Ensino Magazine Edição nº217

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março 2016 Diretor Fundador João Ruivo Diretor João Carrega Publicação Mensal Ano XVIII K No217 Assinatura anual: 15 euros

suplemento

Laborinho Lúcio, ex-ministro da Justiça

Autorizado a circular em invólucro fechado de plástico. Autorização nº DE01482012SNC/GSCCS

“A Justiça não é imune ao erro”

escritor e jornalista

Luís Aguilar fala da corrupção na FIFA

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ensino.eu

Distribuição Gratuita

P 16 e 17

com o apoio do ensino magazine

Conferência Internacional discute ‘tripla hélice’ C P 27 lusofonia

Ministro Angolano visita UBI

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O juiz conselheiro jubilado do Supremo Tribunal de Justiça defende que o setor precisa de políticas, em vez de medidas, devidamente conjugadas com uma revisão constitucional.

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mulheres na ciência

Reitora de Évora distinguida pelo Ciência Viva CP7

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P 11

Associação nacional

ARIPESE discute educação em Portalegre C P 13 pub

António Raminhos entre ‘As Marias’ O humorista António Raminhos anda a percorrer o país com “As Marias”, um espetáculo onde leva o público numa viagem pelos dramas e peripécias que todos passamos na infância, adolescência, casamento e paternidade. A família assume, na vida e em palco, o papel central. C

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humorista em entrevista

politécnico e empresas

Leiria apoia alunos com bolsas de estudo

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p 26

BRAIN Entertainment Group H

Coordenação Portugal

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p 21

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Laborinho Lúcio, ex-ministro da Justiça

«Recuso uma escola que forme para o pensamento único» 6 O juiz conselheiro jubilado do Supremo Tribunal de Justiça defende que o setor precisa de políticas, em vez de medidas, devi-

damente conjugadas com uma revisão constitucional. O presidente do Conselho Geral da Universidade do Minho considera que o ensino

superior está «a reencontrar o seu melhor caminho», mas ainda subsistem «problemas sérios» que importa eliminar.

É reconhecida a sua intensa participação em movimentos cívicos, nomeadamente na Associação

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Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV). Um estudo recente indica que 29 mulheres foram assassinadas e 39 foram vítimas de tentativa de homicídio, em 2015. Na sua opinião, onde está a raiz do problema? Seria um erro, procurarmos isolar as «causas» da violência doméstica. Em vez de causas, devemos falar de fatores. Por um lado, a afirmação dos direitos da mulher introduziu uma cultura de igualdade que muitos, infelizmente, não interiorizam. A passagem de uma família autocrática e hierárquica, para uma família democrática e heterárquica, nem sempre é acompanhada por sujeitos dispostos a serem protagonistas saudáveis da mudança e, assim, reagem muitas vezes violentamente às afirmações de autonomia e de liberdade individual daqueles que durante muito tempo se haviam recolhido numa posição de submissão. Por outro lado, o constrangimento de uma comunidade construída sob o signo da competição, com sequelas nefastas ao nível

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do emprego, da estabilidade económica, da segurança quanto a valores essenciais da vida em sociedade, é, só por si, fator de descontrolo, de agressividade e, no limite, de violência grave. Finalmente, o isolamento das famílias, fechadas num privatismo, querido ou imposto pelas circunstâncias, contribui também como facilitador da violência dentro de portas onde muitos entendem ainda não dever imiscuir-se. Seria, porém, incorreto ficar por aqui. Este é um tema de uma grande complexidade que, obviamente, não pode encontrar resposta numas breves palavras como estas. Fazem falta mais campanhas de sensibilização? Esse é um domínio onde muito tem sido feito. Em todo o caso, tendo em vista os resultados, sempre poderemos dizer que mais campanhas de informação, sensibilização e prevenção nunca serão excessivas. Para além da violência de género, as agressões ;


visando crianças e jovens (algumas mortais, como o caso do adolescente de Portimão) têm crescido. É exagero dizer que tratamos mal as nossas crianças? Que papel pode ter a escola para prevenir situações desta natureza? Essa é outra face do mesmo problema. A violência sobre as crianças não se traduz apenas em violência no seio da família, mas é aí que ela ocorre ainda com mais frequência. Há hoje, entre nós, uma rede claramente melhorada com vista à proteção dos direitos da criança. Do trabalho de um número muito significativo de técnicos tem resultado um imenso ganho de causa no combate aos maus tratos, à negligência, ao abandono e aos abusos que vitimam as nossas crianças. Isso não impede, porém, de dizer que muito há ainda a fazer. Desde logo, no plano cultural, levando as populações a interiorizarem os direitos da criança. Não bastam as grandes proclamações sempre que nos confrontamos com situações, algumas trágicas, de violência sobre as crianças e os jovens, é fundamental também que, no dia-a-dia, sejamos agentes ativos do respeito que lhes é devido, a elas e aos seus direitos. Muito do que disse ao responder à sua primeira pergunta cabe também aqui. Ora, como é fácil de compreender, a escola tem e deve ter um papel decisivo neste campo. A matéria da violência doméstica, em geral, aquela que é exercida entre cônjuges, ou sobre as crianças e os jovens, e sobre os velhos tem de passar a figurar nos currículos escolares e ser tema de encontros a promover pela escola com pais, encarregados de educação e cidadãos em geral. Do mesmo modo, o estudo dos direitos da criança mostra-se fundamental, tanto na formação de professores, como enquanto matéria curricular a trabalhar em contexto de aula. É essencial que prestemos uma especial atenção ao modo como olhamos as nossas crianças. Numa sociedade altamente pressionada, corre-se o risco de desleixar o que não exerce pressão, e as crianças não têm poder para o fazer. Cabenos, a nós, não permitir que assim aconteça. Foi um magistrado de carreira, agora já aposentado. Que memórias guarda desse tempo? Isso seria o bastante para um bom livro de memórias. É muito difícil isolar uma meia dúzia de recordações que sirvam para responder à sua pergunta. Diria, numa síntese necessariamente grosseira e pouco significativa, que guardo na minha memória a imagem de muitos homens e mulheres marcadas pelas mais diversas circunstâncias da vida e sobre cujos comportamentos eu tinha de agir, aplicando a lei. Durante toda a minha «carreira» como magistrado essa foi sempre a grande interpelação, isto é, como aplicar a lei por forma a ligá-la à realidade, não desvirtuando aquela, mas não negando a crueza da vida e olhando sempre aos efeitos que da minha ação resultavam para as pessoas e para a sociedade em geral. Esta é, para um juiz, uma tarefa sempre inacabada, daí que a escolha como memória, porque ela permanece, mesmo para lá do exercício prático da profissão. A justiça atualmente tem muito mais visibilidade do que tinha no seu tempo, no-

meadamente quando exerceu o cargo de ministro do setor. A exposição mediática expôs com crueldade as fragilidades e originalidades da justiça portuguesa? Um dos objetivos que tracei para a minha ação como ministro da Justiça, foi exatamente o de abrir a Justiça ao Cidadão. Torná-la transparente, fazer com que a Justiça se transformasse em coisa comum, como ela deve ser tida e entendida. Sempre afirmei que o Cidadão é o vértice do sistema de Justiça. Só que, a tal afirmação, importava dar consequência prática. Foi nessa linha, aliás, que criei o Programa Cidadão e Justiça, que funcionou durante todo o tempo durante o qual estive no Ministério. É claro que a exposição mediática a que hoje assistimos, veio expor as fragilidades da Justiça portuguesa. Nem sempre da forma mais correta, importa sublinhá-lo, o que contribui, não raras vezes, para que se crie uma perceção errada do que ela é, e de como funciona. Esse é o risco que importa incorporar quando o que está em causa é a liberdade de informação e o direito que os cidadãos têm ao conhecimento da forma como os Poderes do Estado são exercidos. Julgo, por isso, que os excessos que daqui resultam são mais do que compensados pelos benefícios que se retira da maior visibilidade da Justiça e do seu funcionamento. O conhecimento é, porém, aqui, decisivo. Por um lado, nem sempre se critica conhecendo, e isso é mau. Do mesmo modo que o desconhecimento acaba por constituir terreno fértil para a desinformação e para a forma-

ção de perceções erradas. Por outro, também nem sempre, por dentro das instituições, se aceita a crítica e se age de acordo com a boa razão desta. É, pois, corrigindo ali e aqui que conseguiremos crescer como comunidade culta e responsável. Pelo caminho, por entre vícios e virtudes, não creio que a exposição mediática deva ser reconduzida ao terreno onde proliferam apenas os vícios. A solução não está, pois, em impedi-la, mas sim em procurar reduzir os efeitos perversos que também produz. Aliás, é a exposição das fragilidades e originalidades da nossa Justiça que permitirá ultrapassar as primeiras e fundamentar as segundas. Os portugueses têm motivos para acreditar na sua Justiça e nos seus agentes? Não tenho dúvidas em responder afirmativamente. Importa, todavia, não esquecer que a administração da Justiça não é uma atividade de ciência certa, pelo contrário e, por isso, não é imune ao erro. Tal, porém, nada tem que ver com a sua fiabilidade que, repito, como regra, julgo dever ser-lhe reconhecida. Creio mesmo que essa não pode deixar de ser uma tarefa a empreender entre nós. Não sou nada favorável ao culto da instituição. Mas, da mesma forma, censuro o desmoronamento, muitas vezes gratuito, das instituições. Nenhuma instituição, nomeadamente as instituições do Estado, deve ser subtraída à crítica dos cidadãos. Mas importa que esta seja uma crítica consciente e responsável, o que, neste caso, nem sempre se verifica.

Como ex-ministro da Justiça, assume, com frontalidade, a sua quota parte de responsabilidade pelo que não corre bem na justiça. Pensa que para credibilizar os cargos de natureza pública fazia falta essa assunção de responsabilidades por todos os governantes depois de abandonarem os cargos? Quem fez todo o seu percurso público ligado à Justiça, como magistrado, judicial e do Ministério Público, responsável pela formação de magistrados, Ministro da Justiça e deputado à Assembleia da República, não pode jamais deixar de se considerar, em parte, responsável pelo que não corre bem na Justiça. Aliás, só assim, poderá aceitar-se que, do mesmo modo, reivindique uma boa parte da responsabilidade por tudo aquilo que nela não corre mal. Tenho para mim que o exercício da ação governativa não deve apenas ser recordado pelos próprios, enaltecendo os êxitos que, muito legitimamente, se atribuem. Julgo mesmo que a experiência dos seus fracassos e o reconhecimento público destes poderia contribuir decisivamente para a melhoria da decisão política. Não, necessariamente, para confessar pecados, mas para dar testemunho dos constrangimentos que, nesses casos, impediram o sucesso. Nem sempre temos meios para o que queremos realizar. Nem sempre conseguimos que o resultado das nossas medidas seja o que fora imaginado e, por último, nem sempre acertamos quando decidimos. Por que razão não nos dispomos, então, ;

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a reconhecê-lo e dar conta dos fatores que determinaram os insucessos, contribuindo, assim, para que estes não perdurem como impedimento ao êxito de quem nos sucede? Não creio que, daqui, resulte qualquer desprestígio para o governante que assim proceda. Ao invés, acredito que isso apenas o dignifica. Julgo mesmo que é por se não agir desse modo que acabou por se instalar o hábito de não valorizar a opinião daqueles que, no passado, exerceram cargos políticos, não sendo raro serem esses criticados por não terem feito no passado aquilo que dizem agora dever fazer-se. São, afinal, excelentes experiências anteriores que acabam por perder-se na voragem do discurso político e da opinião mais apressada. E é pena que assim seja. Lecionou no Centro de Estudos Judiciários (CEJ), entidade que forma os juízes. Um dos seus lemas era que o julgamento é uma peça de teatro. Quer explicar essa dinâmica? Não se trata de considerar que «o julgamento é uma peça de teatro». Claro que não é. O que existe é uma profunda relação histórica entre o Teatro e a Justiça. Relação que se foi sempre mantendo ao longo dos tempos, umas vezes com implicações diretas de um na esfera do outro, outras vezes como mera curiosidade extraída das coincidências que era possível encontrar nas práticas de ambos. Coisa diferente é a expressão da autoria de Luis Francisco Rebello segundo a qual «o palco é sempre um tribunal», sendo que sobre ela, aí sim, eu desenhei outra, perguntando se não será «um tribunal também um palco?». E esta sim, era matéria que tratávamos, ainda que ao de leve, no Centro de Estudos Judiciários. É um firme defensor da revisão da Constituição. O que considera imperioso mudar? Também aí a resposta não consegue caber no âmbito necessariamente restrito desta entrevista. Direi apenas que entendo que importa rever o modelo de gestão das magistraturas, caminhando para uma solução de corresponsabilização e de cooperação entre os vários órgãos de soberania, e abandonando a atual solução de completa autonomia entre os diversos sectores da Justiça, uns em relação aos outros, e de todos relativamente aos restantes órgãos do Estado. Entendo que o quadro constitucional em vigor tende a voltar-se contra as próprias instituições da Justiça que, interpeladas hoje pelo lado da sua responsabilidade, vêm a encontrar-se sozinhas, fechadas no reduto da sua independência, aí sofrendo o impacto de opiniões negativas que, as mais das vezes, as têm, erradamente, como responsáveis exclusivas. A tradicional doutrina da divisão de poderes que, no essencial, deve manter-se, não pode deixar de se confrontar hoje com a dispersão do poder e dos próprios poderes públicos para outras esferas, nomeadamente as da economia, das finanças, dos mercados em geral. Em vários aspetos, é relativamente a esses que cumpre assegurar a independência dos tribunais e, aí, não pode desprezar-se a cooperação entre os vários poderes do Estado, chamados, então, mais pelo lado da sua interdependência. É aí que importa falar de corresponsabilização. Numa época em que tudo parece apontar para que as

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palavras de ordem devam ser, repito, cooperação e corresponsabilização, a polarização de poderes autónomos acaba por gerar entropias que desvirtuam os objetivos iniciais e impedem que se prossiga os que agora se perfilam como prioritários. O que não podemos, penso eu, é repetirmos constantemente o discurso sobre o mau funcionamento da Justiça, vermos sucederem-se os Governos, todos eles anunciando medidas redentoras capazes de mudarem o panorama, e termos a sensação de que, feitas as contas, pouco ou nada muda verdadeiramente. Esta é uma questão política. É de políticas que a Justiça precisa. É errado confundir-se políticas com medidas. Estas devem traduzir a execução daquelas. Faltando aquelas, de pouco servem estas. Talvez a origem do mal esteja noutro lugar. Será que revendo a Constituição poderemos lá chegar mais depressa? É essa a minha convicção. Afirma que não podemos usar a escola «para fazer engenharia social». Quer dizer que há experimentalismo a mais? Não me refiro a «experimentalismo». O que recuso é uma escola que forme para o pensamento único, pugnando, antes, por uma escola que promova o pensamento crítico. Por outro lado, numa escola massificada, marcada pela diversidade e pela complexidade, não é aceitável que se prossiga numa linha que não tende para a inclusão. Pelo contrário, esta inclusão terá sempre que constituir o primeiro objetivo da escola pública. A não ser assim, então a escola acabaria a certificar a exclusão dos excluídos que assim entravam e que assim saíam. E

essa seria outra forma de engenharia social. Aqui não de construção, mas apenas de confirmação. E isso seria a negação da própria escola. Não quero uma escola que se empenhe privilegiadamente a formar os nossos jovens para o desenvolvimento económico. Isso é importante, mas não basta. Do mesmo modo, não me chega uma escola que tenha como objetivo único formar para a democracia e para a cidadania. Esta alternativa não me interessa como convite à opção. O que gostaria de ver a funcionar normalmente era uma conceção de escola e uma estratégia educativa voltadas, ao mesmo tempo, para o desenvolvimento económico, para a democracia e para a cidadania. Uma escola comprometida com a qualidade do pensamento, com a importância do treino da escolha, com o compromisso com as competências hoje essenciais, onde a formação da autonomia individual e a solidariedade fossem objetivos, esses sim, fundamentais. A qualidade da maioria dos nossos professores merece isso. Do mesmo modo que uma esperança fundada na capacidade dos nossos jovens deve exigir que assim seja. Preside ao Conselho Geral da Universidade do Minho. Como vê, de uma forma geral, o estado do ensino superior em Portugal? O sistema binário, de cooperação entre politécnicos e universidades, após anos de afastamento, começa finalmente a ganhar entrosamento? Julgo que, depois de um período de certa estagnação, o ensino superior em Portugal está a reencontrar o seu melhor caminho. O conhecimento constitui hoje o capital mais

CARA DA NOTÍCIA 6 Um juiz em causas cívicas Álvaro Laborinho Lúcio nasceu na Nazaré a 1 de dezembro de 1941. Mestre em Ciências Jurídico-Civilísticas pela Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra e magistrado de carreira, é juiz conselheiro jubilado do Supremo Tribunal de Justiça. De janeiro de 1990 a abril de 1996 exerceu, sucessivamente, as funções de secretário de Estado da Administração Judiciária, ministro da Justiça e deputado à Assembleia da República. Entre março de 2003 e março de 2006, ocupou o cargo de ministro da República para a Região Autónoma dos Açores. Com intensa atividade cívica, é membro dirigente de várias associações, entre as quais se destacam a APAV e a CRESCER-SER, das quais é sócio fundador. Com artigos publicados e inúmeras palestras proferidas sobre temas ligados, entre outros, à Justiça, ao Direito, à Educação, aos Direitos Humanos e à Cidadania em geral, é autor de livros como «A Justiça e os Justos», «Palácio da Justiça», «Educação, Arte e Cidadania», «O Julgamento – Uma Narrativa Crítica da Justiça» – e, em co-autoria, «Levante-se o Véu.» Agraciado pelo Rei de Espanha com a Grã-Cruz da Ordem de São Raimundo de Peñaforte, e pelo Presidente da República Portuguesa com a Grã- Cruz da Ordem de Cristo, é membro da Academia Internacional da Cultura Portuguesa, exercendo, atualmente, as funções de presidente do Conselho Geral da Universidade do Minho. K

sólido para enfrentar um futuro cheio de interrogações a todos os níveis. Um conhecimento em sentido amplo, universal, que não seja capturado por uma dimensão funcional que avalie a sua importância apenas em termos de transformação em valor de mercado. A uma sociedade da informação, do conhecimento, da inovação e das competências, não pode deixar de corresponder uma sociedade das pessoas, da cultura, da reflexão e do pensamento. Garanti-lo, é uma missão irrecusável das instituições de ensino superior, enquanto instituições completas, de ensino e investigação, e comprometidas com uma permanente ligação à comunidade. Essa, a sua base identitária, reforçada, necessariamente, com o reconhecimento e respeito pela sua autonomia. Também aqui há um longo caminho a fazer. Creio, porém, que novos horizontes se vão abrindo e que é possível olhar o futuro do ensino superior em Portugal com um sentimento, sempre criticamente reservado, de esperança. Diria que, garantida, como está, a qualidade instalada, a palavra decisiva cabe aos decisores políticos de quem cabe esperar boas e oportunas tomadas de posição. Claro que subsistem problemas sérios, que invadem áreas como as do abandono escolar, do financiamento do ensino superior em geral e a definição dos respetivos critérios de atribuição, o estatuto da investigação científica, respetivos conteúdos e modelos de avaliação, entre vários outros. O que me parece, porém, importante fazer ressaltar numa entrevista que, pela sua natureza, não permite uma abordagem exaustiva dos temas que aborda, é a importância crucial a atribuir ao ensino superior, o valor a reconhecer ao alargamento do acesso a ele e o dever de introduzir no espaço público a inequívoca valorização da formação superior enquanto instrumento essencial para o progresso de Portugal e dos portugueses. Como povo somos aquilo que é a nossa educação? Em boa parte, sim, mas não só. Seja como for, a pergunta vale aqui mais do que uma qualquer resposta. É que a pergunta já traz, em si, o peso da responsabilidade que tomba sobre a educação. E, seja qual for a resposta, a educação não pode jamais ignorar a pergunta. Mas é claro que um povo é muito mais do que aquilo que é a sua educação. Escreveu, em 2008, o livro «Educação, Arte e Cidadania». É da união destes três vértices do triângulo que reside o êxito de uma nação e da sua gente? Estes três vértices são fundamentais, mas há muito mais para lá deles a suportar o êxito de uma nação e da sua gente. Em qualquer caso, a pedra de toque do êxito que refere é, sem dúvida, o conhecimento, e o conhecimento nas várias dimensões que o termo comporta. Ora, aí, ao triângulo constituído pela Educação, pela Arte e pela Cidadania deve ser reconhecido, sem dúvida, um papel decisivo. Nuno Dias da Silva _ Direitos Reservados H   

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Erasmus

Hospital da Covilhã

UBI recebe novos estudantes 6 O início do segundo semestre na Universidade da Beira Interior marcou o início de uma nova experiência para estudantes de mobilidade e alunos que ingressam no programa Erasmus na Universidade da Beira Interior (UBI). A instituição, conjuntamente com a Erasmus Student Network Covilhã, dá as boas vindas a todos os alunos estrangeiros que na cerimónia Welcome Session, integrada num conjunto de actividades mais vasto, a Welcome Week. O enriquecimento social e cultural é um dos motivos que leva uma grande parte dos jovens a querer realizar uma experiência de mobilidade internacional. Nayara, natural de São Paulo e estudante de Administração Pública, confessa ter-se aventurado a sair do seu país por ter um desejo imenso de “conhecer outras culturas, de conhecer Portugal”. Já a brasileira Gabriela de Oliveira, estudante de Economia, escolheu a Covilhã por influência de amigos que também já o tinham feito. “Falaram-me que a cidade era pequena e que permitia ter contacto com as pessoas locais, o que não acontecia

