Jornal Entreposto | Agosto de 2014

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Um jornal a serviço do agronegócio

Associação Brasileira das Centrais de Abastecimento

Agosto de 2014

ANO 15 - Nº 171

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Diretora Geral: Selma Rodrigues Tucunduva

Circulação Nacional - Distribuição Autorizada no ETSP da Ceagesp

Consumo crescente de abacate assegura mercado promissor JONAS OCTÁVIO

Págs 9 a 13

Com uma produção mundial na casa de 4 milhões de toneladas, a abacaticultura vem se desenvolvendo por todo o mundo por apresentar baixo risco comercial e o mercado caracterizado pelo consumo em expansão. Pág 11 a 19

MERCADO

PANORAMA

CEASAS

Marketing rural fomenta comércio de hortifruti

O papel do agricultor na visão dos consumidores

Pesquisa revela dados sobre a CeasaMinas

Pág 14

Pág 8

Pág 20

Pág 23

/JornalEntreposto


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O Anuário Entreposto é o meio mais tradicional e seguro de divulgação do mercado de abastecimento com uma forma física compacta, facilmente identificável e que condensa em suas páginas – de maneira simples, objetiva e direta – os fornecedores de produtos hortifrutícolas, proporcionando a pesquisa de mercado que o consultor necessita e procura.


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A PARTIR DE AGORA VOCÊ VAI VENDER MUITO MAIS. O ANUÁRIO ENTREPOSTO VAI COLOCAR SUA EMPRESA ENTRE AS MELHORES E AS MAIS LEMBRADAS DO MERCADO.

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ÍNDICE

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LEIA TAMBÉM... TAMBÉM... LEIA Abag debate a necessidade de valorizar o protagonismo do Galeria de Fotos Femetran setor

#11

#18 #5

#12

Bom do manuseio garante Juros crédito rural subiram abacates selecionados na menos que taxa Selic

FRUTAS Pavilhão

Artigo: Tecnologia da informação Novas hortaliças e

Bonella

agricultura sustentável na Hortitec 2014

#22 #16

Mudanças climáticas já causam queda daFesta produtividade agrícola de Comemoração dos 100 Anos de Feira no mundo

Livre em São Paulo elege Miss

#19 #14

6h às 20h

MFE-A

6h às 21h

MFE-B/C

6ª feira

Sábado

6h às 21h

6h às 20h

6h às 21h

6h às 18h

3ª a 5ª feira 6h às 20h

6h às 20h

HF’S

LEGUMES Pavilhão

2ª à 5ª feira

6ª feira

Sábado

AP’s

6h às 20h

6h às 21h

6h às 18h

VERDURAS

#20 #14 Dedicação no cultivo da Mercedes-Benz aprimora Irmãos Atego, Orioli Axor e Actros

2ª feira

Sábado

Pavilhão

2ª feira

3ª a 5ª feira

MLP

6h às 21h

12h30 às 21h 12h30 às 22h 14h às 21h

6ª feira

ABÓBORAS Pavilhão

2ª à Sábado

MSC

8h às 20h

BATATAS, CEBOLAS E DIVERSOS Pavilhão

2ª à 6ª feira

Sábado

BP’s

6h às 20h

6h às 17h

PESCADOS Pavilhão

3ª à Sábado

Pátio da Sardinha

2h às 6h

FLORES Pavilhão

#23 Romances famosos Oportunidades disponíveis no de leituradono Entreposto Entreposto Livrodo

Livro

3ª e 6ª feira

2ª à 5ª feira

5h às 10h30

MLP Praça da Batata

2h às 14h

SAZONALIDADE

FRUTAS

contatos úteis FORTE REGULAR FRACA

JUN

JUL

ABACATE KIWI

Indicador de boa oferta dos produtos comercializados no mercado. Tendência de baixa nos preços.

PINHA BANANA-CATURRA

Coordenadoria de Comunicação e Marketing: BANANA-PRATA BANANA-MAÇÃ (11) 3643-3945 HORTALIÇAS FRUTOS - comunicacao@ceagesp.gov.br JUN JUL

#17

ABÓBORA SECA

CAQUI

COCO Departamento de Armazenagem: ABÓBORA HOKAIDO FIGO

ALHO PORÓ (11) 3832-0009 - depar@ceagesp.gov.br MORANGO JILÓ

NÊSPERA

MAXIXE Departamento de Entreposto da Capital: PÊRA PIMENTA PINHÃO (PIMENTÃO 11) 3643-3907 depec@ceagesp.gov.br VERMELHO TOMATE

LIMA LIMA PÉRSIA

TANGERIN.PONKAN Departamento de Entrepostos do Interior: MIMOSA/MEXERICA (11) 3643-3950 - ceagesp@ceagesp.gov.br HORTALIÇAS HERBÁCEAS JUN JUL

ALMEIRÃO

MAÇÃ IMPORTADA

KIWI IMPORTADA Centro de Qualidade Hortigranjeira: AGRIÃO PERA IMPORTADA

COUVE-BRÓCOLO (11) 3643-3827 - cqh@ceagesp.gov.br UVA IMPORTADA CHEIRO-VERDE

Diretora Geral Selma Rodrigues Tucunduva Diretor Comercial José Felipe Gorinelli Jornalista Responsável Maria Ângela Ramos MTb 19.848

Edição Paulo Fernando Costa / Carolina de Scicco/ Letícia Doriguelo Benetti / Paulo Cesar Rodrigues

Projeto Gráfico Paulo Cesar Rodrigues

Editoração /Artes Letícia Doriguelo Benetti

Colaboradores Anita Gutierrez e Manelão

Web Master Michelly Vasconcellos

Periodicidade: Mensal Distribuição: Gratuita Redação Av. Dr. Gastão Vidigal, 1946 Edsed II - loja 14A CEP 05314-000 Tel.: 11 3831.4875

E-mail

contato@jornalentreposto.com.br

Os artigos e matérias assinadas não refletem, necessariamente, o pensamento da direção deste jornal, sendo de inteira responsabilidade de que os subscrevem.

COUVE-MANTEIGAde São Paulo (Pescado): HORTALIÇAS TUBEROSAS Frigorífico COUVE-FLOR BATATA-DOCE (COUVE-CHINESA 11) 3643-3854 / 3893 / 3953 BATATA-SALSA COUVE-RABANA

Portaria do Pescado: ESPINAFRE (11) 3643-3925 MOSTARDA MOYASHI

CARÁ CEBOLA CENOURA GENGIBRE

REPOLHO CEAGESP de Alimentos: Banco INHAME/TAIÁ RÚCULA (11) 3643-3832

MANDIOCA/AIPIM

BROTO BAMBU

NABO

RADITE

CEBOLA IMPORTADA

JUN

JUL

Mu pr Ro Liv No 20 Me Pá Ju Pá


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notas Curitiba MotorShow acontece no Autódromo Internacional de Curitiba

Dow AgroSciences e SENAR realizam parceria em treinamentos

IBM e Plusoft apresentam nova opção de CRM ao mercado

llO maior parque de diversões a motor do Brasil chega a 3ª edição nos dias 16 e 17 de agosto. O Curitiba MotorShow reúne inúmeras atrações em um único evento, garantindo a diversão de toda a família. As novidades deste ano ficam por conta do Concurso Pinup Contest, Gincana de Clubes e da apresentação do JETCAR (veículo no estilo dragster, movido a turbina de avião – único no Brasil).

llEntre os meses de agosto e setembro a Dow AgroSciences e o SENAR percorrerão 14 municípios de Goiás com treinamentos de Boas Práticas Agrícolas. O Senar/AR-GO possui três treinamentos de Formação Profissional Rural relacionados com o Programa de Aplicação Responsável: Aplicação de defensivos agrícolas por autopropelido, pulverizador costal e tratorizado de barras.

llA IBM e a Plusoft fecharam uma parceria para oferecer às empresas um novo produto chamado “CRM in a Box”. O conceito é oferecer uma opção de CRM que mantenha o gerenciamento de toda a base de clientes em servidores locais, com hardware e serviços de instalação já integrados em um único pacote. A integração dos produtos das empresas é o grande diferencial da oferta.

Nova regra de financiamento de veículos para agricultores

Ferramenta conecta caminhoneiro e carga llEmpresário do ramo de transporte de carga e logística, criou o TruckPad, aplicativo que conecta o caminhoneiro à carga. O programa é direcionado para os caminhoneiros autônomos, mas há na ferramenta funcionalidades como o compartilhamento da localização do motorista com o cliente, família e amigos. O app é gratuito tanto para o caminhoneiro quanto para quem contrata o serviço.

llFinanciamentos de tratores, caminhões e caminhonetes de carga têm novas regras. A partir deste mês, agentes financeiros que operam com o Pronaf e que fazem financiamento de caminhonetes de carga deverão exigir dos agricultores a apresentação da nota fiscal do fabricante. Para tratores e caminhões os bancos podem aceitar tanto a nota fiscal das revendas quanto dos fabricantes.

