Mas a alma é terra mais difícil de lavrar. Não há terra mais trabalhosa, nem outra mais fértil. Troca o imediato pela conquista. O fácil pelo exigente. Sê a tua própria autoridade. Manda na tua vontade. Sê o teu mestre e o teu discípulo. Aprende contigo. Sobe para a tua vida e olha do alto para o que construíste e para o que te falta fazer. Não deixes a tua vida ao abandono. Não te limites a formular desejos. Essa não é a fórmula. Pedir desejos pode ser o primeiro passo, mas não pode ser o único. É preciso caminhar muito, os desejos moram longe. Não sigas por atalhos, querer encurtar o caminho só aumenta a distância. Não peças o que não dás. Não podes receber sem entrega. Não peças paz se ofereces conflitos. Ninguém recebe amor só porque sim. O amor não é um presente de última hora. É estar presente em todas as horas. lado.a.lado

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O que não vês! Se nós seres humanos já damos pouca importância ao que vemos, infelizmente muitas das vezes passa-nos completamente ao lado aquilo que não é visível a olho nu, e olhem que são muitas e importantes as coisas, que não são visíveis aos olhos. O amor, a fé, a ambição, a verdadeira amizade são conceitos que não são diretamente visíveis a olho nu, ou seja, estes poderão ser visíveis através de ações, feitos, acontecimentos. Eu comparo estes conceitos ao vento! Todos eles são impercetíveis à “vista desarmada”, no entanto, todos eles conseguem transformar, alterar, modificar podendo atuar de forma positiva ou negativa. Todos nós, penso eu, já lutamos por algo que ainda é inexistente, isto é, todos nós lutamos pelos nossos objetivos/ sonhos, sendo que será algo apenas visível quando alcançarmos a meta pretendida. Claro que o esforço feito para alcançar o objetivo deve ser sempre reconhecido, pois se não fosse esse, nada seria concretizado, devemos pensar “Quem corre por gosto não cansa”. Não podemos apenas desejar que os sonhos se realizem, pois eles não vão cair do céu. É preciso caminhar muito, os desejos moram longe, e devemos seguir a nossa caminhada sem nos desviarmos, pois ao mínimo desvio podemos estar a aumentar a distância do nosso percurso. Devemos ter em mente que este não vai ser visível de imediato, mas, quando o atingirmos, teremos a sensação de tarefa realizada, e esse sentimento vai ser de gratidão!

2ºAno Técnico Auxiliar de Saúde Isabel Silva

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O sussurro da alma Cuida do que não é visível aos olhos! Aquilo que o corpo afirma, muitos sabem interpretar, já o qua a alma sussurra poucos conseguem descodificar. Esta é a mais trabalhosa, e, certamente, após momentos de luta e sacrifício, passa a ser a coisa mais pura do que o mar sereno. Lembra-te que ninguém é mais dona de ti do que tu própria, vai atrás dos teus sonhos e concretiza os teus desejos, contenta-te com o que tens e não com o que gostavas de ter, dá o que gostavas de receber, e luta por quem queres ser. Segue sempre o teu caminho em linha reta, e em cada recaída que tiveres, nunca te abandones!

2ºAno Técnico Auxiliar de Saúde Beatriz Fernandes

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Passo a passo… Numa primeira instância, as crianças não se movimentam, apenas movem os braços e pernas descoordenadamente, entretanto, passo a passo, aprendem a andar, até que pouco depois, aprendem a caminhar, até ao momento em que aprendem a correr e saltar. Isto é um processo. E não é possível passar um passo à frente ou, simplesmente, descoordená-lo. E, este processo aplicase a tudo, ou praticamente tudo. Uma pessoa nos inícios da sua vida independente, não começa com um casarão luxuoso, um carro caro, ou com a família nuclear formada. Isto não acontece. Passo a passo as pessoas vão trabalhando e melhorando, tanto na sua vida económica, como amorosa. Contudo, existem sempre as pessoas que arrendam grandes casas ou carros da novidade para poderem demonstrar às pessoas que têm posses, que são "ricos" ou bem sucedidos, ao contrário de muitos, pois é bem visto na sociedade. Porém, também há pessoas que vestem roupas de marca, sendo estas mais caras, para que seja bem vista de igual modo. Contudo, nada disto importa. De que vale ter um casarão para ser bem visto? De que vale ter roupa mais cara? Isso torna-te melhor pessoa? Leva-te a algum lado? - Não! A única pessoa que deverias alegrar e satisfazer em primeiro lugar és tu próprio, porque o viver às expectativas e satisfações dos demais não te faz feliz, não te completa. O que realmente te preenche, é o facto de puderes olhar para trás e veres o quanto pudeste crescer como pessoa, a família que construíste e onde pudeste chegar com o teu esforço e apoio dos que te rodeiam. Logo, as pessoas deveriam gatinhar, dar passo a passo, aprender a andar, e por fim, correr. A nossa vida é feita de fases, e a caminhada pode ser longa e cansativa, porém, como tudo, tem um fim. E, se lutas pelo teu futuro e pelos teus ideais, tu irás ser sucedido. Nada se consegue sem esforço! 2ºAno Técnico Auxiliar de Saúde Beatriz Carvalho

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Quando eras bem pequeno...

...eles gastavam horas a ensinar-te a usar os talheres nas refeiçþes...

... ensinaram-te a vestir, a amarrar os cordĂľes dos sapatos, a abotoar a camisa..

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limparam-te quando sujavas as fraldas, ensinaram-te a lavar o rosto e a tomar banho, a pentear os teus cabelos...

...ensinaram-te valores humanos...

Por isso...

...quando eles ficarem velhos um dia...

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...quando eles começarem a ficar mais esquecidos e demorarem a responder...

...não te chateies com eles...

...quando eles começarem a esquecer-se de fechar os botões da camisa, de amarrar os cordões dos sapatos...

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...quando eles começarem a sujar-se nas refeições...

...quando as mãos deles começarem a tremer enquanto penteiam cabelo...

...por favor, não os apresses... Porque tu estás a crescer aos poucos, e eles estão a envelhecer...

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...basta a tua presença... a tua paciência... a tua generosidade... a tua retribuição...

...para que os corações deles fiquem aquecidos....

...se um dia eles não conseguirem equilibrar-se ou caminhar direito...

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...segura firmemente as mĂŁos deles e acompanha-os bem devagar respeitando o ritmo deles durante a caminhada... da mesma forma que eles respeitaram o teu ritmo quando te ensinaram a andar...

Fica perto deles... Assim como...

...eles sempre estiveram presentes na tua vida, sofrendo por ti... Torcendo por ti... e vivendo "POR TI"

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“Não eduques o teu filho para ser rico, educa-o para ser feliz”. “Assim ele saberá o VALOR das coisas e não o seu PREÇO” (Max Gehringer)

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O outono da vida! Todos nós já fomos de tenra idade, e todos nós envelhecemos a cada dia que passa, colocando em prática a lógica da vida humana. Quando mais pequenos, necessitamos de aprendizagens que nos vão tornar no ser humano capaz de estar em sociedade e estamos a falar de simples coisas, como: saber utilizar o garfo e a faca, vestir-nos, atar os cordões, abotoar a camisa, higienizar-nos e principalmente, ensinarem-nos os valores humanos, que para mim, talvez a tarefa mais árdua. Estamos a falar da capacidade que o familiar vai ter em transmitir à criança um certo princípio, e o resultado desse ensinamento pode ser positivo ou negativo, dependendo do ensinamento que está a ser transmitido, e da capacidade que a criança vai ter em retê-lo. O idoso, aquele que outrora foi ensinado, que ensinou, e que a partir de um certo momento apenas se esquece. E, quando chega este momento a pessoa que foi ensinada por este ser, deve lembrar-se que está na hora de começar a ensinar, ou apenas a relembrar os ensinamentos que aprendeu. Esta pessoa ( a mais idosa) precisa agora, mais do que tudo de uma presença, bastante paciência, generosidade, retribuição e respeito pelo seu ritmo, da mesma forma que ele respeitou o teu ritmo quando te ensinou a andar e não de palavras frias de despacho e arrogância. Num futuro próximo estarás na mesma posição que este idoso, e não quererás ser desprezado. É muitas das vezes nestes momentos que os idosos conseguem ter a perceção se os ensinamentos que passaram num passado longínquo às suas crianças, foram os mais corretos, ou se realmente foram retidos. Tudo isto não passa de uma fase com fim, que voa com o tempo sem ser percetível ao ser humano, mas, a verdade é que num momento estamos a receber os ensinamentos, noutro estamos a transmiti-los, e por fim, apenas os esquecemos lentamente, como que se estivéssemos a voltar ao início dos nossos dias.

2ºAno Técnico Auxiliar de Saúde Isabel Silva

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Convivência geracional Antigamente,

as

gerações

eram

extremamente empobrecidas a comparar com as atuais. Pode dizer-se que as famílias mais antigas viviam do cultivo dos campos e da criação do gado para que se conseguissem sustentar e sobreviver. Desde que atingiam as idades suficientes, os mais novos passavam a frequentar a escola, mas nem todos o faziam, pois não havia possibilidades para tal. Certamente, muitos de nós, ainda hoje, ouvem os pais a contar das réguas compridas, e das varas finas que esperavam por eles todos os dias. Assim que terminavam o ensino básico, dedicavam-se à vida adotada pelos pais, pois não existiam possibilidades para continuar a estudar. Tudo mudou, e nos dias de hoje é tudo muito diferente, e nós, enquanto futura geração podemos afirmar que somos muito sortudos, pois ao contrário dos nossos pais e avós que não tinham possibilidades de ir para a escola, nós temos todas e mais algumas regalias, basta é saber aproveitá-las para ser alguém na vida. Desta forma, devemos preservar as nossa gerações anteriores e escutar com atenção todos os conselhos e ensinamentos que elas têm para nos dar, nunca as devemos abandonar, e acolhê-las até ao último dia das suas vidas, devemos dizer-lhes o quão valiosas são para nós, e agradecer-lhes por tudo o que fizeram por nós, pois um dia será tarde de mais para fazê-lo.

2ºAno Técnico Auxiliar de Saúde Beatriz Fernandes

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Genealogias Hoje em dia, o respeito e o amor por gente mais velha, é pouco, ou em alguns casos inexistente. Muitos olham para os idosos e veem apenas pessoas debilitadas e esquecem-se que eles já foram como nós, e nós, um dia, seremos como eles. Podem já ter mais anos, mas com esses anos vem a experiência de vida. Todos, quando nascemos, necessitamos dos nossos pais para tudo. Comer, calçar, vestir, etc, e eles dedicamnos toda a sua vida, trabalhando para nos darem tudo o que precisamos, e nós, muitas vezes não lhes damos valor. Cada vez mais são os casos de idosos que são deixados no hospital ou nos lares, especialmente, no natal ou na páscoa, alturas onde a família deveria estar toda unida, e deixam-nos lá para poderem ir “lourear a pevide”, atitude que eu acho inconcebível, visto que quem hoje já não lhes interessa, um dia cuidou deles. Antes de te chateares com eles por andarem devagar, por perguntarem mil e uma vez a mesma coisa, lembra-te que já foste assim. Em vez de te zangares, abraça-os, e diz-lhes o quanto gostas deles, e verás um coração alegre por essas palavras, que aos olhos de muitos são simples, mas para eles será a sua alegria.

