Revista Cidade Verde 201

Page 1


HOUS

PUBLIC


SE D1

CIDADE


Índice A festa da premiação do Great Place To Work 05. Editorial 06. Páginas Verdes Inara Raulino concede entrevista à jornalista Cláudia Brandão 20. ESPECIAL Mentira tem perna curta 28. ESPECIAL Mercado em ascensão

06

Páginas Verdes Inara Raulino

12

Mais etiqueta, por favor!

38. COMÉRCIO PIAUÍ Sesc Picos iniciará matrículas para 2019

32. Ponto de Vista Elivaldo Barbosa

40. ESPECIAL As melhores do Piauí 44. INDÚSTRIA Workshop na FIEPI traz inovação para o setor da construção civil

78. Na Esportiva Fábio Lima 82. Playlist Rayldo Pereira 86. Perfil Péricles Mendel

Articulistas Jeane Melo

Do que o mercado precisa?

26. Economia e Negócios Jordana Cury

34. ESPECIAL Qualificar para empreender

11

25

Cineas Santos

16

61

Fonseca Neto

COLUNAS

48

90

Tony Batista


As melhores empresas do Piauí O sonho de todo empregado é trabalhar em uma empresa que ofereça um bom ambiente de trabalho, com práticas de gestão que valorizem o seu esforço e proporcionem oportunidade de crescimento profissional. Não é um sonho impossível. Muitas organizações já perceberam que um ambiente corporativo saudável se traduz em aumento de produtividade e de lucros. Aqui no Piauí, as empresas estão apostando cada vez mais em modelos de gestão nos quais o bem- estar dos funcionários é visto como parte importante do crescimento do negócio. As quinze melhores empresas para trabalhar no Estado foram premiadas pelo Instituto Great Place to Work, em uma noite de gala celebrada em parceria com a Revista Cidade Verde e a Associação Brasileira de Recursos Humanos-PI. A premiação é o reconhecimento de ações voltadas para a promoção do bem-estar no ambiente de trabalho, gerando um clima amistoso, harmônico e colaborativo. As empresas selecionadas foram avaliadas a partir de um questionário respondido pelos próprios funcionários, tendo como principais valores a credibilidade, o respeito, a imparcialidade, o orgulho e a camaradagem. Nesta edição, o leitor vai conhecer as quinze empresas vencedoras e a cobertura completa da noite de premiação, que contou com festa, sorrisos e emoções.

A Revista traz ainda os destaques sobre carreira, currículos, empresas e o mundo corporativo. A reportagem sobre a etiqueta no trabalho, por exemplo, é um guia prático e bastante oportuno não só para quem quer entrar no mercado de trabalho, como para quem pretende ser bem avaliado no emprego e, quem sabe, até ser promovido. O mundo está mudando aceleradamente. Os que conseguem olhar para a realidade e aproveitar as oportunidades acabam levando vantagem. O atual estilo de vida, o avanço tecnológico, o aumento da longevidade e a eterna falta de tempo abriram caminho para novas atividades profissionais que estão ganhando força no mercado. Nossa equipe apresenta algumas dessas profissões que despontaram há pouco tempo e que estão conquistando espaço na sociedade. E, nas Páginas Verdes, a entrevista com a coordenadora do curso de Recursos Humanos do Instituto Federal de Educação no Piauí, professora Inara Raulino, esclarece as principais dúvidas sobre o universo do trabalho, as características exigidas na hora de contratar um funcionário e o papel dos líderes nas organizações. Uma leitura imperdível para quem quer estar em sintonia com o mercado. Cláudia Brandão Editora-chefe

REVISTA CIDADE VERDE | 28 DE OUTUBRO, 2018 | 5


Entrevista POR CLÁUDIA BRANDÃO

Inara Raulino

claudiabrandao@cidadeverde.com

O que o mercado de trabalho espera de você

O universo corporativo mudou. Aliás, ele continua mudando diariamente, a uma velocidade impressionante. E se você não acompanhar essa evolução, provavelmente, estará fora dele muito em breve. Hoje, já não basta apenas exibir um diploma de graduação ou mesmo de pós. Além do conhecimento técnico, que continua indispensável, outras competências são exigidas para quem quer conseguir uma boa colocação no mercado de trabalho. A postura pessoal, o comportamento dentro da empresa e a capacidade de acompanhar as transformações do mundo à sua volta são algumas das habilidades necessárias para se tornar um profissional bem-sucedido, com chances de sucesso na carreira. Nesta entrevista, a coordenadora do curso de Tecnologia e Gestão de Recursos Humanos, professora Inara Raulino, dá pistas sobre o perfil do profissional desejado pelo mercado.

