Stylus 14

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que é ser mãe: RAINER MELO

Ilustra�se este trabalho com o caso clínico de uma mulher de 42 anos que chega à analista após passar por vários psiquiatras, sempre com diagnóstico de "depressão, melancolia, transtorno bi� polar" e explicações de que tudo seria decorrência da sua "simbio� se com a mãe': Essa pessoa era vista como extremamente doente. Por ser mulher, teria seus problemas mais complicados com o passar da idade, quando se intensificam períodos de oscilações entre depressões e manias, por isso, as pessoas da família deve� riam ter paciência com o sujeito em questão:' Ao chegar, queixa� se de "não suportar mais tantas doses elevadas de medicamentos, principalmente carbonato de lítio e haldor:

o sujeito e seus signi ficantes Para Lacan, as análises sempre se iniciam pela transferên� cia. Nesse sentido, podemos dizer que todas começam da mesma forma. No entanto, a transferência se apresenta diferente e de for� ma particular para cada sujeito. O significante da transferência é distinto para cada um, trata�se daquilo que o sujeito vai se per� guntar: "O que isto quer dizer?" Ele não sabe o que esse signifi� cante quer dizer e procura, em um analista, um outro significante qualquer, para articular com o primeiro e responder o que "aquilo quer dizer': Lacan ( 1967 ) afirma que o analista é um significante qualquer, diferente do significante da transferência. Escolhe�se um analista em especial. No denominador, encontra�se o resultado do encontro de dois participantes - o sujeito e o analista: os significantes incons� cientes têm a significação como referência. St����������������������������� � Sq S ( SI, S2, S3...... Sn ) O significante da transferência é "a deixada de lado, a sem lugar': O significante qualquer é "Mãezoná': "Eu a escolhi porque Srylus Rio de Janeiro nO 14 p. 1 37- 146 abri1 2007

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