Jornal Entreposo | Abril de 2012

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Um jornal a serviço do agronegócio

Associação Brasileira das Centrais de Abastecimento

Diretora Geral: Selma Rodrigues Tucunduva | ANO 13 - No 143 | abril de 2012 | Circulação nacional | Distribuição autorizada no ETSP da Ceagesp | www.jornalentreposto.com.br

Grupo de Mídia Entreposto promove Festival do Bacalhau no Mercadão | Protesto |

pág. 06

Manifestação contra taxa de estacionamento para a Ceagesp

SUCESSO Durante o período do 1º Festival a venda do bacalhau aumentou cerca de 30%

Brasileiros consomem mais orgânicos

Pág. 10

Evento gastronômico ensina receitas do pescado norueguês para consumidores do Mercado Paulistano. Leia mais Pág. 4 e 5 Índice Ceagesp - março 2012

Geral

Alta

4,61%

Frutas Alta

2,11%

Legumes Alta

 Verduras 

14,55%

Alta

12,46%

Diversos Alta

3,86%

Pescado Alta

4,05%


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Artigo

Sustentabilidade no agronegócio: o desafio está em campo Por Ana Paula Arbache* No momento em que o tema da sustentabilidade move decisões políticas, como caso do Código Florestal, bem como discussões globais, por meio da Conferência da ONU Rio + 20, em junho deste ano no Rio de Janeiro, consideramos a sustentabilidade como um conceito maior, no qual estão inseridas as abordagens ética, social e ambiental. A pauta esteve centralizada no desa�io de aliar desenvolvimento econômico à necessidade de maior gerenciamento dos recursos naturais disponíveis no planeta, deixando um legado positivo para as gerações futuras. Este desa�io é complexo: crescer economicamente, mas de modo sustentável! Para apoiar o desenvolvimento na área rural e garantir, simultaneamente, as orientações para um mundo mais sustentável, uma das chaves para desvendar este desa�io está na capacidade de geração de parcerias e integração dos diferentes agentes que compõem o agronegócio. O fortalecimento de parceiros institucionais, sejam governos locais, cooperativas, sindicatos, associações técnicas e comunitárias, institutos de pesquisas, universidades, programas empresariais e institutos internacionais são importantes aliados neste caminho. Pois bem, o papel destes diferentes agentes é o de encontrar os melhores cenários para enfrentar os problemas que podem afetar o agronegócio, quer sejam: os efeitos do aquecimento provocado pela emissão de gases de efeito estufa e a elevação da temperatura no planeta, reduzindo com isto, a produtividade na agricultura; a gestão do espaço rural, que deve compatibilizar a produção de alimentos e favorecer a agroenergia;

a necessidade de fortalecer a agricultura familiar, favorecendo a qualidade de postos de trabalho no campo e a renda familiar; o gerenciamento da cadeia produtiva para minimizar os impactos negativos causados ao meio ambiente e garantir alta produtividade do solo em longo prazo; o monitoramento da chamada “pegada hídrica”, “pegada de energia” e “pegada de carbono” no processo produtivo; e a promoção do crescimento, sob o lema “crescer mais com menos”, otimizando os espaços produtivos e utilizando técnicas inovadoras em todo o processo. Como se percebe, é preciso mais que boa vontade para sobreviver frente a estas questões. O que se propõe é uma gestão pro�issionalizada e inovadora, capaz de aliar as especi�icidades do agronegócio no presente e no futuro, às práticas sustentáveis. Pontos importantes devem ser trazidos à tona, para direcionar as ações no segmento rural, como o uso sustentável da biodiversidade, os conhecimentos de biotecnologia, o desenvolvimento de agricultura orgânica e agroecológica, o fortalecimento da agricultura familiar com vistas à inclusão de geração de postos de trabalho e maior qualidade de vida no campo, extinção do trabalho escravo, o uso de novas técnicas para preparação do solo, plantio e colheita, como também no processo de armazenamento e distribuição logística dos produtos e o gerenciamento da rastreabilidade e certi�icação dos produtos, garantindo com isto, a potencialização da comercialização interna e externa. De fato, o que se percebe é a necessidade de avançar na promoção de ações mais estratégicas

e integradas no setor do agronegócio. Além de sair do amadorismo, é preciso modernizar as práticas no agronegócio aliando-as à pesquisas inovadoras ao processo produtivo. É relevante posicionar e valorizar a agricultura familiar, gerenciar o todo o processo produtivo garantindo a biossegurança dos alimentos e, acima de tudo, estabelecer parcerias capazes de responder a este cenário complexo que nos é apresentado. Em um mundo vivido entre situações opostas, o desa�io do agronegócio, principalmente no Brasil, se instala com força. Em uma ponta temos que abastecer o mundo de alimentos, seja para famintos, ou para consumidores conscientes e exigentes a respeito da nutrição humana e da sustentabilidade ética, social e ambiental no campo. Na outra ponta, está a urgência de dar suporte a disseminação de energias renováveis – agroenergia - como o biocombustível. No centro, para equilibrar esta balança, estão as diretrizes sustentáveis. Não há fórmulas mágicas para vencer o desa�io. O que há é a necessidade de uma maior pro�issionalização do gestor rural, bem como, daqueles que fazem parte dessa cadeia produtiva. Aqui está o grande desa�io a ser vivido pelo agronegócio, estabelecer este equilíbrio, gerando oportunidade, crescimento e superação para o sucesso em cenários futuros. *Ana Paula Arbache é doutora em Educação pela PUC/SP e docente dos cursos de MBA Gestão Empresarial da FGV e BSP, além de ser orientadora e avaliadora dos cursos de pósgraduação Lato Sensu da mesma instituição. Sócia-diretora da Arbache Consultoria.

Turismo no site

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marçode abril de2012 2011

Editorial

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Bacalhau para todos os gostos

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Sucesso do Festival do Bacalhau eleva venda do produto no Mercadão Dicas, receitas e desgustação de pratos durante a semana atraíram muitas pessoas ao Espaço Gourmet O Festival do Bacalhau, que aconteceu entre os dias 26 e 31 de março, no Mercado Municipal de São Paulo, foi uma verdadeira maratona gastronômica que reuniu diversos chefs no espaço mais gourmet da cidade. Durante a semana que antecedeu a Páscoa, renomados representantes de diferentes cozinhas revelaram seus segredos ao ensinar o preparo do peixe mais cobiçado dessa época do ano. Quem costuma fazer compras no Mercadão ou assistiu às notícias divulgadas nos diversos veículos de comunicação compareceu ao Cantinho do Bacalhau e garantiu o ingresso para acompanhar uma das 12 aulas de culinária. Além de estimular o consumo de bacalhau, azeite e azeitonas, o evento destacou as propriedades desse nobre peixe e ampliou as possibilidades de preparo, indo além do tradicional prato com batatas e pimentão. Organizado pelo Grupo de Mídia Entreposto e pela Prefeitura da Cidade de São Paulo, o Festival do Bacalhau aumentou a procura pelo pescado nos corredores do Mercado Municipal. Com o patrocínio da Norge Bacalhau da Noruega e o apoio da Castelo Alimentos, o evento contou com a presença dos chefs Luiz Fernandes (Bar do Luiz Fernandes), Zé Lito (Quinta de Santa Maria), Silvia Percurssi (Vinheria Percussi), Mauro Fernandes (Buffet o Marquês), Ernestino Gomes (Tasca do Zé e da Maria), Rodrigo Tambelli (Pitanga), Joyce Martins (Cozinha Escola), Alex Caputto (Due), Alessandro Segato, Eliane Carvalho (Briê Restrô) e Mário Augusto (La Tasca). As aulas duraram em média 50 minutos e os alunos acom-

Chef Silvia Percussi

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Chef Mario Augusto

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Chef Eliane Carvalho

LETÍCIA BENETTI

pretende participar de mais iniciativas como esta. Para aqueles que não abrem mão da combinação bacalhau e batata, alguns pratos deram um toque de requinte nesse clássico da culinária, como a Trouxinha de Bacalhau, do Restaurante Pitanga e o Bacalhau à Quinta de Santa Maria, que leva batatas ao murro. O azeite, outro ingrediente considerado indispensável na preparação do pescado, ganhou destaque. Os chefs são unânimes sobre a importância do óleo de azeitona, porém alertam: podese caprichar na porção, mas nunca exagerar. Na Páscoa, a circulação de pessoas no Mercadão aumenta cerca de 70% e, quanto mais perto do domingo comemorativo, maior foi o público que acompanhou as aulas. Na sexta-feira, dia 30 de março, o Espaço Gourmet, no mezanino do mercado, estava repleto de pessoas interessadas em preparar o bacalhau perfeito. A procura foi tanta que alguns participantes acompanharam as aulas do sofá, pois todas as mesas estavam ocupadas. Estimulando o consumo do peixe durante todo o ano e não apenas na Páscoa e no Natal, o Festival do Bacalhau ajudou a promover o principal item de pescado importado pelo Brasil em 2010. Segundo estatísticas do Ministério da Pesca e Agricultura, as importações cresceram 23,5%, comparando-se os dados de 2009 e 2010. A importação do produto aumentou de 35 mil toneladas em 2009 para mais de 43 mil toneladas, em 2010. Todas as receitas apresentadas durante o evento serão reunidas em um livro que será distribuído entre os participantes.

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Chef Alex Caputo

panharam o passo a passo das receitas. Atentos às dicas dos chefs, eles puderam trocar idéias e deixar sua opinião a respeito do preparo dos pratos. As principais dúvidas referentes ao bacalhau giraram em torno do processo de dessalga. E, nesse quesito, a temperatura da água, que deve ser trocada a cada três ou quatro horas, foi unanimidade entre os chefs: quanto mais gelada melhor. “O bacalhau é um pescado muito sensível e a água em temperatura ambiente já é suficiente para iniciar o processo de cozimento, alterando assim as propriedades do alimento”, ensina Joyce Martins, do Projeto Cozinha Escola, iniciativa da Supervisão de Abastecimento da Prefeitura da Cidade de São Paulo. Ao utilizar uma posta do peixe já dessalgado para o preparo de sua receita, o chef Mário Augusto levantou outra discussão. O bacalhau comprado sem sal tem qualidade inferior? As opiniões foram divergentes já que muitos defendem que o iodo mantém o sabor e a textura do pescado. Empolgados com a ideia de produzir receitas que fujam do tradicional, muitos participantes compareceram em mais de uma aula, aproveitando a oportunidade de aprender diferentes pratos, como Emilene Gomes de Almeida que pretendia usar várias maneiras distintas de preparar o bacalhau para agradar o marido, que fez aniversário na sextafeira santa, e seus convidados. “Já avisei a todos que estou participando de aulas de culinária para ir além do peixe com batatas”, explica. Apesar de não se considerar uma cozinheira exemplar, Emilene, que visita o Mercado Municipal a cada 15 dias, apreciou as explicações dos chefs e

Chef Rodrigo Tambelli


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Bacalhau crocante sobre leito de espinafres e figos Ingredientes: 600 g de posta de bacalhau 100 g de farinha de trigo 1000 ml de óleo de milho 30 ml de azeite extra virgem de oliva 2 chalotas 40 g de manteiga 300 g de espinafre 4 figos 140 g de amêndoa 150 g de azeitona de Taggia ou silvestre 10 g de manjerona pimenta banca do reino sal fino marinho refinado

Modo de preparo: 1. Passar a posta de bacalhau na farinha. 2. Fritar o bacalhau em bastante óleo quente. 3. À parte, em uma frigideira pré-aquecida, dourar as chalotas. Murchar os espinafres (por um minuto e meio). Desligar o fogo e temperálos com o sal e a pimenta branca do reino. Reservá-los em lugar quente. 4. Cortar os figos bem maduros, mas consistentes, em 4 partes. 5. Picar grosseiramente as amêndoas. 6. No prato de serviço fazer um leito com os espinafres e os figos cortados em 4. Salpicar as amêndoas e as azeitonas. Colocar por cima a posta de bacalhau frita. Decorar com manjerona fresca.

Chef Ernestino Gomes

Chef Alessandro Segato

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Chef Custódio

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Chef Luiz Fernandes

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Chef Zelito

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Rendimento: 04 porções

Chef Joyce Martins


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Manifestação

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PAULO FERNANDO

Permissionários, carregadores e caminhoneiros protestam contra a implantação de controle de acesso de veículos ao ETSP O processo licitatório para a implantação e operação de um sistema integrado de monitoramento em vídeo, controle de acesso de portarias e ordenação da circulação de veículos e pedestres no Entreposto Terminal de São Paulo da Ceagesp despertou a reação contrária dos atacadistas, transportadores e carregadores da maior central de abastecimento da América Latina. Embora a estatal alegue que o projeto tenha sido tratado de forma transparente e amplamente discutido com os comerciantes com objetivo de melhorar a eficiência do mercado e aprimorar ainda mais a qualidade dos alimentos comercializados no entreposto, a iniciativa suscita polêmica. Na madrugada do dia 28 de março, centenas de manifestantes contrários à licitação pararam as atividades no ETSP. Destaque no jornalismo matinal da TV, a passeata, que reuniu todos os setores do mercado na avenida doutor Gastão Vidigal, revelou a insatisfação contra a ideia de se cobrar uma taxa – ainda não definida – de permanência de caminhões ociosos no mercado. “Somos contra a cobrança de pedágio na Ceagesp e também somos contra a prostituição infantil”, bradavam os manifestantes, referindo-se às denúncias passadas sobre a exploração sexual de crianças e adolescentes nos pátios de caminhões do ETSP. “Por conta de tais denúncias, o Ministério Público do Trabalho e o Ministério Público Federal instauraram inquéritos civis para a devida apuração e eventual propositura de Ação Civil Pública e, desde então, vêm exigindo medidas concretas da companhia para coibir tais condutas ilícitas”, explica o gerente do departamento jurídico da empresa, Carlos Eduardo de Melo Ribeiro. Inicialmente, lembra o gestor, foram adotadas medidas administrativas visando proibir o acesso ao entreposto de menores desacompanhados de pais ou

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O dia em que a Ceagesp parou responsáveis, bem como passou-se a veicular, de forma continuada, campanhas informativas de combate à exploração de menores “Outro compromisso assumido com o Ministério Público é a implantação de sistema de monitoramento eletrônico em todo o ETSP”, ressalta. “Esse é, justamente, uns dos objetivos a serem alcançados com a licitação, que permitirá à Ceagesp controlar efetivamente o acesso e circulação de veículos e ainda ter o registro de todos os transeuntes que ingressem no entreposto da capital”, acrescenta. Os líderes do movimento que parou a Ceagesp, entretanto, dizem que essa nova despesa é desnecessária, já que os permissionários pagam aluguel à estatal, e que os empresários não foram convidados a participar desse processo. Segundo a empresa, o futuro vencedor da licitação temporariamente suspensa deverá apresentar, antes do início da operação, o projeto executivo que será apreciado e debatido entre a companhia e seus permissionários, antes de ser aprovado. Somente após a aprovação do projeto executivo é que se iniciará a implantação do sistema de controle e monitoramento, que ocorrerá no prazo de seis meses. Concluída a implantação das obras, haverá mais seis

meses de operação assistida do sistema, visando corrigir eventuais distorções. Ou seja, após a aprovação do projeto executivo, haverá um prazo de 12 meses para a completa implantação do modelo e, a partir de então, se iniciará a aplicação das tarifas de acesso e permanência. A direção da empresa avalia que, uma vez implementado, o projeto proporcionará mecanismos para práticas que beneficiarão o entreposto, seus permissionários e seus consumidores, como a fluidez do trânsito interno, agilidade na logística de carga e descarga de alimentos e segurança mais eficaz.