2ºAno Técnico Auxiliar Protésico Luana Carvalhais

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Papéis invertidos Ser pai e ser mãe é muito mais que colocar os filhos no mundo, a eles cabe participar na educação e educarem-se junto com os filhos. Pelos pais nós temos o amor mais puro e genuíno, devido aos pais todas as experiências menos boas são tornadas em lições com aprendizados para o resto da vida, em função dos pais vivemos uma parte da nossa vida em que a troca de papéis é evidente, assim como, a troca de amor e reciprocidade é intensamente reforçada, quando o filho absorve a educação dada, durante todo o seu crescimento.

2ºAno Técnico Auxiliar Protésico Mariana Amorim

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“Filho és pai serás, assim como fizeres, assim receberás” O amor de amigo é diferente de amor de pai, mãe, de irmão, de avós… Amor de amigo é algo engraçado e que nos completa, sendo que, o amor de família é algo que já nasce connosco, e que provavelmente, irá acompanhar-nos

até ao resto das nossas

caminhadas, e nos levantará sempre que caírmos nesses mesmos percursos. A verdade, é que o ser humano muitas das vezes, coloca o egoísmo e a ingratidão acima de tudo e de todos, acabando por não valorizar e reconhecer todos os sacrifícios que os outros fizeram para que o mesmo hoje em dia tivesse uma vida minimamente estável, e repleta de felicidade. Nunca nos podemos esquecer das coisas boas que a vida nos atribui, tendo a oportunidade de ter um pai, uma mãe… no fundo uma família. Não devemos em momento algum esquecer as guerras que batalharam e os muros que derrubaram, para no final olharem nos nossos olhos, e verem através do seu brilho, a felicidade que neles transpareciam. Será que os meus filhos estão bem e felizes? Será que os meus filhos têm roupa para se agasalhar? Não tenho dinheiro suficiente para as contas da casa, para pagar o colégio dos meninos, e nem me chega para alimentação, o que vou fazer da minha vida? A verdade é que são questões que vão acompanhando a vida de diversos pais, em que os mesmos se vêm aflitos por falta de dinheiro, ou por falta de tempo, para dedicar aos filhos.

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O problema é que muitas das crianças, hoje em dia, têm tudo muito facilitado, acabando por não valorizar as mínimas coisas. Já outras, crescem, e esquecem-se das noites mal dormidas da mãe para adormecer a filha, das manhãs de madrugada

do

pai

para

ganhar

um

dinheirinho extra para casa, das horas extraordinárias dos pais a trabalhar, das fraldas que foram trocadas, das lições e aprendizagens.

Para finalizar, reitero que jamais nos devemos esquecer daqueles que fizeram tudo por nós, para que hoje em dia, sermos quem somos. Por isso, um dia mais tarde, quando essas mesmas pessoas envelhecerem, quando não conseguirem ir às compras sozinhas, nós iremos com eles. Quando não conseguirem tomar um simples banho, ou até mesmo ir com a colher da sopa à boca, nós iremos estar lá para ajudar a derrubar cada muro que eles não consigam ultrapassar, e plantar milhares de flores repletas de amor e carinho, como sempre fizeram por nós.

2ºAno Técnico Auxiliar de Saúde Luísa Filipa

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O outono da sabedoria…. Todos fomos

nós

pequenas

sementinhas no ventre da nossa mãe, pequenas vidas

que

se

desenvolviam para um dia poderem vir ao mundo.

fomos

pequenas criaturas que necessitavam

de

cuidados e conforto para sobreviver, amor e carinho, era algo que precisávamos e que sempre iremos precisar. Desde que nascemos são-nos ensinadas as coisas mais básicas do dia a dia, e as coisas mais complexas. Esses ensinamentos não vêm só da parte dos nossos pais, mas também dos nossos avós, que olham para nós com orgulho, e como fruto do seu amor.

Com os meus pais aprendi diversas coisas, mas foi com a minha avó que realmente aprendi o que era a vida. Aprendi como é amar demais uma pessoa que a qualquer momento podia ter desaparecido da minha vida por causa de uma horrível doença. Hoje, dou graças a Deus, por ela não ter partido, todos os dias, aprendo novos ensinamentos com ela e não me refiro a coisas físicas como comer, mas, como lidar com as angústias, com o sofrimento e desilusão. É sempre a ela que recorro quando preciso de chorar e desabafar, ela tem sempre os melhores conselhos, por mais simples que eles sejam.

Aprendi mesmo muita coisa com os meus avós, e eles comigo, pois todos os dias aprendemos coisas novas, e todos os dias os vejo a envelhecer cada vez mais. Mas, se há uma certeza neste mundo que eu tenho, é que sempre estarei aqui para eles, assim como eles 19


estiveram aqui para mim, desde o dia que nasci. Irei cuidar sempre deles, ter a maior das paciências para com eles, e, nos piores momentos, estarei aqui para os animar e fazê-los rir.

Hoje, já não tenho vergonha de dizer que amo os meus pais e avós, antes não lhes conseguia dizer que eram o motivo do meu orgulho, mas hoje, faço questão de lhes dizer que esta menina é fruto do amor deles, e que tudo o que tenho de bom dentro de mim, é graças às pessoas da minha vida.

2ºAno Técnico Auxiliar de Saúde Daniela Teles

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Certa tarde, um homem saiu para um passeio com as duas filhas, uma de oito e outra de quatro anos. Em determinado momento da caminhada, a mais nova pediu ao pai que a carregasse, pois estava muito cansada para continuar andando. O pai respondeu que estava também muito cansado. Diante da resposta, a garotinha começou a choramingar e a fazer 'corpo mole'. Sem dizer uma só palavra, o pai cortou um pequeno galho de árvore e entregou-o à menina dizendo: - Olha aqui um cavalinho para montares, filha! Ele irá ajudar-te a seguir em frente. A menina parou de chorar e pôs-se a cavalgar o galho verde tão rápido, que chegou a casa antes dos outros. Ficou tão encantada com o seu cavalo de pau que foi difícil fazê-la parar de galopar. A irmã mais velha ficou intrigada com o que viu e perguntou ao pai como entender a atitude da mais nova. O pai sorriu e respondeu, dizendo: - Assim é a vida minha filha. Às vezes, estamos física e mentalmente cansados, certos de que é impossível continuar. Mas encontramos então um 'cavalinho' qualquer que nos dá ânimo outra vez. Esse cavalinho pode ser um bom livro, um amigo, uma canção... Assim, quando te sentires cansada ou desanimada nunca te deixes levar pela preguiça ou pelo desânimo. Lembra-te: 'Sempre haverá um cavalinho para cada momento.'

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A motivação e o desânimo Por vezes, desistimos logo à primeira, pois somos consumidos pela desmotivação que encontramos ao longo do nosso percurso, mas deveríamos refletir que o mais difícil de fazer no instante vai ser aquilo que um dia mais tarde será mais valorizado e recordado. Um ser que conheço melhor do que ninguém, podendo mesmo afirmar, melhor que os seus próprios progenitores, demonstra por vezes cansaço físico e psicológico, pois somos imperfeitos, e com isto quero dizer que somos fruto da carne humana. De certo modo, colmatar o cansaço físico é mais simples, basta colocar em prática certas rotinas que deveríamos ter para com o nosso corpo, no entanto, para recuperar-se o bem-estar psicológico é preciso ter a resiliência de o fazer. Por vezes, somos confrontados com autênticos buracos negros, que sugam o que de melhor há na nossa alma. Este ser questiona-se inevitavelmente da sua existência, refletindo para si mesmo: “Mas que raio faço eu neste mundo complexo, que me envolve a cada dia que passa, numa poluição de afazeres, por vezes sinto vontade de desistir de tudo, talvez porque não serei capaz ou apenas me falta a dita motivação, que todos temos que ter para alcançar certo objetivo. Sinto-me como se estivesse a perder a cada dia que passa a força dos membros. Mas, tudo se dá de forma lenta e progressiva, sendo assim mais doloroso e frustrante. É como se estivesse a ser torturada pela minha própria vida.” Mas, imediatamente, paro por uns segundos e penso, a vida é mesmo assim, a vida coloca-nos constantemente à prova, para nos fortalecer ao longo do tempo, e assim, preparanos para a próxima adversidade, ou melhor dizendo para a próxima história que preencherá as folhas brancas do nosso livro, de seu nome vida.

2ºAno Técnico Auxiliar de Saúde Isabel Silva

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O nevoeiro interior! Muitas vezes acordámos desmotivados para a vida, e sem vontade de nos levantarmos para mais um dia. A vida rotineira que passa por nós causa muitas vezes um cansaço e esgotamento psicológico, levando a uma vontade enorme de desistir, não pensando na dor e sofrimento em que as pessoas mais próximas de nós possam vir a passar. Mas, certamente, muitos de nós tem algo ou alguém a quem podem ir buscar as suas forças, alguém que num dia de chuva faça transparecer o sol na sua vida, alguém a quem não é preciso pedir as coisas mais simples e baratas, como um beijo, ou um abraço, pois eles saberão quais os momentos certos para o fazer. Devemos olhar para esse alguém com a maior admiração do mundo, e agradecer-lhe por ter estado ao nosso lado, quando mais precisávamos, por em cada barreira que ultrapassávamos ele o ter feito connosco, e por em cada dor por nós sofrida, com ele tenha sido superada

2ºAno Técnico Auxiliar de Saúde Beatriz Fernandes

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Desistir não é opção! Desde pequena que sei o quanto a vida custa. Sempre tive que batalhar pelos meus sonhos, e pelas coisas que mais gostava, sempre tive que cair para me levantar, chorar para rir, trabalhar para conseguir. A vida por vezes pode ser como um dia de inverno, com muito nevoeiro e cheio de chuva. Um dia, onde as mágoas prevalecem, e as lágrimas caem pelos olhos com o cansaço excessivo, e às vezes, nem sabemos porquê. Esses dias existem, até mais do que deviam. Por vezes, ao ser humano parece que só lhe resta uma opção, desistir, desistir de tudo e de todos os seus sonhos, porém, sabemos que para ganhar temos que perder, para ter, temos que merecer, para rir, temos que chorar, para odiar, temos que amar, para sermos felizes, temos que ter dias tristes. Desistir, sempre foi a opção mais fácil, como aquele atalho que descobrimos para chegar mais rápido, e quando damos conta, esse mesmo atalho, está cheio de obstáculos. Quando estamos cansados parece que o mundo se perde pela nossa cabeça, eu diria que é como uma agulha no palheiro, em que o mundo é a agulha, e a nossa cabeça o palheiro, pois o mundo parece tão pequeno quando estamos cansados. Por mais que desistir seja a opção mais fácil, devemos sempre procurar pelos pontos positivos, porque em todos os problemas há um lado positivo, e aí, aprendemos com ele. Em todo o desânimo, devia de haver uma ponta de ânimo, e em toda a preguiça devia haver motivação. A motivação é uma virtude, pois sentir-se motivado para o começo de um novo dia é meio caminho andado para sermos felizes, e para vencer os nossos obstáculos. Não desistas, luta! Não desanimes, apenas anima-te, quando deres um passo atrás, dá sempre dois à frente, e quando caíres, levanta-te ainda mais forte.