Tabela de sazonalidade Produto

Grupo Varietal

Abacate Abacate Abacate Abacate Abacate Abacate Abacate Abacaxi Abacaxi Abóbora Abóbora Abóbora Abóbora Abobrinha Abobrinha Acelga Agrião Alcachofra Alecrim Alface Alface Alface Alface Alface Alho Alho Alho-poró Almeirão Almeirão Ameixa Ameixa Ameixa Ameixa Ameixa Atemóia Banana Banana Banana Banana Banana Banana Batata Batata Batata Batata-doce Batata-doce Berinjela Berinjela Berinjela Beterraba Beterraba c/folha Brócolis Brócolis Caju Capim-cidreira Caqui Caqui Caqui Caqui Cará Carambola Catalonha

Avocado Hass Avocado Fuerte Breda Fortuna Geada Margarida Quintal Pérola Havaí Japonesa Moranga Paulista Seca Brasileira Italiana

Americana Crespa Lisa Mimosa Romana Branco Roxo Pão-de-açúcar

Estrangeira Americana Estrangeira Espanhola Estrangeira Argen�na Estrangeira Chilena Maçã Nanica clima�zada Ouro Prata - MG Prata -SP Terra Beneficiada lisa Beneficiada comum (lavada) (1) Comum (escovada) (2) Amarela Rosada Comum Conserva Japonesa

Ninja

Fuyu Giombo Kyoto Rama Forte

Ago Set

Produto

Cebola Cebola Cebolete Cebolinha Cenoura Cenoura c/ folha Chicória Chuchu Coco-seco Coco-verde Coentro Couve Couve-flor Endro Erva-doce Ervilha Escarola Espinafre Figo Gengibre Goiaba Goiaba Hortelã Inhame Jabu�caba Jaca Jiló Kiwi Kiwi Kiwi Kiwi Laranja Laranja Laranja Laranja Lichia Limão Louro Maçã Maçã Maçã Mamão Mamão Mandioca Mandioquinha Manga Manga Manga Manjericão Manjerona Maracujá Maracujá Maxixe Melancia Melão Mexerica Milho-verde Morango Morango Mostarda Nabo Nectarina

Grupo Varietal Roxa

Torta

Branca Vermelha

Redondo Chileno Nova Zelândia Italiano Seleta Lima Pera Baia Tahi� Nacional Fuji Nacional Gala Nacional Golden Formosa Havaí

Haden Palmer Tommy Atkins

Azedo Doce

Ago Set

Produto

Grupo Varietal

Nectarina Nectarina Nêspera Orégano Pepino Pepino Pepino Pera Pera Pêssego Pêssego Pêssego Pimenta Pimenta Pimenta Pimentão Pimentão Pimentão Fruta-do-conde Pinhão Quiabo Rabanete Repolho Repolho Rúcula Salsa Salsão Salsão Sálvia Tangerina Tangerina Tangerina Tomate Tomate Tomate Tomate Tomate Tomate Tomate Tomate Tomilho Uva Uva Uva Uva Uva Uva Uva Uva Uva Uva Vagem Vagem

Estrangeira Espanhola

Ago Set

Caipira Japonês Estrangeira Rocha Estrangeira Williams Estrangeiro Americano Estrangeiro Espanhol Cambuci Verde-americana Vermelha Amarelo Verde Vermelho

Roxo Verde-liso

Branco Verde Cravo Murco� Ponkan Maduro Longa Vida (Achatado) Maduro Santa Cruz (Oblongo) Maduro Italiano (Comprido) (Exc. Rast.) Salada Longa Vida (Achatado) Salada Santa Cruz (Oblongo) Salada Italiano (Comprido) (Exc. Rast.) Caqui Cereja Benitaka Brasil Centenial Estrangeira Crinsson Itália Niagara Red Globe Estrangeira Red Globe Rubi Thompson Macarrão-curta Manteiga

Redonda Amarelo Rio Camiño real

ÓTIMA OFERTA OFERTA MÉDIA OFERTA BAIXA (1) Beneficiada comum (lavada): Asterix, Ágata, Caesar, Cupido, Monalisa, Mondial

Estrangeira Americana

(2) Comum (escovada): Baraka, Markies, Ágata, Caesar, Monalisa, Mondial


artigos

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É difícil imaginar como seria a vida sem toda essa tecnologia llEstá acontecendo uma revolução no setor agrícola brasileiro. Aos poucos, produtores rurais de diferentes perfis quebram o isolamento – típico de comunidades separadas dos grandes centros por estradas precárias e sistemas de comunicação ineficientes – e entram no mundo digital. Hoje, as tecnologias de informação e comunicação estão inseridas nas atividades rurais como fator de competitividade. Os controles agronômicos, zootécnicos e administrativos utilizam os mais variados softwares. A comunicação entre os agentes da cadeia produtiva com o mercado, tanto para a comercialização de produtos agrícolas, como para a captação das necessidades dos consumidores e rastreamento de mercadorias, passa, progressivamente, a utilizar o formato digital. O sistema de produção agrícola depende de recursos naturais, financeiros e humanos. Atualmente, a crescente conscientização da necessidade de conservação ambiental, a escassez de mão de obra disponível para o trabalho no campo, e os aspectos financeiros impõem a racionalização da produção, com a redução de custos, estoques, desperdícios e a eficiência no acompanhamen-

to e escoamento dos produtos agrícolas. Tudo isso demanda tecnologias inovadoras que possibilitem ganhos de produtividade e maior satisfação do consumidor. Essa nova realidade exige dos agricultores, grandes e pequenos, bem como de todos os agentes da cadeia produtiva, práticas gerenciais eficientes, onde é fundamental estar atualizado. A agricultura é uma das áreas que mais tem desfrutado das vantagens que a tecnologia engloba. Os resultados, ao que tudo indica, são os melhores possíveis. Quando se fala em tecnologias adequadas ao campo, é comum imaginar que todo esse aperfeiçoamento está investido apenas nos maquinários agrícolas, como tratores, colheitadeiras e plantadeiras repletas de informatização. Claro que boa parte da tecnologia aplicada ao campo está realmente nestes maquinários, mas hoje é muito comum ver os produtores rurais investindo em ferramentas com um tamanho um pouco menor, mas que não deixam de ter uma contribuição fundamental para o sucesso da lavoura. E engana-se quem imagina que essas tecnologias fazem parte apenas da vida dos grandes produtores. Olha o selfie aí...

Delegação de tarefas

Tecnologia da informação

Cerque-se das melhores pessoas que você encontrar, delegue autoridade e não interfira enquanto a diretriz que você determinou esteja sendo cumprida.

Com ‘nuvem contínua’, empresas crescem sem comprometer estabilidade do sistema

N

Ronald Reagan (Ex-presidente dos Estados Unidos)

a última edição, abordei a importância de estabelecer metas, dentro da empresa. Muito bem. Uma vez estabelecidas, é hora de definir quem faz o quê, para que elas sejam cumpridas. Há dois anos, perguntado sobre qual a melhor forma de um líder delegar à sua equipe, o empresário Abílio Diniz (presidente do Conselho de Administração da BR Foods, ex Grupo Pão de Açúcar) respondeu, de maneira muito apropriada, o seguinte: escolha a pessoa certa, para a execução da tarefa; explique, detalhadamente, o teor da tarefa; certifique-se de que a pessoa compreendeu TUDO e tem o apoio e as ferramentas adequadas para realizá-la. Por fim, faça um acompanhamento leve e uma cobrança, no final. Diniz ainda ressalta que a CONFIANÇA é um laço essencial entre o gestor e o seu colaborador. Permita-lhe realizar a tarefa sem muitas interferências. ATENÇÃO, não é incomum encontrar colaboradores em

postos inadequados, dentro da empresa, onde são demandados quase que, insistente e inutilmente, para a realização de tarefas, que não estão capacitados a atender. Muitas o vezes temos um BOM colaborador mal alocado. O líder deve ser capaz de detectar, em sua equipe, o funcionário mais habilidoso, para realizar esta ou aquela tarefa. Delegar para a pessoa errada pode custar dinheiro, tempo, e o bom andamento dos negócios. Promova reuniões curtas e objetivas, com a equipe toda ou por setores; relacione todas as tarefas, determine quem as realizará; dê-lhes todo o apoio, realize controles esporádicos com o objetivo de promover os ajustes necessários, estabeleça prazos, avalie os resultados. Celia Alas Médica veterinária Consultora em segurança e higiene de alimentos Especialização: Gestão da Qualidade em Alimentos celia_alas@hotmail.com