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Opnião

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Que futuro nós queremos para a nossa Ceasa? Anita de Souza Dias Gutierrez CQH-Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp

As características mais marcantes da produção e do abastecimento dos produtos perecíveis frescos (frutas, hortaliças, flores e plantas ornamentais) são a pulverização e a fragmentação de produção e da origem - milhares de produtores, áreas pequenas, diferentes regiões produtoras com diferentes épocas de colheita - aliadas às características do produto (perecibilidade e valoração do frescor), à necessidade do mix de produtos todos os dias pelo varejo e pelo serviço de alimentação, à inexistência de um elo coordenador da cadeia e à grande fragilidade comercial do produtor, tornam imprescindível a existência de centros logísticos de recebimento e expedição muito eficientes, responsabilidade das centrais de abastecimento no mundo todo. A sobrevivência digna do pequeno produtor, do pequeno varejo e do pequeno servi-

ço de alimentação depende da existência de centros logísticos de recebimento, consolidação e distribuição eficientes, com regras de comércio justas e transparentes, de um sistema de informação que apóie as tomadas de decisão ao longo da cadeia e de um sistema de controle de qualidade que garanta a segurança e a qualidade do alimento. A Ceagesp surgiu em 1969 no Estado de São Paulo, resultado da fusão do Centro Estadual de Abastecimento e da Companhia de Armazéns Gerais, e reuniu na mesma empresa as atividades de suporte à comercialização de frutas e hortaliças e de prestação de serviços de armazenagem de grãos (Ceagesp). Ela foi criada para enfrentar as crescentes dificuldades e disparidades do escoamento da produção e do abastecimento da população urbana. O Entreposto Terminal de São Paulo (ETSP) é o local de convergência de produtos originários de diferentes regiões do Brasil e dos diferentes agen-

tes de produção, transporte e comercialização: atacado, varejo e serviço de alimentação. A qualidade e a quantidade do produto que chega ao ETSP é o resultado da tecnologia aplicada na produção e na pós-colheita. O acesso do consumidor a um produto fresco, saudável e de alto custo-benefício é o resultado da agilidade na comercialização e dos cuidados no manuseio e a conservação do produto. O Entreposto Terminal de São Paulo é grandioso pela sua importância no abastecimento, pelo grande volume comercializado, pela qualidade dos seus produtos. A mudança da atual situação - trânsito interno caótico, tempo muito longo de comercialização, entrada de lixo com os compradores para descarte dentro da Ceagesp, controle quase impossível da entrada de crianças, bandidos, desocupados e mendigos, impossibilidade de atendimento das exigências da Covisa e do Ministério Público, existência de vendedores não autorizados concorrendo com os permis-

sionários, falta de segurança na comercialização pela ação de criminosos, levando os donos de veículos roubados a acionarem a Ceagesp para ressarcimento, dificuldade crescente dos permissionários em atenderem à demanda dos seus compradores - exigem mudanças e grande determinação de seus gestores. O edital de licitação para “concessão para delegação da gestão e operação da circulação interna de veículos, bem como de todas as portarias de veículos e pedestres do Entreposto de São Paulo da Ceagesp, compreendendo o fornecimento e a instalação de solução integrada de monitoramento e implantação das obras de melhorias previstas no projeto de obras viárias, sinalização e circulação de veículos” é o primeiro grande passo e permitirá melhorar consideravelmente a eficiência do Entreposto Terminal de São Paulo, com a utilização da tecnologia de controle e monitoramento, hoje disponíveis. A concessão traz a experiência, a agilidade e a eficiência de uma

empresa privada, trabalhando dentro de regras de funcionamento bem estabelecidas e debatidas com os usuários da Ceagesp. A proposta é muito cuidadosa e prevê um ano de adequação às necessidades do mercado e dos seus usuários. É o primeiro grande passo, o de prevenção da entrada de problemas no entreposto. Ele é imprescindível para a transformação do Entreposto Terminal de São Paulo em um centro logístico eficiente de recebimento, consolidação e distribuição dos produtos, em um centro de informação, desenvolvimento, capacitação, controle de qualidade e de apoio ao pequeno produtor, ao pequeno varejo e ao pequeno serviço de alimentação, eliminando ou diminuindo as atuais distorções em favor dos grandes e favorecendo a concorrência leal. O sucesso dos permissionários - atacadistas, carregadores, usuários, prestadores de serviço - da Ceagesp e dos produtores andam juntos e exigem que trabalhemos em harmonia.


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Com o mercado cada vez mais concorrido e consumidores em busca das melhores oportunidades de investimento, o setor bancário começou a desenhar novas estratégias para incentivar a concorrência. Recentemente, a partir de plano lançado pela presidente Dilma Rousseff, o Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal anunciaram a redução dos juros para operações de crédito. A medida visa, entre outros pontos, atrair novas contas ampliar a utilização de linhas de financiamento. De acordo com Mário Rodrigues, diretor do IBVendas (Instituto Brasileiro de Vendas) e consultor da Febraban (Federação Brasileira de Bancos), o cenário exigirá a capacitação e a reciclagem dos gerente de contas, pois eles terão que atuar como negociadores. “Os bancos precisarão de profissionais preparados para buscar novos correntistas e manter clientes através de produtos rentáveis. As equipes deverão criar formas de analisar o perfil e as necessidades dos clientes e propor soluções personalizadas”, explica.Com a medida, a Caixa Econômica Federal, por exemplo, apresentou cortes nas taxas que chegaram a 88% e pretende atrair até 2 milhões de novos clientes. A iniciativa faz com que Bradesco, Itaú, HSBC e Santander também sejam estimulados a criar novos planos de benefícios exclusivos para atraírem clientes, do contrário, começarão a perder espaço no mercado. “Esse painel fará com que as instituições voltem a convidar seus clientes a entrar nas agências, pois nos últimos anos investiuse muito em automatização dos serviços e as pessoas se afastaram. Sairá na frente não apenas os bancos que reduzirem suas margens, mas, principalmente, aqueles que tiverem funcionários preparados para vender e negociar valores”, avalia Mário Rodrigues. Dados divulgados pelo Banco Central apontaram que as operações de portabilidade de crédito cresceram 55,96% em março, comparado a fevereiro, e com esses novos planos a expectativa é de que essa migração acelere ainda mais. Para o diretor do IBVendas e consultor da Febraban, um dos grandes problemas do setor e que pode motivar essa mudança é a insatisfação dos clientes. “O serviço tornou-se impessoal e mecânico. Muitos clientes reclamam que não conhecem o seu gerente de conta”, lembra.

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CRÉDITO

Redução de taxas adotadas por bancos estimula a concorrência no setor Especialista avalia que o cenário vai exigir que as instituições criem programas de capacitação de equipes para conquistar e fidelizar clientes


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Agrícola

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CRÉDITO

Produtores podem contratar crédito do ABC nos bancos

Alimentos orgânicos estão mais presentes na mesa do brasileiro As prateleiras dos supermercados e a mesa do brasileiro estão, cada vez mais, cheias de alimentos orgânicos. A crescente preocupação com a saúde alimentar tem feito com que produtos livres de aditivos químicos sejam uma boa pedida na hora de montar o prato. A nutricionista Meg Schwarcz, há nove anos no Hospital Universitário de Brasília (HUB), afirma que esse tipo de alimento contribui, a longo prazo, para manter uma boa saúde. “Eles livram as pessoas da ingestão de substâncias químicas como pesticidas, que em grande quantidade podem causar gastrite, úlcera e até câncer”,

explica. Segundo o consultor da Temática de Orgânicos e Mercados Diferenciados do MDA (Ministério do Desenvolvimento Agrário), Alberto Wanderley, nos últimos três anos, o ministério investiu mais de R$ 39 milhões para impulsionar a produção de cerca de 87,4 mil agricultores familiares envolvidos com agricultura orgânica e agroecológica no Brasil. O alimento orgânico tem ganhado mercado por ser produzido de forma natural, sem o uso de pesticidas, herbicidas e adubos sintéticos e por conter maior quantidade de vitaminas e sais minerais. Segundo a nutricionista Meg, além de vege-

EVENTO

Agrofeira Circuito das Frutas passará por diversas cidades do interior paulista Grande produtor das mais variadas frutas, diversas cidades paulistas organizam festas que já se tornaram tradição. Para este ano, a novidade é o lançamento da Agrofeira Cir-

cuito das Frutas, que será mais um espaço para o produtor rural com apresentação de projetos, produtos, serviços e novidades que o auxiliem na sua atividade agrícola.

tais, os produtos animais, como carnes e ovos, também podem ser considerados orgânicos se produzidos sem aditivos de hormônios e fertilizantes. Nas prateleiras da Rede Pão de Açúcar, em Brasília, os orgânicos estão presentes em grande quantidade. Segundo o consumidor de produtos orgânicos Paulo Castelo Branco, esse tipo de alimento está na mesa de sua casa há muito tempo. “Minha família inteira consome orgânicos. Nos preocupamos com nossa saúde e sabemos que esses alimentos livres de produtos químicos são melhores”, conta. A consumidora Dalva Siade também apóia o consumo

de orgânicos, “eles são mais saborosos e saudáveis”, ressalta. De acordo com a nutricionista, a única desvantagem do alimento orgânico é o preço. “São muito mais caros do que os convencionais, mas prefiro gastar mais e comer algo benéfico, que vai me ajudar a manter uma boa saúde”, afirma a consumidora Neire Paulino. Ela conta que sente falta de mais opções e que os supermercados deveriam aumentar a variedade desse tipo de produtos. “Sinto falta de alguns produtos, como a cenoura, que começou a ser vendida agora, brócolis e as frutas, que quase não encontro”, relata.

Promovida pelo Grupo de Mídia Entreposto, em parceria com a Cati (Coordenadoria de Assistência Integral), a Agrofeira acontece a partir de abril e conta com estandes temáticos, setor de negócios e exposição de transportes, logística, mecanização agrícola, entre outros. . “A Agrofeira pretende incentivar a presença dos produtores da região e resgatar o sentido histórico inicial da festa, que foi o de comemorar a colheita das frutas”, diz o engenheiro agrônomo Paulo Namur Claro, responsável pela Regional Campinas da Cati.

Etapas da Agrofeira 2012 Festa da Uva e ExpoCaqui de Louveira Dias 28, 29 e 30 de abril e dias 1, 4 e 5 de maio Festa das Frutas e Hortaliças de Indaiatuba e Região Dias 18, 19 e 20 de maio

Festa do Morango de Atibaia e Jarinu Dias 23, 24 e 30 de junho e dias 1, 7, 8 e 9 de julho Festa do Morango de Jundiaí Dias 3, 4, 5, 10, 11 e 12 Mais informações:

www.agrofeiracircuitodasfrutas.com.br

Produtores rurais e cooperativas que desejarem contratar financiamentos para a implementação do Programa Agricultura de Baixa Emissão de Carbono (ABC) devem procurar a sua agência bancária para obter informações quanto à utilização do crédito. No banco, o produtor será informado também quanto à documentação necessária e as garantias para o encaminhamento da proposta. O ABC prevê a adoção de técnicas agrícolas sustentáveis. A idéia é que a produção agrícola e florestal garanta mais renda ao produtor, mais alimentos para a população e aumente a proteção ao meio ambiente. Desde que o governo brasileiro assumiu o compromisso de reduzir a emissão de CO2 até 2020, o Ministério da Agricultura executa ações e divulga técnicas, junto aos agricultores, de promoção de arranjos produtivos sustentáveis. Para alavancar essas práticas, o governo mantém uma linha de crédito com disponibilidade de recursos de R$ 3,15 bilhões. No caso dos agricultores rurais e das cooperativas, o limite individual de contratação de financiamento é de até R$ 1 milhão, com taxas de juros de 5,5% ao ano e prazo para pagamento de 5 a 15 anos. Balanço divulgado recentemente mostra que as adesões ao financiamento cresceram no período entre julho de 2011 e fevereiro de 2012, ante o plano safra anterior. Os agricultores contrataram R$ 501,2 milhões no período, por meio dessa linha de crédito, totalizando 2.144 contratos firmados, a um valor médio de R$ 233,7 mil. No Sul do país, o Paraná é o estado que lidera as contratações, foram 437 e desembolso de R$ 75,509 milhões. Na sequência, estão Rio Grande do Sul (R$ 69,759,9 milhões) e Santa Catarina (R$ 17,470 milhões). O secretário de Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo (SDC) do ministério, Erikson Chandoha, explica que outros recursos foram e serão alocados para atendimento de outros eixos do Plano ABC, tais como: Divulgação; Capacitação de Técnicos e Produtores Rurais; Crédito Rural; Regularização Ambiental; Regularização Fundiária; Assistência Técnica e Extensão Rural; Realização de Estudos; Pesquisa, Desenvolvimento & Inovação; Transferência de Tecnologia; Disponibilização de Insumos; e Produção de Sementes e Mudas. “As tecnologias apresentadas pelo ABC somente foram incluídas por se tratarem de práticas e sistemas eminentemente sustentáveis e reconhecidos nacional e internacionalmente, mediante as mais diversas publicações científicas e focadas na redução dos custos de produção, da ampliação da produtividade e estabilidade dos sistemas de produção ao longo do tempo”, salientou o secretário.