Médicos chegam da UBI

se estivesse numa cidade maior”, acrescenta. Para Pedro Santos, presidente da ESN Covilhã, a passagem pelo programa Erasmus “é uma ferramenta muito útil para os estudos”. Os estudantes trazem consigo muitas curiosidades e expectativas em relação à sua estadia num novo país, neste caso Portugal. Gabriela é um desses casos. Pretende conhecer a forma de pensar do povo português, a sua cultura, e saber interagir com eles. O presidente da ESN Covilhã realça ainda o facto de a maior dificuldade apresentada pelos estudantes ser a barreira linguística, sobretudo perante a população mais velha. Contudo, acrescenta que este “não tem sido motivo para que o número de inscritos no Programa Erasmus deixe de crescer”. A UBI acolhe este semestre cerca de 50 estudantes vindos dos “quatro cantos do mundo”, como Polónia, Espanha, Roménia, Eslovénia e Brasil, sendo que esta última é a nacionalidade mais representativa. K Maria Inês Valente _

Ciências Matemáticas

Bolsa única para a UBI 6 Eunice Martins, formada em Engenharia informática pela Universidade da Beira Interior e atual investigadora da instituição, acaba de ganhar uma bolsa de investigação da Foundation Sciences Mathématiques de Paris, que lhe vai permitir frequentar o Master Parisien de Recherche Informatique, um curso de topo na área da ciência da computação, gerido num contexto de parceria entre três universidades parisienses de excelência. “É neste sentido que a Universidade Paris-Diderot me vai acolher, uma vez que é parceira neste pro-

grama de bolsa”, esclarece Eunice Martins, que é a primeira investigadora da UBI a conseguir bolsa ao abrigo do programa, que é bastante competitivo a nível mundial. Para Eunice Martins “é uma oportunidade única de integrar um ambiente de ensino e investigação de topo, bem como de ir ao encontro dos investigadores e professores que impulsionam de uma forma magnânima algumas das minhas áreas de investigação favoritas, como por exemplo, a verificação de programas e segurança informática”. K

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6 Quinze dos 26 novos médicos que entraram no início de 2016 no Centro Hospitalar Cova da Beira (CHCB) são formados pela Universidade da Beira Interior (UBI). Este é o resultado de uma estratégia que visa assegurar a manutenção dos profissionais de saúde naquela região, aliando a vertente clínica, a investigação e a docência, numa parceria entre as duas instituições. “Grande parte dos nossos alunos acabava por ter que migrar para outros locais. Sob esse ponto de vista, uma das missões da FCS, que é contribuir para o enriquecimento e a consolidação do tecido de prestação de cuidados de saúde na região, acabava por cair por terra. Assim sendo, o número crescente de médicos que regressam ou que se fixam no Interior é fundamental”, explica o presidente da Faculdade de Ciências da Saúde (FCS) da UBI, Luís Taborda Barata, que sente “uma grande satisfação” pelos mais recentes números. A maior parte dos 15 profis-

sionais “ainda são alunos que estão no ano comum, e só ficaremos mais descansados quando virmos um número progressivamente maior de internos de especialidade a ficar residentes e, mais ainda quando tivermos jovens especialistas a, ostensivamente, designarem este como o local de eleição para desenvolverem as suas atividades profissionais”. A estratégia visa incentivar os

profissionais a prosseguirem com a investigação científica na UBI, pelo que “a FCS tem-se articulado com as unidades de saúde locais, estabelecendo uma parceria, de forma a tornar mais apelativa a vinda para o Interior, nomeadamente, em termos de colaboração no ensino e na investigação”. Já o presidente do CHCB, Miguel Castelo-Branco, assegura que os novos elementos “estão sensibilizados e nós fizemos questão de lhes relembrar essa possibilidade de enveredarem por carreiras académicas e desenvolverem a investigação clínica, que é uma área que precisa de ser mais dinamizada”. E conclui: “Portugal está a aumentar a produção científica na área da ciência clínica e nestes últimos anos tem tido um incremento muito positivo, pelo que, é óbvio que o CHCB e a UBI têm todo o ambiente propício para que, dentro de si próprias, possa haver esta dinamização e esta criação de nova ciência e de novo saber”. K Rafael Mangana _

Tratamento da infertilidade

Novas técnicas na UBI 6 A infertilidade causada pela doença hormonal “hipogonadismo hipogonadotrófico idiopático” pode ter os dias contados com os avanços feitos numa investigação Doutoramento em Biomedicina desenvolvida na UBI por Catarina Gonçalves, na qual colaboraram unidades hospitalares de todo o país, envolvendo um total de 50 doentes com esta patologia. O estudo debruçou-se sobre as causas do hipogonadismo hipogonadotrófico idiopático, uma doença hormonal rara que causa atraso ou ausência de puberdade em crianças e adolescentes e infertilidade em adultos. A investigação decorreu no Centro de Investigação em Ciências da Saúde da Universidade da Beira Interior. Os resultados da investigação demonstram que a maioria dos doentes, cerca de 60 por cento, tinha alterações genéticas em genes envolvidos na diferenciação e funcionamento de células cerebrais que produzem uma hormona (GNRH) essencial para o desenvolvimento sexual e reprodução. Mostram também que alguns dos doentes sofrem de anósmia (incapacidade de cheirar determinadas substâncias), já que as mutações encontradas

também podem interferir com o desenvolvimento dos neurónios que compõem o sistema olfativo. “Esta investigação tem diversas vertentes, e a mais relevante é os pacientes saberem qual a causa da patologia, para podermos saber qual a probabilidade de terem descendentes com a mesma patologia e casais que tiveram um filho com esta doença, saberem qual a probabilidade de gerarem outra criança com a mesma doença”, explica Catarina Gonçalves. A investigadora adianta que, “sabendo quais os genes que es-

tão na base desta patologia, podemos direcionar o tratamento. A pessoa não fica curada, mas podemos minimizar efeitos nefastos”, sublinha. A tese de Catarina Gonçalves, que concluiu o seu Doutoramento em Biomedicina com a classificação de “Excelente”, intitula-se “Genética molecular do hipogonadismo hipogonadotrófico idiopático”, tendo sido orientada pelo docente e médico Manuel Lemos e co-orientada pela docente Sílvia Socorro. K Rafael Mangana _

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Protocolo já dá frutos

Ministro angolano na UBI

6 O ministro angolano do Ensino Superior, Adão do Nascimento, visitou a Universidade da Beira Interior, a 25 de fevereiro, tendo como objetivo o reforço da cooperação entre Angola e a UBI, dando seguimento a um protocolo celebrado em setembro. “Acreditamos que podemos trabalhar no sentido de intensificar a nossa colaboração, particularmente nas áreas em que a oferta em Angola é muito reduzida e nas áreas em que precisamos de formar muito mais”, referiu. “Estamos a falar das áreas das Ciências, Engenharias e tecnologias diversas, bem como das áreas das Ciências da Saúde, Artes e Letras”, esclareceu. O ministro mostrou o interesse do seu país em formar não só alunos, mas também docentes. “Aqui poderemos também apostar na formação do corpo docente para Angola, os nossos estudantes poderão aqui fazer mestrados

e doutoramentos para reforçarem o corpo docente das instituições de Ensino Superior angolanas”, sublinhou. O reitor da UBI, António Fidalgo, reiterou que “a Universidade da Beira Interior está completamente aberta à cooperação com

Angola, será benéfico para as duas partes”. Lembrando o protocolo já celebrado, António Fidalgo referiu que “a experiência com os alunos bolseiros angolanos que estão aqui correu muito bem e, portanto, é algo para continuar”.K

Núcleo de Biotecnologia

Novos órgãos sociais

6 A organização de um congresso sobre Ecotoxicologia Ambiental é a principal meta dos novos órgãos sociais do Núcleo de Estudantes de Biotecnologia (UBIOTEC), que tomaram posse a 18 de fevereiro, sob a direção de João Figueiredo, na tentativa de dar primazia a áreas da Biotecnologia “que têm sido relegadas para segundo plano”. De acordo com o presidente do núcleo, o curso de Biotecnologia “tem um leque enorme de escolhas e opções que podemos tomar e muita gente pensa que é só a área de investigação em Ciências da Saúde, esquecendo-se que existe uma parte ambiental, alimentar e industrial”. Assim, é com o objetivo de fazer “sobressair mais essas áreas” que se vai empenhar na realização do referido congresso, “primando sempre pela inovação”. Na cerimónia de tomada de posse, Rafael Barros afirmou que se sente orgulhoso do percurso traçado, mas reconhece que existiram “situações que nos ultrapassaram e assumo que existiram objetivos que não conseguimos alcançar. Sejam uma equipa unida e proactiva, ouçam todas as vozes, sejam elas quais forem”,

aconselha o presidente cessante. Tiago Lindeza, em representação da Associação Académica da Universidade da Beira Interior (AAUBI), pede aos elementos eleitos para que assumam uma postura participativa. “Remem contra a corrente da apatia”, insiste. Manuel Silva, vice-presidente da Faculdade de Ciências destaca que os núcleos “são muito importantes, não só pela integração, mas também para defender causas”. Já a diretora do curso de Biotecnologia menciona o reconhecimento que “um curso relati-

vamente recente tem tido a nível nacional e internacional, também graças aos alunos que são a força do curso e o nosso cartão de visita”. Cristina Cabral deu ainda uma novidade aos estudantes e que está relacionada com a possibilidade de os núcleos de Biotecnologia poderem integrar a Sociedade Portuguesa de Biotecnologia. Deste modo, “o objetivo é arranjar membros daqui para estarem presentes em reunião nacional”, esclarece. K

www.ensino.eu 06 /// MARCO , 2016

Carla Sousa _

Jornadas de Bioengenharia

Um regresso em força 6 Divulgar as saídas profissionais, na área da investigação e além dela, foi um dos principais objetivos das Jornadas de Bioengenharia da Universidade da Beira Interior, cuja quarta edição decorreu a 2 e 3 de março, na Covilhã, sob organização do Núcleo de Estudantes de Bioengenharia (NEBE). Através do contacto com a realidade do mercado de trabalho, proporcionada pelas empresas convidadas, “os alunos acabam por ter uma noção clara daquilo que se pode fazer e do que é que o futuro nos vai reservar”, refere Joana Rodrigues. Também a existência de um painel de debate, em que se reúnem todos os oradores que proferiram palestras durante todo o dia, possibilita a transmissão de ideias “sobre em que nível é que está a bioengenharia em Portugal, no estrangeiro e sobre tudo aquilo que nós quisermos saber”, reitera a estudante da UBI. Bruno Sarmento, investigador do Instituto de Investigação e Inovação em Saúde - I3S, apresentou três exemplos de produtos que produzem em laboratório. “Através de conceitos básicos de Bioenge-

nharia conseguimos desenvolver produtos que têm uma maior eficácia, ou efetividade, comparativamente com aqueles que estão no mercado neste momento”, explica. Fernando Santos, presidente do departamento de Engenharia Eletromecânica, assume que “as iniciativas promovidas pelos alunos” são aquelas que mais lhe agradam, uma vez que “são momentos em que os estudantes vão também à procura de colmatar um pouco daquilo que percecionam como carências”. Na opinião de António Fidalgo, reitor da UBI, a universidade deve ser “muito mais do que as aulas, as universidades são tanto melhores quanto mais há um ambiente de imersão dentro da universidade, ou seja, se nós olharmos só para os momentos formais, aquilo que são as aulas e os momentos de avaliação aí nos vamos ter problemas”. Neste sentido, o reitor da UBI apela aos alunos para que “vivam a universidade, estes momentos que são vossos e que são ou devem ser os melhores anos da vossa vida”. K Carla Sousa _

Spaceflight na UBI

infeções femininas, com o desenvolvimento de formulações vaginais inovadoras para o tratamento de infeções altamente prevalentes. A empresa está a apostar em várias novidades, destinadas sobretudo às indústrias farmacêutica e cosmética. Esta spinoff que emprega já quadros superiores da UBI é especializada na prestação de serviços de excelência ao nível do controlo de qualidade e caracterização de produtos de saúde, bem como na sua investigação e desenvolvimento. K

T A décima edição do Workshop e Escola Avançada em Spaceflight Dynamics and Control vai decorrer na Universidade da Beira Interior de 16 a 18 março, com o alto patrocínio da Academia Internacional da Astronáutica (IAA) e do Comité das Universidades de Espaço (SUAC) da Federação Internacional da Astronáutica. Organizado pelo Center for Mechanical and Aerospace Science and Technologies, o Workshop consiste num conjunto de palestras de vários especialistas internacionais de renome na área da Astrodinâmica. As sessões são dedicadas a uma grande variedade de tópicos da aeronáutica. O públicoalvo deste evento inclui estudantes universitários e investigadores do sector aeroespacial. K

Labfit em rede europeia T A spin-off da UBI Labfit acaba de ser aceite na rede Europeia EU-NETVAL, que visa a validação de ensaios laboratoriais alternativos ao uso de animais, passando a ser o único laboratório português integrado naquela rede. Sediada no Ubimedical, tem-se dedicado a uma nova abordagem de tratamento de

UBI mostra farmácia antiga TA ala do Conselho Científico da Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade da Beira Interior já tem patente ao público uma antiga Farmácia, doada pela farmacêutica AtralCipan. A doação partiu da família do falecido Comendador Sebastião da Silva Alves, a quem a UBI conferiu o título de Doutor Honoris Causa em 2001. A inauguração oficial deste espaço está prevista para julho. A farmácia incluiu balcão, móveis, potes, almofarizes, obras de arte. A UBI acolhe outros móveis e ainda cerca de 330 títulos de Revistas das áreas da química, farmacêutica, biologia, medicina, veterinária, etc., num total de mais de 12 mil volumes. K


UTAD despista Trichinella em 24 horas Ciência Viva

6 O Laboratório de Tecnologia, Qualidade e Segurança Alimentar da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) criou um serviço de despiste de Trichinella, através da análise de amostras de músculo de javali, cuja resposta é dada em 24 horas, após a receção das amostras. Este serviço está a ser efetuado de forma gratuita, durante a presente época venatória e será, provavelmente, também gratuito na próxima época, devido ao apoio financeiro atribuído pelo Safari Clube Internacional – Lusitânia Chapter. “Com esta iniciativa pretende-se sensibilizar e fidelizar os caçadores para a utilização deste serviço, já que é importante que o caçador que beneficia do autoconsumo possa usufruir de um sistema adequado de recolha de amostras de carcaças de javali e de um resultado rápido do exame de Trichinella antes do consumo das peças de caça”, afirma Madalena Vieira-Pinto, docente e investigadora da UTAD e responsável pelo Laboratório. A Triquinelose é uma doença

causada por parasitas da espécie Trichinella. Nos animais, a Triquinelose está frequentemente associada à infeção do porco doméstico (Sus domésticos) e do javali (Sus scrofa). O homem também pode padecer desta doença, reconhecendo-se hoje que, na Europa Ocidental, a principal fonte de infeção para o homem ocorre por ingestão de carne de javali e de porco crua ou cozinhada a baixas temperaturas. K

UTAD distinguida no Fantasporto 2016 T O filme ‘Cinema Dom Diniz’ de Tiago Basílio, Tiago Fonseca, Tiago Costa, com colaboração de Diogo Pinheiro, todos estudantes de Comunicação e Multimédia da UTAD, foi distinguido com uma Menção Especial do Júri para o filme de Escola (Criatividade), na trigésima sexta edição do Festival Internacional de Cinema do Porto – Fantasporto 2016. Os estudantes quiseram homenagear o cinema Dom Diniz, em Vila Real, encerrado em 2004. K

UTAD com Dia Aberto T A Universidade de Trás-osMontes e Alto Douro (UTAD) realiza a 16 de março o Dia Aberto 2016, recebendo alunos que pretendem ingressar no Ensino Superior para descobrirem a experiência universitária que as cinco Escolas oferecem nas áreas das Ciências Agrárias e Veterinárias; Humanas e Sociais, Ciência e Tecnologia, Vida e Ambiente e Enfermagem. São esperados cerca de 800 alunos, dos distritos de Aveiro, Braga, Bragança, Porto e Vila Real. Aos visitantes foram disponibilizadas cerca de 60 atividades, na sua maioria interativas. K

Reitora de Évora distinguida

6 Ana Costa Freitas, reitora da Universidade de Évora é uma das 103 cientistas portuguesas homenageadas pela Ciência Viva no livro “Mulheres na Ciência”, cujo conteúdo em versão digital está patente ao público numa exposição permanente no Pavilhão do Conhecimento. Com esta iniciativa, a Ciência Viva homenageia as cientistas portuguesas com o livro “Mulheres na Ciência”, que reúne mais de uma centena de retratos de investigadoras portuguesas realizados pelos fotógrafos António Pedro Ferreira, Clara Azevedo, Daniel Rocha, José Carlos Nascimento e Luísa Ferreira, a convite da Ciência Viva. “Este livro não esgota a participação das mulheres portuguesas que fazem ciência, mas pretende ser uma mostra do seu envolvimento na aventura do conhecimento. Convidámos investigadoras eméritas, cientistas seniores e jovens em começo de carreira e tentámos abordar o maior leque possível de áreas do conhecimento e de geografias”, refere Rosalia Vargas, presidente da Ciência Viva, citada na página de internet da institutição. De acordo com a informação disponibilizada, “no ano em que comemora 20 anos de atividade, a Ciência Viva presta assim homenagem às mulheres cientistas portuguesas, que representam 45% do total de investigadores no

António Pedro Ferreira H

Carne de javali com análise grátis

nosso país e cujo trabalho notável tem sido fundamental para o progresso que a Ciência e a Tecnologia nacionais registaram nas últimas décadas”. Da Biologia à Matemática, da Química às Ciências Sociais, da Física à Arqueologia, das Neurociências à Geografia, da Engenharia

à História, das Ciências do Espaço à Filosofia, “Mulheres na Ciência” põe, para já, o foco em 103 investigadoras. 103 histórias de sucesso que têm contribuído em muito para o enraizamento da ciência na sociedade portuguesa e que, espera a Ciência Viva, possam vir a inspirar jovens a seguir a sua vocação. K

Universidade de Évora

Agronomia na lusofonia

Morcegos têm 1,6 milhões de anos T Uma equipa de biólogos da Universidade de Aveiro (UA) garante que boa parte das espécies de morcegos noctilionoídeos já existia aquando das mudanças climáticas do Quaternário (que se iniciaram há 1,6 milhões de anos), ao contrário do que até agora era aceite pela comunidade científica. A revelação foi publicada no último número da Systematic Biology, uma das revistas científicas mais prestigiadas sobre Ciências da Vida. A investigação foi liderada por Danny Rojas, investigador da Unidade de Vida Selvagem, do Departamento de Biologia e do Centro de Estudos do Ambiente e do Mar da Universidade de Aveiro. K

6 A Affluenza, através do Núcleo de Estudos Agrícolas Affluenza Agri (NUCLEO AGRI), em parceria com os centros de investigação ICAAM e CEFAGE, da Universidade de Évora, lançou uma plataforma denominada NUCLEO AGRI (http://nucleoagri. affluenza.pt/) dedicada à divulgação de conteúdos diferenciados com origem nos centros de investigação portugueses e internacionais. O NUCLEO AGRI tem como objetivo a divulgação de conteúdos ao nível nacional e restantes países CPLP. Apresenta-se com uma linha editorial própria e independente e pretende funcionar segundo uma lógica cola-

borativa. Integrado na operativa de divulgação por meios digitais o NUCLEO AGRI pretende constituir-se como um polo de atração

de interessados na divulgação e no acesso a conteúdos diferenciados relativos às ciências agrárias. K

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Coimbra cria jogos para sala de aula

Estudar Os Maias no tablet?