2ºAno Técnico Auxiliar de Saúde Daniela Teles

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O poder da mente Desânimo é algo que experienciamos em diversas fases da nossa vida, seja ele a nível profissional, seja ele a nível pessoal. Dentre estes

dois

tópicos

o

leque

é

muito

diversificado: ou é o rendimento escola que diminui, ou é a convivência com pessoas fúteis, ou mesmo um simples ato mal interpretado pode causar este sentimento em nós. A verdade que ele existe, e, apesar de ser difícil de o contrariar somos apenas nós mesmos que o conseguimos vencer. Existe algo que eu considero o meu cavalinho, algo que transcende todo o mundo físico e me transporta para uma dimensão em que apenas exista o meu eu. Acredito piamente que cada pensamento vibra irradiando um sinal, e, consoante o sinal irradiado irá atrair um sinal que combine com ele, por outras palavras algo semelhante. Parece meio louco, mas é justamente assim que o meu cavalinho consegue enxugar tudo de mal que eu sinto, e transformar em sentimentos bons. Esse cavalinho pode perfeitamente existir de diversas formas. Contudo se não estivermos dispostos a deixar-nos influenciar por aquilo em que acreditamos, nem as palavras mais doces, nem a mais bela canção servirá como proteção para os nossos próprios meteoritos internos. Em suma, manter uma mente positiva é mais de meio caminho andado para impedir que este vírus afete todo o nosso corpo. Contudo, manter uma positividade tóxica fará com que o sinal recebido divirja causando o efeito contrário.

2ºAno Técnico Auxiliar Protésico Mariana Amorim

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A divergência mental! A vida nem sempre nos facilita nas novas escolhas, ou até mesmo nos nossos ideais para o futuro. À medida que vais crescendo, e amadurecendo, vais criando expectativas para o teu futuro. Como por exemplo, o que irás estudar, onde queres trabalhar, quando vais ter filhos, que tipo de casa vais ter e afins. Mas, isso é impossível de determinar. Tu apenas podes idealizar ou sonhar, pois a vida nem sempre te leva pelos caminhos facilitados, os atalhos. Por vezes, tens de ir pelos caminhos montanhosos, cheios de pedras que te poderão fazer cair. São caminhos longos, mas valem a pena. O que te é facilitado, esquecer-te-ás, pois foi-te dado, de braços abertos. E o contrário? Isso sim, lembrar-te-ás para sempre. Tudo o que lutas para ter, tem um propósito forte. Contudo, se queres mesmo alguma coisa, não te limites a um único caminho. Tens de ter perceção holística. Ter mais hipóteses em conta. E se cai uma árvore no caminho que te limitaste a escolher? Tens de a contornar, ou escolher outro caminho. Tens de encontrar sempre o melhor para ti, a tua felicidade. Contenta-te com os teus caminhos, as tuas escolhas e os teus resultados obtidos. E lembra-te, deves alegrar-te com o que tens, pois por vezes, a felicidade não provém dos outros, mas sim, de ti mesmo. E se cair uma árvore no teu caminho, não desistas, vai por outro caminho ou rodei-a. Faz por encontrar a tua felicidade!

2ºAno Técnico Auxiliar de Saúde Beatriz Carvalho

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As pessoas pensam que têm sucesso quando são bem-sucedidas. Pensam que sucesso é ter isto e aquilo, é aparecer aqui e ali. Pensam que o sucesso é um inventário de coisas. Que é medido pelo dinheiro. Que é poder comprar coisas caras. Não é. O sucesso mede-se precisamente por aquilo que não se pode comprar. Uma coisa cara nunca ocupará o lugar de uma pessoa querida. O sucesso é esse. Está nas vidas que ajudamos a tornar melhores. O sucesso é vivermos em muitos corações. lado.a.lado

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O sucesso! O que é o sucesso? Será que deveríamos designar de sucesso quando atingimos o auge da realização profissional? Uma jovem moça, acolhida por uma freira, caracterizada pela frieza e ambição desmedida, fazendo lembrar claramente um dos grupos repreendidos em o “Sermão de Santo António aos Peixes” transmitiu-lhe a doutrina de que um futuro promissor, seria a chave para o sucesso, aperfeiçoando-se acima de tudo na vida profissional, e abstendo-se dos sentimentos, dos laços traçados para com os outros. Esses, foram-se desvalorizando ao longo da sua caminhada, o que devia ser criado e valorizado, foi esquecido. Aos olhos externos, esta jovem tinha isto e aquilo, aparecia aqui e ali, no entanto, apresentava uma enorme lacuna, sentia um vazio enorme, que nada poderia preencher, não existia meio material ou valorização na vida profissional que conseguisse lacrar aquele estoma, que a acompanhava ao longo da vida. Questionava o que deveria fazer, para conseguir abstrair-se de tamanha dor sentida, sentia-se sozinha sem qualquer suporte. Pensou e repensou, e chegou à conclusão que o que realmente lhe faltava era praticar o bem, proliferar boas ações, e no final a recompensa seria a gratidão de cada ser, que de alguma forma ajudou. Aí, ela saberia que a lacuna que a consumia, haveria de acabar por fechar. Fica o lema de vida “Não denomines de sucesso aquilo que podes comprar, mas sim, aquilo que apenas o amor consegue transformar” 2ºAno Técnico Auxiliar de Saúde Isabel Silva

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A paulatina conquista A vida é feita de sucessos e de fracassos, de incertezas e de certezas, de medos e de coragens, de fraquezas e de fortalezas. Ou seja, estamos perante um mundo de escolhas, onde devemos seguir aquilo que nos faz sentir bem, com humildade e segurança, acima de tudo. O sucesso no trabalho, na escola, na realização das metas é fundamental para a qualidade de vida, porém, a fama que o acompanha produz aplausos, mas por vezes, não traz alegria, não elimina a dor da solidão.

O grande sucesso que podemos conquistar é ganhar o respeito das pessoas, o amor das crianças, merecer a consideração de críticos honestos, suportar a traição da falsidade, apreciar e encontrar o melhor nos outros, deixar o mundo um pouco melhor, entre outros. O segredo, reside na sua persistência, na sua perseverança, na sua vontade e desejo incontrolável de viver a vida em plenitude, nunca desistindo então de amar, de viver e de sonhar.

3ºAno Técnico Auxiliar de Saúde Margarida Fernandes

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O que é ser-se bem sucedido? O sucesso vai muito além de ostentar coisas caras, ou fazer a diferença a nível financeiro no trabalho. O verdadeiro caminho para o sucesso não é trilhado pela vaidade nem pela arrogância, mas

sim,

por

atitudes

generosas que todos os dias nutrem o coração daqueles com quem as partilhamos. Alimentar sentimentalmente e emocionalmente as pessoas com algo substancial para o seu próprio crescimento e desenvolvimento como seres que somos, é o mais sincero e profundo significado da palavra sucesso. Diariamente, interagimos com inúmeras pessoas, algumas delas novas aos nossos olhos, outras, em que o convívio se torna frequente pelo meio em cada um se encontra. Todavia, se em cada uma dessas pessoas, seja ela conhecida ou não, acrescentarmos uma pitada da nossa essência, não só vamos cultivar um pouco de nós no outro, como, ao mesmo tempo, vamos deixar que o outro se deixe cultivar em nós ajudando-nos a criar a nossa melhor versão. Em suma, ter atitudes positivas diariamente para com os outros, não só deixa uma sensação de felicidade mútua como pode, posteriormente, deixar uma semente nossa, no coração do outro, pronta a florir.

2ºAno Técnico Auxiliar Protésico Mariana Amorim

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A medida do sucesso Um dia, estava sentada no meu banquinho do autocarro como de costume sempre que vinha da escola, umas vezes acompanhada, outras sozinha, naquele dia vinha sozinha e absorvida nos meus pensamentos. De repente, algo me desperta! À minha frente estavam duas senhoras já idosas a conversarem uma com a outra. Sem querer bisbilhotar, mas ouvindo mesmo assim a conversa de ambas algo me despertou. Debatiam uma com a outra acerca do que é ter sucesso na vida. Uma dizia que ter sucesso é adquirir bens materiais ao longo da vida, a posição social e profissional primordial para ela, a outra, ouvia atentamente, e por fim, quando a colega já tinha terminado acabou por lhe dizer e contrapor. -“Sabes Teresa, já nos conhecemos há muitos e longos anos, já conheço essa tua opinião acerca do que é ter sucesso na vida. Sabes, em tempos, também já cheguei a acreditar que assim o deveria ser. A minha mãe sempre me dizia que tinha que estudar para ser alguém na vida, que tinha que lutar com unhas e dentes por aquilo que desejava alcançar, sem mesmo às vezes olhar a meios para atingir os fins. Que tinha que ter grandes carros, casas e bens… Mas, com o passar dos anos, veio o amadurecimento pessoal e espiritual, percebi que tudo isso é supérfluo, que o que realmente importa é a marca que deixamos na vida das pessoas, o bem-estar emocional e pessoal que proporcionamos aqueles que nos rodeiam, o termos tempo para ouvir o amigo que precisa, o termos uma palavra de conforto e um gesto de carinho, os sorrisos que partilhamos na rua, e as almas que sem nos apercebermos aquecemos, os toques superficiais que acabam por serem bem fundos, e que ficam marcados para sempre.

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Que ter sucesso é o simples facto de termos uma luz dentro de nós que brilha, que até numa simples consulta médica podemos deixar marcas naquele médico que é conhecido, como o mais malhumorado de todos. Ou então, naquela senhora desconhecida na rua que está a chorar e que com um simples sorriso e duas ou três palavras de ânimo conseguimos que ela perceba, que há sempre uma luz ao fundo do túnel, e que a esperança é sempre a última a morrer. Que ter sucesso é viver honestamente sem peso na consciência. Que é amar o próximo sem descriminar os mais desfavorecidos. É dar sem esperar recompensa, ser humilde e aceitar seus defeitos como aprendizagem. É perceber que não precisamos tocar a alma de toda a gente, mas, se tocarmos naquelas que nos são especiais, e que passam na nossa vida para ficar, ou por apenas uma só estação, já fazemos a diferença. e já adquirimos o maior sucesso que pudemos ter na vida.” O tempo passou num ápice, e quando dei conta já tinha chegado à minha paragem. Saí, e sorri aquelas duas senhoras, e fiquei com a certeza que queria que o meu maior sucesso fosse como o daquela segunda senhora, e assim, poder tocar no coração e na alma daqueles que passam por mim, deixando-lhes um bocadinho de mim, e levando um bocadinho deles. Hoje, ao olhar para aquele dia, e ao ler este pequeno texto fico com o coração cheio, pois creio que à minha maneira tenho tido sucesso e conseguido tocar na alma daqueles que me são queridos, ficando assim marcada e lembrada no coração delas.

Técnico Auxiliar de Saúde Inês Gomes Ano letivo 2015/ 2018

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“Sucesso, é viver em muitos corações” Não me apraz muito admitir que também já pensei assim. Que o sucesso era conquistar coisas, era ganhar mais com elas, que o sucesso era trabalhar, trabalhar, trabalhar… faz parte, mas isso, não é o verdadeiro sucesso. Para mim, sucesso era ser a melhor, era empenhar-me e conseguir, a nível escolar e profissional, alcançar todos os objetivos que me propusessem. Sendo assim, por vezes vivia obcecada, ofuscada pelo trabalho e não via aquilo em que de facto eu era bem-sucedida, e que acabava por perder, por estar demasiado tempo a tentar alcançar o dito “sucesso”, medido pelo dinheiro. O meu sucesso é a minha família. O meu sucesso, florescer de mãos dadas com o meu amor, ultrapassando cada pedra que aparece no caminho e cada vez mais sentir que somos duas rosas envolvidas na mesma rama. O meu troféu é ter os meus avós comigo, ainda independentes mesmo em tão desfolhada idade. Uma grande conquista, são as conquistas dos meus pais, mostrando que a meia-idade é o estado mais bonito de uma rosa. A minha felicidade é ver o meu afilhado, um botãozinho, crescer sem parar. Poder ver, poder tocar, poder sentir tudo isto, é um privilégio que muitos não podem ter, ver vida, do início ao fim, geração a geração. O sucesso, é sorte, é felicidade, é estima. É viver em muitos corações, e muitos corações viverem no nosso. É acordar de coração cheio e de boa vontade. É ter esperança todos os dias pois temos a certeza que isto não são “coisas” que nos podem tirar.

