Admiravel mundo novo

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capítulo onze

vam as instruções recebidas por Bernard, “a vida civilizada em todos os seus aspectos.” Mostravam-lhe agora, em vista panorâmica, do alto da plataforma da Torre de Charing-T. O Chefe do Posto e o Meteorologista Residente serviam de guias. Mas era sobretudo Bernard quem falava. Embriagado, portava-se como se fosse, no mínimo, um Administrador Mundial em inspeção. Mais leve que o ar. O Foguete Verde de Bombaim desceu do céu. Os passageiros desembarcaram. Oito gêmeos dravidianos idênticos, vestidos de cáqui, olharam para fora pelas oito portinholas da cabina — os aeromoços. — Mil duzentos e cinqüenta quilômetros por hora — disse o Chefe do Posto, em tom impressivo. — Que acha disto, Sr. Selvagem? John achou que era muito bonito. Entretanto — acrescentou — Puck era capaz de dar uma volta ao redor da terra em quarenta minutos. “O Selvagem”, escreveu Bernard em seu relatório a Mustafá Mond, “manifesta surpreendentemente pouca admiração ou reverência diante das invenções da civilização. Isso talvez seja, em parte, devido ao que já lhe contara a mulher Linda, sua m...” (Mustafá Mond franziu a testa. “O imbecil estará pensando que sou tão suscetível que não posso ver a palavra escrita com todas as letras? “) “... e, em parte, ao fato de seu interesse se concentrar no que denomina ‘a alma’, que ele persiste em considerar como uma entidade independente do meio físico; ao passo que, como procurei demonstrar-lhe...”


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