6 A partir de um Smartphone ou Tablet, já é possível estudar “Os Maias” através de um desafio semelhante ao concurso “Quem quer ser milionário” e completar uma caderneta de cromos virtuais, aprender História durante uma aventura que implica ser jornalista, resolver polinómios para se avançar nos níveis de um templo ou explicar a evolução da comunicação humana com recurso a um extraterrestre. Uma equipa multidisciplinar de investigadores da Universidade de Coimbra, em colaboração com um programador e um grupo de designers, desenvolveu quatro jogos - “1910”, “Tempoly”, “Os Maias. Becoming an expert!” e “Konnecting. O Homem, ser comunicante” - para serem utilizados em contexto escolar a partir de dispositivos móveis,

em diferentes níveis de ensino (2º e 3º ciclos do ensino básico, ensino secundário e ensino superior). Ana Amélia Carvalho, coordenadora do estudo financiado pela Fun-

dação para a Ciência e Tecnologia, afirma que a reação dos alunos e professores que testaram os jogos desenvolvidos pela sua equipa “tem sido muito positiva”, explicando que o objetivo é “rentabilizar os dispositivos mais populares entre as gerações mais novas, os smartphones e os tablets, para implementar uma aprendizagem muito mais aliciante e interativa”. Por enquanto, apenas disponíveis para o sistema operativo Android, os jogos criados pelos investigadores da UC vão ser lançados oficialmente a 7 de maio, durante o 3º Encontro sobre Jogos e Mobile-Learning, a decorrer na Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Coimbra, e disponibilizados a todas as escolas que se mostrem interessadas. K

Prémio de Mérito Científico da UMinho

Moisés Martins distinguido

6 O investigador Moisés Martins acaba de ser agraciado com o Prémio de Mérito Científico 2016 da Universidade do Minho, na cerimónia que marcou os 42 anos da instituição. O premiado deste ano é professor catedrático do Instituto de Ciências Sociais e diretor do Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade (CECS). “Com esta distinção, a UMinho faz-nos saber que as Ciências Sociais e Humanas são parte inteira no convívio das ciências, assim como parte inteira no desenvolvimento coletivo. Na era da globalização da economia, pela potência da tecnologia, enche-me de orgulho que a

minha Universidade se reveja na ideia do desenvolvimento harmonioso, da solidariedade humana e da coesão social, como o faz ao distinguir as Ciências da Comunica-

ção e os Estudos Culturais”, afirma o investigador. Moisés de Lemos Martins nasceu em 1953, em Vila Cova da Lixa, Felgueiras. Embora formado em Teologia, um percurso marcado por pensadores como Michel Foucault ou Karl Marx levou-o a licenciar-se em Sociologia, na Universidade de Ciências Humanas de Estrasburgo (França), tendo concluído o doutoramento na mesma instituição em 1984. De regresso a Portugal, começou a lecionar na Universidade Católica e na Universidade da Beira Interior (UBI), antes de se instalar definitivamente na Universidade do Minho. K

Mais vinho e melhor vinho

Aveiro investiga castas

6 Uma equipa de investigadores do Departamento de Química da Universidade de Aveiro (UA) estudou pela primeira vez, em Portugal, a relação entre o tipo de castas, as características do solo e os fatores ambientais que as envolvem para que os produtores extraiam de cada tipo de casta as potencialidades para o vinho que querem produzir. Com a nova ferramenta ganha o produtor, que tem menos encargos com o processo tecnológico, ganha o consumidor, que bebe um vinho com menos coadjuvantes enológicos adicionados, e o ambiente, pela diminuição da necessidade do uso de químicos na vinha e no lagar. “O estudo afirma-se como uma

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ferramenta destinada a fortalecer o setor vitivinícola em Portugal, criando oportunidades para alcançar mercados mais exigentes, que primam pela qualidade e diversidade em detrimento da quantidade e

da homogeneidade”, aponta Sílvia Petronilho, a autora do estudo no âmbito do doutoramento em Química sob orientação científica dos professores Manuel Coimbra e Sílvia Rocha. K

Turismo em Évora

Núcleo com novos órgãos 6 Os novos órgãos sociais do Núcleo de Estudantes de Turismo da Universidade de Évora (NETUE) tomaram posse no passado dia 10 de março. Rita Caldeira, a nova presidente do NETUE, no discurso da sua tomada de posse referiu que “o panorama do associativismo universitário tem sofrido uma forte descrença por parte dos alunos que, consequentemente, se afastam dos seus órgãos de representação”. Para contrariar essa tendência, a nova dirigente sublinhou que “pretendemos reunir todos os estudantes do nosso curso em torno daqueles que devem ser os valores basilares do associativismo: aproximação, participação, organização, iniciativa e afeto”. Rita Caldeira disse que no seu mandato “compromete-se a uma intervenção responsável de proximidade assente no diálogo, na dedicação e na entrega à resolução dos problemas e das preocupações

da grande família que é o Curso de Turismo da Universidade de Évora”. Assim, sublinhou que a visão da nova direção “é encontrar soluções e não problemas”. Considerou que “os estudantes são os pilares para a evolução do seu curso” e que para a concretização dos objetivos do Núcleo espera contar com “o cuidado e carinho que todos os docentes têm por nós demonstrado. Estamos certos do forte apoio de vos contar entre os parceiros para levar a cabo iniciativas que entendemos como enriquecedores do nosso curso”. No final do seu discurso, Rita Caldeira salientou que o futuro é “demasiado complexo para ser razoavelmente previsível”. Mas, afirmou que com o envolvimento de todos é possível realizar atividades de carácter intelectual e lúdico que “permitam melhorar a capacitação dos estudantes para o campo profissional” K N.M _

Gestão de informação

Nova assina com SAP 6 A Universidade Nova de Lisboa e a multinacional SAP, líder mundial no mercado de software e aplicações de gestão empresarial, acabam de estabelecer uma parceria para o desenvolvimento de competências em gestão de informação, com o objetivo de responder aos desafios da economia digital. O acordo visa criar, a curto prazo, o primeiro Centro de Competências SAP numa Universidade da Europa, fora da Alemanha, no âmbito do programa de Alianças Universitárias da empresa e de um protocolo também celebrado com a Universidade Técnica de Munique. Serão ainda formados anualmente mais de 300 alunos e profissionais que pretendam aumen-

tar as suas competências digitais ou reposicionar as suas carreiras, enquanto potenciais candidatos a empregos na área de Tecnologias de Informação (TI). Está previsto dotar, até 2020, cerca de 1500 jovens e adultos pelo incremento ou conversão de competências para o mercado digital, para desempenho de funções cada vez mais procuradas pelas organizações, como são as de data workers, data scientists, data analysts ou data advisers. Finalmente, será criada uma bolsa de profissionais, com competências em soluções de gestão empresarial e tecnologias inovadoras, preparados para liderar nas organizações a transformação digital da economia portuguesa. K


IPCB apresenta concurso

Poliempreende está aí! Fundos comunitários

IPCB analisa 2020

6 O Instituto Politécnico de Castelo Branco (IPCB), em conjunto com a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC), promoveu uma ação de esclarecimento sobre o novo Quadro Comunitário de Apoio, Portugal 2020. A iniciativa, presidida por Carlos Maia, presidente do IPCB, juntou docentes e empresários e procurou esclarecer os presentes sobre os apoios disponíveis no âmbito do quadro do Portugal 2020, para estimular iniciativas conjuntas academia-empresas para a elaboração de projetos.

Em nota de imprensa enviada à nossa redação, o Politécnico revela que “esta iniciativa surge no seguimento da estratégia do IPCB em estreitar os laços de colaboração com o tecido empresarial regional, que tem resultado no desenvolvimento de diversos projetos de cooperação, e estabelecimento de parcerias na área da investigação e desenvolvimento”. A iniciativa permitiu ainda que os participantes colocassem dúvidas e analisassem questões específicas de candidatura dos seus projetos. K

ESART no brasil

Raposo distinguido

6 Daniel Raposo, professor desde 2002 na Escola Superior de Artes Aplicadas do Politécnico de Castelo Branco, foi um dos 50 convidados a nível internacional para integrar a 50.ª edição da revista brasileira abcDesign, informou o Instituto Politécnico de Castelo Branco em nota enviada à imprensa. No mesmo documento, o Politécnico explica “nesta edição comemorativa convidou 50 profissionais que se destacaram nas áreas do design, inovação e criatividade para que falassem sobre cinco pessoas, ideias, produtos ou conceitos que ajudaram a definir a sociedade contemporânea”. Daniel Raposo destacou o designer Joan Costa, o neurocientista

que este concurso estabeleceu. Citado no comunicado enviado à Imprensa pelo Politécnico, Carlos Maia diz que “o Poliempreende tornou-se um bom exemplo a nível nacional do que pode e deve ser feito através de um trabalho em rede, cooperativo e organizado, na medida em que o concurso permitiu ao conjunto das instituições politécnicas de todo o país a concentração de esforços em torno dessa marca, evitando assim dispersar energias por um conjunto de iniciativas semelhantes, mas desgarradas e de menor dimensão”. O Poliempreende está dividido na fase regional e na fase nacional onde apenas são selecionados os melhores projetos de cada instituição. Em Castelo Branco, cabe ao Centro de Estudos e Desenvolvimento Regional do Politécnico a sua coordenação. Domingos Santos, responsável pelo Centro aproveitou a conferência de imprensa para destacar “a elevada competência da equipa do IPCB que fomenta o Poliempreende, a única do país que co-

laborou em todas as edições do concurso”. Domingos Santos citado pela mesma nota de imprensa, destacou o facto do “Poliempreende ser um dos concursos de empreendedorismo com mais verbas para apoio deste tipo de atividades, com mais de 100 mil euros de prémios a serem distribuídos a nível nacional”. Na fase regional serão atribuídos prémios aos três melhores classificados. A melhor ideia de negócio receberá dois mil euros, a segunda 1500 e a terceira mil euros. Haverá ainda prémios complementares regionais. Assim, a Comunidade Intermunicipal da Beira Baixa atribuirá um prémio de mil euros ao projeto que melhor potencial demonstre de valorização das áreas de especialização da região: agricultura, floresta, agro-indústria, turismo/lazer. E a Câmara de Castelo Branco disponibilizará o Centro de Empresas Inovadoras para acolher o projeto na fase de incubação, garantindo também o suporte de apoio. K

Infotec e semana da engenharia

Daniel Raposo, docente da ESART

português António Damásio, a Declaração Universal dos Direitos do Homem, a Identidade Visual da AEG e o Crowdfunding. K

Workshops

Amato aprende na Esart

6 A Escola Superior de Artes Aplicadas do IPCB acolheu quarenta e cinco alunos e quatro professores do Agrupamento de Escolas Amato Lusitano, em três Workshops na área do Design de Comunicação e Produção Audiovisual, informou o Politécnico albicastrense em nota de imprensa. A iniciativa envolveu alunos do 11.º e 12.º ano do curso de Multimédia da Escola Secundária Amato Lusitano, os quais partici-

6 O Concurso Poliempreende, que teve a sua origem no Instituto Politécnico de Castelo Branco, e que hoje abrange todos os institutos do país, está de volta para a sua 13ª edição. O objetivo é potenciar o aparecimento de ideias de negócio. O desafio que inicialmente foi lançado no IPCB depressa foi alargado a outras instituições de ensino e hoje é um dos principais concursos que pretendem potenciar o empreendedorismo e o aparecimento de novos projetos empresariais. Na fase regional vão ser distribuídos prémios no valor global de mais de cinco mil euros. A apresentação foi feita em conferência de imprensa no Instituto Politécnico de Castelo Branco, numa sessão onde Carlos Maia, presidente do IPCB, destacou a sua importância. “Esta é mais uma iniciativa que pretende estimular o empreendedorismo entre toda a comunidade académica do IPCB, desempenhando a instituição o papel de locomotiva destes projetos, que contribuirão também para a dinamização da região”. Carlos Maia, sublinhou também o facto do Concurso ter nascido no IPCB, pelo que “congrega um carinho especial da nossa instituição”. Hoje o Poliempreende envolve todos os institutos politécnicos portugueses, e nestes 12 anos de vida já deu origem a 40 empresas e 70 patentes registadas, em todo o país. O presidente do IPCB sublinhou também o trabalho em rede

param em três diferentes oficinas de trabalho, dirigidas por dez docentes da licenciatura em Design de Comunicação e Produção Audiovisual (DCPA). Para além de contactarem com os docentes e com algumas das áreas lecionadas na licenciatura de DCPA, os alunos tiveram ao longo do dia a oportunidade de utilizar alguns dos equipamentos de que a Esart dispõe e de concretizarem alguns exercícios práticos. K

EST junta mais de 600 6 O Fórum de Informática e Novas Tecnologias e a Semana da Engenharia decorrem este mês na Escola Superior de Tecnologia do Instituto Politécnico de Castelo Branco. As iniciativas foram apresentadas, na passada sexta-feira, no Instituto Politécnico de Castelo Branco (IPCB), em conferência de Imprensa. O Infotec realizou-se de 8 a 10 de março, enquanto que a Semana da Engenharia decorreu nos dias em que fechávamos esta edição do Ensino Magazine. O Infotec e a Semana da Engenharia estão a envolver algumas das principais empresas nacionais e internacionais, como a Outsistems, a NOS ou a Altran, reunindo cerca de 600 alunos do ensino secundário e profissional, para além dos estudantes da própria Escola Superior de Tecnologia. Carlos Maia, presidente do

IPCB, destacou o facto da “maioria das empresas que vão marcar presença nos eventos serem de alto de prestígio, e de serem representadas no evento por antigos alunos da EST”. O presidente do IPCB destacou ainda elevada taxa de empregabilidade dos cursos de engenharia da EST, a qual também foi sublinhada por José Carlos Metrôlho, diretor da EST, que falou “em plena taxa de empregabilidade nalguns ca-

sos”, lembrando que “seis meses antes de terminarem os cursos, muitos alunos já têm pré-acordos de trabalho”. Aquele responsável destacou os “acordos existentes com diferentes empresas”. A falta de candidatos com que, em todo o país, os cursos de engenharia têm sido afetados, também foi referida por Carlos Maia: “Dentro de cinco anos o país vai ter que importar engenheiros”, disse. K MARCO , 2016 /// 09


IPCB assina acordo

Politécnico atrai Panamá 6 O Instituto Politécnico de Castelo Branco assinou este mês um convénio institucional com o Instituto para la Formación y Aprovechamiento de Recursos Humanos (IFARHU), do Panamá, informou o IPCB em comunicado. O acordo tem como objetivo de promover a vinda de estudantes daquele país para o politécnico albicastrense. Na reunião estiveram também representantes da Embaixada do Panamá, com a qual o IPCB tem excelentes relações, após a missão de embaixadores de onze países da América Latina que visitaram o Instituto Politécnico de Castelo Branco (IPCB) em novembro de 2014.

Após a assinatura do convénio, os responsáveis do Panamá tiveram ainda oportunidade de conhecer a Escola Superior Agrária, tendo visitado os vários laboratórios, a quinta, o centro de investigação em zoonoses e o centro de biotecnologia de plantas da Beira Interior. K

Proteção Civil testa meios

Simulacro no IPCB

6 O alarme soou na Escola Superior de Saúde Dr.º Lopes Dias às 11H30 no dia 4 de março. Um pico de corrente elétrica provocou um curto circuito na sala de informática, o que motivou a ocorrência de um incêndio. Além do responsável pela equipa de segurança “ter ficado inadvertidamente retido na sala onde deflagrou o incêndio”, tendo sido dali retirado pela autoescada Magirus dos Bombeiros Voluntários de Castelo Branco, houve ainda a lamentar um ferido grave. Segundo a diretora da instituição, Paula Sapeta, “o aluno sofreu uma queda aparatosa e grave, tendo ficado com vários traumatismo, crânio encefálico, várias escoriações, uma fratura exposta, vomitou e ficou inconsciente. Uma situação bastante grave”. Grave seria sim, se não se tivesse tratado de uma simulação, feita nas três escolas do Instituto Politécnico de Castelo Branco (IPCB) localizadas no Campus da Talagueira. Os exercícios foram realizados em colaboração com o Comando Distrital de Operações de Socorro de Castelo Branco da Autoridade Nacional de Proteção Civil. Paula Sapeta explicou que, apesar de um treino tudo foi feito a sério. “Ativamos o plano de segurança e o plano de evacuação da escola. Começaram a atuar as equipas de intervenção e as equipas de evacuação. Todo o processo demorou entre 10 a 12 minutos, pelo que acho que cumprimos todos os protocolos. Foi um simulacro, felizmente, mas creio que estamos preparados para numa

Cooperação eventual situação de emergência atuarmos com rapidez e eficiência”, reitera a diretora da ESALD. Na Escola Superior de Artes Aplicadas e na Escola Superior de Tecnologia foram testados outros cenários, nomeadamente o rebentamento de uma caldeira e uma fuga de gás, mas a resposta a comunidade educativa foi igualmente pronta, o que deixa satisfeito o presidente do IPCB. “Correu tudo bem, o que nos dá garantias que os equipamentos e sistemas de segurança estão a funcionar. Além disso, é muito gratificante verificar que as pessoas sabem exatamente os procedimentos a que têm de obedecer quando acontecer uma situação destas”, refere Carlos Maia, acrescentando que estão a ser implementadas “medidas de autoproteção em todas as escolas e IPCB, em articulação com a ANPC, e estes simulacros servem exatamente para testar os planos de emergência”. O que se colhe destes exercícios “ser-

ve para melhorar o documento de medidas de autoproteção, para que tudo esteja a postos caso aconteça uma situação real”. Carlos Maia lembra que “quase 20 por cento da população de Castelo Branco estuda ou trabalha no IPCB, daí a instituição ter também a responsabilidade de garantir a segurança dessas pessoas”. Também Rui Esteves, Comandante Operacional Distrital da ANPC, dá nota positiva ao exercício. “Queremos criar condições de segurança cada vez maiores em todos os espaços. Este edifício tem um projeto de segurança contra incêndios aprovado e medidas de autoproteção devidamente implementadas, mas faltava a simulação, porque o treino faz toda a diferença. E em menos de três minutos evacua-se um edifício desta grandeza e ao fim de 12 minutos a situação está toda resolvida. O treino faz mesmo toda a diferença quando se tem um planeamento adequado”. K

www.ensino.eu 010 /// MARCO , 2016

IPCB abraça Alto Mondego

6 O Instituto Politécnico de Castelo Branco é um dos parceiros dos municípios de Gouveia, Fornos de Algodres, Mangualde e Nelas, que no dia 8 de março firmaram um protocolo para a criação da Rede de Territórios do Alto Mondego, informou em nota de imprensa a instituição albicastrense. Um dos principais objetivos deste protocolo é a captação de investimento público e privado com efeito multiplicador na economia local, pelo que a Rede de Territórios do Alto Mondego irá submeter, numa fase inicial, uma candidatura a fundos europeus para um projeto de investimento estimado em 6,2 milhões euros. Na mesma nota enviada à imprensa, refere-se que “com esta parceria pretende-se o reforço da promoção do desenvolvimento de polos de competências para revitalização e capacitação de negócios e iniciativas empresariais focadas nos produtos endógenos, privilegiandose a fileira agro-pastoril para o Município de Gouveia, do azeite para Fornos de Algodres, da fruticultura para Mangualde e do vinho para

Nelas”. São também parceiros institucionais os institutos politécnicos de Coimbra, Guarda e Viseu e as universidades da Beira Interior e de Trás-os-Montes e Alto Douro, o IAPMEI - Agência para a Competitividade Inovação, o AICEP Portugal Global - Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal, a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro, a Direção Regional de Cultura do Centro e a Entidade Regional de Turismo do Centro de Portugal. Para o presidente do politécnico de Castelo Branco, Carlos Maia, “este protocolo tem a vantagem de juntar parceiros de várias áreas, empenhados na valorização de recursos endógenos da região da Guarda e de Viseu. O convite ao politécnico de Castelo Branco demonstra que houve a preocupação de juntar parceiros que efetivamente constituam mais-valias para a parceria, não se cingindo à proximidade geográfica. Traduz o reconhecimento pelas competências instaladas na Instituição e pelo trabalho que aqui é feito”. K


Prémios nova geração

Alunos de Leiria entre os candidatos

6 Três equipas de estudantes da licenciatura em Engenharia Eletrotécnica e de Computadores da ESTG de Leiria, apresentaram os seus projetos, perante um júri, e são candidatos ao Prémio Nova Geração |15, concurso de ideias da Siemens. O concurso é realizado no âmbito do protocolo Engineering Made in Portugal, estabelecido entre a Siemens e o Estado Português, e pretende destacar ideias inovadoras de estudantes dos ensinos técnico-profissional e superior. Ao concurso foram submetidas cerca de 29 pré-inscrições, e, de entre os 18 projetos entregues, foram selecionados 5 finalistas por categoria, entre os quais se encontram os três projetos provenientes do IPLeiria. Os projetos foram orientados pelos docentes da ESTG Eliseu Ribeiro, Luís Perdigoto e Paulo Coelho, e foram desenvolvidos com recurso às instalações da Siemens Automation Academy, existente no Laboratório de Automação da ESTG/IPLeiria.

