Ensino Magazine nº 157

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Consultores e Serviços, Lda. Março 2011 Director Fundador João Ruivo Director João Carrega Publicação Mensal Ano XIV K No157 Distribuição Gratuita

www.ensino.eu Assinatura anual: 15 euros Autorizado a circular em invólucro fechado de plástico. Autorização n.º DE03052011SNC/GSCCS

entrevista a DANIEL HERNÁNDEZ RUIPÉREZ

Salamanca ganha Campus Internacional universidade

Faltam incentivos aos bons Professores

Silva Lopes, Ex-Ministro das Finanças e C p 16 e 17 Ex-Governador do Banco de Portugal considera que o sistema de incentivos que existe para a classe docente não é o mais adequado. Em vez do mérito premeia-se a antiguidade, acusa.

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Políticas e Políticos da Educação reúne entrevistas do Magazine

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Silva Lopes, economista

«Falta disciplina nas Escolas Portuguesas» 6 O ex-ministro das Finanças não tem dúvidas: Portugal não conseguirá sair desta situação de crise tão cedo e sem a ajuda externa. O endividamento continua a um ritmo galopante, muito devido aos investimentos dispendioPublicidade

sos em auto-estradas e estádios de futebol, mas o vício de pedir dinheiro emprestado está a terminar. Silva Lopes diz que resta continuar a apertar o cinto e fazer com que os ricos contribuam de forma mais substancial para o

sacrifício nacional. Sobre a educação, o ex-Governador do Banco de Portugal lamenta que peque, à semelhança de outros serviços públicos, pela ineficiência. Crítico impiedoso dos pedagogos e da falta de disciplina nas escolas,

Silva Lopes refere que são os grupos de interesse que dominam o Ministério da Educação. Define-se como um pessimista. Diz mesmo que estamos a atravessar a pior crise económico-

financeira das últimas décadas. Era previsível esta hecatombe? Esperava um cenário negativo, mas confesso que não tão mau como está a ser. Como é que aqui chegámos? Basicamente por duas razões: perdemos competitividade internacional e gastámos muito e mal. Quanto à questão da competitividade, a Europa, para onde as nossas exportações tinham acolhimento privilegiado, abriu as fronteiras aos países de leste e às nações não europeias e a concorrência aumentou bastante. Entretanto, o mercado nacional foi ocupado por empresas estrangeiras em áreas em que tínhamos produção. Foram factores que contribuíram para que o crescimento fosse muito reduzido de 2000 até aos dias de hoje. Por isso é que o rendimento em média disponível pelos portugueses pouco ou nada progrediu. E como explica que tivéssemos sido perdulários em período de vacas gordas? Apesar de não crescermos, o consumo não cessou. O consumo aumentou muito mais do que a produção. Por outro lado, o investimento registou uma tendência de queda nos anos recentes, inclusive no domínio da habitação. Apostou-se muito em investimento pouco eficiente e com escassa perspectiva de futuro. Seria preferível apostar na construção de uma fábrica competitiva com vista ao crescimento do país. Já para não falar dos grandes investimentos públicos, os materializados e outros idealizados, muitos deles com reduzida relação custo-benefício… O país encheu-se de auto-estradas, que reco-

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nheço é um investimento que traz grande comodidade para quem gosta de passear de norte a sul, mas sem grandes repercussões para o crescimento económico. Temos mais automóveis por habitante que os holandeses e os belgas. Passámos directamente da carroça e do burro, para o automóvel e a auto-estrada, mas no resto ficámos iguais. Cometeramse disparates enormes. Por exemplo, os estádios do Euro 2004. Em Leiria querem deitar o estádio abaixo. Defendo, meio a brincar, meio a sério, que se mantenha o estádio, a ganhar erva, para servir de exemplo à população de como se gasta dinheiro de forma perdulária. Seria um monumento à estupidez nacional. O endividamento foi muito grande. Anualmente estamos a gastar, em média, mais de 10 por cento do que aquilo que podemos. Isto é incomportável. A solução tem sido ir ao estrangeiro pedir emprestado, mas qualquer dia fecham-nos a torneira. E sobre os investimentos que estão em projecto? O TGV Lisboa-Porto é um disparate absoluto. Quanto à linha de alta velocidade entre Lisboa e Madrid, aqui fala o economista e o português, aceito, já que não gostaria de ver o TGV acabar em Badajoz. Não tenho dúvidas que vai dar prejuízo, mas Portugal pertence à União Europeia e não pode alhear-se disso. Pelo menos que sirva para transportar mercadorias em bitola europeia, de Lisboa até à Polónia ou à Finlândia. Isso era de utilidade fundamental. Aos erros estratégicos do Estado soma-se o descontrolo e desgoverno por parte dos particulares. Há algum fenómeno de imitação? Depois

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década de 80 termos tido uma alta taxa de poupança, especialmente quando os emigrantes enviavam para cá dinheiro, a taxa de aforro dos particulares é, provavelmente, uma das mais baixas da Europa. O mesmo se passa com o aforro do Estado e das empresas. Um país que insiste em viver à custa do empréstimo externo não consegue sair deste ciclo vicioso. Eu sinceramente pensava que a crise estalava por volta de 2005, o que teria sido melhor para nós.

O grande problema do apertar o cinto é que faz diminuir a produção nacional. Com a retracção do consumo, adquirese menos produtos produzidos cá, as famílias vão menos aos restaurantes, frequentam menos hotéis dentro de portas, etc. O resultado é o que já conhecemos: menos produção, menos crescimento e mais desemprego. O desemprego vai continuar a subir. O défice não é o maior problema que enfrentamos?

Teríamos recuperado mais cedo? Em 2005 as condições económicas mundiais eram melhores e a nossa dívida ainda não era tão avultada. Seria mais fácil recuperar. Agora a situação é especialmente complexa. Os mercados estão a emprestar cada vez menos a Portugal que está a viver muito à sombra do Banco Central Europeu. Temos de sacrificar o investimento para não castigar demasiado o consumo. A taxa de investimento ameaça o crescimento económico no futuro de modo preocupante. Perante este quadro, não há outro remédio que não seja apertar o cinto, tanto do lado do Orçamento do Estado, das famílias e das empresas. Como se costuma dizer, o doente não morre da doença, acaba por morrer da cura?

Fala-se muito do défice orçamental, mas o desequilíbrio externo é que é verdadeiramente gravoso e, pelo menos até final de 2010, ainda não estava a ser combatido como deve ser. No meu entender não saímos disto tão depressa. Quando acontecer, a nossa recuperação será mais lenta que a dos outros países europeus? Certamente, porque o nosso desequilíbrio externo não tem paralelo. Temos perspectivas de crescimento económico no médio prazo francamente pessimistas face aos restantes parceiros europeus, exceptuando porventura a Grécia. Nos próximos 5/6 anos não vejo que a situação se altere. Talvez consigamos aumentar algo as exportações. Internamente creio que se o Estado não tivesse cortado 5 por cento na função pública, dentro de

alguns meses os funcionários públicos não receberiam o seu salário. Colhe o argumento que se ouve da “vox populi” que são sempre os mais desfavorecidos a sofrerem a maior fatia dos sacrifícios? Quem sofre verdadeiramente com as restrições orçamentais são os desempregados e a parcela mais pobre da população que perde os apoios sociais que tinha. Disso não tenhamos dúvidas. Se compararmos com as pessoas que mantiveram o seu emprego, constata-se que estas até não sofrerem um abalo tão forte. Os grandes protestos estão a vir de grupos bem organizados, que estão longe de ser os mais necessitados, mas que não querem abdicar de ceder o seu bocadinho. Hoje em dia ninguém quer perder direitos adquiridos, toda a gente acha que deve ganhar mais. Os polícias, os professores, etc. Quando devia acontecer o contrário, deviam ganhar menos. Pensa que os portugueses já interiorizam a crise nos actos concretos do diaa-dia? Registou-se uma grande transformação cultural na sociedade portuguesa. A poupança é um valor do passado. Aforrase pouco ou nada. O poder do marketing e o firme desejo de querer manter aparências faz disparar o consumo. O que é

censurável é que os portugueses se revelem extremamente imprudentes visto que certas funções que o Estado Social garantia há uns anos atrás, em breve podem não existir. Subscreve que pagamos muitos impostos, mas ao contrário de outros países não temos contrapartidas reflectidas, por exemplo, na Saúde, Justiça ou Educação? A carga fiscal em Portugal não é excessiva em relação à média europeia. Não é isto que surpreende. Chocante é a ineficiência dos serviços públicos. No domínio da educação devíamos se calhar investir ainda mais dinheiro, e melhor, devido às tais razões de natureza social que atrás referi. O sistema de Saúde é bem melhor que o da Educação e da Justiça. Existe uma clara ineficiência, mas não é dos piores no contexto europeu. Mas isto explica-se pelo paradigma cultural: Aqui, à mínima dor de cabeça, corre-se para as urgências. Em Inglaterra, sistema que conheço bem porque a minha filha trabalha lá, os médicos dão aos doentes apenas aquilo que devem dar e não tudo aquilo que eles lhe pedem. Aqui os médicos não têm autoridade suficiente para se impor. Neste sector como na educação os lóbis são ainda mais diversificados e quiçá mais poderosos, mas não vejo outra alternativa que não seja racionar os medicamentos. ;

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orçamentos e depois consegue sempre obter o dinheiro que desbaratou com ajuda do governo da República. Com este tipo de comportamento vamos em direcção ao abismo.

Os mais poderosos ficaram, uma vez mais, à margem dos sacrifícios? Concordo com a crítica que os ricos estão a pagar pouco a crise e não estão a contribuir suficientemente para o sacrifício nacional. Contudo, existe um pormenor que dificilmente se conseguirá iludir: os mais abastados têm facilidade em escapar, conseguindo depositar o seu dinheiro no estrangeiro, eventualmente em paraísos fiscais, fugindo aos impostos, etc. Não é uma situação desejável, mas é o mundo em que vivemos…

Os prevaricadores deviam sofrer penas de prisão? Não defendo esse limite. Preconizo sim que se percam direitos públicos. Muitos dirigentes autárquicos e regionais já deviam estar inabilitados da política há muito tempo pela forma como administram os dinheiros públicos. Estou em crer que seria um passo importante para promover uma cultura de responsabilização.

A ajuda internacional, nomeadamente a entrada do FMI ou o recurso ao fundo europeu de estabilização financeira, tem sido o tabu das últimas semanas. É inevitável que Portugal solicite auxílio de instâncias internacionais?

Qual é o maior problema do sistema educativo português? São vários. Residem, fundamentalmente, no Ministério da Educação, nos pedagogos e na falta de disciplina existente nas escolas. Mas há um ponto que importa ressalvar: Portugal é dos que pior desempenho têm em matéria de ensino na União Europeia e que gasta em termos de proporção do PIB o equivalente, mais ou menos, à média europeia. Resumindo, gasta o mesmo que outros, mas apresenta muito piores resultados.

Não vejo alternativa. Há meses que alimentamos a esperança de escapar, mas é apenas uma questão de tempo, visto que os mercados não nos estão a emprestar dinheiro. Só nos resta o Banco Central Europeu, mas não durará muito tempo. Se ficarmos isolados e sem ninguém que nos empreste o país cai num caos absoluto, com consequências difíceis de imaginar. O empréstimo externo é o ar que nos faz sobreviver.

