Jornal Entreposto | Janeiro 2014

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Um jornal a serviço do agronegócio

Associação Brasileira das Centrais de Abastecimento

Diretora Geral: Selma Rodrigues Tucunduva | ANO 14 - No 164 | janeiro de 2014 | Circulação nacional | Distribuição autorizada no ETSP da Ceagesp | www.jornalentreposto.com.br

Produtores brasileiros aumentam eficiência no cultivo de alho ANAPA

Mesmo com a diminuição da área plantada, a produção de alho no Brasil cresceu 34% nos últimos 20 anos. O fato se deve à competência do agricultor nacional que, mesmo sendo esmagado pelos produtores chineses, conseguiu aumentar o rendimento da lavoura. Na Ceagesp, o volume comercializado dobrou na primeira década dos anos 2000, mas a participação do produto brasileiro caiu de 47% para 21% no mesmo período. Segundo os atacadistas do entreposto, o ano passado serviu como lição de que o barato pode sair caro. Muitos acabaram investindo alto no bulbo chinês - mais em conta, porém de qualidade inferior - e não tiveram o retorno esperado. Para 2014 a expectativa é de valorização do produto nacional e, consequentemente, aquecimento do setor alheiro. Confira a entrevista com a gerente executiva da Associação Nacional dos Produtores de Alho, Cristina Neiva. PÁGINAS 6 a 13

Artigo |

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2014: O ano dos pequenos agricultores familiares

Cultura |

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O projeto de leitura Entreposto do Livro completa seis meses

Balanço | PÁGINA 4

Geral Alta

1,23%

Frutas Alta

0,88%

Legumes Alta

0,60%

Verduras Alta

11,06%

Diversos

Pescado

Alta

Baixa -3,28%

0,14%

Índice Ceagesp - dezembro 2013

Exportações atingem quase US$ 100 bi em 2013


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Cultura

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Projeto cultural Entreposto do Livro completa seis meses Idealizado pelo Grupo de Mídia Entreposto e lançado em julho do ano passado, o projeto cultural que busca estimular a leitura entre os frequentadores e visitantes da Ceasa Paulistana, Entreposto do Livro, inicia 2014 com motivos para comemorar: são seis meses dessa bem sucedida experiência. Também conhecido como bolsão de livros, o projeto conta com acervo formado mediante doações. Estão disponíveis obras de diversos gêneros, especialmente livros contemporâneos. Para pegar obras emprestadas, é só apresentar um documento com foto e se cadastrar gratuitamente na recepção do Grupo de Mídia Entreposto - localizado ao lado da farmácia, no Edifício Sede II - de segunda a sexta-feira em horário comercial. Você também pode contribuir com o projeto. Para isso, basta doar os livros na recepção ou entrar em contato para retirarmos no local. *Lembramos que a Sala de Cultura Ceagesp, localizada no segundo andar do prédio da diretoria e mantida através do trabalho voluntário do funcionário José Carlos Cruz, possui um grande acervo literário e também disponibiliza livros para empréstimo seguindo regulamento interno.

• Leitura Dinâmica e Memorização

• Filosofando, Intodução à Filosofia

• Manual Básico de Estudo • Introdução à Economia

Entreposto do Livro Telefone: (11) 3832-5681 contato@entrepostodolivro.com.br

Sala de Cultura Ceagesp José Carlos Cruz Telefone: (11) 3643-3921 jpaula@ceagesp.gov.br

PauloFernando FernandoCosta Costa//Carolina Carolinade deScicco Scicco// Paulo Letícia Doriguelo Benetti / Paulo César Rodrigues Letícia Doriguelo Benetti / Paulo César Rodrigues

Anita Gutierrez/ Gabriel Bitencourt / Hélio Junqueira e Marcia Peetz/ Manelão

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Editorial

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Balança Comercial

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BALANÇA COMERCIAL

Exportações do agronegócio atingem quase US$ 100 bilhões em 2013 De acordo com a CNA, complexo soja é o segundo item mais importante na pauta de exportações Depois de assegurar as condições para que o Brasil alcançasse sucessivos recordes em sua balança comercial nos últimos anos, a agropecuária confirmou sua importância para o desempenho das exportações e da economia do país em 2013, conforme dados divulgados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). O crescimento de 4,3% das exportações do agronegócio, que totalizaram US$ 99,97 bilhões no ano, é quase duas vezes maior que a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) estimada pelo governo para 2013. De acordo com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), em 2013, a participação do setor na balança total atingiu percentual de 41,3%, contra 39,5% em 2012. O saldo da balança do agronegócio fechou o ano em US$ 82,9 bilhões, o que representa um crescimento de 4,4% em relação ao ano anterior. Sem o bom desempenho do setor agropecuário, resultado das exportações totais do Brasil teria sido ainda pior que a redução de 1% registrada em 2013. Da lista de 10 produtos re-

cordistas de vendas externas, divulgada pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), seis são agropecuários: soja em grão, farelo de soja, carne bovina, milho, celulose e couro. Além disso, os quatro primeiros lideram esse ranking. No ano passado, os embarques do complexo soja ultrapassaram o faturamento obtido com as vendas externas de petróleo e derivados. As vendas de soja em grão, óleo e farelo somaram US$ 30,96 bilhões em 2013, enquanto os embarques de petróleo e derivado renderam US$ 22,37 bilhões. O complexo soja quase alcançou os valores faturados pelo minério de ferro, principal item da pauta exportadora do país. Enquanto o primeiro respondeu por 12,8% das vendas externas, o outro representou 13,4% dos embarques. Para 2014, a expectativa é de manutenção de taxas expressivas de crescimento das exportações de soja, reflexo da previsão de colheita de mais uma safra recorde no Brasil. O embarque de grandes quantidades do grão vai compensar eventuais recuos dos preços internacionais da commodity. PAULO FERNANDO

Carregadores homenageiam Santa Luzia Padroeira da Ceagesp, a santa protetora dos olhos foi homenageada durante missa celebrada no Galpão dos Carregadores, em 14

de dezembro, pelo bispo Dom Julio Endi Akamine. O culto à santa nascida em 283 d. C., em Siracusa, na Itália, reuniu familiares e amigos dos carregadores autônomos que trabalham na Ceagesp. Ao final do ato religioso, o presidente do Sindicar (Sindicato dos Carregadores), José Pinheiro de Souza, e o presidente da estatal, Mário Maurici, entregaram prêmios aos voluntários do Banco Ceagesp de Alimentos. O Sindicar vai realizar outra missa na semana de Corpus Christi, que já se tornou uma tradição na entidade.


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Pesquisa

ALIMENTAÇÃO

Preço da cesta básica aumenta em 18 capitais Banana apresentou altas acumuladas em todas as cidades pesquisadas em 2013 O valor da cesta básica aumentou, em 2013, nas 18 capitais pesquisadas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). De acordo com a Pesquisa Nacional da Cesta Básica, nove localidades tiveram oscilação acima de 10%, com as maiores elevações registradas em Salvador (16,74%), Natal (14,07%) e Campo Grande (12,38%). As menores variações ocorreram em Goiânia (4,37%) e Brasília (4,99%). De acordo com a pesquisa, no mês de dezembro, a cesta básica aumentou em 15 cidades, sendo que as maiores altas

foram registradas em Goiânia (7,95%), Florianópolis (7,86%), no Recife (2,37%), em Salvador (2%) e Campo Grande (1,84%). No sentido contrário, aparecem Aracaju (-0,88%) e Rio de Janeiro (-0,43%), as duas únicas cidades onde foi registrada variação negativa. Porto Alegre foi a cidade que apresentou o maior valor para a cesta básica (R$ 329,18), mesmo sendo a terceira menor variação positiva (0,14%). Na sequência, estão São Paulo (R$ 327,24) e Vitória (R$ 321,39). Os menores valores médios foram observados em Aracaju (R$ 216,78), João Pessoa (R$ 258,81) e Salvador (R$ 265,13).

No acumulado do ano, o leite, a farinha de trigo, a banana, o pão francês e a batata tiveram aumento em todas as regiões em que foram pesquisados. O leite mostrou variações entre 6,18% (Manaus) e 28,24% (Belém). Em todas as localidades as taxas foram maiores do que 13%, menos no Amazonas. Em dezembro, a maior parte das cidades teve redução nos preços, com os aumentos ocorrendo em Florianópolis (6,96%), Natal (3,82%), Aracaju (3,09%) e Brasília (2,02%). Em 2013, a farinha de trigo teve variações que chegaram a 67,06% em Florianópolis, 55,56% em Campo Grande, 46,24% em Goiânia, 37,96% em Porto Alegre, 33,47% em Curitiba, 31,25% em Brasília e 30,72% em São Paulo. Em dezembro, Florianópolis registrou variação de (20,68%),

Campo Grande (6,87%), Goiânia (3,03%) e Belo Horizonte (1,66%). A principal queda ocorreu em Brasília (-5,57%). Já o pão francês subiu, em 2013, em todas as regiões pesquisadas, com variações que oscilaram entre 2,13% em Aracaju e 24,17% em Campo Grande. No mês de dezembro, houve estabilidade em Brasília e aumento em Campo Grande (6,08%), Florianópolis (5,48%), Goiânia (3,58%), João Pessoa (1,73%), Salvador (1,20%), Vitória (0,60%), Belo Horizonte (0,35%), São Paulo (0,32%), Belém (0,25%) e Porto Alegre (0,14%). Em 2013, o preço da batata subiu nas dez localidades do Centro-Sul, onde é pesquisada. As taxas variaram entre 4,41% no Rio de Janeiro e 45,60% em Porto Alegre. Em dezembro de 2013, foram registrados au-

mentos em Goiânia (34,59%), em Brasília (14,36%) e Curitiba (7,66%). Em Florianópolis, houve diminuição (-0,44%). A banana apresentou altas acumuladas em todas as cidades em 2013, com taxas que variaram de 73,89% em Natal a 4,46% em Brasília. Em dezembro de 2013, a elevação do preço apareceu em dez cidades, com destaque para Goiânia (11,16%). Houve estabilidade em João Pessoa e diminuição em sete localidades. Em Aracaju, a redução foi 17,44%. O óleo de soja foi o único produto da cesta que teve seus preços reduzidos em todas as cidades, com taxas que variaram entre -27,10%, em Curitiba, e -13,66% em Natal. Em dezembro, houve aumento em 12 cidades, com variações de 0,31% em Campo Grande a 2,39% em Goiânia.