João Matos e Rui Neves, apresentaram o projeto Aquasoft2, um kit didático de simulação, em pequena escala, de um sistema de distribuição de água a povoações, completamente automatizado com recurso a uma rede de autómatos industriais. Fabrício Souza e Hermínio Borges concorreram com o projeto RPSP – Recolha, Pesagem e Separação de Pontas em Aço, desenvolvido com a empresa Bollinghaus Steel SA, que consiste na automatização de dois sistemas de recolha, pesagem e separação automática de pontas resultantes do corte dos excedentes de matéria-prima (lingotes de aço inox). Já Fabrício Antunes e Anatolie Stasiev apresentaram a concurso o SolÁgua2 – Sistema solar de aquecimento de água. Este projeto pretende reabilitar e otimizar o funcionamento de um coletor solar térmico, com sistema de orientação automático, e expandir a capacidade de aquisição de sinais e monitorização do processo. K

Em Lisboa

Escola do Mar na BTL

6 A Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar (ESTM) do Politécnico de Leiria (IPLeiria) voltou a estar presente na BTL – Bolsa de Turismo de Lisboa, entre os dias 2 e 6 de março de 2016, para dar a conhecer a sua oferta formativa no âmbito do Turismo, junto de potenciais novos estudantes, pais e orientadores. No evento, que se realiza na Feira Internacional de Lisboa (FIL), uma equipa de técnicos e docentes da Escola esteve no pavilhão 2, com um stand informativo e disponível para esclarecer dúvidas junto dos visitantes do certame. O IPLeiria, através das licenciaturas certificadas pela Organização Mundial de Turismo, destaca-se como uma referência internacional

no ensino superior de Turismo. Nesta edição da BTL, pretendeu-se promover a imagem de uma instituição de futuro, que concilia o Turismo e o Mar, localizada numa envolvente valorizada pelas Berlengas, reserva da Biosfera da UNESCO, e pela prática de surf. Na área do Turismo, a ESTM disponibiliza uma oferta de seis licenciaturas, quatro mestrados e três cursos técnicos superiores profissionais. A BTL é um evento dedicado aos profissionais e agentes diversos ligados ao setor do turismo, que podem analisar a tendência do mercado, bem como ao público em geral, que pode comparar propostas e comprar a preços competitivos. K

19 empresas atribuem bolsas de estudo

Leiria apoia alunos 6 “Queremos dar visibilidade à necessidade de termos mais jovens qualificados e de atrair mais estudantes para esta região”. Foi desta forma que o presidente do Politécnico de Leiria (IPL), Nuno Mangas, começou por abordar o apoio aos alunos traduzido em 24 bolsas entregues pela instituição e por 19 empresas da região. Nuno Mangas, citado numa nota de imprensa, sobre a cerimónia de entrega das bolsas de estudo IPL Indústria, realizada no dia 3 de março, na Escola Superior de Tecnologia e Gestão (ESTG) do IPLeiria, lembrou que “os melhores estudantes dos cursos contemplados já visitaram as empresas que atribuem estas bolsas de estudo. É importante o contacto com as empresas desde o primeiro ano”, disse. Na cerimónia subiram ao palco 24 estudantes que receberam bolsas de estudo atribuídas por 19 empresas associadas da NERLEI - Associação Empresarial da Região de Leiria e da CEFAMOL Associação Nacional da Indústria de Moldes, às quais foi também atribuída a distinção Responsabilidade Social. Mariana Dias, estudante de Engenharia e Gestão Industrial, foi a porta-voz de todos os estudantes distinguidos: “Esta bolsa

traz uma motivação muito forte e mostra que todos nós podemos ser reconhecidos pelo mérito. Esta bolsa e a ligação às empresas trará vários benefícios no futuro”. A estudante deixou ainda uma mensagem aos restantes jovens: “continuem a lutar pelos vossos objetivos porque serão recompensados”. Nuno Mangas recordou que “quando decidimos aproximar o mundo das empresas e o mundo académico, não sabíamos que íamos estar aqui agora. Tivemos vontade e acreditámos que era possível. Esta é uma opção de cada um dos empresários, de premiar o mérito no ensino secundário dos estudantes que ingressaram no IPLeiria, e distinguir áreas de formação para as quais há grande empregabilidade, referiu ainda o presidente do IPLeiria. Jorge Santos, presidente da NERLEI, reafirmou o papel inquestionável do Politécnico de Leiria na preparação académica dos estudantes, nomeadamente na investigação desenvolvida ao nível dos mestrados e centros de investigação. “Queremos atrair jovens e talentos para a nossa região, pois temos necessidade de pessoas qualificadas. Estamos perante novos desafios

de inovação, mas ainda temos o constrangimento do IPLeiria não conferir todos os graus académicos. Não nos conformamos com isso e consideramos que a região tem sido discriminada”, constatou o presidente da NERLEI. “O Politécnico de Leiria tem todos os requisitos para ser universidade, o que será um contributo para a nossa competitividade. O Instituto pode contar com o nosso empenho para o processo de transição para universidade”, acrescentou Jorge Santos. João Faustino, presidente da CEFAMOL, mostrou-se satisfeito com o sucesso alcançado com o protocolo IPL Indústria, mas revelou as suas preocupações. A parceria que liga o IPLeiria às empresas da região revela-se bem-sucedida, já que o número de bolsas de estudo triplicou em relação ao ano passado, e passaram para o dobro o número de empresas envolvidas: Bollinghaus Steel, Bourbon Automotive Plastics, Incentea, Moldes RP, TJ Moldes e Vipex, juntam-se no presente ano letivo as empresas: BPN, Caixa de Crédito de Leiria, Crisal – Grupo Libbey, EST, Famolde, GECO, La Redoute, Moldoeste, Planimolde, P.M.M., Ribermold, Sodicor e Yudo Eu. K

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Escola de Vida em Viseu

Literacia Financeira

Politécnico de Viseu fomenta empreendedorismo 6 A Aula Magna do Instituto Politécnico de Viseu (IPV) encheu completamente com os estudantes que quiseram participar em mais uma edição do ACT & Empreende, a 2 de março, um evento promovido pelo IPV sobre empreendedorismo, inovação e inserção na vida ativa, direcionado a todos os seus estudantes, em especial aos finalistas e diplomados. Na abertura da sessão, o presidente do IPV, Fernando Sebastião, destacou que “o empreendedorismo faz parte da estratégia do IPV”, apresentando como exemplos a participação no concurso Poliempreende, a incubadora de empresas da instituição, a presença nos planos curriculares dos cursos e o estímulo e incentivo aos alunos sobre esta temática. Durante a iniciativa teve lugar a entrega de prémios aos vencedores do 12º concurso regional Poliempreende, tendo sido primeira classificada regional a equipa Animal Care, constituída por João Diogo Figueiredo Correia (Publicidade e Relações Públicas da ESEV), Augusto Gil Figueiredo Coronha (Ciência e Tecnologia Animal da ESAV) e Joana Raquel Figueiredo Santos (Publicidade e Relações Públicas da ESEV).

Esta equipa representou o IPV em setembro de 2015 no concurso nacional do 12º Poliempreende. Foram ainda entregues os prémios aos melhores alunos finalistas dos diversos cursos das escolas superiores do Instituto Politécnico de Viseu, uma distinção que conta com o apoio da Caixa Geral de Depósitos. Foram contemplados com bolsa no valor unitário de 500 euros doze alunos do IPV: Ana Francisca Ferreira (Intervenção Psicossocial com Crianças e Jovens em Risco), Paulo Cardoso (Comunicação Social), António Pinto Rodrigues (Educação Ambiental), Nelson Marques (Engenharia Informática), Paulo Ferreira (Sistemas e Tecnologias de Informação para as Organizações),

Lídia Dias (Técnico de Laboratório), Nuno Magalhães (Gestão Turística), Ana Rodrigues (Finanças Empresariais), Ana Cristina Ferreira (Qualidade Alimentar e Nutrição); Marisa Almeida (Engenharia Informática e Telecomunicações) e Marília Cunha e Patrícia Almeida (Enfermagem). Agarrar as oportunidades, empreender, criar o próprio emprego e inovar foram os termos transversais às comunicações proferidas, nas quais se falou também das diversas medidas de emprego existentes (estágios, criação do próprio emprego, apoios à contratação e medidas de estímulo de emprego) e em linhas de crédito e apoio à criação de empresas. K Joaquim Amaral _

Politécnico de Setúbal

Empregabilidade em destaque 6 O Instituto Politécnico de Setúbal (IPS) tem um papel decisivo na promoção da empregabilidade, sendo as suas ações e o trabalho desenvolvido “uma referência, um exemplo e um estímulo”. A garantia é da secretária de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Maria Fernanda Rollo, e foi dada na sessão de abertura da 2ª edição da Semana da Empregabilidade, a 29 de fevereiro. A secretária de Estado felicitou o IPS pela iniciativa e referiu que os institutos politécnicos devem constituir-se como “um instrumento fundamental para o desenvolvimento” destacando, em particular, a “capacidade de entrosamento e de envolvimento com os atores locais, no plano empresarial, mas também no plano da cultura e social”. O presidente do IPS, Pedro Dominguinhos, apresentou algumas ações da Semana da Empregabilidade, com destaque para o

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‘Passaporte para o Emprego’ para os estudantes do IPS, com o objetivo de potenciar a aquisição de competências transversais, através da participação em seminários, workshops e conferências, que constarão no respetivo Suplemento ao Diploma. Destacou ainda o papel dos estágios curriculares no percurso dos estudantes, evidenciando que no IPS “esta é uma marca distintiva e uma porta de entrada para o primeiro emprego”. Adiantou ainda: “Brevemente desenvolveremos um melhor serviço de apoio

aos diplomados, que poderão ter aconselhamento específico no desenvolvimento da sua carreira e de um conjunto de competências que torne mais fácil a sua inserção no mercado de trabalho”. A sessão culminou com a assinatura de protocolos de incubação de projetos da IPStartUp – Incubadora de Ideias de Negócio do IPS. A IPStartUp disponibiliza apoio aos empreendedores da comunidade do IPS para validação e desenvolvimento de ideias de negócio com vista à criação de novos projetos empresariais. K

IPS em projeto pela Europa 6 A Escola Superior de Educação e a Escola Superior de Ciências Empresariais do Instituto Politécnico de Setúbal integram o grupo de seis parceiros europeus que vão dinamizar o projeto Financial Literacy: a Key Tool to Improve People’s Life Cycle (FinKit) em Portugal, na França, Itália e Espanha. O projeto, que iniciou em 2015, decorre durante os próximos dois anos com o objetivo de promover a literacia financeira, em especial junto das famílias com rendimentos mais baixos, contribuindo para o seu bemestar financeiro e para que consi-

gam alcançar um padrão de vida mais estável. Este estudo prevê também a criação de ferramentas (brochuras, vídeos, jogos) que aumentem a capacidade dos profissionais do setor financeiro, dos formadores, dos decisores políticos, das agências de desenvolvimento locais ou agentes financeiros, transferirem conhecimentos aos cidadãos com maior êxito, diminuindo assim o analfabetismo nesta área. O projeto “Financial Literacy: a Key Tool to Improve People’s Life Cycle” (FinKit) é financiado pela Comissão Europeia através do programa Erasmus +. K

Erasmus+

IPV bate recorde 6 O ano letivo de 2015/2016 é um marco de referência em termos de mobilidade de estudantes Erasmus+ no Instituto Politécnico de Viseu, pois beneficiam deste programa 81 os alunos, 46 dos quais vão frequentar um período de estudo, enquanto 35 realizarão um estágio num país europeu. Para além do maior número de alunos alguma vez enviado num ano letivo, o IPV supera, de igual modo, os referenciais concedidos à instituição em termos de bolsas a atribuir. Ou seja, foram imputadas pela Agência Nacional Erasmus+ Educação e Formação 38 bolsas para períodos de estudo e 18 para estágio, significando que, tendo o IPV ultrapassado estes valores, no próximo ano letivo terá mais financiamento para atribuir aos seus estudantes. Também na amplitude geográfica da mobilidade as expectativas iniciais foram superadas. Assim, são 13 os países que recebem os alunos do IPV: Bélgica, Espanha, França, Holanda, Hungria, Itália, Letónia, Lituânia, Polónia, Reino Unido, República Checa, Roménia e Turquia. Todos os alunos do IPV têm

apoio financeiro para as suas atividades de mobilidade internacional, que varia em função dos países e duração da estadia, e é atribuído de acordo com as tabelas anuais definidas pela Agência Nacional Erasmus+ Educação e Formação para o efeito. Para além disso, todos os estudantes participantes no programa Erasmus+ recebem certificação das suas mobilidades, não só pelo reconhecimento académico das atividades desenvolvidas, como também através da atribuição do certificado Europass mobilidade (documento que regista os conhecimentos e competências adquiridos noutro país europeu). Empenhado em promover as oportunidades de mobilidade internacional, o IPV já prepara o próximo ano letivo de 2016/2017. Este mês de março decorre o novo período de candidaturas Erasmus+ no qual os alunos terão, uma vez mais, a oportunidade de se proporem a um período de mobilidade em uma das 79 instituições com quem o IPV tem acordos de cooperação, sitas em 25 países. K Sandra Familiar _


alunos do secundário e profissional

Dias abertos no IPP 6 O Instituto Politécnico de Portalegre vai realizar, entre os dias 4 e 7 de abril, os Dias Abertos do IPP, destinados a dar a conhecer o nosso Instituto e as suas Escolas aos alunos finalistas do Ensino Secundário e das Escolas Profissionais. Em nota enviada ao nosso jornal, o Politécnico de Portalegre explica que a iniciativa constitui “uma oportunidade para os estudantes finalistas contactarem diretamente com os nossos cursos, através de mostras e atividades práticas diversificadas. Tais iniciativas permitem uma enorme proximidade com alunos e professores que irão dinamizar a apresentação das Licenciaturas e Cursos Técnicos Superiores Profissionais do IPP. Durante esta visita, será possí-

vel conhecer as Escolas do Instituto, o Centro de Línguas e Culturas, a BioBIP (incubadora de empresas do IPP), as Residências para estudantes, bem como receber informações sobre os regimes de acesso ao Ensino Superior, o processo de candidatura através do Concurso Nacional de Acesso ao Ensino Superior, bolsas e programas de apoio ao estudante e de mobilidade internacional (ERASMUS)”. K

Exposição

O gosto pelo chocalho 6 O Instituto Politécnico de Portalegre inaugurou, no passado dia 10 de março, a exposição “O Artesanato e o gosto pelo chocalho”. A mostra patente nos ser-

viços centrais do instituto é da autoria de David Mourato, onde o autor apresenta trabalhos em madeira, cortiça e a arte chocalheira. K

aripese debate escola

Educação e insucesso escolar discutidos em Portalegre 6 A ARIPESE, Associação de Reflexão e Intervenção na Política Educativa das Escolas Superiores de Educação, realiza nos dias 22 e 23 de março o seu encontro anual na Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Portalegre. A iniciativa conta com a participação do presidente do Conselho Nacional de Educação e antigo ministro da Educação, David Justino, que fará, no primeiro dia, uma preleção sobre o tema “Educação e Insucesso Escolar”. Para o presidente da ARIPESE, diretor da Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Portalegre, Luís Cardoso, “no atual panorama do Ensino Superior nacional, impõe-se, de forma incontornável e necessária, que a ARIPESE se institua verdadeiramente como uma associação das Escolas Superiores que, honrando o seu passado, os valores e o espírito da sua criação, seja capaz de observar criticamente os atu-

Luís Cardoso, presidente da ARIPESE, e David Justino, presidente do CNE

ais desafios e contextos que envolvem as Instituições de Ensino Superior em Portugal, sabendo conjugar aquela que sempre foi a sua matriz inicial, a formação de professores e educadores, com a evolução que foram consagrando nos seus eixos de intervenção, diversificando a sua oferta formativa, as suas linhas de intervenção e a suas relações com a comunidade”. Durante os trabalhos também Pedro Taborda, presidente da Co-

missão Diretiva do “Programa Nacional Capital Humano” destacará as linhas prioritárias de intervenção do POCH ligadas às Escolas Superiores, de modo a dar origem à criação conjunta de projetos da ARIPESE. Já o presidente da ARIPESE, Luís Cardoso, irá abordar os principais objetivos da ARIPESE para 2016/2017 e apresentará a nova imagem da associação, bem como algumas das suas plataformas digitais online. K

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IPG

Contabilidade em análise 6 No Instituto Politécnico da Guarda decorreu, no passado dia 11 de março, uma Conferência subordinada ao tema “Internacionalização da Contabilidade”. Esta iniciativa envolveu o Politécnico da Guarda, a Ordem dos Contabilistas e a Universidade Mackenzie de São Paulo Brasil. Domingues Azevedo, bastonário da Ordem dos Contabilistas destacou a oportunidade desta conferência no Politécnico da Guarda e, quando questionado sobre as vantagens dos alunos de Contabilidade do IPG poderem ter uma dupla titulação nesta área, considerou muito importante esta cooperação entre estabelecimentos de ensino de Portugal e Brasil. Gildo Freire de Araújo, presidente do Conselho Regional de Contabilidade de São Paulo manifestou também a sua satisfação por esta

T No Instituto Politécnico da Guarda decorreu, recentemente, um Workshop Erasmus, Acção Chave 2, promovido pela Agência Nacional Erasmus + Educação. Esta iniciativa incidiu sobre as oportunidades que o programa ERASMUS+ oferece às instituições educativas em todo o país. Recorde-se que a mobilidade para fins de aprendizagem e a cooperação entre os diferentes atores promovem a inovação e o intercâmbio de boas práticas são oportunidades abertas pelo Programa ERASMUS+. K

convergência e parceria entre o IPG e universidades brasileiras. A dupla titulação, para estudantes portugueses e brasileiros,

mercê do acordo entre o IPG e a Universidade Mackenzie, é entendida, por Gildo Araújo, como “uma grande facilidade”. K

Protocolo de colaboração

IPG abraça Mondego 6 O Instituto Politécnico da Guarda (IPG) é uma das instituições participantes na Rede de Território do Alto Mondego, cujo protocolo de constituição foi recentemente (dia 8 de março) assinado em Gouveia O referido protocolo tem por objeto a operacionalização de uma parceria visando o desenvolvimento de uma rede de territórios que “permita alavancar a implantação de novo tecido económico, tendo por base dinâmicas de criatividade, inovação, empreendedorismo e internacionalização”. De acordo com o texto do protocolo, estas dinâmicas pretendem “contribuir para a criação de valor económico e social a partir dos recursos endógenos que constituem a matriz identitária dos territórios subjacentes.” A Rede de Territórios do Alto Mondego reveste-se de uma natureza multipolar, trabalhando o património material e imaterial de cada município, de uma forma complementar, pluridisciplinar e integrada. Embora assumindo o âmbito regional, esta rede está orientada para o mercado global e visa estruturar uma plataforma de serviços partilhados “que materializem a reinvenção do património

ERASMUS+ no Instituto politécnico da guarda

Restaurante de Turismo e Hotelaria T No passado dia 7 de março reabriu o Restaurante de Aplicação da Escola Superior de Turismo e Hotelaria, do Instituto Politécnico da Guarda. Trata-se de um restaurante Escola que se afirma como espaço de ensino e aprendizagem, onde o serviço e a confeção dos pratos são da responsabilidade dos estudantes da ESTH/IPG, sob supervisão dos respetivos docentes. Neste podem ser degustados pratos inovadores ou tradicionais, gastronomia nacional ou internacional, elaborados de forma a transmitir os melhores conhecimentos aos nossos estudantes e, ao mesmo tempo, satisfazer o apetite e a curiosidade de quem visita aquela Escola Superior do Instituto Politécnico da Guarda. K

Março das Línguas no politécnico material e imaterial dos territórios, sob a forma de novos produtos e serviços, assegurando simultaneamente o respetivo escoamento, com base numa rede proactiva e instrumental de Polos de Design”. Por outro lado, pretende criar, gerir e dinamizar quatro Polos de Design especializados nas fileiras tradicionais que asseguram a diferenciação de cada território; trabalhar os ativos da área geográfica abrangida pela Rede de Territórios do Alto Mondego, concebendo novos produtos e serviços, suscetíveis de comercialização, com incidência nos mercados internacionais. Constantino Rei, Presidente do Instituto Politécnico da Guarda,

considera que o envolvimento do IPG nesta rede se justifica por “o IPG tem o dever de colocar ao serviço da sociedade em geral e das instituições e empresas o knowhow que detém, seja através das competências profissionais dos seus recursos humanos, seja de equipamentos laboratoriais que possui”, acrescentando ainda que “este é também o reconhecimento das entidades promotoras, do papel fundamental que o IPG e as restantes Instituições de ensino superior devem ter para o desenvolvimento de projetos que revistam interesse e relevância para o desenvolvimento económico e social da região”. K

TIntegrada no programa Março das Línguas, decorreu no Politécnico da Guarda, uma mesa redonda subordinada ao tema “Viver no Estrangeiro, viver com outras línguas e culturas”. Uma iniciativa que contou com o testemunho de estudantes do Politécnico da Guarda que realizaram ações de mobilidade. K

IPG impulsiona Geoparque Estrela TA candidatura da Serra da Estrela a Geopark Mundial da UNESCO conheceu novos desenvolvimentos, no dia 4 de março,

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ao integrar formalmente o Fórum Português de Geoparques, sob a égide da Comissão Nacional da UNESCO. O processo de candidatura é coordenado pelo Instituto Politécnico da Guarda. O Aspiring Geopark Estrela ficou como membro observador, tendo a adesão sido aprovada pelos restantes membros do Fórum que promoveram o apoio e acompanhamento do processo de candidatura, no Ministério dos Negócios Estrangeiros, em Lisboa. Está, assim, formalizada mais uma etapa da candidatura do Geopark Estrela à UNESCO, território que envolve os 9 municípios da Serra da Estrela (Belmonte, Celorico da Beira, Covilhã, Fornos de Algodres, Gouveia, Guarda, Manteigas, Oliveira do Hospital e Seia). K

Seminário na Escola Superior de Saúde T “IACS - Prevenir e Controlar para Melhor Cuidar” foi o tema do Seminário que decorreu, no dia 9 de março, no auditório da Escola Superior de Saúde. Esta ação surgiu da atualidade e premência da temática em questão, e com o intuito de alertar e sensibilizar a comunidade em geral para a necessidade de se implementarem medidas efetivas que permitam a prevenção e o controlo das infeções associados aos cuidados de saúde. K

Maiores ed 23 Em concurso T No Instituto Politécnico da Guarda (IPG) está aberto, até ao próximo dia 29 de abril de 2016, o prazo de inscrição para a realização de provas com vista à frequência dos cursos superiores, lecionados nas Escolas que integram o IPG, por parte dos candidatos maiores de 23 anos. Podem inscrever-se para a realização das provas especialmente adequadas destinadas a avaliar a capacidade para a frequência dos cursos de licenciatura os candidatos que completem 23 anos de idade até ao dia 31 de dezembro do ano que antecede a realização das provas; no caso de acesso aos cursos de licenciatura, não sejam, à data da inscrição, titulares de habilitação válida para a candidatura através do Concurso Nacional de Acesso para o curso onde pretendam ingressar. K


Media Partner

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Luís Aguilar, escritor e jornalista

«A FIFA é uma multinacional da corrupção» 6 O novo presidente do organismo que rege o futebol no Planeta herda uma instituição apodrecida e minada pela corrupção. Luís Aguilar aponta os desafios de Gianni Infantino e identifica dois portugueses para chegar à liderança do dirigismo europeu ou mundial. A conclusão a que cheguei depois de ler o seu livro, «FIFA Nostra» é que estamos perante uma multinacional da corrupção. Estarei longe da verdade? Sim, pode-se dizer com propriedade que a FIFA é uma multinacional da corrupção que se foi desenvolvendo ao longo dos anos, principalmente a partir da década de 70, com a chegada de João Havelange, em que a instituição começou a obter grandes lucros relacionados com o mundial de futebol, nomeadamente patrocinadores e direitos televisivos. Desde então a FIFA não tem parado de crescer e gerar lucros astronómicos… De facto, ganha dimensão financeira e já com Blatter tornou-se ainda mais forte. Com tanto dinheiro, não houve a capacidade de fazer a fiscalização do mesmo e como ele era atribuído, fosse às federações, às confederações ou aos próprios dirigentes do comité executivo

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da FIFA. Perante essa falta de transparência, muitos dirigentes ganharam coragem para promover os seus próprios negócios, muitos deles, obviamente, à margem das leis. Muitos deles enriqueceram de forma obscena. Estas práticas têm a sua raiz na presidência de João Havelange, mas ganham dimensão maior com Blatter na cadeira do poder? Todos os mundiais a partir de Havelange estão envoltos numa série de alegações de corrupção. A investigação que está em curso aponta para ilegalidades em mundiais mais recentes, como por

exemplo, França 98, Alemanha 2006, África do Sul 2010, mas desde o mundial da Argentina, em 1978, que existiam esquemas de corrupção. Aliás, foi muita falada a forma como a Argentina conseguiu organizar o evento. É natural que de lá para cá, cada vez mais países tiveram ambições de organizar um campeonato do mundo de futebol e muitos deles, desculpe a expressão, puseram-se de joelhos para conseguir esse objetivo. A páginas tantas do seu livro, relata um episódio em que Bill Clinton ficou furioso quando os Estados Unidos perderam a organização do mundial 2022 para

CARA DA NOTÍCIA 6 Corrupção, diz ele! Luís Aguilar trabalha como jornalista, escritor, conferencista e comentador. Nasceu no Entroncamento, a 23 de fevereiro de 1982. Começou a estudar Antropologia, mas foi o Jornalismo que o apaixonou e os primeiros trabalhos na área e na literatura não se fizeram esperar. Publicou, entre outros, «Jogo Sujo», a biografia do ex-jogador Fernando Mendes, «Paulo Futre, el português – parte I», a biografia do ex-jogador de Benfica, Sporting e FC Porto, «Mourinho Rockstar» e «CR30», uma homenagem aos 30 anos de vida de Cristiano Ronaldo. Mais tarde escreveu «Aposta Suja», uma viagem ao mundo dos resultados combinados, «Jogada Ilegal», em 2015, e «FIFA Nostra», no início de 2016, dois livros onde volta a fazer uma extensa investigação sobre a corrupção no organismo que superintende o futebol mundial. K

o Qatar. Blatter chegou a avançar que a investigação promovida pela justiça americana a dirigentes da FIFA surgiu no seguimento da atribuição da organização aos árabes. Isto tem algum fundo de verdade? É uma teoria conspirativa, mas dá para perceber a forma de pensar do expresidente da FIFA. Ele não estava preocupado que houvesse corrupção, o que ele temia é que existissem efeitos legais por causa dessa corrupção. O fundamental é saber se existiram subornos e corrupção, e se pessoas que se fizeram valer dos seus cargos e influência no futebol mundial, agiram à margem das leis para enriquecer, etc. Sobre Blatter não há provas (ou ainda não há) concretas que tenha feito o que outros dirigentes fizeram, mas a sua maior culpa foi permitir que muitos dos homens que gravitavam à sua volta fizessem todo o tipo de negócios. Ele simplesmente não quis saber, porque esses dirigentes davam-lhe a garantia de manutenção no poder, porque controlavam os votos para a sua eleição. E se recuarmos a partir de 2000 chegamos à conclusão que são cerca de 40 os dirigentes da FIFA envolvidos em casos de corrupção. E Blatter assumiu a presidência desde 1998. É muita gente. Apetece perguntar: quem é que não fazia?