A culpa é do sistema? O FMI ou o fundo de estabilização financeira vão fazer o que ainda não foi feito? Sem dúvida. As medidas serão mais dolorosas ainda. Os sacrifícios serão ainda maiores, mas creio que nos trarão mais benefícios do que desvantagens. António Pedro Ferreira / Expresso H

O empresário António Carrapatoso defendeu que o Estado deve ser gerido como uma empresa. Concorda? Há muitos problemas associados ao funcionamento do Estado. A máquina estatal está capturada por lóbis e continua a não atrair os mais competentes. Trabalhar para o Estado já não tem o prestígio de outrora. É vulgar auferir mais numa pequena empresa do que ganha um ministro num alto cargo executivo do governo. Quanto aos lóbis eles sentam-se à mesa do orçamento sempre que lhes deixam. Como o Estado não se consegue impor, vão-se sentando e deixando-se estar. Os melhores têm medo ser salpicados pela lama política? Essa é uma razão, mas a “massa” é outro factor determinante. Infelizmente, as pessoas são mais avaliadas pelo tamanho do carro do que pelo mérito, são mais reconhecidas por terem passado férias num destino de moda do que por alcançarem uma grande realização profissional, etc. Defendeu recentemente que os políticos responsabilizados por situação de défice orçamental devam ser penalizados pelo Tribunal de Contas. Que trâmites processuais teriam que ser ultrapas-

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Silva Lopes diz que Portugal precisa da ajuda externa sados? Em primeiro lugar, essa é uma proposta que deve ser estudada. É preciso definir com rigor o que é que se entende por défice orçamental. Há muitas práticas de desorçamentação que denunciam que não se cumpriu o défice, quando à

primeira vista não é isso que parece. E a desorçamentação anda por todo o lado. Veja que as câmaras municipais deram em criar empresas municipais e é lá onde colocam os custos, quando no fundo estão endividadas até ao cucuruto. Mais um exemplo: o governo da Região Autónoma da Madeira nunca cumpriu os

CARA DA NOTÍCIA 6 José da Silva Lopes, nasceu em Seiça, Ourém, a 10 de Maio de 1932. Licenciado em Finanças, pelo Instituto Superior de Ciências Económicas e Financeiras (actual ISEG), iniciou a sua carreira como técnico do Ministério da Economia, de 1955 a 1969, vindo a ter um papel importante nos processos de adesão de Portugal à EFTA e no Acordo Geral sobre Pautas Aduaneiras e Comércio. Entre 1969 e 1974 foi, simultaneamente, vogal do Conselho de Administração da Caixa Geral de Depósitos e director do Gabinete de Estudos e Planeamento do Ministério das Finanças, tendo sido chefe-adjunto das negociações do Acordo de Comércio Livre com a CEE, em 1972. Foi governador do Banco de Portugal, de 1975 a 1980, num dos períodos mais conturbados da história económica portuguesa. É a si que se devem as negociações para os planos de estabilização do FMI que impediram uma crise grave em Portugal. Fez parte dos primeiros quatro governos do pós-25 de Abril e, mais tarde, foi ministro das Finanças e do Plano, em 1978. Representante de Portugal junto do Banco Europeu de Reconstrução e Desenvolvimento, entre 1991 e 1993, exerceu funções como consultor do FMI e do Banco Mundial, a partir de 1980. Foi Deputado à Assembleia da República, entre 1985 e 1987. Entre 1988 e 1995, presidiu sucessivamente a Comissões para a reforma dos Sistemas Fiscal e Financeiro. Foi presidente do Conselho Económico e Social entre 1996 e 2003. Na banca privada foi técnico consultor do Banco Lisboa & Açores, de 1965 a 1969, e presidiu ao Conselho de Administração do Montepio Geral, de 2004 a 2008. É actualmente vogal do Conselho de Administração da EDP Renováveis, desde 2008, e deputado eleito pelo PS na Assembleia Municipal de Ourém, desde 2009. Tem proferido conferências em Portugal e no estrangeiro, publicou várias dezenas de artigos e é autor do livro A Economia Portuguesa desde 1960 (1999, Gradiva). Recebeu das mãos do ex-Presidente da República, Jorge Sampaio, a Grã-Cruz da Ordem de Cristo (2003). K

O sistema de ensino é ineficiente, mas a principal responsabilidade reside nas famílias. Os filhos de pais analfabetos têm menos possibilidade de sucesso escolar do que os filhos de pais com um nível de instrução médio ou alto. O Banco de Portugal fez um estudo recente que demonstra que a ineficiência do ensino é atribuída ao facto de termos um sistema social em que a ignorância e pobreza familiar ainda dominam. Por estes factores até admito que Portugal invista mais que os outros países europeus, visto que o Estado tem de fazer o esforço que a família não faz por falta de condições. A falta de exigência é a eterna pecha que há que ultrapassar? Tem de acabar a ideia de que o aluno vai passando sempre sem dar provas. É inaceitável. É uma lógica negativa para os alunos maus e perigosa para os alunos bons. Andam todos a passo de caracol por causa dos menos capazes. Conheço o caso dos Estados Unidos, onde estudam os meus netos, em que existe uma turma central e depois os mais avançados e os com mais dificuldades têm aulas extra em turmas separadas. É fundamental que se adopte este modelo. Lamento que os interesses corporativos, nomeadamente os sindicatos, e episodicamente uma associação de pais, dominem excessivamente a educação e prejudiquem fortemente o seu natural desenvolvimento. Na educação seguramente que a maioria dos ministros que por lá passaram, nem 30 por cento do que o sector precisava fizeram. Toda a gente sabe que quem manda no ministério da 5 de Outubro são os grupos de;


interesse e não o ministro. E sempre que se quer fazer alguma coisa neste país, seja a avaliação, fechar escolas com dois alunos ou outra coisa qualquer, os sindicatos opõem-se.

O ensino português é um desastre. O analfabetismo decaiu, mas o nível de literacia nacional é provavelmente o mais baixo de toda a Europa. Um escândalo. Sem mão-de-obra qualificada não se pode ir a parte nenhuma e não temos oportunidade de concorrer com países que possuem sistemas educativos muito mais evoluídos. O crescimento económico depende, fundamentalmente, da qualidade profissional dos recursos humanos. Empresas eficientes e competitivas precisam de gente capaz. No que diz respeito à Justiça, temos uma legislação excessivamente garantística. Os exemplos estão aí. O caso BPN que envolve o Oliveira e Costa tem 800 testemunhas!?! Qual é o sistema que permite isto? Dentro de 10 anos prescreve. O Maddof foi condenado em 6 meses.

A crispação decorrente do braço de ferro entre sindicatos e a ex-ministra, Maria de Lurdes Rodrigues, prejudicou o normal funcionamento do sector? Bom não foi. Admito que o modelo de avaliação preconizado por Maria Lurdes Rodrigues se tornou demasiado complicado e pecou por inoperância. Não podemos é tratar por igual o professor que é mandrião e nada sabe da profissão, ao que trabalha e sabe o que está a fazer. E actualmente tratam-se todos da mesma maneira. Não pode ser. Acho extraordinário como no acesso à carreira docente não se fazem exames. Há uma coisa que se chama concurso documental que é uma verdadeira farsa. E isto passa-se há anos. Do mesmo modo que acho pouco próprio o sistema de incentivos que existe em Portugal para a classe docente. O comportamento racional de um professor seria não trabalhar. Aqui progride-se pela antiguidade, em vez de se avançar pelo mérito. Para quê ser competente, dedicado e esforçado? O debate entre o público e o privado, tanto em termos de qualidade como nos apoios estatais, são tema recorrente.

As universidades salvam a honra do convento?

António Pedro Ferreira / Expresso H

Toma partido por qual? Eu entendo que o privado só deve ter auxílio do Estado quando não cobra propinas. Se cobrar, estamos a dar a estas instituições não públicas uma vantagem competitiva enorme.

Relembro uma frase sua: «Há qualquer coisa de atávico de não valorizar em Portugal o conhecimento e a formação». O ensino juntamente com a Justiça são duas marcas do desastre do Portugal moderno?

De facto, há que reconhecer que enquanto o ensino primário e secundário regrediram para um nível insatisfatório, as universidades progrediram. O ensino superior português produz recursos humanos de qualidade média e muitos deles dão o salto para o exterior. Temos várias instituições que fazem boa figura em qualquer parte do mundo. K Nuno Dias da Silva _ António Pedro Ferreira / Expresso H

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Residência com energia solar

UBI amiga do ambiente 6 A residência universitária Pedro Álvares Cabral, na Covilhã, é a primeira a ter um sistema solar térmico de produção de energia para aquecimento de águas sanitárias. Uma intervenção que representa uma nova política ambiental que os responsáveis da Universidade da Beira Interior (UBI) estão a implementar e que visa a instalação de equipamentos semelhantes em diversos pontos da instituição. Os 78 painéis solares instalados na residência representam o primeiro equipamento do género a ser montado nas instalações da UBI, que quer utilizar equipamentos que recorram às energias renováveis, mais espaços verdes nos campus universitários e uma mais eficaz gestão de recursos, como por exemplo, a água. Vítor Cavaleiro, vice-reitor responsável pelas instalações da universidade explica que “o novo equipamento vai permitir baixar a conta de gás em 30 por cento e dentro em breve vai cobrir mais de 65 por cento das nossas necessidades”. Os primeiros planos para a implementação de equipamentos deste

género datam já de há alguns anos, mas nunca tinham sido colocados em prática. Passados dois meses sobre a sua tomada de posse como administrador da academia, João Leitão candidatou a UBI a fundos do programa “Mais Centro”. No total vão ser investidos cerca de 730 mil euros em equipamentos deste género, a serem distribuídos pelas residências universitárias e pelos pavilhões desportivos. Para além de equipamentos que permitem um maior peso das energias renováveis da academia, há também projectos para a criação de zonas verdes junto dos vários pó-

Concurso na Covilhã

los académicos, nomeadamente no Pólo IV e na Faculdade de Ciências de Saúde. Os responsáveis estão confiantes que os novos equipamentos, para além de ajudar o ambiente levem também a uma redução nos custos de energia. João Leitão, administrador da academia e dos Serviços de Acção Social adianta que “há agora uma preocupação crescente com a elaboração do relatório de sustentabilidade onde está incluída toda a política de eficiência energética e de investimento socialmente responsáveis. K Eduardo Alves _

Estudantes Erasmus

Global Village na UBI 6 Quem passou perto do bar principal da UBI ao início da tarde no último dia 3 de Março não pôde deixar de notar algo diferente. Várias mesas expondo amostras de comida, panfletos promovendo países mais ou menos longínquos, alunos de diferentes origens dançando em harmonia, conversas cruzadas em diferentes línguas, o panorama era diferente do habitual. Tudo graças a uma iniciativa da AIESEC, que juntou representantes da Polónia, França, Turquia e Roménia para promoverem o que de melhor têm estes países. As apostas principais nos stands estrangeiros recaíram nas mais ou menos doces sobremesas, mas os estudantes Erasmus também puderam ficar a conhecer melhor as tradições portuguesas. Entre um petisco e uma dança desenrolavam-se amenas conversas entre os alunos. Todos concordavam num

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T O pólo Ernesto Cruz da UBI recebeu este mês a terceira conferência da iniciativa do Gabinete de Saídas Profissionais, que pretende trazer grandes empresas à instituição de ensino. Esta foi a vez de a EDP vir à UBI promover um concurso destinado a universitários, o EDP University Challenge 2011. Na UBI esteve Nuno Pereira, que apresentou o concurso que tem como temática central a “EDP e a eficiência energética”. O conceito deste concurso é apresentar um plano de marketing e comunicação para a empresa baseado no tema proposto, sendo direccionado a alunos de marketing, comunicação e gestão. O vencedor terá direito a um prémio duplo, uma bolsa de 10 mil euros e um estágio na empresa portuguesa. K

Electromecânica em debate na Covilhã T Engenharia Electromecânica foi o tema principal da conferência realizada a 3 de Março, no edifício das Engenharias da Universidade da Beira Interior. Neste seminário os investigadores Denis Coelho, José Páscoa e Carlos Xisto tiveram a oportunidade de apresentar os seus trabalhos e as suas investigações, tal como dar a conhecer os projectos desenvolvidos pelo CAST - Centre for Aerospace Science and Technology da UBI, cujos trabalhos “têm tido reconhecimento em Portugal e no estrangeiro”. O seminário, coordenado pela professora Anna Guerman, serviu para dar continuidade à apresentação de alguns estudos desenvolvidos pela Universidade da Beira Interior. O ciclo de seminários de Engenharia Electromecânica irá continuar no mês de Abril, com calendário e planos de trabalho a serem apresentados durante este mês. K

Ciências Biomédicas na UBI ponto: tinham feito a escolha certa ao vir estudar para Portugal, pois sentiam-se bem acolhidos, mas não percebiam o porquê de o contrário não acontecer. “É seguro. Não devem ter medo”, afirma Abraham Erdur sobre a Turquia. O dia só acabou com um ciclo de conferências e workshops organizado em conjunto pela AIESEC e pelo Lancaster Colle-

ge, todas à volta da temática “Aldeia global”, que deu mote a esta feira cultural. Em Língua como uma barreira, o professor António Barros mostrou aos presentes como qualquer idioma, desde que aprendido e usado correctamente, pode ser um ponto unificador de diferentes culturas. K Sérgio Cardoso Pereira _

T A Universidade da Beira Interior (UBI) foi o local escolhido para realizar o ciclo de conferências As novas fronteiras do conhecimento, a 3 e 4 de Março, onde estiveram doze oradores de sete centros de investigação do país. Luís Crisóstomo, presidente do núcleo de Ciências Biomédicas da UBI, faz um balanço positivo das jornadas

referindo que permitiram “transmitir o que de melhor se faz a nível internacional na investigação em distintas áreas integradas nas Ciências Biomédicas”. Luís Crisóstomo sublinha a importância de haver “várias abordagens para o mesmo problema, com o uso de diferentes métodos”. O presidente do núcleo de Ciências Biomédicas explica que “um determinado problema pode ter solução com uma teoria farmacêutica, uma concepção ligada à engenharia ou à biologia”. K