ALIMENTAÇÃO

Renegociação de dívidas de produtores rurais somou R$ 1,3 bilhão em 2013

*Preço válido para S10 LS Cabine Dupla 2.4 Flex 4X2 13/14, pint. sólida, cód. R7T. Todos os veículos Chevrolet estão em conformidade c/o PROCONVE - Programa de Controle de Poluição do Ar por Veículos Automotores. A Carrera se reserva o direito de corrigir possíveis erros gráficos. Condição válida até 15/2/2014 ou enquanto durar o estoque. Imagens ilustrativas. Faça revisões em seu veículo regularmente.

A renegociação de dívidas de agricultores familiares e empresariais dos estados do semiárido brasileiro encerrou o ano com R$ 1,3 bilhão em débitos liquidados e 114,9 mil operações renegociadas. A Bahia foi a responsável pela maior parte desse volume, com R$ 250 milhões renegociados. Em segundo lugar ficou o Piauí, com R$ 217 milhões, seguido de Minas Gerais, com R$ 211 milhões. Os dados foram

divulgados pelo Ministério da Integração Nacional. A renegociação a que se refere o balanço foi instituída pela Lei n° 12.844/2013, especificamente para ajudar agricultores afetados pela estiagem. A oportunidade é válida para débitos contraídos até dezembro de 2006. Em 30 de dezembro, o Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou, ainda, condições especiais de renegociação para produtores rurais do

Norte, Nordeste e Centro-Oeste que queiram liquidar débitos contraídos até 2010. Além de possibilidade de liquidar débitos, o governo instituiu, desde maio de 2012, linhas de crédito emergenciais para auxiliar a população atingida pela seca. O prazo para contratação desses empréstimos encerrou-se em 30 de dezembro de 2013. Por enquanto, não houve prorrogação.


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Entrevista

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Alho chinês ainda preocupa produto Apesar das medidas tomadas pela associação de produtores, o bulbo da China continua interferindo no mercado brasileiro Constituída no final dos anos 70, a Associação Nacional dos Produtores de Alho (Anapa), se fortaleceu e passou a atuar com mais eficiência na política agrícola do setor alheiro. Além de participar de processos de antidumping, colabora no controle da qualidade do alho e viabiliza recursos para pesquisas de extensão rural e aumento da produção. Em 2013, a organização esteve à frente de duas importantes decisões: a renovação do direito antidumping e o julgamento da Arguição do Descumprimento do Preceito Fundamental – ADPF 177, que tem por objetivo garantir o efetivo pagamento das tarifas de importação. Para a Anapa, as principais dificuldades enfrentadas pelos produtores de alho é a concorrência com a produção chinesa e argentina, o não pagamento de antidumping, falta de normas e padrões de classificação para o alho importado e o combate a doenças nas plantações do Brasil. “Além disso, esbarramos na alta tributação, falta de incentivo e negligência quanto a aspectos de inspeção vegetal”, completa Cristina Neiva, gerente executiva da associação. Diante desse quadro, a Anapa elaborou um plano de desenvolvimento para a alhicultura brasileira que tem como objetivo maior coesão entre agricultores e demais participantes da cadeia produtiva. A diretoria acredita que, dessa maneira, poderão aumentar a produção, melhorar a qualidade, bem como defender os interesses comuns na luta contra a concorrência desleal. Leia a entrevista completa com Cristina Neiva e conheça os rumos que o setor alheiro deve seguir. JE - Quantos produtores de alho existem no Brasil e quantos empregos são gerados pelo setor? Cristina Neiva - No Brasil há cerca de 4.000 produtores da agricultura familiar e mais 1000 pequenos, médios e grandes produtores de alho. Com uma área estimada de 10 mil ha na safra de 2013, estima-se que o setor gere, direta e indiretamente, 100 mil empregos.

JE – Como a Anapa analisa a produção brasileira dos últimos anos? CN - Os trabalhos de melhoramento genético de sementes têm melhorado a produtividade ano a ano. Atualmente, as sementes utilizadas no plantio de alho em todo o país são, sem sua maioria, livre de vírus, o que agrega alto potencial produtivo.

JE – E a lucratividade? CN – Nos últimos ano, o negócio do alho vem se tornando atrativo devido ao trabalho do departamento jurídico da Anapa na caça às liminares, que não permite que os importadores concorram de forma desigual com o produtor brasileiro. Na média, a lucratividade dos últimos anos ficou entre 20 e 30% do capital investido.

JE – Como a entrada do alho chinês interfere no mercado nacional? CN – O alho chinês interfere negativamente no mercado nacional já que seu custo de produção é muito barato. Dessa maneira, o produto chega ao Brasil por um preço muito mais baixo do que o mercado nacional. Os importadores trazem grandes volumes e, muitas vezes, utilizam subterfúgios para driblar a legislação vigente, desembaraçando o alho sem pagar as devidas taxas e impostos. Essas ações desequilibram o setor alheiro no Brasil.

JE - Qual é a relevância da taxa antidumping do alho chinês para os produtores brasileiros? CN - O aumento da tarifa de US$ 5,20/caixa para US$ 7,20/ caixa representa maior segurança para os produtores brasileiros trabalharem nos próximos 5 anos, garante que as 4 mil famílias que dependem da produção de alho continuarão na atividade e no campo e os mais de 100 mil empregos gerados pelo setor serão mantidos. Com esse novo cenário, podemos arriscar em projeções otimistas, com aumento significativo de área plantada, melhora da competitividade do produtor nacional e consequente aumento de empregos do setor.

Além disso, a renovação significa que o mercado brasileiro não ficará refém do alho chinês. Nós temos plenas condições de abastecer nosso mercado interno com produto de qualidade e durante todo o ano. As importações chinesas de alho devem ser complementares à produção nacional e não o contrário. A cadeia produtiva de alho brasileiro não pode ficar a mercê da produção chinesa de alho. JE – Como está a competitividade do alho nacional diante dos concorrentes chineses e argentinos? CN - O alho nacional é mais competitivo no que se refere à qualidade nutricional e gastronômica. Porém, devido às diferenças no custo de produção, o produto nacional perde competitividade nas gôndolas dos supermercados por ter preço mais elevado que o produto chinês e argentino. A vantagem competitiva da Argentina está relacionada aos baixos custos de insumos e vantagem no solo,

muito mais rico em nutrientes do que o brasileiro. Enquanto que a vantagem chinesa se deve à interferência do governo na cadeia produtiva e baixos custos de mão de obra. JE – Qual é a expectativa da Anapa para o mercado de alho brasileiro nos próximos cinco anos?

CN - A estratégia da Anapa é aproveitar esses próximos 5 anos de vigência da tarifa antidumping para investir em pesquisas para o setor e trabalhar incessantemente na valorização do alho roxo brasileiro. A Anapa acredita que a produção nacional pode se reestabelecer e chegar a abastecer cerca de 80% do mercado brasileiro.


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Mercado e Produção

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or nacional, diz Anapa ANAPA

ofensa à soberania econômica; ofensa à concorrência desleal; e ofensa ao princípio da separação dos poderes, deve ser julgada em breve. Esta ação visa garantir o efetivo pagamento das tarifas de importação. Com a tramitação da ação juízes não concederam mais liminares e, consequentemente, os importadores não as solicitaram mais. Percebe-se então, a partir disso, que o trâmite da ADPF e seu posterior julgamento são de crucial importância para o setor alheiro, pois é a única medida capaz de dar efetividade ao direito antidumping. • LETEC:

Principais medidas tomadas pela Anapa perante o domínio do alho chinês no mercado brasileiro • Antidumping: Nos últimos 18 meses a ANAPA não mediu esforços para conseguir esse êxito para a cadeia e garantir a continuidade da cultura no país. Desde o início do processo de renovação viu-se que seria uma batalha das mais difíceis, onde a ANAPA precisaria vencer adversários com muito mais influência política e financeira. Nesse período a mobilização e a articulação política foram intensas. As reuniões com parlamentares e entidades do governo eram frequentes para que a causa do produtor de alho nacional fosse reconhecida por todos. A reta final do processo de renovação, especialmente a partir do segundo semestre de 2013, foi marcado por momentos extremamente tensos para a associação e os produtores de

alho. Mas a ANAPA sempre acreditou em sua estratégia, baseada em princípios jurídicos e técnicos. E tivemos a renovação e um aumento considerável de 50% ( de US$ 5,20 para US$ 7,80). Além disso, a República Popular da China será reconhecida como Economia de Mercado em 2016, fato que mudará todo o processo de revisão da tarifa antidumping e tornará a renovação da tarifa muito mais difícil. • ADPF 177:

Em julho de 2009, foi interposta uma ação no Supremo Tribunal Federal, a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental - ADPF 177, que teve por objetivo duas questões principais: cassar as liminares em vigor e impedir que novas decisões fossem proferidas. Alicerçada sob os fundamentos de

O alho atualmente está em uma relação com 100 produtos, onde o imposto de importação que seria de 14,5%, é de 35% (alíquota máxima). Outra lista de exceção com mais 100 produtos foi extinta pelo governo e outra uma que estava em análise para ser criada também foi anulada. O governo irá trabalhar apenas com a primeira lista de exceção, na qual o alho está incluído. Porém, essa listagem será reformulada em 2014 e, com esse novo cenário, 300 produtos tentarão estar em uma lista com disponibilidade para apenas 100. Há uma pressão muito grande para que o alho saia da LETEC, porque já existe a salvaguarda do antidumping para a cadeia enquanto alguns produtos estão totalmente desprotegidos. A manutenção do alho na LETEC é tão importante quanto à tarifa antidumping para a continuidade da produção de alho no Brasil. • Instrução Normativa SDA 2:

Em 29 de abril, foi publicada a Instrução Normativa DAS nº2 que determina que o desembarque de alho chinês em solo brasileiro deverá ser realizado somente após atestar que o bulbo importado está livre de resíduos vegetais e material de solo. Esta Instrução Normativa DAS 2 é resultado de um pleito encaminhado em 2006 Anapa ao Ministério da Agricultura, no qual solicitava a Análise de Risco de Pragas sobre o alho importado, com base em um estudo pormenorizado realizado juntamente com a Embrapa, que identificou mais de 20 pragas quarentenárias que colocam em risco a produção nacional.