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Artigo

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A cidade de Natal se prepara para a Copa de 2014 Antonio Hélio Junqueira * Marcia da Silva Peetz ** Como já pudemos comentar em colunas anteriores, a realização da Copa do Mundo de 2014 no Brasil, envolvendo a realização de jogos em doze cidadessede de diferentes estados, além de outros municípios de apoio às equipes esportivas, representa uma oportunidade ímpar para o realinhamento e o impulso às ações setoriais no campo da floricultura, paisagismo e jardinagem. Em primeiro lugar, há que se considerar que, com o advento do macroevento futebolístico mundial, passam a ser necessárias construções e/ou reformas não apenas das arenas esportivas, mas também de obras de mobilidade social, hospitalidade, turismo, segurança pública e urbanismo. Tudo isso, especialmente considerado no âmbito da “mais verde de todas as Copas” – no jargão governamental –, impulsiona sobremaneira a demanda pelos produtos e serviços da indústria paisagística, além de todo o complexo de decoração, ornamentação e organização de eventos, festas, cerimônias e recepção turística. Em outro plano, não se pode deixar de enxergar, nestes eventos, uma oportunidade privilegiada de exposição midiática de amplitude não apenas brasileira, mas, sobretudo, internacional, das cidades-sede e seu entorno, o que resultará em uma potente política de promoção do desenvolvimento futuro do turismo e da hospitalidade local e regional. Para tanto, convém que os lugares se mostrem atraentes, lúdicos, cuidados, preservados e ambientalmente amigáveis, aspectos nos quais a qualidade artística, cultural e botânica do paisagismo, da arborização urbana e da ornamentação muito tem a contribuir. Por último, mas não menos importante, há que se considerar, ainda, que as reformas paisagísticas urbanas e no setor institucional (dos complexos turístico, hoteleiro, empresarial, esportivo entre outros), bem como a prática da ornamentação baseada nos produtos da flora nativa regional ou exótica adaptada, têm o poder de construir importantes legados culturalmente enraizados e simbólicos, contribuindo definitivamente para a preservação da

biodiversidade e para o desenvolvimento sustentável das atividades produtivas da floricultura regional. Neste sentido, gostaríamos de destacar e parabenizar a iniciativa da cidade de Natal, que com o apoio do Sebrae/RN vem se dedicando, ao longo dos últimos meses, à elaboração do “Plano de Marketing para Flores e Plantas Ornamentais da Grande Natal, voltado para a Copa 2014”. Trata-se de um trabalho pioneiro que, sem dúvida, deveria ser replicado nas demais cidades-sede e seu entorno, na medida em que o mesmo se foca na identificação, qualificação e quantificação das reais oportunidades de alavancagem dos negócios setoriais, ao mesmo tempo em que promove o envolvimento, diálogo e comprometimento mútuo entre os atores diretamente responsáveis pelas obras, investimentos e suprimento setorial em flores, plantas ornamentais, insumos, acessórios e serviços afins. Reflete, portanto, uma nova

prática de planejamento do desenvolvimento local sustentado, tão importante e, infelizmente, ainda tão distante da realidade cotidiana brasileira. Ressalte-se que, desde novembro do ano passado, os agentes da cadeia produtiva de flores e plantas ornamentais da Grande Natal – incluindo produtores, viveiristas, arquitetos, paisagistas, jardineiros profissionais, autoridades públicas de áreas afins,

floristas, decoradores, agentes do setor turístico e hoteleiro, entre outros – têm participado de reuniões, entrevistas qualiquantitativas e grupos focais, cujo resultado visa à obtenção de um plano de marketing setorial muito bem construído, participativamente articulado e mutuamente compromissado entre todos os envolvidos. Tudo isso, certamente, resultará na melhor exploração conjunta possível

das oportunidades de negócios surgidas no âmbito da Copa de 2014 e na ampla partilha dos benefícios sociais de todos esses empreendimentos. Porém, acreditamos, que acima de tudo o maior legado deste trabalho será o da prática do planejamento participativo, da construção do diálogo, da confiança e do entendimento mútuo entre parceiros e o da organização e governança da cadeia produtiva da floricultura potiguar. Parabéns ao Sebrae/RN e aos agentes e parceiros da floricultura daquele estado e que sua experiência – que, sem dúvida, será cercada de sucesso – sirva de exemplo para todos os demais pólos florícolas brasileiros.

*Engenheiro agrônomo, doutorando em Ciências da Comunicação (ECA/USP), mestre em Comunicação e Práticas de Consumo (ESPM), pós-graduado em Desenvolvimento Rural e Abastecimento Alimentar Urbano (FAO/PNUD/ CEPAL/IPARDES), sócio administrador da Hórtica Consultoria e Treinamento.

** Economista, pós-graduada em Comercialização Agrícola e Abastecimento Alimentar Urbano, sócia-administradora da Hórtica Consultoria e Treinamento.


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Agrícola

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Demanda de café pode ultrapassar a oferta nos próximos 10 anos A Organização Mundial de Café (OIC) projetou cenários de baixo crescimento de consumo de café(1,5% ao ano), médio crescimento (2,0% ao ano) e alto crescimento (2,5% ao ano). Na avaliação da Scot Consultoria, sob todos estes cenários, a demanda do produto pode

superar a oferta nos próximos dez anos. A OIC pontua que o consumo vem aumentando na ordem de 1,6% ao ano nos últimos 40 anos. Com relação aos estoques do produto, o volume em países exportadores na safra 2011/2012 é de 17,4 milhões

de sacas, o menor já registrado desde 1990/91. Já os estoques nos principais países importadores estão em 22,3 milhões de sacas, nível considerado bom pela organização. O aumento dos estoques contribuiu para a queda nas cotações do produto nos últimos meses.

Governo deve lançar Embrapa Internacional até o �im de abril

Agência Câmara

FAO pede que o mundo reduza desperdício de água e de alimentos A Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO) pediu à comunidade internacional para reduzir o desperdício de água, por ocasião da comemoração do Dia Mundial da Água, celebrado em 22 de março. Segundo a entidade, cuja sede �ica em Roma, calcula-se que a cada ano sejam desperdiçados cerca de 1,3 bilhão de toneladas de alimentos e que uma redução de 50% nessas perdas e do desperdício de alimentos em nível mundial permitiria economizar cerca de 1.350 km³ de água a cada ano. “A agricultura e a segurança hídrica estão interconectadas”, a�irma a FAO. “Cerca de 1,6 bilhão de pessoas vivem em países ou regiões com absoluta escassez de água e em 2025 dois terços da população do planeta poderiam viver sob condições de estresse hídrico”, calcula a agência especializada das Nações Unidas. O desperdício de água na produção alimentar preocupa as autoridades internacionais. Se uma pessoa bebe uma mé-

dia de 2 a 4 litros de água por dia, são necessários de 2.000 a 5.000 litros de água para produzir os alimentos que consome em um dia. “A agricultura é responsável por 70% do total do consumo de água potável e água subterrânea em nível mundial”, enfatiza a entidade, que organizou uma cerimônia em sua sede central de Roma. Fome

O êxito na luta contra a fome depende de um melhor uso da água, sustenta a agência, que pede uma melhor gestão de “certos recursos hídricos limitados” para alimentar o planeta. Em uma declaração lida no començo da cerimônia, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, pediu “um uso sustentável” do recurso limitado mais importante no mundo. “A menos que aumentemos nossa capacidade de utilizar a água sabiamente na agricultura, não conseguiremos acabar com a fome nem com uma série de problemas diversos, como a

seca e a instabilidade política”, alertou Ban Ki-moon. Segundo a ONU, em muitas partes do mundo, a escassez de água está aumentando e a taxa de crescimento da produção agrícola desacelerou, explicou o responsável da ONU. Ao mesmo tempo, as mudanças climáticas estão agravando os riscos e a incerteza entre os agricultores, “em especial os agricultores pobres nos países de baixa renda, que são mais vulneráveis e os menos capazes de se adaptar”. O dirigente da ONU considera que garantir a segurança alimentar e hídrica sustentável para todos “requerirá a transferência das tecnologias hídricas adequadas, a promoção dos pequenos produtores de alimentos e a conservação dos serviços ecossistêmicos essenciais”. Ki-moon pediu também políticas que promovam o direito à água para todos, uma maior capacidade regulatória e igualdade de gênero. “A água desempenhará um papel-chave na construção do futuro que queremos”, disse.

Um ano e meio após a publicação da medida provisória que deu nova redação ao Artigo 1º da lei de criação da Embrapa, para permitir que a estatal exerça suas atividades também fora do Brasil, deve ser lançada no �im do mês a Embrapa Internacional. Segundo o presidente da empresa, Pedro Arraes, a intenção é fazer o lançamento no dia 26, aniversário da Embrapa, com a presença da presidente Dilma Rousseff. A medida provisória, do �inal do governo Lula, foi aprovada pelo Senado no dia 1º de março de 2011 e promulgada no mesmo dia. Enquanto a Lei 5.851, de 1972, que autorizou a criação da Embrapa como empresa pública não permitia sua atuação no exterior, a nova redação autoriza a Embrapa a “exercer qualquer das atividades integrantes de seu objeto social fora do território nacional, em conformidade com o que dispuser seu estatuto social”. Arraes disse que um dos objetivos é ajudar outros países com a experiência adquirida ao longo dos 39 anos de existência da Embrapa, “mas também é, e talvez esse seja o principal, trazer inovações dessas relações para o nosso país”. O novo estatuto, que autoriza a atuação internacional da Embrapa, está em fase �inal de aprovação, precisando passar pelos ministérios da Fazenda, do Planejamento, da Agricultura e pela Casa Civil. “É o calvário �inal para a gente obter o nosso estatuto”, comentou Arraes, ressaltando que as pastas já têm ciência do conteúdo e já houve acordo para a sua aprovação.

O presidente disse que a Embrapa Internacional terá uma estrutura com capacidade de captar recursos de fontes do exterior, como Banco Mundial (Bird), o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e agências de fomento, como a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) e Fundação Bill Gates. “A Fundação Bill Gates fez, recentemente, um aporte de US$ 2,5 bilhões para a Embrapa, e esse recurso, obviamente, não pode entrar na conta da Embrapa aqui no Tesouro, como arrecadação, porque eu vou ter que encaminhar para outros países”, explicou Arraes. O presidente da estatal disse que, atualmente, toda vez que vai se realizar um projeto no exterior, é necessário fazer “uma ginástica imensa”. “Não quer dizer que não se possa fazer, mas tem uma forma complicada de fazer essa transferência. Não é fácil. O dinheiro não pode entrar na Embrapa, às vezes entra numa fundação. As fundações também têm di�iculdades porque trabalham apenas no Brasil”. Para facilitar a operação, a Embrapa Internacional será aberta nos Estados Unidos. “Dependendo da dimensão que esse negócio tomar, e as perspectivas são de dimensões imensas, talvez tenhamos que ter uma estrutura mínima lá, mas sempre mínima, porque a competência técnica vai estar sempre aqui, na Embrapa. Lá é simplesmente uma forma que a gente tem de agilizar essa captação de recursos internacionais”, informou Arraes, acrescentando que pessoas �ísicas também poderão fazer doações para algum projeto especí�ico, no qual tenham interesse.


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Agrícola

Comissão aprova criação de fundo de investimento para agronegócio Agência Câmara

A Comissão da Amazônia, Integração Nacional e de Desenvolvimento Regional aprovou no fim de março proposta que institui o Fundo de Investimento em Participações no Agronegócio (FIP-A), estabelece os requisitos para sua constituição e define as áreas do agronegócio em que os recursos poderão ser investidos. A proposição determina que o fundo seja constituído pelas instituições autorizadas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para administrar carteiras de títulos e valores mobiliários, sob a forma de condomínio fechado. O relator na comissão, deputado Raul Lima (PSD-RR), apresentou parecer pela aprovação. “O fundo vai criar um ambiente favorável à participação de investidores privados no agronegócio, que é sabidamente um grande consumidor e fornecedor de insumos aos outros setores da estrutura produtiva brasi-

leira”, argumentou. Lima alterou o projeto inicial (PL 2390/11), do deputado Irajá Abreu (PSDTO), para tornar explícito que a instituição administradora poderá aplicar os recursos do fundo em sociedades anônimas de capital aberto ou fechado. O relator também modificou a redação da parte que trata das alíquotas de Imposto de Renda (IR) aplicadas no momento do resgate de cotas. Pelo texto aprovado (substitutivo), os rendimentos recebidos no resgate de cotas do fundo, em operações realizadas em bolsa ou fora da bolsa, terão alíquota zero de IR para pessoa física e de 15% para pessoa jurídica. Por fim, Lima sugeriu trocar a sigla de FIPA por FIP-A, adotando o padrão de outros fundos existentes. Ele lembrou que a Lei 11.478/07 já criou mecanismos semelhantes para outros setores da economia, como o Fundo de Investimento em Participações em Infraestrutura (FIP-IE) e o Fundo de Investimento em Participações na

CMN aprova ampliação do crédito para proteção de pomares

Para proteger as frutíferas contra os impactos das oscilações climáticas, o Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou no último dia 29 de março, a ampliação em 100% do limite de crédito individual aos agricultores, hoje equivalente a R$ 1,3 milhão, para financiar, ações de prevenção a pomares sujeitos à incidência de granizo em regiões de clima temperado. O financiamento, que já existe, se dá através do Programa de Incentivo à Irrigação e à Armazenagem (Moderinfra), com recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Os encargos financeiros são de 6,75% ao ano e o prazo de reembolso é de até 12 anos, com três anos de carência. O limite de financiamento, atualmente, é de R$ 1,3 milhão por beneficiário, para empreendimento individual, e de R$ 4 milhões para empreendimento coletivo, de acordo com o limite individual por participante, independentemente do número de modalidades ou itens financiáveis. Outro voto aprovado pelo CMN promove ajustes operacionais na concessão de crédito para o programa de redução da emissão de gases de efeito estufa na agricultura (Programa ABC). Com isso, o agricultor tem de apresentar comprovantes de análise de solo e da respectiva recomendação agronômica para tomar o crédito.