UBI lidera projecto Ibérico de Inovação T A Universidade da Beira Interior vai liderar projecto transfronteiriço INESPO (Innovation Network Spain-Portugal), com um montante de financiamento global de cerca de um milhão de euros, em parceria com a Universidade de Aveiro, a Universidade de Coimbra e o Conselho Empresarial do Centro / Câmara de Comercio e Indústria. O projecto visa promover a cooperação institucional, social e empresarial transfronteiriça entre agentes do Sistema Científico Tecnológico das Regiões Centro de Portugal e Castela-Leão, bem como entre estes e as empresas. Propriedade industrial e intelectual, Inovação e transferência de conhecimento, Espírito empreendedor e criação de EBT e Acções Transversais serão os vectores fundamentais do projecto. K

Reitor de Macau Honoris Causa T A Universidade da Beira Interior aprovou por unanimidade em Senado a atribuição do doutoramento Honoris Causa ao Reitor da Universidade de Macau, Wei Zhao, por recomendação do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas. Esta distinção deve-se ao perfil académico e científico ímpar do Prof. Doutor Wei Zhao, bem como ao seu contributo para o desenvolvimento de Portugal, diligenciando a consolidação do intercâmbio de estudantes, docentes e investigadores entre Portugal, Macau e a República Popular da China. A Universidade da Beira Interior assinou um protocolo de cooperação com a Universidade de Macau em 1998 que mantém até à actualidade, e através do qual recebe dezenas de alunos macaenses todos os anos. K


Universidade de Coimbra

Drama vence prémio 6 Com o objectivo de valorizar o conhecimento, a Universidade de Évora criou o Instituto de Investigação e Formação Avançada (IIFA). Segundo Soumodip Sarkar, Director do IIFA, esta unidade orgânica “pretende assumir a liderança da vida científica da Universidade de Évora, com o objectivo de estabelecer sinergias entre a oferta de formação avançada (doutoramentos e mestrados internacionais) e as capacidades científicas instaladas a nível das Unidades de I&D”. As prioridades do referido instituto centram-se essencialmente na promoção da internacionalização das equipas de investigação, no desenvolvimento da cultura científica, no acompanhamento dos processos de acreditação dos cursos, no apoio aos centros nos processos de avaliação internacional e nos pós-doutoramentos e,

também, na organização das estruturas científicas de uso comum como, por exemplo, oficinas de apoio à investigação científica. Para o director do IIFA, “o desafio é conseguir colocar a investigação e a formação avançada da Universidade de Évora na órbita das grandes universidades europeias e mundiais, o que só será possível com tempo e o esforço e as vontades de todos os envolvidos”. K

Voluntariado universitário

UBI em frente 6 Os estudantes da UBI que desejem ser voluntários já o podem ser através da universidade. A instituição beirã, em conjunto com a associação Coolabora, lançou o projecto UbiCool para voluntariado universitário. A apresentação deste projecto deu-se no passado dia 2 de Março, na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas (FCSH), numa conferência onde além de se apresentar o programa se debateu de forma breve o problema da violência escolar. Segundo Amélia Augusto, próReitora da UBI “veio em melhor timing”. Além de ser útil para a

sociedade, esta iniciativa “pode fazer muito pela vida profissional dos estudantes”. Uma ideia que é partilhada por Pedro Guedes, presidente da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, que “tem estado na linha da frente das acções de voluntariado que têm sido feitas na região”. Os estudantes que se queiram inscrever podem fazê-lo acedendo à ficha de inscrição através do site da Coolabora, ou dirigindo-se ao gabinete de Carla Loureiro na FCSH. O prazo das inscrições termina no dia 31 de Março. K Tiago Lacerda _

Investigação endoscópica e cirúrgica

Minho pioneiro 6 A Escola de Ciências da Saúde da Universidade do Minho, em Braga, acaba de inaugurar o primeiro laboratório português de investigação e treino em cirurgia minimamente invasiva. No Laboratório de Investigação Endoscópica e Cirúrgica (Research Endoscopic Lab) far-se-á investigação em técnicas de cirurgia sem cicatriz e, simultaneamente, formação diferenciada de médicos/cirurgiões com alcance internacional. A estrutura está totalmente equipada com material e imagem em alta definição e resulta de uma parce-

ria com a multinacional Karl Storz, num investimento superior a um milhão de euros. O projecto resulta de uma expansão do laboratório existente no domínio de investigação em Ciências Cirúrgicas, do Instituto de Ciências da Vida e da Saúde (ICVS) da Universidade do Minho. A valência regista, nos seus tópicos de investigação, a maior produtividade científica dentre todos os laboratórios da Península Ibérica. Passa agora a estar equipada com sete mesas cirúrgicas de última geração. K

Provas realizadas na Covilhã

Mestrados europeus 6 Duas dissertações de mestrado que representam um exercício de recuperação de duas antigas fábricas na Covilhã, acabam de ser defendidos nas universidades da Beira Interior e de Gdańsk e atribuíram às autoras um diploma reconhecido nos dois países. O primeiro trabalho da autoria de Magda Czapuk denomina-se “Center of Tourism and Recreation in Covilhã, Portugal - Architectural Project of Rehabilitation”. Trata-se de uma proposta arrojada para a criação de um Centro de Turismo e Recreação nos edifícios da antiga Tinturaria Alçada e Tinte Velho, onde se prevê criar um centro de informação turística e de actividades desportivas “indoor”, relacionadas com as actividades de montanha. Este edifício seria apoiado por uma zona de estacionamento automóvel de apoio na parte exterior do edifício, com ligação adequada ao relevo e elementos naturais e cuja cobertura ajardinada seria uma zona de lazer e a base de partida para actividades de exploração da Serra da Estrela como caminhadas, montanhismo e escalada. Já Eliza Borkowska propõe a adaptação do edifício da antiga Ul-

timação Estrela / Fábrica Francisco Mendes Alçada ou Leitão & Quintela para alojar uma Faculdade de Arquitectura e Centro Estudantil de Criatividade, um trabalho denominado “Architecture Faculty and Students‘ Creativity Center in former textile factory in Covilhã – Architectural Project of Rehabilitation”. Os trabalhos foram também orientados pelos professores Magdalena Podwojewska (UTG) e Jacek Dominiczak (UBI) e mereceram nota máxima por parte do júri. “Vejo estes estudos com muito interesse porque nós temos um grande património de edifícios construídos que estão desocupados e podiam

ganhar outras utilizações. A universidade tem dado exemplo disso e a UBI tem feito um grande trabalho ao longo destes anos, no que respeita ao aproveitamento e reabilitação desses edifícios para a instalação das suas faculdades, como é o caso desta. Há muito caminho ainda por fazer, mas há também já a aposta de alguns particulares em seguir este tipo de solução. O interessante aqui é verificar que existem pessoas em países bastante distantes e diferentes do nosso que se interessem pelo nosso património”, avança João Lanzinha, docente da UBI. K Eduardo Alves _

Universidade do Minho

Brasil atribui medalha 6 A Força Aérea Brasileira acaba de atribuir a Medalha de Mérito Santos-Dumont a duas pessoas da Universidade do Minho, a professora catedrática Margarida Proença, vice-reitora para a área Administrativa e Financeira, e a técnica superior Estela Vieira, da Escola de Economia e Gestão (EEG). A comenda representa o reconhecimento público, pelo Governo brasileiro, do empenho manifestado em prol do desenvolvimento das relações de amizade e cooperação a nível do Ensino entre a Força Aérea Brasileira e a Universidade do Minho. O galardão foi criado em 1956 para homenagear o espírito de Alberto Santos-Dumont (1873-1932), considerado pelos brasileiros o inventor do avião, do dirigível e do

ultraleve. A distinção é dada a militares brasileiros ou estrangeiros que se destacaram e, também, a cidadãos brasileiros ou estrangeiros que prestaram notáveis serviços à aeronáutica brasileira. A entrega das condecorações é feita a

20 de Julho, no aniversário do “pai da aviação”. No entanto, dada a situação especial das agraciadas, a solenidade foi realizada recentemente na Embaixada do Brasil em Lisboa, presidida pelo embaixador Mário Vilalva. K

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Évora

Com homenagem a Fernando real

Alzira Seixo distinguida

UTAD assinala 25 anos

6 Maria Alzira Seixo foi o nome escolhido para a atribuição do Prémio Vergílio Ferreira 2011. Ensaísta, crítica literária e professora catedrática, Maria Alzira Seixo é especialista em Literatura Francesa, Comparada e Portuguesa. Maria Alzira Seixo tem uma vasta bibliografia publicada da qual se destaca o livro, editado em 1968, “Para o Estudo da Expressão do Tempo no Romance Português Contemporâneo”, tendo-se seguido “Discursos do texto” de 1977, “O Essencial sobre José Saramago” de 1987, “Lugares da ficção em José Saramago. O essencial e outros ensaios” de 1999 e “Os romances de António Lobo Antunes; análise, interpretação, resumos e guiões de leitura” de 2002, entre outros. É especialista do romance português contemporâneo e, em especial, da ficção de António Lobo Antunes, tendo publicado em 2010 “As flores do Inferno e Jardins Suspensos”, um estudo aprofundado sobre os romances de António Lobo Antunes. Maria Alzira Seixo colaborou com a Universidade de Évora, tendo sido patrono de José Saramago, aquando da atribuição do Doutoramento honoris causa ao escritor Publicidade

na Universidade de Évora em 1999, e coordenou pedagógica e cientificamente a Literatura Francesa na Universidade de Évora até meados da década de 90. Impulsionou e presidiu à Associação Portuguesa de Literatura comparada e à Federação Internacional de Línguas e Literaturas Modernas. O prémio Vergílio Ferreira foi criado em 1997 com o objectivo de homenagear o escritor que lhe dá o nome, Vergílio Ferreira, e premiar o conjunto da obra de escritores portugueses relevantes no âmbito da narrativa e do ensaio. Atribuído pela primeira vez a Maria Velho da Costa e, em 1998, a Maria Judite de Carvalho que, a título póstumo, recebeu esta homenagem da Universidade de Évora. K

6 A Universidade de Trás-osMontes e Alto Douro (UTAD) comemora, a 22 de Março o seu 25º Aniversário, com uma sessão solene na Aula Magna, pelas 15 horas, onde, para além das intervenções do Magnífico Reitor e do Presidente da Associação Académica, será proferida a Oração de Sapiência sob o tema A química que existe entre nós é só amor? Ou também ajuda a economia?, por José Artur Martinho Simões, professor catedrático da Universidade de Lisboa. Será ainda ocasião para a entrega de Cartas Doutorais 2010, atribuição de medalhas aos funcionários com 20 anos de serviço na Instituição e de prémios escolares aos alunos com mais alta classificação. No período da manhã, será

prestada homenagem póstuma ao antigo Reitor e antigo Ministro do Ambiente, Fernando Real, com a atribuição do seu nome ao Museu de Geologia da UTAD, do qual foi fundador há 25 anos. A

cerimónia oficial desta homenagem terá início pelas 10horas, no auditório de Geociências, onde intervirão Rogério Rocha (Presidente da Sociedade Geológica de Portugal), Armando Mascarenhas Ferreira (Reitor Honorário da UTAD), um representante dos antigos alunos (Virgílio Alves) e um representante da família (Fernando P. Ferreira Real). O programa inclui ainda a inauguração de uma exposição sobre a vida e obra de Fernando Real, de um monumento evocativo que perpetuará a sua memória e que ficará colocado no Museu de Geologia e a inauguração da Sala de Exposições Temporárias, onde se encontra patente a exposição “Silício: da Pré-História ao Futuro”. K

