Jornal Entreposto | Abril 2013

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Um jornal a serviço do agronegócio

Associação Brasileira das Centrais de Abastecimento

Diretora Geral: Selma Rodrigues Tucunduva | ANO 14 - No 155 | abril de 2013 | Circulação nacional | Distribuição autorizada no ETSP da Ceagesp | www.jornalentreposto.com.br

A culpa é do tomate?

Está na época...

Destaque na mídia nas últimas semanas, a inflação do tomate esconde outra realidade: as perdas dos produtores quando seu preço não remunerava os gastos da produção

Após período de queda no cultivo, retomada e investimentos na produção de quiabo em Piacatu e região anima agricultores e permissionários do Entreposto Terminal de São Paulo PÁGINA 4 a 11

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Abracen reafirma compromisso de modernizar Ceasas LUIZ BARROS

Encontro realizado em Brasília reuniu representantes das Ceasas e de mercados atacadistas internacionais. Líderes e técnicos dos entrepostos discutiram a importância das centrais de abastecimento e os rumos que o país deve seguir para assumir, no futuro, a posição de celeiro do mundo. PÁGINA 15 a 19

Artigo|

PÁGINA 12

Mercado brasileiro de hemerocallis

Conferência| PÁGINA 14 9º Encontro de Fruticultura de Jarinu e região

Evento|

PÁGINA 20

Ceasa Curitiba sedia o HortiFruti Brasil Show 2013

Índice|

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Ceagesp fecha mês de março com alta de 3,73% e pressiona inflação

FEMETRAN 2013 Geral

Alta

3,43 %

Frutas Alta

1,22 %

Legumes Alta

14,78 %

Verduras Baixa -4,69 %

Única etapa beneficiente da Queima do Alho acontece dia 5 de maio

21 a 24 de maio CEAGESP

Índice Ceagesp - março 2013

Cá entre nós| PÁGINA 28

Diversos Alta

18,6 %

Pescado Alta

1,36 %

Max Renault Marginal Tiête lança a especialização Pro+ que oferece atendimento diferenciado para frotistas, taxistas e portadores de deficiência, seguindo modelo europeu PÁGINA 31


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Femetran 2013

Feira traz à Ceagesp veículos com motorização Euro 5 Previsão de 16% de crescimento nas vendas de caminhões aumenta as expectativas de sucesso do evento que acontece em maio no entreposto da capital A 12º edição da Feira dos Meios de Transporte, Movimentação e Logística de Produtos Hortifrutícolas destacará, mais uma vez, a evolução tecnológica dessa cadeia produtiva e as múltiplas oportunidades que o segmento oferece. De 21 a 24 de maio, os expositores da Femetran mostrarão aos produtores, permissionários, supermercadistas, feirantes e transportadores de frutas, legumes, verduras, flores e pescados que operam em Centrais de Abastecimento (Ceasas) os mais recentes avanços do setor, como os veículos menos poluentes e mais econômicos com motorização Euro 5. Com o objetivo de mostrar as mais modernas tecnologias de transporte e manutenção de veículos, a Femetran apresentará ao público todas as inovações necessárias ao correto escoamento da produção agrícola brasileira, do campo até a mesa do consumidor, tendo como temática promocional o futebol, uma vez que o Brasil será a sede da Copa das Confederações este ano. “Atualmente, a questão da logística tem sido ressaltada como uma das mais cruciais para a manutenção do nível de competitividade das empresas, pois a adequação desse processo

visando à maior racionalidade no uso dos recursos e à maior redução possível de custos tornou-se imprescindível para garantir a sobrevivência em um mercado cada vez mais exigente e disputado”, salienta o economista e técnico em abastecimento Neno Silveira. Segundo especialista, o setor produtivo deve enxergar a logística como uma estratégia competitiva mais eficaz. “É preciso planejar e coordenar as ações gerenciais de uma forma integrada, avaliando todo o processo, desde o fornecimento da matéria-prima, embalagem, armazenagem e transporte adequado, até a certeza de que o cliente teve suas necessidades e expectativas atendidas pelo produto ou serviço entregue”, avalia. Expectativas

No fim de 2012, os fabricantes de caminhões tiveram uma ótima surpresa. Após meses de vendas em baixa, o setor conseguiu se recuperar no último quadrimestre e fechou o ano com 139.140 unidades comercializadas. E as previsões para 2013 são excelentes, já que o governo brasileiro manteve o pacote de juros baixos e IPI Paulo Fernando Costa / Carolina de Scicco / Letícia Doriguelo Benetti / Paulo César Rodrigues

reduzido. De acordo com a Fenabrave (Federação Nacional de Distribuição de Veículos Automotores), as vendas devem crescer 16% este ano, dado que aumenta a expectativa de sucesso da mostra a ser realizada no mês que vem em São Paulo Segundo as indústrias, 2013 deverá ser o segundo melhor ano da história para o mercado de caminhões no Brasil. “Incentivar a renovação da frota sempre foi o objetivo principal da exposição realizada na Ceagesp. Ao longo de suas 12 edições, a feira sempre criou novas possibilidades de investimentos para a aquisição de veículos modernos e menos poluidores”, diz o diretor comercial do evento, Felipe de Jesus. “A Femetran é o único evento do setor que reúne as principais montadoras do País no maior entreposto atacadista de alimentos da América Latina”, acrescenta o executivo. A lista de expositores da Femetran abrange fabricantes de caminhões e outros veículos comerciais, implementos rodoviários, autopeças, embalagens, equipamentos para movimentação de cargas, segurança e monitoramento de transporte, bancos, financeiras, seguradoras e prestadores de serviços.

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Editorial

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Mercado e Produção

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Fase de retomada do quiabo em Piacatu entusiasma produtores e permissionários Após período de queda no cultivo, Associação dos Produtores Rurais mostra otimismo para as próximas safras A Associação dos Produtores Rurais de Piacatu, maior cidade produtora de quiabo do Estado de São Paulo, foi criada em 21 de maio de 1990, com o nome Associação dos Produtores de Leite de Piacatu, mas como a produção leiteira entrou em declínio no município, em abril de 2002 recebeu o atual nome. Segundo o presidente, José Mansueto Vendrame, a entidade contabiliza, atualmente, 35 associados, um trator e vários implementos e exerce papel de prestador de serviços em, por exemplo, preparo do solo, pulverização, adubação, silagem, levantamento de curvas de nível e realização de plantio direto e convencional. Os associados e não associados pagam pelo aluguel dos implementos e óleo diesel utilizado no trator. O valor é calculado com base nas horas trabalhadas, e revertido na manutenção desse maquinário. Seu irmão, Luiz Celso Vendrame, empresário rural associado, participa e realiza trabalho voluntário desde a fundação. “Eu juntamente com meus cinco irmãos formamos uma sociedade. Nós trabalhamos com café e leite até 1988 e então migramos para o quiabo”, conta. Em 1995 fundaram a Transportadora Vendrame com o objetivo de comercializar na Ceagesp e se especializaram na produção e transporte de quiabo e abóbora paulista. Em Piacatu existe outra associação de produtores e hoje, na cidade, mais de 200 famílias trabalham na cultura do quiabo. Em entrevista ao Jornal Entreposto, Luiz Vendrame explica que, apesar do cultivo de cana-de-açúcar ter avançado como “um rolo compressor” sobre as outras culturas da região, a expectativa é boa para as próximas safras. Jornal Entreposto: Como o senhor avalia a atual safra de quiabo? Luiz Celso Vendrame: A nossa região produz quiabo 365 dias por ano, quando uma área termina já temos outra área plantada. Este mês, estamos no final de colheita da atual área de 40 hectares que produziu cerca de 54 mil caixas de quiabo, cada uma com 15 quilos, o que cor-

responde a 810 toneladas. Os outros associados, no mesmo período, produziram 2000 toneladas. Toda essa mercadoria foi vendida na Ceagesp. Estimamos que outras 40 mil caixas abasteceram o mercado regional. Então, a atual safra foi bem produtiva, mas os preços

foram poucos satisfatórios.

JE: Foi divulgado na mídia diminuição na produção de quiabo em Piacatu, talvez causada pelo avanço da cana-de-açúcar. O senhor confirma? Vendrame: A nossa região

sofreu grandes transformações, consequentemente nas lavouras também. A cana-de-açúcar tem avançado como rolo compressor e não conseguimos competir com a indústria. Todas as culturas diminuíram, outras já desapareceram, estamos em uma fase de retomada graças a colaboração de alguns fazendeiros que continuam apostando na pecuária. Cultivamos quiabo em áreas de refora de pastagens.

JE: Quais os problemas enfrentados na produção e qual seria melhor solução para amortecê-los? Vendrame: Os problemas começam no arrendamento. Devido à concorrência com a cana o preço subiu muito chegando a 2500 reais por alqueire. Outro grande problema é colocar a produção na Ceagesp. Quando demos início em 1995, no trecho de Piacatu até São Paulo existiam apena três pedágios, que cobravam um real por eixo. Hoje são 25, totalizando 420 reais por viagem. O aumento no preço dos combustíveis, o preço das embalagens... Tudo isso dificulta a comercialização. A melhor solução seria investimentos na qualidade da produção,

como classificação dos produtos e tecnologia.

JE: Qual é a expectativa para as próximas safras e os futuros projetos da associação para alavancar a produção de quiabo? Vendrame: A associação recebeu da prefeitura, no início da fundação, através de um contrato de comodato, um trator e implementos. Mas, para que haja uma melhoria na prestação de serviços realizados, há a necessidade de, por meio de doações, investimentos em novos equipamentos e tratores mais modernos. Outro objetivo em pauta é concluir a construção da sede. As obras foram iniciadas, porém faltam recursos para o término. Assim, as expectativas para os próximos anos são: produzir com mais qualidade, sem a preocupação com a quantidade e colocar nossos produtos na Ceagesp nas primeiras horas do dia, para ajudar a agregar valor. Para alcançar esses objetivos estamos renovando a nossa frota com o apoio do PRONAF Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar -, assim atenderemos melhor a logística de mercado.


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Mercado e Produção

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Fazenda Cachoeira garante oferta de legumes o ano todo

Ainda no início do mercado, na Cantareira, a Agro Comercial Fazenda Cachoeira já comercializava legumes no atacado. “A empresa começou com meu pai. O nosso foco era a venda de tomates, mas teve um momento em que essa cultura ficou muito cara e resolvemos diversificar”, explica Wagner Temugin Torigoe, sócio da empresa. Wagner começou a trabalhar no box da Ceagesp em 1993. A Fazenda Cachoeira, apesar do nome, não produz hortifruti, mas oferece legumes durante o ano inteiro. “Para facilitar a escolha do cliente e o trabalho da administração, dividimos os produtos em três boxes”, conta o empresário. Além disso, a atacadista oferece hortaliças de todos os tipos, inclusive se-

lecionadas e embaladas, para clientes mais exigentes. Atento às demandas do mercado, Temugin procura orientar o produtor quanto ao uso de embalagens e rótulos adequados. “Pagamos mais para o agricultor que investe e se preocupa com o cultivo e pós-colheita. Exigimos o bom manuseio a partir da roça”, avisa. Com a experiência de quem conhece o mercado atacadista de FLV desde o início, a Fazenda Cachoeira já se estabilizou no entreposto e está satisfeita com o sucesso alcançado. O objetivo agora é manter a qualidade e não deixar faltar mercadoria. “Nunca sabemos como serão as próximas semanas, mas podemos prever e estar preparados para garantir a venda de legumes ao longo de todo ano”, comemora Wagner.

Iguape vai disponibilizar serviço de entrega de FLV

A variedade e qualidade dos produtos que comercializa no entreposto São Paulo destacam a Iguape Comércio de Legumes, que recebeu esse nome em homenagem à região onde o pai do proprietário iniciou uma produção de chuchu. Apesar de não produzir, a empresa conta com especialistas que colaboram para suprir a demanda com qualidade. Emerson Bue-

no, por exemplo, cultiva quiabo na região de Araçatuba e fornece para a atacadista legumes selecionados e que foram produzidos seguindo padrões de manuseio, classificação e embalagem. O planejador técnico da Iguape, Miguel Alves da Silva, conhecido como Sassá, revela a preocupação da companhia em manter a comunicação com

“ Valorizamos o agricultor que investe e se preocupa com o cultivo e o pós-colheita. Exigimos o melhor manuseio desde a roça”.

os agentes do agronegócio que trabalham no cultivo. O técnico foi colaborador do Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp realizando pesquisas de mercado sobre pós-colheita. “Esse trabalho me deu muita bagagem e conhecimento específico. Hoje eu aplico o que aprendi na lavoura, junto aos agricultores”, conta. Através de Sassá, a atacadista, que tem diminuído a utilização de caixas de madeiras, busca conscientizar agricultores quanto à importância do sabor, qualidade, embalagem e rotulagem dos produtos. Ele acredita que o mercado tem apresentado melhoras no manejo, mas que ainda é preciso avançar no trabalho de conscientização e profissionalização. “Dentro da empresa estamos fazendo o máximo para evitar a manipulação, afinal quanto mais tocamos o alimento, mais o deixamos suscetível à perecibilidade. A cada dia nos preparamos para atender melhor e ter o consumidor mais satisfeito”, explica, destacando a importância da etiqueta, não só para cumprir a lei, mas para fixar a marca no mercado. Além disso, a Iguape está encaminhando rótulos para serem preenchidos pelos produtores. Para atingir uma maior fatia do mercado, a atacadista tem pesquisado locais com déficit na entrega de FLV, visando suprir essa falta. Essa necessidade foi observada, por exemplo, na Baixada Santista, litoral sul paulista. “Queremos chegar até o varejista. Estamos nos equipando”, planeja Sassá.