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Embrapa lança

cultivar de alho para pequenos produtores Com o intuito de oferecer ao pequeno produtor de alho um material produtivo e uniforme, a Embrapa Hortaliças (Brasília, DF) lançou no final do ano passado a cultivar BRS Hozan. O material foi obtido por meio de seleção clonal, que é quando uma planta se destaca em comparação às outras e, por isso, é multiplicada para gerar clones da planta original. Neste caso, somado à seleção, houve um aperfeiçoamento do material, que passou por um processo de limpeza de vírus para garantir sua qualidade fisiológica e sanitária e, assim, contribuir para o estabelecimento de uma lavoura vigorosa e uniforme. Considerado um alho semi-nobre, o BRS Hozan apresenta alta qualidade de bulbos (cabeças) e, nas condições tropicais do País, dispensa a vernalização - tratamento no qual o alho-semente fica armazenado por um período em câmara fria, com temperatura entre 3 e 5ºC. “A vernalização substitui a ausência de frio no campo e minimiza os impactos do clima quente no desenvolvimento da cultura. Como o alho BRS Hozan não necessita desse tratamento, ele é uma opção para o pequeno agricultor devido ao menor custo de produção, já que não há necessidade de investir em câmaras frias”, analisa o pesquisador Francisco Vilela. Outra vantagem do alho BRS Hozan é a aparência do bulbo que, quando comparada aos materiais de alho comum, geralmente plantados pelos pequenos produtores, destacam-se pela homogeneidade, já que os bulbilhos (dentes) se encaixam perfeitamente na estrutura do bulbo. “O alho

BRS Hozan apresenta uma média de 15 bulbilhos, grandes e de qualidade. Por isso, ele é indicado para substituir cultivares com número excessivo de bulbilhos e baixa aceitação comercial”, recomenda Lenita Haber, analista de Transferência de Tecnologia da Unidade. Quando se faz a classificação dos bulbos de acordo com o tamanho, o alho BRS Hozan também apresenta vantagem em relação aos materiais comuns, pois apresenta maior percentual de bulbos comerciais. Ensaios conduzidos em Cristópolis/BA, por exemplo, apontam 80,7% de bulbos comerciais (classes 5, 6 e 7) contra 2,2% de bulbos não comerciais e peso médio de 31,4 gramas. Essas características possibilitam que o BRS Hozan seja vendido encartelado, assim como os alhos nobres, agregando valor ao produto e garantindo, assim, uma opção de renda ao pequeno agricultor. Além de apresentar, em condições de campo, resistência parcial à mancha-púrpura e à ferrugem do alho, com manejo adequado, a produtividade do BRS Hozan pode ultrapassar 13 toneladas por hectare. Do ponto de vista da indústria processadora e do consumidor, o novo alho também agrada pelo aroma e sabor acentuados, facilidade de descascar e elevador teor de sólidos solúveis, que confere ao material boa aptidão para processamento. Quem se interessar em adquirir alho-semente da cultivar BRS Hozan deve entrar em contato com a Embrapa Produtos e Mercados: (61) 3448.1823 ou www. embrapa.br/cultivares.


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Qualidade

QUALIDADE

Comércio internacional de alho, segundo a Faostat Anita de Souza Dias Gutierrez Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp

JORNAL ENTREPOSTO

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Um jornal a serviço do agronegócio

O consumo de alho no Brasil 110

Evolução da área plantada (mil hectares) e da produção (mil toneladas) do alho no Brasil, segundo o IBGE

100

18 17

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Produção

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2. A participação do comércio internacional no escoamento da produção de alho cresceu muito – de 0,90 para 8,50% da produção mundial. 3. Os dez países maiores importadores de alho em 1961 foram o Brasil (22,55%), Estados Unidos (20,30%), Cuba (15,03%), França (15,03%), Malásia (8,53%0, Sri Lanka (6,27%), Áustria (3,73%), Alemanha (2,67%), Itália (2,33%) e Singapura (2,13%) – 94% do total.

4. Os dez países maiores importadores de alho em 2011 foram Indonésia (30,74%), Brasil (12,00%), Vietnam (10,82%), Malásia (6,45%), Estados Unidos (5,31%), Federação Russa (4,28%), Paquistão (3,54%), Emirados Árabes (3,39%), Bangladesh (2,23%) e Arábia Saudita (3,23%) – 82,61% do total.

5. A FAOSTAT registrou, no período entre 1961 e 2011, 43 países importadores de alho. A sua composição teve grandes mudanças, ao longo dos anos. 6. A entrada da China no mercado internacional de alho causou uma grande revolução

7. A participação da grande maioria dos maiores países exportadores de alho em 1961 caiu muito ou quase desapareceu. A participação da Itália diminuiu 49 vezes, a do Peru 28 vezes, a do México 19 vezes, a da Argentina e da Espanha 4 vezes cada uma, a da Índia e Singapura despareceram, entre 1961 e 2011. A participação da China cresceu muito. Outros países que cresceram foram a Holanda, os Estados Unidos, a Malásia e os Emirados Árabes.

8. Os Estados Unidos são grandes produtores, exportadores e importadores de alho. A sua participação no volume exportado chegou a 4% em 1990 e caiu para 0,60% em 2011. A sua participação na importação caiu – de 20% em 1961 para 5% em 2011. A sua produção cresceu 14 vezes no mesmo período – de 13 mil toneladas em 1961 para 191 mil toneladas em 2011. 9. O Brasil é um grande produtor e importador de alho. A sua participação no volume importado no mundo caiu de 22% em 1961 pra 12% em 2011 – de 8.451 toneladas para 163.623 toneladas – um crescimento de 19 vezes no volume importado. 10. O crescimento do volume importado e a diminuição da participação na importação mundial é possível pelo grande crescimento do volume de alho no mercado internacional.

70

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Área

10

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1990

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Anita de Souza Dias Gutierrez Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp O Brasil é um grande importador e produtor de alho – portanto um grande consumidor. A soma da produção e da importação de alho é o volume con-

2000

2005

2010

sumido. Neste período a participação da produção nacional foi de 35% para 46%. A produção quase dobrou de 59 mil para 143 mil toneladas e a área de produção diminuiu de 17.535 hectares para 10.064 – 74%. O consumo de alho dos bra-

2012

sileiros cresceu de 166 mil toneladas para 308 mil toneladas – 85 %, entre 1996 e 2012. A população cresceu de 157 milhões para 199 milhões de pessoas – 27%. Os números mostram um aumento de consumo per capita de 46% entre 1996 e 2012.

Evolução do consumo, produção e importação, em toneladas de alho no Brasil, entre 1996 e 2012

310.000 260.000 210.000 160.000 110.000 60.000 10.000 1.996 1.997 1.998 1.999 2.000 2.001 2.002 2.003 2.004 2.005 2.006 2.007 2.008 2.009 2.010 2.011 2.012 2.013 2.006 2.007 2.008 2.009 2.010 2.011 2.012

1. O volume de alho no mercado internacional cresceu 51 vezes entre 1961 e 2011 – de 38 mil toneladas para quase 2 milhões de toneladas em 2011. A produção de alho, no mesmo período, cresceu 4,47 vezes - de 4 para 23 milhões de toneladas.

na composição dos países exportadores de alho. Em 1961, 10 países responderam por 94% do volume: Itália, Argentina, Espanha, México, Chile, Peru, India, Singapura e Malásia. Em 2011, 13 países responderam por 98% da exportação de alho: China, Argentina, Espanha, Holanda, México. França, Estados Unidos, Itália, Chile, Malásia, Emirados Árabes, Peru.

Importação

Produção

Consumo

Evolução da participação % do alho nacional e importado no consumo brasileiro, entre 1996 e 2012 70 65 60 55 50

Importação

Produção

45

40 35 30 1.996 1.997 1.998 1.999 2.000 2.001 2.002 2.003 2.004 2.005 2.006 2.007 2.008 2.009 2.010 2.011 2.012 2.013 2.006 2.007 2.008 2.009 2.010 2.011 2.012

A FAO – Food and Agriculture Organization é um órgão da ONU – Organização das Nações Unidas, que trata de abastecimento, da agricultura. O serviço de estatística da FAO - Faostat fornece informações da produção, exportação e importação de muitas culturas agrícolas. Aqui estão algumas informações sobre o comércio internacional de alho, com dados trabalhados da Faostat.