Universidade Técnica de Lisboa

Ramôa Ribeiro toma posse 6 A cerimónia de Investidura de Fernando Ramôa Ribeiro como Reitor da Universidade Técnica de Lisboa (UTL), para o mandato de 2011/2015, teve lugar no final de Fevereiro, tendo contado com várias figuras da vida académica, política e social do país, tendo o Reitor destacado a racionalização da rede e oferta educativa do Ensino Superior, as Universidades fundacionais e a execução orçamental. A cerimónia foi precedida da assinatura do protocolo entre o reitor da UTL, Fernando Ramôa Ribeiro, e o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, António Costa, que enquadra o processo de construção

da residência universitária do Pólo do Alto da Ajuda, em Lisboa. A residência universitária do Pólo da Ajuda terá capacidade para albergar entre 300 e 400 alunos e deverá estar pronta já no ano lectivo de 2012/2013. Para o Reitor da UTL, “a existência de uma residência universitária na zona da Ajuda é de relevante importância para a comunidade académica porque permitirá à Universidade garantir a fixação de estudantes, professores e investigadores, criando condições para captar alunos fora de Lisboa e mesmo de outros países”. Este é de resto um importante passo

para o objectivo da UTL de aumentar a sua percentagem de alunos estrangeiros que hoje se fixa nos 12% mas que daqui a 2 anos Ramôa Ribeiro espera que se situe já nos 20 por cento. A construção da residência universitária do Pólo do Alto da Ajuda, através da integração na mesma área de serviços como correios, banco, comércio, cultura e lazer, vai permitir uma maior dinamização deste Pólo Universitário e uma maior integração da cidade com a comunidade académica. O investimento na construção da residência rondará os 5 milhões de euros. K

Jornalismo Económico

Nova lança prémio 6 A 5.ª edição do Prémio de Jornalismo Económico 2010, uma iniciativa conjunta da Universidade Nova de Lisboa e do Banco Santander Totta, visa premiar a excelência de trabalhos jornalísticos publicados em Portugal, nomeadamente nas áreas de Gestão de Empresas e Negócios, Mercados Financeiros e Sustentabilida-

de Empresarial. Podem concorrer todos os jornalistas que tenham publicado trabalhos na comunicação social impressa ou electrónica entre os dias 1 de Janeiro e 31 de Dezembro de 2010 nas áreas acima referidas. As inscrições terminam no dia 15 de Abril. No entanto, deve ser feita uma préinscrição no site www.pje.uni-

versia.pt até 8 de Abril. O melhor trabalho concorrente às três áreas receberá o “Grande Prémio”, com um valor pecuniário de 15 000 euros, sendo igualmente o vencedor da correspondente área a que se candidatou. Os outros prémios, cada um com o montante de 7 500 euros, distinguirão o melhor artigo das respectivas áreas. K

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Docentes da ESE

Mundo sem esconderijos 6 As docentes do Instituto Politécnico de Castelo Branco/ Escola Superior de Educação, Maria Margarida Morgado e Maria da Natividade Pires acabam de apresentar o livro “Educação Intercultural e Literatura Infantil. Vivemos num mundo sem esconderijos”. A obra resulta do Projecto de Investigação apoiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia. O livro apresenta uma reflexão sobre as potencialidades de promoção da educação intercultural através da literatura para crianças. Com um enquadramento teórico alargado, no âmbito dos estudos culturais, propõe de modo genérico que se repense a literatura infantil e o seu papel literário, sociocultural e educativo nas sociedades, à luz das grandes transformações socioeconómicas das sociedades actuais e, em particular, que se tome consciência da necessidade de configurar práticas de interculturalidade pela leitura.

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Misto de texto académico sobre a relação da literatura infantil com a educação intercultural e um manual a usar por professores do ensino básico sobre modos possíveis de ‘ler’ as obras recomendadas pelo Plano Nacional de Leitura para o 4º ano de escolaridade, de modo a contribuir para que os jovens leitores pensem de forma crítica sobre as suas realidades contemporâneas envolventes e desenvolvam a sua sensibilidade intercultural, esta obra oferece a possibilidade de conjugar duas formas de ler: uma mais académica e outra mais orientada para a prática situada de professores em contextos de sala de aula. Nela o leitor encontrará, na sua qualidade de investigador e/ ou professor, pistas de reflexão e propostas de abordagem de obras de ficção infantil e juvenil que lhe permitirão actualizar os seus conhecimentos sobre a relação da educação intercultural com a literatura infantil. K

Castelo Branco

Robótica médica na EST 6 Uma investigação em Robótica Médica que está a ser desenvolvida no IPCB/Escola Superior de Tecnologia de Castelo Branco (ESTCB) vai permitir, a breve prazo, aumentar a exactidão e precisão do procedimento cirúrgico na área da ortopedia. A investigação é uma aplicação robótica para a cirurgia ortopédica, nomeadamente para a Artroplastia de Substituição da Superfície da Anca, cujo projecto, de nome HIPROB, está a ser desenvolvido em parceria com o Instituto Superior Técnico e também com especialistas em Ortopedia. A aplicação em desenvolvimento baseia-se na co-manipulação pelo cirurgião e robô da ferramenta de furação, baseada em informação obtida por ultrasons. Segundo o coordenador do

projecto, o investigador e professor do IPCB/EST Paulo Gonçalves, “aumenta-se assim a exactidão e precisão do procedimento cirúrgico actual, ficando este também menos invasivo. Actualmente, a furação da cabeça do fémur, para a colocação de um espigão para o recobrimento da anca, é realizada de forma manual pelo cirurgião. Desta forma aumenta-se em muito a probabilidade do sucesso do procedimento cirúrgico.”. A equipa do IPCB/EST a trabalhar no HIPROB desde Outubro de 2010, é coordenada por Paulo Gonçalves e integra o docente Pedro Torres e os bolseiros de investigação Nuno Catarino e Rui Carvalho. Entre outras fontes de financiamento, o projecto HIPROB conta com o apoio da Fundação para a Ciência e Tecnologia.

Paulo Gonçalves recorda que a Robótica tem evoluído exponencialmente nos últimos anos sendo hoje em dia companhia de crianças e adultos, em actividades de lazer e trabalho diário. “Na indústria são inúmeras as aplicações em Portugal e recentemente chegou à sala de operações de um Hospital em Portugal o robô comercial mais avançado do mundo, o DaVinci. Mas em Portugal também se concebem aplicações robóticas na área médica em várias universidades do país e no Instituto Politécnico de Castelo Branco em particular pelo que é um privilégio poder contribuir para o avanço da robótica em Portugal e que esse trabalho, reconhecido pela FCT, possa ser realizado em Castelo Branco”, refere ainda o professor Paulo Gonçalves. K

De 27 a 30 de Março na FIL

Leiria na Alimentária 6 Os projectos Algelo e Hidrolisados Funcionais de Proteína de Sardinha, dos professores Rui Pedrosa e Susana Silva, respectivamente, da Escola Superior de Tecnologia e Turismo do Mar (ESTM), do Instituto Politécnico de Leiria (IPL), estarão, de 27 a 30 de Março, em exposição na Feira Alimentária & Horexpo, em Lisboa. Inseridos no Espaço Food

I&DT, os projectos dos docentes da ESTM constavam entre os 52 apresentados pelas Entidades do Sistema Científico Nacional, dos quais foram seleccionados apenas 20. Trata-se de um feira desenvolvida com o objectivo de promover a mostra e concurso de tecnologia para o sector alimentar. Assim, a iniciativa Food I&DT resulta num espaço dedicado à

inovação na área alimentar, o qual tem como finalidade apresentar as tecnologias resultantes de projectos de investigação e desenvolvimento tecnológico com um forte potencial de utilização comercial. Desta forma, esta iniciativa pretende, igualmente, dinamizar parcerias entre investigadores, empresas, centros tecnológicos e entidades do ensino superior. K

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ESART

Sistemas de Informação Geográfica

Miguel Carvalhinho faz doutoramento

Agrária marca presença no encontro nacional

6 O músico Miguel Carvalhinho acaba de concluir o seu Doutoramento em Espanha, mais precisamente na Universidade de Extremadura, em Cáceres. Com um trabalho de fundo para a tese que incidiu na “Música de tradição oral em Alcongosta, Alpedrinha, Casal da serra, Castelo Novo, Louriçal do Campo, S. Vicente da Beira, Soalheira e Souto da Casa”. Agora reconhecido por aquela universidade do país vizinho, Miguel Carvalhinho conclui assim mais uma etapa do seu percurso académico. Etapa essa que ficou marcada também pelo projecto musical “Ninho” cuja génese está umbilicalmente ligada a esta fase de estudo que o músico iniciou há uns anos. Miguel Carvalhinho referiu esta semana ao Reconquista que “a linha de investigação seguida prevê a recolha de canções de tradição oral, a edição em partitura e a sua difusão”. Ora, “o CD Ninho tem também a função de divulgar esta

música e alertar as pessoas para a riqueza deste património”, como refere. Assim sendo, “a divulgação destas canções no seu estado original, ou com outros arranjos, garantirá a preservação desta arte, que faz parte do património inteligível do nosso

6 A Escola Superior Agrária de Castelo Branco (ESACB) esteve presente no Encontro de Utilizadores de Sistemas de Informação Geográfica (EUE’11), que este ano decorreu nos dias 2 e 3 de Março, no Centro de Congressos de Lisboa. A iniciativa teve como media partner o Ensino Magazine, tendo sido distribuídos exemplares da publicação aos cerca de 1200 participantes. A ESACB esteve representada pela Comissão Científica do Curso de Mestrado em SIG, Cristina Alegria e Paulo Fernandez, e do Sector de Informação Geográfica, José Massano Monteiro e Natália Roque.

Subordinado ao tema “Visão Unívoca”, a 9a edição do Encontro de Utilizadores da Esri Portugal “reuniu utilizadores das mais diversas áreas de negócio, para partilhar conhecimento no universo dos Sistemas de Informação Geográfica e dar a conhecer os mais avançados projectos realizados no último ano”. No espaço de exposição do IPCB/ESACB foi feita a divulgação das actividades de ensino, investigação e serviços realizadas na área das Tecnologias de Informação Geográfica, ao mesmo tempo que será dado destaque aos trabalhos e projectos efectuados pelos alunos do mestrado em SIG. K

povo”, explica Miguel Carvalhinho. Terminado o Doutoramento em Espanha, o músico deixa no entanto a promessa de “o grupo Ninho continuar a trabalhar à volta deste repertório”. K

Maiores de 23

IPCB abre vagas 6 O Instituto Politécnico de Castelo Branco tem disponíveis 32 cursos de licenciatura para o Concurso Maiores de 23 anos. O prazo de inscrição para as provas especialmente destinadas a avaliar a capacidade para a frequência do ensino superior dos maiores de 23 anos decorre de 1 de Março a 22 de Abril. Para o presidente do IPCB, Carlos Maia, “a disponibilização de vagas para este público ajuda a concretizar o compromisso do IPCB com a aprendizagem ao longo da vida, uma vez que através destas provas os candidatos, que não são possuidores da habilitação tradicional para aceder ao ensino superior, têm a possibilidade de demonstrar que possuem capacidade para o frequentar, constituindo uma oportunidade para os maiores de 23 anos poderem obter uma qualificação de nível superior”. As inscrições podem ser feitas directamente em cada uma das escolas. Na página web do IPCB os interessados poderão

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de 4 de Maio a 15 de Junho

Dias de Campo na Escola Agrária

Arquivo consultar todos os dados referentes ao Concurso Maiores de 23 anos, nomeadamente informações sobre os conteúdos das provas a realizar e leituras recomendadas, calendário e regulamento das provas. A inscrição nas provas e a obtenção de uma classificação

H

final igual ou superior a 9,5 valores não garantem a entrada no Ensino Superior. Todos os candidatos que obtiverem nota final igual ou superior a 9,5 valores deverão candidatar-se aos Concursos Especiais dentro dos prazos a fixar pelo Director Geral do Ensino Superior. K

6 O Instituto Politécnico de Castelo Branco (IPCB), através da sua Escola Superior Agrária, realiza de 4 de Maio a 15 de Junho, diversas acções de formação para alunos do 10a ao 12a ano. A iniciativa, denominada “Dias de Campo”, decorre todas as quartas-feiras, e consiste em aulas de campo com formações em temáticas ambientais, agrárias, veterinárias e protecção civil ou aulas de laboratório. De acordo com a organização, “o objectivo das formações passa por sensibilizar os estudantes do ensino secundário para as temáticas consideradas prioritárias no contexto das actividades desenvolvidas na Escola Superior Agrária”. Além disso, assegura o IPCB, “pretende-se despertar o inte-

resse dos jovens pelos temas abordados, fornecendo-lhes a possibilidade de usufruírem dos espaços físicos da Quinta de Sra. de Mércules e ainda de serem formados por especialistas”. A inscrição nas acções de formação é gratuita e no final de cada uma será emitido o respectivo certificado. As formações abordarão os seguintes temas: Estudo da morfologia e identificação de plantas (3h, 4 de Maio); Análise sensorial vs. química dos gostos básicos (2h, 11 de Maio); Descobrir os Sistemas de informação geográfica (3h, 11 Maio); Infusões e tisanas (3h, 18 de Maio); Percurso de orientação (3h, 25 de Maio); Medição de árvores (3h, 8 de Junho); e Conhecer a flora do iogurte (2h, 15 de Junho). K


Bragança

Concurso Nacional de Design de Mobiliário

Estudantes na Domus

Leiria ganha prémio

6 A Câmara e o Instituto Politécnico de Bragança (IPB) oficializaram uma parceria que promete ajudar a revitalizar a zona histórica da cidade com a recuperação de edifícios abandonados para residências de estudantes estrangeiros. Fazer do centro histórico a “Domus (casa) Universitária” é o propósito do projeto que, em pouco mais de um ano, deve ter as duas primeiras residências concluídas. Numa fase inicial está prevista a recuperação de três edifícios degradados que permitirão disponibilizar cerca de meia centena de camas. Contrariar a desertificação da zona histórica com a fixação de jovens é um dos propósitos do projeto que vai permitir ao IPB reforçar a sua estratégia de internacionalização. Segundo explicaram hoje os promotores, estas residências destinam-se exclusivamente a estudantes estrangeiros que frequentam o IPB em programas de mobilidade. O investimento é feito na totalidade pela Câmara, que adquiriu os edifícios e vai entregá-los ao IPB recuperados e mobilados pelo prazo de 20 anos. Para o presidente da autarquia, Jorge Nunes, “esta é a forma mais segura e eficaz de, através de investimento público, assegurar um relançamento da actividade económica no centro histórico”. “A cidade ganha: há mais jovens, há mais culturas presentes, há mais oportunidades para os nossos jovens também irem conhecer outras instituições, ganharem conhecimento com outras realidades. Portanto, só podemos estar a estruturar um quadro de maior competitividade global para a nossa cidade e para a nossa região”, considerou.

