Revista Cidade Verde 178

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A Sucesso nos traz publicidade E a ideia da gente é quem comanda Pois o Valter Alencar de Propaganda É destaque no estado e na cidade E nos deu sete prêmios de valor: Produtora do ano e redator Diretor bom de arte e até agência Dentre outros que a gente coleciona A Sucesso completa e se emociona Quatro décadas de amor e competência. O trabalho da gente é pioneiro Que faz da propaganda uma conquista No estado a Sucesso sobe a crista Porque tem esporão neste terreiro Cada ano é troféu em mais um nicho E felizes que só pinto no lixo Recebemos o Galo e é verdade Que o gogó dessa turma é diferente Pois quem canta de Galo é mesmo a gente Parabéns SUCESSO PUBLICIDADE!

SUCESSO PUBLICIDADE – VENCEDORA DE SETE TROFÉUS NO 12º PRÊMIO VALTER ALENCAR DE PROPAGANDA, ENTRE ELES OS DE PRODUTORA E AGÊNCIA DO ANO.


SUCESSO


Índice Capa

Nomofobia. Você também é vítima?

05. Editorial 08. Páginas Verdes Dom Jacinto Brito concede entrevista à jornalista Cláudia Brandão 13. Palavra do leitor 16. Verde que te quero lucro 24. Proteção necessária

08

Páginas Verdes Dom Jacinto Brito

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Piauí ganha novo parque solar

36. O que esperar da política em 2018?

34. Ponto de Vista Elivaldo Barbosa

44. Indústria

55. Tecnologia Marcos Sávio

58. Comércio Piauí 60. Quando o amor machuca 70. As novas regras da adoção 74. Música eficiente

Cecília Mendes

A corrupção mata

68. Economia e Negócios Jordana Cury 82. Passeio Cultural Eneas Barros 86. Perfil Péricles Mendel

Articulistas 23

28

COLUNAS

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Zózimo Tavares


foto Manuel Soares

Nomofobia - a doença dos tempos modernos O mundo parece ter entrado em um ritmo alucinadamente acelerado. São tantas coisas acontecendo ao mesmo tempo, que só mesmo com a ajuda de um smartphone para manter-se atualizado e conectado à realidade. É por isso que o telefone celular, que não só serve para fazer ligações, mas para uma série de outras utilidades, está cada vez mais presente na vida das pessoas. Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio – PNAD (2016), em 92,3% dos lares brasileiros existe pelo menos um aparelho celular.

O dia 9 de dezembro é dedicado ao combate à corrupção, uma chaga que parece se espalhar pelo Brasil, causando grandes prejuízos ao Erário, com o desvio do dinheiro que deveria estar sendo aplicado na melhoria de vida da população. As cenas de malas abarrotadas de dinheiro assustam pela dimensão e ousadia dos que insistem em apropriar-se do recurso arrecadado com os impostos de milhões de brasileiros. Pela estimativa da ONU, são cerca de R$ 200 bilhões por ano. Assunto detalhado em outra reportagem, assinada pela jornalista Jordana Cury.

O novo “melhor amigo” do homem tornou-se indispensável na vida moderna. O problema é quando ele deixa de ser um acessório aliado e passa a tornar-se um problema, causando um vício que deixa os seus proprietários dependentes da tecnologia portátil. É o que os psiquiatras classificam como nomofobia ( o medo de ficar sem celular), uma doença que já está sendo tratada nos consultórios médicos.

E com a indignação ainda em alta pela morte covarde da jovem estudante Camilla Abreu , assassinada pelo próprio namorado, a Revista Cidade Verde fez um levantamento sobre os relacionamentos abusivos, que começam de forma sedutora e costumam terminar tragicamente. Arlinda Monteiro ouviu depoimentos comoventes de mulheres que se envolveram em relacionamentos assim e conta como elas conseguiram sair a tempo.

Como qualquer outra forma de dependência, esta também é bastante prejudicial e pode provocar alguns transtornos, que vão desde a dificuldade de concentração até a ansiedade. O problema está tão presente em nossa sociedade, que virou tema de livro e, também, capa desta edição. A repórter Caroline Oliveira conversou com especialistas do Rio de Janeiro e relata como reconhecer se a sua relação com o celular está dentro dos limites normais ou se já virou um caso de nomofobia.