Adriano Filadoro Diretor de tecnologia da Online Data Cloud, empresa de serviços com mais de 20 anos de atuação na indústria de Tecnologia da Informação

llO big data e a quantidade incalcu-

lável de dados gerados e processados em empresas do mundo todo levavam a maioria das pessoas a acreditar, até pouco tempo atrás, que seria praticamente impossível que as organizações pudessem alcançar um nível satisfatório de estabilidade – podendo crescer sem comprometer a qualidade dos serviços oferecidos, do acesso ao data center e aos relatórios de inteligência estratégica. Mas essas mesmas empresas estão atingindo novos patamares em termos de tecnologia da informação. Afinal, cada vez mais os negócios demandam agilidade e acesso seguro a redes, servidores, bancos de dados, aplicações etc. Com a ‘nuvem contínua’ (continuous cloud), isso tudo pode se transformar em realidade. A principal meta da nuvem contínua, ou nuvem real, como alguns preferem denominar, é viabilizar acesso rápido, ininterrupto e livre de complexidades ao data center. Com essa nova configuração tecnológica, as empresas podem redefinir suas metas e programar com mais propriedade o crescimento dos negócios. No mundo to-

do, a preocupação vem sendo contar com uma infraestrutura de TI que permita definir estratégias mais claras e coerentes em termos de continuidade, escalabilidade e adaptabilidade. Como nos negócios você não pode parar, sob risco de perder competitividade e mercado, essa solução vem ao encontro de uma necessidade premente. Todos esses avanços relacionados à cloud computing estão intimamente relacionados às mudanças pelas quais as empresas estão passando nos últimos tempos. Não só muitas organizações estão aumentando sua representatividade em território nacional e presença global, como também estão aumentando as possibilidades com que seus executivos acessam dados da base central, seja através de um home office, de um notebook acessado em trânsito, ou ainda de um smartphone. Esse processo precisa ser rápido e seguro. Outro exemplo são as empresas

com possibilidade de vendas via internet. É preciso que todos os dados e aplicativos estejam totalmente integrados, a fim de não cometer erros e perder clientes para a concorrência. Vale ressaltar que ainda há muito estresse entre pessoas, processos, tecnologias, liderança, estruturas organizacionais e estratégias nessas empresas. Isto porque, apesar de os negócios estarem prosperando e as empresas aumentando de tamanho, ainda se conformam com uma infraestrutura de TI frágil e ineficiente. Nos mercados dinâmicos de hoje, esses fluxos não têm sido redesenhados e reimplantados tão rapidamente como deveriam. A resposta da maioria das empresas ainda se baseia em métodos tradicionais de reengenharia – gerando mais descontentamento do que resultados positivos. Quem decide dar um passo à frente em termos de recuperação de desastres, ou ainda de acesso seguro a redes, servidores, data centers, aplicações etc., tem de estar ao menos minimamente interessado em conhecer melhor as vantagens da ‘nuvem contínua’, explorando a nuvem computacional em toda sua grandeza. Hoje há avanços que possibilitam que as aplicações da empresa estejam ativas em múltiplos sites, prontas para serem liberadas automaticamente sempre que forem solicitadas. Trata-se de um ganho imenso em termos de competitividade, permitindo que uma empresa faça em poucos minutos o que suas concorrentes provavelmente vão levar semanas para finalizar.


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PANORAMA

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Nosso negócio é o agronegócio Enquanto o setor se prepara para fazer do Brasil o maior celeiro mundial, a sociedade começa a prestar mais atenção na atividade do produtor rural BASF

Carolina de Scicco

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m 2013, o setor agrícola foi o que mais encaixou cidadãos no mercado de trabalho brasileiro. Cerca de 30% dos empregos divulgados pelo governo eram ligados à cadeia de produção e o agronegócio já representa mais de 22% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional. Além disso, em 2014, o saldo líquido do setor, no comércio exterior brasileiro, deve atingir US$ 120 bilhões. Especialistas afirmam que aos poucos o Brasil está superando a hegemonia dos Estados Unidos e vai conquistar o título de maior potência mundial na agricultura nos próximos anos. Termos como agrossociedades, small farm e fazenda vertical (ver detalhes abaixo/ao lado) começam a ser discutidos. O agronegócio vai continuar a ser a mola propulsora da economia brasileira e os envolvidos se dedicam em promover a importância do setor para o futuro do país. Instituições públicas e privadas se empenham em extinguir o estereótipo do agricultor “caipira”, imagem criada pelos próprios brasileiros que inferioriza o trabalho no campo. Diversos estudos procuram entender qual é o papel do agricultor na visão dos próprios produtores rurais e para a sociedade. Pesquisa realizada pela Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG) e a Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), aponta que 48% dos jovens urbanos brasileiros, na faixa dos 16 aos 24, afirmam não conhecer a atividade do agronegócio. Por outro lado, 81% da população das grandes capitais do país consideram a atividade agrícola muito importante para a economia nacional. Outro estudo, realizado Unidade de Proteção de Cultivos da Basf no primeiro semestre deste ano, indicou que 88,6% dos consumidores brasileiros afirmam que o “agricultor é um fornecedor de alimento”, 18% a mais que a pesquisa de 2011. Do ponto de vista do produtor, essa percepção saltou de 79% para 93%. “Embora tenhamos um cenário positivo, fica clara a necessidade de conscientizar a opinião pública sobre a realidade e desafios dos agricultores. O comprometimento deles com

Para a Basf é preciso conscientizar a opinião pública sobre a realidade e desafios dos agricultores

a qualidade da produção é evidente e cabe à indústria orientá-los sobre novas tecnologias disponíveis”, assegura Francisco Verza, vice-presidente da Unidade para o Brasil. Lentamente a sociedade percebe que plantar é um negócio que envolve tecnologia e especialização. A moderna agricultura e os novos consumidores não aceitam práticas que danificam o meio ambiente. Assim, impulsionam a sustentabilidade no campo. O grande desafio enfrentado pelo Brasil é avançar em pesquisas científicas, aprofundar o conhecimento em tecnologia e gerar mais valor agregado a produção. Além disso, é preciso apoiar e qualificar os pequenos produtores, que formam a base da agricultura nacional.

PASONA O2


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PANORAMA

VERTICAL FARM

PASONA O2

O aumento da população mundial pressionou agricultores dos quatro cantos no planeta a explorarem outras formas de produção que ocupassem menos espaço e fosse sustentável. Uma delas é a vertical farm, ou fazenda vertical, em português: edifícios autossutentáveis capazes de produzir alimento dentro das metrópoles. A agricultura vertical e urbana ajuda a reduzir a pressão da oferta de alimentos e ao mesmo tempo muda a nossa abordagem em relação a produção hortifrutícola. A agência de empregos Pasona O2, por exemplo, implantou um projeto de agricultura urbana no prédio da empresa, localizada no centro financeiro de Tóquio, no Japão. Em nove andares são plantados todos os tipos de verduras e vegetais. O prédio funciona como um escritório normal e os próprios funcionários se revezam nos cuidados com as plantas. Galhos e folhas brotam das janelas e podem ser apreciados da rua. Lâmpadas fluorescentes híbridas recriam a luz solar e sistemas computadorizados de irrigação garantem o controle da água e nutrientes. Por semana, são colhidos 250 pés de alface todos destinados ao refeitório da empresa. A atividade agrícola realizada pelos colaboradores estimulam a atividade em equipe, a comunicação e melhora o bem estar no ambiente de trabalho.

SMALL FARM Bastante difundido na Europa, o conceito de small farm parte do princípio de que o importante não é ter uma fazenda enorme, mas uma propriedade pequena de altíssima produtividade.

zoom MUNDO Em poucos anos o Brasil vai superar a hegemonia dos EUA e será o grande celeiro mundial, afirmam especialistas

Site reúne informações sobre o mercado de frutas e verduras Dados ajudam compradores a administrar entressafras ou períodos de oferta baixa ocasionados por adversidades climáticas

Estatísticas revelam a importância do agronegócio para a sociedade brasileira

AGROSSOCIEDADES Termo criado pelo professor José Luiz Tejon, do Núcleo de Agribusiness da ESPM para designar cidades onde os benefícios do agronegócio são aproveitados em todos os setores da sociedade como educação, saúde e renda ao homem do campo. Nesses municípios, o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é superior à média nacional. Ribeirão Preto, em São Paulo, é uma dessas sociedades. Considerada a capita do agronegócio, é a maior produtora de álcool e açúcar do Brasil. Nos últimos anos, a cidade zerou o déficit de crianças de 4 e 5 anos nas escolas, implantou mais áreas verdes e construiu ciclofaixas e ciclovias.

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81%

Da população das grandes capitais do país consideram a atividade agrícola muito importante para a economia 30% dos empregos divulgados pelo governo em 2013 eram ligados ao agronegócio

22% é a fatia do setor no Produto Interno Bruto (PIB) nacional

88,6% dos consumidores brasileiros entendem que o “agricultor é um fornecedor de alimento”

l l A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) vai disponibilizar em seu site, para o público em geral, a partir do próximo mês, informações mensais sobre volume, preço e origem das frutas e hortaliças comercializadas nas Ceasas que atendem as regiões do Centro-Sul do país. Qualquer pessoa poderá saber, por exemplo, de onde vem a batata ou outro produto hortigranjeiro que costuma adquirir para sua mesa, por meio do aceso ao link do Prohort (www.ceasa.gov.br). Com estes dados, donos de restaurantes e gestores de hotéis ou de hospitais poderão escolher o produto de melhor preço e qualidade ou substituí-lo por um similar no período de entressafra ou nas intempéries. É uma forma de ajuda bem-vinda para o setor de consumo atacadista de hortigranjeiros, garantem os técnicos. A metodologia poderá, também, servir de base para análises econômicas de áreas especializadas do governo federal, contribuindo para a definição das políticas públicas do setor, uma das missões da Companhia.