6 Sean Patrick Santos Silva, estudante do curso de Mestrado em Design do Produto, da Escola Superior de Artes e Design (ESAD.CR), das Caldas da Rainha, do Instituto Politécnico de Leiria (IPL) conquistou o primeiro prémio no 2.º Concurso Nacional de Design de Mobiliário. O estudante venceu com o projecto “Banco Bind”, na cate-

Jorge Nunes acredita também que “vai abrir o apetite para os investidores olharem para o seu património de forma diferente, também o recuperarem, valorizarem e arrendarem ou até promoverem a instalação de actividades económicas”. O projeto consiste na recuperação imediata de dois edifícios com um investimento de 750 mil euros, mas existe já um terceiro que o autarca espera conseguir recuperar ainda na primeira fase até ao final do primeiro semestre de 2012. Ao todo ficarão disponíveis 49 camas, mas o autarca socialdemocrata já definiu como “desafio mínimo” para o futuro a duplicação desta oferta. A nova ”Domus” vem reforçar aquela que tem sido das principais estratégias do IPB: a internacionalização, segundo o presidente Sobrinho Teixeira. O aumento da oferta irá permitir mais protocolos com outros países e servir de suporte ao futuro centro de estágios europeus, a que o IPB vai candidatar-se. Atualmente, o IPB tem cerca de mil estudantes em mobilidade, o que para o presidente “representa uma diversidade cultural que é também uma riqueza para a própria cidade, para além de ser também um fator económico para o desenvolvimento da cidade e região”. O IPB tem três residências exclusivamente para os alunos bolseiros portuguesas e ainda tem de recorrer ao parque habitacional da cidade. É no mercado de arrendamento que tem encontrado também respostas para muitos dos alunos estrangeiros em mobilidade e num protocolo com a Pousada da Juventude de Bragança. K Texto escrito segundo o novo acordo ortográfico

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goria de mente verde. Ainda neste concurso, destaque para Tiago Filipe Pereira de Sousa e Raphael das Neves Morais, ex-estudantes da licenciatura em Design Industrial, da mesma escola, distinguidos com uma menção honrosa com o produto linha de “Mobiliário Harmonia” e “Estante Imaginarium”, respectivamente.

Promovido pela Associação das Indústrias de Madeira e Mobiliário de Portugal – AIMMP, este concurso pretende distinguir os produtos de mobiliário mais inovadores, desenvolvidos por designers nacionais e produzidos em Portugal com o intuito de valorizar a ligação do design aos produtos de madeira. K

Prémio “Ser Capaz – Inovação e Tecnologia”

IPL desenvolve projectos 6 João Leite e João Ferreira, estudantes de mestrado em Concepção e Desenvolvimento do Produto, e Flávio Soares, estudante do curso de licenciatura em Engenharia Electrotécnica, do Instituto Politécnico de Leiria (IPL), foram distinguidos com o Prémio Ser Capaz – Inovação e Tecnologia, uma iniciativa da Associação Salvador. Os estudantes, João Leite e João Ferreira, vencedores do 1.º prémio, desenvolveram uma prótese especial para acompanhar o crescimento de crianças amputadas. Já Flávio Santos foi distinguido com uma menção honrosa pela criação de um projecto que permite accionar um dispositivo eléctrico activado pela cadeira de rodas. Projectos premiados: João Leite e João Ferreira desenvolveram o Projecto Walk HD, uma prótese desenvolvida com o objectivo de acompanhar o crescimento de crianças amputadas,

evitando desta forma a constante necessidade de se proceder à troca destes dispositivos. Assim, é possível rentabilizar todos os elementos constituintes da prótese, dando-lhes um tempo de vida útil muito superior ao normal. Flávio Rosa Soares, com o Si-

mon Project, criou um sistema que possibilita que no momento em que uma pessoa entre no quarto a luz se acenda e ao sair a luz apague. O sistema é activado através da cadeira de rodas e funciona com qualquer dispositivo eléctrico. K

leiria

Politécnico lidera pedidos 6 O Instituto Politécnico de Leiria (IPL) registou, no ano de 2010, um total de 18 pedidos de invenção nacional, posicionandose à frente das restantes instituições de ensino superior nacionais. Desde 2008, a par com a consolidação das actividades do Centro de Transferência e Valorização do Conhecimento (CTC) e a criação de unidades de investigação, assistiu-se a um crescimento significativo quanto ao número de

pedidos de invenção. Assim, em 2008, o IPL havia registado três

pedidos, em 2009 registou um total de 23 e em 2010 foram 18. K

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Livro lançado

Santarém analisa plantas medicinais Instituto Politécnico da Guarda

Seia na BTL 6 A Escola Superior de Turismo e Hotelaria do Instituto Politécnico da Guarda voltou a marcar presença na Bolsa de Turismo de Lisboa, que decorreu na FIL- Parque das Nações entre 23 e 27 de fevereiro, no seguimento da parceria estabelecida desde o ano transacto entre a ESTH / IPG a Câmara Municipal de Seia e a Entidade de Turismo da Serra da Estrela. Este evento que se realiza anualmente em Lisboa é o maior e mais importante evento da indústria do Turismo no nosso país e reúne anualmente milhares de profissionais e visitantes. Neste sentido, Anabela Sardo, diretora da ESTH/IPG afirmou que «é extremamente importante a presen-

ça e participação neste tipo de eventos, uma vez que permite dar maior visibilidade e credibilidade à Instituição junto dos agentes do setor bem como reforçar as relações estratégicas com os nossos parceiros institucionais.» Para a promoção dos produtos gastronómicos da Serra da Estrela estiveram destacados alunos dos cursos de Gestão Hoteleira, Restauração e Catering e do CET de Técnicas de Restauração, que prepararam as criações dos chefes da ESTH/IPG Diogo Rocha, Luís Almeida, Gonçalo Costa e José Teixeira Bastos, as quais resultaram em combinações surpreendentes tais como Pudim de Hidromel, Cheese Cake de Requeijão com Doce

de Abóbora, Torta de Cebola com Morcela ou Cogumelos Assados com Canela entre outras iguarias. Aos alunos finalistas do Curso de Turismo e Lazer coube a tarefa do atendimento ao público e a informação turística dos diversos destinos e produtos da Região da Serra da Estrela. Para António Melo, subdiretor da ESTH/IPG, e que acompanhou os alunos durante a Feira é «crucial para a afirmação e crescimento dos alunos de Turismo e Hotelaria a participação nestes eventos e o contacto efetivo com tecido empresarial e institucional do setor turístico.» K Texto escrito segundo o novo acordo ortográfico

Na Guarda

6 O Instituto Politécnico da

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Hélder Sequeira informações em http://www.ipg. pt/tecnologia-saude2011/, pelo email gic@ipg.pt ou através do telefone (351) 271 220 162. À semelhança do ano anterior haverá

medicinais, farmacologia e fitotecnia. Abrange a multidisciplinaridade necessária para a produção de plantas medicinais, para obtenção de produtos fitoterápicos de qualidade, seguros e eficazes. São descritos para cada táxon (espécie ou grupos de espécies), aspectos botânicos, ecológicos, farmacológicos e agronómicos. K

Viana do Castelo

Alunos ganham no Design Integrado

Saúde em Jornadas Guarda (IPG) vai promover, no dia 29 de Abril de 2011, as IV Jornadas Nacionais sobre Tecnologia e Saúde. Divulgar os mais recentes projectos na área da tecnologia aplicada à saúde e aprofundar o diálogo entre investigadores e profissionais/estruturas de saúde (médicos, enfermeiros, técnicos, profissionais e estudantes das áreas da saúde e da tecnologia) são os principais objectivos destas Jornadas, já projectadas em termos nacionais e internacionais. Procura-se ainda incrementar a interacção entre ensino superior e as empresas vocacionadas para as áreas subjacentes a este evento. Os interessados podem obter a ficha de inscrição e outras

6 A Escola Superior Agrária de Santarém será palco, a 30 de Março, do lançamento do livro Cultura e Utilização de Plantas Medicinais, cujos autores são António Proença da Cunha, Odete Roque e Natália Gaspar. Esta obra vem preencher uma lacuna a nível da bibliografia nacional, ao abordar temas como a qualidade das plantas

H

um espaço destinado a Expositores (a ficha de expositor e a indicação da data limite de envio estão disponíveis no sítio das Jornadas). K

6 Os alunos Ana Cruz, Fernando Lima, Marina Abreu e Pedro Oliveira, do curso de Mestrado em Design Integrado do Instituto Politécnico de Viana do Castelo acabam de ser distinguidos com o Prémio Larus Arquitecturas 2011 - Equipamento Urbano Ibérico – na categoria de Projecto Académico. O Prémio promovido pelo Periódico Arquitecturas (publicação do Grupo About Media) e patrocinado pela empresa Larus – Design Urbano teve como principal objectivo o reconhecimento público de projectos de equipamento urbano desenvolvidos nos últimos cinco anos por designers, empresas e estudantes de design, em Portugal e Espanha, e contou com o apoio institucional do Centro Português de Design. O prémio foi atribuído ao candeeiro de iluminação pública “Popup” por decisão unânime do júri inter-

nacional. A cerimónia de entrega do prémio realizou-se no Centro de Congressos do Estoril, no dia 25 de Fevereiro, no âmbito da 7a UrbaVerde, Feira das Cidades Sustentáveis. Esse trabalho teve origem no projecto protocolar Greenlight, em que os alunos desenvolveram propostas de sistemas de iluminação pública baseadas em tecnologias de ponta; energia solar e power led. Uma equipa de docentes das áreas de Design, Produção e Multimédia coordenou este projecto de forma integrada constituído pelos docentes Acácio Pereira, que liderou o processo de Design, Pedro Vasconcelos e Pedro Faria. O acompanhamento e validação dos trabalhos teve a parceria do grupo de empresas Fundiviana (Viana do Castelo) e GCE Solar (Zamora). Este projecto apresentou uma vertente de respeito pela natureza e a sustentabilidade. K


abrantes

Sousa Ribeiro Lecciona na ESTA 6 O jornalista da TSF Bruno Sousa Ribeiro é o novo docente da Escola Superior de Tecnologia de Abrantes que, a partir deste semestre, passará a leccionar aos alunos de Comunicação Social “Discursos e Formatos Radiofónicos”. Há 5 anos na Rádio TSF, onde é jornalista desportivo e uma das vozes do Jornal de Desporto, Bruno Sousa Ribeiro tem também desempenhado funções de repórter de pista, cobrindo jogos nacionais e internacionais (Selecção Nacional, Liga dos Campeões, Liga Europa, várias finais da Taça de Portugal, Taça da Liga ou Supertaça). Natural de Amarante, licenciou-se em Comunicação Social na Escola Superior de Tecnologia de Abrantes do Instituto Politécnico de Tomar, iniciando a sua carreira de jornalista no Jornal de Notícias, no Porto. O novo docente da ESTA irá igualmente apoiar o desenvolvimento do projecto de Rádio da Escola Superior de Tecnologia de Abrantes. K