Nas páginas verdes, a entrevista com o Arcebispo de Teresina, Dom Jacinto Brito, explica detalhadamente o significado do Advento, o tempo de preparação para o Natal, iniciado no último dia 3. Uma leitura rica para quem quer se aprofundar no sentido da festa cristã, celebrada há mais de dois mil anos, para comemorar o nascimento de Cristo, o ilustre aniversariante deste mês. Cláudia Brandão Editora-chefe

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HOUS PUBLIC


SE D1 CIDADE


Entrevista POR CLÁUDIA BRANDÃO

Dom Jacinto Brito

claudiabrandao@cidadeverde.com

“É tempo de ternura” À frente da Arquidiocese de Teresina desde maio de 2012, o Arcebispo Dom Jacinto Furtado de Brito Sobrinho faz uma reflexão sobre o tempo do Advento, iniciado no último dia 3, e como ele deve ser vivido pelos cristãos. O Arcebispo também critica o excesso da comercialização do Natal, que tem afastado os verdadeiros símbolos religiosos para dar lugar aos presentes, enfeites e ceias. Com o olhar de pastor, ele ressalta a importância dos leigos na Igreja, especialmente no Ano Nacional do Laicato que se inicia, e elogia a preocupação do Papa Francisco com os mais pobres e necessitados. Embora reconheça que o Papa não pode fazer todas as mudanças que deseja em função das circunstâncias e do peso da tradição, admite que grandes transformações já ocorreram. Entre elas, destaca o despojamento da Igreja, que passou a assumir uma postura mais simples, distante das pompas e do triunfalismo de outrora.

foto Wilson Filho

O Arcebispo de Teresina, Dom Jacinto Brito, conclama os fiéis a viverem o verdadeiro sentido do Natal, baseado na ternura e no acolhimento.

RCV – O que significa o Tempo do Advento? DJB – A palavra advento, que

veio do latim, significa chegada, vinda. Então, quatro semanas antes do Natal, a Igreja começa a se preparar para essa grande vinda

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do Senhor. É um tempo marcado por uma liturgia que expressa a alegre expectativa pela vinda do Senhor. É um misto de alegria e de esperança, mas tem um caráter penitencial, igualmente, que não é a penitência austera da quaresma, mas, no sentido bíblico da palavra, traz um sentimento de mudança, de transformação de vida, de preparar os caminhos, como é a pregação de João Batista, para o Senhor chegar e nós podermos ir ao Seu encontro.

RCV – O que muda no ritual litúrgico da Igreja durante este período? DJB – Nesse período, a Igreja

pede que se despoje os templos de qualquer pompa para que fiquem mais sóbrios, mais austeros. Nesse período também são omitidos os cantos do glória, usa-se o “aleluia” com mais parcimônia e as leituras se voltam, sobretudo, para dois momentos: nas duas primeiras semanas, para a vinda do Senhor no final dos tempos - a chamada parusia – e nas duas últimas semanas, vai se endereçar mais para a vinda histórica de Jesus em Belém. O reino está em gestação e nós somos chamados a construir esse reino dentro da história, dentro das vicissitudes da vida social.

RCV – O que representa cada uma das velas da coroa do Advento? DJB – Cada vela corresponde a

uma semana do Advento. Aliás, aos domingos, porque, rigorosa-

No Natal, o céu e a terra trocam seus dons: nós damos a Deus a nossa humanidade e Deus nos dá, em Cristo, a sua divindade.

Magnificat, tudo isso faz com que a pessoa de Nossa Senhora, particularmente na festa da Imaculada Conceição, no dia 8 de dezembro, e na semana que precede o Natal, ganhe uma dimensão especial. Por exemplo, no dia dedicado ao parto virginal, outro dia dedicado à própria anunciação, e assim por diante. Ela ganha, como personalidade do Advento, o primeiro lugar; depois, vem João Batista e, depois, Isaías.

mente, o Advento nem sempre completa 28 dias, mas quatro domingos ele sempre tem, mesmo que aconteça como neste ano em que o quarto domingo do Advento cai no dia 24 de dezembro. As velas não têm, necessariamente, uma cor padrão, elas podem ser de uma única cor ou de cores diferenciadas, isso é algo secundário. O sentido delas mesmo é lembrar cada domingo do Advento.

RCV – E qual a importância da figura de Maria nesta celebração? DJB – É o período do ano em que

Nossa Senhora é mais realçada na liturgia e na espiritualidade cristã, porque ela está intimamente ligada ao mistério da encarnação. É nela que o verbo se faz carne. Toda a expectativa da gravidez dela, à espera do Salvador, é como a Igreja grávida de Cristo, esperando a sua manifestação. A atitude dela de acolhimento, de serviço, de alegria no canto do

RCV – O senhor falou que este período guarda uma dimensão penitencial, a exemplo da paixão de Cristo. Qual a maior celebração da Igreja: o Natal ou a Páscoa? DJB – Sem dúvida, a Páscoa,

porque representa o mistério da redenção. Até se fala: “Natal, festa da luz; Páscoa, festa da vida”. A luz tem toda essa história da substituição da festa pagã do rei sol para o sol da justiça, Cristo Jesus. Agora, repito, a penitência do Advento não é uma penitência com a austeridade da quaresma. É mais no sentido de converter-se, de mudar de vida para se preparar para a chegada do Senhor e poder acolhê-lo no coração.