Técnico Auxiliar Protésico Susana Leite Ano letivo 2013/ 2016

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Depende de Ti! Depende de ti “O sucesso é vivermos em muitos corações”, ora que frase grandiosa! O sucesso vai mais além do que apenas bens materiais. As coisas que não são ditas, as lembranças bloqueadas, as tempestades que não passam...as coisas que não nos deixam chegar ao sucesso…

Que nos libertemos desses pensamentos, e pensemos em desfrutar e semear o bom nos outros. Aquele afeto que faltou quando te desceu uma lágrima, a luta que batalhaste sozinho sem ajuda, a tristeza atormentadora que engoliste no teu quarto... se eu tivesse lá? O sucesso atingia-me, o apoio, a segurança, a força duplicava. O sucesso é muito mais que aparecer, é ser reconhecido. Reconhecido pelo que somos, pelas qualidades que temos e que damos, não pela conta bancária que nos traz o luxo, a ilusão que pode um dia desmoronar-se.

Técnico Auxiliar Protésico Bárbara Teixeira Ano letivo: 2015/2018

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A verdadeira pobreza, a pobreza de espírito! Era jovem, não era bonito, tinha uns belos olhos verdes, não eram puros um pouco maliciosos até, mas encaixavam bem no seu perfil, ora apaixonante ora repugnante, talvez tenha sido isso que o levou tão longe. Tornou-se um homem de sucesso, chegou ao patamar profissional que sempre desejou, ia pelo mundo representar a sua empresa, era admirado por todos. A sua cara apesar de não ser a mais bela começou a preencher todos os outdoor da cidade. Fiquei com orgulho nele. Primaverou, e já fazia bastante tempo que eu só sabia dele através da publicidade, os fatos, todos lhe ficavam bem, mas faltava ali algo mais importante, o Sorriso, o sorriso não era apaixonante. Como poderia um homem tão bem- sucedido, não transmitir um ar apaixonante? É simples, ele era de facto um homem bem- sucedido, mas, não era bem resolvido. O verdadeiro sucesso ultrapassa todos os ecrãs de TV, é bem mais do que aparências, o verdadeiro sucesso não se quantifica em milhões, mas sim, na quantidade de corações a que podemos chegar, a quantidade de abraços que podemos dar. A cidade tinha a sua imagem, mas poucos tinham o seu amor. Como poderia um homem tão bem- sucedido se encontrar tão vazio? A sua casa estava vazia, o seu grupo de amigos era vazio, a caixa de mensagens encontrava-se sempre vazia. Um corpo tão pomposo por fora, e tão negligente por dentro. Utilizou o cérebro da melhor forma que sabia, isso é um feito, mas esqueceu-se de utilizar o coração. O sucesso deve permanecer nos atos que ficam para sempre. Espero que não se aperceba desta definição tarde demais. Devia ter-lhe dito, naquela tarde em que me ligou ainda com voz apaixonante a dizer que tinha conseguido. -” Pedro, antes de seres bem-sucedido, tens de te tornar bem resolvido” Técnico Auxiliar Protésico Sónia Fernandes Ano letivo 2009/ 2012

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"Que cada um de nós faça a sua parte para que se dê um novo reencantamento do mundo, a começar por nosso mundo interior." Mia Couto

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Chore com os seus filhos e abrace-os. Isso é mais importante do que dar-lhes fortunas ou fazer-lhes montanhas de críticas. Não forme heróis, mas seres humanos que conhecem os seus limites e a sua força. Lembre-se: conversar é falar sobre o mundo que nos cerca. Dialogar é falar sobre o mundo que somos. Augusto Cury

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Pais Brilhantes! A meu ver este texto relata uma verdade digna, a que todos devem escutar e refletir. De facto, a educação tem muito que se lhe diga, digna de prós e contras, de comentários opostos e de pensamentos distintos. Muitos pais acreditam e idealizam que os seus filhos têm de atingir metas incansáveis, serem os melhores, comparado aos que lhes rodeiam, outros pais, apenas deixam os seus filhos flutuarem na vida, não lhes dando metas, objetivos, regras, entre outros. No entanto, a educação, não necessita por vezes de formar filhos em “super-heróis” pois existem limites e cada falha dada, é uma aprendizagem para o futuro, pois, a boa notícia de se bater no fundo, é que só há um caminho para seguir, é o do positivismo. É de realçar que devemos todos ter metas que podemos conseguir alcançá-las, com o tempo necessário e dedicação. Educar é uma arte, onde os pais por vezes necessitam de ter paciência, mas não há de facto coisa mais importante do que dar amor, dialogar com os seus filhos, e apoiá-los sempre na sua vida.

3ºAno Técnico Auxiliar de Saúde Margarida Fernandes

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Deixamos Janeiro e acolhemos Fevereiro, que parece ter recebido o nome de Fébruo, o deus da purificação. Sendo assim, a ordem é purificar. Desintoxicar os dias, limpá-los de pensamentos e pessoas negativas. Tornar as horas, todas elas, respiráveis. Nada de ambientes pesados. Ar puro, riso límpido, olhar desanuviado. Depurar a alma de mágoas e ressentimentos. Não deixar que nos roubem a alegria. Remover da flor dos dias as folhas secas e os sorrisos amarelados e os corações daninhos. Beber muito da fonte da sabedoria e eliminar as toxinas que as palavras ásperas e as atitudes mal-intencionadas deixam na alma. Encher o peito de fé e caminhar pelo nosso pé, sem deixar que nos pisem. Deixar para trás tudo o que está a mais e nos quer apoucar. Vamos, Fevereiro, a paz de espírito primeiro. lado.a.lado

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A leveza interior Entrada num novo mês, tempo de mudança. Fevereiro é o único mês do ano que apresenta uma duração inferior a 30 dias, mas, acredito que não importa se é de curta ou de longa duração, o que realmente importa é a intensidade com que vivemos cada dia deste mês, e assim os tornaremos memoráveis, para o resto da nossa vida. O bom da mudança é sair da nossa zona de conforto, é a oportunidade que nos é dada de mudar aquilo que de mal nos consome, desintoxicar a alma. Vivenciar cada dia com a maior intensidade possível, tornando cada hora inesquecível e cada minuto eterno, e nunca deixar-se envolver pela intoxicação que terrivelmente nos envolve, e que tenta a toda a força, entrar no nosso interior e devorá-lo. Devemos ser o nosso próprio filtro, aquelas coisas que achamos que de certa forma nos vão tornar seres melhores deveremos deixá-las passar aquelas que de nada nos preencheram, e só nos vêm atormentar, devem ficar retidas. Na minha opinião, atualmente, e sendo nós quem construímos o nosso ser, aderindo novos valores a cada dia que passa, sejam eles positivos ou negativos, é deveras importante que o nosso filtro apresente uma rede com um diâmetro bastante reduzido, não deixando passar certas partículas, pois até uma microscópica partícula pode destruir o mais purificado interior humano.

2ºAno Técnico Auxiliar de Saúde Isabel Silva

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Os Humanos são como as flores! Em meados do século dezanove, eu, um banco rústico, fui colocado perto de um jardim recentemente inaugurado, havendo apenas umas meras sementes. Contudo, estando a acabar o Inverno, a Primavera ficaria encarregada de atribuir vida àquele jardim. Pouco depois, este jardim foi denominado de " Jardim de Sta. Bárbara " Entretanto, o espaço foi-se tornando verde, recheado de vida, com rosas, margaridas, amores

perfeitos,

pequenas

árvores

e

arbustos. Cada vez mais, uns bípedes começaram a frequentar a nossa casa. Ao longo do tempo fui-me apercebendo que existem quatro estações, nomeadamente: Inverno, Primavera, Verão e Outono. (Enfim, os humanos ensinam-nos muito) As minhas companheiras sofrem com isso, contudo, elas renascem. Eu vejo tudo, e identifico as minhas companheiras com os humanos. São de fases, tal como aquela que aparece no céu, quando o chamado "sol" vai descansar. Já suportei todo o tipo de humanos e testemunhei as suas intrigas, amizades, amores e desgostos. Curiosamente, acho que elas vivem de forma cíclica. Certos humanos, frequentam a nossa casa diariamente e consigo vê-los e ouvi-los. Por vezes, sinto-me o seu pilar, seu apoio. Se um bípede pequeno vem frequentar a nossa casa, parece que nos entende mais do que os bípedes maiores. Entende a nossa vida, a nossa cor, a nossa intenção para com eles. Os humanos são o nosso propósito, queremos que eles se aconcheguem no nosso lar, na nossa cor e felicidade, e aproveitem a simplicidade da vida, tal como as minhas companheiras.

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Os seres adultos solitários quando aqui põem os pés, nós sentimos o clima pesado, mesmo com a felicidade que nós tentamos distribuir, sendo isto muito frequente. Sentimos a mágoa no seu coração, penso que estes humanos vivem de forma complexa, tudo os afeta, pois, os humanos são corrompidos por outros. Ao contrário, as minhas amigas que são puras, nunca tentam sobressair à custa das outras. Têm o seu próprio brilho, à sua custa e ao seu ritmo. Penso que os humanos poderiam ser como as minhas amigas, poderiam ser companheiros de uma vida, apoiando-se uns nos outros, e caso seja uma pessoa solitária, pudesse deixar o orgulho de lado, pois sozinho não irá sobreviver por muito mais tempo, tal como as minhas companheiras. O companheirismo é um fator essencial na vida. Os bípedes poderiam apenas viver, pois a cada dia pode-se renascer, e a cada hora pode ser diferente. A vida é uma incógnita. As flores têm um tempo de vida mais limitado que os humanos, e apesar das tempestades, e dos dias luminosos, elas apenas vivem. Mesmo que as pisem ou derrubem, elas renascem. E, ao renascer, elas apresentam-se mais vivas do que outrora, sendo isto, um exemplo para os humanos. Apesar de magoados, ou derrubados, estes podem levantar-se e curar as feridas. Há sempre espaço para a mudança. Eles deveriam aproveitar a vida sem complicações, não acrescentar uma vírgula ao que é apenas um ponto final. Aprendi muito com os humanos, e cada dia é uma nova oportunidade, uma oportunidade para renascer.

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Pelo que percebi eles podem visitar tanta coisa, explorar tantas coisas, e até mesmo encontrar a felicidade através dos seus companheiros eternos a que chamam "família", ou "amigos." Esta mensagem é para vocês humanos, apenas vivam e aproveitem a vossa vida, e apesar dos dias em que alguém vos tenta derrubar, respondam com um sorriso. Pois, pelo que percebi, existem dias e dias, uns bons, e outros maus, porém, a cada dia uma nova oportunidade. Não se baseiem nas vírgulas, no que vocês complicam. Eu já vivi tantos anos e mesmo vocês sendo todos iguais, ainda me fascinam, cada um de vocês deixa uma marca. Renasçam a cada dia, e vivam

simplesmente,

pois o simples, é por vezes

o

mais

importante.

Cada

sorriso, cada abraço, cada gesto, cada toque. São bens essenciais, e coisas que vocês por vezes ou

menosprezam, esquecem,

vivam com

não

preocupados o

amanhã,

aproveitem presente!