IPT

Tomar debate ambiente 6 As Jornadas do Curso de Engenharia do Ambiente e Biológica com a temática “Ambiente e Bioenergias” decorrem nos dias 25 e 26 de Março, no auditório Dr. Júlio das Neves O106, no campus do Instituto Politécnico de Tomar. Esta acção de formação destinada aos docentes do ensino superior, básico, secundário, alunos do ensino superior e técnicos dos sectores energético e ambiental visa discutir temas, como o Ambiente e Sustentabilidade, Água, Atmosfera, Solos e Bioenergias. Estas jornadas perspectivam-se multidisciplinares reunindo diferentes metodologias de transmissão de conhecimentos e têm como objectivos aprofundar os conhecimentos sobre o ambiente e as energias alternativas, promover os valores e a importância do Ambiente e do Desenvolvimento Sustentável, incentivar o princípio de aplicação da interdisciplinaridade através da articulação entre diferentes campos do saber como o ambiente, a energia, as tecnologias e os recursos naturais entre outros. Proporcionar aos investigadores a oportunidade de divulgarem os resultados de estudos realizados e facultar aos participantes a possibilidade de adquirir ferra-

mentas e conteúdos que lhes permitam a actualização de conhecimentos e eventualmente a introdução de melhorias no seu desempenho profissional e social é outro do objectivo. Finalmente, visa dinamizar a participação pública na tomada de consciência para a importância da sustentabilidade e a problemática da dependência energética face aos combustíveis fósseis,

além de criar uma plataforma de discussão aberta a todos os participantes, com o intuito da sensibilização colectiva para a utilização racional dos recursos naturais e energéticos. Finalmente, visam promover uma relação de proximidade entre a comunidade docente, a comunidade local, a instituição (Instituto Politécnico de Tomar) e o meio envolvente. K

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ESTGV

Mestres em Viseu 6 A Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Viseu (ESTGV) acaba de atribuir cinco títulos de Mestre. Maria de Fátima Nunes apresentou o tema Relato da Informação Financeira por Segmentos: IFRS 8 – PSI 20, tendo obtido uma classificação de 14 valores. Seguiu-se Ana Cristina Ribeiro com o tema A Importância da Consolidação de Contas nas Autarquias, tendo obtido a classificação de 13 valores. Prestou ainda provas Andreia Gouveia, com o tema O Impacto das Decisões de Marketing no

Desempenho Financeiro das Empresas: O Caso da Evidência Física no Sector da Restauração, tendo obtido a classificação de 15 valores. Elsa Saraiva apresentou o tema A Auditoria Interna em Instituições de Ensino Superior – O Caso do Ensino Superior Politécnico, tendo obtido uma classificação de 16 valores. Seguiu-se António Pereira O Justo Valor do Activo Biológico – A Vinha – Na Região Demarcada do Dão, tendo obtido a classificação de 16 valores. K

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Politécnico de Setúbal

Cartas de Curso entregues 6 O Instituto Politécnico de Setúbal (IPS) entregou em Fevereiro as Cartas de Curso a 215 graduados de licenciatura e mestrado das suas cinco Escolas Superiores, designadamente Escola Superior de Educação, Escola Superior de Tecnologia de Setúbal, Escola Superior de Ciências Empresariais, Escola Superior de Tecnologia do Barreiro e Escola Superior de Saúde. Durante a cerimónia Armando Pires, presidente do IPS, referiu que “num mundo em rápida e profunda transformação, não há saberes definitivos, tornando-se necessário manter uma constante preocupação com a actualização dos conhecimentos, na promoção de constantes aprendizagens ao longo da vida”. O responsável apelou, assim, para a partilha de conhecimentos e experiências, adiantando que “é importante que os antigos alunos nos façam sentir as suas necessidades de formação para que o Politécnico de Setúbal possa melhorar continu-

Prémio para Viana T O Projecto Sistema de Informação e Apoio à Decisão (SI.ADD) desenvolvido e coordenado pelo Politécnico de Viana do Castelo para a ARH do Norte, I.P. recebeu o prémio Melhor Prática 2010, no âmbito do Fórum Boas Práticas Partilhar para melhorar o desempenho, do Ministério do Ambiente e Ordenamento do Território. O projecto inclui actividades e produtos de sistematização e modelação de bases de dados, o desenvolvimento de aplicações de gestão de apoio ao licenciamento de títulos de recursos hídricos, monitorização de recursos hídricos, aplicações de relato interno e para o WISE (Water Information Systems for Europe), Publicidade

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amente o seu desempenho e prestação”. “É igualmente relevante que participem nas nossas actividades de investigação e desenvolvimento, através da concretização de projectos que promovam parcerias entre o IPS e as instituições e empresas às quais pertencem e pertencerão. Que sintam também que o IPS pode ser um excelente parceiro e um suporte credível para as vossas iniciativas empreendedoras”, acrescenta. Esta ligação ao Politécnico de Setúbal é possível através da recém-criada Associação de Antigos Alunos do IPS apresentada formalmente durante a cerimónia, pelo seu presidente, Ricardo Pereira, que salientou as vantagens dos associados, nomeadamente ao nível dos benefícios na utilização de contingentes especiais de acesso a pós-graduações e respectivos descontos, bem como um conjunto de vantagens no potencial de utilização das infra-estruturas do IPS. K

plataforma colaborativa de gestão de projecto e uma plataforma WEBSIG que permite a gestão, comunicação e participação on-line de um conjunto alargado de utilizadores internos e externos, mesmo de âmbito especializado. K

Saúde animal em Portalegre T A Escola Superior Agrária de Elvas do Instituto Politécnico de Portalegre organiza, a 26 de Março, o II Seminário Clilegre – Pfizer Saúde Animal Doenças de Rebanho. O seminário é aberto a produtores pecuários e alunos do 1o, 2o e 3o ano de Enfermagem Veterinária, bastando que para isso se inscrevam junto da Recepção da ESAE ou da docente, Lina Costa. K

Act & Empreende em viseu

Como criar emprego 6 Promover o empreendedorismo é um dos objectivos do Politécnico de Viseu (IPV), no sentido de incentivar a criação do próprio emprego por parte dos diplomados. Esta foi a ideia deixada pelo presidente do Politécnico, Fernando Sebastião, na abertura da segunda edição do ACT & Empreende, a 1 de Março, na Aula Magna. O mesmo responsável deixou claro que, apesar da dificuldade em obter o primeiro emprego, a inserção no mercado de trabalho é sempre mais fácil para quem tem qualificação superior e adiantou acerca do esforço que o IPV tem vindo a fazer para dotar os seus alunos de motivação e conhecimentos empreendedorísticos, que se está a “pensar em criar uma pós-graduação em empreendedorismo”. O ACT & Empreende, evento sobre Empreendedorismo, Inovação e Inserção na Vida Activa é uma iniciativa dirigida a todos os estudantes do IPV, especialmente aos finalistas e diplomados, e visa, assim, fomentar uma cultura empreendedorística. O evento foi subordinado à temática Vidas Empreendedoras. O

seu programa incluiu o lançamento do 8º Poliempreende, conferências sobre empreendedorismo e inovação, entrega dos prémios referentes à 7a edição do Concurso Regional Poliempreende (1a, 2a, 3a e menções honrosas), bem como a apresentação da ideia de negócio vencedora regional de 2010, “Net Services Solution – Recomendações para comércio electrónico”, conquistado pela equipa da Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Lamego do IPV. Acerca do Serviço de Inserção na Vida Activa, existente no IPV, falou o vice-presidente José Costa, que salientou que o SIVA “foi criado para facilitar a vida aos estudantes e diplomados”, ajudando os jovens a integrar-se na vida activa. E concluiu: o “SIVA é uma janela aberta que permite espreitar e agarrar oportunidades”. O Coordenador Institucional do Poliempreende no IPV, Samuel Barros, apresentou o 8o Concurso Poliempreende e apontou os objectivos, destinatários e requisitos dos projectos inerentes à iniciativa. No momento seguinte teve lugar a conferência Vidas Empreendedoras, em que foram intervenien-

tes João Pedro Xavier, presidente do Conselho de Administração da Lanidor e Nelson Sousa, antigo aluno do IPV, e actual Administrador dos Transportes JLS, que deram o testemunho das suas experiências em empresas familiares. José Arimateia, Presidente da Comissão Executiva da Visabeira – Turismo, apontando casos concretos de algumas iniciativas que ali têm sido levadas a cabo, deu uma visão do modo como se podem descobrir e pensar novas oportunidades, no fundo de como se pode ser empreendedor. Margarida Nave, Directora Comercial de Particulares e Negócios da CGD – Viseu, orientou as suas palavras de modo a esclarecer como é que aquela entidade bancária pode ajudar os jovens empreendedores. O encerramento da sessão esteve a cargo de Luís Rasquilha, Sénior Vice-Presidente da AYR Consulting – Trends and Innovation. Este último interveniente, também docente da Escola Superior de Educação do IPV, numa comunicação que muito entusiasmou a plateia, falou sobre empreendedorismo e inovação. K Ester Araújo _


mobilidade

Politécnico de Beja recebe alunos Erasmus 6 O Instituto Politécnico de Beja (IPBeja) acaba de receber receber 35 estudantes, provenientes da Bélgica, Bulgária, Espanha, Lituânia, Polónia, República Checa e Roménia. Os alunos vão estudar para Beja no âmbito do Programa de mobilidade Erasmus, aos quais se vão juntar mais 9 estudantes que decidiram prolongar a sua estadia iniciada no 1o semestre. A recepção aos estudantes Welcome Meeting, organizada pelo Gabinete de Mobilidade e Cooperação, realizou-se no início de Março e teve como objectivo acolher e integrar da melhor forma possível os alunos estrangeiros. Durante a sua estada no IPBeja os estudantes serão acompanhados de perto por alunos portugueses que com eles partilham a experiência de terem sido também estudantes internacionais. K

Por cada novo “gosto” no Facebook

IPBeja vai plantar uma árvore 6 O Instituto Politécnico de Beja (IPBeja) vai lançar, no Dia Mundial da Árvore, a campanha Planta uma árvore à distância de um clique. Por cada novo “gosto” na página do Politécnico de Beja no Facebook irá reverter na plantação de uma árvore. Para assinalar o arranque da iniciativa, o Politécnico vai apresentar esta campanha, no dia 21 de Março, às 11h, no Auditório dos Serviços Comuns, numa cerimónia que incluirá os primeiros cliques na página do Facebook, por parte de algumas personalidades, e a consequente plantação simbólica das primeiras árvores no campus. A Liga de Protecção da Natureza e o Instituto (LPN) Instituto de Conservação da Natureza e Biodiversidade (ICNB) são algumas das entidades que já se associaram à campanha e que vão estar presentes na cerimónia de abertura. No final da campanha, as árvores resultantes dos cliques na página do Facebook irão ser plantadas nas explorações agrícolas do Politécnico, por alunos do próprio instituto. O objectivo desta iniciativa passa por sensibilizar toda a comunidade, em especial os mais jovens, nomeadamente

os estudantes universitários e do ensino secundário, para a importância que as ár-

vores e a preservação e conservação das florestas assumem. K

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Qualidade garantida na Guarda T O Instituto Empresarial do Minho, em parceria com o Instituto Politécnico da Guarda (IPG) e a Agência para a Promoção da Guarda, promoveu no passado dia 17 de Março, no Auditório da Escola Superior de Tecnologia e Gestão do IPG, um Workshop sobre “Norma Internacional SA 8000: Certificação em Responsabilidade Social”. Informar as empresas relativamente à Norma SA 8000, disseminar pelo tecido empresarial o conceito de Responsabilidade Social e incentivar as empresas a uma participação mais activa na sociedade foram os principais objectivos desta iniciativa, que decorreu a partir das 9h30.

Maiores de 23 em Tomar T O Politécnico de Tomar acaba de abrir as inscrições para as provas especialmente adequadas destinadas a avaliar a capacidade para a frequência do Ensino Superior dos Maiores de 23 anos. As inscrições podem ser efectuadas até ao dia 31 de Março na área de alunos da respectiva Escola.

Pelicano faz worshop T A Escola Superior de Educação, Comunicação e Desporto/IPG realizou, nos

dias 15 e 16 de Março, um Workshop em “Vídeo Documentário”, que será orientado por Jorge Pelicano. Esta iniciativa integrou-se no projecto anula do curso de Comunicação Multimédia e teve por objectivo desenvolver a formação integral dos estudantes a facilitar a inserção na vida activa, complementando a aprendizagem curricular na área do vídeo. De referir que no primeiro dia, pelas 21h30, teve lugar no Café Concerto do TMG a projecção do documentário “Pare, Escute e Olhe”, de Jorge Pelicano (ex-aluno da ESECD/IPG), a que se seguiu uma tertúlia.