JORNAL ENTREPOSTO Um jornal a serviço do agronegócio

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Qualidade

janeiro de 2014

Produção de alho cresce no Brasil Participação % dos estados, maiores produtores, na produção brasileira de alho - de 1990 a 2012

Anita de Souza Dias Gutierrez Idalina Lopes Rocha Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp

Os dados do IBGE, disponíveis em www.sidra.ibge.gov.br, de 1990 a 2012, mostram uma grande transformação na produção de alho no Brasil.

1. A área diminuiu de 17.535 hectares em 1990 para 10.064 em 2012 – 74%. 2. A produção aumentou de 71 mil toneladas em 1990 para 107 mil em 2012 – 34%.

3. O crescimento da produção, mesmo com a diminuição da área se deveu à competência dos produtores de alho – de 4 toneladas por hectare em 1991 para 10 em 2012. 4. Dez estados brasileiros produzem alho. Dois estados, Rio Grande do Sul e Goiás, responderam, em 2012, por 49% da área de plantio e junto com mais 3 estados- Bahia, Minas Gerais e Santa Catarina.

40 35 30 25 20 15 10

Goiás

1990 5. A produção está concentrada em Goiás – 33%, que junto com outros quatro estados respondem por 88% da produção brasileira – Bahia, Minas Gerais e Santa Catarina.

Santa Catarina

1995

2000

Minas Gerais

2005

6. Existe grande diferença de produtividade (toneladas por hectare) entre os estados. Goiás é o estado mais produtivo com quase 15 toneladas por hectare.

2010

Rio Grande do Sul

2012

Bahia, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais e Santa Catarina produzem mais que 10 toneladas por hectare. Paraná, Rio Grande do Sul e São Paulo apresentam

Importação de alho pelo Brasil

produtividade de 4,73 a 6,88 toneladas por hectare. 7. A produção migrou para outras regiões –áreas maiores, sistemas de produção mais tecnificados, maior concentração da produção em alguns estados. Em 1990 os grandes estados produtores foram Santa Catarina (26%), Minas Gerais (19%), Goiás (13%) e Rio Grande do Sul (13%) Em 2012 os grandes estados produtores foram Goiás (33%), Santa Catarina (18%), Minas Gerais (17%) e Rio Grande do Sul (16%). 8. No período entre 1991 e 2012, o maior crescimento na produção foi do Distrito Federal (18 vezes) de 277 para 5.173 toneladas. Goiás cresceu 3,87 vezes – de 9.130 toneladas para 35.303, seguida pela Bahia que cresceu 2,80 vezes de 2.845 toneladas para 5.478. A produção do Rio Grande do Sul e de Minas Gerais cresceu 1,89 e 1,38 vezes respectivamente a de Santa Catarina, Paraná, Espírito Santo e São Paulo diminuíram.

Evolução da importação de alho pelo Brasil e da participação da China como fornecedora, em mil toneladas 170 150

130 110

O Brasil é um grande produtor e importador de alho. A sua participação no volume importado no mundo caiu de 22% em 1961 pra 12% em 2011 – de 8.451 toneladas para 163.623 toneladas – um crescimento de 19 vezes no volume importado. Os dados do ALICEWEB – serviço de informação do comércio internacional do Brasil disponível na Internet - mostram que: A importação de alho pelo Brasil cresceu de 13 mil toneladas em 1989 para 163 mil to-

neladas até novembro de 2013 – 12 vezes. O primeiro registro da participação da China como fornecedora de alho do Brasil foi em 1993, já com 27% do total de alho – 13 mil toneladas e chegou a 113 mil toneladas até novembro de 2013 - 69% do total. A entrada da China como fornecedora de alho coincidiu com um grande crescimento na importação de alho. Em 1993 a importação de alho triplicou comparada a 1989 e veio crescendo – sendo em 2008 - 10 vezes maior que em 1989. A importação de alho em pó está crescendo – de 766 toneladas em 1989 para 1.860 toneladas até novembro de 2013 - mais de duas vezes. A parti-

90 70

Brasil

50

30

China

10

1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013

Anita de Souza Dias Gutierrez Idalina Lopes Rocha Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp

cipação da China como fornecedora de alho em pó começou em 1993 com 18 toneladas (5%), chegando a 1.643 toneladas (89% do volume importado – um crescimento de 9 vezes.

O alho em pó tem em torno de 13% de umidade e o alho fresco 70% de umidade. Se transformarmos o alho em pó (13% de umidade) em alho fresco (70%) teremos um volume

de alho em 5,38 vezes maior. A participação do alho em pó, transformado em alho fresco (umidade de 70%), até novembro de 2013 chegou a 6% do volume total de alho importado.


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Qualidade

janeiro de 2014

A produção de alho na Faostat Anita de Souza Dias Gutierrez Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp

A FAO – Food and Agriculture Organization é um órgão da ONU – Organização das Nações Unidas, que trata de abastecimento, da agricultura. O serviço de estatística da FAO - FAOSTAT fornece informações da produção, exportação e importação de muitas culturas agrícolas. Aqui estão algumas informações sobre alho, com dados trabalhados da FAOSTAT.

3. A produção de alho cresceu 447 vezes entre 1961 e 2011 - de 4 milhões de toneladas para 23 milhões de toneladas. 4. A China é a maior produtora de alho de 1961 (81%) a 2011 (83%). A participação chinesa caiu em alguns períodos e se recuperou. A produção de alho chinês cresceu mais de 4 vezes entre 1961 e 2011 – de 3,4 para 19 milhões de toneladas. 5. O Brasil está entre os quinze maiores produtores de alho do mundo. A sua participação na produção mundial se mantém acima de 0,5%, tendo chegado a mais de 1% em 1990, um ano de baixa produção na China. O crescimento da sua produção tem sido contínua – quatro vezes entre 1961 e 2011.

6. Os cinco maiores produtores em 1961 foram China, Espanha, Índia, Egito e Itália com 91% da produção mundial. Em 2000 os cinco maiores produtores foram: China, Índia, República da Coréia, Egito e Estados Unidos, com 86% da produção mundial. O ano de 2011 mostrou algumas mudanças com China, Índia, Egito, República da Coréia e Federação Russa, como os cinco maiores produtores. 7. Alguns países, conhecidos como produtores de alho diminuíram a sua participação como a Espanha, que foi de

Você sabia que...? Idalina Lopes Oliveira Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp

1. A produção mundial de alho está crescendo mais que a população, sinal de um grande aumento de consumo.

2. A população mundial cresceu 133 vezes entre 1960 e 2011 - de 3 bilhões para 7 bilhões. A população prevista para 2083 é de 10 bilhões de pessoas.

JORNAL ENTREPOSTO Um jornal a serviço do agronegócio

Evolução da população mundial e da produção de alho, entre 1961 e 2011, com base no ano de 1961 450

400 350 300

Produção

250

População

200 150 100 50

0 -50

1961

1970

3,23% para 0,61% da produção mundial, a França que produzia 0,88% da produção mundial e em 2011 não teve registro de produção.

8. Outros países aumentaram bastante a sua produção como os Estados Unidos, que

1980

1990

2000

foi de 0,31 para 0,83%, Miamar que foi de 0,38 para 0,93%, o Bangladesh que foi de 0,80 para 0,91% e a Índia que foi de 3,10 para 4,61% da produção mundial, entre 1961 e 2011. 9. A Argentina e o Brasil são países com participação na

2005

2011

produção mundial semelhante – 0,72 e 0,65% respectivamente e variação de participação inferior a 5% entre 1961 e 2011. A produção dos dois países cresceu mais de quatro vezes no período, mas a sua participação na produção mundial continua pequena.

• O alho é uma das hortaliças mais antigas do mundo. O seu consumo está registrado 5.000 anos atrás no Egito e na Índia, 4.500 anos atrás na Babilônia e 2000 anos atrás na China. • O seu centro de origem é a Ásia Central. • O alho é muito utilizado na medicina homeopática. • Já era utilizado como antídoto na Roma Antiga. • O alho tem poderes fluidificantes dilatando as artérias coronárias e dissolvendo pequenos coágulos. • A alicina - substância presente no alho – ajuda a eliminar bactérias causadoras de infecções. • O alho foi utilizado na Primeira Guerra Mundial para tratar feridas de guerra. • O óleo de alho pode ser utilizado como defensivo agrícola – para o controle de pragas e moléstias. • O alho é usado na culinária de diversas formas; cru, refogado, picado, em rodelas, etc, em carnes, frangos, peixes e, em todo tipo de legumes e verduras. • É uma fonte de vitaminas A, B2, B6, C e de sais minerais. • O alho produz quantidades muito pequenas de etileno, que crescem com a temperatura de armazenagem e não é sensível ao etileno. • O alho pode ser armazenado por um período até 9 meses em temperaturas de -1º C a 0º C, umidade relativa de 60 a 70% de umidade e boa aeração, para evitar acúmulo de umidade. • O processo de cura exige temperaturas altas, baixa umidade do ar e boa aeração e é essencial a uma boa armazenagem e prevenção de podridões. • O sabor característico do alho se deve à transformação de seus compostos organosulfurados quando amassado ou ferido. • Existem publicações que dizem que o poder de condimentação do alho roxo nacional é até 6 vezes maior o do alho banco chinês.