PASONA O2

Boas Práticas Outra novidade no encontro será o lançamento do Guia de Boas Práticas de Comercialização, uma iniciativa da gerência que cuida de hortigranjeiros na Conab. Será um instrumento de trabalho para orientar os gestores das Ceasas na prática diária com manuseio e descarte de produtos hortigranjeiros, o tratamento de resíduos entre outras questões. Será útil sobretudo para evitar desperdícios, uma prática que, segundo os técnicos, ocorre muito menos nos boxes de comercialização das centrais, com perda de até 2%, do que no campo, no transporte e nos lares, no manuseio das próprias donas de casa, quando chega a atingir até 12% de descarte.


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notícias

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13º Congresso da Abag Associação debate a necessidade de valorizar o protagonismo do setor

llReforçar a necessidade de o agronegócio ser valorizado como protagonista do crescimento econômico brasileiro. Esse foi o tom predominante no 13º Congresso da Abag – Associação Brasileira do Agronegócio, - realizado no dia 4 de agosto, em São Paulo. O evento contou com a presença de várias autoridades federais e estaduais, além das principais lideranças do setor. Em seu discurso de abertura, o presidente da Abag, Luiz Carlos Corrêa Carvalho salientou a necessidade de se fazer alterações na prioridade dada pelo governo ao agronegócio nos últimos anos. Segundo ele, a partir de 2007 começou a

haver uma forte relação entre os preços do petróleo e dos alimentos. “O impacto em um gera, em cadeia, impactos significativos nos demais, forçando mudanças essenciais no Brasil, um país que tem no agronegócio as bases de seu desenvolvimento e que deverá ter neste setor uma plataforma de importância geopolítica global”, disse Carvalho. Para tanto, ele salienta que é necessário que seja dada a prioridade que o setor necessita e merece. O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Neri Geller, por sua vez, enfatizou os esforços da pasta para dar suporte ao produtor rural brasileiro.

“Tanto no aumento da liberação de crédito a juros reduzidos, quanto no encaminhamento das questões ligadas a seguro rural e a modernização da infraestrutura, nós temos procurado alinhar as ações do ministério com as necessidades levada pelas diversas lideranças do setor”, afirmou Geller. Após a abertura, o economista Samuel Pessoa fez a palestra no painel Agronegócio Brasileiro: Valorização e Protagonismo, na qual enfatizou que a urgência em termos de reforma no Brasil hoje é a de uma substancial alteração na área tributária que contemple uma redução dos custos

das empresas com a adequação ao complexo sistema tributário. “Penso que, do ponto de vista econômico, uma diminuição nos custos da conformidade tributária teria o mesmo efeito positivo sobre a economia brasileira que teve o Plano Real sobre a inflação”, disse o economista. O painel foi coordenado pelo deputado federal Luis Carlos Heinze, presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária. No painel seguinte, Agronegócios e as Novas Mídias, que foi coordenado pelo jornalista Heródoto Barbeiro, o jornalista Rodrigo Mesquita fez um apanhado do papel que as formas de comuni-

cação exercem no agronegócio. A seu ver, “se as lideranças do agronegócio não se colocar nas várias plataformas das novas mídias (Facebook, Twitter, Linkedin e outros) abrirá espaço para que os segmentos que são contrários à atividade agrícola ocupem o espaço, causando enormes prejuízos para o setor”, afirmou Mesquita. Participaram, como debatedores do painel, a professora Elizabeth Saad Corrêa, da Universidade de São Paulo, e o engenheiro Demi Getschko, professor da PUC-SP e primeiro brasileiro a fazer parte do Hall da Fama da Internet.

Cadeia do frio: um mercado carente de incentivos, legislações e informações Roberto Hira * * Executivo de Contas da Thermo King do Brasil, líder global em equipamentos para refrigeração no setor de transportes

llO termo “cadeia do frio” é comum entre profissionais do setor de refrigeração e mercados adjacentes. Porém, ainda há muita falta de informação, incentivos e legislações que a norteiem. Para esclarecer, cadeia do frio é o controle de temperatura em todo processo de um produto: desde o momento em que o alimento é colhido, o boi abatido ou o sorvete processado até o momento em que é consumido. Também se aplica em outras indústrias, como medicamentos e insumos que necessitam de controle de temperatura. Apesar da importância deste controle de temperatura para a vi-

da humana, o tema merece maior destaque entre governantes e muitos elos da cadeia, além de ser um enigma para os consumidores. De acordo com os registros da Anfir (Associação Nacional dos Fabricantes de Implementos Rodoviários) em 2013, em torno de 3% de caminhões pesados e 5% de caminhões leves e médios, contam com equipamento de refrigeração. Em países cujo incentivo é maior, como a Espanha, esse número pode chegar a 30%. O assunto, que deveria ser claro para a população gera dúvidas até para pessoas do setor. Um exemplo típico: muitos entendem que o caminhão frigorífico serve para baixar a temperatura do produto, quando na verdade ele é projetado somente para manter a temperatura da carga, seja ela fria ou quente. O problema da carga não chegar ao destino

com a temperatura correta pode ter se iniciado justamente devido à temperatura do produto no início do carregamento. E não há nenhum regulamento para o setor, mas sim normas. A ABNT NBR 14.701 explica as responsabilidades de cada parte envolvida na operação. Porém, existe há mais de dez anos e uma atualização já se faz necessária, visto que se trata de um setor em constante evolução. Empresas de toda a cadeia sentem necessidade de legislação e um órgão com autonomia para auditar e autuar havendo assim maior padronização, o que ajudaria a diferenciar as empresas mais preocupadas com a cadeia do frio. Para que todo o processo seja feito da forma correta, alguns itens se tornam necessários: o caminhão deve ser dimensionado para acondicionar a carga na temperatura re-

querida; o transportador deve seguir as boas práticas, como a utilização de cortinas plásticas e check list de viagem antes do carregamento. A infraestrutura também precisa ser pensada. Nossos caminhoneiros sofrem diariamente com a falta de locais para descanso, pois as estradas não têm pontos dedicados à pernoite, menos ainda pontos que considerem deixar as unidades de refrigeração ligadas durante a noite sem perturbar o sono dos motoristas. O cenário ideal seria uma área reservada aos veículos com equipamentos de refrigeração, como acontece em algumas paradas nos Estados Unidos, além de melhorias em estrada, tempo de espera em fronteiras e outros itens que diminuem o custo, estimulando o investimento dos transportadores e melhorando a qualidade do sono dos motoristas. Infelizmente o mercado, que se

move a passos lentos, só vai mudar quando toda a indústria, nossos governantes e órgãos públicos direcionarem a atenção devida ao transporte refrigerado. É de suma importância levantarmos a bandeira da refrigeração buscando melhorias operacionais para resultar em alimentos mais saudáveis e de melhor qualidade em casa e menor desperdício de carga na indústria (de acordo com a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, 1,3 bilhão de toneladas de alimentos vai ao lixo por ano). Está mais do que na hora da indústrias alimentícia, farmacêutica, floriculturista, hortifrúti e muitas outras se articularem para buscar a excelência no transporte e também procurar conscientizar nossos consumidores para que eles saibam exigir as melhores práticas das empresas e, assim, haja um reflexo na qualidade de vida de todos.


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abacate

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aBACATE

llOriginário da América tropical, de regiões colonizadas pelos espanhóis (México, Guatemala e Antilhas), o abacate se espalhou até a América do Sul chegando à Amazônia, podendo ser encontrado por todas as regiões do globo que possuem solos férteis e onde haja calor que lhe seja suficiente. Produtores e exportadores de abacate distribuem-se entre os vários países da África e das Américas do Sul e Central, além de Israel, Espanha e Estados Unidos, na região da Califórnia. O abacate foi introduzido no Brasil como espécie cultivável apenas no início do século XIX e, atualmente, encontra-se à venda nas feiras livres e supermercados ao longo de quase todo o ano. O Brasil exporta menos do que poderia porque – pura ironia! – seu abacate, grande e bonito, é estranho aos consumidores europeus, acostumados a frutos de dimensões menores. De sabor suave e gosto bom, nem doce e nem amargo, o abacate é fruto macio, generoso e

carnudo. Apesar de existirem distintas variedades cultivadas, que apresentam grandes variações na forma, tamanho, peso e coloração dos frutos, com diferentes tipos de polpa, fibras, caroço e casca, no Brasil, o fruto do abacateiro sempre foi um só: simplesmente abacate. O nome pelo qual essa fruta ficou conhecida pode ser uma derivação da palavra maia ahuacacuahuitl ou da palavra asteca ahuacatl, ambas sonoramente transformadas em abogado ou aguacate em espanhol e abacate em português. Alguns dizem que a palavra maia significava “fruto que tem a forma de um testículo ou saco”, de onde se inferiu que o abacate teria propriedades afrodisíacas. Outros dizem que a palavra asteca significava “manteiga que vem da madeira”, em uma descrição precisa das propriedades sensíveis da fruta. De fato, sua polpa cremosa, verde-amarelada ou amarela quase branca, assemelha-se bastante a um creme aman-