2ºAno Técnico Auxiliar de Saúde Beatriz Carvalho

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Diga-me do que você se gaba e eu direi o que lhe falta

A frase “diga-me do que você se gaba e eu direi o que lhe falta” serve para resumir aqueles casos em que uma pessoa se atribui uma virtude, mas não demora em dar sinais que contradizem a si mesma. Nesse caso, o “promovido” é alguma característica ou atributo que a pessoa concede a si mesmo. Nem sempre uma pessoa que fala com orgulho sobre o que fez desenvolve essa lógica. O que indica a existência desse mecanismo de presumir justamente do que se carece é o fato de que existe “algo a mais” nessa atitude. A pessoa enfatiza demais o fato e com bastante frequência. Tem a si mesma como centro da atenção. Há um exagero que é notório. Na verdade, quem está imerso nesse mecanismo não é consciente disso. Pelo contrário. A pessoa acredita realmente que promover certas ideias ou valores, fazendo uso de si mesma como modelo, é uma ideia genial. No fundo, sua intenção não é tanto convencer os outros, mas persuadir a si mesma de que isso é verdade. Estão o tempo inteiro tentando provar aquilo que pregam com ações e argumentos concretos. Você gaba-se em excesso do que você gostaria de ser, mas não é! O que parece um vigarista que exalta mais do que aplica é na verdade uma pessoa presa no centro de um mecanismo de defesa. Esse mecanismo é conhecido como “formação reativa” 45


e consiste em dar início a um comportamento para evitar um desejo reprimido. Em outras palavras, a pessoa deseja algo que parece censurável. E para se defender desse impulso inconsciente, começa a atuar forçando-se a fazer tudo ao contrário.

Sobram exemplos. É o caso de quem deseja comer até ficar cheio, mas acredita que esse desejo é reprovável porque pode engordar e ser rejeitado. Então dedica-se de forma dramática a seguir dietas e a ter nojo de fast food. Ou quem tem desejos sexuais muito intensos, mas os considera pecaminosos e por isso arma uma cruzada em nome da castidade. Muito mais comum é o caso das pessoas que fazem de tudo para chamar a atenção de alguém que no fundo odeiam ou desprezam. Não é que a pessoa minta ou finja de propósito, mas sim que é incapaz de reconhecer seus próprios sentimentos devido à censura moral que impõe a si mesmo. A formação reativa pode estar dirigida a um aspeto específico como, por exemplo, a ordem ou a higiene. Mas também pode converter-se num padrão de conduta que se instala na estrutura da sua personalidade. Nesse caso, existe uma espécie de “personalidade falsa” em que praticamente todas as ações de um indivíduo estão dirigidas a sustentar essa máscara. São o tipo de pessoas a quem se diz “que se gaba do que não é”. Você gaba-se para defender-se de si mesmo.

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O que dificulta a expressão do desejo é uma consciência moral extremamente rígida, ou um mandato externo que a pessoa tem medo de transgredir. Por isso ela se gaba do que não é, sem que realmente essa seja sua intenção. O que permite identificar que um mecanismo de formação foi iniciado é a ênfase ou o exagero das palavras ou das ações. Os “Nãos” são bastante contundentes, ou os “Sim” especialmente remarcados, são sinais de que existe um desejo oculto que orienta ao contrário.

Atualmente as redes sociais vêm sendo um autêntico catálogo desse mecanismo. Às vezes parece que foram feitas precisamente para que cada pessoa prove ser “algo” que provavelmente não é. Exibem fotos sorridentes, ainda que não estejam felizes como parece. Vangloriam-se de viagens, de novos trabalhos, de conquistas, mas algo de errado existe quando você precisa que outros o reconheçam. As formações reativas podem dar lugar a uma personalidade obsessiva. Vangloria-se de ser algo que não é, ou de pensar em algo que não pensa, e para poder sustentar esse autoengano você tem que estar alerta o tempo inteiro. Vigiar-se constantemente e provar a cada momento que você não é merecedor de nenhuma suspeita. A situação pode tornar-se esmagadora porque o desejo reprimido retorna de novo e de novo, e você vai se sentir cercado por ele. Nessa ânsia para colocar sob controle o desejo inconsciente que você não quer aceitar, é possível que você chegue a experimentar uma grande dose de angústia. É possível gerar uma

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enorme tensão interior, entre aquilo que você tenta expressar e o enorme esforço que você deve fazer para “manter a linha”. Nessas condições, sua força pode desmoronar e é possível que você desenvolva condutas compulsivas. Por isso, você não deve esquecer os desejos, independente do que eles sejam. Lembre-se de que eles se tornam inofensivos unicamente quando você os reconhece e decide, conscientemente, se vai colocá-los ou não em prática. In “A mente é maravilhosa”

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A verdadeira carência! Não nos gabemos dizendo que somos felizes, dirão que somos infelizes. Quando nos gabamos a nós mesmos, indiretamente estamos a passar aos que leem nas entrelinhas, a mensagem negativa de um interior que nega completamente o que as nossas palavras fazem transparecer. Na verdade, apenas queremos presumir justamente o que nos carece, fazendo transparecer claramente a ausência de algo, a pessoa enfatiza demais o facto, e com bastante frequência, para que possa alimentar o buraco negro que tem dentro do seu interior com as suas palavras fortes e imponentes, por vezes, não sendo consciente da situação o que quer dizer que a pessoa foi envolvida por um mecanismo complexo que eu designaria de defesa pessoal. Não nos gabemos achando que somos os melhores, dirão que somos os ignorantes. No fundo, a intensão das pessoas que se vangloriam, não é tanto convencer os outros, mas persuadir a si mesma de que isso é verdade, encontram-se constantemente a tentar provar aquilo que pregam com ações e argumentos concretos, e, consequentemente, não passam a verdadeira imagem de si próprias. Passam a imagem de uma pessoa inexistente, que claramente não habita o interior daquele ser. As pessoas que se gabam em demasia desejam algo que parece ser censurável, que se encontra demasiado longe para ser alcançado, e assim, as pessoas arranjam este mecanismo de defesa pessoal, para que possam de alguma forma confortar os seus interiores gabando-se do que não possuem, demostrando ser alguém que não são, mas, que gostariam de ser. Não nos gabemos que somos os mais corretos, porque apenas dirão que somos os mais imperfeitos. 2ºAno Técnico Auxiliar de Saúde Isabel Silva

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“A mendiga e o samurai”

Conta-se que um bravo samurai viveu na ilha de Hokaido, no norte do Japão. Ele era um senhor feudal que possuía grandes áreas de terra, tendo, assim, muitos súbditos. Tudo adquiriu após diversas batalhas, no comandando as tropas do Imperador. Certa feita, após uma guerra, voltou para a sua terra natal e decidiu que iria casar-se. Tratava-se de um homem forte e belo e, quando a notícia de que o Samurai desejava casar-se se espalhou, por toda a ilha as mulheres ansiavam por desposá-lo. As mulheres mais bonitas da ilha e de outras ilhas mais distantes o visitavam em seu palácio, sendo que muitas delas lhe ofereceram, além de sua beleza e encantos, muitas riquezas. Nenhuma, contudo, o satisfez o suficiente para se tornar sua esposa. Um dia, uma jovem maltrapilha e simples chegou ao palácio do samurai e, com muita luta, conseguiu uma audiência: “Eu não tenho nada material para lhe oferecer, só posso lhe dar o grande amor que sinto por você”. Como prova, complementou: “Se você me permitir, eu posso fazer algo para te mostrar esse amor”. 50


Isso despertou a curiosidade do samurai, que lhe pediu para dizer o que poderia fazer.

“Vou passar 100 dias em sua varanda, sem comer ou beber nada, exposta à chuva, sereno, sol e frio à noite. Se eu aguentar esses 100 dias, você me fará a sua esposa”, afirmou a jovem. O samurai, surpreso (embora não comovido), aceitou o desafio. Ele disse: “Eu aceito. Se uma mulher pode fazer tudo isso por mim, ela é digna de ser minha esposa”. Dito isto, a mulher começou seu sacrifício. Os dias começaram a passar e a mulher suportou bravamente as piores tempestades. Muitas vezes ela sentia que desmaiava de fome e frio, mas encorajou-se a por imaginar que finalmente estaria ao lado de seu grande amor. De tempos em tempos, o samurai mostrava seu rosto do conforto de seu quarto para vêla e acenava com o polegar. À noite a temperatura caiu para muitos graus negativos e isso por si só deveria ser de uma grande penúria, porque ela não tinha um único cobertor. Foi assim que o tempo passou: 20 dias, 50 dias… As pessoas da ilha ficaram felizes porque pensaram: Finalmente teremos uma esposa para o nosso senhor!

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90 dias … O samurai continuou a mostrar a cabeça de vez em quando para ver como estava o sacrifício de sua pretendente: “Esta mulher é incrível”, ele pensou consigo mesmo, e lhe deu encorajamento novamente. O dia 99 finalmente chegou e todos os habitantes da ilha começaram a reunir-se nos arredores do palácio para ver o momento em que aquela mulher se tornaria a esposa do samurai. Eles estavam contando as horas, às 12 horas daquele dia, eles teriam um casamento. A pobre mulher, em sua grande simplicidade, foi ainda acometida por extrema fraqueza e por doenças… Então algo inesperado aconteceu: às 11 da noite do centésimo dia, a mulher corajosa se rendeu e decidiu retirar-se daquele palácio. Deu uma olhada triste no samurai que o fitava surpreso e saiu sem dizer uma palavra. As pessoas ficaram chocadas! Ninguém conseguia entender por que aquela mulher corajosa desistira de apenas uma hora a mais para ver seus sonhos se tornarem realidade. Ela já havia suportado tanto! Ao chegar em sua casa, seu pai já sabia da sua desistência e perguntou: “Por que você desistiu de ser a esposa do grande samurai?” E, para seu espanto, ela respondeu: “Eu tinha 99 dias e 23 horas em sua varanda, suportando todos os tipos de calamidades e ele foi incapaz de me liberar desse sacrifício. Ele meu viu sofrendo e só me encorajou a continuar, sem mostrar nem um pouco de compaixão pelo meu sofrimento. Eu esperei todo esse tempo por um vislumbre de bondade e consideração que nunca veio. Então eu entendi: uma pessoa tão egoísta, imprudente e cega, que só pensa em si mesma, não merece meu amor!” Isso nos faz refletir: quando você ama alguém e sente que para manter essa pessoa ao seu lado você tem que sofrer, sacrificar sua essência e até implorar, mesmo que doa, se retire. E não tanto porque as coisas ficam difíceis, mas porque quem não faz você se sentir valorizado, quem não é capaz de lhe doar o melhor de si mesmo, será incapaz de retribuir o compromisso e a entrega que você dispensou a ele e, DEFINITIVAMENTE, você merece um amor do tamanho de si. In Revista Pazes

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A valorização pessoal Por vezes, esperamos uma vida inteira por uma demonstração de bondade, mas, essa tarda em chegar,

e,

assim,

por

vezes

desistimos no limiar do tempo, não conseguimos

suportar

todo

o

sacrifício e calamidades. Não existe demonstração de compaixão pelo sentimento sentido, e assim devemos perceber que não existe pessoa no mundo imprudente que mereça o nosso amor. Assim devemos refletir e aplicar na nossa própria vida, quando gostamos de alguém e esse amor implica sofrer ou sacrificar a nossa própria essência, para que esse alguém continue próximo de nós, apenas devemos terminar com esse sofrimento que nos destrói psicologicamente e fisicamente, para alimentar algo que na maior parte das vezes tem como finalidade, uma tragédia. Deveremos, então, libertar-nos pensando que quem não nos faz feliz, quem não nos valoriza, não nos merece. Quem não consegue proporcionar o melhor de si mesmo, será incapaz de retribuir o sentimento e a entrega que nós lhe dispensamos, e, todos nós, merecemos um amor que nos complete!