JORNAL ENTREPOSTO

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Qualidade

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Um jornal a serviço do agronegócio

O alho nas Ceasas

Aqui estão alguns das informações do alho:

Fonte: PROHORT Anita de Souza Dias Gutierrez Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp O endereço eletrônico www.ceasa.gov.br fornece as informações de volume, preço por origem por Ceasa, desde 1995 – parte dos serviços do PROHORT. Evolução do volume de alho comercializado nas maiores ceasas brasileiras, entre 1996 e 2012, em mil toneladas

Evolução do volume de alho comercializado nas maiores ceasas brasileiras, entre 1996 e 2012, em mil toneladas 75

71

74

73

76

61 53

53

44

20 8

9

10

12

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19

22

25

1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012

1. O volume de alho comercializado nas Ceasas cresceu dez vezes entre 1991 e 2012 – de 7.541 toneladas para 76.444 toneladas, com um salto no crescimento a partir de 1994. 2. O número de origens cresceu de 3 países e 14 estados brasileiros em 1995 para 20 estados e 7 países em 2012. 3. A participação % do produto importado caiu de 19% em 1995 para 12% em 2012. 4. A Argentina, maior fornecedora de alho importado em 1995 (84% do volume importado), perdeu o lugar para a China em 2012 (61%). Em 1995 a China ocupava o segundo lugar (12%) e em 2012 a China ocupou o segundo lugar (34%). 5. São Paulo e Rio de Janeiro não são estados grandes produtores de alho, mas sua participação nas ceasas, levantadas pelo PROHORT, aumentou. A participação do Espírito Santo, alta em 1995 (15%), caiu para 2% em 2012. Os dados podem estar contaminados com o alho importado, vendido como nacional. O Espí-

6. A participação do alho na comercialização de cada Ceasa não é proporcional ao volume de comercialização de hortaliças. O alho é proporcionalmente mais importante em algumas Ceasas. A Ceagesp paulistana responde por 28% do volume das hortaliças. comercializadas em todas as Ceasas e por 22% do alho. A Ceasa BH responde por 15% das hortaliças e por 21% do alho. A Ceasa de Vitória responde por 2% das hortaliças e por 9% do alho. 7. O alho responde por 9% do volume das hortaliças na CEAGESP, 5% na Ceasa de Campinas, 4% na Ceasa de Rio Branco, 3% na Ceasa de Fortaleza e 2% nas Ceasas de Vitória, Noroeste e Goiânia.

TECNOLOGIA

AGROTURISMO

Vestibular 2014

Cartilha lista destinos de turismo rural Uma cartilha com dez sugestões de destinos para turismo rural nas regiões Sul, Sudeste e Nordeste foi lançada pelo Ministério do Turismo a fim de atrair turistas brasileiros e estrangeiros para o meio rural. Os passeios ao ar livre, as comidas regionais e o contato com os animais e com o modo de vida do campo são apresentados como atrativos na cartilha que tem textos com versões em inglês e espanhol. O gerente de projetos da Coordenação-geral de Programas de Incentivo a Viagens, do Ministério do Turismo, Cristiano Araújo Borges, explica que os roteiros do turismo no campo ainda tem comercialização restrita e atraem principalmente os brasileiros, por isso é importante investir na divulgação também aos estrangeiros. São as belezas naturais do Brasil que mais atraem este público, de acordo com o Estudo da Demanda Turística Internacional, do Ministério do Turismo. Os destinos sugeridos na cartilha são Ilhéus (BA), Cabaceiras (PB), Gravatá (PE), Venda Nova do Imigrante (ES), Vale do Café, em Vassouras (RJ), Circuito das Frutas, em Jundiaí (SP), Região da Uva e do Vinho, em Bento Gonçalves (RS), Gramado (RS), Serra Catarinense, em Lages (SC), e Acolhida na Colônia, em Santa Rosa de Lima (SC).

rito Santo é um grande importador de alho e Rio de Janeiro e São Paulo são grandes polos importadores. Goiás quase triplicou a sua participação de 3,84 para 9,21%. Minas Gerais cresceu de 12,66 para 19,86% e os outros estados diminuíram a sua participação.

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Mercado

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COMÉRCIO

Samar prioriza produtores brasileiros Atacadista acredita na cadeia interna e na qualidade do bulbo de São Gotardo, Minas Gerais Antes de começar a trabalhar no entreposto paulistano, Adolfo Odajima , sócio da Cerealista Samar, atuou durante 20 anos na Cooperativa de Cotia. Com o fim da organização, Adolfo aceitou uma proposta para trabalhar com a venda de alho e cebola na Ceagesp. Somando toda sua experiência, o permissionário contabiliza mais de dedicação à venda desses bulbos. A Samar comercializa todos os tipos de alho disponíveis no Brasil, mas o seu forte é o alho roxo nacional, variedade mais apreciada. “95% dos nossos produtos vêm da região de São Gotardo, em Minas Gerais, que fornece o melhor alho do país”, explica o permissionário enfatizando o recebimento de mercadoria dos 25 produtores da região. “Somos os únicos do mercado a trabalhar com todos os melhores produtores de alho”, comemora. O entusiasmo do permissionário tem fundamento. São Gotardo produz um bulbo de excelente qualidade, coloração

e sabor. O relacionamento com agricultores mineiros garante a oferta de bons produtos ao

longo de todo ano e, assim, a atacadista não fica nas mãos do alho chinês, muito mais ba-

rato, mas de baixa qualidade. “Para se ter uma ideia, um dente de alho roxo nacional equi-

vale a seis dentes de um bulbo da China”, exemplifica Adolfo. Ou seja, pagamos menos no produto importado, mas usamos um número muito maior de bulbos para fazer a mesma receita. Para a Samar, esse é o principal entrave na produção e comercialização de alho no Brasil: a concorrência desleal. “A Anapa está nessa luta há muito tempo. O governo não incentiva a produção nacional e usa a desculpa de que o povo precisa de alimento barato. Mas eles não pensam na qualidade desse alimento”, desabafa o atacadista. Apesar do cenário atual, Odajima está otimista neste início de ano. Segundo ele, muitos comerciantes perderam dinheiro com o alho chinês em 2013. “Pagamos 57 reais e tivemos de vender a 45, senão o estoque seria desperdiçado. Acredito que muitos atacadistas se conscientizaram de que o alho nacional é mais vantajoso”, finaliza.

Principais grupos varietais de alho Ilustrações: Bertoldo Borges Filho Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp


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Entrevista CULINÁRIA

ALHO NEGRO:

versão envelhecida do bulbo possui cor escura e sabor adocicado

A gastronomia e o

CQH - Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp

Itamar Mattei , chefe supervisor do grupo Bovinu’S de restaurantes e churrascarias, professor na área de gastronomia e nutrição e participante do projeto de pesquisa financiado pela FAPESP (parceria entre a Esalq e a Ceagesp) é o nosso entrevistado para falar do alho na gastronomia. Centro de Qualidade em Horticultura - O interesse pela gastronomia vem crescendo em todo o mundo. Afinal o que é gastronomia e como vem acontecendo esta evolução? Itamar Mattei - Gastronomia nada mais é que a evolução da culinária, que exige a busca do conhecimento técnico além das elaborações das receitas. Ela transforma o simples ato de cozinhar em uma atividade que exige técnicas, conhecimentos históricos, geográficos, entre outros. Essa evolução vem se dando principalmente pela globalização, onde a troca de infor-

alho

mações acontece numa velocidade muito grande e facilita o acesso a produtos e culturas do mundo todo.

CQH - O crescimento da produção mundial do alho foi muito maior que o crescimento da população – o que mostra um aumento de consumo por pessoa. Quais são as razões? IM - Acredito que a razão mais importante para o crescimento do consumo de alho é o maior consumo de alimentos pela população mundial, principalmente de produtos cárneos, que na sua grande maioria usam alho como um dos principais temperos.

CQH - Porque e quando o alho é utilizado na alimentação humana? IM - O alho tem a capacidade de alavancar/realçar o sabor e ajuda na conservação dos alimentos, principalmente carnes, peixes e aves, além de algumas verduras e molhos.

CQH - Que cuidados devem ser tomados na compra, conservação e utilização do alho? IM - Procurar produtos firmes, bulbilhos (dentes) grandes, bulbos (cabeças) íntegros sem manchas ou machucados e sempre secos, longe da umidade. A sua conservação requer local arejado e seco, evitando que o mesmo “brote” ou mofe. CQH - Você concorda com a afirmação de que o alho roxo nacional condimenta cinco vezes mais que o alho branco, importado da China?

IM - Sim, apesar de o alho roxo ser mais caro, o seu rendimento é maior que o do alho branco. A quantidade necessária do alho roxo é sempre bem menor que a do alho branco.

CQH - Quais são as principais diferenças entre os dois? IM - A textura do alho roxo é mais firme, os dentes mais graúdos, a durabilidade maior e o poder de condimentação superior ao do alho branco. O rendimento superior compensa o maior preço do alho roxo, comparado ao branco.

O alho negro, recentemente incorporado às receitas da alta gastronomia, já era utilizado na cultura milenar oriental como medicamento. Ao contrário do que se imagina, o condimento não é uma espécie exótica e nem é cultivado com sementes geneticamente modificadas. Este bulbo nada mais é do que o alho comum que passou por um demorado processo de fermentação e maturação. Através da ação do calor e da umidade, os dentes de alho ficam pretos, macios, com sabor agridoce e aquele cheiro forte do alimento cru é eliminado. Após o procedimento, os benefícios do alho para a saúde são multiplicados: ele contém 18 tipos de aminoácidos, proteínas, polifenóis e dez vezes mais antioxidantes. Além disso, o S-arylcysteine, que não existe no alho fresco, é criado durante o processo. Segundo cientistas e consumidores, o elemento é eficaz no controle do colesterol, pressão arterial, insônia, casos de trombose e cânceres. Não se sabe ao certo em que país o alho negro passou a ser usado na culinária, mas somente no começo do milênio, a iguaria começou a se alastrar nas melhores cozinhas do mundo e tornou-se um ingrediente badalado. Usado nas entradas ou em finalizações, o bulbo pode ser combinado com diversos vegetais, queijos e cogumelos e até mesmo transformado em molho para ser usado em carnes. Além disso, o alho negro combina muito bem com chocolate e doces.