Rotatividade no estoque da L.A Ferreti assegura hortifruti fresco diariamente

A produtora e atacadista L.A Ferreti é um dos destaques na comercialização de quiabo no Entreposto Terminal São Paulo. O fator determinante nos negócios, segundo Zózimo Rodrigues de Brito, vendedor, “é ter o produto a disposição dos clientes, todos os dias, infalivelmente”. Enquanto alguns produtores desistem de plantar quiabo, devido ao avanço da cana-de-açúcar e a falta de mão-de-obra, a L.A Ferreti continua dando importância a esse hortifruti e segue com o objetivo de ofere-

cer produtos frescos, evitando o manuseio e renovando o estoque diariamente. “A orientação que recebemos é para sempre vender os legumes no dia que chegam”, conta Brito, acrescentando que o rápido escoamento do alimento armazenado no box garante a integridade do mesmo e proporciona movimentação às vendas. Além do quiabo, que é produzido na cidade de Santo Antonio de Posse e colhido em caixas plásticas, a companhia trabalha com jiló, abacate e limão.


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Qualidade

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A origem do

QUIABO Anita de Souza Dias Gutierrez Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp

Os números da produção de quiabo no estado de São Paulo

Anita de Souza Dias Gutierrez

Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp

Um dos maiores problemas da produção de frutas e hortaliças frescas é a falta de informações necessárias à tomada de decisão de que produto e variedade plantar, em que época plantar, onde plantar, quanto plantar, que tecnologia usar, que preço esperar e como vender para obter o melhor custo-benefício. O Brasil conta com o IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística que levanta em cada município a área e a produção agrícola. As informações de várias culturas estão na internet. Infelizmente o quiabo é uma das culturas que a informação não está disponível. O Estado de São Paulo conta com o IEA- Instituto de Economia Agrícola, que pertence à Secretaria da Agricultura do Estado de São Paulo. O quiabo é uma das muitas culturas do Banco de Dados do IEA, que informa a área e a produção por região e por município. O Estado de São Paulo tem 645 municípios, 43 regionais

agrícolas, 16 regiões administrativas, 16 polos regionais e 22 bacias hidrográficas. O número de regionais agrícolas que produz quiabo vem crescendo – foi de 20 regionais em 1992, para 36 em 2002, 35 em 2007 e 39 em 2012, num total de 43 regionais agrícolas. A produção foi ficando mais distribuída. A região de Araçatuba continua a maior produtora, mas vem perdendo espaço. Ela respondia por 85% da produção em 1992, por 40% em 2002, por 25% em 2007 e por 28% em 2012. A região de Mogi-Mirim foi responsável por 16% da produção paulista de quiabo em 2012 e a de Sorocaba por 8%. A produção e a produtividade do quiabo paulista está praticamente parada no tempo ou diminuindo. A produção que foi de 21.871 toneladas em 2002, chegou a 23.702 toneladas em 2012 - um crescimento de 8% em 20 anos. A produtividade foi, no mesmo período, de 17 toneladas por hectares para 13 toneladas por hectares – uma queda de 4 toneladas por hectare, um comportamento muito

diferente de grande parte das culturas agrícolas. A regional agrícola de Araçatuba – EDR, com seus 11 municipios, continua a maior produtora de quiabo o Estado de São Paulo. Os municípios de Araçatuba, Brejo Alegre e Piacatu são os maiores produtores. A participação destes municípios vem mudando ao longo dos anos. O município de Araçatuba, que em 2002, respondia por 40 % da produção de quiabo da região, passou a 22% em 2012. Brejo Alegre, no mesmo período, cresceu de 0% para 11%. A produção do município de Piacatu cresceu– 22%, de 2304 toneladas em 2002 para 2816 toneladas em 2012. A participação na produção regional foi de 22% em 2002 para 43% em 2012 (12% da produção paulista). O município de Piacatu, parte da Região Agrícola de Araçatuba, da Região Administrativa de Araçatuba, ao Polo Regional Extremo-Oestee da Bacia Hidrográfica Aguapeí, é hoje o maior município produtor de quiabo do Estado de São Paulo.

O quiabo é da mesma família botânica do algodão e do hibisco, como bem mostram as suas flores vistosas. A cultura já era plantada, nas várzeas do Nilo, pelos egípcios 12 séculos antes de Cristo. Existem relatos de sua introdução no Brasil, com o comércio de escravos em 1658 e no Suriname em 1686. Existem relatos do seu plantio nos estados americanos da Filadelfia em 1748 e na Virginia em 1781. O quiabo é conhecido em alguns países de língua inglesa como ‘lady´sfinger’ (dedo de moça) e nos Estados Unidos como ‘ochra’ – uma variação do seu nome original ‘okwuru’ da África Ocidental. A denominação em português ‘quiabo’ e em espanhol ‘quimbombó e guigambó’e ‘gumbo’ utilizada em uma parte dos Estados Unidos deve vir da língua africana Bantu ‘kingombo’. É também comum que ele seja denominado na Inglaterra como ‘bhindi,rbhendi ou bendai’. O quiabo é um alimento saudável por seu alto conteúdo de fibra, vitamina C,ácido fólico, antioxidantes e é boa fonte de cálcio e potássio. Uma xícara de quiabo cozido (em torno de 100 gramas) contém 20% das necessidades diárias de vitamina B e de ácido fólico de um adulto. As suas sementes são fonte de óleo comestível, de sabor e odor agradáveis, ricas em gorduras insaturadas. As sementes maduras e secas de

quiabo, depois de torradas e moídas, forame podem ser usadas como substitutas de café, sem cafeína. No mercado americano é possível encontrar ‘driedochra chips’ – chips de quiabo, muito valorizados. Existem muitas receitas de sua preparação, disponíveis na Internet. As folhas do quiabo são consumidas, em alguns lugares como as de beterraba. O fruto imaturo do quiabeiro é utilizado em muitos pratos tradicionais como ‘frango com quiabo’ no Brasil, ‘gumbo’ no sul dos Estados Unidos, ‘dishcahchua’ no Vietnam, ‘garri’ na Nigéria, ‘’callaloo’ no Caribe. O caruru é comida tradicional da Festa de São Cosme e Damião muito celebrada no Nordeste e o quiabo é o seu principal ingrediente como mostra a receita. Existem muitas variedades de quiabo no mundo – diferentes variedades, formatos, sabores. As fotos anexas mostram algumas variedades mais quinadas, mais largas ou finas, mais coloridas que a brasileira.Um só experimento de competição de variedades de quiabo, realizado por uma universidade americana, testou mais de 25 variedades de quiabo. No Brasil praticamente só uma variedade é plantada, a‘Santa Cruz’. Uma empresa de semente apresenta em seu catálogos outras variedades como ‘Amarelinho’, ‘Clemson’ e o IAC – Instituto Agronômico de Campinas lançoudois cultivares. No varejão da Ceagesp, aos sábados e domingos, uma variedade de quiabo quinada é muito procurada pelo seu sabor. O melhoramento genético de quiabo no Brasil tem muito a fazer.


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Mercado e Produção

PROJETO

Produtores castilhenses conhecem projeto pioneiro em Piacatu-SP Prefeitura cria espécie de “mini assentamento municipal” e lidera produção de quiabo na microregião de Birigui Marco Apolinário Portal Castilho

No início do ano, quinze assentados rurais de Castilho acompanharam o engenheiro agrônomo Pedro Duarte Boaventura, da Cati, em uma visita técnica a um projeto pioneiro implantado há seis anos pela prefeitura municipal de Piacatu. Localizado na microregião de Birigui e distante 530km de São Paulo, o município de pouco mais de 5 mil habitantes está se destacando como um dos maiores produtores estaduais de quiabo selecionado. Tudo isso só foi possível graças à implantação de um projeto de “assentamento” municipal promovido pela prefeitura que ajuda 24 famílias a custearem o arrendamento de uma área de 10 alqueires destinada exclusivamente ao plantio de quiabo. Cada parte (prefeitura e colonos) responde por 50% do valor total do arrendamento e o Departamento Agrícola do Município entra também com o apoio técnico e logístico para garantir o sucesso da produção. Após a colheita, todo o quiabo produzido é cuidadosamente selecionado e encaixotado para ser comprado pela Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo). A úni-

ca outra atividade desenvolvida na área além da produção do quiabo é o projeto “balde cheio” que consiste na pecuária leiteira como forma complementar e secundária de renda. O projeto bem sucedido já garantiu a compra de três tratores pela associação de produtores além do serviço de irrigação para o plantio. Eles explicaram aos visitantes castilhenses que a utilização de cada área segue um sistema de rodízio que dura aproxi-

madamente 15 meses. Após este período, outra propriedade é arrendada para dar continuidade ao projeto enquanto o solo anterior se recupera. O sistema adotado pelo Município é altamente lucrativo para os produtores. Em média, cada família lucra entre R$ 25 e R$ 30 mil por ano somente com a venda do quiabo produzido. Outro detalhe é que não existe a colheita terceirizada nestes assentamentos: todo o traballho

de plantio, colheita e separação é feito pelos membros das próprias famílias associadas. Para se ter uma ideia da produção obtida nestes pequenos lotes, basta comparar a colheita: a cada dois dias são apanhadas cerca de 700 caixas de quiabo. Todas as dúvidas dos castilhenses foram esclarecidas em campo pelo engenheiro Valdeir José dos Santos (da Cati em Piacatu) e também pelo primeiro secretário da associação de produtores e atual vereador Marcos Belaci (PTB). Eles também acompanharam os visitantes até a sede da Vendrame Transportes - ponto onde toda a colheita é recebida antes de ser encaminhada à Ceagesp. A experiência foi bastante elogiada pelo grupo castilhense. O assentado rural Cláudio - da Cafeeira, por exemplo, considerou o projeto inovador: “parece fácil de se implantar, apresenta poucos gastos e um bom lucro; basta colocar as mãos à obra e trabalhar”, concluiu. Departamento agrícola - A visita dos produtores castilhenses foi promovida em parceria pela Cati e o Departamento Agrícola de Castilho. O vice-prefeito Paulo Boaventura, que não pode acompanhar o grupo a Piacatu devido a outros compromissos em sua agenda mas fez questão de estar presente durante a partida dos mesmos à cidade, disse que esta e outras experiências serão cuidadosamente estudadas para direcionar as possibilidades de parcerias que a Administração Joni Buzachero pretende firmar com os produtores rurais afim de incrementar a safra local.

Variedades de quiabo comercializadas no ETSP Ilustrações: Bertoldo Borges Filho Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp

• Morfologia do quiabo

Santa Cruz

Roxo

Híbrido


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JORNAL ENTREPOSTO

Qualidade

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O quiabo na Ceagesp em 2012 Anita de Souza Dias Gutierrez Cláudio Inforzato Fanale

Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp

A falta de informações é uma das maiores dificuldades apontadas por produtores na comercialização dos seus produtos. Entretanto a utilização das informações disponíveis coletadas pelas ceasas ou outros organismos, disponíveis sem custo, é muito pequena ou quase inexistente. Aqui estão alguns dos resultados das informações coletadas pela Ceagesp em 2012

de características de solo e clima semelhantes foi a razão da criação das regiões agrícolas do estado de São Paulo. Duas regiões dominam o fornecimento de quiabo da Ceagesp – a região 100

agrícola de Araçatuba, com 41% a oferta e 12 municípios produtores, e a região de Itapeva com com 20% da oferta e 6 municípios que enviam quiabo para a ceasa paulistana.