RCV – Até que ponto a festa cristã está perdendo espaço para a festa comercial durante o Natal? DJB – Na medida em que a so-

ciedade se torna secularizada, a gente percebe que, no Natal, não aparece mais tanto a pessoa de Jesus, a sua vinda. A presença de

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Jesus é eclipsada pelo Papai Noel, que é uma figura pagã, na verdade substituindo o bispo São Nicolau. Mas ela toma o lugar do menino Jesus. Depois, também, porque o comércio quer vender nesse período. São deturpações do grande sentido do Natal, porque quando nós rezamos nas celebrações do Advento e do Natal, o céu e a terra trocam seus dons: nós damos a Deus a nossa humanidade e Deus nos dá, em Cristo, a sua divindade. Então, há uma troca de dons entre o céu e a terra. Em memória a essa troca de dons, nós trocamos presentes. O grande presente é Jesus, que nos é dado pelo Pai.

RCV – Este é também o tempo da esperança, mas como manter acesa a chama da esperança nos cristãos, quando nós assistimos a tantos casos de violência e corrupção? DJB – Nós sabemos que essas coisas só aumentam de proporção, mas sempre houve esses problemas, também na época em que Jesus veio ao mundo. Hoje, com os meios de comunicação, tornam-se mais presentes dentro dos nossos lares, nas redes sociais e em casa. Agora, isso jamais esmorece o afã da Igreja de anunciar a esperança, porque nós estamos seguros de que a vitória será do bem. Por isso, Jesus ressuscitou, ele venceu o pecado e a morte. Então, mesmo quando tudo parece escuro, quando há muitas tempestades sociais, nós não perdemos a esperança porque sabemos que a história caminha com esse fermento de

Nós não perdemos a esperança porque sabemos que a história caminha com esse fermento de Cristo para uma plenitude feliz.

Cristo para uma plenitude feliz. Mas aí está o papel dos cristãos, nós não esperamos isso de braços cruzados, nós agimos no coração da história, nas instituições, nos vários segmentos da vida social, fermentando com o Evangelho essas transformações, que às vezes parecem rápidas, mas que vêm como espiral, há recuos e avanços. Agora, nós caminhamos sempre na esperança porque nosso Deus é o Deus da esperança e que garante a vitória do bem.

RCV – Qual o significado da Missa do Galo e por que ela recebeu este nome? DJB – Normalmente, essa mis-

sa é celebrada já tarde da noite, aguardando o amanhecer do dia 25. A denominação de Missa do Galo é por causa do canto do galo que vai despertar as pessoas pela manhã cedo, embora hoje, dadas as circunstâncias, essas missas estejam sendo celebradas bem mais cedo.

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RCV – Por causa da violência? DJB – Exatamente. É a justifi-

cativa. Eu, particularmente, não estou muito de acordo com isso, porque o pessoal vai para festas, sai de casa para ir a restaurantes e a todo canto e acha que só se for para a Igreja é que vai acontecer violência. Mas quando é carnaval, ou qualquer outra festividade, está na rua, tranquilo. Pessoalmente, eu acho que é inconsistente, é uma maneira de a gente recuar. Mas o mistério não é afetado por isso.

RCV – A Igreja está iniciando o Ano Nacional do Laicato. De que forma os leigos podem colaborar com o fortalecimento da Igreja? DJB – Primeiramente, temos

que dizer que os leigos são Igreja e são a esmagadora maioria dos seus membros. Acho que 95% dos membros são leigos e vale a pena dizer também, e afirmar com todas as letras, que, antes de tudo, nós somos leigos. Os pastores da Igreja, os religiosos, antes de fazerem votos religiosos em uma congregação, são leigos. É a primeira e fundamental condição do cristão, porque isso é dado pelo batismo. Leigos são todos os fiéis batizados, crismados, portanto consagrados ao Senhor. Desse universo do laicato, alguns são chamados a uns serviços especiais, mas os pastores da Igreja estão em função dos leigos e os leigos dependem de alguma maneira, pelos sacramentos e a orientação pastoral da palavra de


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