2ºAno Técnico Auxiliar de Saúde Isabel Silva

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Simplesmente cuidar! O amor puro é um sentimento que preenche, que torna qualquer desperto, uma afeição viva. Este afeto faz com que a pessoa deseje a presença do outro, que a queira proteger, cuidar…para

que

possa

conservar ao máximo a sua companhia, para que o tempo com a determinada pessoa seja eterno. O que as pessoas fazem por amor é inacreditável, e se esse amor é recíproco, nada as irá parar. Quando é amor, tentas fazer de tudo para que o teu pombinho esteja feliz, mesmo que tenhas de abdicar da tua própria felicidade. Contudo, é preciso ver, pois o amor pode tornar-te cego. Lembra-te que a relação apenas vocês os dois podem sustentar. Sem um dos elementos, o amor, balança... Irá desequilibrar, até que acaba num mau resultado ... a zero. A relação precisa ser trabalhada. Não existem casais perfeitos, amores perfeitos. E se estes existem, é apenas na ficção. E amar por vezes é complexo. Determinadas pessoas vivem tanto para o parceiro que se esquecem de si. Fazem de tudo para manter a relação de pé, mas, sem equilíbrio. Sofrem, sacrificam-se, até que imploram por uma única coluna a segurar a relação. É inacreditável. A pessoa vive para o parceiro, e pensa que sem ele a vida irá desabar. A pessoa esquece-se que não está a ser valorizada, que o parceiro não retribui, que relação é a dois, que o amor deve ser recíproco, que a pessoa merece melhor. E, por vezes, a melhor escolha é escolhermo-nos a nós mesmas. E porquê? Porque temos valor, temos sentimentos, somos humanos. Deixá-lo ir por vezes é a melhor opção. A vida não acaba, ela segue. Pode ser trágico, ou um pouco frio, mas a vida segue.

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Não estejas num relacionamento com maus indícios. É importante saberes que estás em primeiro, que a tua primeira escolha és tu. Não te preocupes, quando encontrares a pessoa que te dê com os desfibrilhadores e o teu sentimento amoroso desperte, apenas vive. Vive intensamente. Não te prendas ao passado. Mesmo que talvez te sintas vazia, a pessoa irá preencher-te. Acredita! Mesmo que existam complicações no que toca ao amor, vale sempre a pena amar, pois quando ele existe e é vivido, ele apenas vai crescendo a cada dia, e esse amor preenche-te o peito, a alma. E, como os nossos antepassados diziam: “O verdadeiro amor nunca se desgasta, quanto mais se dá, mais se tem ”.

2ºAno Técnico Auxiliar de Saúde Beatriz Carvalho

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A ferida que dói e não se sente… O amor pode-nos magoar, tal como uma faca acabada de ser afiada em que um pequeno encosto pode ser o suficiente para causar uma grande ferida. Por amor, as pessoas são capazes de tudo, pondo os interesses do amado acima dos seus. Certamente, todos nós já sofremos por amor, e caímos num abismo infinito, onde não é visível, nem um pequeno foco de luz. Por amor criamos grandes expectativas, na nossa cabeça só cabe a imaginação de momentos que desejamos para um futuro próximo. É maravilhoso estar apaixonado, mas pior são aqueles amores que não são correspondidos, que nos matam por dentro como uma bala de uma arma acabada de ser disparada. Torna-se um ciclo vicioso, quando fazemos tudo por alguém que amamos ao ponto de pisar na nossa felicidade, e, no final, esse amor não é correspondido. Mas, o que pode ser pior do que nos perder a nós próprios? Por vezes, amamos mais o próximo e acabamos por não ver o resto da gente que está à nossa volta. Parece que a nossa mente se foca apenas naquela pessoa e ups! lá vamos nós outra vez. Amar pode ser um gatilho, às vezes somos como um fantasma aos olhos da outra pessoa, pois de qualquer maneira ela não nos vê, desperdiça o nosso amor e deixa-nos na solidão. Remamos contra a maré e cantamos como um rouxinol aquelas melodias tristes que nos fazem lembrar a pessoa. O sangue corre pelas veias, e sentimos as lentas palpitações do nosso pequeno coração partido por amor a outra pessoa. O amor faz-nos massacrar as folhas, e gastar os lápis de tanto que transmitimos os nossos sentimentos para uma folha de papel. Sofremos com a partida, e sonhamos com a chegada de outro amor enquanto a ilusão nos possui, e a desilusão nos destrói. 2ºAno Técnico Auxiliar de Saúde Daniela Teles

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“0 livro Eu do livro Não me livro E nem me quero livrar. Se do livro Eu me livro Como livre, vou ficar?”

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Sussurros de Amor na E.E.E.P

Lara Catarino - 3ยบ TAP

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João Martins – 3º TEAC

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“O que é Amar?... Amar é importar-se”

Fábio e Lara – 3º TAP

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“O Amor não é semente, o Amor é semear.”

João Martins – 3º TEAC

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Recomeça…. Mesmo que falhes Não há ninguém neste mundo Que na vida não tropeça O esforço é sempre recompensado Trabalha com convicção Se fores sempre esforçado Passas do sonho à realização Dos teus sonhos não desistas Muitos vão dizer que não consegues Deitar-te abaixo e rebaixar as tuas conquistas Mas mesmo assim, tu persegues… A vida é uma questão de trabalho Motivação, dedicação e superação Na vida não há nenhum atalho E o teu esforço, no fim não será em vão Ruben Ribeiro e Lucas Rocha – 3º TEAC

Lara – 3º TAP

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É no mês de fevereiro Que se festeja o carnaval É tudo o que mais desejo Quando acaba o natal

Toda a gente se mascara E ninguém leva a mal De palhaço ou de freira É sempre um festival

Todos saem à rua Para brincadeiras fazer Assustar os amigos E fazê-los tremer

Este ano vai ser ainda mais especial

Lara e Helena – 3º TAP

Pois numa aventura, vamos embarcar Graças ao programa Erasmus+ O carnaval na corunha vamos passar

Conhecer uma nova cultura Hábitos e comidas experimentar Quando mascarados sairmos à rua Pela noite dentro a festejar!

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João Martins – 3º TEAC

Os Caretos de Podence são originários da aldeia de Podence, no concelho de Macedo de Cavaleiros. Foram declarados Património Cultural Imaterial da Humanidade pela UNESCO a 12 de Dezembro de 2019. Inseridos nas festividades de Inverno, tão características na região de Trás-os-Montes e Alto Douro, os Caretos de Podence representam imagens diabólicas e misteriosas que todos os anos desde épocas que se perdem no tempo saem à rua nas festividades carnavalescas. Interrompendo os longos silêncios de cada Inverno, como que saindo secretos e imprevisíveis dos recantos de Podence, surgem silvando os «Caretos» e seus frenéticos chocalhos bem cruzados nas franjas coloridas de grossas mantas . Os rapazes mais novos que seguem e imitam os caretos são chamados facanitos e asseguram a continuidade da tradição.

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E Junto com o Carnaval Vem o Careto de Podence Lá vai ele mascarado Para ver se a convence

Abanam os seus chocalhos E tentam conversar Com as meninas a seu lado Para um dia namorar

É costume em Trás-os-Montes E assim vai continuar Já que agora e mais que nunca É hora de celebrar Helena, Lara e Samuel – 3º TAP

Património imaterial da Unesco Acabou de se tornar Agora no mundo todo Vamos poder ouvir falar.

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A arte na literatura (Final feliz em Amor de Perdição)

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Trabalho elaborado por: Beatriz Carvalho e Luísa Amado – 2º TAS

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Será Inês de Castro uma vítima ou uma heroína? A história de D. Inês de Castro e D. Pedro resumese a um amor impossível, completamente renegado pela sociedade envolvente, tendo como desfecho, uma enorme tragédia. D. Pedro casado com D. Constança, por quem não

nutria

qualquer

afeto

amoroso,

apaixona-se

verdadeiramente por D. Inês, aia de D. Constança iniciando assim uma vida dupla. D. Constança acaba por morrer, D. Pedro vê a oportunidade de iniciar uma vida comum com D. Inês, D. Afonso IV (pai de D. Pedro), preocupando-se com a independência portuguesa, reagiu mal contra tal afronta, incentivado pelos seus conselheiros planeja de forma monstruosa a morte de D. Inês. D. Pedro, reagiu de forma violenta, iniciando uma guerra contra o seu próprio pai. D. Afonso IV morre e D. Pedro sobe ao trono, anunciando que tinha casado com D. Inês secretamente, tornando-se esta a rainha morta de Portugal. Se compararmos esta história passada na antiguidade com o tempo presente, a questão que se põe é a seguinte: Terá sido D. Inês uma vítima, ou uma heroína? Todo o enredo amoroso entre D. Inês e D. Pedro seria visto atualmente de forma menos severa, principalmente pelo povo, pois nos dias de hoje este pode expressar-se livremente, obviamente que é uma história de amor antitética, mas as pessoas sempre adoram uma boa história de amor, com cheirinho a pecado! Hodiernamente, o que mais vemos são divórcios e refazeres de vida com outros parceiros, por isso, a situação de D. Pedro e D. Inês, seria algo até bem atual, tendo em conta o adultério, pois D. Pedro ainda casado já se relacionava com D. Inês. Concluo, que a única diferença é que antigamente era tudo mais ocultado, nos dias de hoje, é o prato do dia!

2ºAno Técnico Auxiliar de Saúde Isabel Silva

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Romeu e Julieta… Amar. Afinal de que trata tal coisa? Aí vem a sua definição. O termo amar provém de um gostar mútuo, entre duas pessoas, sendo este um

sentimento

intenso

e

incondicional, como por exemplo, Romeu e Julieta. Um par amoroso que foi condenado a um final trágico. Este exemplo da literatura, retrata outros tempos, outros ares, outras formas de viver, apreciar e sentir o amor.

Romeu e Julieta foram retratados como um amor impossível, contudo, estes tentaram lutar incondicionalmente pelo seu amor, procurando sempre forma de poderem estar juntos, fazendo com que cada minuto contasse. O amor entre ambos foi tão intenso que acabaram por sacrificar-se por esse mesmo amor. O viver um sem o outro era impensável, nem era posto em causa na mentalidade de ambos. Mas, e quanto ao atual? E se Romeu e Julieta vivessem ou experienciassem o seu amor impossível, nas nossas mentalidades? – A sua história deixaria de ser trágica, pois a mente atual é aberta. Se eventualmente as suas famílias não apoiassem o amor entre Romeu e Julieta, eles teriam amplas formas de lidar com tal situação. Poderiam simplesmente ser imparciais à rivalidade entre as famílias, ou poderiam simplesmente viver juntos num outro local, ou poderiam tentar levar as famílias à razão, explicando que não se devem basear na rivalidade e ser egoístas para com o amor deles. Estes, são meros peões no meio de tudo. Na mais extrema das hipóteses, desistirem do seu amor por acharem que são novos, que arranjariam outro alguém. É um facto.

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Mudam-se os anos, mudam-se as mentalidades. Antigamente, o amor era de tal forma incondicional, intenso e verdadeiro que o viver sem o amado era impensável. Atualmente, o amar não é tão intenso, não é vivido como outrora. É de facto sentido, mas há outras formas de vivê-lo, sendo este um amor menos exaltado, menos aproveitado. Para os antigos, o tempo era ouro, e para os atuais, o tempo é apenas uma nova variável matemática a acrescentar ao seu quotidiano.