III. Participação % do volume, por mês, dos maiores estados fornecedores de quiabo

III. Participação % do volume, por mês, dos maiores estados fornecedores de quiabo

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Mês

IV. Distribuição mensal da oferta das duas maiores regiões fornecedoras de quiabo 25 Participação % mensal da oferta no ano

1. O quiabo foi comercializado por 161 empresas atacadistas da Ceagesp em 2012, sendo 31 empresas responsáveis por 80% do volume. As cinco primeiras por 31% e as dez primeiras por 48% do volume total. 2. Oito estados forneceram quiabo para a ceasa paulistana – São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Espírito Santo, Bahia. Paraná, Rio de Janeiro e Santa Catarina – São Paulo responde por 72% e os três primeiros por 99% do volume total. 3. O estado de São Paulo é o maior fornecedor em todos os meses do ano. A sua participação cai próximo de 50% nos meses de maio a setembro, quando os estados de Goiás e Minas Gerais entraramm com mais força – Goiás com mais de 20% nos meses de junho a setembro e Minas Gerais forte em maio (36%) nos meses de junho a outubro (Figura III). 4. Cento e trinta municípios paulistas enviaram para a ceasa paulistana 10. 463 toneladas de quiabo em 2012. Dois municípios respondem por 45% do volume – Piacatu(30%) e Itaberá (15%). 5. Os municípios de Piacatu, Itaberá, Gabriel Monteiro, Santo Antonio do Aracanguá, Promissão, Mogi Guaçu, Ribeirão Branco, Aguaí, Casa Branca e Santo Antonio de Posse, responderam por 80% do volume de quiabo em 2012. 6. O município de Piacatu pertence à região agrícola de Araçatuba, o de Santo Antonio de Aracanguá à de General Salgado, os de Itaberá e Ribeirã Branco à de Itapeva, o de Promissão à região de Lins, os de Mogi Guaçu e Santo Antonio da Posse à região de Mogi Guaçu e os de Aguaí e Santo Antonio da Posse à região agrícola de São João da Boa Vista. 7. A necessidade de agrupamento de municípios vizinhos e

São duas regiões muito diferentes, quanto ao clima e localização. A região de Itapeva concentra a sua oferta nos meses de fevereiro, março e abril (68%) e a oferta da região de Araçatuba é bem distribuída. Os meses de novembro, outubro e fevereiro foram os de maior oferta com pouco mais que 10% de participação (Figura IV). 8. Ao compararmos a produção registrada pelo IEA – Instituto de Economia Agrícola do Estado de São Paulo e o volume comercializado na Ceagesp, observamos que: - O volume total comercializado na ceasa paulistana em 2012 – 23.702 toneladas, representa 61% da produção paulista registrada pelo IEA – 23.702 toneladas. - O volume originário da região agrícola de Araçatuba, comercializado na ceasa paulistana em 2012 – 4288 toneladas, representa 65% da sua produção registra pelo IEA – 6.558 toneladas. - Já o volume originário da região de Itapeva – 2.099 toneladas, foi maior que o registrado pelo IEA -1.754 toneladas, no mesmo período.

20 Araçatuba 15

Itapeva

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Um jornal a serviço do agronegócio

PRODUTO

Preço do tomate deve cair Diversos fatores acarretaram elevação de preço momentânea

Os preços de diversos produtos alimentícios, entre eles o tomate, devem reduzir ainda no primeiro semestre deste ano, de acordo com o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Antônio Andrade. Ele esteve no dia 16 de abril, em evento com a presidente da República, Dilma Rousseff, em Minas Gerais. Segundo Antônio Andrade, a soma de diversos fatores acarretou em elevações de preços momentâneas, mas os valores devem voltar à normalidade nos próximos meses. Ele afirmou que a supersafra do fruto no ano passado, que reduziu o valor do produto no mercado, fez com que “vários produtores diminuíssem a plantação de tomate”, levando-os a cultivar outros alimentos. As chuvas também interferiram no resultado da colheita, este ano. “Houve um período muito bom de chuva no mês de março e abril. Agora, na segunda quinzena de abril já começa a estiagem, e as plantações de tomate, assim como de outros produtos, começam a ser aquecidas. Com isso, os preços vão cair para um patamar aceitável”, destacou Antônio Andrade.


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JORNAL ENTREPOSTO Um jornal a serviço do agronegócio

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NA FORD CAMINHÕES O IPI ZERO CONTINUA PARA TODA LINHA CARGO.

LINHA CARGO EURO 5. MAIS ENTREGAS POR TANQUE.

2 ANOS DE GARANTIA.

VUC

Sinal verde para circulação no centro expandido da capital.

FINAME

TAXA DE

0,25

%

0%

DE ENTRADA

72 MESES DE PRAZO

a.m.

AVERSA

AVERSA ITAPETININGA

CAOA CAMINHÕES

CARUEME

CARUEME JUNDIAÍ

COSTA SUL CAMINHÕES

DIVEPE

DIVEPE

DIVEPE ABC

FELIVEL

HORIZONTE

NUÑO CAMINHÕES

SOUZA RAMOS

VALE CAMINHÕES

AV. PRIMO SCHINCARIOL, 640 ITAIM ITU - SP TEL.: (11) 4013-8800

AV. PROF. ABRAÃO DE MORAES, 888 BOSQUE DA SAÚDE - SP TEL.: (11) 5071-3644

RUA BENEDITA SILVA ROSA, 10 VILA CAROLINA ITAPETININGA - SP TEL.: (15) 3272-9400

AV. DOS ESTADOS, 2.257 JARDIM ALZIRA FRANCO SANTO ANDRÉ - SP TEL.: (11) 3594-9600

RODOVIA ANHANGUERA, KM 17,5 VILA JARAGUÁ SÃO PAULO - SP TEL.: (11) 3837-3000

ROD. RAPOSO TAVARES, S/Nº KM 95,4 V. ARTURA SOROCABA - SP TEL.: (15) 3237-8090

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Respeite os limites de velocidade.

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AVENIDA MARGINAL SUL, 58 TREVO BR 116, KM 446 VILA NOVA RIBEIRA REGISTRO - SP TEL.: (13) 3828-5050

RUA NOSSA SENHORA DE FÁTIMA, 1.172 - J. CASQUEIRO (PARALELA À ROD. ANCHIETA) CUBATÃO - SP TEL.: (13) 3365-8890

AV. TENENTE JOSÉ JERÔNIMO DE MESQUITA, 155 PARQUE NOVO MUNDO SÃO PAULO - SP TEL.: (11) 2984-3366

Linha Cargo, operação Finame, taxa de 0,25% a.m. = 3% a.a., para planos de até 72 meses, com 0% de entrada e carência de 180 dias para micro, pequenas e médias empresas (pessoas jurídicas). Operação BNDES Finame PSI na Sistemática Convencional. O plano BNDES Finame PSI é financiado com recursos do BNDES, de acordo com a legislação, circulares e demais normas desta instituição, conforme cláusulas contratuais. As condições estão sujeitas a alteração por parte da autoridade monetária, BACEN e BNDES. Promoção válida para vendas via estoque do Distribuidor até 30/06/2013 ou enquanto durarem os estoques. Garantia promocional para a linha Cargo 816, primeiro ano de garantia total e segundo ano para o trem de força (motor, câmbio e diferencial), sem limite de quilometragem, formalizada no documento específico, com o Distribuidor Ford Caminhões no ato da compra. Não abrange seguro, acessórios, documentação e serviços de despachante, manutenção ou qualquer outro serviço prestado pelo Distribuidor. Sujeito a aprovação de crédito. Contratos de Financiamento e Arrendamento Ford Credit são operacionalizados pelo Banco Bradesco Financiamentos S.A. As condições financeiras estão sujeitas a análise e aprovação de crédito pela financeira.

AV. DR. JOSÉ FORNARI, 1.700 FERRAZÓPOLIS S. BERNARDO DO CAMPO - SP TEL.: (11) 3504-8600

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Qualidade

Raio X do quiabo

JORNAL ENTREPOSTO abril de 2013

Um jornal a servi莽o do agroneg贸cio


abril de 2013

COMERCIALIZAÇÃO

A evolução do volume e do preço do quiabo na Ceagesp de 2001 a 2012 Anita de Souza Dias Gutierrez Cláudio Inforzato Fanale Idalina Lopes Rocha Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp

comercializado na Ceagesp, cresceu quando comparamos 2002 e 2012 – foi de 13.664 toneladas para 14.508 toneladas – um crescimento de 6% em 10 anos. Houve grande variação de oferta ao longo dos anos, com queda expressiva nos anos de 2006, 2007 e 2008 (acima de 20%), quando comparada a 2002 (Figura I).

Todos os dias os técnicos da SEDES – Seção de Economia e Desenvolvimento da Ceagesp prestam dois serviços muito importantes para produtores, atacadistas e seus clientes – o registro das entradas de produtos no entreposto e o monitoramento dos preços na venda do atacado para o varejo. Estas informações retratam o comportamento do produto – volume por região e por época, evolução ao longo do anos, meses e semanas e do comprador, o per�il dos atacadistas compradores, a relação do preço entre a oferta e demanda.

2. O estudo da variação de preços ao longo do ano, de 2002 a 2012, mostrou menores preços em relação ao preço médio do ano, nos meses de janeiro, fevereiro, março, abril e dezembro.

Aqui estão algumas delas:

A variação de comportamento do mês foi peque-

1. O volume de quiabo

na para os meses de janeiro, fevereiro e março e para os meses de agosto, setembro e outubro – que apresentaram preços consistemente altos em relação ao preço médio do ano nos últimos 10 anos (Figura II). 3. O estudo da variação de preços e de volume mostrou uma relação inversa muito consistente, entre oferta e preço. A variação da oferta no mesmo mês ao longo dos anos foi mais alta que a de preços. As maiores ofertas mensais se dão, com mnero coe�iciente de variação, nos meses de janeiro a março e as menores nos meses de setembro e outubro (Figura II).

I. Evolução da oferta de quiabo na CEAGESP, em mil toneladas, de 2002 a 2012

I. Evolução da oferta de quiabo na Ceagesp, em mil toneladas, de 2002 a 2012

24 22 20 18 16 14 12 10

2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012

II. Variação % média do preço e do volume em relação ao desempenho de cada ano, de 2002 a 2012 II. Variação % média do preço e do volume em relação ao desempenho de cada ano, de 2002 a 2012 30

20 % de varação em relação à média do ano

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Qualidade

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Artigo

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Mercado brasileiro de

hemerocallis

Antonio Hélio Junqueira * Marcia da Silva Peetz ** O hemerocale (Hemerocallis sp) é um planta rizomatosa originária da Europa e Ásia (China, Coréia e Japão), onde, desde os tempos mais remotos, constitui-se em uma das plantas mais conhecidas. São encontrados, registros ancestrais a respeito de seus usos alimentares e medicinais. A espécie é também conhecida como lírio-de-são-josé, lírio-amarelo e lírio-de-um-dia. Neste último caso, a sabedoria popular refere-se a uma das principais caraterísticas desta espécie ornamental, que é a durabilidade das flores ser mesmo restrita a um único dia. A espécie foi introduzida e naturalizada nos EUA no século XIX, sendo que por volta de 1890 praticamente todas as variedades conhecidas já eram conhecidas e cultivadas na América do Norte. No Brasil, a espécie tornou-se especialmente valorizada pelo mestre paisagista Burle Marx, a partir do uso abundante dos híbridos americanos

em seus projetos. Até então no País existiam apenas as antigas formas de Hemerocallis fulva, H. flava e H.liliasphodeus. Nos seus revolucionários projetos paisagísticos, Burle Marx gostava de utilizar essas plantas em manchas puras, com apenas uma cor ou misturando diversas cultivares. Outras possibilidades exploradas eram também as mesclas com outras espécies ornamentais, tais como Setcreasea purpurea, Clorophytum comosum “Variegatum”, Eragrostis curvula e Crinum americanum, formando arranjos e desenhos geométricos ou de formato orgânico. As variedades americanas então introduzidas no Brasil como “Alegreto”, “Buffy’s Doll”, “By Myself”, “Berlie Ferris”, “Cora Ofter”, “Little Fellow”, “Loonie”, “Red Waves”, “Shadyside”, “Sirococo”, “Stella D’oro” e “Summerwine” serviram de base para um programa de melhoramento genético desenvolvido durante muitos anos em colaboração com o Instituto Agronômico de Campinas – IAC e a empresa Agrícola da Ilha Ltda., do Estado de Santa