teigado, sendo basicamente constituído por ácidos graxos não-saturados e concentrando apenas 70% de água em sua composição, o que é pouco em comparação com a maioria das frutas existentes. O abacateiro é uma das mais valiosas fruteiras existentes justamente por conter consideráveis porcentagens de gorduras, carboidratos e proteínas, além de um largo espectro de vitaminas. Fruta completa, o abacate é incomparável fonte energética e tem alto valor alimentício com baixos índices de colesterol, o que, ao contrário do que se acreditava no passado, faz com que seja de fácil digestão e nenhum malefício. Por suas qualidades e por sua extrema suavidade ao paladar, o abacate é uma das frutas mais versáteis existentes, fonte de inspiração para incontáveis e variadas receitas. Pelo sabor indefinido de sua polpa pouco açucarada, o abacate pode ser consumido como iguaria doce

ou salgada, de acordo com os hábitos e a cultura dos povos das regiões em que é cultivado, muitas vezes chocando e horrorizando uns e outros. Para alguns brasileiros, por exemplo, o abacate consumido como salada “parece que deve ser intragável”. Esta observação de desgosto explica-se: no Brasil, a fruta in natura costuma ser consumida apenas em suas variações doces, em sobremesas ou lanches. A polpa do abacate em pedaços, amassada ou em creme, pode ser misturada com açúcar ou mel, acrescida ou não de gotas de limão; pode também ser batida com leite ou com o suco de outras frutas, e bebida como “vitamina”. É na Europa, na América Central e no México que o abacate é mais utilizado como ingrediente próprio para saladas: também In natura, em pedaços ou em crome, misturado com verduras, tomates, cebolas, ervas aromáticas e temperado com maionese, azeite, sal, pimenta e outras especiarias, o abacate é

servido como acompanhamento para torradas, pães e pratos salgados. Na Guatemala, em Porto Rico, no México e na Colômbia, é costume incrementar as sopas com grossas fatias da fruta. Em alguns lugares do Caribe, come-se o abacate com vinho do Porto ou Madeira, com suco de laranja e de limão. Em países da América Latina, prepara-se o famoso guacamole acompanhado de tortillas de milho.

zoom significado

O nome pelo qual essa fruta ficou conhecida pode ser uma derivação da palavra maia ahuacacuahuitl ou da palavra asteca ahuacatl, ambas sonoramente transformadas em abogado ou aguacate em espanhol e abacate em português.


ABACATE

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Abacate possui propriedades excelentes para cuidar da saúde llO abacate é um fruto tropical muito nutritivo, rico em calorias provenientes sobretudo da gordura que contém. Grande parte desta é monoinsaturada, ou seja, ajuda a diminuir os níveis de colesterol no sangue.

É ainda um alimento rico em vitamina E, B6 e em potássio. É um fruto, mas também é habitual ser referido como um legume, uma vez que é muito utilizado em pratos salgados.

Apresenta uma textura macia e um sabor suave, e pode ser utilizado para fazer molhos ou sopas frias; cortado em fatias ou cubos e adicionado em saladas; pode também ser cortado ao meio, no sentido longitudinal, e servido

com casca, como sobremesa. O abacate, ou pêra abacate como também é designado, é um fruto muito calórico (100 g de abacate fornecem cerca de 190 calorias), que apresenta também

uma enorme riqueza em nutrientes, muito diferente de alimentos que possuem apenas calorias vazias (calorias provenientes sobretudo de um nutriente, o açúcar ou a gordura, e sem vitaminas nem minerais). O seu elevado teor calórico provém principalmente das gorduras que são, em grande parte monoinsaturadas (12%) e algumas poliinsaturadas (2%).

PANORAMA MUNDIAL DO ABACATE

O seu conteúdo em gordura monoinsaturada (principalmente ácido oleico, como o azeite) e vitamina E, torna-o num alimento com poderosa ação antioxidante. Esta propriedade protege contra o cancro e doenças cardiovasculares. A vitamina E tem capacidade de proteger o colesterol das LDL (mau colesterol), impedindo a sua oxidação pelos radicais livres de oxigénio. Desta forma reduz os riscos de problemas cardiovasculares.

A produção mundial de abacate cresceu 19% entre 2006 e 2012, quando chegou a 4 milhões de toneladas. O comércio internacional cresceu muito - de 2.088 toneladas em 1961 para 903.016 toneladas em 2010, quando representou 23% da produção mundial. Nos últimos anos o crescimento continua grande – mais do que dobrou entre 2000 e 2010.

Esta vitamina desempenha ainda um papel importante na contagem e mobilidade dos espermatozóides. O aumento da ingestão de alimentos ricos em vitamina E pode melhorar a fertilidade nos homens. Estudos recentes revelaram que dietas ricas em vitamina E podem oferecer proteção conta a doença de Parkinson, apesar de serem necessárias investigações mais conclusivas. O abacate é também rico em potássio, mineral importante na regulação da tensão arterial. A carência de potássio pode levar a depressão, confusão mental e problemas musculares. É igualmente uma boa fonte de vitamina B6, importante para aliviar as mudanças bruscas de temperamento das mulheres com problemas de tensão pré-menstrual. A polpa e a gordura do abacate são também empregues em cuidados de beleza, no tratamento da pele, fama que advém da sua riqueza em vitaminas E e A.

4 países exportam abacate e 10 responderam por 90% do volume de exportação em 2010.

Fonte: FAO

Próximos 10 países do ranking

Outros

Crédito: Cen�ro de ��alidade e� �or�c�l��ra da CEAGESP - Colaboração especial – Idalina Lopes Rocha

Pensa-se que alguns dos seus componentes químicos estimulam a produção de colagénio, que ajuda a suavizar as rugas, conferindo à pele um aspecto fresco e saudável. As propriedades do abacate são excelentes para a pele, quer ele seja esmagado e usado como máscara facial, quer seja comido.


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abacate

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Hábitos e modo de consumo deixam a fruta mais saborosa e nutritiva llEmbora nativo da América Central, o abacateiro adequou-se muito bem ao Brasil, é muito cultivada por toda parte, tanto pelo fruto saboroso, de grande valor nutritivo, quanto pelas folhas com propriedades diuréticas, além de conter 20 a 25% de óleo usado em perfumaria, tem diversas aplicações medicinais, além de usos culinários e cosméticos.

Para cortar e limpar o abacate, lave-o bem sob água corrente e enxugue. Corte-o ao meio, no sentido do comprimento, torça delicadamente as duas metades para separá-los e, com a ponta de uma

Os abacates duros ou bem firmes, embora possam ter todas as características de boa qualidade, não estão prontos para o consumo imediato, devendo ser amadurecidos. O abacate deve ser guardado em lugar fresco e arejado. Quando ainda verde, não convém colocá-lo na geladeira, pois o frio interrompe o processo de maturação. Depois de descascado, deve ser imediatamente consumido, porque, em contato com o ar, a polpa escurece. Para evitar o escurecimento imediato da polpa, passe um pouco de limão na superfície do fruto. Como o abacate maduro é muito sensível, amassando-se com muita facilidade, deve evitar-se que fiquem empilhados na fruteira ou no recipiente no qual são guardados.

No Brasil, o abacate é consumido ao natural com açúcar, como sobremesa. No entanto, em

Em pratos doces, o abacate combina muito bem com limão, leite, creme de leite e leite con-

densado, na preparação de sorvetes, cremes, mouses e bebidas. Em pratos salgados, vai bem com camarão e lagosta, em saladas ou acompanhando pratos fortes.

474.538 t

2.153

-44,5%

Maior concentração dos estabelecimentos está entre São Paulo, Amazonas, Paraná e Bahia

61%

A evolução do volume de produção de abacate registrada pelo IBGE mostra uma queda acentuada de produção entre 2000, com 344.853 toneladas e 2001, com 154.224 toneladas.

344.538 t

estabelecimentos, distribuídos em 26 estados e o Distrito Federal

No entanto, como sua gordura é fácil de assimilar pelo organismo, pode constar da dieta de quem tem problemas digestivos. Além disso, contém vitaminas A e do complexo B e alguns sais minerais como ferro, cálcio e fósforo.

Para saber se estão no ponto, é só fazer uma ligeira pressão com os dedos: os de casca fina cedem logo, os de casca mais grossa oferecem um pouco mais de resistência.

outros países é mais apreciado em saladas, bem temperado com vinagre, pimenta e maionese.

PANORAMA DO ABACATE NO BRASIL

É um fruto bastante rico em substância gordurosa, encontrada na polpa – com alta taxa de gordura, sendo muito rico em calorias, o que torna contra-indicado para regimes de emagrecimento ou de manutenção de peso, é inimigo das dietas de emagrecimento.

Os melhores abacates são os mais pesados e firmes, tem polpa macia e gordurosa, com sabor característico e delicado (antes de ficar maduro, ele tem polpa dura e esbranquiçada). Algumas vezes, tem manchas de cor marrom-clara na casca, mas esse é um defeito apenas superficial que não afeta a qualidade do fruto.

faca, retire o caroço. Dependendo do uso, corte-o em fatias e descasque.