Portanto, os atos corruptos tornaram-se prática corrente e generalizada na FIFA? A corrupção foi institucionalizada e tornouse uma prática constante ao longo dos anos. A FIFA apodreceu por dentro e precisou de iniciar a sua cura através de uma força exterior, ou seja, através da ação da justiça americana. Aponta o facto de cada federação valer um voto como um problema para o sistema instalado e dá o exemplo da federação de Montserrat valer o mesmo que a federação alemã. Quer explicar o funcionamento deste sistema? Este é um exemplo do que a FIFA, sob a capa da democracia e fiel ao lema «um membro, um voto», fez no futebol mundial. Como em tudo na vida, há votos mais caros do que outros. Montserrat é um minúsculo país, com seis mil habitantes, e recebia tanto dinheiro e infraestruturas por parte da FIFA como outros países incomparavelmente superiores em dimensão e em número de praticantes e federados. Aborda no livro o «Qatargate» que foi investigado pelo jornal «L’Équipe» e que liga Platini e Sarkozy à atribuição do mundial ao Qatar em troca do financiamento ao Paris Saint Germain. As ligações entre política e futebol estão sempre presentes? A ligação entre política e futebol sempre aconteceu, porventura nunca a esta escala. Em 1934, Mussolini tomou conta do mundial. Nessa altura os governos tinham uma postura de comando sobre a FIFA. O que fomos assistindo com o passar do tempo é que a FIFA soube valorizar o seu mundial e preparou-se para a cobiça que despertava. Os termos inverteram-se. Foram os países que passaram a dançar ao som da música da FIFA. Veja o caso da Inglaterra que no processo de candidatura ao mundial, mesmo perdendo, submeteu-se a tudo o que a FIFA pediu e utilizou figuras como David Cameron, o Príncipe William e David Beckham para en-

cantar e pressionar através de lóbis quem vota. Depois, acabou por sair derrotada e revoltou-se. Pode haver retrocesso na atribuição dos mundiais da Rússia e do Qatar? Não acredito. Os mundiais são um dado adquirido, a avaliar pelas palavras do recém-eleito presidente da FIFA, Gianni Infantino, que garantiu que vai ajudar esses dois países a organizarem os dois melhores mundiais de sempre.

Fernando Gomes, presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), apoiou declaradamente Infantino e foram elementos da própria federação que ajudaram o novo presidente da FIFA na campanha para a presidência. O que é que Portugal pretende, estar de braço dado com o poder? Nas eleições anteriores, Platini não quis ir a jogo e a UEFA arranjou três candidatos para desgastarem Blatter e um

deles era Luís Figo, que acabou por desistir. Blatter venceu as eleições, porque tinhas as federações no bolso, apenas dois dias depois do maior escândalo de corrupção da história do desporto. Há muita política nestes processos e há compromissos e faturas que têm de ser pagas mais adiante e a FPF e o seu presidente têm cada vez mais um papel determinante na UEFA, ocupando um cargo no comité executivo.

Fernando Gomes terá ambições pessoais? Fernando Gomes começa a ganhar projeção internacional. Eu acho que ele quer um dia ser presidente da UEFA e vai começar a posicionar-se para atingir esse objetivo. E Luís Figo, que foi a «lebre» de Platini na candidatura à FIFA, também poderá protagonizar uma candidatura para vencer? Figo já tem um lugar num comité da UEFA. É

jovem para o mundo do dirigismo e continua a opinar sobre a FIFA e a governação do futebol mundial. Apoiou publicamente Infantino, por isso, é uma possibilidade para o suceder, um dia. Penso que alimenta essa esperança. K Nuno Dias da Silva _ Direitos Reservados H

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Disse sobre Infantino em comparação com Blatter que espera apenas que tenham semelhanças na nacionalidade, Suiça, e na calvície. Teme que possam ser parecidos em algo mais? Ele é um homem talentoso, um poliglota, um mestre de cerimónias e um conhecedor profundo da história do futebol. Teve uma ascensão na UEFA, como braço direito de Platini, quase meteórica, apesar de ter entrado como conselheiro de Lennart Johansson que perdeu as eleições para o francês. Platini viu as suas qualidades e não quis prescindir do contributo de Infantino. Chegou depois a secretáriogeral da UEFA e conseguiu grandes lucros pela forma como promoveu a Champions e a Liga Europa, subindo os lucros de 5 mil milhões para 13 mil milhões de euros. No meio deste processo do afastamento de Platini e Blatter, a UEFA, que tem todo o interesse em ter um presidente europeu na FIFA, movimentou-se e conseguiu os seus objetivos. Quão pesada é a herança que Infantino recebe? É porventura o presidente que recebe uma herança mais pesada e tem de inverter a credibilidade manchada da FIFA. De futuro, qualquer passo em falso ou qualquer comportamento menos transparente só contribuirá para aumentar a mancha negra existente. A curto prazo terá de tomar posições firmes sobre as muitas pontas soltas que Blatter deixou.

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Leitura

Mobilidade internacional

Brasileiros em Santarém 6 O Instituto Politécnico de Santarém recebeu, a 24 de fevereiro, dez estudantes da UNIS – Centro Universitário do Sul de Minas, no Brasil, que vão estar durante o próximo semestre a realizar os seus estudos nas escolas da instituição. Os estudantes vão frequentar as licenciaturas de Marketing, na Escola Superior de Gestão e Tecnologia, Agronomia e Qualidade Alimentar e Nutrição Humana, na Escola Superior Agrária e Desporto, Condição Física e Saúde, na Escola Superior de Desporto de Rio Maior. Na sessão de boas-vindas, Hélder Pereira, vice-presidente do Politécnico, referiu que “este modelo de mobilidade entre estudantes é a forma mais importante para a internacionalização, ao abrir a cooperação entre instituições de ensino superior a países para além da europa” e sublinhou ainda que “o Politéc-

nico de Santarém coloca a internacionalização no topo das suas prioridades e está empenhado em aumentar o número de estudantes, a receber e a enviar para as escolas parceiras”. Entre os principais motivos apontados, os estudantes re-

ferem que os currículos das licenciaturas e a qualidade das infraestruturas para o desenvolvimento da componente prática, nomeadamente os laboratórios e os equipamentos foram as razões mais importantes na opção pelo IPSantarém. K

Ensino Superior Politécnico

Beja avalia desempenho 6 Duas equipas de investigação, uma do Instituto Politécnico de Beja (Centro de Investigação de Políticas do Ensino Superior) e outra da Universidade de Aveiro, com a consultoria de investigadores da Universidade de Alcalá de Henares e de Lleida, desenvolveram, durante o ano de 2015, um trabalho conjunto no sentido da identificação e definição de indicadores que permitam melhor avaliar o desempenho organizacional das Instituições de Ensino Superior Politécnico (IESP). O projeto teve como objetivo a validação de uma proposta de indicadores de desempenho mais representativa das atividades de investigação aplicada, de prestação de serviços, de transferência de conhecimento e/ou de criação cultural, bem como, do impacto induzido pelas IESP nas regiões em que estão inseridas. Neste âmbito, realizou-se no passado dia 22 de fevereiro, no auditório da Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Águeda – Universidade de Aveiro, o Seminário ‘Indicadores de desempenho para as Instituições de Ensino Superior: investigação aplicada, criação cultural e impacto societal’ onde foram apre-

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sentados os resultados finais do projeto. O Seminário contou com 120 participantes, entre os quais, o Reitor da Universidade de Aveiro, o Presidente do CCISP, o Presidente do Instituto Politécnico de Beja, o Presidente da APESP, muitos dirigentes e presidentes do institutos politécnicos, públicos e privados, bem como, do ex-secretário de estado do ensino superior, máximo impulsionador da abertura do concurso público no âmbito do qual o projeto foi financiado. Em breve será publicado um livro, pelas Edições Sílabo, com os resultados detalhados do projeto. K

Politécnico do Porto dá esperança a crianças

6 O Instituto Politécnico do Porto está a promover um projeto que pretende intervir precocemente e antecipar dificuldades de aprendizagem na leitura em crianças a partir dos cinco anos. A notícia foi adiantada pela instituição e desde o passado mês de setembro, que envolve 240 crianças de sete escolas do concelho. Em declarações à imprensa, Ana Sucena, docente e investigadora responsável pelo projeto, explica que “a intervenção é eficaz se a posicionarmos muito cedo na vida da criança” Esta aposta do Politécnico do Porto está a ser desenvolvida pelo Centro de Investigação e Intervenção na Leitura (CIIL) do Instituto e teve como génese um estudo piloto de treino em contexto

escolar que envolveu, inicialmente, 80 crianças em risco de insucesso na aprendizagem da leitura do 1.º ano e que se alarga agora a mais alunos e mais estabelecimentos de ensino. Hoje são 240 as crianças dos sete jardins de infância e primeiro ciclo abrangidos a participar no projeto que resulta de uma parceria do CIIL com a Câmara Municipal do Porto e o Ministério da Educação e Ciência. Segundo os seus responsáveis, este novo método de intervenção tem por base o “desenvolvimento das competências alicerce ao nível da aprendizagem da leitura, incidindo sobre as crianças a frequentar o último ano do pré-escolar e o primeiro ano do primeiro ciclo”. K

Politécnico

Adidas Business Services recruta no Porto 6 O Instituto Politécnico do Porto promoveu a iniciativa ADIDAS Business Services, no dia 9 de março. Esta iniciativa do Gabinete de Integração Académica e Profissional foi inspirada no conceito amoroso de speed dating e promove um encontro de 10 minutos entre empresas e candidatos pré-selecionados do P.PORTO. A coordenadora do GIAP, Filipa Heitor, refere como se, por um lado, este programa constitui uma “possibilidade única para conhecer candidatos do P.PORTO competentes e altamente motivados, e pela estrutura do serviço oferece-lhes ganhos de eficiência consideráveis no processo de recrutamento”, por outro lado, e na ótica do candidato “esta iniciativa oferece oportunida-

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des de contacto direto e privilegiado com entidades empregadoras, que poderão resultar em projetos de investigação/estágio/emprego, e ao mesmo tempo apoiar na exploração de carreira e facilitar a inserção no mercado de trabalho”. No balanço da visita da ADIDAS Business Services, Maria Inês Dinis (HR Manager) garante futuras participações no evento, sublinhando o perfil cuidadosamente selecionado dos candidatos e a eficiência do evento. O GIAP revelou ainda os dois próximos encontros: a 30 de março a empresa de consultoria Frederico Mendes & associados, e a 13 de abril a empresa do Grupo msg – líder tecnológico Europeu especializado no setor Segurador. K


ESCOLA PORTUGUESA DE MACAU

Na senda da solidariedade social 6 Eu sei que o meu trabalho é uma gota no oceano, mas sem ele o oceano seria menor. Madre Teresa de Calcutá A solidariedade social é um ato de comprometimento coletivo: ajudamos pela satisfação de fazer a diferença na vida de outrem e porque pretendemos colher o agrado de dar o nosso contributo para uma sociedade melhor. A solidariedade radica numa ideia de responsabilidade ética e moral que todos temos em ajudar os demais. Esta consciência tem perpassado o pensamento de todos na Escola Portuguesa de Macau, que, ultimamente, tem abraçado um conjunto de iniciativas no plano da solidariedade social. Para tanto, tem sido vital o contributo de alunos, professores e demais colaboradores. As iniciativas têm-se multiplicado e todos têm demonstrado profunda vontade em ajudar, envolvendo toda a comunidade escolar. Uma das mais recentes iniciativas foi levada a cabo pelas turmas de economia e direito que organizaram o Projeto EPM Solidária, com o objetivo de angariar fundos para o Berço da Esperança, uma instituição de solidariedade social de acolhimento de crianças. Os fundos foram angariados em duas fases: a primeira, que decorreu no Dia da Escola Aberta e que consistiu na venda de artefactos produzidos pelos alunos; a segunda fase, que compreendeu a venda de rifas à comunidade escolar para a realização de um sorteio. Outra importante iniciativa resultou da colaboração de um grupo de alunos das disciplinas de português e de matemática, com vista a ajudar escolas carenciadas das Filipinas. Uma das professoras de português foi responsável pelo desenvolvimento da ideia, à qual se juntou o departamento de matemática. Como resulta-

do desta iniciativa, foram recolhidos vários livros em língua inglesa e fundos monetários que ajudaram a suportar os portes de envio dos livros e a compra de estantes para a sua colocação. Merece igual destaque uma iniciativa dos alunos de inglês do 4.º ano que, para o Dia da Escola Aberta, decidiram abrir portas a um restaurante inglês. Para o efeito, alunos e encarregados de educação confecionaram e prepararam alguns snacks, sobremesas e bebidas. Ao mesmo tempo que colocavam em prática os seus conhecimentos linguísticos, os alunos mostraram-se capazes de vender com sucesso as iguarias produzidas, arrecadando um agradável montante que viria a ser entregue a crianças mais necessitadas em Macau. Estas atividades têm contagiado a comunidade escolar que, motivada pelos resultados anteriores, se tem sentido encorajada a desencadear mais e melhores iniciativas. Este espírito de solidariedade a todos apraz, porquanto a educação dos alunos deve ser orientada para os valores, transmitindo-lhes a consciência de que as necessidades e as carências dos outros são diferentes das nossas e que a partilha é uma forma importante de introduzir algum equilíbrio num mundo tendencialmente desigual e assimétrico. A transmissão de valores deve ser orientada pelo método do exemplo e da recompensa. Ou seja, importa adotar determinados comportamentos que inculquem valores que sirvam de padrão e de referente futuro aos alunos. E importa extrair dos alunos o prazer e a satisfação de ajudar os outros, para que possam, naturalmente e com agrado, replicar aqueles comportamentos. Têm sido, por isso, muito importantes as várias atividades desenvolvidas na Escola Portuguesa de Macau nos

últimos tempos. É nossa firme convicção a de que não estamos perante um período transitório e que a Escola Portuguesa de Macau vai continuar no caminho das iniciativas solidárias, quer dirigidas à comunidade local, quer orientadas para além-fronteiras. E ainda

que não consigamos mudar o mundo, podemos, pelo menos, dar o nosso contributo, não deixando que a grandeza e a exigência dos desafios tolha a hombridade das boas intenções. K Direção da Escola Portuguesa de Macau _

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Moçambique

Ministra destaca investigação 6 A vice-ministra da Ciência e Tecnologia, Ensino Superior e Técnico Profissional, Leda Hugo, reconheceu que o Centro de Estudos Africanos (CEA) da Universidade Eduardo Mondlane tem contribuído para o desenvolvimento da educação e da investigação científica em Moçambique. No seu discurso, frisou que o percurso, empenho e a entrega do Centro de Estudos Africanos à causa do desenvolvimento nacional é parte integrante da história da própria universidade e do país, em geral. Leda Hugo falava no seminário de celebração dos 40 Anos do Centro de Estudos Africanos, que decorre no início de Março em Maputo. Criado em 1976 e vocacionado para área dos estudos da investigação cientifica na área das ciências sociais e humanas, a Viceministra disse que o surgimento do CEA teve lugar num contexto peculiar em que Moçambique acabava de conquistar a independência do domínio colonial português, era um país em construção e com grande necessidade de quadros com formação e capacidade adequada para levar avante os desígnios e anseios do povo moçambicano. “Coube ao Centro de Estudos Africanos da UEM, como espaço de reflexão sobre os grandes temas e problemas que caracterizavam o período pós-independência, prover o estado moçambicano da assistência técnica e de análise”, constatou. Por outro lado, a ministra ex-

Escola Portuguesa de Macau plicou que a integração do CEA na UEM moldou os seus objectivos e a sua vocação, estabelecendose, deste modo, uma interligação entre o ensino, a investigação e a extensão, que culminaram com a criação de um curso de pós-graduação em estudos de desenvolvimento envolvendo académicos, políticos, membros da sociedade civil, nacionais e estrangeiros com interesse sobre Moçambique. Por seu turno, o reitor da UEM, Orlando Quilambo, vincou que, desde cedo, o Centro de Estudos Africanos assumiu o papel de destaque na produção de trabalhos científicos sobre a estratégia de desenvolvimento económico, político e social do país. O reitor disse que, a missão do CEA se adequa ao desígnio do presente e futuro da UEM, que elegeu a investigação como vector de sua afirmação nacional e internacional. Segundo Quilambo, o CEA encarnou perfeitamente o padrão de uma instituição de investigação

científica nos últimos 40 anos. “Um Centro de prestígio, de uma universidade em crescimento, propiciando estudo, a reflexão, a criação de laços, formadora de personalidade e orientadora de um percurso”, disse. Entretanto, o director do Centro de Estudos Africanos, Carlos Arnaldo, realçou o papel da sua unidade na formação de investigadores e servidores públicos nos últimos 40 anos. Acrescentou que ao longo da sua história, o CEA assumiu uma posição de destaque no que respeita a investigação científica tendo conquistado prestígio nacional e internacional. Para assinalar a efeméride foram agendadas diversas actividades com destaque para sessões de debate e reflexão em torno dos 40 anos da criação do Centro de Estudos Africanos da UEM, que conta com a participação de investigadores nacionais e estrangeiros, antigos directores do CEA, membros do governo, entre outros. K

Moçambique

Zambeze forma docentes

6 Com objetivo de dotar os docentes de conhecimentos sólidos em matérias ligadas a didática, pedagogia e sistemas de habilidades, as Faculdades de Ciências Sociais e Humanidades e de Ciências e Tecnologias, ambas da Universidade Zambeze, em Moçambique, estão a levar a cabo uma formação psicopegadógica conjunta na qual se pretende que o docente aprimore o saber ser e estar perante processo de ensino e aprendizagem no ensino superior.