Catarina. Este trabalho foi desenvolvido durante cerca de 5 anos e contou também com a colaboração do melhorista alemão Ernest Stoberg, atualmente residente no município de Joinville. Desde então, dezenas de novas cultivares foram selecionadas e são comercializadas em todo o mercado nacional. Os híbridos criados e cultivados pela Agrícola da Ilha possuem flores que variam entre os tons de amarelo, laranja, rosa, vermelho, marrom, púrpura até o quase azul, permitindo soluções únicas e forte impacto visual em pequenas ou grandes áreas. O constante desenvolvimento de novas cultivares possibilita sempre diferenças como bordas mais ou menos enrugadas, extraordinárias combinações de cores, melhores fragrâncias e uma ampla variedade de tamanhos, formas e texturas das flores. Esteticamente podem ser observadas matizes mais sofisticadas. Duas cultivares chegam bem próximo da cor branca. Muitas delas apresentam diâmetros especiais da flor,

chegando a 16,5 cm. Além disso, desenvolvem um maior número de hastes por touceira e um maior número de flores por haste. Algumas chegam a desabrochar 60 botões, em uma só haste, durante a época da floração. Atualmente, são oferecidas 53 diferentes cultivares e um total de mais de um milhão e trezentas mil mudas produzidas anualmente. A produção comercial e o consumo em projetos paisagísticos concentra-se nas regiões Sul e Sudeste do Brasil, pois as condições climáticas mais quentes do restante do País não permitem o florescimento do hemerocale. A melhor época para o plantio é o mês de outubro ou no final da florada. Cada haste pode florescer pelo período de 3 a 6 semanas e produzir até 50 botões florais. Para promover os seus produtos, a Agrícola da Ilha organiza anualmente o Festival Brasileiro de Hemerocallis, na cidade de Joinville, Estado de Santa Catarina. O evento abrange 14 hectares de área ao ar livre, recebendo mais de 10 mil

visitantes, entre profissionais do ramo e consumidores finais. O festival é realizado sempre no mês de novembro, época em que a cidade atrai milhares de visitantes para a Festa das Flores, que acontece desde 1936. Para saber mais, recomendamos a leitura do artigo: TOMBOLATO, A.F.C.;UZZO, R.P.; JUNQUEIRA, A.H.; PEETZ, M.S; STANCATO, G.C.; ALEXANDRE, M.A.V. Bulbosas ornamentais no Brasil. Revista Brasileira de Horticultura Ornamental, v.16, n.2, 2010, p.127-138. * Engenheiro agrônomo, doutorando em Ciências da Comunicação (ECA/USP), mestre em Comunicação e Práticas de Consumo (ESPM), pós-graduado em Desenvolvimento Rural e Abastecimento Alimentar Urbano (FAO/PNUD/CEPAL/ IPARDES), sócio administrador da Hórtica Consultoria e Treinamento. ** Economista, pós-graduada em Comercialização Agrícola e Abastecimento Alimentar Urbano, sócia-administradora da Hórtica Consultoria e Treinamento.


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CAPACITAÇÃO

Mapa oferece vagas Com o objetivo de capacitar pro�issionais da agricultura para o uso da Agricultura de Precisão (AP), o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) com o apoio da Comissão Brasileira de Agricultura de Precisão (CBAP) e parceria com a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) - realizará o primeiro o curso de capacitação em gestão da propriedade em AP. As aulas devem ter inicio no �inal de abril ou começo de maio. A AP é um conjunto de ferramentas e tecnologias aplicadas que permite um sistema de gerenciamento agrícola baseado na variação espacial e temporal da unidade produtiva. O uso desse método tem crescido no Brasil nos últimos anos. Um dos objetivos do Mapa é fomentar o conhecimento sobre a AP com a capacitação de pro�issionais agrícolas. O processo de seleção é feito pela Coordenação de Acompanhamento e Promoção da Tecnologia Agropecuária - CAPTA, que irá convocar técnicos, professores, consultores, técnicos de cooperativas e empresas de assistência técnica para participarem do curso. “A intenção é capacitar os pro�issionais para que eles possam levar os conhecimentos aos produtores”, explica o secretário de Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo (SDC), Caio Rocha. O curso acontecerá em dois módulos e terá como parceira a Universidade Federal de Santa Maria do Rio Grande do Sul (UFSM). Serão 480 vagas para todo o Brasil, sendo 320 para aulas à distância e 160 para presenciais. No dia 17 de abril ocorrerá uma reunião da CBAP para ajustar os últimos detalhes do curso.

abril de 2013

O�icina ensina como plantar sem o uso de agrotóxicos

Com o objetivo de ensinar a importância das hortas sem o uso de agrotóxicos em pequenos espaços, explicar sobre a �iloso�ia da Agricultura Natural no preparo de mudas e hortaliças, a o�icina do Programa Horta em Casa & Vida Saudável ocorrerá no dia 18 de abril, na cidade de São Paulo. Na ocasião, os participantes

terão uma aula prática na qual aprenderão a plantar temperos, verduras e legumes e o cuidado que cada uma deve ter para que se mantenha saudável e frutífera. A atividade é ministrada pelo biólogo Carlos Daniel Rodrigues e é uma iniciativa da Fundação Mokiti Okada e tem duração de duas horas.

Job: iveco-2013 -- Empresa: Leo Burnett -- Arquivo: 27449-019-Iveco-An-Daily-Premio-Entreposto-21x28_pag001.pdf

Registro: 115142 -- Data: 18:00:21 15/04/2013

Serviço: O�icina Horta em Casa e Vida Saudável

Local: Rua Morgado de Mateus, 77, Vila Mariana, São Paulo Data: 18 de abril, das 14 às 16 horas Telefone: (11) 5087-5187 hortaemcasa@fmo.org.br


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Conferência

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9º Encontro de Fruticultura de Jarinu e região Fundada em 2002, a Associação Hortifruti�lores de Jarinu tem como objetivo principal enfrentar as di�iculdades da agricultura nacional e encontrar soluções como o nivelamento técnico entre os produtores através de cursos de aplicação de defensivos, capacitação rural, cursos de tratoristas, palestra de motivação e liderança para funcionários e produtores. Além disso, a instituição engloba diversos conceitos para capacitar a mão de obra agrícola e conscientizar ambientalmente os colaboradores, promovendo programas de devolução de embalagem de agrotóxico, coleta seletiva de lixo doméstico e preservação dos mananciais. Dentre as diversas atividades desenvolvidas pela entidade, o Encontro de Fruticultura de Jarinu e região se destaca. O último, realizado no dia 12 de abril, teve como público alvo produtores rurais, funcionários, meeiros, estudantes, empresários do segmento agrícola, universitários e pesquisadores. Segundo o presidente da entidade, Waldir Parise, a intenção do projeto é aguçar o potencial e a responsabilidade do empresário rural disponibilizando informações técnicas e conhecimento essenciais para que ele produza com mais qualidade. “Queremos disponibilizar mecanismos para os agricultores trabalharem da

Prof. Dr. Angelo Zanaga Trapé

forma correta”, completa. Em parceria com o Prof. Dr. Angelo Zanaga Trapé, da Unicamp, a associação está realizando uma pesquisa que monitora os trabalhadores rurais da cidade para descobrir se há problemas por intoxicação de agrotóxicos e desmisti�icar os perigos que envolvem a inges-

Waldir Parise

Nelson Ananias

Monitoramento da Saúde de Agricultores e Trabalhadores Agrícolas Potencialmente Expostos a Agroquímicos - Um Desa�io do Agronegócio Brasileiro Prof. Dr. Angelo Zanaga Trapé - coordenador da área de Saúde Ambiental da Unicamp e membro do Conselho Científico para a Agricultura Sustentável (CCAS)

Os agroquímicos, defensivos agrícolas ou, no Brasil, agrotóxicos, compõem uma tecnologia extremamente necessária e fundamental para a produção agrícola do país e no mundo. Muito tem se falado sobre os impactos da utilização dos agroquímicos na saúde das pessoas tanto que se expõem no trabalho como na ingestão de alimentos que podem conter resíduos dos agroquímicos. Os dados de programas de análise de resíduos de agrotóxicos em alimentos governamentais de estados e da federação mostram uma excelente segurança não havendo níveis residuais su�icientes em alimentos capazes de gerar qualquer efeito na saúde dos consumidores em geral.

Em relação aos agricultores e trabalhadores agrícolas com potencial exposição na produção dos alimentos há, ainda, muitas dúvidas e incertezas sobre qual é a realidade da saúde destas pessoas em relação ao uso da tecnologia agroquímica. Os dados o�iciais apresentados pelo SINITOX, Sistema Nacional de Informações Toxicofarmacológicas do Ministério da Saúde aponta 1168 casos de intoxicação ocupacional com 3 óbitos em 2009. Baseando-se nesses números o problema dos agroquímicos parece pouco relevante em termos de saúde pública, pois a população brasileira com potencial exposição, contadas aqui também os familiares segundo

o IBGE é de cerca de 20 milhões de pessoas no país. Porém há uma discussão latente que diz respeito à chamada subnoti�icação de casos pelos serviços de saúde públicos e privados. Os epidemiologistas chamam de “o silêncio epidemiológico das intoxicações por agrotóxicos”, ou seja, para cada caso noti�icado muitos deixaram de ser por diversos motivos, mas o principal é o desconhecimento técnico cientí�ico por parte da grande maioria dos pro�issionais de saúde, especialmente os médicos, da toxicologia dos agroquímicos. A maior parte das escolas formadoras de pro�issionais de saúde não tem em sua grade

Luiz Hernandes

curricular disciplinas de Toxicologia em especial a Toxicologia Clínica. Fica, então, di�ícil gerar uma base estatística con�iável. Na ausência de dados e no desconhecimento técnico, é que se agarram propostas contrárias ao desenvolvimento de uma agricultura sustentável com uso da tecnologia agroquímica bradando impactos sociais principalmente na saúde pública. O agronegócio brasileiro, carro chefe da economia nacional, vem sofrendo fortes ataques nesse campo sendo. Monitorar a saúde de todas as pessoas envolvidas na produção agrícola , gerar um banco de dados com base cientí�ica que possa ser apresentado e divulgado para toda sociedade regularmente, anualmente, mostrando os resultados de avaliação clinico epidemiológica e laboratorial dessas pessoas de acordo com protocolos cientí�icos previamente estabelecidos, este é o desa�io moderno que o agronegócio brasileiro deveria enfrentar e realizar. A avaliação laboratorial deve ser realizada regularmente com

tão de alimentos hortifrutícolas considerados “não-orgânicos” e a exposição a agroquímicos. “Na primeira etapa, foram monitorados cem agricultores e nenhum deles apresentou qualquer tipo de contaminação”, observou o doutor na palestra que ministrou aos participantes do encontro em Jarinu. Para falar sobre o novo Código Florestal Brasileiro, foi convidado Nelson Ananias, assessor técnico da CNA que deu uma verdadeira aula sobre as mudanças na lei e orientou os presentes quanto à importância da atuação de cada um na cadeia de alimentos e no tratamento dispensado ao solo. “O solo é o principal patrimônio da propriedade rural”, lembrou Nelson, destacando que o novo código se baseia não apenas na preservação das reservas nativas, mas também na produção de alimentos e desenvolvimento econômico das áreas rurais. José Luiz Hernandes, pesquisador cientí�ico do Instituto Agronômico de Campinas, aproveitou o momento para contar, emocionado, que um simples método de combate à mosca da fruta -embalamento dos cachos em sacos TNT - foi implantado em uma área de cultivo orgânico comercial e, pela primeira vez em sete anos, a praga não destruiu a plantação. a dosagem das colinesterases, plasmática e eritrocitária. A realização de controles somente com a dosagem da colinesterase plasmática não traz conclusões diagnósticas pois a mesma isoladamente, pode ter resultados alterados por diferentes situações clinicas, de hábitos e até genéticas, o que descrebiliza sua análise de forma isolada. O controle sistemático e obrigatório deve ser sempre com a dosagem das duas colinesterases, a plasmática e a eritrocitária. O método TESTEMATE ACHe EQM está sendo utilizado em diversos estados brasileiros com excelentes resultados inclusive na região de Campinas, em vários municípios e associações de produtores agrícolas, como a Associação Hortifruti�lores de Jarinú. Seria extremamente relevante que os distintos segmentos do agronegócio brasileiro pudessem gerar dados com uma mesma metodologia cientí�ica apresentando à sociedade brasileira a real situação de saúde dos agricultores e agricultoras do Brasil.


