De volta aos trilhos - TFG Erika Harumi

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o complexo da FEPASA A Estação da Companhia Paulista é um importante patrimônio do município de Campinas, resultado da iniciativa privada de alguns barões do café que tinham o interesse de ligar a cidade ao Porto de Santos, para facilitar a exportação dos insumos de açúcar e café. Inaugurada em 11 de agosto de 1872, a estação trouxe consigo o desenvolvimento urbano e econômico para o município e para o próprio Estado de São Paulo, uma vez que inspirados pela Companhia Paulista, foram constituídas outras companhias férreas pelo interior, como a Mogiana, que teve seu início em Campinas, e estabeleceu as condições básicas para que o município assumisse a função de pólo regional (FRANCISCO, 2007, p.48). A estação central 20

da Mogiana encontra-se dentro do complexo da FEPASA, assim como os demais edifícios funcionais da linha (FRANCISCO, 2007, p.51). Porém, a edificação da antiga Companhia Paulista que lá se encontra não é a original. Em sua primeira versão, a estação se constituía em um corpo central térreo com dois blocos laterais de dois pavimentos e era feito de taipa de pilão. A substituição dessa edificação para o atual, que foi construído em tijolos, se deu em 1884 que, para REIS (2004, p. 23), “o antigo já não atendia às necessidades de serviço e suas técnicas construtivas seriam pouco adequadas às condições de administração de uma ferrovia”. Porém, curiosamente, a primeira olaria de Campinas só foi instalada

após a inauguração da linha e da estação, pelo qual chegou a maquinaria importada do exterior (REIS, 2004, p. 22) A segunda estação, já com o prédio atual, passou por sete fases de ampliação e reforma. A primeira das sete fases já mostrava o corpo principal da estação feito com tijolos, que eram provavelmente importados, e telhas francesas. A longa varanda à frente do edifício que marca a fachada já estava na forma original, assim como o volume ao centro e a torre do relógio com um telhado tipo agulha (REIS, 2004, p. 27). Todo o conjunto obedecia a padrões mais românicos do que góticos, o que ocorria com frequência em projetos de arquitetos ingleses da época (REIS, 2004, p. 28). Após a reconstrução de 1884,

a estação passou por várias adequações até a década de 1960, motivadas principalmente pelo crescente trânsito ferroviário. Contudo, é possível notar que existia o intuito de preservar a fachada do edifício principal (POZZER, 2007, p.171) A partir da mudança para a segunda tipologia de estação, outras melhorias foram trazidas à cidade, uma vez que as exigências em relação ao espaço e a qualidade das edificações tinha sido alterada perante a população. Dessa maneira, foram inseridos ou aperfeiçoados alguns equipamentos urbanos que acrescentaram a posição de destaque da cidade em relação ao seu progresso. Dentre eles estão o Bosque dos Jequitibás, o Passeio Público, grandes praças, vias espaçosas, a


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