Produção Econômica Intensiva em Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (FIP-PD&I). O texto aprovado determina que os recursos do fundo serão investidos em empresas constituídas para atuar, por exemplo, na pesquisa, no desenvolvimento, na inovação, na distribuição e na exportação de: - máquinas e implementos voltados às atividades agrícola, pecuária, à silvicultura ou ao manejo florestal; sêmen, reprodutores e matrizes; mudas e sementes melhoradas; madeiras e fibras; grãos; e biocombustíveis. O projeto prevê também que poderão ser beneficiárias dos investimentos sociedades que atuem na construção e na exploração econômica de novos projetos de infraestrutura dedicados ao setor agropecuário ou à exportação de seus produtos, in natura ou processados. Ainda conforme o texto, no mínimo 90% do patrimônio do FIP-A deverão ser aplicados em ações, bônus de subscrição, debêntures ou outros títulos de emissão

das sociedades que constituam o fundo. A proposta tem caráter conclusivo e ainda será analisa-

da pelas comissões de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

Agricultores assumem riscos da produção, diz CNA A Superintendente Técnica da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Rosemeire dos Santos, afirmou, na Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural, da Câmara dos Deputados, que atualmente os agricultores estão assumindo integralmente o risco da produção agropecuária. Ela participou da audiência pública que discutiu a falta de recursos orçamentários destinados ao seguro rural com representantes dos ministérios da Agricultura, do Planejamento e da Fazenda, além de outras entidades do setor agrícola. Ela acrescentou que os prêmios do seguro rural que os produtores precisam pagar ainda são muito altos, o que impede que muitos agricultores tenham suas lavouras seguradas, medida importante para evitar prejuízos provocados por perda das lavouras em função de problemas climáticos. De acordo com dados apresentados durante a audiência, apenas 7,9% da produção nacional é beneficiada com o seguro rural. “Chegamos a 9,2% da

área e retroagimos. São apenas 4,7 milhões de hectares com seguro de um total de 68 milhões de hectares”, disse. A legislação atual determina que o Governo federal subvencione de 30% a 70% do valor do seguro, dependendo da cultura. Durante a audiência, o secretário de Política Agrícola do Mapa, Caio Tibério Rocha, anunciou que nos próximos dias o ministério vai assinar um convênio com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social para que sejam feitos estudos e análises de risco e, com base nos resultados, melhorar o gerenciamento do seguro rural. Esse mecanismo possibilitará a definição de um plano de metas para os próximos cinco anos. De acordo com ele, hoje o seguro rural é genérico, impedindo, muitas vezes, uma região inteira de um estado de produzir certo grão. “Será que é toda a região que tem risco para plantio de soja, por exemplo? Será que não há algumas partes onde se poderia plantar grãos sem alto risco? Queremos reduzir a escala e qualificar o zoneamento”, afirmou.


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Em maio tem Femetran na Ceagesp Idealizada em 2002 para atender à necessidade de modernização do transporte e da logística da produção agrícola brasileira, a Femetran - Feira dos Meios de Transporte, Movimentação e Logística de Produtos Hortifrutícolas - enfoca as múltiplas oportunidades que o segmento oferece. A 11ª edição do evento será realizada entre os dias 22 e 25 de maio na Ceagesp. Com o objetivo de mostrar as mais modernas tecnologias de transporte, manutenção de veículos, refrigeração, embalagens e as demais formas de logística para a comercialização de frutas, legumes, flores e pescados, a Femetran apresenta à cadeia produtiva envolvida com o setor - transportadores, atacadistas, produtores e outros profissionais - todas as inovações necessárias para o correto escoamento da produção até a chegada à mesa do consumidor. Além de reunir todos os agentes dessa imensa cadeia produtiva, outra função da feira é contribuir para a melhor organização e estruturação do setor e promover novos negócios e parcerias. O evento também conta com o apoio de todos os agentes que integram as principais centrais de abastecimento do Brasil, parceiros institucionais e expositores. Dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento revelam que 90% do transporte dos produtos hortícolas são realizados por meio de caminhões. O entreposto paulistano da Ceagesp recebe diariamente uma média de dez mil veículos do gênero, o que faz do transporte e das tecnologias de embalagens, ferramentas fundamentais para a preservação da qualidade dessa produção oriunda das mais diversas zonas agrícolas do país. Diariamente, são comercializadas dez mil toneladas de produtos no entreposto, o que gera uma movimentação financeira da ordem de R$ 15 milhões por dia.

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Revista Femetran e o espírito olímpico 2012 é um ano de ouro para a Femetran.

A Feira dos Meios de Transporte, Movimentação e Logística de Produtos Hortifrutícolas completa 11 anos de sucesso na realização de negócios entre permissionários e expositores. A cada edição, recordes na comercialização de veículos são batidos e novas perspectivas são criadas para os próximos anos. Em ano de Olimpíadas não é diferente. A FEMETRAN preparou um grande evento para colocar novamente seus clientes e visitantes em primeiro lugar. Visite a feira e participe das promoções olímpicas que só a FEMETRAN pode proporcionar a este mercado.

22 a 25 de maio

A Revista Femetran é uma importante publicação dirigida ao setor de transporte e logística dos entrepostos de abastecimento. Lançada em 2010 como suplemento editorial da feira, a revista tem conquistado expressivo espaço nas ações de marketing das montadoras. Os assuntos são abordados de forma clara e direta, proporcionando uma leitura dinâmica, concisa e didática. Como toda revista segmentada, a Revista Femetran tem foco em produtos rodoviários, com abordagens atuais sobre o tema. Na edição 2012, a matéria principal trata justamente do caos urbanos e das medidas para transitar com facilidade nas grandes metrópoles brasileiras, como São Paulo. Para agradar o leitor, a Revista Femetran sempre elege um tema em evidência para explorar. Nesta edição a revista abordará as Olimpíadas de Londres, que serão realizadas em julho deste ano e terá disputas em 29 modalidades esportivas. Londres é a primeira cidade a sediar oficialmente os Jogos Olímpicos da Era Moderna por três vezes - as anteriores foram em 1908 e 1948. A maioria das sedes dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 2012 serão localizadas em três zonas. Além delas, algumas sedes estarão nos arredores da cidade ou fora da região metropolitana. Algumas instalações são mundialmente famosas, como o Hyde Park e o Estádio de Wembley. Outras serão construídas especialmente para os Jogos, como o Estádio Olímpico de Londres e o Centro Aquático. Fora de Londres, estádios como o St. James’ Park, em Newcastle e o Millenium Stadium, em Cardiff, sediarão as partidas de futebol. A publicação será distribuída gratuitamente durante o período de realização da feira, leia e saiba muita mais sobre transporte, logística e jogos olímpícos.


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Em maio tem Femetran na Ceagesp Idealizada em 2002 para atender à necessidade de modernização do transporte e da logística da produção agrícola brasileira, a Femetran - Feira dos Meios de Transporte, Movimentação e Logística de Produtos Hortifrutícolas - enfoca as múltiplas oportunidades que o segmento oferece. A 11ª edição do evento será realizada entre os dias 22 e 25 de maio na Ceagesp. Com o objetivo de mostrar as mais modernas tecnologias de transporte, manutenção de veículos, refrigeração, embalagens e as demais formas de logística para a comercialização de frutas, legumes, flores e pescados, a Femetran apresenta à cadeia produtiva envolvida com o setor - transportadores, atacadistas, produtores e outros profissionais - todas as inovações necessárias para o correto escoamento da produção até a chegada à mesa do consumidor. Além de reunir todos os agentes dessa imensa cadeia produtiva, outra função da feira é contribuir para a melhor organização e estruturação do setor e promover novos negócios e parcerias. O evento também conta com o apoio de todos os agentes que integram as principais centrais de abastecimento do Brasil, parceiros institucionais e expositores. Dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento revelam que 90% do transporte dos produtos hortícolas são realizados por meio de caminhões. O entreposto paulistano da Ceagesp recebe diariamente uma média de dez mil veículos do gênero, o que faz do transporte e das tecnologias de embalagens, ferramentas fundamentais para a preservação da qualidade dessa produção oriunda das mais diversas zonas agrícolas do país. Diariamente, são comercializadas dez mil toneladas de produtos no entreposto, o que gera uma movimentação financeira da ordem de R$ 15 milhões por dia.

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Revista Femetran e o espírito olímpico 2012 é um ano de ouro para a Femetran.

A Feira dos Meios de Transporte, Movimentação e Logística de Produtos Hortifrutícolas completa 11 anos de sucesso na realização de negócios entre permissionários e expositores. A cada edição, recordes na comercialização de veículos são batidos e novas perspectivas são criadas para os próximos anos. Em ano de Olimpíadas não é diferente. A FEMETRAN preparou um grande evento para colocar novamente seus clientes e visitantes em primeiro lugar. Visite a feira e participe das promoções olímpicas que só a FEMETRAN pode proporcionar a este mercado.

22 a 25 de maio

A Revista Femetran é uma importante publicação dirigida ao setor de transporte e logística dos entrepostos de abastecimento. Lançada em 2010 como suplemento editorial da feira, a revista tem conquistado expressivo espaço nas ações de marketing das montadoras. Os assuntos são abordados de forma clara e direta, proporcionando uma leitura dinâmica, concisa e didática. Como toda revista segmentada, a Revista Femetran tem foco em produtos rodoviários, com abordagens atuais sobre o tema. Na edição 2012, a matéria principal trata justamente do caos urbanos e das medidas para transitar com facilidade nas grandes metrópoles brasileiras, como São Paulo. Para agradar o leitor, a Revista Femetran sempre elege um tema em evidência para explorar. Nesta edição a revista abordará as Olimpíadas de Londres, que serão realizadas em julho deste ano e terá disputas em 29 modalidades esportivas. Londres é a primeira cidade a sediar oficialmente os Jogos Olímpicos da Era Moderna por três vezes - as anteriores foram em 1908 e 1948. A maioria das sedes dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 2012 serão localizadas em três zonas. Além delas, algumas sedes estarão nos arredores da cidade ou fora da região metropolitana. Algumas instalações são mundialmente famosas, como o Hyde Park e o Estádio de Wembley. Outras serão construídas especialmente para os Jogos, como o Estádio Olímpico de Londres e o Centro Aquático. Fora de Londres, estádios como o St. James’ Park, em Newcastle e o Millenium Stadium, em Cardiff, sediarão as partidas de futebol. A publicação será distribuída gratuitamente durante o período de realização da feira, leia e saiba muita mais sobre transporte, logística e jogos olímpícos.


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Agrotóxicos

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Expansão agrícola impulsiona comércio de agrotóxicos no Brasil VALTER CAMPANATO/ ABr

Agência Brasil O comércio de agrotóxicos no Brasil cresceu 190% entre 2000 e 2010, mais que o dobro da média mundial, de 93%. A informação é resultado de um estudo sobre o mercado do produto no Brasil divulgado no dia 11 de abril pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). De acordo com o diretor da agência, Agenor Álvares, esse crescimento foi impulsionado em grande parte pela expansão agrícola no país, o que faz do Brasil o maior mercado doméstico de agrotóxicos do mundo, à frente dos Estados Unidos. Em 2010, o mercado nacional movimentou US$ 7,3 bilhões, o que representa 14,25% do total mundial, que chegou a US$ 51,2 bilhões. O mercado de agrotóxicos no Brasil é altamente concentrado, assim como no restante do mundo. As dez maiores empresas do setor são responsáveis por 65% da produção nacional e por 75% das vendas. Em termos globais, as 13 maiores empresas dominam 83% do mercado mundial e apenas seis (Basf, Bayer, Dow, Dupont, Monsanto e Syngenta) detêm 66%. O estudo ainda mostrou que 45% do mercado nacional de agrotóxicos são de herbicidas, 14% de fungicidas, 12% de inseticidas, 2% de acaricidas e 17% de outros tipos. Um único produto, o glifosato, é responsável por 29% do mercado brasileiro de agrotóxicos. Regulação

Álvares defendeu a necessidade de regulação do setor de comércio de agrotóxicos. Segundo o executivo os números demonstram que há um processo de reserva de mercado por parte de muitas indústrias, o que levanta a necessidade de regulação do setor. Álvares ainda informou que, como os registros concedidos pelo governo brasileiro não têm prazo de validade, muitas empresas os usam para aumentar seu valor de mercado. Outro fator que contribui para a demanda das empresas pela concessão de registros é o preço-- cerca de US$ 1 mil; nos Estados Unidos, por exemplo, o valor de um registro semelhante pode chegar a US$ 630 mil,

dependendo do produto. Atualmente, há cerca de 350 pedidos de registro em fila. Uma das consequências negativas da falta de regulação e do processo de reserva de mercado, de acordo com o diretor, é a diminuição da competição

no setor e, como resultado, o aumento do preço dos agrotóxicos aos produtores rurais. “Existe um projeto de lei do Senado Federal, de autoria da senadora Kátia Abreu (PSDTO), que diz que o agrotóxico registrado, não sendo produ-

zido em dois anos, tem seu registro extinto. Acho que isso é uma questão importante para nós, porque não é possível que se faça um esforço para registrar em três órgãos e depois o produto não é fabricado e não é comercializado”, disse o diretor.