Abracen Encontro Nacional da

Associação Brasileira das Centrais de Abastecimento


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Encontro Nacional da Abracen

LUIZ BARROS

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Encontro Nacional da Abracen LUIZ BARROS

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Encontro Nacional da Abracen

JORNAL ENTREPOSTO abril de 2013 Um jornal a serviço do agronegócio CAROLINA DE SCICCO

Abracen discute em Brasília propostas de modernização das Ceasas Encontro reuniu dirigentes de mercados atacadistas europeus e latino-americanos Carolina de Scicco De Brasília

O último Encontro da Associação Brasileira das Centrais de Abastecimento (Abracen) foi marcado por importantes resoluções e contou com a presença de representantes de mercados atacadistas internacionais. Entre os dias 19, 20 e 21 de março, no Hotel San Marco, em Brasília, dirigentes e técnicos das Ceasas brasileiras destacaram a importância dos entrepostos e os rumos que o país deve seguir para assumir, no futuro, a posição de celeiro do mundo. Ainda no primeiro dia, foi eleito por unanimidade o novo presidente da associação. Quem assume o comando até 2015 é o atual presidente da Ceagesp, Mário Maurici que agradeceu a confiança dos dirigentes das centrais, do plenário, dos companheiros da Abracen e, em especial, a João Alberto Lages. “Vamos preparar uma gestão que dá continuidade à eficácia da atual direção, mantendo a união e espírito colaborativo”, afirmou Maurici. Outra novidade apresentada foi a reorganização

das diretorias específicas para cada região do Brasil (detalhes no site www.abracen.org.br). Gustavo Hoffman, dirigente acadêmico e diretor de projetos institucionais da Universidade Presidente Antônio Carlos, mostrou a primeira vídeo aula de educação a distância (EAD) voltada para os colaboradores da cadeia de abastecimento. Trata-se de uma iniciativa para capacitar e informar os agentes que lidam com a distribuição de hortigranjeiros para enfrentar os desafios do desenvolvimento do sistema alimentar no século XXI. Segundo o mentor do projeto e diretor técnico da CeasaMinas, Altivo Roberto Andrade Cunha, o objetivo é transformar o manual técnico operacional das Ceasas em uma linguagem que unifica o conhecimento do sistema. “Quero parabenizar a Abracen por essa iniciativa que tem o potencial de levar conhecimento a todas unidades”, cumprimentou. O ex-presidente da Abracen, João Alberto Paixão Lages, disse que considera o projeto de capacitação virtual o mais ousado trabalho em andamen-

to na entidade. “É um instrumento importante na formação dos nossos técnicos e demonstra a importância das Ceasas no contexto econômico, financeiro e social do país”, concluiu. Futuramente, Altivo acredita que o curso possa se transformar em uma pós-graduação a distância e se dispôs a divulgar maiores detalhes e cronograma assim que estiverem acertados com Gustavo Hoffman. Aproveitando a assembleia, Luiz Damaso Guzzi, presidente da Ceasa Paraná, convidou a todos para a primeira edição da Hortifruti Brasil Show 2013, evento de agrobusiness que acontece entre os dias 16 e 18 de maio no entreposto de Curitiba e engloba fórum de discussão, encontro de negócios e feira com expositores. “Teremos a participação de empresários italianos parceiros no nosso projeto de modernização da companhia e pretendemos transformar a iniciativa em um evento itinerante e anual”, completa Guzzi. Ainda durante a abertura, foi lançada a primeira fase da Campanha Nacional de Incentivo ao Consumo de Frutas,

Legumes e Verduras. O objetivo é estimular a população a aumentar o consumo destes produtos. Em todo o Brasil, 51 Centrais já aderiram à ação que será implantada por cada unidade. Fazendeiro em Minas Gerais, Antônio Andrade, recém-nomeado para o cargo de ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, mostrou empatia com os presentes e prometeu apoiar as demandas da associação. “Conheço de perto a realidade do produtor e suas dificuldades. Darei muita importância ao setor”, enfatizando que espera contar com parceiros como Conab e as próprias Ceasas para “planejar o futuro do abastecimento com diálogos e planos de ações que tragam resultados imediatos”. Especialistas em logística de abastecimento e mercados atacadistas do Brasil, Uruguai, Chile e Espanha marcaram presença, compartilhando conhecimento e ampliando o campo a ser estudado para a modernização dos entrepostos brasileiros. Ao lado do secretário geral da Comissão de Administração do Mercado Modelo

do Uruguai, Marcelo Amado, o analista de sistemas da Agropec, José Carlos Silva Neto, ministrou a palestra “Tecnologia da Informação em Mercados de Abastecimento”. Para falar sobre a “Logística da Cadeia de Suprimentos”, foram convidados o diretor internacional da rede espanhola de abastecimento Mercasa, Manuel Estrada, e o diretor da Sociedade Nacional de Agricultura, Paulo Protássio. Representando o Mercado Atacadista Lo Valledor do Chile, Gonzalo Bravo, diretor do entreposto, explanou sobre “Sustentabilidade e Fontes de Energias Limpas” com a colaboração do presidente da Neolux da Espanha, José Ferreño Lopes. Representantes dos ministérios da Saúde, Educação e Desenvolvimento Social também estiveram presentes e discutiram os rumos que devem tomar para estruturar o abastecimento no Brasil. No último dia do encontro, representantes das Ceasas conheceram os processos e as técnicas de produção na Fazenda Malunga, referência no cultivo de produtos orgânicos.


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Encontro Nacional da Abracen

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INCENTIVO

Ministérios se unem em prol da campanha de incentivo ao consumo de FLV Primeira etapa conscientiza agentes e consumidores dos entrepostos brasileiros No primeiro dia do Encontro Nacional da Abracen, representantes dos ministérios da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, da Saúde e do Desenvolvimento Social e Combate à Fome se encontraram para apresentar a primeira fase da Campanha Nacional de Incentivo ao Consumo de Frutas, Legumes e Verduras. A iniciativa, que surgiu de uma solicitação da Abracen, conta também com a colaboração da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e do Ibrahort (Instituto Brasileiro de Horticultura). O objetivo principal é estimular o aumento do consumo de FLV pela população brasileira. A primeira etapa será voltada para agentes das Ceasas. Questões como oferta de produtos com qualidade, segurança alimentar voltada, rotulagem, valorização de alimentos regionais e redução do desperdício serão alguns dos temas abordados. Em todo o Brasil, 51

centrais já aderiram à campanha. A segunda fase vai conscientizará consumidores e frequentadores dos entrepostos. “Entendemos que as Ceasas representam uma política pública importante: a política do abastecimento. Por isso, e compreendendo as ações fundamentais para o desenvolvimento da nossa sociedade, lançamos a primeira fase desse projeto que trata de alimentação saudável”, destacou João Lages. Lúcio Valadão, Secretário de Agricultura do Distrito Federal, lembrou que Brasília é uma das poucas capitais do mundo que ainda possui área rural, o que significa que o abastecimento não ficou para trás quando a cidade foi planejada, na década de 1950. “Queremos inserir muito mais agricultores nos mercados atacadistas”, disse Lúcio, sem deixar de citar a importância do banco de alimentos para comunidades carentes da região.

AGENDA

PLANEJAMENTO

Chile recebe próximo Congresso da

Presidente da CNA leva ao governo sugestões para o plano agrícola e pecuário 2013/2014

WUWM O Mercado Lo Valledor, localizado na cidade de Santiago, Chile, foi o escolhido para receber o 28º Congresso da WUWM 2013 (Worl Union of Wholesale Markets, em português União Mundial dos Mercados Atacadistas). Entre os dias 23 e 26 de outubro, representantes dos principais mercados do mundo estarão reunidos para discutir temas como rastreabilidade e inocuidade nos mercados atacadistas. Gonzalo Bravo Baltra, diretor do mercado e presidente do comitê organizador do Congresso WUWM, aproveitou o último Encontro da Abracen para convidar todos os agentes da cadeia de abastecimento do Brasil a visitar o Mercado Lo Valledor durante o evento e conhecer o modelo desenvolvido no Chile para o comércio varejista e para o pequeno e médio agricultor. Com um modelo de negócio 100% privado, a Central de Abastecimento Lo Valledor é o principal canal de comercialização de produtos hortifrutícolas do país, negociando 2 milhões de toneladas anualmente. Além de FLV, o entreposto chileno oferece produtos de mercearia e alimentos para animais.

Senadora Kátia Abreu saiu otimista de reunião de mais de três horas na Casa Civil da Presidência da República ANTONIO CRUZ/ABr

Depois de uma reunião que durou mais de três horas na Casa Civil da Presidência da República, a presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), senadora Kátia Abreu, saiu otimista quanto à possibilidade de o

Governo aceitar as sugestões e argumentos que encaminhou ao Plano Agrícola e Pecuário (PAP) 2013/2014. Além da ministra Gleisi Hoffmann, também participaram do encontro, na segunda-feira à noite, os ministros da Agricultura, Antônio

Andrade, do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas e o presidente da Embrapa, Maurício Antônio Lopes. A vigência do Plano, redução de juros para os financiamentos e volume de recursos para o seguro rural estão entre os temas abordados pela presidente da CNA. A presidente da CNA sugeriu que o próximo PAP tenha um prazo de vigência intermediário, de 18 meses, ao contrário do que vigora hoje, de um ano, para permitir a preparação de um plano agrícola de quatro a cinco anos em 2015. “Desta forma, teríamos maior segurança para o planejamento da atividade, não só quanto ao custeio, mas principalmente dos investimentos na produção agrícola”, afirmou. Para ela, um dos mais importantes segmentos da economia, como a agropecuária, precisa ter segurança para investir com base em projeções e planejamento, como já acontece nos principais países produtores mundiais. Para a política de subsídio ao seguro rural, a senadora Kátia Abreu defendeu a alocação de R$ 850 milhões na safra

2013/2014, aumentando significativamente os valores de R$ 400 milhões e de R$ 260 milhões obtidos nas safras anteriores. Para ela, uma política efetiva para o seguro rural contribuirá para a redução dos juros dos financiamentos agrícolas, porque o risco da atividade será menor. A alocação do valor sugerido pela CNA cobrirá 20% da área plantada do Brasil, ainda bem menor do que nos Estados Unidos, que tem 86% de sua área plantada cobertura por seguro. A redução dos juros, de 5,5% para 4,5%, dos financiamentos com recursos do crédito rural foi outra sugestão encaminhada pela presidente da CNA. Ela também discutiu com os ministros temas como capacidade de armazenagem de grãos e defesa agropecuária. Algumas situações especiais também foram abordadas no encontro, como os casos do leite, café e trigo. “São produtos de grande sensibilidade, que enfrentam situações específicas”, afirmou a senadora. Também foram discutidos investimentos para projetos de inovação e pesquisa pública e privada.


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Evento

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Ceasa Curitiba sedia o HortiFruti Brasil Show 2013 O HortiFruti Brasil Show 2013, que acontecerá entre os dias 16 e 18 de maio, na Ceasa Curitiba, reunirá a cadeia produtiva do setor de hortifruti e �lores e compreenderá também, o Encontro Nacional da Abracen, com presença de diretores, técnicos e permissionários de todo o país. Segundo a organização, o objetivo é apresentar inovações tecnológicas e ferramentas para a modernização dos entrepostos, bem como aparelhar os produtores rurais para que estejam aptos a produzir com mais qualidade e produtividade. No campo internacional, o HortiFruti Brasil Show visa ampliar laços com a região Emilia Romagna, na Itália, possibilitando acesso às novas tecnologias da Europa, utilizando-a como porta de acesso ao Mercado Europeu. O encontro vai agregar diferentes formas de comunicação com os visitantes:

Feira - formada por estandes para comercialização de produ-

tos, implementos, tecnologia, apresentação de projetos para investimento e parceria tecnológica. HortiFruti Contact - evento de caráter internacional mas também com foco no mercado interno, destinado a promoção de negócios entre produtores e mercado, tecnologia e indústria, através da aproximação de

partes interessadas em realizar negócios, captação de recursos e joint venture para o Complexo Agroindustrial HortiFruti, através de reuniões marcadas durante o evento. Fórum Internacional - ambiente proativo de entendimento entre empresas, universidades, institutos de pesquisa, órgãos

governamentais, organismos internacionais, entidades da sociedade civil, interessados na discussão de temas relacionados ao desenvolvimento comercial, institucional, tecnológico �inanceiro e de inovação do Complexo Agroindustrial no Brasil. Dentre os temas abordados estão os Principais Desa�ios

do Setor Hortifruti na Europa, o Caso da Região da Emilia Rimagna (IT), Boas Práticas Agrícolas, Agroecologia na Europa, Qualidade da Água na Produção, Segurança Alimentar, Design de Rotulagem e de Embalagem, Modelo do Mercado de Flores de Campinas e Organização da Produção de Flores através de Associativismo. O HortiFruti Brasil é promovido pela Abracen em parceria com a Ceasa Paraná, Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas - Sebrae, Federação da Agricultura do Estado do Paraná – Faep, Serviço Nacional de Aprendizagem Rural - Senar, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa Hortaliças e Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural – Emater. Maiores detalhes poderão ser obtidos com José Carlos Pamplona E-mail: pjfeirasbrasil@ pjeventos.com.br Telefone: (41) 3072-1000 Site:www.hortifrutibrasilshow. com.br


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Rotulagem

JORNAL ENTREPOSTO abril de 2013

Um jornal a serviço do agronegócio

Gato Preto inicia projeto para otimizar rastreabilidade Atacadista firma parceria com CQH e GS1 para aperfeiçoar sistema de etiquetagem de FLV A Ceasa paulista recebe inúmeros produtos hortifrutigranjeiros, vindos de 1.500 cidades brasileiras e diversos países. A rotulagem é uma parte importante para garantir a rastreabilidade na cadeia de abastecimento de frutas, legumes e verduras. Mas, embora obrigatória por lei, na prática ainda enfrenta alguns percalços. Atenta as exigências do mercado e com colaboração ativa do Centro de Qualidade em Horticultura, o CHQ da Ceagesp, a atacadista Gato Preto, há cinco anos no ramo de FLV, busca solucionar as dificuldades de rastreabilidade. Assim, firmou parceria com a Associação Brasileira de Automação, GS1 Brasil, para aperfeiçoar e otimizar o sistema de etiquetagem, praticado pela empresa há aproximadamente um ano, por solicitação de clientes do sul do país.