RCV – Quais são as qualidades mais valorizadas pelas empresas na hora de contratar um funcionário? 6 | 28 DE OUTUBRO, 2018 | REVISTA CIDADE VERDE

foto Wilson Filho

Em um mundo em constante evolução, o empregado precisa estar atento às demandas do mercado. O conhecimento é a chave de tudo, mas ele precisa vir acompanhado de outras habilidades.


IR – A proatividade, a vontade de

fazer, o conhecimento técnico, tudo isso é importante, mas eu acho que saber lidar com o outro, saber lidar dentro de uma equipe, é um diferencial, especialmente neste momento em que a gente vive. A tecnologia é importante, o conhecimento técnico é importante, mas saber lidar e querer fazer são diferenciais na hora de contratar.

RCV – Então, quem sabe trabalhar em equipe leva vantagem em relação a outras pessoas? IR – Consideravelmente, porque

hoje ninguém trabalha sozinho, apesar de todo o avanço tecnológico, você tem de ter contato com outras pessoas e saber lidar com as diferenças entre elas. E se você não tem o domínio e o controle emocional para saber lidar com as adversidades e os conflitos, mesmo que você tenha um conhecimento técnico muito bom, ainda assim fica difícil.

RCV – Que pontos devem ser destacados pelo candidato na hora de uma entrevista de emprego? IR – Ele precisa saber muito bem

sobre a empresa na qual ele pretende ocupar uma vaga. O conhecimento e a informação são imprescindíveis. Antes de ir para a entrevista de emprego, conheça primeiro a empresa, saiba tudo sobre o cargo que você está pleiteando, tente descobrir quem vai entrevistá-lo. Assim, você já vai munido de bastante informação e sabendo como deve se comportar, como se vestir, qual a linguagem mais adequada, a cultura organizacional.

IR – O que acontece é que hoje o

Nas redes sociais ainda se mistura muito o pessoal com o profissional e isso pode trazer bastante prejuízo para a carreira.

RCV – Quais são os erros mais comuns na apresentação do currículo? IR – Hoje, com a internet, a gente

tem uma variedade enorme de formatação de currículo. Não há um modelo padrão, mesmo porque já existem empresas que contratam às cegas, que é uma tendência mundial do mercado, e que pode chegar aqui, de tentar evitar a discriminação, seja ela por cor, raça, ideologia ou condição social. O que a gente aconselha sempre na elaboração do currículo é que ele seja o mais simples possível. Não se deve colocar muito “frufru”, tem empresa que não quer nem foto do candidato. Você deve colocar as suas experiências mais atuais, mais relevantes e, como eu costumo dizer em sala de aula, é bom ter dois currículos: um geral, para a oportunidade que surgir; e um mais específico, para determinada empresa e cargo.

RCV – Explique melhor como funciona essa seleção às cegas.

mercado está tão diversificado que tem empresa que coloca uma plataforma que capta esses currículos on-line. O candidato coloca seu currículo lá e o software vai fazer a seleção, não pelas características pessoais, mas pelas habilidades técnicas que ele tem. Existe uma peneira geral que vai filtrar as informações e eles vão fazer uma seleção depois, mas sem se ater muito às características pessoais do candidato. Portanto, a questão do currículo é muito relativa, a regra é: quanto mais simples e reduzido, melhor.

RCV – De que forma as novas tecnologias estão impactando as relações de trabalho? IR – Demais, porque as novas tec-

nologias expandem os seus passos, o seu convívio. As redes sociais, por exemplo, são uma extensão do trabalho, muitas vezes. Hoje, nós temos um problema a resolver ou a tentar pelo menos minimizar, que são exatamente os atritos, os conflitos, a confusão de assuntos que são tratados nos grupos de WhatsApp ou nas páginas criadas no Instagram com determinada finalidade. Muitos atritos são gerados ali e as pessoas não estão sabendo como lidar com aquela relação na internet, que é uma discussão a distância. E o que acontece é que as pessoas estão perdendo o senso do que estão postando e sem se ater, também, que depois que você lança algo na rede, aquilo pode parar em qualquer lugar e não se apaga, sempre vai estar guardado em algum canto, seja um áudio indevido ou a foto que você

REVISTA CIDADE VERDE | 28 DE OUTUBRO, 2018 | 7


postou. Nas redes sociais ainda se mistura muito o pessoal com o profissional e isso pode trazer bastante prejuízo para a carreira, especialmente quando você coloca uma foto de perfil. Que imagem você quer transmitir? É preciso ter cuidado também com as fotos que se posta nos perfis porque elas indicam quais são as suas intenções.