Prorrogado o prazo para declarar posse de agrotóxicos obsoletos em SP

Foi publicado do Diário Oficial do Estado do dia 27 de março, decisão da Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) que prorrogou, por 120 dias, o prazo fixado para que o produtor rural que possui estoque de agrotóxicos obsoletos declare sua posse, para fins de levantamento da situação desses resíduos no estado de São Paulo. Agrotóxico obsoleto é aquele cuja fabricação, comercialização e utilização estão proibidas por Lei no Brasil, em especial os organoclorados. O prazo final previsto anteriormente era 26 de março. Com a prorrogação, o produtor rural paulista tem até o dia 24 de julho de 2012 para procurar a Casa da Agricultura ou Escritório de Defesa Agropecuária e preencher o formulário de declaração. Segundo Marilda Tedesco,

da Coordenadoria de Defesa Agropecuária e coordenadora do grupo de trabalho interdisciplinar de destinação final de agrotóxicos, “a medida foi necessária para dar oportunidade aos produtores rurais que têm a posse desses produtos, mas ainda não preencheram o formulário de declaração. O objetivo agora é intensificar os esforços de divulgação da campanha a fim de assegurar que a informação chegue a todos os produtores rurais”. Relatório parcial da campanha mostra que já foram declaradas 50,7 toneladas de agrotóxicos obsoletos no estado. Em seu artigo segundo, a decisão estabelece que os declarantes de agrotóxicos obsoletos não se sujeitarão às sanções previstas na legislação pertinente, desde que os declare no prazo estabelecido e os mantenham em adequadas

condições de armazenamento até sua devolução. Outras informações sobre a campanha estão disponíveis em www.

agrotoxicosobsoletos.org.br

Campanha Representantes do governo estadual, indústrias fabricantes, distribuidores, cooperativas, entidades de classe e usuários finais se uniram para realizar uma campanha de levantamento junto aos produtores rurais. O objetivo é obter informações sobre a quantidade de agrotóxicos obsoletos que porventura tenham permanecido armazenados nas propriedades rurais paulistas, após a proibição de uso na década de 1980. Com base nessas informações, será possível planejar as medidas para retirar esses produtos do ambiente rural e dar a destinação final adequada.

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Cresce devolução de embalagens Quase 5,7 mil toneladas de embalagens de agrotóxicos foram recolhidas e destinadas à reciclagem ou queima, em janeiro e fevereiro deste ano. O volume já é 7% maior do que o registrado no mesmo período de 2011. O tratamento desse resíduo pode resultar em 17 produtos, desde uma nova embalagem para agrotóxicos até conduítes (tubos para passagem de fiação) ou sacos de lixo hospitalar. Nos dois primeiros meses do ano, Mato Grosso (que passou de 1,2 mil embalagens coletadas para 1,3 mil) e São Paulo (575 para 874 embalagens) foram os estados que mais contribuíram em volume de coleta no bimestre. O Paraná ficou em terceiro lugar (de 531 para 636 embalagens). No caso de São Paulo, o aumento foi de 52%. Em Santa Catarina, a quantidade de embalagens é ainda pequena. Este ano, a cadeia produtiva catarinense entregou ao sistema de tratamento 44 embalagens. Mas na comparação com o ano passado, o crescimento foi de 100%. Para o engenheiro agrônomo João Cesar Rando, presidente do Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias, responsável pela coleta e destinação desse tipo de resíduo, o crescimento tem duas justificativas. De um lado, o procedimento – que ganhou recentemente os holofotes com a criação da Política Nacional de Resíduos Sólidos – já vigora, no caso de embalagens de agrotóxicos, há pelo menos dez anos. Rando avalia que o prazo é suficiente para que a cadeia produtiva (agricultores, comerciantes e fabricantes) conheça a norma e as penalidades, como multas que podem chegar a R$ 1 milhão, em casos extremos de descumprimento da lei. Por outro lado, o agrônomo aponta a variabilidade da produção agrícola de cada região. “O fato de ter aumentado 52% em São Paulo nestes dois primeiros meses não quer dizer que esse número vai persistir. Mas é muito provável que, em relação ao ano passado, o volume cresça porque os negócios na agricultura estão crescendo e isso indica que o uso do defensivo agrícola deve crescer também, e, com isso, o volume de embalagens que vamos retirar”, explicou.


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RINO COM

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Qualidade

Revolução no agronegócio do mamão formosa Gabriel V. Bitencourt de Almeida CQH-Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp

Os dados coletados pela FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação) em 2008 - último ano com dados completos - mostram que o mundo produziu mais de dez milhões de toneladas de mamão. O Brasil, que detém a segunda colocação depois da Índia, colheu 1,9 milhão de toneladas, ou 19 % da produção mundial. O IBGE (Instituto Brasileiro de Geogra�ia e Estatística) registrou no Brasi, em 2009, a produção de 1,79 milhão de toneladas de mamão, com amplo domínio da Bahia e do Espírito Santo que colheram respectivamente 891 mil toneladas (50%) e 550 mil toneladas (31%). Há uma grande faixa contínua produtora de mamão próxima aos litorais capixaba e baiano que vai das cercanias de Linhares, no Espírito Santo até Porto Seguro, na Bahia. Neste mesmo ano (2009) o Brasil exportou 27,55 mil toneladas de mamão o que corresponde a apenas 1,47 % da produção nacional. A comercialização dos mamões no Entreposto Terminal de São Paulo (ETSP) da Ceagesp é um bom retrato da comercialização brasileira. Todas as notas �iscais recolhidas nas portarias do ETSP se tornam a fonte de dados do Sistema de Informação e Estatística da Se-

ção de Economia e Desenvolvimento, que registrou em 2010 a comercialização de 63,7 mil toneladas de mamão do grupo “Formosa” e de 85,55 mil toneladas do grupo “Solo”, conhecido popularmente como “Havaí”, “Havaiano” ou “Papaia” . O ETSP comercializa aproximadamente 08% da produção brasileira de mamão, participação relativa que vem caindo pouco a pouco ao longo dos últimos anos. O que se constata no entreposto é certa estabilidade no volume do grupo ‘Solo” e um crescimento do “Formosa”. Desde 2007, o volume comercializado do grupo “Solo” sempre �icou muito próxima a 90 mil toneladas e o do “Formosa” passou de 52 mil toneladas em 2007 para quase 64 mil em 2010. A Bahia é a grande fornecedora de “Solo’ para o ETSP com 75% do volume total em 2010, o Espírito Santo vem logo a

seguir com 24%. Uma característica marcante da comercialização no ETSP é a grande preferência pelo ‘Sunrise’ e suas variações como o BS (“Benedito Soares) em detrimento do ‘Golden’. Apesar do ‘Golden’ ter uma melhor resistência pós-colheita e uma menor ocorrência de manchas �isiológicas o sabor do ‘Sunrise’ é muito superior e os varejistas paulistanos, mais próximos do consumidor, como feirantes, hortifrútis e ambulantes, constatam rejeição ao ‘Golden’ pela maior dureza da polpa e menor conteúdo de açúcares da polpa. O “Formosa” está crescendo e mudando. O Espírito Santo é o principal abastecedor, com 29 mil toneladas ou 46% do total, seguido pela Bahia com 23 toneladas ou 37% do volume total. Os envios capixabas saem quase todos da região dos municípios de Pinheiros, São Mateus e Montanha.

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É no “Formosa” que se observa uma rápida mudança do modelo de comercialização da fruta. Em 2010, cento e dezessete municípios enviaram mamões ‘Formosa’ ao ETSP, mas os dez maiores são responsáveis por 71% do volume total. Houve um grande crescimento dos municípios do Oeste baiano, de Baraúna, no Rio Grande do Norte, de Jaíba, no Norte mineiro e uma decadência de Montanha (ES). Os produtores destes municípios emergentes trabalham de maneira totalmente distinta da grande maioria dos produtores capixabas. Jaíba, que não registrou nenhum envio em 2007 , mandou 2.400 toneladas em 2010. Enquanto a maior parte das cargas do Espírito Santo vem com os frutos a granel na carroceria dos caminhões, os produtores das áreas emergentes colhem frutos mais maduros, classi�icam e embalam na origem, muitos em caixas de papelão ondulado bastantes atrativas, com rede de poliuretano protegendo os frutos que também são etiquetados com a marca do produtor. É sabido que o fruto do mamoeiro, é capaz de amadurecer, mesmo depois de colhido, a partir do momento que as sementes estão negras. No entanto, se o mamão continuar ligado à planta mãe continuará a acumular açúcares e o sabor do fruto colhido maduro será muito melhor. O arcaico sistema de transporte a granel exige a colheita de frutos colhidos ainda com a casca totalmente verde e polpa bem �irme e que, portanto, ainda não acumularam os açúcares su�icientes para um bom sabor, quando maduros. Os frutos colhidos mais maduros, já começando a mudar a coloração com pelo menos duas listras amarelas, são muito mais saborosos quando totalmente maduros e como estão sendo identi�icados com marca, os varejistas e consumidores os procuram e avaliam como produtos superiores. E com o tempo concluem que vale muito mais a pena levar um produto, que apesar de bem mais caro, é capaz de proporcionar mais satisfação, menores perdas e maior lucro. Os mamões embalados na origem conseguem um valor de venda no atacado, entre 50% e 100%, acima dos que chegam a granel e são embalados no entreposto. A colheita do fruto mais maduro e saboroso, a melhoria da embalagem e do transporte e a identi�icação da marca do produtor formam o caminho escolhido por produtores e atacadistas na busca da merecida e grande diferenciação de valor do seu produto.

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Ofereça a seu varejista Todo o esforço do produtor e do atacadista na melhoria da qualidade do seu produto numa embalagem mais atraente e na construção de uma marca podem ser facilmente destruídos na gôndola do supermercado. O atacadista da Ceagesp pode melhorar essa situação oferecendo o treinamento ministrado pelo Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp aos seus clientes varejistas e a seus funcionários. A indicação do atacadista é o primeiro passo para a inscrição do varejista. O primeiro módulo é de quatro horas e fornece noções de �isiologia pós-colheita e as principais regras de recepção, conservação, manuseio e exposição das frutas e hortaliças. Inscreva os seus compradores no 1º módulo de FORMAÇÃO DE ESPECIALISTAS EM FLV. Procure o Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp (11) 3643-3825 3643-3827/ 3643-3890 cqh@ceagesp.gov.br


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Qualidade

PESQUISA

Citros Estudo de 268 tipos de embalagens de citros, mostra que não se pode mais utilizá-la como medida

Thais Soares Wellington Bernardes CQH-Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp

A unidade de comercialização de citros é a caixa e o número de frutos na caixa é o denominador da classi�icação. As embalagens de citros estão mudando rapidamente e observa-se que a caixa M com marca proprietária, de dimensões e peso conhecidos, está perdendo espaço. Um levantamento foi feito para determinar os tipos de embalagens, as suas medidas e a proporção da sua utilização na comercialização de citros na Ceagesp paulistana, em janeiro deste ano. Foram analisadas 268 embalagens em todos os pavilhões HF e MF. As embalagens foram divididas em caixa M e caixa ½ M (de madeira retornável), em caixa descartável (papelão e madeira descartável ) e em caixa plástica. As medidas são assustadoras:

- A capacidade em volume das caixas ½ M encontradas no mercado com citros variou de 27 até 35 litros - 31%. - A capacidade em volume das caixas M variou de 54 até 57 litros – 5%. - A capacidade em volume das caixas descartáveis variou de 23 até 46 litros – 99%. - A capacidade em volume das caixas plásticas retornáveis variou de 27 até 32 litros – 19%. Os citros importado da Espanha chegam embalados em caixa de madeira (de 10 e 15 Kg) e de papelão (7, 10 e 15 kg). Foram entrevistados atacadistas dos pavilhões HF e MF. A proporção de ensacamento de citros realizado no mercado é muito grande, principalmente quando se considera que todos os citros são bene�iciados em

barracões de classi�icação, alguns muito so�isticados. A proporção foi de 17% no pavilhão HFA até 86% no HFC. O ensacamento é praticado em todos os pavilhões, com exceção daqueles que só trabalham com laranja importada. A embalagem de madeira predomina na laranja (76%), no limão (77%) e na tangerina (76%). A maior utilização da caixa de papelão é da tangerina (21%) e da ½ caixa M do limão (51%). A utilização de embalagens de madeira e de plástico tipo ½ caixa M predomina no limão Tahiti (58%). A utilização de embalagens de papelão é maior na tangerina (21%). O levantamento, apesar de ter sido realizado fora da época de maior oferta de citros, mostrou que não se pode mais utilizar a caixa como medida de volume de citros.