Segundo José Maria Santos, proprietário da empresa, a intenção é que, muito em breve, esse rótulo já venha do produtor, por enquanto o processo é realizado dentro do box na ceasa. “A conscientização está difícil, os produtores estão se esquivando o máximo possível. Mas todos eles tem computador em casa. Todos. Então é viável. Antes era mais complicado, tinha que mandar pra gráfica. Hoje o valor da etiqueta é insignificante”, esclarece. Para o gerente Marcelo Gimonski o rastreamento tem que ser feito. “Na roça tem que ser como lei. Mas é complicado. Então, tem que se adequar”. A solução encontrada pela empresa será levar o software utilizado no processo aos produtores. “Assim, não tem com os agricultores fugirem da responsabilidade e dizer que não tem como

fazer”, completa José Maria. A falta de fiscalização também compromete o cumprimento das normas. “Eu acho que a lei só vai pegar mesmo quando a Ceagesp começar a cobrar. Enquanto continuar entrando mercadoria vai ser difícil. Já que é lei, que está em vigor, não podia entrar sem identificação”, acredita o empresário. A Gato Preto é, também, produtora de pimentão na região de Pirajuí, interior de São Paulo. A embalagem do grupo é personalizada e, algumas vezes, caixas acabam sendo vendidas e reutilizadas, fazendo com que a empresa perca o controle sob o conteúdo das mesmas, mas que seu nome continue vinculado a elas. “Nesse contexto, destaca-se a importância da rastreabilidade, que garante pronta identificação da origem dos produtos”, concluiu.

BANCO DE ALIMENTOS

LOGÍSTICA REVERSA

Casa de Saúde N. Sa. de Fátima recebe doações do BCA

Brasil lidera reciclagem de embalagens de agrotóxicos

Em atividade desde 1972, a Casa de Saúde Nossa Senhora de Fátima, que acolhe e trata portadores de transtornos mentais, é um hospital filantrópico mantido pela Congregação das Irmãs Hospitaleiras do Sagrado Coração de Jesus, fundada em Madrid, Espanha, em 1881. No local são servidas diariamente 900 refeições - café da manhã, almoço, lanche, jantar e ceia - para 190 pacientes e 170 colaboradores. www.hospitaleiras.org Av. Jornalista Paulo Zingg, 1078 - São Paulo - SP Telefone: (11) 5627-7777 E-mail: fatima@hospitaleiras.org Seja um doador Banco Ceagesp de Alimentos Telefones: (11) 3643 - 3832 / 3850 / 3929 Nextel: 55*45*4964 E-mail: bacodealimentos@ceagesp.gov.br

O Brasil continua sendo líder na destinação de embalagens vazias de produtos agrotóxicos. Atualmente, o Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (inpEV), ONG responsável pela destinação final do material, recolhe 94% do total descartado. Nos últimos 13 anos foram mais de 246 mil toneladas de embalagens recicladas. Somente em 2012, foram encaminhadas 37.379 t. A quantidade representa um crescimento de 9% quando comparada a 2011. A expectativa para 2013 é destinar 40 mil toneladas de embalagens vazias. De acordo com o coordenador de Agrotóxicos do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Luís Eduardo Rangel, o principal objetivo é dar a destinação correta para as embalagens vazias dos agrotóxicos e diminuir o risco para a saúde das pessoas e de contaminação do meio ambiente. “A fiscalização é rígida pelas leis de agrotóxicos e de crimes ambientais. As multas podem chegar a R$ 20 mil no caso de não cumprimento da legislação”, alerta. Os estados líderes na devolução de recipientes de agrotóxicos, segundo o (inpEV), são Mato Grosso, Paraná, São Paulo e Goiás. De janeiro a dezembro de 2012, os produtores rurais do Mato Grosso devolveram 8,6 mil toneladas (t) de embalagens vazias de agrotóxicos. No Paraná, no mesmo período, foram recolhidas 4,8 mil t, em São Paulo 3,7 mil t e em Goiás foram 3,5 mil t. Os países que mais encaminharam para destinação final, neste mesmo período, foram Alemanha (76%) Canadá (73%) França (66%) Japão (50%) Polônia (45%) Espanha (40%) Austrália (30%) e Estados Unidos (30%). As embalagens de agrotóxicos são obrigatoriamente recolhidas desde 2002. A nova legislação federal determinou a responsabilidade da destinação final de embalagens vazias para o agricultor, o fabricante e o revendedor.

Resumo BCA - Março / 2013 Cinco alimentos mais doados 1. Laranja 2. Banana 3. Limão 4. Alface 5. Cenoura Cinco maiores doadores 1. H.Shimizu 2. Roque Neves 3. Frutas Franchi 4. AGP 5. Luis Leite

Volume de doações recebidas: 43.169 toneladas Descarte BCA: 10.461 toneladas Volume de doações distribuídas: 32.708 toneladas Permissionários doadores: 29 Entidades beneficiadas: 48


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Agrícola

abril de 2013

Programa subsidia agricultura orgânica

PLANO BRASIL MAIOR

Visando melhorias e o crescimento na produção de alimentos e produtos orgânicos, o governo de São Paulo, juntamente com a Secretaria do Meio Ambiente e da Agricultura, lançou o projeto São Paulo Orgânico. Trata-se de uma linha de �inanciamento bene�iciária a agricultores e fabricantes orgânicos. Na solenidade de lançamento, o Governador anunciou a abertura de linha do FEAP – Fundo de Expansão do Agronegócio Paulista para a agricultura orgânica (o teto do �inanciamento é de até R$ 100 mil por agricultor pessoa �ísica ou jurídica e de até R$ 400 mil por cooperativa ou associações de agricultores) e a participação do estado de São Paulo na BioBrazil Fair | Bio Fach América Latina – Feira Internacional de Produtos Orgânicos e Agroecologia, que acontece entre os dias 27 e 30 de Junho, na Bienal do Ibirapuera. Também foi divulgado o calendário 2013 de capacitação dos técnicos da pasta do Meio Ambiente, da Agricultura e do ITESP – Instituto de Terras do estado de São Paulo e distribuídas cartilhas com receitas orgânicas. Em 2013, o governo providenciará a capacitação dos produtores rurais do Assentamento Mario Covas, localizado no munícipio de São Simão. Outro anúncio foi da assinatura do termo de doação de cinco mil títulos da biblioteca Ana Maria Primavesi.

Autoridades agropecuárias do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) estudam mecanismos de apoio à prática de agricultura irrigada. O objetivo é garantir a qualidade e o aumento da produção agropecuária fazendo o uso consciente da água e da energia. Segundo o chefe da Divisão da Agricultura Irrigada do Mapa, José Silvério, as atividades relacionadas à agropecuária, são as que mais usam os recursos hídricos. “Estima-se que de mil a 3 mil m3 de água são utilizados para produzir uma tonelada de alimentos de origem vegetal”, disse Silvério, ao reforçar que o consumo de água para produzir um hectare de grãos está em torno de 10 mil m3. Esse número chega a ser cinco vezes maior para alimentos de origem animal. De acordo com Silvério, a tecnologia de irrigação intensi�ica o uso dos solos reduzindo a pressão por abertura de novas áreas, o que contribui para preservação ambiental. No Brasil, dos 60 milhões de hectares de área plantada,

Governo incentiva agricultura irrigada Prática de irrigação apresenta melhores resultados em relação ao método de sequeiro

cerca de 4,7 milhões utilizam a prática de agricultura irrigada. Estudos mostram que o método permite a produção de mais de uma safra anual e minimiza os problemas climáticos, especialmente em época de estiagem. José Silvério explica que é notório o aumento de produ-

tividade das culturas e pastagens onde se utiliza essa tecnologia. “Cada hectare irrigado corresponde a três hectares de sequeiro em termos de produtividade �ísica e sete hectares em termos de produtividade econômica”, explicou. O Plano Brasil Maior atribui ao Mapa à responsabilidade de

aperfeiçoar o desenvolvimento tecnológico da agricultura irrigada e sua difusão. Por este motivo, está em processo de análise no ministério o Programa de Incentivo da Agropecuária Irrigada (Pro-Irriga), que pretende ampliar a área irrigada, a produtividade e a qualidade dos produtos agrícolas.

José Avelar de Melo Curitiba-PR

Poupatempo do produtor O governado de São Paulo lançou dia 6 o Projeto Poupatempo do Produtor Rural. O Projeto da Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo (SAA) tem por objetivo integrar os mais de 50 serviços já oferecidos pela Pasta em um só lugar, facilitando o acesso aos produtores rurais. A atuação será de forma itinerante por meio de três unidades móveis que atenderão mais de 70 municípios da região administrativa de Sorocaba. Os trailers são equipados com computadores com acesso à internet, impressoras, telefones e apoio da equipe de técnicos da SAA que farão trabalhos de gestão e atendimento ao público.

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Ceasas do Brasil

JORNAL ENTREPOSTO abril de 2013

Um jornal a serviço do agronegócio

Produtores de manga do ES faturam R$ 2 milhões na safra 2012/2013

CeasaMinas tem novo presidente

Os 1.262 produtores rurais do Espírito Santo que investem no cultivo de manga faturaram cerca de R$ 2 milhões com a comercialização na produção da última safra, encerrada no início do mês. Ao todo, a produção capixaba atingiu 3.400 toneladas, um recorde, numa área plantada de 1.200 hectares. Esses números são ainda mais relevantes ao considerar que há apenas nove anos o cultivo da manga não era uma atividade organizada comercialmente, existindo apenas em plantios nativos. Para ampliar mais os cultivos, o Governo do Espírito Santo repassará agora em 2013, 60 mil mudas de manga da variedade Ubá, aos agricultores cadastrados no Polo, quantidade suficiente para ampliar a área plantada capixaba em 50%, com novos 600 ha. “As mudas adquiridas são distribuídas seguindo um rigoroso cadastro realizado pelo Incaper, que tem como foco os agricultores familiares e o zoneamento econômico e ecológico para as plantações de manga. Trata-se de um fomento assistido, onde os agricultores contarão com assistência técnica, capacitação intensiva e controle rigoroso das operações”, destaca o secretário de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca, Enio Bergoli. Atualmente, somente no Polo de Manga, são 800 ha implantados em 17 municípios da Região Noroeste do Estado, onde as condições de clima e de solo são as mais indicadas para o cultivo da fruta. Os principais destinos da produção capixaba são a em-

O novo presidente da CeasaMinas, o engenheiro civil Marcos Lima, realizou no final do mês de março, na Administração do entreposto de Contagem, sua primeira reunião com os líderes e chefes de departamentos envolvidos no planejamento estratégico da empresa. Lima assumiu o cargo no dia 26 de março, durante reunião extraordinária do Conselho de Administração da CeasaMinas. Ao falar aos chefes de departamento e demais funcionários da empresa, Marcos Lima destacou a responsabilidade da central de abastecimento para a promoção da segurança alimentar. “Cada um de nós deve buscar a meta de continuar a fazer da Ceasa uma referência nacional”, afirmou, ao elogiar o corpo técnico da empresa. Lima assume a presidência em substituição a João Alberto Paixão Lages, que exercia o cargo desde agosto de 2007. Marcos Guimarães de Cerqueira Lima foi deputado federal por seis legislaturas, entre os anos de 1983 e 2003, período em que ajudou a elaborar a Constituição Federal de 1988. Entre 2009 e 2011, voltou a ser deputado federal. Além de exercer a atividade parlamentar, Marcos Lima foi diretor de Relações Institucionais de Furnas Centrais Elétricas e presidente da Fundação Universitária de Itaúna. Vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), a CeasaMinas administra entrepostos em Contagem, Uberlândia, Juiz de Fora, Caratinga, Governador Valadares e Barbacena.