RCV – Em que medida os empregados devem se preocupar com o avanço da automação sobre os postos de trabalho? IR – A tecnologia vem para auxi-

liar, para facilitar o desempenho de determinada atividade. É certo que algumas atividades mais manuais poderão desaparecer, mas eu entendo que a gente tem de se adequar às tecnologias. Não é que vai acabar, mas se tem uma tecnologia que vai facilitar meu trabalho, eu tenho que buscar essa tecnologia e trazê-la para minha vida profissional. Eu preciso conhecer os aplicativos, os softwares. As pessoas têm de entender que a tecnologia veio, que ela fica, e a gente tem de se adequar à ela, mesmo porque o tempo parece cada vez mais curto e a tecnologia vem para a gente otimizar o tempo. Então, ao invés de tê-la como inimiga, a tenha como aliada.

RCV – Depois de algum tempo no emprego, o que o empregado deve fazer para crescer e ser promovido dentro da empresa? IR – Eu reforço a questão da pro-

atividade e da necessidade de se mostrar solícito e buscar sempre o

8 | 28 DE OUTUBRO, 2018 | REVISTA CIDADE VERDE

A tecnologia vem para a gente otimizar o tempo. Então, ao invés de tê-la como inimiga, a tenha como aliada.

aperfeiçoamento, o conhecimento e a qualificação para suas atividades. Buscar, por exemplo, na tecnologia, as inovações para a sua atividade diária, mostrando que você é uma pessoa antenada com as coisas que acontecem no mundo, que é uma qualidade muito importante. É importante sempre ler para saber o que diz a ciência sobre a atividade que você desenvolve. Hoje, já não se admite mais que as pessoas digam que não têm dinheiro para fazer cursos, porque há vários cursos on-line e gratuitos e, por mais reduzida que seja a carga horária, já é alguma coisa. O colaborador que busca a informação, a tecnologia, a capacitação, já sai da singularidade, do nível comum. É preciso querer colocar novos conhecimentos em prática, o famoso CHA que a gente chama: Conhecimento, Habilidade e Atitude. Eu sei colocar o conhecimento em prática e eu quero fazer. As empresas buscam muito quem resolve o problema, quem não apresenta simplesmente o problema, mas já chega com a solução.

RCV – A iniciativa pesa, então, mais que a experiência? IR – Risos. É uma questão delica-

da, porque a experiência é muito importante, quanto mais a gente vive, mais a gente sabe lidar com as situações, mas, de que vale a experiência, se você não quer fazer? Se você já perdeu o ânimo e está desmotivado? Será se aquele menino que chegou agora, que está cheio de vida, de disposição, que tem a garra de fazer, não vai lhe superar? A gente tem sempre que tentar equilibrar a experiência e a vontade de fazer. Quem tem experiência e conhecimento, mas não faz, não adianta.

RCV – Qual o melhor momento para o empregado negociar um aumento de salário? IR – No momento em que ele percebe que faz falta, que ele desenvolve o trabalho dele tão bem, que vai se tornando cada vez mais imprescindível, mais salutar para a empresa. Nesse momento, é a hora de dizer: “Ei, me ajuda, que eu te ajudo também.” Ou então, se ele sentiu esse momento e percebeu que não vai subir de posto, não vai ter o reconhecimento que ele acha que merece, é hora de buscar novos espaços, outros voos, porque, certamente, se ele faz um bom trabalho vai ter um lugar para ele em outra empresa na qual que ele possa ser reconhecido.

RCV – Hoje, fala-se muito em salário emocional. Eu queria que a senhora explicasse melhor esse conceito.


IR – A questão do salário emocional

é muito subjetiva, depende muito da cultura organizacional e do empregado. Dessa forma, o que é um ambiente bom para mim pode não ser para outro. Mas eu penso que, com relação ao salário emocional, as pessoas colocam na balança, também, esse ambiente de trabalho, os benefícios que elas têm na empresa, a forma como são tratadas. Tudo isso compõe a motivação que te leva ao ambiente de trabalho. Não se trata apenas do salário monetário no final do mês, mas uma composição de fatores que envolve o bem-estar, a qualidade de vida, o relacionamento com as pessoas. É tudo aquilo que faz bem e que forma um conjunto de valores que vão segurar, emocionalmente, o empregado na empresa, porque o reconhecimento não é só monetário.

RCV – No passado, era motivo de orgulho para o empregado entrar e se aposentar na mesma empresa. Atualmente, demorar muito tempo em um mesmo lugar pode ser visto como sinal de estagnação na carreira? IR – Isso é relativo. Quando você trabalha em uma empresa consolidada, grande, talvez isso ainda seja motivo de orgulho, porque se o empregado cresceu, provavelmente, a empresa tem plano de cargos e salários e aquele funcionário também evoluiu, ainda que na mesma função. Quando se trata de uma empresa pequena ou de médio porte, na qual você já chegou a um limite, e não busca outras experiências, aí, sim, pode ser visto como um sinônimo de estagnação. Nesse caso, buscar experiências variadas

A competitividade é saudável até certa medida, porque ela é uma energia que move o colaborador. Não é para ganhar sempre, mas para fazer sempre o melhor.

agrega valor pessoal ao profissional. E, assim, ele será mais reconhecido tanto pessoal quanto profissionalmente.