De acordo com Martins Mapera, director da Faculdade de Ciências Sociais e Humanidades, esta é uma oportunidade para os docentes partilharem informações sobre procedimentos de

trabalho nas salas de aula e da própria planificação das aulas, pois o professor é, na verdade, o orientador de todo este processo e não apenas um transmissor de conhecimentos. K

Joana Carneiro fala com alunos 6 A maestrina Joana Carneiro visitou, este mês, a Escola Portuguesa de Macau. A maestrina portuguesa, uma das mais conceituadas a nível internacional, teve oportunidade de conversar com alunos e dirigentes da instituição. A visita de Joana Carneiro decorreu depois da maestrina ter dirigido, em Hong Kong, a Orquestra Filarmónica de Hong Kong em concerto no Festival de Artes de Hong Kong, no primeiro dia de março. A ocasião foi aproveitada ainda para os alunos da Escola interpretarem algumas peças musicais perante o

Moçambique

Escola Portuguesa lança livro 6 “Eneas Comiche – do sonho à realidade” é o título da mais recente obra que a Escola Portuguesa de Moçambique - Centro de Ensino e Língua Portuguesa (EPM-CELP) vai lançar no mercado editorial. O livro, inscrito na coleção “Histórias que tecem a História”, inclui uma entrevista ao político de grande relevo na história recente de Moçambique. Depois dos livros sobre o fotojornalista Kok Nam e o arquiteto José Forjaz, que inauguraram a referida coleção, a Escola Portuguesa de Moçambique escolheu, com grande facilidade, a figura de Eneas Comiche, cuja intervenção pública de notoriedade evidente teve início ainda no período colonial. Comiche fez parte de um grupo de estudantes moçambicanos que, em Portugal, integrou um movimento em

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olhar atento de Joana Carneiro. Em conversa com os alunos, Joana Carneiro falou sobre as sua opções de vida. “Na nossa carreira uma semana pode ser de sucesso e outra de insucesso, por isso temos que ter uma consistência forte”, disse. A maestrina destacou ainda o papel da Escola Portuguesa de Macau no ensino da música. “Tivemos aqui representadas culturas diferentes, mas saber que esta escola investe na educação musical dos seus alunos, significa que estamos a formar seres humanos que apreciam a arte”, disse. K

prol da independência de Moçambique, de cujos governos fez parte desde então até aos dias de hoje. A EPM-CELP pretende que os seus alunos assumam como referências educativa e cívica personalidades como Eneas Comiche, de modo a que os seus anseios mais profundos e ideais de justiça constituam fontes inspiradoras para as novas gerações. K


escolas associadas da unesco

Novafoco forma professores 6 O Centro de Formação de Associação de Escolas Novafoco, que abrange a da Área Pedagógica 9A do concelho de Sintra, constituído inicialmente em 8 de Outubro de 1992 e posteriormente ratificado em novembro do mesmo ano, com 2412 docentes, foi provavelmente a maior associação de escolas da área da DREL e das primeiras a ser reconhecida, em 14 de Janeiro de 1993. É membro fundador da Rede de Centros de Formação que constitui e Malha Atlântica (Centros de Formação do Concelho de Sintra, Cascais, Amadora, Oeiras e Lisboa Ocidental). A Novafoco possui, desde 2011, a Certificação do seu Sistema de Gestão da Qualidade em Conceção, Planeamento e Realização da Formação Contínua dos Profissionais da Educação. Ao longo destes 23 anos, a Novafoco desenvolveu uma identidade própria, uma marca, que a identifica na senda da formação contínua de professores e outros

agentes educativos a nível local, regional e nacional. O atual Centro de Formação, constituído atualmente por cerca de 1900 docentes e 730 não docentes, tem por missão a formação contínua dos profissionais da educação, fator potenciador da qualidade do seu desempenho. A Novafoco ainda como objetivos: responder às necessidades de formação identificadas pelas

escolas associadas e pela tutela; fomentar parcerias e protocolos com outras entidades relacionadas com a formação; e apoiar as atividades de implementação das políticas locais e nacionais na área da Educação. Sendo Sintra um local classificado como património mundial, foi com muito agrado que acedemos ao convite para integrarmos o Programa das Esco-

las Associadas da UNESCO, uma vez que é da responsabilidade de todos os cidadãos individualmente, das escolas e da Novafoco, enquanto entidade formadora por excelência, investir na sensibilização dos alunos para a conservação deste local único. O nosso Projeto “Sintra - Património Mundial – Uma Experiência de Cidadania” pretende proporcionar aos docentes a oportunidade de conhecer e refletir sobre os patrimónios natural e cultural da região de Sintra. Considerando que Sintra é um local que pode ser alvo de múltiplas explorações didáticas, multidisciplinares e interdisciplinares, pretende-se ainda aprofundar os conhecimentos dos docentes sobre esta região, sob diversas perspetivas, facilitando-lhes a tarefa de planificação de atividades a desenvolver com os seus alunos, integrando diversas visitas de estudo a locais de interesse que integrem harmoniosamente os patrimónios natural e cultural, numa aborda-

gem holística, contemplando conhecimentos e competências das disciplinas de Ciências Naturais, História, Geografia e Artes. O presente curso oferece aos formandos um percurso formativo que os guia pela zona de Sintra dando-a a conhecer sob três perspetivas distintas, porem complementares: “A Serra de Sintra: milhões de anos de história”; “A Serra de Sintra: veredas que contam histórias”; e “A Serra de Sintra: olhares que contam histórias”. Deste modo, espera-se que os docentes produzam ferramentas didáticas diversas, motivando-os para o desenvolvimento/envolvimento em projetos no âmbito do património e da cidadania. Os trabalhos finais, realizados no formato de “guiões da saída de campo”, que serão disponibilizados aos formandos para que todos possam implementá-los nas suas práticas letivas. K Centro de Formação de Associação de Escolas Novafoco _

OCDE divulga estudo

Alunos ainda reprovam muito 6 O desempenho dos alunos portugueses em provas internacionais melhorou, mas ainda estão entre os que mais reprovam, segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), que defende que o país deve mudar de política. Nos últimos anos, os resultados dos estudantes de 15 anos que realizaram os testes PISA (Programme for International Student Assessment) têm vindo a melhorar a Leitura, Matemática e Ciências, mas ainda existem 13% de jovens que revelam dificuldades nas três áreas, revela o

relatório “Low-performing Students: Why they Fall Behind and How to Help them Succeed” (Fraco rendimento dos alunos: Porque ficam para trás e como ajudá-los a ter sucesso). Cerca de 34% dos alunos que participaram no estudo da OCDE já tinham reprovado pelo menos uma vez, colocando Portugal em oitavo lugar na lista dos países com mais repetentes. O relatório revela que em Portugal a retenção é o principal fator de risco na probabilidade de os alunos virem a ter maus resultados e por isso aconselha o país

a mudar a sua política. O estudo analisa o rendimento dos alunos olhando para a família, nomeadamente o seu ‘background’, a carreira e a atitude perante a escola, mas também analisa as formas de ensinar e as políticas educativas que estão mais associadas ao fraco rendimento dos alunos. Os últimos dados do Ministério da Educação revelavam precisamente que um em cada cinco alunos chumba ou desiste de estudar no ensino secundário e que é no 12ª ano que o sucesso se revela mais complicado.

Cerca de 35% dos alunos não consegue terminar o 12.º ano com sucesso à primeira, segundo os dados nacionais que analisam os resultados entre os anos letivos de 2009/2010 e 2012/2013. Um total de 22% dos alunos do secundário inscritos em cursos científico-humanísticos não conseguiram fazer os três anos de escolaridade no tempo previsto, segundo a taxa de retenção ou desistência, que mistura os casos de quem reprova com aqueles que anulam a matrícula, por várias razões como desistirem de estudar ou abandonar o país.

A Confederação Nacional de Associação de Pais (Confap) tem vindo a defender um maior investimento nos alunos para inverter a cultura da retenção (chumbos), que também tem sido considerado pelo Conselho Nacional de Educação (CNE) como o problema mais grave do sistema educativo. Segundo o CNE, os chumbos atingem cerca de 150 mil alunos do sistema de ensino (público e privado) e representam um custo de cerca de 600 milhões de euros, se se admitir que cada aluno custa ao Estado cerca de quatro mil euros por ano. K

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Ensino Magazine é media partner

Qualifica: It’s now! 6 O Ensino Magazine é novamente media partner de uma das principais feiras de educação e juventude realizadas em Portugal. A Qualifica tem lugar de 14 a 17 de abril na Exponor, no Porto, e vai ser visitada por milhares de pessoas. Como habitualmente faremos passatempos e distribuiremos a nossa publicação a todos os visitantes. Mas o que muda este ano na Qualifica? Amélia Monteiro, diretora do evento, fala de um conjunto de atividades inovadoras. Em entrevista ao Ensino Magazine apresenta a nova Qualifica, a qual terá cerca de 100 expositores e será visitada por mais de 30 mil visitantes. Qual a importância da Qualifica para os jovens que estão à procura de um novo rumo académico ou profissional? ‘It’s now!’ é o lema da IX edição da Qualifica 2016, feira de Educação, Formação, Juventude e Emprego, que se realiza na Exponor de 14 a 17 de Abril. Ajudar a despertar os jovens para a necessidade de tomarem decisões quanto ao seu futuro académico ou laboral, oferecendo para isso, num só espaço, uma série de ferramentas que os podem ajudar a atingirem os seus sonhos, é um dos grandes objetivos deste certame. Para os ajudar disponibilizamos uma equipa de psicólogos que após uma primeira avaliação os encaminham num

onde decorrem várias atividades, entre as quais dança, tunas, djs, atividades desportivas, passatempos, concertos, desfiles e ainda uma versão desconstruída em inglês da famosa peça Romeu e Julieta de William Shakespeare A Qualifica vai ser palco da final da EUniversity League organizada pela Liga Universitária de Desportos Eletrónicos.

Amélia Monteiro, diretora da Qualifica

percurso mais adequado ao seu perfil. Hoje os jovens são postos à prova cada vez mais cedo, conhecidos como a geração milénio, vistos como ambiciosos e versáteis. Estar vivo é o contrário de estar offline, dominam a tecnologia e aprenderam a ganhar dinheiro com hobbies e negócios que criaram na internet - uma facilidade que os pais têm dificuldade em perceber, mas com a qual terão de aprender a viver e a solução passa efetivamente por uma forte orientação e acompanhamento.

Quais as atividades paralelas que vão ser feitas durante a Qualifica? O ambiente descontraído com que se pretende tratar de coisas sérias levou-nos a criar espaços de divertimentos e ir ao encontro dos interesses dos jovens que nasceram e cresceram com acesso à internet, como o «Spot Youtubers», com a presença dos mais conceituados especialistas nesta matéria e o «Espaço Gaming», num ambiente de experiências tecnológicas. Teremos ainda a «Qualifica Station»,

Esta feira é também um espaço para as famílias? A Qualifica representa um espaço para ser disfrutado pela família, desenvolvemos iniciativas dirigidas a um público mais velho como workshops, a presença de universidades com pós graduações e empresas com ofertas de emprego são exemplos disso. As famílias também acompanham os jovens neste momento fulcral de recolha de informação para uma posterior tomada de decisão quanto ao futuro. De que forma as escolas podem chegar ao evento? Há condições especiais? Devem enviar um e-mail com a inscrição da escola e o número de alunos que pretendam trazer e acorrer em massa, porque, para além da oferta formativa, também encontrarão muitas atividades e animação. Para mais informações sobre a feira: www.qualifica.exponor.pt K

Em Madrid, na feira internacional de educação

Magazine brilhou em Espanha 6 O Ensino Magazine participou, como media partner, na AULA, a Feira Internacional da Educação de Madrid, que teve lugar de 2 a 6 de março. A participação do Ensino Magazine foi feita fisicamente através de um expositor de 12 metros quadrados e da distribuição gratuita de exemplares dos jornais das edições de janeiro e fevereiro. A presença do Ensino Magazine naquele certame surge na sequência da participação da publicação portuguesa na SIMO Educación, o maior salão da penísula ibérica de tecnologias ligadas à educação que decorreu em outubro de 2015, também em Madrid. A AULA foi visitada por mais de 126 mil pessoas. João Carrega, diretor do Ensino Magazine, considera que a presença em Espanha faz parte do caminho que a publicação portuguesa “tem vindo a percorrer, no sentido de marcar presença nos principais eventos nacionais e internacionais, potenciando deste modo a participação dos nossos parceiros, divulgando as suas atividades, partilhando saberes e informação”. O diretor do jornal, recorda que no ano passado para além da Feira de Madrid, o Ensino Magazine marcou presença na Feira Internacional de Moçambique, país onde a publicação tem acordos de cooperação firmados com a Universidade Eduardo

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Mondlane e com a Escola Portuguesa de Moçambique. “O ensino não tem fronteiras e é essa a máxima que adotamos na nossa publica-

ção. Por isso hoje marcamos presença em Portugal, Espanha, nos Palop’s, mas também em Macau, onde temos um protocolo de cooperação assinado com a Escola Por-

tuguesa de Macau”, diz João Carrega, que relembra ainda o acordo com “a Unesco, enquanto media partner da rede de escolas associadas da Unesco”. K


Editorial

Professor: um herói social. 7 Vivemos uma época de mudanças e clivagens abruptas que acompanham a movimento de globalização e construção da sociedade do conhecimento. Profundas alterações nos saberes, na organização das forças produtivas e nas tecnologias da comunicação e da informação apresentam-nos o longe cada vez mais perto e obrigam-nos a uma partilha global das matérias-primas, dos bens de consumo, dos padrões culturais e das políticas, as boas e as más, enquadrantes da designada economia de mercado. Passamos, rápido que nem vertigem, da aldeia rural à aldeia global e desta, àquilo que poderíamos designar por aldeia digital. Neste acelerado rumar da história, a escola pública de massas passou a ser um elo frágil a quem o Estado, as famílias e as organizações sociais atribuem mais e mais competências, por reconhecerem ser incapazes de as assumir e monitorizar. É o fim da “escola compen-

satória”, um dos maiores mitos herdados das grandes convulsões sociais e culturais vividas na década de sessenta do passado século. A escola universalizou-se, promoveu o progresso e o bem-estar das populações, qualificou os cidadãos, tornou o mundo mais compreensivo e devolveu a dignidade da cidadania a muitas nações. Promoveu o progresso, combateu a ignorância e a opressão que vive na sua sombra. Pôs-nos mais perto de outros universos e ensinou-nos a odiar a palavra exclusão. Mas não conseguiu inverter a marcha de “compensar” ainda mais os já “compensados”, permitindo que dentro das suas paredes se continuem a desenvolver mecanismos que reproduzem as desigualdades e as iliteracias, já que, à desigualdade no acesso, raramente corresponde uma promoção da igualdade no processo. Temos referido que aquele aumento de tarefas e funções que a sociedade e o Estado aportam à escola tem resultado na

desactualização permanente dos professores, das instituições e dos curricula em que estes são formados. Neste quadro, os professores que resistem e recusam perder a sua profissionalidade, aqueles que estão presentes e aceitam os novos desafios, bem podem ser olhados como “heróis sociais” pelo modo como enfrentam o embate das mudanças, das pressões e das críticas injustas, por vezes acumuladas por mais de uma geração. O que é, então, ser professor hoje? Como podemos definir a sua identidade e a sua profissionalidade? É-se primeiro professor e, só depois, e por causa disso, é que se é professor de alguma coisa. É-se primeiro professor porque se partilham uma identidade e uma cultura profissionais. Porque se comungam posturas e princípios éticos. Porque se lhes atribuem modos de acção e desempenhos normalizados… Poderíamos definir, então, a profissionalidade dos docentes

em torno de seis vectores que consideramos indispensáveis para a promoção de elevados níveis da profissionalidade docente: Primeiro: frequência de uma formação formal, organizada e que configura a aprendizagem de um conjunto de saberes em diferentes momentos do percurso profissional (saberes de formação e saberes de experiência), formação essa que conduz ao domínio de determinadas competências instrumentais. Segundo: A prática, num determinado espaço e durante um certo tempo, de um conjunto de tarefas socialmente validadas. Terceiro: O exercício de uma profissão reconhecida e certificada pelo Estado. Quarto: O direito a uma remuneração permanente e supostamente equitativa. Quinto: A manutenção de um estatuto social de referência. Sexto: A assumpção de uma ética que deve configurar-se num código deontológico que determine e regule os direitos,

obrigações, práticas e responsabilidades do exercício da profissão. São seis indicadores de referência que, promovidos a um nível elevado de congruência, contribuem decisivamente para a melhoria da auto estima, da auto confiança e do bem-estar docente, associados à eficácia do desempenho profissional. K João Ruivo _ ruivo@rvj.pt Este texto não segue o novo Acordo Ortográfico _

primeira coluna

Manuais escolares gratuitos 7 O Ministério da Educação anunciou este mês que no próximo ano letivo os alunos do 1º ano de escolaridade receberão manuais escolares gratuitos. A medida vai abranger milhões de alunos e constituirá um apoio às famílias. Por ano, e só em livros, cada família, por aluno, gasta entre 38 a 50 euros no 1º ano de escolaridade. Esta medida, que agora terá que ser operacionalizada com as editoras, representará um custo estimado para o Estado em cerca de três milhões de euros. Essa é a perspetiva da tutela, após ter acolhido a proposta do PCP, de alteração do Orçamento de Estado nesse sentido. A discussão em torno da gratuitidade dos manuais escolares não é nova. Muitas autarquias tem elas próprias assumido a

aquisição de livros quer para todos os alunos, quer para os alunos de famílias mais carenciadas. Mas esta opção da tutela muda um pouco o paradigma, tanto mais que o objetivo passa por alargar essa medida a a outros recursos didáticos e a todos os anos de escolaridade obrigatória. O Ensino Magazine anualmente faz um balanço daquilo que as famílias portuguesas gastam no início de cada ano letivo. Em muitos casos, quando por exemplo há dois filhos em idade escolar, 700 euros são insuficientes. Ou seja, um ordenado médio é insuficiente para fazer face a essas despesas. O investimento na educação nunca pode ser visto como um gasto. A educação e o conhecimento são o maior trunfo que

um país como o nosso pode ter para enfrentar a competitividade à escala global. É com a educação e com o conhecimento que se constroem sociedades capazes de se afirmar, de se socializar e de pensarem pelas suas próprias cabeças. Podem dizer-me que são só 50 euros de apoio e que a medida é populista. Mas 50 euros é muito. Este esforço revela também a perspetiva de reforço da escola pública e de acesso igualitário a todas as crianças e portugueses ao ensino. É um sinal que, diga-se, já há muito fazia falta no nosso país. Importa agora intervir nos outros eixos, como a melhoria das condições das escolas (num processo praticamente travado nos últimos quatro anos); o reforço do papel do professor (que na última dé-

cada foi obrigado a ser também ele um burocrata e um secretário do sistema), o funcionamento dos mega agrupamentos (barcos demasiado grandes, com escolas distantes e diferentes umas das outras, onde uma equipa diretiva é insuficiente como se verifica praticamente em todo o país); ou o reforço da escola inclusiva (é impossível a escola pública ser inclusiva com os meios humanos disponíveis. Só está a ser inclusiva no papel, prejudicando todos sem exceção). Nos mais de 40 anos de democracia Portugal fez um caminho que se deve orgulhar no que à educação diz respeito. Cada ministro impôs a sua perspetiva e aquilo que considerava melhor serem os interesses do país. Certamente que este novo ministério não será diferente. A

questão dos manuais pode dizer-se que não vai mexer com a organização interna das escolas, nem com o seu funcionamento. Mas mexe seguramente com o orçamento das famílias e com o modo como a população vai olhar para a importância da educação no nosso país. K João Carrega _ carrega@rvj.pt

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crónica salamanca

Desmentir mentiras sobre la universidad pública 6 La mayoría de agencias de información para los medios de comunicación de masas, sean tertulias radiofónicas, periódicos de alcance nacional y tirada respetable, canales privados de televisión, seminarios de reflexión y debate económico, llevan ya mucho tiempo trasladando a oyentes, lectores, televidentes o interesados asistentes un tendencioso , mendaz y provocador mensaje explícito o subliminal sobre el desastre y despilfarro económico que representa para los ciudadanos la universidad pública, la red de establecimientos públicos de educación superior. La crítica y propuesta alternativa que se propala desde tales medios viene sostenida y resumida en una expresión fácil de decir y de muy suave y hasta placentera penetración para quien la escucha. No es otra que necesitamos protagonismo de “menos Estado y más sociedad”, un mensaje neoliberal que desea aplicar a los servicios públicos, incluida la universidad, el mismo mensaje competitivo de la empresa privada, donde prevalece el sálvese quien pueda, y donde los derechos de los trabajadores y usuarios no pintan nada, se ignoran. Prevalece el discurso de la ganancia, del éxito y rentabilidad económica, de la gestión empresarial eficaz y carente de escrúpulos, frente al discurso del servicio público y el derecho de todos a la educación superior, considerando fundamentalmente los méritos. Por tanto, lo deseable es que vayan desapareciendo las universidades públicas, o que sea aminorada su financiación, que acaben siendo mediocres por falta de recursos para personal, instalaciones y proyectos de investigación, y que se vea incrementada

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la matrícula de los estudiantes, con el consiguiente gravamen a las familias más humildes, y por tanto disuasorio para el acceso de los menos pudientes . Por el contrario, su apuesta simple es que existan universidades privadas en un mercado abierto de oferta y demanda, y quien pueda pagar que pague, y quien no pueda, que se aguante, salga de la universidad, o vaya a establecimientos mediocres. En resumen, ese discurso cargado de malicia y perversidad propone rentabilizar la universidad pública en términos estrictamente económicos, pero entendiendo éstos beneficios desde categorías de apropiación privada. Pero entrando también a debatir el problema desde criterios económicos, las universidades públicas no son deficitarias ni corrosivas para la economía y el bienestar de los ciudadanos que pagan sus impuestos, de la sociedad que sostiene los establecimientos públicos. Veamos solamente un ejemplo precioso que ilustra con extraordinario fundamento técnico y científico la afirmación resumida que antes hemos expuesto. El Consejo Social de la Universidad de Salamanca, órgano de participación y control de los recursos económicos de una universidad pública como la nuestra, tal como establece la ley para todas las universidades españolas, ha encargado un estudio riguroso sobre los beneficios económicos que genera a la sociedad la histórica Universidad de Salamanca. No se abordan en el trabajo cuestiones sin duda centrales para cualquier universidad como la calidad y éxito de sus alumnos egresados en un gran número de campos científicos (sociales, hu-

manidades, biosanitarios, científico experimentales, tecnológicos) vayan donde vayan a caer o ejercer su profesión. Tampoco se analizan aquí los beneficios resultantes para la ciencia, la investigación básica y aplicada, el desarrollo tecnológico, o la mejora de las condiciones educativas y sociales de la humanidad o del territorio próximo. No se contemplan los beneficios sobre la cultura de la comunidad local, nacional o internacional, la producción artística, literaria, el plano de la creatividad, de la reflexión y mejora de los derechos del hombre en cualquiera de sus manifestaciones. El estudio que recientemente se ha presentado lleva por título “La parte y el todo. El impacto económico de la Universidad de Salamanca”, y ha sido elaborado por el equipo de economistas que ha dirigido el catedrático Rafael Muñoz Bustillo, y formado por Rafael Bonete Perales, Miguel Carera Troyano, Fernando Esteve Mora y Rafael Grande Martín. Esta rigurosa investigación parte de la presentación previa del contexto donde se inserta la universidad salmantina, mostrando su posición clave para el desarrollo social y económico del mismo. Se abordan capítulos como los beneficios económicos que genera la presencia de un elevado número de estudiantes en las aulas y en la ciudad (y poblaciones de proximidad), con los gastos y demandas derivadas en alimentación, hospedaje, transporte, consumo cultural. Se analizan variables derivadas del funcionamiento directo de la institución y que benefician a la economía social próxima, tales como los generados por profesores e investigadores, por personal de administración y servicios.