presa de produção de polpa TROP BRASIL (2.4 mil t), a CEASA-ES (768 t) e os programas governamentais de aquisição de alimentos (230 t). “Nosso trabalho é ofertar ao agricultor familiar boas opções e as melhores condições de diversificar a produção agropecuária. O Incaper é um parceiro sólido do produtor rural e gradativamente estamos ampliando esse apoio que é fundamental para a ampliação da renda e da melhoria da qualidade de vida”, ressalta o presidente do Incaper, Evair Vieira de Melo. Além da manga, outros 12 Polos de Frutas estão organizados no Espírito Santo, em todas as regiões do Estado. Com eles, é possível promover a diversificação da produção agrícola e gerar renda para os agriculto-

res de base familiar, viabilizar a produção em regiões com vocação e aptidão para o cultivo de frutas, organizar e fortalecer as associações de produtores e suas cooperativas, aproveitar áreas de pastagens degradadas com baixo retorno econômico e atender a demanda das indústrias instaladas em terras capixabas. A implantação e manutenção dos Polos faz parte de uma ação conjunta entre o Governo do Espírito Santo, por meio da Seag, Incaper, Idaf e Ceasa, Sebrae/ES, Faes, Senar, Fetaes, Sindicatos de Trabalhadores Rurais, Prefeituras Municipais, OCB-ES e Cooperativas, Indústrias processadoras de frutas e de polpa e Associações de Produtores Rurais. “A ampliação e consolidação

dos Polos de Fruticultura é uma estratégia para a diversificação da produção e da renda no interior capixaba. O Governo do Estado investe no Polo de Manga, e na fruticultura como um todo, porque é uma atividade que gera renda e emprego em pequenos espaços, e essa é a realidade para 80% de nossos agricultores, que são de base familiar e dispõem de pequenas glebas de terra para produzir”, afirma Enio Bergoli. Terceira atividade em importância da agropecuária capixaba, a fruticultura gera aproximadamente 60 mil empregos diretos e está presente em 85 mil ha. Com produção anual de 1,3 milhão de toneladas, apresenta faturamento superior a R$ 700 milhões.


JORNAL ENTREPOSTO Um jornal a serviço do agronegócio

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abril de 2013

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21-24 | maio CEAGESP


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JORNAL ENTREPOSTO

Ceasas do Brasil

abril de 2013

Um jornal a serviço do agronegócio

ECONOMIA

Índice Ceagesp fecha mês de março com alta de 3,73% e pressiona in�lação Neste ano, o indicador registrou elevação de 5,69% e, nos últimos 12 meses, o aumento foi de 19,71% Em março, o Índice de preços Ceagesp aumentou 3,73%, com elevação em todos os setores, exceto pelo de verduras. Condições climáticas adversas nas regiões produtoras, como excesso de chuvas e altas temperaturas, além de problemas sazonais em algumas culturas, voltaram a interferir negativamente na qualidade e volume ofertado, principalmente nos setores de legumes e diversos. Produtos com grande representatividade destes setores como tomate, vagem, pimentão, batata, cebola, entre outros, apresentaram acentuadas majorações de preços e in�luenciaram na elevação do Índice Ceagesp no último mês. No ano, o indicador registra elevação de 5,69% e, nos últimos 12 meses, o aumento foi

de 19,71%. O setor de diversos registrou a maior elevação, de 18,06%. Principais altas: cebola (26,6%), amendoim (19,5%), batata comum(15,7%) e milho pipoca (15,5%). Não houve redução de preços no setor. A seguir, os legumes registraram alta de 14,78%. Principais aumentos: vagem macarrão (46,5%), jiló (45,3%), pepino japonês (38%), pimentão verde (31,2%) e tomate (19,2%). Principais baixas: chuchu (-20,2%), abobrinha italiana (-11,5%), maxixe (-9,7%)e cará (-4,1%). O setor de pescados apresentou alta de 1,36%. Principais aumentos: bagre (30%), pescada (26,65), anchovas (19,9%), abrotea (19,2%) e robalo (7,5%). Principais quedas: atum

Limão taiti

-29,2 %

Brócolis -32,4 %

(-26,9%), pacu (-11,7%), tilápia (-9,3%) e cavalinha (-7,5%). As frutas registraram elevação de 1,22%. Principais altas: goiaba vermelha (30,2%), abacaxi pérola (16,1%), uva benitaka (15,9%), caju (15,4%) e �igo (10,4%). Principais baixas: maracujá azedo (-22,5%), jaca (-17,1%), pera estrangeira (-9,2%), e kiwi estrangeiro (-9,9%). Já as verduras apresentaram retração de 4,69%. Principais elevações: brócolis (45,6%), couve-�lor (38,4%), salsa (16,5%), e agrião (8,34%). Principais quedas: alface americana (-20%), alface crespa (-18,9%), escarola (-19,5%), coentro (-17,1%), almeirão (-16,8%), alface lisa (-16,8%), rabanete (-15%) e espinafre(-13%).

Cenoura 44,6 %

Tendência Além das condições climáticas adversas que afetaram a oferta, o aumento da procura devido à Páscoa impulsionou a demanda. Assim, os preços mantiveram-se em alta durante praticamente toda a segunda quinzena de março. Em abril, com a diminuição das chuvas nas regiões produtoras, a expectativa é de que volumes ofertados e preços iniciem processo de retorno aos patamares habituais.

Índice Ceagesp Como objetivo de traduzir melhor a situação do mercado, em 2012, o Índice Ceagesp passou por uma revisão e foram acrescentados mais produtos à cesta, que agora contabiliza 150 itens.

Ovos 17,5 %

Pera, atemóia, abóboras, inhame, cará, maxixe, cogumelo, berinjela japonesa, hortelã, moyashi, orégano, ovos vermelhos, além das verduras hidropônicas como alfaces, agrião, rúcula, são os novos produtos acompanhados pelo Índice, pois tiveram entradas regulares durante todos os meses de 2011. Primeiro balizador de preços de alimentos frescos no mercado, o Índice Ceagesp é um indicador de variação de preços no atacado de Frutas, Legumes, Verduras, Pescado e Diversos. Divulgados mensalmente, os itens da cesta foram escolhidos pela importância dentro de cada setor e ponderados de acordo com a sua representatividade. O Índice foi lançado em 2009 pela Ceagesp, que é referência nacional em abastecimento.

Pescada 26,65 %

Ceasa do Ceará terá farmácia para atender à comunidade Além da inauguração da farmácia, uma mobilização de prevenção contra dengue acontece no entreposto de Maracanaú ANUNCIO entreposto.pdf

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A Centrais de Abastecimento do Ceará (Ceasa), vinculada à Secretaria do Desenvolvimento Agrário (SDA) e ao Governo do Estado, já conta com uma farmácia para atender às necessidades da população. O equipamento, integrado ao posto de saúde Menino Jesus de Praga foi instalado na unidade de Maracanaú, e inaugurado no �inal do mês passado. Ao mesmo tempo, a Ceasa recebeu também uma mobilização de prevenção contra a dengue, com ações desenvolvidas em vários pontos do mercado. “O entreposto de Maracanaú recebe até 15 mil pessoas por dia, são 184 municípios buscando abastecimento na nossa central, e uma parceria como esta é um bene�ício não só para nossos

comerciantes e colaboradores, mas para a saúde da população como um todo. A Ceasa é um ponto estratégico para esse tipo de ação e nós pretendemos realizar outras parceria com o Município e a Prefeitura”, salientou Reginaldo Moreira, presidente da Ceasa Ceará. Na entrada de pedestres, os agentes de combate às endemias abordarão o público orientando e distribuindo material impresso com informações sobre a doença e as formas de prevenção. Nos galpões, a visita do mosquito transmissor da doença conscientizará os comerciantes e consumidores. Uma blitz educativa também está prevista para alcançar as pessoas que passam em frete ao entreposto em veículos automotores.

Farmácia O projeto da farmácia tem como objetivo proporcionar à comunidade o acesso à medicação necessária aos tratamentos indicados pelos pro�issionais da saúde, sendo uma atividade complementar ao trabalho realizado pelo Posto. O bene�ício dos medicamentos acontecerá de forma gratuita, em parceria com o atendimento e a prescrição médica realizada na própria unidade de saúde, localizada no prédio administrativo da Ceasa. A farmácia funciona de segunda a sexta-feira, das 7h às 13h, e conta com o acompanhamento de um pro�issional farmacêutico. A instalação do equipamento e sua manutenção é uma iniciativa da Secretaria de Saúde do município, por meio da Prefeitura de Maracanaú.


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Ceasas do Brasil PAULO FERNANDO

Ceagesp disponibiliza ambulância para atendimentos emergenciais Agilmed atende cerca de 70 casos por mês

Desde o dia 23 de dezembro de 2012, usuários e visitantes da Ceagesp contam com uma ambulância da Agilmed para atendimentos de emergência durante 24 horas todos os dias. Edson Procidelli, assessor técnico do Departamento de Entreposto da Capital (Depec), setor responsável pelo novo serviço, explicou que o projeto era um anseio da administração do mercado e dos permissionários. “Em uma comunidade de 50 mil pessoas como a Ceagesp, um atendimento emergencial é imprescindível. Antes, acionava-se o SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), que nem sempre atendia com rapidez”, esclarece Edson, acrescentando que os permissionários dividem a conta do benefício. “Cada um paga cerca de R$ 0,37 por metro quadrado da área de comercialização”. Todo mês, a Agilmed atende cerca de 70 casos dentro da companhia. Para José Durvaizen, funcionário da Fiscalização, a novidade lhe devolveu a vida. Em dezembro do ano passado, ele sofreu um princípio de infarto, foi atendido pela ambulância e removido para o hospital. “Eu

“Em uma comunidade de 50 mil pessoas como a Ceagesp, um serviço de atendimento emergencial é imprescindível”. ressuscitei”, brinca José. Segundo os médicos que o atenderam, a agilidade no primeiro atendimento, ainda no entreposto, possibilitou a total recuperação do funcionário. Em caso de emergência, ligue: Segurança: 3643-3852 ou 3643-3990 Portaria: 3643-3921 Fiscalização: 3643-3858 ou 3643-3859

ABASTECIMENTO

Armazéns sem certificação ficam impedidos de atuar para governo De acordo com a Conab, número de unidades nesta situação representa cerca de 1 milhão de toneladas da capacidade estática credenciada Desde o fim de março, as unidades armazenadoras que não estão certificadas em ambiente natural ficam impedidas de prestar serviços de armazenagem de estoques governamentais ou receber produtos de operações realizadas pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O último prazo determinado pela Instrução Normativa nº

041, que trata sobre os requisitos para certificação, era até 31/12/2012, mas como o novo sistema de cadastro e consulta das unidades armazenadoras certificadas só ficaria pronto no dia 25/03/2013, o Ministério da Agricultura, por meio de ofício, estendeu o prazo para esta data. A partir da disponibilização do novo sistema ao público, as unidades armazenadoras não

certificadas passaram à condição de impedidas, ou seja, ficaram impossibilitadas para o exercício de qualquer operação com a Conab, pelo menos até que regularizem a situação. De acordo com a área de armazenagem da Companhia, o número de unidades nesta situação representa cerca de 1 milhão de toneladas da capacidade estática credenciada.

“Nós fizemos um apelo ao setor armazenador no sentido de adotar as providências necessárias para adequar suas unidades”, explica o presidente da Conab, Rubens Rodrigues dos Santos. “Inclusive, foram avisadas da necessidade de que estejam comprovadamente certificadas junto ao Sistema Nacional de Cadastro de Unidades Armazenadoras (Sicarm), mantido pela

Companhia”, acrescenta. Segundo as regras do Sistema de Certificação, toda pessoa jurídica que presta serviço, remunerado ou não, de armazenagem de produtos agropecuários, seus derivados, subprodutos e resíduos de valor econômico a terceiros, inclusive dos estoques públicos sob responsabilidade da Conab, deverá estar certificada para permanecer em funcionamento.