Maiores de 23 anos na Guarda T No Instituto Politécnico da Guarda decorre até ao próximo dia 22 de Abril o prazo de inscrição para a realização de provas especialmente adequadas, destinadas a avaliar a capacidade para a frequência de cursos superiores por parte de maiores de 23 anos. A realização das provas teóricas e/ou práticas decorrerá na Escola Superior do Instituto Politécnico da Guarda em que o candidato pretenda ingressar, entre 26 de Maio e 17 de Junho de 2011. A divulgação das listas definitivas de seriação ocorrerá a 15 de Julho. Os interessados podem obter mais informações no Serviços Centrais do Instituto Politécnico da Guarda, em www.ipg.pt ou através do e-mail ipg.informacao@ipg.pt K

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Daniel Hernández Ruipérez, reitor da USAL

Salamanca ganha Campus de Excelência Internacional 6 Fundada em 1218, a Universidade de Salamanca (USAL) é uma das mais conceituadas da Península Ibérica e uma referência no ensino superior do velho continente. Anualmente muitos são os estudantes portugueses que procuram aquela instituição para ali tirarem os seus cursos. A área da medicina é uma das mais procuradas, mas as pós-graduações, como os doutoramentos, também levam muitos portugueses e alunos de outras nacionalidades a escolher a Universidade de Salamanca. Com mais de 30 mil alunos, a Universidade de Salamanca é a segunda universidade de Espanha onde estudam mais alunos que não são oriundos da sua região. Daniel Hernández Ruipérez, reitor da USAL, explica ao Ensino Magazine quais os desafios que a universidade tem pela frente, a forma como Bolonha foi implementada e as suas implicações, e as relações com Portugal.

temos boas relações com as universidades do Porto, Beira Interior, Lisboa, Lusófona, Instituto Superior Técnico, ou com o Politécnico de Bragança, entre outras instituições. Neste momento temos em curso um programa de desenvolvimento com as universidades do Norte de Portugal, no âmbito Macro Região Europeia, o qual envolve as regiões espanholas de Galícia e Castilla e Leon. Esses projectos a desenvolver em conjunto são de que áreas? Estão relacionados com o desenvolvimento económico, social, científico, e de investigação. Neste momento há várias comissões de trabalho que já estão a funcionar. De que forma Bolonha alterou o ensino na Universidade de Salamanca?

Quais os desafios que se colocam à Universidade para os próximos anos? A Universidade de Salamanca tem que se saber transformar para ser uma universidade do século XXI. Isso implica mudanças estruturais que, em momentos de crise como a que actualmente vivemos, não são fáceis de implementar. Além disso temos também pela frente dois desafios importantes: as comemorações do seu 800º aniversário - os quais incluem diferentes actividades -, e o desenvolvimento do nosso Campus de Excelência Internacional, o qual teve o parecer positivo do Ministério da Educação, e que nos coloca na linha da saída para a transformar numa universidade de referência, nas áreas em que hoje estamos mais desenvolvidos: estudo da língua espanhola e em diversas áreas científicas como a oncologia ou neurociências, entre outras. No mercado global, onde há uma forte concorrência entre as universidades, que plano estratégico delineou a Universidade de Salamanca para manter o seu prestígio? Desenvolvemos, numa primeira fase, um Plano Estratégico parcial, através do qual conseguimos ser Campus de Excelência Internacional. Neste momento estamos a alargar esse plano parcial, a um global, que tem de fomentar não só uma boa docência, mas também uma investigação competitiva, e incrementar a transferência tecnológica junto do tecido empresarial. Este plano deve ser implementado sem abandonar os estudos fundamentais de ciência básica e de humanidades, que foram a fonte de prestígio da nossa universidade durante 800 anos.

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Daniel Hernández Ruipérez, reitor da USAL

Em que mais áreas vai incidir esse plano? Queremos ser a universidade referência no estudo da língua espanhola. Algo que de certo modo já somos. Depois temos outros eixos estratégicos importantes, como a aposta em áreas em que temos tradição, como a jurídica e humanística. Há ainda a aposta nas áreas científicas e na transferência tecnológica.

ou apenas a distância - me parece positivo. No entanto, no futuro o modelo misto será o mais interessante. Qual tem sido a relação da Universidade de Salamanca com as instituições de ensino superior portuguesas? Temos uma forte relação com a Universidade de Coimbra, através da qual temos um programa de titulação conjunta que vai até aos cursos de doutoramento. Além disso,

Bolonha pressupõe uma grande mudança no modo de ensinar, desde logo no que respeita ao paradigma educativo. Aos estudantes nós temos que lhes ensinar a fazer coisas e não os conteúdos delas, como sucedia anteriormente. Os objectivos e o sistema de ensino requerem mais dedicação e tempo dos professores, o que obriga a uma mudança organizativa das universidades. E Salamanca está a saber corresponder a esse desafio? Este ano todos os primeiros cursos estão a funcionar de acordo com Bolonha. Ou seja, a integração é completa, apenas as licencia-

O ensino a distância é outra aposta da Universidade? Sim. O ensino a distância deve ser complementar do ensino presencial. Podem-se desenvolver formações que sejam desenvolvidas na sua quase totalidade no regime de ensino a distância, mas haverá sempre uma parte em que o contacto directo com o professor é importante. É evidente que já existe a possibilidade do aluno e o professor falarem através, por exemplo, do Skype ou do messenger, mas não é a mesma coisa que um contacto presencial. Ou seja defende um ensino b-learning? Qualquer um dos três modelos - totalmente presencial; a distância e presencial;

O reitor da USAL com João Carrega e Jose Maria Hernandez Diaz


turas que começaram há alguns anos atrás, ainda estão com o modelo antigo. É evidente que fazer estas mudanças numa altura de restrição económica torna a tarefa mais difícil. Mas existe um compromisso e empenho de toda a Universidade em implementar Bolonha.

com as outras? Isso faz parte da condição humana. Mas todos temos a consciência que esse tipo de situações devem ser ultrapassadas, pois todos juntos seremos mais fortes. Ao reunirmos as potencialidades de três ou quatro universidades ficamos com a capacidade de desenvolvermos projectos mais ambiciosos e interessantes. Cooperando uns com os outros, todos ganhamos.

Ao nível do corpo docente, esse novo modo de ensinar já está enraizado? Este é um processo lento. Há professores que já vinham a implementar este modelo, pelo que para eles Bolonha não é novidade. Há outros em que a implementação de Bolonha implicou muitas mudanças ao nível das metodologias. Metodologias através das quais os próprios professores se haviam formado, pelo que a mudança torna-se mais difícil. Mas o importante é que está a ser feita. Bolonha pressupõe uma maior abertura do espaço europeu de ensino superior. Mas nem todos os países adoptaram o tempo de formação inicial de forma igual. Por exemplo, em Portugal a licenciatura é apenas de três anos e em Espanha de quatro. Isso cria dificuldades de articulação entre as instituições? Sim. Isso verificou-se quando desenvol-

O mercado português é apetecível para a Universidade de Salamanca? vemos o programa de titulação conjunta com a Universidade de Coimbra. Mas são situações que conseguimos resolver. É evidente que é mais fácil articular esse tipo de programas nas pós-graduações. É uma pena que na Europa não tenhamos estado de acordo em eleger uma coisa ou a outra. A reorganização da rede de ensino superior em Espanha é uma necessidade? É uma questão polémica. Existe o sentimento comum de que o nosso país tem imensas universidades. Mas também é ver-

dade, que depois de estarem criadas é muito difícil fechá-las ou tentar uni-las. Muito provavelmente continuaremos como estamos. O que acontece é que em muitas acções as universidades já desenvolvem projectos comuns. Exemplo disso foi o programa lançado pelo Ministério da Educação para a criação de Campus de Excelência internacionais, em que muitas universidades concorreram em conjunto. Ou seja, de alguma forma as instituições já se estão a agrupar para desenvolverem determinadas acções ou programas. E nessa lógica de agrupamentos, não surge desconfiança de umas universidades para

Há já muitos alunos portugueses a estudar aqui. Para alguns estudantes portugueses, a Universidade de Salamanca é a instituição de ensino superior de maior dimensão que está mais perto das suas regiões. Ou seja, a proximidade é importante. Nos últimos anos temos tido muitos alunos portugueses nas áreas de medicina e biosanitária. Penso que o mercado português é apetecível para a Universidade de Salamanca, como Espanha é um mercado apetecível para as instituições portuguesas. K   

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Dia Mundial é a 27 março

Teatro em tempo de crise 6 Dia 27 de Março assinala-se o Dia Mundial do Teatro. Uma data que a crise económica internacional pode ensombrar, mas que merece ser sublinhada, sobretudo pela capacidade que a arte de representar tem em juntar à sua volta pessoas de todas as idades. Como forma de nos associarmos a esta data, fomos ouvir quem faz do teatro uma arte. Mário Trigo, actor, e um dos responsáveis pelo projecto Impressões, a partir de textos de Jean-Jacques Rousseau. A entrevista escrita a duas mãos, com as respostas na volta do e-mail, aqui fica.

João Vasco

H

Dia 27 assinala-se mais um Dia Mundial do Teatro. Como é que em tempos de crise se consegue chamar espectadores às salas? Não me ocorre um modelo de promoção e divulgação que responda eficazmente a essa pergunta. Que por si só leve um grande número de pessoas ao Teatro. Existem, evidentemente, variadas formas de publicitar um espectáculo, independentemente dos recursos financeiros que cada produção ou companhia possam dispor. No entanto, e para responder directamente à pergunta colocada, o modelo de divulgação que me parece mais eficaz é ainda o designado na gíria por passa-a-palavra , isto é, o parecer que cada espectador faz de um determinado espectáculo, influenciando com isso outros espectadores a deslocarem-se e a assistirem.

Pela experiência que vou tendo, noto perfeitamente uma diferenciação no estilo de representação entre as várias gerações de actores. Digo que neste momento existe um grande número de novos actores muito bem preparados tecnicamente, que possuem, para além disso, uma boa cultura teatral. Noto ainda que o mais consequente plano de formação e desenvolvimento, dentro do sector, consiste no trabalho que diferentes gerações de actores vão fazendo em conjunto, contagiando-se e desafiandose mutuamente.

Com menos apoios torna-se difícil colocar de pé diferentes projectos. De que forma é que as companhias, neste caso a sua, conseguem ultrapassar essa questão? Recorrendo a uma mobilização colectiva dos elementos que constituem um determinado projecto que se quer levar a cena. Esse estímulo, que não é

Numa altura em que muito se fala na «Geração à Rasca» que conselho daria aos jovens que querem entrar no mundo do teatro? obviamente de natureza financeira, tem necessariamente que ser encontrado no valor literário, intelectual, conceptual, que se vai experimentando durante todo o processo de montagem

de um espectáculo. Acresce a isso um forte envolvimento humano no seio da equipa, responsabilizando cada elemento pelo resultado artístico obtido. Hoje existem vários cursos, alguns superiores, na área. Sente que os jovens actores surgem mais bem preparados?

Para mim o critério mais válido para enveredar por uma determinada área de trabalho consiste na paixão que por ela se sente. Depois deve-se “pôr no terreno” uma vontade forte que permita ir alcançando resultados… e deixar que a realidade nos vá surpreendendo. Para quem ainda não teve oportunidade de assistir, como é que caracteriza essa peça? É um espectáculo feito por dois actores e uma actriz, que representam três personagens. Existe um espaço cénico e um desenho de luz que os serve. E um texto que os vai configurando. Do outro lado, estão os espectadores. São 60 minutos de convivência… K

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Castelo Branco Maiores de 23 em Leiria T O Instituto Politécnico de Leiria tem abertas as inscrições até 11 de Abril, para as Provas Especialmente Adequadas Destinadas a Avaliar a Capacidade para a Frequência dos Cursos Superiores do IPL dos Maiores de 23 Anos (M23). Estas provas têm como objectivo permitir às pessoas que completem 23 anos de idade até ao dia 31 de Dezembro do ano anterior que antecede a realização das provas e que não tiveram oportunidade de frequentar o Ensino Superior, a possibilidade de o fazerem.