2ºAno Técnico Auxiliar de Saúde Beatriz Carvalho

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A fábula da convivência- uma lição sobre as nossas relações

Durante uma era glacial muito remota, quando parte do globo terrestre estava coberto por densas camadas de gelo, muitos animais não resistiram ao frio intenso e morreram, indefesos, por não se adaptarem às condições de clima hostil. Foi então que uma grande manada de porcos-espinhos, numa tentativa de se proteger e sobreviver, começou a se unir, ajuntar-se mais e mais. Assim, cada um podia sentir o calor do corpo do outro. E todos juntos, bem unidos, agasalhavam-se mutuamente, aqueciam-se enfrentando por mais tempo aquele inverno tenebroso. Porém, vida ingrata, os espinhos de cada um começam a ferir os companheiros mais próximos, justamente aqueles que lhes forneciam mais calor vital, questão de vida ou morte.

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E afastaram-se, feridos, magoados, sofridos. Dispersaram-se por não suportar mais tempo os espinhos de seus semelhantes. Doíam muito… Mas essa não foi a melhor solução. Afastados, separados, logo começaram a morrer. Os que não morreram voltaram a se aproximar, pouco a pouco, com jeito, com precauções, de tal forma que, unidos, cada qual conservava uma certa distância do outro, mínima, mas o suficiente para conviver sem ferir, para sobreviver sem magoar, sem causar nenhum dano recíproco. Assim suportaram-se resistindo à era glacial. Sobreviveram. – É fácil trocar palavras, difícil é interpretar o silêncio! – É fácil caminhar lado a lado, difícil é saber como se encontrar! – É fácil beijar o rosto, difícil é chegar ao coração! – É fácil apertar as mãos, difícil é reter o seu calor! – É fácil sentir o amor, difícil é conter a sua torrente!

“Todos nós somos anjos de uma asa só e, para voarmos precisamos estar abraçados uns aos outros.” Revista Prosa Verso e Arte António Carlos Caio

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“Unidos, jamais seremos vencidos!” Por vezes, o ser humano tem dificuldade em adaptar-se a novas condições, principalmente quando essas mesmas fogem ao padrão de cada indivíduo. O Homem de hoje em dia, está mal habituado, e, culpa de quem? Dos seus antepassados? Eu diria que a própria sociedade envolvente, está implicada na forma de ser de cada indivíduo. Muitas das vezes, somos repreendidos pelo simples olhar do vizinho do lado,

e

rapidamente

mudamos

o

nosso

comportamento, para que possamos ser enquadrados nos padrões impostos indiretamente pela sociedade. Será o mais assertivo? Ao entrar nesta rotina, o ser que não foi corretamente repreendido no momento certo, vai ganhar lacunas, e posteriormente, essas lacunas serão visíveis. Às vezes magoamos aqueles que mais nos ajudam, muitas das vezes com a certeza de que voltarão, mas, a vida não é certa, e podemos estar a cometer o maior erro da nossa vida. Quem seremos nós sem aqueles que mais amamos? Provavelmente, um ser morto de espírito, um ser que apresenta lacunas em vários aspetos, porque quando jovem não lhe souberam passar os devidos valores, e o mesmo, ao longo da sua vida, também não soube retê-los. O Homem tem vindo a desenvolver-se ao longo dos tempos, mas, o relacionamento com indivíduos da mesma espécie, é algo que precisa de mais algum aperfeiçoamento. A complexa paleta de personalidades que temos à nossa disposição, sendo diariamente uma cor diferente, ou seja, este deve-se adequar ao tipo de pessoa que tem à sua frente, sem nunca perder a sua essência. Acredito que só assim seja possível viver em sociedade, sem entrar em conflitos e, principalmente, sem causar danos colaterais para ambas as partes. Deve prevalecer na mente de cada um: “Unidos, jamais seremos vencidos!” 2ºAno Técnico Auxiliar de Saúde Isabel Silva

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“Os livros não matam a fome, não suprimem a miséria, não acabam com as desigualdades e com as injustiças do mundo, mas consolam a alma, e fazem-nos sonhar.” Olavo Bilac

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Dia do Pai

Luísa Amado – 2º TAS

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Beatriz Carvalho – 2º TAS

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Querido Pai Apoias-me em tudo Em ter-te a meu lado Sou um sortudo Querido Pai És meu amigo Só posso contar contigo Porque és o meu abrigo Querido Pai Dás-me carinho e amizade Sempre que estou triste Transformas tristeza em felicidade

João Martins e Pedro Pinto – 3º TEAC

Querido Pai Quer eu erre, quer eu caia Sinto-me cheio de alegria Como da primeira vez, que me levaste à praia Querido Pai Educaste-me e deste-me amor Agradeço a Deus Que tenhas sido o meu progenitor Querido Pai Obrigado por me cativar Inspiras-me a ser melhor Sem dúvida que és o meu pilar

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A tigela de madeira

Um senhor de idade foi morar com o seu filho, a nora e o neto de quatro anos de idade. Nesta altura, as mãos do velho eram trémulas, a sua visão embaçada e os seus passos vacilantes. Estas circunstâncias atrapalhavam o avô sobretudo nas horas das refeições. Ora eram as ervilhas que caíam ao chão, ora era o arroz. Ao pegar no copo da água, rara era a vez que não a entornava. O filho e a nora irritavam-se com toda aquela balbúrdia: "Precisamos de fazer alguma coisa a respeito do pai - disse o filho. Já chega de água entornada, do barulho ao comer com a boca aberta e de comida pelo chão."

Então, o casal decidiu colocar uma mesa na cozinha para o avô fazer as refeições. Assim, enquanto o avô comia sozinho, o resto da família fazia as refeições à mesa em tranquilidade. Para simplificar e porque o velho já tinha partido vários pratos, agora a sua comida era servida numa tigela de madeira. Quando a família olhava para o avô sentado ali sozinho, às vezes ele tinha os olhos rasos de água. Mesmo assim, as únicas palavras que lhe dirigiam eram admoestações ásperas porque tinha deixado cair um talher ou comida ao chão. O menino de 4 anos de idade assistia a tudo em silêncio.

Certa noite, antes do jantar, o pai percebeu que o filho pequeno estava no chão, a brincar com pedaços de madeira. Ele perguntou delicadamente à criança: "Que giro! O que estás a fazer?" O menino respondeu docemente: "Oh, estou a fazer tigelas para tu e a mãe comerem quando eu crescer." O menino sorriu e voltou à brincadeira. Aquelas palavras tiveram um grande impacto nos pais ao ponto de ficarem mudos e as lágrimas começarem a escorrer dos seus olhos. Embora ninguém tivesse dito nada, ambos 80


sabiam o que era preciso fazer. Naquela noite o pai pegou o avô pelas mãos e gentilmente conduziu-o à mesa da família. Dali para frente e até ao final dos seus dias fez todas as refeições com a família. E por alguma razão, o marido e a esposa já não se importavam quando um garfo caía, a água era entornada ou a toalha da mesa se sujava. Autor desconhecido

Desenhos de: Ruben Ribeiro e Marco Alves 3º TEAC

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Joรฃo Martins 3ยบ TEAC

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Joรฃo Martins 3ยบ TEAC

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Se há coisa que não percebo é o cinismo. Até entendo que, às vezes e em determinados contextos, por educação ou compaixão, haja dificuldade em dizer a verdade. Não é o caso dos cínicos, que simplesmente se servem do que sabem para o esconder como forma de magoar ou de prolongar a dor alheia. O cinismo é um grau elevado de maldade, que se compraz em ver o outro sofrer. É como dar um bocadinho de pão todos os dias a alguém que sofre de fome, o suficiente para impedir que morra, sem deixar que viva. E desta forma passa por bondoso aquele que se compraz em prolongar a agonia de quem parece querer salvar. lado.a.lado

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A máscara Se há coisa que não percebo é: Qual a necessidade? Se há coisa que não entendo é: Qual o prazer consciente de o fazer? Trata-se de tamanha hipocrisia, descaramento, mordacidade. Pura e simplesmente, permitir a nós mesmos ser cruéis, perversos e indecentes. Como referido acima, “É como dar um bocadinho de pão todos os dias a alguém que sofre de fome, o suficiente para impedir que morra, sem deixar que viva.” Aos meus olhos, uma espécie rara de gozo para com o outro, um deleite pessoal autocentrado. Posso compreender, que por vezes, a verdade possa ser dura, insuportável, por outro lado, o cinismo é uma alternativa um pouco que “desalmada” bruta e impiedosa. Todavia, vista exteriormente, fora do contexto, poderá parecer um ato de caridade, algo bom, a melhor escolha a fazer-se. Sendo assim, esquecemo-nos que quem atua, está totalmente dentro do contexto e desacreditamos que este, está consciente das suas ações e consequências. Um rosto com duas faces é o rosto do cínico. É um ator que atua quer a cortina esteja aberta ou fechada. Na minha reflexão, talvez seja um indivíduo cuja verdadeira vida esteja enterrada sob o palco, e viva falseando. O cínico é aquele que sorrindo crava uma lâmina, desrespeita os valores morais e baila ao ritmo desenfreado do sofrimento dos outros, aumentando o som, expandindo a folia. A sua vida e a sua mente são um eterno carnaval. E nós, somos os “bobos”.

Técnico Auxiliar Protésico Susana Leite Ano letivo 2013/ 2016

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O lado mais obscuro Tenho alguma falta de compreensão ao saber que existem pessoas que demonstrem o seu lado negro, em todos os momentos da sua vida. O cinismo não coloca na balança o bem do mal, o que é correto eu fazer, ou o que é correto eu não fazer, apenas existe já na pessoa o lado de carregar consigo o que sabe para desfrutar das consequências de outros. A felicidade de quem acolhe essas situações é a mesma felicidade de quem acha que está a fazer o bem, porque na verdade, aquilo de alguma forma o alimenta. Sem pensar no outro lado, que ao estabelecer ligação aumentará a fome de querer saber e o lado negro aumentará a capacidade de satisfação. Ao haver essa ligação, existe sempre a lealdade que ao fim e ao cabo, só deu morte a quem continuava vivo!

Técnico Auxiliar Protésico Bárbara Teixeira Ano letivo: 2015/2018

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O novo adereço! O novo adereço do século XXI, o cinismo! Saímos com ele de casa guardado no bolso interior da carteira. E, infelizmente, estamos a utilizá-lo com mais frequência do que aquela em que retocamos o batom. Tem vezes, chega a ser ridículo, como quando exageramos nos acessórios. Sabes, quando vais visitar aquela amiga e colocas aqueles brincos que ela te deu, mas que tu odeias? O cinismo não é nada mais nada menos, que este simples gesto tão duro, (tanto para ti, como para ela), dar uma falsa esperança com o falso poder de demonstrar algo positivo. Por vezes, a vida por educação ou compaixão leva-nos a utilizar esses brincos forçadamente, mas, não façamos deles o nosso acessório predileto, eles pesam, e não nos tornam tão bonitas assim. Aparentar uma coisa e ser outra, leva-nos às vezes a criar uma capa sobre o nosso verdadeiro eu, como quando realçamos em demasia a maquiagem sabem!? Os cínicos acabam sempre por criar uma falsa esperança sobre a verdade das coisas. Não lido nada bem com quem não sabe elogiar ou incentivar com aquela pureza genuína, que já tão pouco se vê por aí. Àqueles que o utilizam achando que se defendem do mal que alguém lhes possa fazer, estão na verdade a defenderem-se de si mesmos, pois não têm a coragem de olharem para dentro do seu eu, e reconhecerem quem realmente são. Se sairmos de casa com o bolso interior da carteira vazio, aquele onde guardávamos o acessório que colocávamos para disfarçar aquilo que somos, a vida, irá parecer um pouco mais rude ,até mais áspera talvez, mas, com o passar do tempo vamos conquistar uma verdade, uma 87


pureza e uma liberdade que seja ela mais dócil ou indócil, o cinismo nos obriga a camuflar. Não nascemos cínicos, tornámo-nos. Que possamos cada vez mais sair apenas com o batom na carteira, e deixemos os tais brincos em casa!