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JORNAL ENTREPOSTO

Cá entre nós

Feliz aniversário, Nossa Turma Por Manelão Neste mês, o agito está no setor de legumes e batatas. Tomate, pimentão, batata e cebola estão dando show de preços e recebendo cachê de pop star. Aí, o produtor vai se empolgar, aumentar o plantio, o preço vai baixar e a dona de casa vai gostar. A Nossa Turma completou 15 anos em 31 de março e a família ceagespiana foi lá comemorar. No evento, foram homenageados personagens que fizeram a entidade acontecer: o antigo presidente da companhia Fuad Nassif Baur, a ex-primeira dama do governo estadual Dona Lila Covas, o ex-secretário de agricultura Xico Graziano e os saudosos entusiasmados com a criação do projeto social Nelson Fortes, Herman Lecher e o bom de bola José Carlos Vaz de Lima. A Ceagesp era estadual. A comunidade e as crianças ouviram a mensagem positiva que foi transmitida a todos os presentes na época. Hoje, passados 15 anos, vamos relembrar e comemorar os bons momentos. No início, a entidade vivia com a contribuição que era colocada no boleto do aluguel dos permissionários. Até que mudou o presidente da companhia e extinguiu essa taxa social. Aí, a Nossa Turma saiu à luta e pedindo contribuição para as mais de mil empresas que estão baseadas nesse central de abastecimento. E eu, Manelão, como presidente da associação, o meu poder de convencimento é pouco, pois menos de cem empresas contribuem com o nosso projeto social. A coisa só foi melhorar quando Gilberto Dimenstein colocou a nossa turma em seu livro e Carlos Tramontina, da Globo, no programa Antena Paulista, me elegeu como modelo de responsabilidade social brasileira. Aí, o presidente da Ceagesp era Valmir Procidelli, que, atendendo aos nossos anseios, assinou uma parceria e a Ceagesp passou a repassar R$ 12 mil mensais para a Nossa Turma.

Os anos se passaram as despesas aumentaram. Hoje, a Ceagesp repassa para a escolinha R$ 20 mil. Os boletos dos permissionários atingem R$ 8 mil. Mais R$ 6 mil de empresas fora dos muros do mercado. Todo mês, para fechar o caixa, faltam R$ 8 mil. E vamos torcer para a Queima do Alho, que será no próximo dia 5 de maio, o bom Deus abençoe e você venha se divertir saborear uma boa comida, ouvir a dupla prata da casa J. Garcia e Marinense, que vai cantar músicas de Milionário e Zé Rico, além de cantores, cantoras e bailarinas-mirins que se apresentam no Raul Gil e darão show e alegria à criançada presente. Ramon Violeira e banda vão saudar o público com músicas de Tonico e Tinoco, Tião Carreiro e João Mineiro e Marciano. A banda Red Fox é quem melhor toca música country no Brasil estará encantando a galera nesta festa dos 15 anos da Nossa Turma. Os personagens mais importantes são as crianças atendidas e vocês que acreditam no nosso trabalho. A Fundação Dom Cabral nos enviou um grupo de alunos de MBA que, em conjunto com a nossa diretoria, está elaborando um plano de gestão em capitalização de recursos que com certeza vai nos levar à sustentabilidade. De 21 a 24 de maio, outro grande evento sacode o mercado. Nesta edição, a Femetran trará o que há de melhor no segmento caminhão. No dia 30 de maio, haverá missa solene de Corpus Christi, no Galpão dos Carregadores. E o celebrante que hoje é padre, já derramou suor carregando e descarregando mercadorias no mercado. A organização será do diácono Luiz Carlos de Laete. O coral amigos do padre Quirano, da paróquia São Mateus em Rio Pequeno, e Agnaldo Timóteo vão cantar músicas para Nossa Senhora. Não deixe de participar desse momento de fé. Horário: 9h.

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abril de 2013

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Kelly Cristina – (11) 3832-3366 / 3643-3737 – contato@nossaturma.org.br Luciana Pazzini – (11) 9 7474-0712 – luciana@nossaturma.org.br

Acesse o site: Programas exigidos por lei: Programa de Controle de Saúde Médico Ocupacional - PCMSO Programa de Prevenção de Riscos Ambientais - PPRA Laudo Técnico de Condições Ambientais de Trabalho - LTCAT Perfil Profissiográfico Previdenciário - PPP Exames médicos: Admissão, Periódico, Retorno ao trabalho, Demisssionais. Dra. Ana Maria Alencar (Diretora Médica) Entre em contato com nossos representantes Fábio (11) 3832.4049 / 3835.9576 / 7871.2644 End. Edsed II sala 37(em cima da padaria Nativa)

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abril de 2013

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Transporte

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São Paulo inicia programa de renovação de frota de caminhões Programa Renova SP oferece financiamento com juros zero para caminhoneiros. Setor comemora Aerton Guimarães Agência CNT de Notícias

O Porto de Santos é o maior e mais importante do país. Na cidade portuária estima-se que circulem cerca de seis mil caminhões, responsáveis por levar e descarregar dos e para os navios mercadorias fundamentais para a economia brasileira. No entanto, esse transporte tem sido prejudicado pela idade avançada dos veículos. Para mudar esse cenário, o governo de São Paulo implantou o Programa de Incentivo à Renovação da Frota de Caminhões (Renova SP). Os veículos são financiados pela Agência de Desenvolvimento Paulista (Desenvolve SP) e contam com juros zero – o subsídio é do estado. O projeto piloto começou na cidade de Santos. “Dos seis mil caminhões da região, quase metade ou têm mais de 30 anos ou estão bem próximos de chegar a essa idade. O Renova SP foi muito bem recebido pelo caminhoneiro, ele está tendo uma oportunidade única. Se antes as prestações de um veículo novo chegavam a R$ 6 ou R$ 7 mil, hoje é possível comprar, com esse programa, pagando R$ 3 mil por mês”, disse o vice-presidente do Sindicato dos Transportadores Rodoviários Autônomos de Bens da Baixada Santista e Vale do Ribeira (Sindicam-Santos), Clayton Domingues de Oliveira, à Agência CNT de Notícias. Qualidade de vida

Segundo o Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo (Detran-SP), cerca de 30% dos 610 mil caminhões registrados

junto ao órgão têm mais de 30 anos e não respeitam as regras de redução de emissões, prejudicando a qualidade do ar, o trânsito e a vida dos profissionais do setor. O foco do Renova SP são os caminhoneiros autônomos e pessoas jurídicas enquadradas como microempreendedores individuais que prestam serviços no Porto de Santos, limitando o financiamento a um caminhão por beneficiário. São financiados a aquisição de caminhões, chassis, caminhões-tratores e cavalos mecânicos. “Os caminhoneiros terão 96 meses para pagar e não pagarão juros. Esse programa da Desenvolve SP é pioneiro com foco na melhoria do meio ambiente e da qualidade de vida do motorista. Todos os caminhões novos são certificados e os velhos serão reciclados ou destruídos pra que não voltem a poluir”, explicou o governador Geraldo Alckmin (foto abaixo, no centro) durante a entrega

simbólica de veículos no dia 23 de março, em Santos. O prazo de carência é de seis meses. O programa Renova SP prevê que o novo caminhão financiado seja da fase P7 do Programa de Controle de Poluição do Ar por Veículos Automotores (Proconve). Essa fase é mais conhecida como Euro 5, e os veículos que se encaixam nesta categoria são menos poluentes que as anteriores. Além disso, o governo de São Paulo também estipula que o veículo antigo seja retirado de circulação e suas peças totalmente inutilizadas e recicladas por empresas especializadas e licenciadas pela Cetesb e participantes do programa. Os recursos são da Linha BNDES Pró-caminhoneiro com a equalização dos juros feita pelo governo do estado. O interessado pode simular seu financiamento diretamente no site da Desenvolve SP para saber exatamente quanto irá pagar em cada par-

cela. De acordo com o sindicato dos autônomos, o governo deve financiar, com essas taxas especiais, mil caminhões. “A procura está bem grande. Os caminhoneiros, para aderir ao programa, têm que nos procurar. Já estamos com uma lista de 250 a 350 pedidos encaminhados para aprovação da linha de crédito. Até agora, 30 financiamentos já foram aprovados pelo Renova SP”, explicou o vice-presidente do Sindicam-Santos, Clayton Domingues. Há, inclusive, uma cartilha para tirar a dúvida dos profissionais. Benefícios

Para o presidente do Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas de São Paulo e Região (Setcesp), Manoel Sousa Lima Jr, os benefícios com a adoção do Renova SP são indiscutíveis. “Os caminhões velhos que circulam em Santos causam uma série de pre-

juízos, quebram constantemente, interditando o acesso aos portos, exigem maiores gastos com manutenção, isso sem falar da poluição excessiva”, reforça. Segundo ele, o programa para renovação de frota deve ser estendido. “Os transportadores também precisam de mais facilidades, não vamos esperar que os caminhões cheguem a 30 anos para renovar. Hoje temos uma idade média de 18 anos, mas claro que queremos reduzir isso, chegar a uma média de cinco anos. O Pro-caminhoneiro, do BNDES é um bom programa, mas há muita burocracia, ele é muito insípido. É preciso facilitar o crédito para incentivar o setor”, reivindica Sousa Lima. RenovAr

Desde 2009, a Confederação Nacional do Transporte (CNT) dialoga com o governo federal para a implantação do Plano Nacional de Renovação de Frota de Caminhões – RenovAr. O projeto considera mecanismos econômicos, financeiros e fiscais, com ênfase num programa especial de crédito ao caminhoneiro e retirada de circulação dos veículos velhos. Para a CNT, a implantação do Renova SP é considerada uma grande conquista que deve ser estendida a todo o país. O RenovAR e o programa em vigor em Santos possuem vários pontos semelhantes e que podem se tornar referência sobre o tema para o restante do Brasil. Investir na renovação da frota tem como consequência direta a modernização do transporte, impulsionando a economia nacional.


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Max Renault Marginal Tietê lança serviços exclusivos DANIELLE FORTE

Programa Pro+ segue modelo europeu e oferece atendimento diferenciado para profissionais Danielle Forte De São Paulo

A concessionária Max Renault Marginal Tietê, do grupo Max Motors, lançou, no dia 13 de abril, a especialização Pro+, ou seja, a revenda passa a oferecer uma solução de serviços integrados para frotistas, taxistas e portadores de deficiência. A loja apresenta diferenciais nas áreas comercial e de pós venda, além de espaço exclusivo, oficina com elevadores que suportam até cinco toneladas e uma equipe preparada para atender as necessidades dessa clientela. A intenção da montadora é chegar ao fim desse ano com 53 Renault Pro+ instaladas, ocasionando a cobertura de 86% do mercado. A cidade de São Paulo, que representa 40% da fatia de utilitários, contabiliza, agora, três dessas unidades. O programa segue o modelo europeu, lançado na França em 2007. “Antes de trazer esse projeto para o Brasil, já existia o Renault Empresas. Ou seja, nós já havíamos dado o primeiro passo. A Pro+ veio para definir a participação da companhia nesse nicho, para estruturar e especializar”, define Dimitri Castiglia, consultor nacional de veículos utilitários Renault. Localizada a aproximadamente dez minutos do entreposto paulista, a revenda assegura velocidade para esses negócios, tanto na hora de vender como na manutenção dos veículos, e promete cumprir os parâmetros estabelecidos pela montadora, lí-

der no segmento de vans grandes durante os últimos cinco meses de 2012. “Aquilo que nós preconizamos foi desdobrado em algumas promessas ao cliente, que abrangem desde o atendimento prioritário às revisões programadas. O pilar principal é agilidade. A velocidade dentro de uma concessionária Pro+ é inúmeras vezes maior”, esclarece Castiglia. Segundo Attila Fleury, gerente de frota de proximidade da Renault, a fabricante está sempre em busca de soluções para atender frotistas: “Temos uma série de serviços e negócios para aproximar esse cliente. Queremos sempre facilitar e inovar”. A esse exemplo, o conceito Solução Renault Pro+, um programa de aluguel e gestão de veículos para clientes profissionais que oferece custo mensal acessível – com seguro, documentação completa e manutenção preventiva -, inclusive para os utilitários Master e Kangoo, os contratos variam de 24 a 48 meses. A recém-lançada linha de comerciais leves Renault Master 2014, veio modernizada e mais robusta. “Além de ser um veículo que se enquadra na regulamentação dos Vucs, é o maior deles e é tido como car like, ou seja, parece um carro na forma de dirigir, mas tem aptidão de um utilitário”, explica Fleury. O novo motor traz maior desempenho e potência. Oferecido em quatro versões - Minibus, Furgão, Chassi-cabine e Vitré -, a nova geração Master conta com duas opções de altura e três de comprimento e favorece car-

gas e descargas, com abertura nas portas traseiras de até 270º. Além de novo design e novo interior, tem baixo consumo de combustível, air bag e freios abs de série e carga útil de até 1593 quilos.

MAX Renault Marginal Tietê Av. Embaixador Macedo Soares, 1401 Lapa - São Paulo - SP Telefone: (11) 3469 - 9000


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