Publicação Periódica nº 121611 Dep. Legal nº 120847/98 Redacção, Edição, Administração Av. do Brasil, 4 R/C Apartado 262 Telef./Fax: 272324645 6000-909 Castelo Branco www.ensino.eu ensino@rvj.pt Director Fundador João Ruivo ruivo@rvj.pt Director João Carrega carrega@rvj.pt Editor Vitor Tomé vitor@rvj.pt Editor Gráfico Rui Rodrigues ruimiguel@rvj.pt

Y todas las afirmaciones vienen sustentadas en contundentes referencias estadísticas, cuadros de información, gráficos , mapas conceptuales, que confirman la solidez del estudio en su procedimiento técnico y metodológico, pero también en la relevancia de las conclusiones obtenidas. El resultado de esta investigación es demoledor para tesis fáciles y minusvalorantes para la universidad pública, como sucede con la de Salamanca. Hoy solamente mencionamos una de las conclusiones más taxativas: “la Universidad de Salamanca genera más de seis euros de producción por cada euro que recibe de las Administraciones Públicas”. Que el lector deduzca, y que juzgue el afán deconstructivo que en los últimos años la Consejería de Educación viene exigiendo al presupuesto anual de la universidad, año tras año. Ignorancia, malevolencia y mentira, procedentes de un discurso político neoliberal, que trabajos solventes como el que comentamos desmienten sin arrogancia ni palabras vanas, sino con datos e informaciones oficiales que son interpretados desde las ciencia sociales, de la economía en este caso. K José Maria Hernández Díaz_ Universidad de Salamanca jmhd@usal.es

Serviço Reconquista: Agostinho Dias, Júlio Cruz, Cristina Mota Saraiva, Artur Jorge, José Furtado e Lídia Barata Serviço Rádio Condestável: António Reis, José Carlos Reis, Luís Biscaia, Carlos Ribeiro, Manuel Fernandes e Hugo Rafael. Castelo Branco: Tiago Carvalho Guarda: Rui Agostinho Covilhã: Marisa Ribeiro Viseu: Luis Costa/Cecília Matos Portalegre: Maria Batista Évora: Noémi Marujo noemi@rvj.pt Lisboa: Jorge Azevedo jorge@rvj.pt Nuno Dias da Silva Paris: António Natário Amsterdão: Marco van Eijk Edição RVJ - Editores, Lda. Jornal Reconquista Grafismo Rui Salgueiro | RVJ - Editores, Lda. Secretariado Francisco Carrega Sílvio Mendes Relações Públicas Carine Pires carine@rvj.pt Colaboradores: Albertino Duarte, Alice Vieira, Antonieta Garcia, António Faustino, António Trigueiros, António Realinho, Ana Castel Branco, Ana Caramona, Ana Rita Garcia, Belo Gomes, Carlos Correia, Carlos Semedo, Cecília Maia Rocha, Cristina Ribeiro, Daniel Trigueiros, Dinis Gardete, Deolinda Alberto, Elsa Ligeiro, Ernesto Candeias Martins, Eugénia Sousa, Fernando Raposo, Florinda Baptista, Francisco Abreu, Graça Fernandes, Helena Menezes, Helena Mesquita, Joana Mota (grafismo), Joaquim Cardoso Dias, Joaquim Serrasqueiro, Joaquim Bonifácio, Joaquim Moreira, João Camilo, João Gonçalves, João Pedro Luz, João Pires, João de Sousa Teixeira, João Vasco (fotografia), Joaquim Fernandes, Jorge Almeida, Jorge Fraqueiro, Jorge Oliveira, José Felgueiras, José Carlos Moura, José Pires, José Pedro Reis, Janeca (cartoon), José Rafael, Luís Costa, Luis Lourenço, Luis Dinis da Rosa, Luis Souta, Miguel Magalhães, Miguel Resende, Maria João Leitão, Maria João Guardado Moreira, Natividade Pires, Nuno Almeida Santos, Pedro Faustino, Ricardo Nunes, Rogério Ribeiro, Rui Salgueiro, Rute Felgueiras,Sandra Nascimento (grafismo), Sérgio Pereira, Susana Rodrigues (U. Évora) e Valter Lemos Contabilidade: Mário Rui Dias Propriedade: RVJ - Editores Lda. NIF: 503932043 Gerência: João Carrega, Vitor Tomé e Rui Rodrigues (accionistas com mais de 10% do Capital Social) Assinantes: 15 Euros/Ano Empresa Jornalistica n.º221610 Av. do Brasil, 4 r/c Castelo Branco Email: rvj@rvj.pt Tiragem: 20.000 exemplares Impressão: Jornal Reconquista - Zona Industrial - 6000 Castelo Branco

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“Pedagogia (a)crítica no Superior” (IX)

O mito da idade na constituição de turmas 7 «Educar é a ternura de transferir saber dos adultos aos mais novos.» (Raul Iturra, 2011) Há um mito, na generalidade dos sistemas educativos, que tem passado incólume ao longo de gerações; e nem as ciências da educação, apesar da imensa investigação realizada, alguma vez o questionou de forma séria. A evidência empírica não tem alterado a política e a prática ancestral de organizar as turmas por coortes de idade. Outra homogeneidade, a sexual, caiu com o boom escolar decorrente da revolução de Abril. Por isso, nos dias de hoje, a única variável que, para as autoridades, continua a justificar a organização de turmas nas suas escolas é a idade. E assim o fazem desde o Préescolar ao Superior. Sabemos, por exemplo, que apesar de rapazes e raparigas de uma turma do 3º ciclo terem a mesma idade, tal não corresponde a iguais níveis de maturação física, psicológica e emocional. Os alu-

nos aprendem mais e melhor em grupos de idade equivalente? Pelo contrário, a aprendizagem entre pares, torna-se, nesses casos, muito limitada pois as experiências de vida dos alunos são sensivelmente do mesmo tipo. Esta era uma questão a que o Prof.S. voltava com frequência, nas suas reflexões pedagógicas. Ainda mais, desde que passou a ter os, institucionalmente, designados como “novos públicos”: «maiores de 23 anos» e os que ingressam no Superior como forma de combater o ‘síndrome do ninho vazio’, de suportar melhor a viuvez ou de ocupar o seu (agora) imenso ‘tempo livre’. Como metodologia de análise, o Prof.S examinava a sua história de vida e, em especial, o seu percurso escolar e procurava aí as linhas de continuidade e ruptura com os hodiernos tempos. Não andara no jardim-de-infância (a escola, naqueles anos do pós-guerra, só se iniciava aos 7 anos de idade). Na primária, cada uma das salas tinha dois grupos etários (os da 1ª e 3ª classes, os da 2ª e 4ª; a dife-

rença de dois anos, naquelas idades, notava-se bem). No liceu, o 1º F, onde a sorte o colocara, estava cheio de alunos mais ‘velhos’ (ele era o benjamim numa turma de repentes, com experiências escolares e de vida bem diversas). Na universidade, os «alunos voluntários» e os funcionários coloniais vindos à metrópole, de ‘licença graciosa’, para obterem a licenciatura e chegarem ao almejado «chefe de posto», foram a companhia adulta com quem conviveu e aprendeu muito para além das matérias estritamente académicas. Para lá disso, a rua, na infância e adolescência, era o espaço de brincadeira por excelência, intenso nas interacções e aprendizagens entre ‘miúdos e graúdos’: foram os mais velhos que lhe ensinaram, por exemplo, a andar de bicicleta, a nadar, a jogar futebol,… No tempo presente, o Prof.S. comparava as suas turmas de 1º ano (CTeSP e Licenciatura) e davase conta que naquelas onde havia gente ‘senior’ o clima de trabalho e aprendizagem era muito mais

produtivo e gratificante. Esses estudantes escreviam mais e melhor (praticamente sem erros). Como eram empenhados, cumpridores e cooperantes, os grupos onde entravam produziam trabalhos de maior qualidade e faziam apresentações de outro nível. Eram eles que ‘puxavam’ pelos colegas e, como consequência, a ‘fasquia’ subia. Quando presentes na aula, alteravam, por completo, o ambiente de estudo: evitavam, na maior parte das vezes, que o clima se deteriorasse, resvalando para comportamentos ‘estilo secundário’ que, paulatinamente, vinham a instalar-se no Superior como efeito da massificação e de uma adolescência prolongada (os rapazes, em especial, tardavam a entrar no «estádio irónico», enunciado por Kieran Egan). E, fora das aulas, ainda que não alinhassem com eles nas praxes, funcionavam como guias, conselheiros, tutores,… uma espécie de ‘pais académicos’. Era esse grupo de estudantes que, nas aulas, mais entravam em diálogo consigo, mais o questionavam e o

desafiavam em termos científicos. Animavam os debates e davamlhes outra profundidade. Muitas vezes, parecia que estava a ‘dar a aula’ só para eles. Eram esses estudantes, em particular, que o faziam sentir-se «mestre» enquanto que para os restantes não passava de um «pastor» (tipologia de Paola Mastrocola, Eu até sei voar: romance do quotidiano de uma professora, 2001:136). O Prof.S. era forçado a concluir que, nas ciências sociais, a experiência de vida é, de facto, uma ‘mais-valia educativa’. K Luís Souta _ luis.souta@ese.ips.pt Este texto está redigido segundo a “antiga” e identitária ortografia _

CRÓNICA

Cartas desde la ilusión 7 Querido amigo: Mi última carta acababa así (perdona que reproduzca las últimas líneas, pero creo que merece la pena, a propósito de la reflexión que te propongo hoy): “Sé que es fácil teorizar, pero creo que de una buena teoría nacerá una buena práctica. Las buenas prácticas no surgen de la nada, del capricho, del “a ver qué hago ahora”, etc., sino de una convicción arraigada en el propio ser del educador. Se puede intuir, por lo que te he dicho, que volvemos a plantearnos la dinámica completa de la acción educadora: 1) “saber qué” (la propia experiencia nos lo dictará y nos lo enriquecerá), 2) “saber cómo” (la valoración de la práctica educativa nos irá informando del impacto de nuestra actuación diaria), 3) “saber ser” (aceptarnos como somos y creer en nuestras posibilidades de cara a nuestros alumnos y a la mejora de nuestra actuación) y 4) “saber estar” (compartir con nuestros colegas nuestras inquietudes, nuestras dudas, nuestros errores -¿por qué no?-, nuestros éxitos... y solicitar lo mismo de ellos)”. Es que hoy quiero comentarte algo que ha aparecido en la prensa como reportaje/entrevista de uno

más de los “gurus” de la educación que surgen por doquier cada cierto tiempo. En concreto, se trata de una entrevista que han hecho, hace unas semanas, a George Kembel, cofundador de la d.school de Stanford. Este profesional del aprendizaje, afirma que “se aprende haciendo, y no escuchando a un profesor”. Desde mi punto de vista, es uno más de los transmisores de mensajes educativos falaces (hay otros muchos que tanto tu como yo conocemos). Este mensaje (titular del artículo de prensa) me parece falaz porque se queda corto en cuanto a lo que se refiere a la acción educativa. Realmente, resulta fácil lanzar eslóganes llamativos y, en cierta medida, cautivadores, que “tocan” nuestra sensibilidad. Pero, si analizamos un poco en profundidad, vemos que se quedan en mera palabrería (como se dice ahora, “mucho lirili y poco lerele”). Me explico. En primer lugar, cuando yo era más joven y estaba estudiando mi licenciatura de Psicología, pude comprobar que hasta las ratas aprendían haciendo, sin escuchar a ningún profesor. Por tanto, esta afirmación me parece trivial desde

el punto de vista educativo (aunque no desde el punto de vista del aprendizaje; conviene distinguir aprendizaje y educación; por eso, te he presentado a este personaje, unos párrafos más arriba, como profesional del aprendizaje, no como profesional de la educación, por más que él pueda creer lo contrario). Por otra parte, la filosofía de este profesional del aprendizaje parte del siguiente principio: “La clave es teorizar menos y actuar más. Basar el aprendizaje en experiencias reales y no en lecciones magistrales”. A mi modo de ver, lo correcto, la clave, sería entender las lecciones magistrales como propuestas-guía de aprendizaje basadas en el desarollo de estrategias frente a los problemas de la vida real. Y no debemos olvidar que toda estrategia se basa en una teoría (o en varías). Por tanto, convendría matizar la expresión “teorizar menos” porque puede conducir al equívoco del “todo vale” sin una teoría, lo que nos llevaría a promover el aprendizaje “al azar”, es decir, “por ensayo y error”. Por el contrario, todo aprendizaje se basa en una programación y planificación en función de hipótesis (cuyo entramado constituye una teoría) que acaban en un conjun-

to de propuestas (teorías) que se habrán de comprobar (y, posteriormente, valorar desde el punto de vista de su eficiencia). De hecho, este profesional del aprendizaje acaba reconociendo que, en el fondo, los alumnos “hacen de la incertidumbre su fuente de trabajo”. Que yo sepa, la incertidumbre no es un “hacer para aprender”, sino una situación desconocida que nos lleva a investigar las posibilidades de encontrar la(s) solución(es) adecuada(s). Y esto no se consigue, simplemente haciendo, sino, sobre todo, pensando. Pero, en muchas ocasiones, tras el análisis de las situaciones reales, el pensamiento surge de la emocionalidad. En este sentido, siempre recordaré la actuación paradigmática del inventor de la fregona (fallecido hace ya algún tiempo): creo que la idea de este inventor no surgió del “hacer”, sino del “sentir”, es decir, de su valoración de la situación del ama de casa que se arrastraba por los suelos limpiando y fregando un día tras otro... Si este inventor no hubiese sido “sensible” al trabajo y, en cierta medida, sufrimiento diario, del ama de casa, posiblemente no hubiese inventado la fregona. Es seguro que él no fregaba los suelos de

su casa, pero sí se sintió interpelado emocionalmente por los problemas de salud de la mujer. A mi manera de ver, de ahí surgió la fregona. Finalmente, para este profesional del aprendizaje, parece ser que la innovación surge del hacer (da la impresión de que es la intención de su comunicación). Creo que el pensamiento creativo surge en un ambiente más complejo que incluye no sólo la acción, sino también la reflexión sobre la acción (pro-activa y retro-activa), la emocionalidad, la espontaneidad, el optimismo, la creencia en las propias posibilidades... y, además, como decía Henri Wallon, un “período de incubación”. Esto es lo que, creo, deberíamos transmitir los profesores a nuestros alumnos en nuestra interacción diaria dentro de la dinámica del “saber qué”, del “saber hacer”, del “saber ser”, y del “saber estar”. Siento no poder seguir, aunque este tema me apasiona. Hasta la próxima, como siempre, ¡salud y felicidad! K Juan A. Castro Posada _ juancastrop@gmail.com

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António Raminhos

“A única exigência que faço é ir ver o Benfica” 7 O humorista António Raminhos anda a percorrer o país com “As Marias”, um espetáculo onde leva o público numa viagem pelos dramas e peripécias que todos passamos na infância, adolescência, casamento e paternidade. A família assume, na vida e em palco, o papel central.

ta malta que eu via nesse programa com quem hoje trabalho, bebo copos, com quem partilhei já a cama… mas no bom sentido (risos). Há pouco tempo comentou que brincar com o futebol é especialmente propício a ferir susceptibilidades. A mentalidade em Portugal no que toca a adeptos do futebol é complicada? Acho que não acontece só cá. Mas as únicas vezes que fui ameaçado a sério foi por brincadeiras relacionadas com o futebol. Eu escrevia artigos muito parvos para a revista “Maxmen” e houve uma altura em que resolvi escrever três artigos: um sobre o que é ser benfiquista, outro sobre o que é ser sportinguista e um terceiro sobre o que é ser portista. Em resposta ao artigo benfiquista não recebi nada, no que toca ao artigo sportinguista recebi uma ou outra coisa e no caso do portista recebi muitas ameaças. A todas as pessoas que me escreveram eu expliquei que aquilo era humor, pelo que estava obviamente a exagerar e tinha feito o mesmo com os três clubes.

O espetáculo “As Marias” utiliza vídeos das brincadeiras que tem no dia-a-dia com as suas duas filhas. Como surgiu a ideia? Eu já tive as minhas filhas a pensar nos espetáculos (risos). Mais a sério, comecei a fazer os vídeos por acaso. Tinha esse hábito de gravar as nossas brincadeiras, mas enviava os vídeos só para a minha mulher. Um dia resolvi pôr na internet e a coisa correu bem. A história dos vídeos surgiu aí. O espetáculo nasceu num dia em que simplesmente comecei a pensar “como é que eu posso transportar isto para o stand-up comedy?”. Decidi, então, fazer uma espécie de workshop, quase uma palestra com apresentação powerpoint onde vamos seguindo um enredo. A ideia tem funcionado muito bem. É um espetáculo que tem enchido salas de norte a sul do país. Vai continuar até quando com apresentações d’ “As Marias”? Teoricamente era para terminar no dia 19 de março. Mas continuo a receber convites e acho que vou ter de continuar a fazer isto, pelo menos mais uns tempos… para aí até elas terem 18 anos. Já tem ideias para construir outra apresentação? Se for no mesmo registo de apresentação, agora gostava de não fazer sobre as miúdas. Mas ainda não pensei nisso e sou muito de impulsos. Neste momento está em diversas frentes. Com o espetáculo d’ ”As Marias” nos teatros, com o concurso “Arena da Mentira” no Canal Q e ainda o espetáculo “Três é Demais” com o Luís Filipe Borges e o Marco Horácio. O dia é sempre muito agitado? Sim, felizmente pelo trabalho que vou tendo, infelizmente porque é menos tempo que passo em casa com as minhas filhas. Porque a minha vida é dividida entre trabalho e casa. Não sou gajo de andar nos copos, a única exigência que eu faço é ir ver o Benfica (risos). Outra aventura é o programa “5 para a Meia-Noite”, onde vai colaborando. Já estou há 6 ou 7 anos no “5 para a Meia-Noite”, com o qual continuo a colaborar. Mas há outros projetos como o “Arena da Mentira”, concurso no Canal Q que já acabei de gravar e é muito divertido. Acho que é o melhor concurso televisivo neste momento, ou pelo menos o mais parvo. E quem sabe poderá surgir em breve um

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outro projeto. Igualmente no meu registo, ou seja, muito estranho, que vai ser muito bom ou muito mau ou tão mau que é bom. A primeira plataforma que lhe deu visibilidade foi o “5 para a Meia-Noite”. O programa começou na RTP2 e passou para a RTP1. Essa transição e a visibilidade resultante foram importantes? Sim. Era um programa de nicho na RTP2, e quando foi para a RTP1 ganhou outra dimensão. Mantivemos o mesmo registo apesar da transição. Acho que é daqueles formatos que se for bem trabalho e bem defendido pode durar ainda bastantes anos na televisão portuguesa. Mas houve outro programa que acabou por me projetar, que é o “Dança com as Estrelas”. Levou-me a outro tipo de pessoas que não conheciam o meu trabalho e passaram a conhecer. Estou muito grato por ter participado embora nunca mais na vida vá dançar. Seria interessante existir hoje um programa só de stand-up comedy como acon-

teceu com o “Levanta-te e Ri?” Acho que sim e, muitas vezes, fala-se disso. Temos muita malta nova a fazer comédia stand-up. Agora é a altura ideal para aparecer um programa desses, Quando apareceu o “Levanta-te e Ri” havia muitos valores, mas era gente que praticamente só atuava na televisão porque eram poucos os sítios para fazer espetáculos de stand-up. Agora com tanta malta a fazer stand-up era interessante apostar nisso. É uma falha das televisões. Às tantas, para se apostar nesse formato, só com um 760 à mistura para a malta ganhar prémios em cartão. O “Levanta-te e Ri? abriu, ainda assim, muitas portas no stand-up comedy. Sim. É engraçado que comecei a fazer stand-up quando terminou o programa. Tive um azar do caraças! Tanto que a minha primeira atuação em televisão foi no “Sempre em Pé”, na RTP2, um formato parecido, mas sem a mesma dimensão do programa da SIC. O “Levanta-te e Ri” deu sobretudo a conhecer a comédia stand-up. Há mui-

Respondeu pessoalmente? Sim, e é engraçado que depois de eu enviar estas cartas a maior parte das pessoas respondeu-me, até houve uma que pediu desculpas e acabou por me dar os parabéns pelo texto, dizendo que estava muito engraçado. Ou seja, refilou comigo mas afinal até tinha gostado. Muitas vezes as pessoas até gostam, mas estão mais habituadas a sentirem-se indignadas. Com medo de se rirem das coisas, preferem indignar-se logo desde início. K Entrevista: Hugo Rafael _ BRAIN Entertainment Group H Texto: Tiago Carvalho _

A RÁDIO NO SEU MELHOR! Há 30 anos perto de si... Cernache do BonJardim | Tel. 274 800 020 | geral@radiocondestavel.pt


edições

Novidades literárias 7

LIVRO.

OFICINA DO

D. Afonso Henriques, o Primeiro Herói, de José Carlos de Oliveira. Afonso Henriques nasce com uma perna enferma, imprestável, e é entregue aos Moniz, que o levam da corte para as terras dos de Ribadouro. Cresce sagaz e escorreito, por intervenção divina ou por engenho. Quando conhece a mãe tem 16 anos, porte sem defeito e poderoso; os traços são duros, algo rurais, mas temperados pelos olhos de um azul intenso e profundo. D. Teresa impressiona-se e confirma-o herdeiro do trono do Condado.