RCV – Saber comunicar suas ideias é tão importante quanto ter boas ideias e desenvolver novos projetos? IR – Demais. Se você tem boas ideias, mas não consegue externá-las, fica complicado porque o outro não sabe aquilo que você tem pra oferecer. E, além de saber vender a ideia, você tem de ter informação, pesquisar antes sobre aquele assunto, para quando você for externar, você estar mais seguro. Dessa forma, você vai saber até para quem apresentar a sua ideia, para que ela não seja roubada por outra pessoa. E o mais importante, não ficar apenas na ideia, mas já ter um plano de ação para explicar como esse projeto pode se tornar realidade.

RCV – Como fazer para que a competitividade não contamine o ambiente e as relações de trabalho?

IR – A competitividade é saudável

até certa medida, porque ela é uma energia que move o colaborador. Não é competir com o intuito de ganhar sempre, mas para fazer sempre o melhor. Esse espírito competitivo começa a ser prejudicial quando ele afeta até o emocional das pessoas; quando, em vez de ser um incentivo ou uma motivação, gera uma insatisfação no funcionário. Para ser estimulada de forma saudável, a empresa precisa dar suporte para que o profissional se desenvolva. Não é competir para “matar” o outro, mas para fazer melhor.

RCV – E quanto ao líder, que características o definem como um bom profissional? IR – Primeiro de tudo: saber ouvir.

Claro que cada ambiente organizacional requer uma habilidade maior ou menor de democracia, mas o líder democrático vem para ouvir. É aquele que sabe reconhecer o trabalho das pessoas, que está aberto à mudanças, que é adaptável e que tem esse espírito competitivo saudável. A liderança deve ser exercida por aquela pessoa que tem consciência de que vai levar o grupo a um determinado objetivo, é ele que comanda. E as pessoas precisam de comando, de uma ordem. Muitas vezes, em uma equipe, todo mundo sabe o que fazer, mas fica esperando uma ordem de comando. O líder também é importante na hora da resolução de conflitos, ele é quem vai fazer a mediação entre as partes envolvidas para chegar a um consenso. E por fim, é ele quem faz a ponte da organização com o exterior. REVISTA CIDADE VERDE | 28 DE OUTUBRO, 2018 | 9


A Revista Cidade Verde é um periódico quinzenal da Editora Cidade Verde Ltda. A Cidade Verde, não necessariamente, se responsabiliza por conceitos emitidos em artigos ou por qualquer conteúdo publicitário e comercial, sendo esse último de inteira responsabilidade dos anunciantes. É proibida a reprodução total ou parcial desta obra através de qualquer meio, seja ele eletrônico, mecânico, fotografado ou gravado sem a permissão da Editora Cidade Verde.

PRESIDENTE Jesus Tajra Filho Conselho Editorial: Jesus Tajra (presidente) José Tajra Sobrinho (vice-presidente) Diretoria da Editora Cidade Verde: Elisa Tajra Diretoria de Assinaturas e Circulação: Clayton Nobre Riedel Filho Diretoria Comercial: Marina Lima Diretoria de Publicidade e Marketing: Jeane Melo, Caroline Silveira, Rafael Solano e Itallo Holanda Editora-Chefe: Cláudia Brandão - DRT/PI 914 Repórteres: Carlienne Carpaso, Caroline Oliveira e Jordana Cury Repórteres fotográficos: Catarina Malheiros e Wilson Filho Redação (articulistas): Cecília Mendes, Cineas Santos, Eneas Barros, Elivaldo Barbosa, Fonseca Neto, Marcos Sávio, Péricles Mendel, Pe. Tony Batista, Rayldo Pereira, Fábio Lima e Zózimo Tavares Colaboradores desta edição: Ascom FIEPI, Ascom SESC/SENAC, CCOM e Luccas Araújo Editor de Arte/Diagramador: Magnaldo Júnior Revisão: Ananda Sampaio Impressão: Halley S.A. Gráfica e Editora

Revista Cidade Verde e Editora Cidade Verde Ltda Rua Godofredo Freire, nº 1642 / sala 35 / Monte Castelo Teresina, Piauí CEP: 64.016-830 CNPJ - 13284727/0001-90 email: revista@cidadeverde.com fone: (86) 3131.1750

10 | 28 DE OUTUBRO, 2018 | REVISTA CIDADE VERDE


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.