1990

PRODUÇÃO

2000

2001

2012

RESULTADO

ÁREA

A produção brasileira foi de 474.538 toneladas em 1990 para 344.583 toneladas em 2000 e para 159.903 toneladas em 2012. O IBGE registrou 19 estados produtores de abacate em 2012, com grande concentração de produção em São Paulo (52%), Minas Gerais (23%) e Paraná (10%).

159.903 t

154.224 t

A área colhida diminuiu, mas não apresentou a mesma variação brusca da produção. Foi de 17.671 hectares em 1990, para 12.483 em 2000, 12.007 em 2001 e 9.615 hectares em 2012. O IBGE registrou em 2012 – 4192 hectares de abacate em São Paulo, 2309 hectares em Minas Gerais e 922 hectares no Paraná.

Evolução da participação % da produção de abacate nas maiores regiões produtoras em 2013

Os dados do IEA – Instituto de Economia Agrícola do Estado de São Paulo mostram uma diminuição de 58% no número de pés em produção, um crescimento de 52% na produtividade, uma queda na produção de 6%, uma queda e manutenção na taxa de renovação. Houve um crescimento grande da produção entre 2008 e 2013 de 40%.

Evolução da produção de abacate no Estado de São Paulo

20

Ano

1983

1993

2003

2013

15

Pés produção

963.712

771.617

497.403

591.494

Toneladas

100.399

82.021

67.054

94.294

10

Renovação

23

17

12

12

Kg/pé

104

106

135

159

5 0 Ourinhos

São João da Boa Vista 1983

Ribeirão Preto 1993

Mogi-Mirim 2003

O IEA registrou produção de abacate em 33 regiões agrícolas paulistas em 2013. As regiões de produção mudaram ao longo dos anos. Limeira, Bauru, Ribeirão Preto e São João da Boa Vista foram os maiores produtores em 1983. A produção da região de São João vem crescendo e a de Ourinhos cresceu muito nos últimos anos. A produção das outras regiões vem diminuindo, conforme pode ser visto no gráfico. Seis regiões concentram 69% da produção.

Limeira

Bauru

2013

Os dados do POF do IBGE mostram uma evolução do consumo per capita de abacate de 275 gramas em 2002 para 301 gramas em 2008. No mesmo período o consumo per capita de frutas foi de 24 kg para 29 kg per capita. O abacate representou em torno de 1% do consumo de frutas nos dois anos. O consumo de frutas e de abacate cresce com a renda per capita. Na classe de renda de até R$830,00 o consumo de fruta, em 2008, foi de 14 kg e o de abacate 130 gramas de abacate per

Fonte: IEA/IBGE

capita por ano. Na classe de renda superior a R$ 6.225,00 o consumo de frutas foi de 59 kg (três vezes maior) e o de abacate 620 gramas (quase cinco vezes maior). Os mexicanos consomem 9 kg per capita de abacate, os americanos 2 kg e os brasileiros 0,301 kg. Os produtores americanos acreditam que podem igualar o consumo dos americanos ao dos mexicanos.

Crédito: Cen�ro de ��alidade e� �or�c�l��ra da CEAGESP - Colaboração especial – Idalina Lopes Rocha


ABACATE

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DICAS CULINÁRIAS

Padrão mínimo de qualidade e tamanho

llPara saber quanto comprar, calcule que 3 abacates são suficientes para fazer um creme para 6 pessoas.

Defeitos proibidos Dano por praga

Defeito de casca grave

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llSe o abacate ainda estiver verde, deixe-o enterrado em farinha de trigo que logo ficará maduro.

Ferimento

llPara que o creme de abacate não escureça, depois de pronto coloque-o num prato fundo e ponha o caroço da fruta, sem lavar, bem no meio do prato e guarde na geladeira até o momento de servir.

Passado

Queimado de sol grave

Podridão

llPara pratos salgados, só use abacates bem maduros. Caso contrário, ficarão muito amargos, dando sabor desagradável. llPara que o abacate cortado não escureça, passe uma camada fina de manteiga na parte cortada.

Na coluna ´´Medida e Valoração´´, a cor verde mais escura é do produto de preço mais alto. Quanto mais claro o verde menor o preço. *Número de frutos na primeira camada da caixa k.

Equivalência de tamanho Grupo varietal

Cotação CEAGESP

Mercado atacadista

Medida e valoração

Breda

Maior Comum Menor

*Boca 10 *Boca 12 *Boca 16

Maior que 600 400 a 600 Menor que 400

Fortuna

Maior Comum Menor

*Boca 8 *Boca 10 *Boca 12

Maior que 1000 600 a 1000 Menor que 600

Quintal

Maior Comum Menor

*Boca 8 *Boca 10 *Boca 12

Maior que 1000 700 a 1000 Menor que 700

Margarida

Maior Comum Menor

*Boca 8 *Boca 10 *Boca 12

Maior que 1000 600 a 1000 Menor que 600

Avocado

A A

Fuerte Hass

Menor que 100 Maior que 100

Geada

Maior Comum Menor

*Boca 10 *Boca 12 *Boca 16

Maior que 550 450 a 550 Menor que 450

llQuando for usar só uma metade do abacate, deixe a outra metade com o caroço. Isto evita que se deteriore com rapidez.

Unidade de medida

llPara conservar abacate maduro, envolva-o com um pano úmido e coloque na geladeira. Quando o pano secar, volte a umedecer. llO abacate é indispensável numa boa vitamina. llQuando for comprar prefira os abacates grandes, com caroço preso, casca verde-clara e sem manchas.

Peso em grama

llO creme de abacate feito com açúcar e um pouco de leite, fica melhor quando misturado com pedacinhos de amendoim torrado, salgado e sem casca. Também fica ótimo com castanha de caju. Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz" Universidade de São Paulo

Principais lauráceas comercializadas na Ceagesp zoom

O que o abacate, a canela e o louro tem em comum, é que os três pertencem à mesma família botânica, que é a das Lauráceas. Nome Científico

Consumo

Abacate

Persea americana

Fruta

curiosidades

Canela

Cinnamomun zeylanicum

Condimento

Louro

Laurus Nobilis

Condimento

Algumas tribos da Amazônia usam os brotos do abacateiro para combater doenças dos pulmões. Ilustrações: Bertoldo Borges Filho

Produto

Abacate

Canela

Louro

Nas Antilhas o abacate é considerado um afrodisíaco. O abacate era antigamente chamado de “pêra-de-advogado”. O frio é um dos principais inimigos do abacateiro.


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DICAS PARA CONSUMIR curece. Para evitar o seu escurecimento imediato, passe um pouco de limão na superfície do fruto.

llAntes de cortar e limpar o abacate, lave-o bem sob água corrente. Corte-o ao meio, no sentido do comprimento, torça delicadamente as duas metades para separá-las da casca. Com a ponta de uma faca, remova o caroço. Corte a polpa em fatias ou amasse, conforme a forma que pretenda usá-lo.

llEm pratos salgados, vai bem com camarão e lagosta, em saladas ou acompanhando pratos fortes, mas, atenção: use a fruta bem madura, para evitar que fique amargo.

llDepois de remover a casca, o abacate deve ser imediatamente consumido, porque, em contato com o ar, a polpa es-

llEm pratos doces, combina muito bem com limão, leite, creme de leite e leite conden-

sado, na preparação de sorvetes, cremes, musses e bebidas diversas. É muito comum também comer a polpa do abacate com açúcar, devido ao seu sabor não muito doce. Porém, como temos dito em várias oportunidades, devemos evitar o açúcar refinado, podendo substituí-lo pelos sucedâneos: mel, melado, açúcar mascavo ou demerara, etc., caso não consiga mesmo comê-lo ao natural, o que é ideal.

llExperimente usar somente o sumo do limão para temperar e verá como combina bem, tornando a fruta deliciosa, além, claro, de diminuir um pouco os efeitos do seu alto teor calórico. É tudo uma questão de habituar o paladar, com evidentes vantagens imediatas.

tes tradicionais, tais como: verduras, ervas aromáticas, além de outros temperos (azeite, pimenta, etc.).

ll Saladas: É muito usado desta maneira, principalmente na Europa e nos demais países de origem. O abacate é acrescentado aos demais ingredien-

ll Sopa: Em alguns países, são colocados alguns pedaços da fruta junto com os outros ingredientes, tais como legumes, cereais, hortaliças, etc.

ll Pasta: Depois de liquidificado e temperado, é usado em torradas e pães, com bastante sucesso.