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Artigo

janeiro de 2014

Antonio Hélio Junqueira * Marcia da Silva Peetz **

Visando dar maior visibilidade ao papel dos pequenos agricultores e à agricultura familiar em todo o mundo, a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO) instituiu para 2014 o Ano Internacional da Agricultura Familiar (AIAF). Estima-se que em nível mundial, a produção camponesa responda por cerca de 80% das colheitas de alimentos, no que contribui decisivamente para a construção da segurança alimentar e nutricional de populações de todos os habitats e continentes. Além disso, colabora para a criação, manutenção, crescimento e desenvolvimento endógeno e sustentável das economias regionais, especialmente naqueles segmentos de subsistência, e para a gestão e proteção dos recursos naturais e do meio ambiente. A importância principal da consagração desse ano à agricultura familiar reside no reposicionamento desse segmento no centro das políticas agrícolas, ambientais e sociais nas agendas nacionais de todos os países – mas especialmente naqueles do Hemisfério Sul – na busca da promoção de novos padrões de desenvolvimento, mais justos e equitativos do ponto de vista social e mais equilibrados do ponto de vista ambiental. Para tanto, uma série de debates, publicações e eventos buscarão, ao longo de todo o ano, discutir e aumentar o nível de conscientização e de conhecimento sobre as potencialidades, peculiaridades, fortalezas, fraquezas e desafios que os pequenos agricultores e suas famílias enfrentam no dia a dia, na perspectiva de identificar e implementar ações e políticas de apoio a esses fundamentais agentes da organização social e produtiva do campo. A definição da agricultura familiar ocupa economistas, sociólogos, antropólogos, engenheiros agrônomos e outros profissionais que atuam no meio rural há muitas décadas, refletindo, ao longo do tempo, diferentes tensões e posicionamentos. Atualmente, considera-se que a agricultura familiar é aquela que inclui toda e qualquer natureza de atividade agrícola, florestal, pesqueira, pastoril e aquícola quan-

2014: Ano internacional da agricultura familiar do organizada, conduzida e gerenciada familiarmente e que apresenta dependência predominante – mas não exclusiva –do uso da mão-de-obra também familiar, uma vez que a Lei n.º 11.326, de 24 de julho de 2006, considera a possibilidade do trabalho contratado no âmbito da agricultura familiar, sem que este fato venha a descaracterizá-la sob qualquer ponto de vista ou para qualquer fim. Sabe-se que, em todo o mundo, a agricultura familiar possui papel preponderante na produção e abastecimento de alimentos básicos – sua principal vocação –, além de outros produtos. Entre outras importantes vantagens devem ser ainda citadas: a) a viabilização da manutenção de populações no campo, ainda que em áreas exíguas de terra; c) a forte geração de

emprego, ocupação e renda no meio rural especialmente para as mulheres; d) a preservação de sementes, espécies e alimentos tradicionais e e) a proteção e o uso equilibrado dos recursos naturais e do meio ambiente. Segundo os resultados do estudo “O Censo Agropecuário de 2006 e a Agricultura Familiar”, realizado pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário, no Brasil, a agricultura familiar responde por pouco mais de 84 % dos cerca de 4,5 milhões de estabelecimentos rurais existentes e pela ocupação de 74,5% das 16,5 milhões de pessoas que vivem do trabalho no campo. Respondendo por 38% do valor bruto da produção agrícola brasileira, o trabalho da agricultura familiar gera 87% de toda a produção nacional de mandioca, 70% da do fei-

jão, 59% dos suínos, 58% do leite e 50% das aves, entre outros alimentos da cesta básica alimentar. Além disso, os estabelecimentos familiares brasileiros detêm importante participação nas receitas geradas pela comercialização de húmus (64%), produtos não agrícolas como artesanato e tecelagem (57%), produtos da agroindústria (49%), prestação de serviços (47%) e comércio de animais (43%).Observa-se que, apesar de ocuparem apenas 24% do total da área agrícola cultivada, os estabelecimentos familiares são importantes absorvedores de mão de obra, comportando, em média, o trabalho de 15 pessoas a cada 100 hectares cultivados, quantidade nove vezes superior ao da agricultura empresarial, ou não familiar.

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Agregam, no seu universo, tantos os agricultores que produzem para o mercado, trabalhando por conta própria e contando ou não com a ajuda de trabalhadores assalariados, quanto aqueles que apenas produzem para a sua subsistência e a de sua família. A despeito da sua forte importância econômica relativa no meio rural, a agricultura familiar apresenta-se frágil e dependente da proteção de políticas públicas, situação essa que decorre de alguns fatores importantes, entre os quais cabem destacar: a) pequenas dimensões individuais de área e de volumes de produção; b) baixos índices de adesão e de desenvolvimento do associativismo e do cooperativismo; c) altos níveis de dependência da atuação de intermediários na comercialização de seus produtos, que fragiliza sua inserção nas relações de mercado; d) baixo nível de agregação de valor à produção; e) alta suscetibilidade e vulnerabilidade social devido à informalidade da atividade, sazonalidade e inconstância da renda, não inclusão sócio-produtiva dos jovens, entre outros também importantes fatores. No segmento da horticultura – produção econômica de frutas, verduras, legumes, flores e plantas ornamentais – a presença e atuação da agricultura familiar é decisivamente marcante, garantindo não apenas o abastecimento do mercado ao longo de todo o ano, mas também a sobrevivência dos cinturões verdes e da pequena e média propriedades rurais no entorno dos grandes aglomerados urbanos, retendo importantes contingentes populacionais no meio rural. A ela, portanto, devemos canalizar todo nosso respeito e apoio, lutando para que o ano de 2014 venha a efetivamente representar a conquista da posição central nas políticas econômicas e sociais que ela mais do que merecer, necessita!

* Engenheiro agrônomo, doutorando em Ciências da Comunicação (ECA/USP), mestre em Comunicação e Práticas de Consumo (ESPM), pós-graduado em Desenvolvimento Rural e Abastecimento Alimentar Urbano (FAO/PNUD/CEPAL/IPARDES), sócio administrador da Hórtica Consultoria e Treinamento. ** Economista, pós-graduada em Comercialização Agrícola e Abastecimento Alimentar Urbano, sócia-administradora da Hórtica Consultoria e Treinamento.


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janeiro de 2014

Agrícola

O site do Jornal Entreposto

está de cara nova Mais moderno, novo visual e com muito mais informações. Confira todas as novidades do novo site! Com ferramentas mais funcionais e novo layout, o site proporciona acesso mais ágil aos usuários. Uma das grandes novidades é a Galeria de Videos produzidas pelo canal de youtube do Jornal. Na primeira página o visitante pode ver todos os destaques de notícias, videos e imagens. O novo site tem um visual mais moderno e funcional, com valorização do conteúdo produzido, destacando maior número de notícias na página principal.

O site também dará mais destaque às fotos e oferecerá nova forma de visualização da galeria de imagens. O site, que produz matérias de conteúdo próprio, terá ainda uma versão para dispositivos móveis (mobile), a fim de facilitar a leitura e a consulta por meio de celulares, smartphones e tablets. O Jornal Entreposto, que comemora quatorze anos no ar, também procurou dar dinamismo e facilidade de acesso ao usuário no seu site. Fazer download dos conteúdos produzidos, compartilhar pelas redes sociais e comentar, será mais rápido.

As novas funcionalidades do site devem beneficiar toda cadeia hortifurtícola das Centrais de Abastecimento, integrando notícias, documentários, artigos técnicos, produções em vídeo e muito mais.

Outra novidade é que a partir de março de 2014, os usuários cadastrados e logados terão conteúdo exclusivo para ampliar sua navegação. Navegue pelo site e descubra o que podemos oferecer para este mercado. www.jornalentreposto.com.br

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Transporte

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NEGÓCIOS

AGRONEGÓCIO

GM Carrera com condições especiais para permissionários do Ceagesp

Logística ainda é desafio País, diz especialista

Há 15 anos no mercado automóveis e há 10 trabalhando com a marca Chevrolet/GM, o grupo Carrera se aprimora a cada ano para oferecer o melhor serviço aos seus clientes com dedicação e profissionalismo integral. A empresa possui seis lojas distribuídas em São Paulo e quatro delas concentram atendimento especializado com profissionais treinados e preparados para atender empresas, produtores rurais, taxistas e portadores de deficiência. São condições especiais direto da fábrica que estão distribuídas pelas unidades: Vila Lobos, Rebouças, Butantã e, também, em Alphaville. As outras estão na Avenida Brasil e na Cidade Jardim. Chegar à concessionária e sair de mãos cheias é uma prática rotineira na Carrera. Além de se deparar com uma equipe preparada para sanar dúvidas e prestar consultoria sobre os detalhes estruturais e funcionais do modelo escolhido, a empresa tem a Prevent Seguros e Carrera Blindados, res-

pectivamente, uma seguradora e blindadora próprias, atuando em prol de um pacote eficaz e completo para o consumidor final. Para completar, há também o serviço de despachante exclusivo. “Identificamos que o mercado vem crescendo a cada ano e a busca por uma equipe preparada faz a diferença para empresas que utilizam o veículo como ferramenta de trabalho”, afirma Claudio Ferreira, gerente de Vendas Diretas. “Temos uma marca forte, uma ótima localização (ao lado da Ceagesp). Não podemos deixar de prestigiar estes associados tão importantes”, completa. Por esta razão é que a Carrera buscou condições exclusivas para os permissionários da Ceagesp junto a General Motors. Outro ponto importante é ressaltar que estes descontos direto da fábrica podem variar até 20% para modelos 2013/2014. Não podemos deixar de divulgar esta grande oportunidade. *Esta condição é válida por tempo limitado, até durarem os estoques 2013/2014.