Gaúchos inovam embalagem da melancia Anita de Souza Dias Gutierrez CQH/ Ceagesp

Os arqueólogos encontraram registros de melancia nos túmulos dos faraós cinco mil amos antes de Cristo. As frutas eram colocadas nos túmulos dos faraós para alimentá-los depois da morte. O seu centro de origem mais provável é o Deserto de Kalahari, na África do Sul e o seu consumo e produção foram registrados no Egito – 5.000 a.C na China – Século X, na Europa – Século XX e na América – Século XIV. O crescimento da produção e do consumo mundial da melancia impressiona. Aqui estão os dados da sua evolução entre 1970 e 2009:

A produção mundial de melancia cresceu de 18 milhões para 88 milhões de toneladas - 4 vezes • A população mundial cresceu de 2,5 bilhões para 6,9 bilhões de pessoas - 2 vezes A produção chinesa cresceu de cinco milhões para 65 milhões – 13 vezes • A produção brasileira cresceu de 247 mil para 2 milhões de toneladas – 7 vezes

• O comércio internacional cresceu de 212 mil para 2,3 milhões de toneladas – 10 vezes

• China, Turquia, Irã, Brasil e Estados Unidos são os maiores produtores de melancia. México, Espanha, Estados Unidos, Cazaquistão e Vietnã são os maiores exportadores. Já EUA, China, Alemanha, Canadá e França são os maiores importadores. O IBGE registrou em 2010 a produção de 2.052.928 toneladas em 68.679 hectares. Os maiores estados produtores, em ordem de volume, são Rio Grande do Sul, Bahia, Goiás, São Paulo e Paraná. A Ceagesp paulistana registrou, em 2010, a entrada de 102.081 toneladas de melancia, sendo 97% de melancia do grupo varietal ‘grande com semente’. Os estados de origem, responsáveis por 90% do volume de entrada, foram: São Paulo (41%), Rio Grande do Sul

(23%), Goiás (15%) e Tocantins (11%). A modernização do transporte da melancia ‘grande com semente’ é um grande desa�io no mundo todo. O seu tamanho di�iculta muito o embalamento do fruto em caixas e a unitização da sua movimentação. A movimentação a granel machuca a melancia, prejudica a sua qualidade e o seu tempo de prateleira, e encarece o transporte. Os produtores americanos já utilizam, na exposição da melancia no varejo, ‘bins’, grandes caixas de papelão decoradas. Um atacadista da Ceasa do Rio Grande do Sul está investindo com muito sucesso no embalamento de melancia para os seus clientes de varejo. A caixa também divulga o produto e a marca do atacadista, além de assegurar um lugar diferenciado para a melancia no supermercado, facilita a carga e a descarga e mantém a qualidade da fruta na comercialização. A promoção e desenvolvimento da melancia nos Estados Unidos é responsabilidade dos seus comitês de promoção e desenvolvimento. Aqui estão alguns dos seus endereços eletrônicos: http://www.�lfwa.com/ ;

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Qualidade

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Manual de pós-colheita de Movimento dos sem CEP manga ACESSO RESTRITO

Anita de Souza Dias Gutierrez CQH/ Ceagesp

O CEP – Código de Endereçamento Postal é um código desenvolvido pelas administrações postais, para identificar uma determinada região e facilitar o encaminhamento e a entrega das correspondências

Anita de Souza Dias Gutierrez CQH/ Ceagesp

Programas promocionais como os que são desenvolvidos nos Estados Unidos pelo Comitê de Promoção e Desenvolvimento da Manga (National Mango Board) existem há décadas nos Estados Unidos, Europa, Austrália, Nova Zelândia, África do Sul, entre outros países e têm tido uma enorme influência nos destinos e no sucesso dos agronegócios dos países desenvolvidos. O National Mango Board foi criado por solicitação dos produtores, comerciantes e importadores de manga, ao Ministério da Agricultura dos EUA e é sustentado pelo recolhimento de uma taxa cobrada por cada caixa de manga comercializada. A “lei de promoção de produtos agrícolas” é a lei federal, nos Estados Unidos, que garante o estabelecimento e operação de um programa de promoção de um determinado produto agrícola e que inclui uma combinação de atividades de promoção, de pesquisa e de informações de produção e consumo, gerenciado pelos produtores e seus primeiros compradores, mantida com recursos originários de contribuições acertadas na sua criação de produtores e processadores, sob supervisão do Ministério da Agricultura. Os objetivos do National Mango Board envolvem compreensão e educação do consumidor; aumento da visibilidade da manga no varejo; aumento da oferta da fruta fresca nos restaurantes; manutenção da boa reputação da manga e estar preparado para uma crise; promoção do estudo da fruta nas pesquisas de saúde e nutrição; criação de so-

luções que melhorem a qualidade da manga e a sua segurança alimentar; articulação com todos os elos da cadeia de manga no mundo para uma ação conjunta de melhoria e a criação de soluções que permitam o acesso do consumidor à manga colhida madura e pronta para o consumo. O Brasil, país exportador de manga para os EUA, está representado no National Mango Board, por. Flávio Muranaka, de Petrolina. As atividades do Comitê de Promoção e Desenvolvimento da Manga ( National Mango Board) dos Estados Unidos podem ser acompanhadas pelo endereço eletrônico www.mango.org. Os interessados em receber informações, por e-mail , sobre o mercado de manga nos EUA, só precisam se registrar em http:// www.mango.org/industry/strategic-plan-and-budget. Várias publicações podem ser baixadas em http://www. mango.org/industry/downloads, desde pesquisas com os consumidores até o desenvolvimento de um Manual de PósColheita em português. O Brasil precisa se estruturar para permitir a organização dos produtores em comitês de promoção e desenvolvimento por produto. Esses comitês podem e devem proporcionar ao segmento da produção agrícola a assunção da coordenação de cada cadeia de produção hortícola: orientar a pesquisa para a direção correta, indicar a orientação correta das ações de defesa agropecuária, estabelecer as ações de marketing - em seu sentido mais amplo de preparação de um produto para o mercado - incluindo o estabelecimento de normas e padrões em toda a cadeia, a propaganda e a orientação ao consumidor.

O CEP é amplamente adotado pelas empresas de prestação de serviços, pelo comércio e transportadoras. Os produtores rurais e moradores de áreas urbanas distantes são excluídos, por ausência de CEP, de muitos serviços a que todos os cidadãos têm direito: 1. Não é possível cadastrar o endereço em qualquer empresa ou órgão de governo. Os sistemas de cadastramento estão associados ao cadastro de CEP dos Correios e a inexistência do CEP para uma determinada rua, a caracteriza como inexistente.

2. A impossibilidade de cadastramento impede a aquisição para entrega no local, de muitos produtos e serviços, que só os moradores de regiões com CEP têm acesso. 3. As transportadoras não conseguem realizar entregas, pois não conseguem cadastrar e localizar os endereços. 4. A Receita Federal rejeita processos de abertura de empresas pela falta de CEP, pois o CEP geral do município não é aceito. 5. As contas e a correspondência devem ser retiradas na agência dos Correios.

6. Não há comunicação de recebimento e solicitação de retirada das encomendas recebidas pelo Correio, que as devolve ao remetente após cinco dias.

7. É preciso alugar uma caixa postal (quando disponível). O recebimento de encomendas, correspondências, jornais e revistas exige a visita frequente ao correio, em horário comercial. Algumas empresas se recusam a enviar, pela caixa postal, documentos ou produtos como car-

Cupuaçu da Embrapa lançado em março já é sucesso

tões de banco e celulares. 8. O serviço de policiamento, em caso de emergência, é muito dificultado em virtude da inexistência do CEP como guia de localização. É um sonho imaginar que a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos fará a identificação das áreas rurais com CEP, principalmente se considerarmos que isso implica a obrigatoriedade da entrega de correspondência no local. A solução para resolver a questão da localização dos ‘sem CEP’ e permitir que eles tenham acesso aos serviços que todos os cidadãos urbanos têm direito, é a utilização das coordenadas geográficas, facilmente determinadas pelo GPS, como referência de endereço. É preciso que cada um de nós, cidadãos sem CEP, passe a utilizar as coordenadas geográficas na indicação do seu endereço e articule com os seus fornecedores de insumos, transportes e serviços para que passem a exigir dos outros clientes que façam o mesmo. Participe do Movimento dos Sem CEP!

nes de cupuaçuzeiro, apresenta, ainda, características agronômicas semelhantes ou superiores às de outras cultivares existentes no mercado. Além disso, ela apresenta ótima produção de frutos, que são de tamanho médio a grande, fazendo com que eles tenham boa aceitaçãotanto na indústria quanto no mercado de fruta in natura. Os frutos da cultivar servem tanto para a produção de polpa, cujo rendimento é alto se comparado com as outras cultivares, quanto para a produção de amêndoas,que podem ser extraídas para a produção de óleo, empregado na indústria de cosméticos. A boa semente

Cercade 30 mil sementes da cultivar de cupuaçu BRS Carimbó serão disponibilizadas este ano para os produtores rurais. A cultivar foi lançada no último mês de março pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e é a mais nova opção para os produtores. A principal característica da variedade é a média resistência à vassoura-de-bruxa, doença que limita em muito a produção do cupuaçuzeiro na região amazônica. A vassoura-de-bruxa é

causada pelo fungo Crinipellis perniciosa, que se desenvolve nos galhos do cupuaçuzeiro e ativa o crescimento de brotos e galhas, podendo levar a planta à morte. Com o controle da doença, por meio de podas fitossanitárias, o produtor pode ficar seguro quanto à produção, pois a resistência da nova cultivar minimizará no médio prazo o risco de uma epidemia da doença no pomar. A cultivar, resultante da seleção e do cruzamento de 16 clo-

A escolha de uma boa semente, que tenha qualidade genética e fisiológica, é fundamental para o êxito de um pomar de cupuaçuzeiro. Segundo Rosildo Simplício da Costa, gerente do Escritório de Negócios da Amazônia, da Embrapa Produtos e Mercado, são as boas sementes que asseguram mudas vigorosas e saudáveis, produzindo muitos frutos. Por isso, o gerente adverte que o produtor deve comprar semente apenas de sementeiros legalizados.


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Qualidade

A couve �lor e seu guia de variedades

Viviane de Oliveira Raphael Azevedo Gonçalves CQH/ Ceagesp

O guia de variedades, desenvolvido pelo Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp, fornece um gabarito visual de identi�icação das principais variedades de cada produto e um quadro das características de cada grupo. O trabalho é árduo porque existem centenas de frutas e hortaliças, cada uma delas com muitas variedades. A Ceagesp disponibiliza em http:// www.ceagesp.gov.br/hortiescolha/variedades/, os guias de variedades para 35 produtos e dois agrupamentos de produtos: abacate, abacaxi, abóbora, abobrinha, alface, alho, ameixa, banana, batata, batata doce, berinjela, beterraba, caqui, cebola, cenoura, chuchu, couve, goiaba, kiwi, laranja, limão, mamão, manga, melancia, melão, pepino, pera asiática, pera europeia, pêssego, pimenta, raízes feculentas, repolho, romã, tangerina, temperos, tomate e vagem. A couve�lor será o próximo produto a ter o seu próprio guia de variedades. A parte da couve-�lor (Brassica oleracea L. var. botrytis L.), que consumimos é a sua in�lorescência imatura. A elaboração do guia exige o levantamento de vários dados, entre eles a caracterização de todos os cultivares de couve-�lor, desenvolvidos pelas principais

empresas de sementes; dos descritores utilizados no registro de cultivares, além da pesquisa e caracterização dos cultivares comercializados na Ceagesp A couve-�lor apresenta grande diversidade de coloração, formato, grau de compacidade da cabeça, altura, diâmetro e aptidão para produção da cabeça em diferentes temperaturas. A temperatura é o principal fator climático que afeta o desenvolvimento e a formação da cabeça e a produção. Os cultivares são caracterizadas como de verão, meia estação e inverno, o que determina a melhor época para a sua semeadura, em função da necessidade de frio para a indução �loral de cada material genético. O estudo utilizou os descritores de cultivares, recomendados pelo NIAS (National Institute of Agrobiological Sciences), de coloração, formato, cobertura da folha bráctea na cabeça e grau de maturidade. O NIAS do Japão desenvolve pesquisas na área de conservação de plantas, microorganismos, animais e materiais relacionados à agricultura. A descrição dos cultivares, feita pelas empresas de sementes ISLA, Hortec, Sakata, Seminis, Takii, Tecno Seed, Top Seed, nos seus endereços eletrônicos é pobre em detalhes. Foram encontrados 23 cultivares de sete empresas de semente no Brasil. O guia de variedades está disponível em www.ceagesp.gov. br/hortiescolha/variedades

Variedades de couve comercializadas no ETSP A couve é da mesma família do repolho, só que não forma cabeça. Ela é a hortaliça folhosa de características mais próximas da espécie selvagem, origem das outras brassicas, como repolho, a couve-�lor, o brócolis e a couve de Bruxelas. As couves apresentam grande diversidade de cores - variando de verde claro à violeta escura - , formatos, tipo de crescimento e outras características listadas na tabela abaixo. Sua utilização foi registrada pelo gregos, quatro séculos antes de Cristo.

Existem três variedades principais na Ceagesp: a couve manteiga, a couve manteiguinha e a couve tronchuda. A couve manteiguinha é menor que a manteiga e mais arredondada e as duas são comercializadas em

maço. A couve tronchuda, que é colhida inteira, tem um público muito especial: os restaurantes portugueses, como ingrediente de bacalhoada. A sua procura cresce muito durante a Semana Santa. Dezenas de outras varie-

dades são conhecidas no mundo. Colocamos a representação grá�ica e a descrição morfológica de quatro variedades, entre as muitas encontradas no Banco de Germoplasma do Instituto Agronômico de Campinas e que não

foram encontradas na Ceagesp. No ano passado foram comercializadas na Ceagesp oito mil toneladas de couve rendendo R$11 milhões, ocupando o 7º lugar no ranking de verduras mais vendidas no entreposto paulistano.

Pesquisa: Estagiários: Wellington Bernardes Norte Silva-Agronomia UFV-MG / Thais De Marchi Soares - Agroecologia UFSCAR - Pesquisa e Desenhos: Bertoldo Borges Filho / Supervisão: Dra. Anita Gutierrez-CQH.