MORFOLOGIA Base de inserção do pedúnculo

Pedúnculo

Base de inserção do pedicelo Espaço livre da cavidade do caroço

Pedicelo Base

Ouro-Verde

Margarida

Casca Mesocarpo (polpa) Ápice

Formato Piriforme Piriforme Esferóide Elíptico Elíptico Piriforme Piriforme Piriforme Piriforme

Geada

Nervuras da casca

Cavidade do caroço Caroço

Variedades Fucks Geada Margarida Ouro-Verde Breda Fortuna Quintal Hass Fuerte

Fucks

Coloração da casca Verde Verde Verde Verde-escura verde Verde Verde Roxa Verde

Breda

Textura da casca Lisa Lisa Rugosa Levemente rugosa Lisa Rugosidade média Rugosidade média Muita rugosidade Muita rogosidade

Fortuna

Espessura da casca Fina Fina Grossa Média Fina Média Média Grossa Grossa

Quintal

Hass

Coloração da polpa Amarela Amarela Verde-clara Amarela Amarela Amarela Amarela Amarela Amarela

Fuerte

Textura da polpa Com fibras Com poucas fibras Sem fibras Sem fibras Sem fibras Sem fibras Sem fibras Sem fibras Sem fibras

Ilustrações: Bertoldo Borges Filho

PRINCIPAIS VARIEDADES DE ABACATE COMERCIALIZADAS NA CEAGESP


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ABACATE

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Agromarketing do abacate na L.A Ferretti PROPAGANDA Degustação

em supermercados e livros de receitas fazem parte da ação da atacadista para promover a fruta llAs atividades da produtora e atacadista L.A. Ferretti começaram há aproximadamente 30 anos, com o cultivo de abacate e limão e comercialização no Mercado Municipal de São Paulo. Muito popular na Ceagesp, a empresa concentra a maior parte da produção no interior de São Paulo, nas regiões de Mogi Mirim e Santo Antônio de Posse – onde está localizada, também, a matriz beneficiadora da empresa. Além disso, possui duas filiais. Na Ceagesp, desde 2003, e no Município de Cândido Rodrigues, adquirida em 2013, voltada para compra e pós-colheita. No ano passado, a unidade passou por reestruturação em diversas áreas e ações de marketing para promover o abacate foram colocadas em prática. Grande produtora, A L.A. Ferretti oferece diferentes variedades da fruta: Fortuna, Quintal, Geada, Campinas, Breda e Margarida, além do “abacate baby” - o avocado hass, originário do México. Fornecedora de abacate para grandes hipermercados – como Pão de Açúcar, Extra e Zaffari – a atacadista escolheu atingir diretamente o mercado varejista e instalou pontos de degustação em mais de 40 locais. Consumidores da capital paulista e de Campinas puderam apreciar um delicioso creme feito com abacates selecionados. “Notamos que as pessoas ficaram surpresas, pois não é muito comum ocorrer degustação com alimentos preparados com frutas in natura e sim de produtos industrializados”, relata Jonas Octávio, gerente da L.A. Ferretti. Já para incentivar o consumo de abacate entre as crianças, a produtora lançou uma revista de

JONAS OCTÁVIO

Dedicação no cultivo da Irmãos Orioli Permissionário possui pomares produtivos de abacate com mais de três décadas QUALIDADE

Estamos honrados por dar nossa contribuição a uma área de extrema importância, que é a educação. Vamos oferecer o que for necessário para o sucesso deste projeto, fortalecendo cada vez mais esta parceira Jonas Octávio

Gerente da L.A. Ferretti

atividades chamada “A Turma do Abacate”. Com palavras cruzadas, caça-palavras, desenhos para colorir e diversas outras tarefas, a publicação diverte a garotada, ajuda a desenvolver diversas habilidades e aproxima o público infantil de alimentos saudáveis. Outra publicação criada pela L.A. Ferretti é o livro “Receitas: Saúde Para Você”. Nele, o consumidor pode encontrar informações nutricionais, benefícios à saúde e variadas receitas que incluem abacate e limão como ingredientes principais.

Parceria com a FAJ A produtora de frutas L.A. Ferretti e a Faculdade de Jaguariúna formalizaram uma parceria inédita no início do ano. As companhias firmaram um acordo de cooperação para levar o abacate cultivado pela atacadista para as aulas práticas do curso de Gastronomia da instituição de ensino. De acordo com o documento, cada aluno do terceiro semestre (último ano) terá que aplicar todo o conhecimento adquirido nas disciplinas para criar uma receita a partir do abacate, fruta que será fornecida pela empresa.

llA cada safra, a atacadista Irmãos Orioli produz e comercializa cerca de 150 mil caixas de abacate. A plantação iniciada em Ribeirão Preto nos anos 70, ainda rende frutas de árvores semeadas há mais de 30 anos. O segredo, segundo o permissionário Devanir Orioli, é a atenção dispensada ao plantio, que requer cuidados específicos para se manter saudável e ativo durante décadas. “Sendo assim, o cultivo de abacate necessita de uma vida inteira de dedicação do produtor. É preciso disposição senão corre o risco de perder tudo”, avalia Orioli. Para ele, o consumo de abacate aumentou nos últimos anos, facilitando o escoamento da produção e ajudando agricultores que não se renderam à tentadora cultura da cana-de-açúcar. “Persistimos no abacate e conseguimos oferecer frutas de excelente qua-

Estamos sempre atentos e conseguimos conter problemas relacionados a pragas ou doenças decorrentes do clima Devanir Orioli Empresário

lidade, com preços competitivos”, garante o permissionário. A Irmãos Orioli distribui para todas as regiões do país e apesar da dificuldade em conseguir mão-de-obra para lidar com os altíssimos pés de abacate, a Irmãos Orioli investe constantemente em melhorias no plantio. Dessa maneira, os pomares se mantém produtivos por vários anos.

Bom manuseio garante abacates selecionados na Bonella CAROLINA DE SCICCO

llA J. Alcides Bonella, produtora e atacadista de frutas, ocupou em 2013 o primeiro lugar no comércio de abacates na Ceagesp. O resultado é fruto de investimentos em modernização que a empresa realizou nos últimos anos, tanto na produção quanto no espaço destinado a comercialização, dentro do entreposto paulistano. Além de abacate, a Bonella produz abacate hass, caqui, manga e ponkan, mas resolveu se especializar no pseudofruto do abacateiro. A cultura exige tempo e dedicação no cultivo já que demora mais para amadurecer e é difícil encontrar mão de obra. Este ano, uma supersafra de aba-

cates revelou que a otimização na produção está rendendo ótimos frutos, mas a seca das últimas semanas prejudicou muitos pés. “Tivemos uma ótima safra. O problema está sendo na colheita tardia. Houve perdas de até 40%”, afirma Alcides Bonella, permissionário. “Além disso, a desaceleração da economia fez o consumo despencar em todos os setores”. Apesar das oscilações do setor, a atacadista só trabalha com produtos selecionados. As frutas são distribuídas em caixas de papelão rotuladas, que passaram a ser rotina no beneficiamento dos produtos. O cliente escolhe o tipo de fruta, a embalagem e uma equipe de profissionais treinados seleciona.


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cEASAS CeasaMinas traça perfil do comprador do entreposto de Contagem llUma pesquisa feita pela CeasaMinas identificou que 80% dos compradores que frequentam a unidade de Contagem revendem os produtos em um raio de até 130 quilômetros do entreposto. Para fazer o transporte de mercadorias, 40% dos compradores utilizam caminhões-baú, 29% usam veículos utilitários e apenas 0,52% usam veículos refrigerados. “A proximidade com o comprador demonstra a importância que temos em Minas Gerais, apesar de sermos uma central de abastecimento que fornece produtos para muitos outros estados do Brasil”, disse o coordenador da pesquisa e chefe do departamento técnico da CeasaMinas, Wilson Guide. A pesquisa indicou também que 52,7% da população de Minas Gerais tem, no varejo de seus municípios, produtos comercializados no atacado da CeasaMinas em Contagem. Além disso, 52,7% dos compradores que vão ao entreposto de Contagem têm como principal compra produtos como cereais, industrializados alimentícios e não alimentícios, além de serviços. Isso demonstra o quanto é importante

que uma central de abastecimento tenha um mix de produtos variados e que vá além dos hortigranjeiros. É o que ocorre na unidade da Grande Belo Horizonte (considerada a mais diversificado do Brasil). Outros 47% dos compradores frequentam o entreposto para comprarem horti-

granjeiros, principalmente. Mais um dado importante revelado pela pesquisa é que 54% dos compradores entrevistados trabalham para sacolões e pequenos supermercados. As grandes redes de supermercado respondem por 1% do total de

compradores. Mas isso não significa que eles compram apenas 1% do que é comercializado no entreposto de Contagem. Além disso, os grandes supermercados procuram produtos atípicos, sazonais ou regionais, tais como jiló, vagem e tomate-cereja. Outros 18% dos compradores trabalham para restaurantes, padarias, bares, hotéis e lanchonetes. Para 46% deles, os produtos industrializados alimentícios são os preferidos, superando a compra de hortigranjeiros. O mesmo ocorre para 38% dos compradores de pequenos supermercados. Dentre todos os entrevistados, 21% afirmaram vir até o entreposto de Contagem cinco vezes na semana. Entretanto, a maioria, 26%, vai ao mercado duas vezes por semana. Chamou a atenção ainda o fato de que as mulheres já representam 14% do total de compradores. Para 47% dos compradores, o principal desafio que a CeasaMinas tem que superar é o trânsito. Com este objetivo, o Conselho de Administração da CeasaMinas aprovou, em reunião realizada no último dia