Programas exigidos por lei: Programa de Controle de Saúde Médico Ocupacional - PCMSO Programa de Prevenção de Riscos Ambientais - PPRA Laudo Técnico de Condições Ambientais de Trabalho - LTCAT Perfil Profissiográfico Previdenciário - PPP Exames médicos: Admissão, Periódico, Retorno ao trabalho, Demisssionais. Dra. Ana Maria Alencar (Diretora Médica) Entre em contato com nossos representantes Fábio (11) 3832.4049 / 3835.9576 / 7871.2644 End. Edsed II sala 37(em cima da padaria Nativa)

Demarcação de terras indígenas também é entrave para o desenvolvimento rural no Brasil O grande desafio para o agronegócio em 2014 é a infraestrutura logística, disse a economista Daniela Rocha, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas. “A produção tem aumentado por causa dos avanços tecnológicos, mas a gente está com dificuldade de escoar”, avaliou O Brasil apresentou produtividade elevada em todos os produtos no ano passado, e a melhoria vai continuar este ano em quantidade - não em ternos de área plantada, mas devido aos avanços tecnológicos implantados. Os problemas de infraestrutura impedem que o País tenha condições adequadas para escoar a produção. Daniela admitiu que os leilões de concessões na área de infraestrutura de transportes são a única alternativa para melhorar o escoamento da produção. Ela avaliou que o governo federal deu o pontapé inicial para solucionar a questão com as concessões de portos, rodovias, aeroportos e ferrovias, mas indicou que os resultados dos primeiros leilões só deverão ser notados “daqui a três ou quatro anos”. A economista destacou que em vez de os investimentos serem direcionados de forma maciça para rodovias, o governo deveria dar prioridade a combinações entre os diversos meios de transporte da produção, como rodovia/hidrovia ou hidrovia/ferrovia, por exemplo. Daniela Rocha explicou que o planejamento do transporte no Brasil foi voltado para o setor rodoviário. “Você pode começar a diminuir isso, a partir de melhorias nos portos”. Acrescentou que se houver condições de algumas hidrovias serem utilizadas, como as do Rio Madeira, em Rondônia, e do Rio Tocantins, no Tocantins, poderão ser feitas combinações na área logística de transportes. “Não pode ser só rodovia, porque tem a questão da quilo-

metragem. O ideal é fazer combinações, senão o custo do frete vai sair elevadíssimo”, observou. Ela acredita, entretanto, que o Brasil está no caminho certo. O presidente da Sociedade Nacional de Agricultura, Antonio Alvarenga, compartilha a opinião. Ele disse à Agência Brasil que a infraestrutura de transporte “é um desafio bastante grande” para o desenvolvimento do agronegócio brasileiro, “porque à medida que a safra vai tendo sucesso, o gargalo vai ficando cada vez maior”. A solução do problema passa também pela armazenagem, apontou. “Já tem um programa do governo de financiamento com juros subsidiados”. Isso sinaliza para o aumento do número de armazéns, fazendo com que o escoamento da safra não ocorra de uma só vez. “Ela tem que escoar gradualmente e não imediatamente após a colheita. A armazenagem serve para haver escoamento mais tranquilo”. Alvarenga enfatizou que outro problema que inibe o desenvolvimento do agronegócio é a demarcação de terras indígenas, principalmente no Mato Grosso do Sul e na Amazônia. “A gente vai continuar tendo os conflitos até que o governo tome a decisão de interromper o frenesi da

Fundação Nacional do Índio de demarcar terras indígenas”. Segundo ele, existe “demarcação exagerada” de terras indígenas. Para Daniela Rocha, a perspectiva é de aumento da safra este ano, “principalmente porque 2013 não foi tão bom em termos de preços”. Números da Companhia Nacional de Abastecimento estimam crescimento em torno de 10% para a soja e 5% para grãos em geral, em 2014. Para o milho, a projeção é recuo de 3% para as duas safras. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística prevê expansão de 9% para a produção de soja e queda de 7,1% para o milho primeira safra. Para a produção de cereais, leguminosas e oleaginosas, que englobam al-


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Agrícola

CÁ ENTTRE NÓS

o para o Nossa Turma deseja feliz ano novo Por Manelão

godão, amendoim, arroz, feijão, milho e soja, o instituto estima aumento de 4,7%, informou Daniela Rocha. Antonio Alvarenga avaliou que os preços das commodities (produtos agrícolas e minerais comercializados no mercado internacional) deverão mostrar um pequeno declínio, tendendo para uma acomodação nos preços dos grãos. Isso será parcialmente compensado pelo dólar mais alto, indicou. “Muito provavelmente, o dólar no final do ano de 2014 estará na faixa de R$ 2 a R$ 2,50. Isso significa um valor bem melhor do que foi a comercialização da safra no ano passado. Ou seja, cai um pouco o preço das commodities, mas melhora a cotação do dólar”.

O mercado mais romântico de hortifrutis do mundo termina o ano com a missão cumprida: não deixar faltar os nossos produtos na mesa do trabalhador. As frutas natalinas como uva, manga, ameixa, cereja, pêssego e abacaxi fizeram sucesso. O mamão ajudou na digestão e a melancia e o coco verde hidrataram o organismo e curaram a ressaca. No primeiro semestre, o tomate devido a fatores climáticos, produziu pouco e o preço subiu. No segundo semestre, até as crianças da Nossa Turma fizeram a experiência de cultivar tomates. E, como o tomateiro da escolinha produziu bastante frutos, a nossa merendeira teve que se desdobrar para ir além da salada e elaborar várias receitas com o vermelhinho. Para não deixar o tomate cair do pé, as mães dos alunos foram contempladas com várias porções de tomate colhidas na nossa horta. Nós que não somos expert e enfrentamos várias dificuldades, podemos dizer que tivemos uma grande safra no nosso quintal. Agora imaginem o produtor que planta grandes quantidades com técnica e com carinho. O tempo foi favorável, choveu na horta, o consumidor gostou, mas o preço não cobriu

O berranteiro Cebola levou brinquedos para as crianças da Nossa Turma

o custeio. Mesmo assim, o produtor vai à luta plantando e sonhando com uma colheita de preço justo. No dia 14 de dezembro, o Bispo da Arquidiocese de São Paulo Região Lapa, Dom Julio Endi Akamine, celebrou a missa da padroeira da Ceagesp, Santa Luzia, no galpão dos carregadores. O capelão do mercado Diácono Luis Carlos de Laete ficou feliz com a presença dos fiéis e representantes de todo o segmento. O presidente da Ceagesp senhor Mário Maurici de Moraes, na oração dos fiéis, desejou a toda a comunidade saúde, paz

e muito trabalho para 2014. No mês de dezembro, a cafezeira Socorro, que por várias décadas serviu cafezinho nos APs e MLP, partiu para o céu e deixou o mercado enlutado. Eu cheguei ao mercado em agosto de 1971 e tive o prazer de fazer muitos amigos. Dentre eles, Sérgio Veroneze, que lá atrás trabalhava de motorista para a firma Zago. No passado, grande parte dos fruteiros era da cidade de Monte Alto (SP), como Sérgio. Ele fazia entregas nos supermercados. Participamos de vários churrascos, pois além de ser palmeirense, ele era

cozinheiro de primeira. No dia 5 de janeiro, Sérgio partiu, deixando tristes os amigos da Banca Quero Ler. A viúva Emília e o filho Serginho recebem o carinho e as orações do mercado. Teba, vá com Deus! A Nossa Turma agradece de coração a todas as pessoas de bem que contribuíram com o kit de Natal das crianças. O jogador de futebol que faz parte da seleção Fifa 2013, Thiago Silva, nos enviou uma camisa autografada de quando ele defendia as cores do Milan. Nós vamos sorteá-la entre os nossos apoiadores. Feliz Ano Novo!

SOU AGRO

Novas tecnologias quintuplicaram área de maracujá em Santa Catarina Desde que os produtores de maracujá de Santa Catarina resolveram, em 2010, expandir a produção, o Instituto Agronômico (IAC), de Campinas (SP), em parceria com a Empresa de Pesquisa Agropecuária de Santa Catarina (Epagri) e a Cooperativa Agrícola de Jacinto Machado (Cooperja), formularam treinamento e suporte técnico para os agricultores familiares, com base em ações conjuntas e pesquisa participativa. Os resultados do trabalho já puderam ser vistos nas safras 2012 e 2013, com frutas de alta qualidade comercializadas na Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), reconhecida por sua exigência em qualidade. Além do frio, grande adversário da cultura na região de Santa Catarina, os pesquisadores tinham também o desafio da distância até a Ceagesp. Para que aguentassem os quase mil quilômetros de distância até a capital

paulista, onde seriam comercializados, foi necessário desenvolver frutos com cascas mais espessas, mais resistentes ao murchamento pelo calor e ao amassamento durante o transporte e descarregamento. Com o desenvolvimento de um produto com esse perfil, sementes selecionadas, implantação de quebra-ventos, formação de mudas de alta qualidade, polinização manual e controle preventivo de doenças, a área plantada no Estado de Santa Catarina foi multiplicada por cinco e a qualidade dos frutos é considerada uma das melhores do Brasil, mesmo o Estado não sendo considerado um local adequado para o cultivo de maracujá. O Brasil é o maior produtor mundial da fruta e também o maior consumidor. Por esse motivo, as exportações são pouco significativas, já que o mercado interno é sólido e paga preços altamente compensadores.