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Meio Ambiente

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Embrapa quer viabilizar agricultura sustentável nas pequenas propriedades Diminir as emissões de gases do efeito estufa é um dos objetivos da estatal Inserir os pequenos produtores dentro de um projeto de agricultura sustentável é um dos desafios da Embrapa. Na avaliação do presidente da estatal, Pedro Arraes, a combinação entre cooperativismo e ação mista de agentes públicos e privados na disseminação de tecnologias pode viabilizar o projeto de agricultura sustentável nas pequenas propriedades. O governo federal vem assumindo metas ambientais e definindo estratégias que prometem alterar o cenário produtivo brasileiro nos próximos anos. A agricultura é o setor que vem sendo apontado como possível e forte contribuidor para atingir esses objetivos ambientais. Uma das metas brasileiras, por exemplo, é a diminuição de emissões de gases de efeito estufa. Durante a 15ª Conferência do Clima (COP 15), organizada pelas Nações Unidas, o Brasil se comprometeu a reduzir a emissão de gás carbônico entre 36,1% a 38,9% até 2020, considerando o volume emitido em 1990. Ou seja, algo em torno de 1 bilhão de toneladas a menos no ar. Na prática agrícola, essas metas são vistas de diferentes maneiras. Para médios e grandes produtores, a aplicação de tecnologias que contribuem para o meio ambiente é vista, em grande parte, como investimento de retorno. Mas, se transforma em um desafio quando a aplicação é feita na agricultura familiar. Isso, porque, em muitos casos, projetos de sustentabilidade produtiva no campo demandam, além de dinheiro para a compra de maquinários ou adequação de procedimentos, a necessidade de esperar pelo momento certo de obter os ganhos. Pedro Arraes destaca que a Embrapa desenvolve trabalhos especificamente voltados para as pequenas propriedades. Estes estudos, segundo ele, são focados na realidade e limitações desse segmento, quando comparado com as grandes propriedades. “A Embrapa tem uma série de atividade diretamente voltadas para a agricultura familiar. Temos cabedal de ciência e tecnologia que pode ser facilmente aplicado. Temos o projeto Quintais no Sul, por exemplo,

MARCELLO CASAL JR /ABr

que é uma série de frutíferas para renda extra. Temos, agora, o Centro de Pesca e Aquicultura. A aquicultura, especialmente, tem possibilidade de dar uma renda imensa para os pequenos produtores”, disse. Segundo Arraes, outras iniciativas que não são especificamente voltadas para a pequena propriedade também podem ser aplicadas, sem grandes custos, pelos agricultores familiares. Um exemplo é o melhoramento do feijão, que, com as pesquisas da empresa agropecuária, passou a ser resistente a um vírus que afetava todos os tipos do grão. A questão, segundo o presidente da Embrapa, é fazer com que toda essa tecnologia saia dos centros de estudo da Empresa e cheguem ao campo, para todos os pequenos produtores. “Não somos a primeira mola propulsora de tudo isso. Tem uma série de outras politica públicas que tem que vir antes da gente para essas pessoas esta-

rem aptas a receber essas tecnologias. Muitas vezes o problema deles [pequenos agricultores] não é tecnológico”, declarou Arraes, defendendo um projeto ampliado de educação no campo, que aborde tanto a questão produtiva quanto a cidadã. Historicamente, o trabalho de disseminação de tecnologia

no campo é atribuído aos agentes de assistência técnica, um serviço que, sob a esfera pública, vem sofrendo com falta de investimento e espaço ao longo dos últimos anos. “Hoje tem o Pronaf [Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar], onde o produtor tem que fazer projetos, mas muitas

vezes o agrônomo [que teria que orientar esses projetos] não vai nas propriedades. Acho que tinha que ter um debate não ideológico sobre essa questão, pautado nas necessidade desses produtores. Se não tiver renda, não vai ter sustentabilidade alguma. Ele vai cortar a mata para fazer lenha. Ele não vai morrer para não cortar a mata”, alertou o presidente da Embrapa. Para Arraes, por enquanto, existem alternativas que podem ser testadas para suprir essa lacuna, como uma reorganização dos agricultores e uma parceria de atuação entre a iniciativa pública e privada. “Em Goias, com a produção do leite, os produtores se organizaram. Eles produziam de 3 a 5 litros de leite. Hoje, alguns deles estão produzindo 300 [litros]. Eles pagam, para cada 15 produtores, um técnico agrícola e cada grupo de técnico, tem um agrônomo que é para quem a Embrapa pode passar conhecimentos para serem multiplicados”, explicou.


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Ceasas do Brasil

abril de 2012

Ceasa de Campinas passa a realizar pregão eletrônico A partir de abril, a Ceasa Campinas começa a realizar pregão eletrônico em seus processos licitatórios. Segundo a empresa, o objetivo é dar mais agilidade e transparência as ações desenvolvidas no entreposto. “A iniciativa faz parte das diretrizes de gestão da nova diretoria da empresa seguindo a orientação e metodologia do prefeito. Queremos agilizar e modernizar a Ceasa e dar cada vez mais transparência às ações no entreposto”, avaliou o presidente da empresa, Sérgio Luiz Juliano. Segundo o gerente administrativo e de recursos humanos da Cerasa Campinas, José Anízio Marim, atualmente os pregões são presenciais, necessitam de pelo menos seis funcionários e duram entre quatro e oito horas. Além disso, o pregão presencial precisa que o representante da empresa interessada em fornecer o serviço ou produto participe do

processo pessoalmente. “Com o pregão eletrônico precisaremos apenas de dois colaboradores e conseguimos �inalizar o processo em até duas horas. Também acreditamos poder contar com a participação de mais empresas nas licitações uma vez que elas não terão que estar presentes durante o certame e com isso, inclusive, queremos reduzir os valores das compras”, informou Marim.

Diferença O pregão é uma modalidade de licitação para adquirir bens e serviços em que a disputa pelo fornecimento é feita em sessão pública, por meio de propostas e lances e vence quem oferecer o menor preço. Há dois tipos de pregão, o presencial e o eletrônico. Para o pregão presencial a empresa interessada em forne-

cer o serviço ou produto apresenta uma proposta por escrito e documentação minutos antes do pregão e envia um representante para estar pessoalmente na sessão. Junto com outros interessados o representante vai apresentando lances para baixar o valor até que se chegue num vencedor, como um leilão. No pregão eletrônico é agendado o horário da sessão e os interessados fazem o credenciamento prévio e participam da sessão virtual, on line por meio do site, de qualquer lugar, apresentando seus lances até chegar em um vencedor. Para participar do pregão a empresa interessada precisa estar habilitada e com toda documentação exigida pela legislação e pelo edital do processo que é elaborado por técnicos e pelo corpo jurídico da empresa. No caso do pregão eletrônico a empresa se cadastra no sistema do Banco do Brasil.

CeasaMinas quer manter gestão única nos entrepostos Foi aprovado o requerimento feito pela deputada estadual Maria Tereza Lara (PT), em que solicita o encaminhamento de pedido ao governo de Minas Gerais para que a gestão do Mercado Livre do Produtor (MLP) seja compartilhada entre o Estado e a CeasaMinas, porém, mantendo-se a gerência única da estatal. O pedido de audiência pública foi feito pelos funcionários e pelo presidente da Associação Recreativa e Bene�icente dos Funcionários da CeasaMinas (Arbece), Ronan Siuves Ferreira, que demonstraram preocupação quanto a possível mudança. “Não estamos apenas preocupados com o nosso emprego. O grande perigo é que as pessoas de fora não conhecem e não sabem o que é uma ceasa. Eu mesmo, antes de entrar na empresa, não sabia. Consideramos que a gestão dupla não é boa e estamos preocupados com o destino da nossa empresa”, disse. A manutenção do MLP sob a gestão atual também foi defendida pelos demais atores envolvidos na questão. O presidente da Associação dos Comerciantes da CeasaMinas (ACCeasa), Caio

Dias Gomide, leu um documento assinado por entidades que representam carregadores, produtores, atacadistas, distribuidores e supermercadistas. Eles alegaram que a criação de estruturas administrativas distintas poderia favorecer o comércio irregular, aumentar custos operacionais e gerar de�iciências e con�litos. “A gestão deve ser única, compartilhada com o Estado”, a�irmou Gomide. No documento, as entidades explicam que “o MLP é importante local para formação de preços em todo o mercado. É ali que se desenvolve um e�iciente trabalho de pesquisa, tratamento, organização de dados e de informações. Esse trabalho, que a CeasaMinas realiza com pessoal técnico e especializado, é de fundamental importância para o produtor e para todo o mercado”. E continua: “a supressão deste comando único e com pessoal não especializado e sem vivência no mercado seria um enorme retrocesso”. Conclui a carta. O MLP consiste em um pavilhão em que os produtores de hortifrutigranjeiros podem negociar diretamente com com-

pradores. Quando a CeasaMinas passou a ser um órgão do governo federal, o MLP e a portaria dos entrepostos foram mantidos sob responsabilidade do Estado. Todos os anos, o Estado �irma um convênio delegando a parte operacional, �inanceira e administrativa à CeasaMinas, mas agora o governo estadual quer retomar a gestão dos espaços. A manutenção desse gerenciamento único também tem o apoio do presidente da CeasaMinas, João Alberto Paixão Lages. Para ele, a central de abastecimento mineira é referência para outros mercados do Brasil e da América Latina e isso só foi possível pelo trabalho dos servidores ao longo de 40 anos, muitos dos quais ainda estão ativos na empresa. Além disso, Paixão Lages ressaltou o êxito da gestão compartilhada. “Hoje temos R$ 2,6 milhões em caixa para serem investidos no MLP”, revelou. “O que defendemos é a unicidade das centrais de abastecimento, e ela independe do fato de a gestão ser federal, estadual ou municipal”, a�irmou o presidente. O modelo de mercado onde o MLP e o setor perma-

nente (lojas) são integrados é recomendado pela Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO). Altivo Cunha, consultor da FAO, esteve presente na audiência pública. “Nos países desenvolvidos, não existe Ceasa dividida”, disse. Os deputados estaduais Almir Paraca (PT) e Fred Costa (PHS) também defenderam a manutenção do atual modelo de gerenciamento do espaço. Os deputados federais por Minas Gerias Saraiva Felipe (PMDB), Diego Andrade (PSD) e Gabriel Guimarães (PT) também estiveram presentes e integraram o grupo de apoio. “Em time que está ganhando não se mexe”, argumentaram. O subsecretário de Estado de Agricultura Familiar, Edmar Gadelha, disse que o Estado pode assumir a gestão por força da lei, embora a Lei Delegada 180/2011, sancionada pelo próprio governador Antonio Anastasia, incentive a integração com outras esferas federativas e permita o compartilhamento de serviços, com o objetivo de promover o desenvolvimento do estado.

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EMBALAGEM

CeasaMinas adota novo sistema de embalagens padronizadas Neste primeiro momento, apenas produtores de banana e tomate devem seguir a nova legislação

Desde o início de abril, os lojistas da CeasaMinas já seguem a Instrução Normativa número 9, que determina como devem ser as embalagens utilizadas para transportar os produtos. Neste primeiro momento, apenas produtores de banana e tomate deverão seguir a nova legislação. A IN 9 foi elaborada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Inmetro e Avisa. A norma determina que frutas, verduras e legumes sejam transportados em caixas plásticas padronizadas e sanitizadas ou ainda em caixas de madeira ou papelão de primeiro uso. Com o objetivo de facilitar o cumprimento da legislação, em 2011, um banco de caixas plásticas foi inaugurado dentro da unidade de Contagem. O banco tem capacidade de higienizar 500 mil caixas por mês. A ideia é que essa capacidade seja ampliada para 3.600.000 caixas mensalmente. Desde o início do ano, empresas homologadas montaram estandes no Mercado Livre do Produtor (MLP), o que permite que a compra de caixas possa ser feita dentro da CeasaMinas. Até agora, mais de 80% dos lojistas da CeasaMinas que vendem esses produtos já se adequaram à nova regra. Em pontos onde os bancos de caixas plásticas estão presentes, esse número chega a 100%.


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Ceasas do Brasil

Índice Ceagesp fecha março com elevação de 4,61%

Morango

24%

Pimentão amarelo (44,9%), vagem (39,2%) e tomate (29,7%) tiveram as principais altas. As retrações nos preços ficaram por conta do tomate caqui (-14,7%), da mandioquinha (-7,9%) e da berinjela japonesa (-7,7%). Outro setor a retomar os patamares dos preços foi o de verduras, com elevação de 12,46%. As principais altas foram da couve-flor (49,4%), do coentro (48,2%) e da salsa (23,7%). O rabanete (-17,9%), a catalonha (-13,3%) e o almeirão PA (-10,6%) foram responsáveis pelas principais baixas nos preços. Já o setor de diversos apresentou ligeira elevação de 3,86%. As principais elevações foram dos ovos e do alho nacional. Já as principais quedas fo-

De acordo com a Ceagesp, mesmo com a alta 4,61% nos preços dos principais produtos comercializados na estatal em março, a maioria dos itens, principalmente, em legumes, verduras e diversos apresentam boa qualidade, volume ofertado satisfatório e preços atrativos para o consumidor. “O aumento nestes setores deve-se a recuperação nos preços, que estavam próximos ao de custo, e também uma maior procura, já que o clima estava quente e impulsionou o consumo”, afirma o economista da companhia, Flávio Godas. No ano, o indicador registra retração de 0,34% e, nos últimos 12 meses, queda de 9,57%. Após as quedas consecutivas nos preços, o setor de legumes computou elevação de 14,55%.

Mandioquinha

-7,9%

ram registradas em coco seco, amendoim e da batata lisa. Em razão do consumo aquecido do período da quaresma e da Semana Santa, o setor de pescados teve aumento nos preços de 4,05%. Tainha, pescada e atum foram os principais aumentos do setor. E as baixas ficaram por conta de sardinha, da cavalinha e polvo. Aspectos sazonais e demanda aquecida do setor foram os principais motivos para a leve alta das frutas de 2,11%, cujas principais elevações foram da

Tomate

29,7%

manga Palmer, do kiwi estrangeiro e do morango. As quedas foram registradas em maçã estrangeira, jaca e pera Willians. Tendência

O primeiro trimestre de 2012 foi caracterizado por chuvas com menor intensidade, diferentemente do histórico dos anos anteriores. Com a estabilidade das condições climáticas, esta é a expectativa também para abril. “Ou seja, os preços não devem apresentar fortes

Couve-flor

49,9%

oscilações e as hortaliças devem figurar entre as opções de compra para os consumidores”, explica Godas. O setor de frutas deve seguir em estabilidade. Frutas de época como caqui, tangerina, maracujá, entre outras, além das tradicionais banana, mamão e limão, devem seguir entre as sugestões de oferta. “Já para os pescados, a tendência é de redução nos preços no setor, passada a Semana Santa, devido à queda na procura pelos produtos” prevê Godas.