Técnico Auxiliar Protésico Sónia Fernandes Ano letivo 2009/ 2012

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Não tenhas pressa. As coisas levam o seu tempo, sobretudo as bem feitas. As coisas feitas em cima do joelho não resultam. Vá lá que eu não tenho esse problema. Sou um caracol. Sei que devagar se vai ao longe. Todos os dias mais um bocadinho. Faço as coisas ao meu ritmo. Posso demorar mais um pouco, mas sou eu que as faço. Não faço por menos. Há quem diga que as coisas que eu faço não valem um caracol, mas isso é típico de quem fica a ver fazer. Não me preocupo com isso. Não carrego às costas o que dizem de mim. O que dizem de mim não deixa rasto. Eu marco o meu próprio caminho. Mesmo que seja devagarinho. lado.a.lado

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“Devagar e bem, há pouco quem” “Despacha-te!”,” Vais demorar muito?”, “A sério, ainda não acabaste!”, frequentemente, somos bombardeados com estas questões e exclamações, que nos levam por vezes a colocar a “carroça à frente dos bois”, não sendo de todo o mais assertivo. Todos nós temos o nosso próprio relógio, e este, não é similar para todos, difere consoante o seu proprietário, uns são mais rápidos, outros são mais lentos, o que não implica dizer, que os mais rápidos fazem melhor, porque como se costuma dizer em bom português “devagar e bem há pouco quem”. Devemos respeitar o tempo do outro, e nunca fazer pressão sobre o outro, não faças aos outros aquilo que não gostas que te façam a ti. Se pensarmos bem, aquele que designa de rápido, e exerce pressão sobre o mais lento, é aquele que ou não tem que fazer ou gosta de ver a aflição na cara dos outros, mas, acredito que quem faz mal, recebe o mal, pode tardar, mas de uma forma ou de outra, há- de receber na mesma moeda. Não queiramos antecipar o tempo, devemos viver a vida com toda a simplicidade que temos direito, repreender aquele que diz que as coisas que fazemos não valem um caracol, e ter em mente que o que dizem de mim não deve deixar rasto. Devo ser eu mesmo a deixar o meu próprio rasto, ao longo da minha caminhada de vida, mesmo sendo devagarinho.

2ºAno Técnico Auxiliar de Saúde Isabel Silva

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“Com tempo e perseverança, tudo se alcança” Todos nós temos o direito à vida, tal como os animais, plantas… e afins. A vida é um presente, uma dádiva, sendo assim, devemos vivenciá-la intrinsecamente. Todos nós temos direito a respirar o ar que a vida nos atribui, mas não nos podemos esquecer que para vivermos em paz, primeiramente, devemos respeitar o ar dos outros. A vida é como um simples livro branco, em que cabe a cada um de nós torná-lo mais complexo baseando-se nas nossas experiências e recordações, e torná-lo único. Somos nós que escrevemos a nossa história. Somos nós que escolhemos quando mudar de linha. Somos nós que apagamos aquilo que está escrito no nosso coração, e no pensamento. Somos nós que decidimos o momento certo para virar e recomeçar uma nova fase, pois às vezes é preciso mudar a nossa página, deixando para trás um pouco daquilo que escrevemos, para podermos ser felizes. Será que com o passar dos anos vão aparecendo sonhos? Desejos? Medos? Obstáculos? A verdade é que todos nós estamos inseridos numa evolução, e, muitas das vezes de forma inconsciente nós retiramos sempre uma aprendizagem das coisas que presenciamos ao nosso redor. Todos nós ao longo da nossa vida passamos por momentos repletos de felicidade, e outros rodeados de tristeza, o que acaba por ser favorável no nosso crescimento, pois o que nos torna únicos e diferentes de todos os que nos rodeiam é a forma como vivenciamos, recordamos e ultrapassamos as experiências que a vida nos proporciona. O importante é NUNCA desistir dos nossos sonhos e objetivos de vida, para que no final, mesmo que não sejamos bem sucedidos, possamos dizer com orgulho EU TENTEI, EU LUTEI E NUNCA DESISTI. “ Não tenhas pressa. As coisas levam o seu tempo…” O mais importante que podemos retirar como aprendizagem para o resto da nossa vida, é que tudo aquilo que está ao nosso redor, tem que ser realizado com o seu devido carinho, amor, dedicação, consciência, e, principalmente, TEMPO. Para que a concretização dos nossos sonhos e desejos sejam realizados eficazmente, temos que respeitar o tempo que as coisas requerem. 91


O mais importante é NUNCA dar importância ao que os outros pensam de nós, porque aqueles que nos rodeiam, geralmente querem o nosso mal, e ficam sempre à espera de nos ver infelizes. São pessoas que não tem o que fazer das suas vidas e preocupam-se demasiado com a vida dos outros. Fazem de tudo para contribuir para o surgimento do sofrimento do outro, pois isso, é o que lhes dá mais prazer. Temos que ser fortes o suficiente e pensar que enquanto que os outros param no tempo, e dão importância ao que fazemos, nós vamos crescendo, evoluindo, e concretizando tudo aquilo que mais idealizamos, e com tempo tudo se consegue!

2ºAno Técnico Auxiliar de Saúde Luísa Filipa

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“Quem tem pressa, tropeça” Para se ter sucesso na vida não precisamos de pressa, mas sim de um objetivo, pois quem tem pressa tropeça. Como diz o velho, mas atual, ditado «a pressa é inimiga da perfeição» e, por isso, seja no trabalho, na escola, no desporto, todos temos o nosso tempo para executar o que é preciso realizar, e ninguém o deve acelerar ou criticar. Podemos demorar, mas fica feito, e de certeza que fica melhor do que aqueles que foram apressados. Fica um conselho: faz as coisas sem pressas, mas sem perder tempo, pois o tempo vale ouro para os que tem vontade de viver, e aprende a esperar pois quem «espera, alcança»

2ºAno Técnico Auxiliar Protésico Luana Carvalhais

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“Quanto mais depressa, mais devagar” Não há motivo para dar um passo maior do que a perna. Penso que cada um tem o seu ritmo e forma de atingir os seus objetivos. Por mais lenta que a pessoa seja, não se deve apontar o dedo. Na lentidão, podemos dar o nosso máximo, e ser rápido, e nem sempre é sinónimo de ser bom. As pessoas normalmente preferem o rápido e bem feito, mas aqui está a verdadeira questão: - O que significa rapidez para eles? – Cada um tem o seu ritmo, então, o que para mim é rápido, para outra pessoa pode não o ser. É subjetivo. Cada pessoa deve traçar os seus objetivos, o seu caminho, mesmo que seja o mais longo. Mesmo que esse caminho seja o mais longo e demorado, a satisfação e orgulho intrínseco vai fazer com que a pessoa sinta que no final tudo valeu a pena, cada passo ao longo do caminho que traçou. O esforço e a motivação sempre hão de prevalecer!

2ºAno Técnico Auxiliar de Saúde Beatriz Carvalho

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Ser-se Tempo O

ditado

tipicamente

português “devagar se vai ao longe” é um dos ditos populares mais carregado em verdades, e, apesar de ser proferido muitas vezes de forma banal tem muita mais substância quando analisado, e posto em prática no quotidiano. Toda a gente tem o seu propósito quando nasce – muitos descobrem mais cedo outros mais tarde. Todavia, a implementação de objetivos (conscientes ou não) ao longo da vida é comum a cada entidade humana. Quando alguém tem o intuito de se tornar numa pessoa melhor o tempo de concretização deste vai ser algo contínuo e sem fim, pois há coisas que precisam e devem ser trabalhadas de forma diária. Contudo, se essa mesma pessoa que quer ser um melhor indivíduo tiver o propósito de atingir uma meta que pode facilmente ser limitada em relação à unidade tempo, esta deve evitar comparações desnecessárias em relação à parte externa a si, parte essa que é impossível ser controlada. O tempo é algo relativo. Cada ser humano tem o seu próprio tempo, tempo esse que deve ser respeitado de forma total pelo próprio. Cada ser humano tem a sua forma de chegar a um determinado objetivo, forma essa que deve ser adequada à proporção do mesmo. Cada ser humano tem um jeito diferente de lidar com aquilo que é vulgarmente chamado de “fracasso”, no entanto, cada um de nós quando trabalha de forma a mudar aquilo que não esteve tão bem tem o poder de transformar esta bênção disfarçada num futuro sucesso. Em suma, e como tenho vindo a salientar ao longo do texto, a noção de tempo não deve ser confinada às pessoas como algo por igual nem comparável. Contudo, a única coisa que pode ser comparada é o uso deste valioso recurso – o tempo – da melhor ou pior maneira, aí sim ele já pode ser avaliado como por igual. 2ºAno Técnico Auxiliar Protésico Mariana Amorim

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“A pressa é inimiga da perfeição” Todos nós certamente já ouvimos dizer que a pressa é inimiga da perfeição, e que devagar se vai ao longe. Por vezes, na nossa vida deparamos-mos com tarefas que têm de ser realizadas no seu respetivo tempo, o que as vezes acaba por prejudicar o resultado final. Os sonhos não se realizavam de um dia para o outro é preciso batalhar pouco a pouco, é preciso lutar em prol dos nossos objetivos, é preciso ter paciência para que as coisas saiam corretamente. Porém, não deixes tudo acumulado, não deixes um peso em cima das tuas costas porque por mais tempo que tenhas se deixares tudo para a última da hora vais sentir um peso em cima dos teus próprios joelhos. Faz as coisas ao teu ritmo, demora o tempo que precisares, não deixes que te apressem nem pressionem, se tens tempo aproveita-o, mas sempre com moderação e responsabilidade. Não corras com pressa de alcançar algo, pode demorar a concretizar os teus objetivos, mas, pensa que a vida é como um caracol, pode passar devagar, mas o momento chega, como os caracóis que demoram a chegar aos seus lugares pretendidos, mas, no final, com paciência e calma acabam por atingir a sua meta!

2ºAno Técnico Auxiliar de Saúde Daniela Teles

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Eis-nos chegados ao dia 13 de março, o nosso último dia de aulas presenciais neste segundo período, pois foi decretado o encerramento de todas as escolas nacionais devido à pandemia do Coronavírus, covid-19. Todas as ilustrações que se seguem relativas à Páscoa e à semana Santa de Braga, tinham sido antecipadamente efetuadas pelos alunos em sala de aula. Jamais imaginaríamos que a Páscoa teria uma dimensão bem diferenciada da habitual. No entanto, vivenciá-la-emos de forma mais introspetiva, mais distanciada, mas englobada pelo contágio da Fé e da Esperança. Tenho até então escolhido o otimismo, e nunca fui desamparada por ele! Todos ao leme, e juntos Venceremos! Professora Isabel Maciel

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Fรกbio Martins e Lara Catarino 3ยบ TAP

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Fรกbio Martins e Lara Catarino 3ยบ TAP

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Via Sacra

Ruben Ribeiro 3ยบ TEAC

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Ruben Ribeiro 3ยบ TEAC

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Obrigada a Todos, que conjuntamente comigo escreveram mais uma pรกgina desta colorida narrativa!

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