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Ceasas do Brasil

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ECONOMIA

Índice Ceagesp fecha 2013 com alta de 2,74% PAULO FERNANDO

A variação de preços no atacado dos principais produtos comercializados na Companhia de entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp) apontou aumento de 2,74% no acumulado de janeiro a dezembro de 2013. Os setores de frutas (2,41%), diversos (3,19%) e pescados (10,89%) contribuíram para a elevação do indicador no acumulado do ano. Legumes (-1,07%) e verduras (-1,33%) fecharam 2013 com ligeira retração, conforme quadro anexo: “Alguns problemas climáticos e sazonais prejudi-

caram a qualidade e volume ofertado de culturas importantes ao longo do ano. O tomate foi o caso mais destacado e as elevações de preços ocorridas no 1º semestre tiveram grande repercussão na mídia. Contudo, no comparativo janeiro “versus” dezembro de 2013, o produto registrou queda de 31,4%”, destaca Flávio Godas, economista da Ceagesp. Principais altas no comparativo janeiro x dezembro:

Frutas: Goiaba (37,6%), ba-

nana nanica (35,8%), manga Tommy (31,4%), maçã nacional (18,8%) e Limão (18,7%); Legumes: batata doce rosada (148,1%), mandioquinha (67,9%), berinjela (18,8%) e quiabo (17,85); Verduras: Salsa (31,2%), milho verde (15,9%) e cebolinha (8,3%); Diversos: coco seco (90,5%) e amendoim (24%); Pescados: Lula (56%), polvo (30,8%) e cavalinha (27,6%). Principais quedas no comparativo janeiro x dezembro: Frutas: Mamão papaya

(-26,5%), coco verde (-14,1%); Legumes: Pimentão vermelho (-44,1%), pepino japonês (-42,8%), abobrinha italiana (-38,3%), tomate (-31,4%) e chuchu (-30,3%); Verduras: Coentro (-56,4%), repolho (-52,9%), alface crespa (-44,4%), alface americana (-43%) e acelga (-34,3%); Diversos: cebola nacional (-39,2%), batata comum (-23%), alho chinês (-22,2%) e ovos brancos (-10%); Pescados: Pescada maria mole (-19,9%), corvina (-15,1%), tainha (-11,3%) e curimbatá (-11,1%).

Tendência e números de dezembro Com a chegada do verão, época de chuvas quase diárias e altas temperaturas, a previsão é de preços elevados durante praticamente todo o primeiro trimestre, principalmente, nos setores de legumes e verduras. “Além da diminuição do volume ofertado, a qualidade dos produtos destes setores fica bastante prejudicada nesta época do ano, contribuindo para a elevação dos preços”, avalia Godas. O setor de frutas deve apresentar ligeira retração em janeiro, impulsionado pelos excedentes de produção do mês de dezembro e pela diminuição do consumo, reflexo das férias. Em dezembro, o indicador registrou elevação de 1,23%. As frutas (0,88%), legumes (0,60%), verduras (11,06%) e pescados (0,14%) registraram altas dos preços praticados. O setor de diversos (-3,28%), influenciado pela redução de preços da batata, foi o único setor que registrou redução de preços em dezembro. Índice Ceagesp

Primeiro balizador de preços de alimentos frescos no mercado, o Índice Ceagesp é um indicador de variação de preços no atacado de Frutas, Legumes, Verduras, Pescado e Diversos. Divulgados mensalmente, os 150 itens da cesta foram escolhidos pela importância dentro de cada setor e ponderados de acordo com a sua representatividade. O Índice foi lançado em 2009 pela Ceagesp, que é referência nacional em abastecimento.


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Ceasas do Brasil

Obras de revitalização da Ceasa/RS contemplam produtores da zona rural da capital Na solenidade da abertura oficial da colheita da 23ª Festa da Uva, Ameixa, Melão e Figo, na zona sul da capital gaúcha, na propriedade de Eli Moresco, o presidente da Ceasa/RS (Centrais de Abastecimento do Rio Grande do Sul), Paulino Donatti, afirmou ao prefeito José Fortunati, e ao secretário municipal da Produção, Indústria e Comércio (SMIC), Humberto Goulart, que devido a remissão e a anistia, até 2018, da dívida de IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) será possível mais investimentos para a realização de outros projetos de revitalização e modernização necessários para o complexo, que neste ano comemora 40 anos de inauguração. “Somente agora, passadas quatro décadas, que a Ceasa conta com a execução de projetos visando a sua revitalização”, afirmou Donatti. De um total de R$ 14 milhões previstos, o Estado já disponibilizou R$ 8,1 milhões em obras. Entre os projetos, constam os contratos para a recuperação asfáltica, drenagem, sinalização e obras complementares das pistas de rolamento e estaciona-

DIVULGAÇÃO

mentos, além do projeto de rede de abastecimento de água e rede coletora de esgoto do complexo. A Ceasa também está investindo R$ 6,1 milhões em obras de recuperação e impermeabilização das coberturas dos pavilhões do Galpão Não Permanente (GNP), A1, D2, E1, E2 e Pórtico princi-

pal. De acordo com o secretário da SMIC, Humberto Goulart, que também integra o Conselho de Administração da Ceasa, tal feito só foi possível graças ao empenho do presidente do complexo que entrou em contato direto com o prefeito, em outubro do ano passado, durante

a abertura oficial da colheita da safra de pêssego, destacando a importância do entreposto para os produtores do município, “O diálogo serviu para consolidar uma decisão vital em favor da economia não só do Estado, mas também da Capital”, afirmou na ocasião Goulart.

O presidente da estatal frisou, ainda, que Porto Alegre é a 26ª cidade gaúcha no ranking de produção e entrega de hortigranjeiros na Ceasa, tendo registrado em 2012 a comercialização de 2,6 milhões de quilos de frutas, legumes e verduras. A expectativa deste ano dos produtores da zona rural de Porto Alegre é que sejam colhidos 350 mil quilos de uva, 600 mil quilos de ameixa, 1millhão e 100 mil quilos de melão e 60 mil quilos de figo. A fruticultura é uma das principais atividades agrícolas da capital gaúcha. A atual safra deverá chegar a 4 milhões de quilos, somando pêssegos, ameixas, nectarinas, morangos, uvas, melões, peras, goiabas, entre outras. Durante o mês de janeiro, a população poderá encontrar esses produtos nas bancas localizadas na rua José Montauri esquina com a Marechal Floriano, de segunda a sexta-feira, das 8h às 20 horas. Outro local importante de comercialização é na Ceasa, onde Moresco também comercializa parte de sua produção.

Governo do Estado inaugura obras da Caixotaria da Ceasa-RJ LUIS BARROS / ASCOM SEDRAP

O Governo do inaugurou no final do ano passado as obras de infraestrutura da Caixotaria da Ceasa-RJ, setor vital ao funcionamento da Central de Abastecimento. Iniciado em agosto e representando um investimento de R$ 2,6 milhões, o projeto resultou na drenagem e pavimentação de toda a área, além da construção de meio-fio, pá-

tio e 11 ruas de acesso ao setor, beneficiando diretamente aos dois mil empregados da Caixotaria. A inauguração foi feita pelo vice-governador do Estado, Luis Fernando Pezão, acompanhado do secretário de Estado de Desenvolvimento Regional, Abastecimento e Pesca do Rio de Janeiro, Felipe Peixoto, que responde pela Ceasa.

Entreposto estimula agricultura familiar da região serrana Agricultores familiares de quinze municípios da Região Serrana do Rio de Janeiro poderão contar, ainda no primeiro trimestre deste ano, com um núcleo do Sistema de Cooperativas de Crédito Rural com Interação Solidária (Cresol), cuja estrutura é composta exclusivamente por agricultores familiares, sendo eles os responsáveis pela administração das cooperativas. O primeiro ponto da Cresol no Rio de Janeiro será instalado no Mercado de Conquista, em Nova Friburgo, após articulações da Secretaria de Desenvolvimento Regional, Abasteci-

mento e Pesca (Sedrap). O ato de entrega das chaves da sala onde a Cresol será instalada, foi realizado no dia 7 de janeiro. Representando o secretário de Estado de Desenvolvimento Regional, Abastecimento e Pesca, Felipe Peixoto, esteve presente o presidente da CEASA-RJ, Leonardo Brandão. Ele destacou que o interesse em trazer um ponto da Cresol para o Mercado de Nova Friburgo faz parte do cronograma de ações que tem como objetivo fixar o homem no campo, dando apoio e dignidade ao trabalho dos agricultores familiares.

“Queremos que o agricultor se sinta em casa no Mercado. Esse é nosso objetivo e é para isso que estamos trabalhando” disse Brandão. Selmo Santos, coordenador responsável pela implementação do Cresol na região, destacou que a Região Serrana foi a escolhida pela cooperativa em função do adensamento de agriculotres familiares, que torna o local um dos maiores pólos de agricultura do país. “Aqui é o ponto de encontro e de negócios dos agricultores. Não poderia existir lugar mais apropriado”, afirmou. Presente na cerimônia, o gestor da Cresol,

Helder Kasuya, comentou que objetivo é inaugurar, posteriormente, outro ponto da Cresol em Teresópolis. Ele destacou que os associados das Cooperativas são, exclusivamente, agricultores familiares. “São eles os responsáveis pela gestão das cooperativas, garantindo assim o controle social. O cooperativismo de crédito solidário reduz a exclusão social e transforma os sistemas de produção, rumo à sustentabilidade social, econômica e ecológica da agricultura familiar”. José Carlos Cardinet, presidente do Sindicato dos Agricultores Familiares de Nova

Friburgo, destacou que o momento vai contribuir para o fortalecimento da agricultura. Nilton Joaquim Correa, vice - presidente da Associação dos Pequenos Produtores de Santa Cruz ( Prosa), comentou que hoje, a associação conta com cerca de 100 agricultores e que todos enfrentam dificuldades para ampliar os negócios. Estiveram presentes, o presidente da Câmara de vereadores de Teresópolis, Maurício Lopes, o vereador José Carlos da Estufa, também de Teresópolis e o vereador Alcir Fonseca, presidente da Comissão de Agricultura de Nova Friburgo.


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