11, a construção de um pátio logístico com capacidade para 2500 veículos leves próximo ao pavilhão Z. O projeto de engenharia já está pronto e o edital está sendo elaborado. A pesquisa do perfil do comprador foi feita entre os meses de dezembro de 2013 e fevereiro de 2014. Foram entrevistados 386 compradores em 39 pavilhões da CeasaMinas em Contagem. A margem de erro da pesquisa é de cinco pontos percentuais para mais ou para menos. Qualidade do serviço oferecido pela CeasaMinas em Contagem •63% dos compradores disseram que a limpeza do entreposto atende bem ao público •79% dos entrevistados consideram que os horários de comercialização são adequados •63% dos compradores que utilizam a informação de mercado se informam sobre os preços usando o painel do Mercado Livre do Produtor (MLP)

Encontro de Jardineiros e Paisagistas na Ceasa Campinas PALESTRAS

A palestra ministrada abordava o tema: ‘A Importância do profissional de jardinagem e paisagismo na nova concepção de cidades e regulamentação da profissão de paisagista’. “Temos que ter o pensamento de melhorar as cidades. Engarrafamento, enchentes e deslizamentos, poluição do ar, alto índice de ruídos, ilhas de calor, inversão térmica, falta de espaço. Para mudar este quadro, é fundamental que

as cidades tornem-se resilientes”. Campinas é o maior centro de paisagismo do Brasil”. Com esta frase, Marcelo Novaes deu sequência as palestras do dia. “Renato Righetto trouxe para cá os conceitos de Burle Marx. Também tivemos o Dr. Hermes Moreira de Souza com seu valioso trabalho no Instituto de Agricultura de Campinas (IAC), sem contar que temos muitos viveiros de plantas”, ressalta.

O palestrante ressaltou a importância história das personalidades e exemplificou, por meio de imagens, projetos paisagísticos em pequenas e grandes áreas. Durante os quatro dias de eventos, foram abordados os seguintes temas: tipos de solos, lagos ornamentais, pragas, fungos, defensivos para jardins, irrigação paisagística, iluminação artificial no paisagismo e jardins sustentáveis.

Para encerrar a programação, os participantes tiveram a oportunidade de visitar o Jardim Botânico Plantarum, em Nova Odessa. O Primeiro Encontro de Jardineiros e Paisagistas da Ceasa/ Campinas aconteceu de 28 a 31 de julho e teve por objetivo a troca de experiências, a atualização e qualificação dos profissionais dos segmentos de jardinagem paisagismo, em suas áreas de atuação.

Comércio de agrião é destaque na Braga

Entrega de legumes na Marrom

Poisé comercializa abacaxi o ano inteiro

Veiga Flores: especialista em rosas

Rosas colombianas na Jonas Folhagens

ll Tradicional, a atacadista Braga abastece mercados e distribuidoras com verduras vindas principalmente do eixo Ibiúna / Piedade. São quase 20 anos de atuação no Entreposto Terminal de São Paulo. Mas a tradição teve inicio antes, quando o pai de Paulo Edson Braga - atual dono da empresa -, era funcionário na Cooperativa de Cotia. http://goo.gl/HpOBE8

llA atacadista Marrom foi inaugurada há sete anos por Luiz Viana Filho, conhecido no mercado da Ceagesp como Marronzinho. Depois de acumular três anos de experiência como vendedor em outra empresa, surgiu a oportunidade de adquirir o próprio box. Atualmente, Luiz comercializa batata, vagem, berinjela, cenoura, beterraba, pimentão, quiabo e outros legumes. http://goo.gl/muiQZE

ll Paulo José Roberto Costa atua na Ceagesp há mais de 30 anos. Inicialmente comercializava manga e abacate produzidos por seu sogro na cidade de Jardinópolis, interior de São Paulo. De lá também vem o nome fantasia de sua distribuidora, Poisé - apelido de infância que abreviava seu nome. O abacaxi é o carro-chefe da empresa. http://goo.gl/NENju1

llDesde menino, Israel da Veiga trabalha com a cultura de rosas de corte. Produtor na região de Bragança Paulista, vende seus produtos na Ceasa paulistana há mais de uma década. Hoje, o permissionário contabiliza cerca de 25 anos de atuação no segmento. Rosa é o carro-forte especialmente pela tradição da família, mas eles também comercializam Aster e Tango. http://goo.gl/ok1E4A

llHá cinco anos, Jeferson trocou os escritórios de advocacia para atuar no comércio de flores e plantas no entreposto. Filho de permissionário, o advogado assumiu o lugar do pai na atacadista Jonas Folhagens, que está na Ceagesp desde o início do mercado, há 40 anos. “Meu pai queria encerrar o negócio, mas eu quis tocar em frente”, explica. http://goo.gl/mYa3jD

Evento promove atualização do setor llO paisagista e presidente da

Associação Nacional de Paisagismo (ANP), João Jadão, abriu as atividades no dia 28 de julho, no 1º Encontro de Jardineiros e Paisagistas da Centrais de Abastecimento de Campinas.

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eventos Festa de comemoração dos 100 anos de feira livre em SP

Paulo Gomes Júnior, presidente da União dos Feirantes, ao lado de Marlene Campos Machado e Thyanne Sousa, Miss Feira etapa capital llNo dia 27 de julho aconteceu o 2º Baile dos Feirantes em Comemoração aos 100 anos de Feira Livre do Estado de São Paulo. Na festa, foi eleita a Miss Feira etapa capital. Thyanne Sousa, 25 anos, agradou os jurados e ficou com o título. O próximo evento em comemoração aos 100 anos de Feira Livre acontece no dia 27 de agosto no Parque Tiquatira, na capital e é realizado pela União dos Feirantes do Estado de São Paulo.

Curiosidades • Existem 873 feiras livres no estado e mais de 16 mil barracas • O setor emprega 12 mil trabalhadores • A feira mais antiga fica no Brás e foi inaugurada em 1915 • A maior fica no Jabaquara e abriga 175 barracas


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LEITURA Mês de agosto tem humor no Entreposto do Livro

As Mentiras que os Homens Contam (Luis Fernando Veríssimo) llReunião de crônicas do autor

sobre o cotidiano, espalhadas em vários de seus livros ou publicadas nos jornais. Este é o primeiro livro da série de relançamentos da obra completa de Verissimo. O título está entre os mais preciosos do humor brasileiro.

Minhas Mulheres e Meus Homens (Mario Prata) llUm retrato da família brasileira, com todos os seus pecados e virtudes e da geração que nasceu na década de 60, que passou pela ditadura e pelas mudanças do país nas décadas de 70, 80 e 90. É também uma espécie de autobiografia de Mario Prata, que além de escritor famoso é um divertidíssimo contador de histórias.

Você Está Aí, Vodca? Sou Eu, Chelsea (Chelsea Handler)

Doidas e Santas (Martha Medeiros)

llA obra traz as histórias da famo-

llO livro reúne crônicas que fa-

Ria da Minha Vida 1 Antes Que Eu Ria da Sua (Evandro A. Daolio)

lam das alegrias e as desilusões, dos dramas e as delícias da vida adulta, as neuroses da vida urbana e o prazer que se esconde no dia-a-dia. A autora se mostra sempre terna e indignada, amantíssima da cultura contemporânea e dona de um imbatível senso de humor.

Ria da Minha Vida, que encanta o Brasil e já atingiu um milhão de leitores. Contando fatos verídicos de forma emocionante e bem-humorada, esse livro é especial e singular porque brincará com todas as emoções e sentimentos possíveis.

sa série de televisão Are You There, Chelsea, compiladas em um livro. Um das vozes mais geniais da comédia atual, Chelsea Handler, traz o que há de mais cômico em matéria de relacionamentos, amizades e família .

llA aclamada série dos três livros

Abacate - Produção de Mudas, Instalação e Manejo de Pomares, Colheita e Pós-Colheita Programas exigidos por lei: Programa de Controle de Saúde Médico Ocupacional - PCMSO Programa de Prevenção de Riscos Ambientais - PPRA Laudo Técnico de Condições Ambientais de Trabalho - LTCAT Perfil Profissiográfico Previdenciário - PPP Exames médicos: Admissão, Periódico, Retorno ao trabalho, Demisssionais. Dra. Ana Maria Alencar (Diretora Médica) Entre em contato com nossos representantes Fábio (11) 3832.4049 / 3835.9576 / 7871.2644 End. Edsed II sala 37(em cima da padaria Nativa)

O livro é resultado do trabalho do professor, em dedicação exclusiva à fruticultura mundial e brasileira, no ensino de graduação e de pós-graduação, orientação, pesquisa, assessoria técnica e científica, participação em congressos, visitas aos centros de pesquisa e de produção de frutas em diversos países, professor de cursos de extensão e autor de livros. Iniciando com a importância econômica do abacate no Brasil e no mundo, aparecem os países produtores,

exportadores, importadores, classificação botânica, principais cultivares, climas e solos nas áreas de cultivo e a sua influência na produtividade e qualidade dos frutos. A seguir, a obra ensina como produzir as mudas e o plantio no campo. Nos capítulos finais, são descritas as principais doenças, pragas e os seus controles, a maneira de colher os frutos e o seu tratamento de pós-colheita, embalagem e armazenamento. Livro com fotos coloridas.

Autor: Professor Otto Carlos Koller Editora: Cinco Continentes


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