MARCADOR. 13 Horas, de Mitchell Zuckoff. Este livro é o relato real e lancinante dos homens corajosos que resistiram no terreno durante a batalha de Benghazi. Aconteceu na noite de 11 de Setembro de 2012, quando atacaram o Complexo da Missão Especial do Departamento de Estado dos EUA e um posto da CIA próximo, conhecido como o Anexo, em Benzaghi, na Líbia. Uma equipa de seis operadores de segurança americanos deu o seu melhor para repelir os atacantes e proteger os americanos que ali se encontravam. D.QUIXOTE.

Os Navios da Noite, de João de Melo. Sujeito a tortura, o preso político confessa segredos reais e imaginários, sofrendo com o estigma da traição durante o resto dos seus dias. O velho sacerdote cai na loucura, sob o peso dos inúmeros pecados que lhe foram confessados ao longo de uma vida de pároco. A professora, que regressa do estrangeiro ao fim de anos de ausência, não reconhece o seu país e rende-se a um segundo exílio, mais cruel. O viúvo solitário que dá de comer a uma criança andrajosa é proclamado profeta e redentor dos desvalidos, mas acorda desse sonho de salvação para a evidência do real, onde não existe esperança nem compaixão.

CASA DAS LETRAS. D. Sebastião e o Vidente, de Deana Barroqueiro. As vidas de el-rei D. Sebastião e Miguel Leitão de Andrada entrelaçam-se desde o nascimento até ao desastre de Alcácer-Quibir. O rei-menino, corajoso mas ingénuo, e o leal fidalgote de Pedrógão Grande, reconhecido na região como vidente e protegido de Nossa Senhora da Luz, vêem-se implicados numa secreta e perigosa intriga de espionagem, com contornos sexuais. K

gente & livros

Enrique Vila-Matas 7 Enrique Vila-Matas é um premiado escritor espanhol, autor de obras como “História Abreviada da Literatura Portátil”, “Dr. Pasavento”, “Dublinesca” ou “Ar de Dylan”. Nasceu em Barcelona em 1948 . Em 1968 foi viver para Paris, auto exilado do governo de Franco e à procura de maior liberdade criativa. “O apartamento onde se instalou foi-lhe alugado pela escritora Marguerite Duras. Durante esse anos subsistiu realizando pequenos trabalhos como jornalista para a revista ‘Fotogramas’, e chegou a colaborar como figurante num filme de James Bond”, escreve o portal Wook. Vila-Matas publicou o seu primeiro livro, “La Asesina Ilustrada”, em 1977, e desde então não mais deixou de escrever, pois, segundo o próprio, “escrever é corrigir a vida, é a única coisa que nos protege das feridas e dos golpes da vida.” O mesmo portal escreve que “com a publicação de ‘História Abreviada da Literatura Portátil’, o autor espanhol começou “a ser reconhecido e admirado no âmbito internacional, especialmente nos países latino-

-americanos e Portugal”. As suas obras são uma mescla de ensaio, crónica jornalística e novela. A sua literatura, fragmentária e irónica, dilui os limites entre a ficção e a realidade. Vila-Matas tem vindo a desenvolver uma vasta obra narrativa que se encontra tradu-

zida em, pelo menos, nove idiomas, refere ainda o Wook. Atualmente é um dos escritores espanhóis mais elogiados pela crítica nacional e internacional. K Tiago Carvalho _ Lisbeth Salas H

Ensino Magazine parceiro oficial

IPCB faz conferência internacional 6 O Instituto Politécnico de Castelo Branco realiza, de 29 de junho a 1 de julho, a International Conference Regional Helix 2016, a qual tem como media partner o Ensino Magazine. Luís Farinha, que com Domingos Santos, coordena o evento, explica que o evento “pretende analisar e discutir as diversas dimensões que se associam ao conceito da TripleHelix, dando um especial relevo ao potencial que envolve na promoção da competitividade de territórios periféricos com problemas estruturais de desenvolvimento”. Aquele responsável explica que a conferência será mais ampla e destaca o “prestigiado leque de oradores nacionais e internacionais presentes, casos de Judith Terstriep, da Westphalian University, Marina Ranga, da Standford University, Paulo Benneworth, da University de Twente, Phiplip Cooke, da Cardiff University, Artur Rosa Pires, da Universidade de Aveiro, Manuel Godinho, do ISEG, Mário raposo, da UBI ou Pedro Dominguinhos, do Politécnico de Setúbal, entre outros”. O evento decorrerá na Avenida do Empresário, num espaço de interação entre o “Centro de Empresas Inovadoras, a Associação Empresarial da Beira Baixa e as três escolas do IPCB situadas no Campus da Talagueira (Tecologia, saúde e Artes Aplicadas), para além da Associação Comercial e Empresarial da Beira Baixa. Luís Farinha lembra que “a iniciativa é transversal a todos setores de atividade”. A data limite para submissão dos papers é 15 de abril e a conferência dispõe já de uma página específica: http:// helix2016.ipcb.pt.

Luís Farinha, co-coordenador

De referir que a conferência tem para além da comissão organizadora, dois comités. O nacional é composto pelos in-

vestigadores Ana Margarida Fernandes, Ana Rita Garcia, António Fernandes, Deolinda Alberto, George Ramos, João Valente, Luís Neto, Marcelo Calvete, Nuno Caseiro, Nuno O. Fernandes, Paulo Gonçalves, Pedro Torres, Rogério Dionísio e Sara Brito. O internacional integra os investigadores Marina Ranga, da Stanford University, Estados Unidos; Judith Terstriep, IAT, Alemanha; e Marta Peris-Ortiz, Politechnic University of Valencia, Espanha; para além das instituições National Institute of Research and Development in Mechatronics and Measurement Technique – Bucharest (Roménia)| e Regional Cluster Bucharest – Ilfov «MECHATREC» (Roménia) e The Portuguese Engineering and Tooling Cluster (Portugal). Já o secretariado está a cargo de Cristina Bento, do IPCB. K

O Centro de Empresas Inovadoras é um dos espaços da conferência

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press das coisas

pela objetiva de j. vasco Não me basta contribuir para o Banco Alimentar

ASUS ZenPad 10 3 O design deste tablet transporta influências modernas e uma aparência simples e limpa que lhe proporciona um encanto elegante e universal. Estes elementos são inspirados na filosofia Zen que equilibra a beleza e a resistência. Custa: 189,99 euros. K

Anaquim “Um Dia Destes” 3 Os Anaquim estão de voltam aos álbuns de originais com “Um Dia Destes”, um disco com 12 temas que conta com participações de Jorge Palma, Luísa Sobral, Quiné Teles, Daniel Tapadinhas e Gabriel Gomes. “Sou Imune ao Teu Charme” é o single de apresentação. K

Prazeres da boa mesa

Crepes de Legumes Oriental com Gengibre e Soja 3Ingredientes:

sa fillo, etc…

8 uni Folhas de Crepe 300 gr Couve Lombarda 150 gr Cenoura 150 gr Rebentos de Soja 1 uni Alho Francês 1 c.s. Óleo de Sesamo 15 gr Gengibre 10 gr Alho picado 1 uni Clara de Ovo q.b. Oleo p/ Fritar q.b. Molho de Soja q.b. Sal e Pimenta de Moinho Preparação: Começe por preparar os vegetais, cortando todos os legumes em juliana, tendo sido previamente lavados. Escolha os rebentos de soja, e repita o processo de lavagem. Num wok verta um fio de óleo, junte o gengibre e o alho e deixar refogar. Acrescente os legumes e deixar cozinhar lentamente. Tempere com o molho de soja e reserve. Estenda as folhas dos crepes, e coloque sobre cada uma um pouco de legumes. Pincele a toda a volta os crepes com a clara, feche as extremidades laterais e depois enrole os cre-

+ info: O molho de soja é um molho fabricado a partir de uma mistura de grãos de soja fermentados pelos bolores Aspergillus oryzae, um cereal torrado, água e sal marinho. É amplamente utilizado na culinária japonesa e chinesa no preparo de pratos como yakisoba e também utilizado para acompanhamento como no sashimi. Contém proteínas e vitamina B. Em virtude de ter grande quantidade de sódio, deve ser consumido com moderação. K pes. Depois de terminar, passe os crepes por farinha e frite os mesmos em óleo abundante. Sirva a gosto com molho de soja. Dica: Podem ser feitos com massa de arroz, massa brick, mas-

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Chef Mário Rui Ramos _ (Chef Executivo)


Bocas do Galinheiro

A cada um a sua canção

thefilmspectrum.com H

coisa por outro ângulo. Quando se ouve o tema de James Bond, composto por Jonh Barry, não interessa qual, nem que seja o que está para vir, todos nos identificamos com os filmes do espião com licença para matar, apesar de cada um deles ter uma canção que o individualiza: quem não se recorda de Diamonds Are Forever, cantada por Shirley Bassey, Goldeneye, por Tina Turner, Live and Let Die, por Paul McCartney e os Wings ou a mais recente, Skyfall, por Adele? Se ouvirmos as bandas sonoras de John Williams, rapidamente as associamos à saga “Star Wars”, a “Salteadores da Arca Perdida” e aos “Superman”, bem como, se quisermos relembrar Hitchcock, a música

de Bernard Herrmann é indissociável da atmosfera dos seus filmes. E por aí adiante. Outros grandes êxitos da música foram-se apropriando de alguns filmes em que fizeram parte da banda sonora. Cá em casa quando passa na televisão “O Casamente do Meu Melhor Amigo”, é ritual esperar pela cena em que Rupert Everett conta a história do seu pretenso namoro com Julia Roberts cantando I Say a Little Prayer, imortalizada por Dionne Warwick, sendo que todos os comensais se juntam à canção, bem como o resto do restaurante, a fazer lembrar a cena de “Ferris Bueller’s Day Off” (O Rei dos Gazeteiros), em que Matthew Broderick canta Twist

and Shout, numa parada, até aí apenas nos trazia à cabeça os Beatles, e que a pouco a pouco envolve toda a gente num dos primeiros flash mob do cinema. Memorável cena deste filme de John Hughes. Memorável também é a cena da bicicleta de “Butch Cassidy and The Sundance Kid” (Dois Homens e Um Destino), com Paul Newman e Katherine Ross ao som de Raindrops Keep Fallin’ on my Head, de Burt Bacharach, Oscar para melhor canção. Depois, bem, depois temos uma inesgotável lista daqueles grandes êxitos, que já o eram com ou sem filme mas que estão lá: como Mrs. Robinson, de Simon and Garfunkel dá cor a “The Graduate” (A Primeira

Noite), Born To Be Wild, dos Steppenwolf, da banda sonora de “Easy Rider”, esse incontornável road movie dos anos de 1960, música adoptada como hino pelos motards; I Will Survive, de Gloria Gaynor, um dos êxitos, associados a drag queens, que passa por “Priscilla, Rainha do Deserto”, My Girl, interpretada pelos The Temptations em “O Meu Primeiro Beijo” (My Girl) com o então, garantidamente, promissor Macaulay Culkin, What a Wonderful Worl, esse hino de Louis Armstrong, mais que inesperado êxito no não menos improvável “Good Morning Vietnam” ou Johnny B. Good, de Chuck Berry, em “Regresso ao Futuro”, com direito a precuela dela própria, com um primo do autor a “pôlo” a ouvir aquele novo som, que era o seu, ou Unchained Melody, interpretada pelos The Righteous Brothers em “Ghost Há ainda aquelas canções cujo êxito ao filme o devem, como Over the Rainbow, interpretada por Judy Garland no “Feiticeiro de Oz”, New York, New York, do filme do mesmo nome de Martin Scorcese, cantada por Liza Minnelli, My Heart Will Go On, na voz de Céline Dion em “Titanic”, também ela Oscar para a melhor canção ou Take My Breath Away, interpretada pelos Berlin, que pouco valeria se não fizesse parte da banda sonora de “Top Gun”. Haveria mais? Uf!, se havia. Desde logo algumas portuguesas como O Fado do Estudante de “A Canção de Lisboa”, do inesquecível Vasquinho da Anatomia, Vasco Santana. Se voltarmos ao tema, temos que começar por aqui. Até lá e bons filmes! K Luís Dinis da Rosa _

Cartoon: Bruno Janeca H Argumento: Dinis Gardete _

7 Há músicas cuja ligação ao cinema, ou melhor, a um filme, é absoluta. Quase diria que não viveriam sem ele, quando algumas delas existiam muito antes de as ouvirmos no grande écran. O certo é que foram de tal forma marcantes que separados não têm razão de ser. Não falo, clara está daquelas associações óbvias, quando a canção é o título do filme, como seja A Hard Day’s Night, ou Help, dois temas mais conhecidos dos Beatles e que deram título a dois filmes dos fabulous four, realizados por Richard Lester, já para não falar de Singin’ In The Rain uma das canções do musical com o mesmo nome e que em Portugal se traduziu por “Serenata à Chuva”, essa obra prima de Gene Kelly e Stanley Donen, ou Hello Dolly!, também de Kelly. Mas, se a canção for As Time Goes By, quem não se lembra de “Casablanca” e do affair parisiense de Humphrey Bogart e Ingrid Bergman, apesar de a canção ser anterior ao filme? E já agora, Moon River, sinónimo de “Breakfast at Tiffany’s”, e de outro famoso par, Audrey Hepburn e George Peppard. E, se quisermos andar menos para trás, ao ouvir I Will Always Love You, cantada por Whitney Houston, toda a gente se lembra de “O Guarda Costas” e, porque não, de Kevin Coster. Mais uma envolta em romance. She, cantada por Elvis Costello, apesar de ter sido êxito na voz de Charles Aznavour, ficará ligada ao par Julia Roberts/Hugh Grant em “Notting Hill”, num moderno conto de fadas do avesso: o plebeu no final fica com a princesa, que é como quem diz a estrela. Podemos também abordar a

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Quatro rodas

Os carros conectados c Recebo todos os meses a revista ACP. Leio normalmente o editorial e retenho um ou outro artigo que acho interessante. Desta vez fixei-me nos aprazíveis cruzeiros de férias e num título enigmático que aproveitei também para esta crónica,” os carros conectados”. Se é verdade que o design dos carros nos últimos anos não tem evoluído muito, é na tecnologia, algo escondida, que a indústria automóvel tem feito evoluir as suas criações. Surge agora este conceito de carro conectado, cheio desta tecnologia escondia. Não tinha até agora ouvido esta designação por isso tentei perceber se era ou não uma designação já absorvida pela industria. Tal como o comum dos mortais fiz uma pesquisa, no Google e qual é o meu espanto quando a própria wikipédia já tem uma descrição daquilo que poderá ser um carro conectado.

Comparando os conceitos da wikipédia com as do artigo da revista ACP há algumas diferenças, no entanto tudo se resume a colocar um olho do “big brother” no carro de cada um. Não será propriamente um olho, mas uma completa gama de

setor automóvel Mini Cabrio chega em março 3 A nova geração do Mini Cabrio chega em março ao mercado português, com preços a partir dos 23 900 euros para a versão One 1.2 102 cv com caixa manual. O novo modelo contempla Servotronic, volante desportivo em pele, cruise control com função de travagem (nas versões Cooper S, SD e JCW), bancos desportivos JCW em tecido/dinamica (na versão JCW), ar condicionado, sensores de estacionamento traseiros, entre outras funcionalidades. K

sensores e intercomunicadores, que, para além de estarem ligados ao painel de controlo do carro, estão conectados em tempo real, ou por alarmística, a uma central de inteligência, que consegue interpretar estes dados, e acionar medidas. Podem ser avisos, “check

questions” ao condutor em caso de acidente provável, informações sobre proximidade de oficinas e por aí fora, numa panóplia infindável de serviços inovadores. Pura tecnologia ao serviço dos clientes, mas que tem como contra o facto de deixarmos a nossa privacidade, no armário da garagem. Passaremos a ser monitorizados onde quer que estejamos, impossibilitados de prevenir a utilização desses dados pessoais, porque pelos exemplos que vamos conhecendo a sua segurança é uma utopia. Resta saber se no futuro haverá espaço para os carros não conectados, se existirá a possibilidade das pessoas darem um passeio pela nacional 222 sem que uma qualquer central de inteligência, dispare para o painel de comando, por volta do meio-dia, sugestões para o almoço. Já será bom se não nos obrigarem a colocar dispositivos de

conectividade nos nossos carros clássicos, tantas são as restrições que os ameaçam. Vamos pois ver se conseguimos ficar livres do controlo deste “big brother” do século XXI. Segurança monitorizada ou liberdade de movimentação? Se cada um puder escolher já não é mau… K Paulo Almeida _ Direitos Reservados H Este texto não segue a nova ortografia _

Magazine dá cartas na Futurália 6 O Ensino Magazine esteve, de 16 a 19 de março na Futurália, um dos maiores certames de educação e juventude realizados em Portugal. Na FIL, no parque das Nações, em Lisboa, fomos visitados por milhares de pessoas, fizemos passatempos, tirámos fotografias, inaugurámos uma exposição de fotografia e recebemos a visita da secretária de Estado do Ensino Superior, Fernanda Rollo, e do presidente da Futurália, Eduardo Marçal Grilo. K

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Toyota mostra crossover em Genebra 3 O novo Toyota C-HR Concept será apresentado ao mundo no Salão de Genebra, na Suíça, que tem início no dia 1 de março. O automóvel será produzido em Sakarya, na Turquia. A unidade turca será a terceira fábrica da Toyota capaz de produzir híbridos fora do Japão. A produção deverá arrancar no final do ano. K

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Mercedes-Benz Classe E em abril 3 O novo Mercedes Classe E estará disponível no mercado a partir de abril, anunciou a marca. Terá duas versões diesel e uma a gasolina. O novo modelo tem preços que começam nos 57 650 euros, para a opção a gasolina E 200 com 184 cv. Entre as versões diesel, o E 220 d com 194 cv arranca nos 58 150 euros. Existem ainda o E 350 d com 258 cv, a partir dos 69 950 euros. Todos estes modelos contam com uma caixa automática de nove velocidades. K

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1- Inauguração do nosso expositor com a Secretária de Estado do Ensino Superior e o presidente da Futurália; 2 - Visita do presidente do Conselho Coordenador do Instituros Superiores Politécnicos; 3 - Diretor do Ensino Magazine participou no evento; 4 - Ensino Magazine, espaço multicultural; 5 - Exposição Internacional de Fotografia Ensino Magazine; 6 - O Ensino Magazine com os alunos da Escola Matias Aires, do Cacém, que colaboraram com o nosso jornal durante o evento.


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Universidade de Évora

Europa distingue investigadores 6 Os investigadores Nuno Marques e Mário Carvalho, da Universidade de Évora, foram galardoados com o prémio Land and Soil Management Award, atribuído a nível europeu ao projeto mais inovador no desenvolvimento da intensificação

sustentável da agricultura, pela European Landwoner´s Organisation (ELO). Em nota enviada ao nosso jornal, a universidade recorda que o seu Instituto de Ciências Agrárias e Ambientais Mediterrânicas desenvolve trabalho

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Castelo Branco

Treinador do Benfica é docente da ESE 6 Joel Rocha, treinador da equipa de futsal do Sport Lisboa e Benfica, é o novo docente convidado da Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Castelo Branco. O campeão nacional vai lecionar a Unidade Curricular de Desportos Coletivos - Futsal, ao curso de Desporto e Atividade Física. Rui Paulo, coordenador do curso, considera o contributo de Joel Rocha uma

mais-valia para a oferta formativa da Instituição e um meio privilegiado de promoção da modalidade.K

Covilhã

UBI debate era digital 6 A Universidade da Beira Interior (UBI) recebeu, dia 11 de março, um dos mais reputados especialistas da atualidade em Comunicação Política na Era Digital. Sob o tema “Estética, Imaginário e Política”, Wilson Gomes, Professor Titular da Universidade Federal da Bahia, usou o exemplo do Brasil e expôs a problemática da comunicação política nos nossos dias, numa aula aberta à comunidade. Wilson Gomes falou acerca do papel crescente que hoje as redes sociais têm na discussão pública sobre política, nomeadamente, no caso brasileiro, numa iniciativa promovida pelo LabCom.IFP - Comunicação, Filosofia e Humanidades. “Os ambientes digitais da chamada ‘internet social’, a internet de ambiente e convivência digital, funcionam hoje como grande repertório de mitos, de símbolos da po-

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de investigação no âmbito da agricultura de conservação. Como resultado do conhecimento adquirido o investigador Mário Carvalho desenvolveu juntamente com um grupo de empresários agrícolas, uma rede de desenvolvimento destes

lítica, como a grande ‘oficina’ da produção desses símbolos e desses mitos que as pessoas precisam de construir para a mobilização política, para produzir conteúdos sobre política”, referiu. Na opinião de Wilson Gomes, a política, no contexto destes ambientes sociais, caracteriza-se pela massificação, “que também significa democratização”, ou seja, passa a haver outras pessoas que “querem ‘jogar o jogo’ da política”. Para o docente, esta particularidade potenciada pelas redes sociais “traz consigo o amadorismo, a polarização, o comportamento belicoso (de guerrilha), que é muito mais forte nesses ambientes”. K

sistemas e a sua difusão na região. Uma das empresas agrícolas envolvidas no projeto é a Portalimpex de Nuno Marques, licenciado em Engenharia agrícola pela UE, que juntamente com o investigador Mário Carvalho concorreu

ao Land and Soil Management Award, prémio atribuído a nível europeu ao projeto mais inovador no desenvolvimento da intensificação sustentável da agricultura, pela European Landwoner’s Organisation (ELO). A candidatura portuguesa

intitulada “Creating new land and soil management opportunities under Mediterranean soil and climatic limitations” foi a vencedora, pois o júri considerou o projeto que desenvolveu os métodos mais inovadores e que conseguiu melhores resultados. K


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