Pescada

30,5%


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Transporte

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Mercedes-Benz apresenta nova linha de caminhões Euro 5 aos permissionários do Ceará Montadora aposta na proximidade com o cliente para alavancar as vendas e agrega tecnologia no transporte de hortifrutigranjeiros

Presidente não tem medo de montadoras chinesas

Os permissionários, vendedores e compradores da Ceasa de Maracanaú, cidade vinha à Fortaleza, que ainda não conheciam os novos caminhões Mercedes-Benz, puderam acompanhar de perto a apresentação da linha que já conta com a avançada e exclusiva tecnologia BlueTec 5, atendendo ao Proconve P-7. Mais econômicos e ecológicos, os veículos tiveram o visual reformulado e foram expostos no estacionamento do entreposto Cearense. “Renovamos completamente a nossa linha não apenas para atender a legislação. Aproveitamos para implementar novos itens que agregam conforto, sofisticação e força aos caminhões”, afirmou Tânia Silvestri, diretora de vendas de caminhões da MercedesBenz do Brasil. O Circuito Ceasa faz parte da ação de vendas da montadora alemã para voltar a liderar o mercado nacional e que pretende atingir o cliente em seu “habitat natural”, nas diferentes aplicações e regiões do país. “Decidimos fazer um trabalho bastante pulverizado e o Circuito Ceasa é muito importante. Trata-se de um grande mercado e como tal, merece atenção personalizada”, explicou Tânia Antonio Mauro de Souza

Uchoa, mais conhecido na Ceasa como o Rei do Chuchu, tem 20 caminhões que abastecem a Ceasa de Maracanaú diariamente. Não resistiu quando conheceu o novo modelo do Accelo 815 na concessionária Ceará Diesel. “Achei mais moderno e bonito”, resume. Uchoa faz parte da clientela que está disposta a pagar de oito a dez por cento mais caro por um Mercedes-Benz e acredita que não terá dificuldade em encontrar combustível ou falta de assistência especializada. “Desde o mês de janeiro, já visitamos 11 unidades da Ceasa em várias regiões para mostrar aos operadores das centrais de abastecimento que a linha de caminhões 2012 traz mais ganhos para quem atua no transporte de hortifrutigranjeiros”, afirma a diretora. “Graças à avançada tecnologia BlueTec 5, os novos caminhões da nossa marca oferecem um desempenho superior, com menor consumo de combustível e reduzido custo operacional, assegurando a rentabilidade do cliente. Além disso, propiciam outras vantagens, como mais tecnologia, conforto, segurança e robustez, além do novo design, ainda mais moderno e arrojado”, garantiu.

Montadora disponibiliza 1.000 caminhões para test drive em todo o Brasil A Mercedes-Benz colocou cerca 1.000 caminhões da linha 2012 à disposição de clientes para o Truck Test,, ação que engloba demonstrações e test-drive junto às próprias atividades dos clientes em todo o Brasil. Com essa expressiva frota exclusiva para o Truck Test, vai aos clientes para que eles possam comprovar, na prática, as vantagens prometidas pelos caminhões da marca como menor consumo de combustível e reduzido custo operacional, au-

mentando a rentabilidade dos clientes. A frota de 1.000 caminhões do Truck Test será distribuída de acordo com as características do mercado de atuação de cada concessionário. Ou seja, todos os clientes terão à disposição os modelos mais indicados para sua atividade de transporte, podendo conhecer os potenciais e as vantagens dos novos caminhões Mercedes-Benz visando o melhor custo/benefício e maior rentabilidade.

Apesar de assumir a previsão de queda nas vendas de caminhões no ano de 2012, o presidente da Mercedes-Benz do Brasil, Jürgen Ziegler, mostrou confiança ao afirmar que não se sente ameaçado por montadoras chinesas que oferecem caminhões por um preço muito mais baixo. “O mercado é bastante diversificado. Não acredito que um cliente que tenha um Mercedes vai comprar um chinês. Levamos 60 anos para chegar até aqui. Conquistar a confiança do cliente é um longo processo“, explicou. Durante o evento de lançamento da nova linha de caminhões para clientes na concessionária Ceará Diesel, em Fortaleza, Ziegler explicou que está previsto um recesso de 10 a 15 % nas vendas em 2012, já que houve uma forte procura no final do ano passado e, com a nova tecnologia Euro 5, os veículos ficaram mais caros. Apesar de ter tomado medidas temporárias para diminuir a produção, como férias coletivas, o presidente da montadora está otimista e aposta que a tecnologia BlueTec 5 vai empurrar as vendas assim que os transportadores entenderem a importância dessa transição tecnológica. “Trabalhamos muito para conseguir fazer as mudanças necessárias em todos os motores e atingir todas as categorias“, completa.


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Transporte

Novo Accelo pode ser adquirido pelo Programa Mais Alimentos

A questão do transporte de carga nas cidades tem sido cada vez mais debatida, principalmente, como deve ser feita a logística nos entrepostos em médias e curtas distâncias. Para estas aplicações, a montadora Mercedes-Benz oferece diferentes configurações para seu comercial leve, o Accelo nas versões 815 e 1016, cuja aquisição está disponível, até 30 de junho, por meio do Programa Mais Alimentos, criado pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). O programa consiste em uma linha de financiamento especial para que o agricultor familiar possa investir, entre outras coisas, em modernização e aquisição de veículos e de novos equipamentos. Entre as opções, a montadora apresenta três de entreei-

CRESCIMENTO

Vendas de veículos têm alta de 21% em março

xos, uma dessas com 3,1 metros o que torna o veículo um VUC (Veículo Urbano de Carga) na cidade de São Paulo. Esta configuração é disponibilizada tanto na versão 815, quanto na 1016, que possui carroceria de 4,5 metros de comprimento. A diretora de vendas e marketing de caminhões da fabricante, Tânia Silvestri, destaca o ganho financeiro com o modelo. “A tecnologia BlueTec 5 do novo Accelo propicia um reduzido custo operacional, com motores até 6% mais econômicos e com maiores intervalos de troca de óleo. Atributos como esses conquistaram amplo reconhecimento no mercado, tanto junto a autônomos, como a empresas de transporte ou de carga própria, distribuidores e atacadistas”, ressaltou. Outro destaque é o maior

As vendas de veículos no Brasil cresceram 21,02% em março na comparação com fevereiro, segundo balanço divulgado nesta terça-feira (3) pela Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores). No mês passado, foram emplacadas 483.643 unidades. Em fevereiro esse número ficou em 399.655. Na comparação com março do ano passado, a elevação é 0,08%. Para a Fenabrave, o movimento de alta se deve à

PBT (Peso Bruto Total), a versão 815, por exemplo, com capacidade de carga de 8.300 quilos, pode transportar 1.600 quilos a mais do que o 710, com isso, a fabricante marca sua entrada na categoria oito toneladas. Já o Accelo 1016, com 9.600 quilos de PBT, tem a vantagem de 600 quilos a mais que a versão anteiror. A novidade ainda possui a opção de instalação de um terceiro eixo, elevando sua capacidade para 13 mil quilos. O motor do Accelo, tanto na versão 815 quanto 1016, é o OM 924 LA de quatro cilindros e 156 cavalos de potência, dotado com tecnologia BlueTec 5, que atende à normatização Proconve P7. Outra novidade é a caixa de direção que permite ao condutor realizar manobras com 10% a menos de esforço.

maior quantidade de dias úteis - em março deste ano foram 22, contra 19 em fevereiro e 20 em março do ano passado. Considerando cada setor isoladamente, no comparativo anual, houve queda nos emplacamentos nos principais segmentos. Caminhões e ônibus venderam 5,67% menos no terceiro mês de 2012 ante o mesmo mês do ano anterior. Já no comparativo com fevereiro, o setor apresentou alta de 20,54%. Automóveis e comerciais leves tiveram queda

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Montadoras com 55% de conteúdo regional terão redução de IPI

A partir de 2013, as montadoras que quiserem ter direito ao desconto integral de 30 pontos percentuais no Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) vão ter que cumprir a exigência de ter 55% dos custos da produção relativos a conteúdo regional. A mudança faz parte do pacote de estímulos anunciado no início de abril pelo governo, com o objetivo de aquecer a economia e ajudar a indústria nacional a enfrentar a crise financeira mundial. O secretário executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Alessandro Teixeira, destacou que o novo regime automotivo anunciado ontem visa a agregar valor, além de gerar emprego e renda. “É um programa de incentivo. Não queremos obrigar as empresas a cumprir esforço que não seja factível”, disse. Teixeira ressaltou ainda que o cumprimento das exigências não implica aumento do preço ao consumidor. “Não é uma obrigação. Trabalhamos a estrutura de mercado concorrencial em prol do consumidor brasileiro. Trabalhamos a estrutura para que a empresa que fizer isso [cumprir 55% de conteúdo regional] tenha a redução dos 30 pontos.

O carro dela vai ser mais barato que o do concorrente”, explicou. A diferença entre o novo regime e o que ainda vigora até este ano é a forma de calcular o conteúdo regional. Pelo regime atual, a exigência para conseguir o desconto integral do governo é 65%. No entanto, alguns elementos que não fazem parte da fabricação do veículo, como mão de obra, marketing e propaganda, são computados para atingir a cota exigida. “Hoje, tem várias outras coisas que não estão afetas à construção do veículo. Agora [com as novas regras, a partir de 2013], a empresa tem que ter, no seu mix de carros, por volta de 55% de peças regionais para ter direito aos 30 pontos percentuais de desconto. São insumos estratégicos para a construção do carro. Vamos pegar a compra do total que ele [o fabricante] gasta para fazer o carro, sobre o total de compra e, a partir daí, calcular o desconto”, detalhou Teixeira. Quanto maior a utilização de peças nacionais na produção do automóvel, maior o desconto de IPI, que pode ser de até 30 pontos percentuais. O novo modelo de regime automotivo prevê também a redução adicional de 2 pontos percentuais no IPI para empresas que investirem em pesquisa, desenvolvimento e engenharia.

de 1,58% na comparação anual e alta de 20,46% na comparação mensal. Já o segmento de motos registrou alta nas duas comparações: 3,33% ante março de 2011 e de 23,02% em relação a fevereiro. Na análise pela média diária de vendas, houve queda de 6,05% na comercialização de automóveis em março ante o mesmo mês do ano passado. Segundo a Fenabrave, essa retração pode representar um panorama preocupante. De acordo com a entidade, o aumento da

inadimplência no setor automotivo, que chegou a 5,5% em fevereiro, levou a uma maior restrição dos bancos para a concessão de crédito ao consumidor. Essa política restritiva impactou diretamente nas vendas das concessionárias. “A situação nos preocupa, pois pode afetar a expansão esperada para o ano”, declarou, em nota, o presidente da Fenabrave, Flávio Meneghetti. A perspectiva de crescimento para 2012, entretanto, está mantida em 5,76%.

Agência Brasil


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Vem aí a Queima do Alho 2012

Por Manelão

No dia 31 de março a escolinha da Nossa Turma, como carinhosamente é conhecida pela família Ceagespiana, comemorou seus 14 anos de existência com seus colaboradores e alunos. O voluntariado do amor de Deus se fez presente com os alunos do colégio Madre Paula Montalte, cujo currículo escolar conta com ações de ações sociais. Assim, os jovens estudantes desde cedo aprendem que o voluntariado bem conduzido pode fazer a diferença na sociedade. O coelho da Páscoa dos funcionários do banco HSBC trouxe ovos e brincadeiras para a garotada. Quando o voluntariado olhou para a cobertura da quadra de esportes, reformada com recursos oriundos do Fundo de Melhorias e Revitalização da Ceagesp, gostaram do que viram e decidiram doar o material para a iluminação da quadra poliesportiva. Foi um grande presente de aniversário! A Ação Lapa também se fez presente e o Rotary Clube Alto da Lapa veio com a Associação Comercial. O Colégio Módulo trouxe professores e alunos que doaram chocolate a todas as crianças. A Pastoral da Criança, que segue o

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Cá entre nós

ensinamento da saudosa Dra. Zilda Arns, convocou as mães e as crianças da favela da Linha para pesagem medida das crianças. Depois disso, participaram de uma celebração eucarística realizada pelo diácono Luiz Carlos de Laet, da Paróquia Ambiental Santa Luzia. Após a benção e os parabéns pelos 14 anos da Nossa Turma, todos saborearam o bolo doado pela padaria Nativa, tomaram lanche com suco de frutas. A coordenadora da pastoral tomou a palavra e falou com saudades da esposa do permissionário Antonio, da empresa AGP, lembrando que ela participava ativamente das atividades da Pastoral e que, mesmo após o seu falecimento, o Toninho continua a mandar as frutas para a celebração da vida. Todas as mães que vieram com seus filhos foram agraciadas com uma colomba pascal e as crianças ganharam ovos de Páscoa e brinquedos. **** Os preparativos para a festa da Queima do Alho estão a todo vapor. As crianças estão ansiosas pelo repeteco do balé infantil do Raul Gil e da cantora Rebeca Angel, que no ano passado alegrou a garotada. O violeiro Amon está com a viola tinindo; a dupla Taís e Eduardo não vê a hora de se apresentar para a petizada. E todo mundo já sabe a qualidade do show da banda Red Fox. **** Depois do apelo feito neste espaço, as empresas NK, Pegue & Pese e Pomar Novo decidiram patrocinar a confecção dos uniformes para os alunos da escolinha de futebol da Nossa Turma. A eles, o nosso agradecimento!

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