Recrutamento na Guarda T O Instituto Politécnico da Guarda (IPG) pretende constituir uma bolsa de potenciais interessados com vista ao eventual preenchimento, em futuro próximo, de posições contratuais para o recrutamento de pessoal docente especialmente contratado e de formadores. Os potenciais interessados, de nacionalidade portuguesa ou outra, deverão apresentar candidatura através do preenchimento e envio de respectivo formulário e documentação constante em www.ipg.pt. A informação divulgada pelo IPG visa exclusivamente a determinação da existência de potenciais interessados com o perfil académico e profissional pretendido por esta instituição, tendo em vista uma adequada preparação das decisões que neste âmbito venham eventualmente a ser tomadas. K

Nuno Álvares em obras 6 A Escola Secundária Nuno Álvares (ESNA) vai entrar em obras dentro de meses, mas o edifício com 65 anos não vai perder a identidade que o tornou conhecido. O projecto de remodelação e ampliação do velho liceu foi apresentado esta semana e implica mais de 12 milhões de euros de investimento e 18 meses de trabalho no terreno. Ao todo são quase dois anos lectivos de convívio forçado entre os trabalhos e as aulas. A Parque Escolar, a responsável pelas obras,

garante que a intervenção vai decorrer por fases, o que impede que haja obras nos edifícios com aulas a decorrer. Os alunos serão

instalados em monoblocos climatizados, vulgarmente conhecidos como contentores. O edifício primitivo vai man-

ter-se e no espaço onde se encontram os pré-fabricados vai nascer um novo edifício, que se estende ao longo da Rua dos Bombeiros Voluntários. Do lado da Rua Conselheiro Albuquerque vai nascer um outro edifício destinado às Novas Oportunidades. Os espaços desportivos, nas traseiras, também vão ser cobertos. Na ESNA estudam cerca de 1200 alunos, dos quais 900 durante o dia. Os restantes fazem parte do Centro Novas Oportunidades e dos cursos nocturnos.K

aniversário

Etepa faz anos 6 A Escola Tecnológica e Profissional Albicastrense - Etepa atingiu a maioridade. São 18 anos de um projecto sustentado. Um projecto que, como destaca a directora Olga Preto, foi realizado “com muita alegria, muito trabalho, sempre pondo a tónica de que os alunos dentro da sala de aula aprendem, mas fora dela aprendem muito mais. É este tipo de alunos que temos tido, com aptidões mais para a prática”. Uma formação mais profissio-

nal que tem tido boas saídas ao nível do emprego. Também em termos de estudos há muitos alunos que acabam por entrar no ensino superior. A região, segundo a directora da escola, está bem servida ao nível do ensino porque, por exemplo, há cursos do Politécnico que dão continuidade aos que existem na escola. “Assim, completamo-nos uns aos outros e eu só vejo o ensino deste modo. K

Olga Preto, directora da ETEPA

Agrupamento Cidade de Castelo Branco

Ciência na Escola 6 Os «SIG e a nossa Vida mais sustentável» foi um dos projectos seleccionados entre mais de 700 apresentados a nível nacional, para a 2ª fase do concurso Ciência na Escola promovido pela Fundação Ilídio Pinho. O projecto está a ser de-

senvolvido no Clube Europeu/ Meteor-Escola do Agrupamento de Escolas Cidade de Castelo Branco e envolve actividades que vão da georeferenciação das plantas existentes no espaço exterior da escola, à produção de óleos, essências, detergentes e

produtos de beleza biológicos. A Meteorologia está também inserida neste projecto que abrange alunos, professores e funcionários mas também se estende aos pais/encarregados de educação, de forma a envolver as famílias na vida da escola. K

Cartoon: Bruno Janeca H Argumento: Dinis Gardete _

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Escola Básica dos 2º e 3º Ciclos do Caniço- Madeira

Aprendizagem cooperativa 6 Na Escola Básica dos 2º e 3º Ciclos do Caniço, Madeira, oito turmas, quatro do 6º ano e quatro do 8º ano de escolaridade, desenvolvem uma metodologia de trabalho baseada na aprendizagem cooperativa. De acordo com essa estratégia de ensino/aprendizagem, as tarefas são realizadas em pequenas equipas, cada uma das quais, formada por alunos com diferentes características/competências e gostos. Cada elemento da equipa assume um papel individual de acordo com a tarefa estabelecida na equipa e ao longo do projecto torna-se responsável não só pela sua aprendizagem, mas especialmente, por participar de forma activa na aprendizagem dos outros, ajudando os colegas da equipa a ultrapassar as dificuldades e construindo uma atmosfera de sucesso, baseada na partilha. É de salientar que para que os alunos tenham o sucesso preten-

dido, é necessário que a equipa de professores seja igualmente unida, desenvolva um espírito de partilha e camaradagem e que esteja 100% disponível para orientar os alunos neste processo. No passado dia 16 de Fevereiro, os alunos das turmas do 6º ano apresentaram à comunidade

educativa os vários projectos desenvolvidos de acordo com o tema geral da escola - Saber Estar, Saber Relacionar-se, de modo a contribuir para a concretização de um dos objectivos definidos no plano educativo de escola. Os subtemas abordados foram variados e apresentados de forma criativa e diver-

sificada, sendo notória a evolução destes alunos que integram este projecto desde o 5º ano, a nível da aquisição de competências sociais e metodológicas. Esta apresentação contou com a presença do presidente do Conselho Executivo, Armado Morgado, dos professores que integram o projecto e dos encarregados de educação destas turmas. Algumas equipas de trabalho foram premiadas por se terem destacado no cumprimento dos objectivos estabelecidos, pela forma como trabalharam e pela demonstração da aquisição de competências metodológica e sociais essências à formação de qualquer aluno, que se pretende venha a ser um cidadão responsável e activo no futuro. K Cristina Freire _ A coordenadora SEA do projecto UNESCO

Consciência ambiental na Madeira

Acreditamos que estas crianças são um importantíssimo veículo de transmissão de comportamentos. A comprová-lo estão as afirmações feitas por algumas delas: “…. apago a TV no botão, fecho a água quando lavo os dentes e não deito papel na san-

ita. (Francisca Abreu) “... Digo a minha avó se já reparou nos litros de água que gasta ao lavar os dentes.” (Helena Ascenção). Entre as mais valias deste projecto destacamos os valores que vêm por acréscimo, como a independência, responsabilidade e autonomia.

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Redacção, Edição, Administração Av. do Brasil, 4 R/C Apartado 262 Telef./Fax: 272324645 6000-909 Castelo Branco www.ensino.eu ensino@rvj.pt Director Fundador João Ruivo ruivo@rvj.pt Director João Carrega carrega@rvj.pt Editor Vitor Tomé vitor@rvj.pt Editor Gráfico Rui Rodrigues ruimiguel@rvj.pt Serviço Reconquista: Agostinho Dias, Vitor Serra, Júlio Cruz, Cristina Mota Saraiva, Artur Jorge, José Furtado e Lídia Barata Serviço Rádio Condestável: António Reis, José Carlos Reis, Luís Biscaia, Carlos Ribeiro, Manuel Fernandes e Hugo Rafael. Guarda: Rui Agostinho Covilhã: Marisa Ribeiro Viseu: Luis Costa/Cecília Matos Portalegre: Maria Batista Évora: Noémi Marujo noemi@rvj.pt Lisboa: Jorge Azevedo jorge@rvj.pt Nuno Dias da Silva Paris: António Natário Amsterdão: Marco van Eijk Edição RVJ - Editores, Lda. Jornal Reconquista

ESCOLA EB1 / PE RIBEIRO DOMINGOS DIAS, FUNCHAL

6 A construção de uma consciência ambiental é uma das marcas que a EB1 PE Ribeiro Domingos Dias gostaria de deixar nas crianças que passam pela escola. Umas das formas de o fazer foi através da criação de Brigadas de Monitorização aos temas Água, Energia e Resíduos. Os alunos são convocados através do painel EcoEscolas e pelo coordenador do programa. Usam um crachá identificativo e através de uma ficha registam todas as observações realizadas sobre as diversas temáticas, como por exemplo verificar se as luzes estão ligadas quando não há ninguém nas salas, se o lixo foi colocado nos contentores certos, ou se as torneiras estão bem reguladas. Pelas palavras que nos comunicaram acreditamos ter transmitido a serenidade necessária. “Não é uma tarefa para ser feita com rapidez…. as coisas importantes precisam de tempo.” (Francisca Abreu)

Publicação Periódica nº 121611 Dep. Legal nº 120847/98

Quando perguntamos sobre o que este papel lhes faz sentir eles não hesitam: “Sentimo-nos responsáveis” (António), “sentimo-nos adultas pois estamos a trabalhar.” (Maria Francisca) As crianças relataram com indignação uma situação ocorrida na sala: “Estava uma garrafa de plástico no lixo geral! Há colegas que sabem separar mas não têm cuidado!” (Helena). Quando interrogadas sobre o que deveria então ser feito elas concluíram que “… temos que fazer o que sabemos.”. (idem) Sendo a nossa escola um EcoEscola, toda a Comunidade Educativa assume um compromisso na continuidade do trabalho diário, tentando melhorar o ambiente envolvente, contribuindo para uma verdadeira educação para a cidadania e para o desenvolvimento sustentável. K Joel Dimitri Lopes _ Coordenador SEA

Grafismo Rui Salgueiro | RVJ - Editores, Lda. Secretariado Eugénia Sousa Francisco Carrega Gonçalo Inês Relações Públicas Carine Pires carine@rvj.pt Colaboradores: Albertino Duarte, Alice Vieira, Antonieta Garcia, António Faustino, António Trigueiros, António Realinho, Ana Castel Branco, Ana Caramona, Ana Rita Garcia, Belo Gomes, Carlos Correia, Carlos Semedo, Cecília Maia Rocha, Cristina Ribeiro, Daniel Trigueiros, Dinis Gardete, Deolinda Alberto, Elsa Ligeiro, Ernesto Candeias Martins, Fernando Raposo, Florinda Baptista, Francisco Abreu, Graça Fernandes, Helena Menezes, Helena Mesquita, Joana Mota (grafismo), Joaquim Cardoso Dias, Joaquim Serrasqueiro, Joaquim Bonifácio, Joaquim Moreira, João Camilo, João Gonçalves, João Pedro Luz, João Pires, João de Sousa Teixeira, Joaquim Fernandes, Jorge Almeida, Jorge Fraqueiro, Jorge Oliveira, José Felgueiras, José Carlos Moura, José Pires, José Pedro Reis, Janeca (cartoon), José Rafael, Luís Costa, Luis Lourenço, Luis Dinis da Rosa, Luis Souta, Miguel Magalhães, Miguel Resende, Maria João Leitão, Maria João Guardado Moreira, Natividade Pires, Nuno Almeida Santos, Pedro Faustino, Ricardo Nunes, Rui Salgueiro, Rute Felgueiras,Sandra Nascimento (grafismo), Sérgio Pereira, Susana Rodrigues (U. Évora) e Valter Lemos Contabilidade: Mário Rui Dias Propriedade: RVJ - Editores Lda. NIF: 503932043 Gerência: João Carrega, Vitor Tomé e Rui Rodrigues (accionistas com mais de 10% do Capital Social) Clube de Amigos/Assinantes: 15 Euros/ Ano Empresa Jornalistica n.º221610 Av. do Brasil, 4 r/c Castelo Branco Email: rvj@rvj.pt Tiragem: 20.000 exemplares Impressão: Jornal Reconquista - Zona Industrial - 6000 Castelo Branco


Viseu

Alunos querem mais segurança 6 A Associação Académica do Instituto Politécnico de Viseu (AAIPV), em colaboração com a PSP, vai promover sessões de aconselhamento na sequência de preocupações manifestadas pelos estudantes relativamente à falta de segurança. O presidente da AAIPV, Tiago Santos, refere em comunicado ter reunido já com o governador civil e o comandante da PSP de Viseu, transmitindo-lhes “as preocupações demonstradas pelos estudantes” e alguns casos que foram expostos à direção da associação. “Todos os intervenientes na reunião admitiram que o clima de suspeição e medo não é desejável

e prejudica o bem estar de todos os cidadãos”, conta. Neste âmbito, a AAIPV “irá agendar sessões de esclarecimento com todas as associações de estudantes, núcleos e comissões de curso para aconselhar os estudantes a desenvolver os melhores procedimentos neste processo”, acrescenta. Tiago Santos apela ainda a que os estudantes afetados formalizem a queixa à PSP ou informem a associação, usando-a “como intermediária no caso de terem receio de apresentar a queixa diretamente às autoridades”. K Texto escrito segundo o novo acordo ortográfico

Atletismo Pista Coberta

IPL com pódio e oito recordes 6 O Instituto Politécnico de Leiria (IPL) arrecadou, em Fevereiro, duas medalhas de ouro, três de prata e umas de bronze no Campeonato Nacional Universitário (CNU) de Atletismo Pista Coberta. João Alexandre alcançou a medalha de Ouro no Salto em Altura (2.01 m) enquanto João Leal subiu ao pódio para receber a mesma medalha na categoria de 800m com o resultado de 1.58,51 minutos. As medalhas de Prata foram conquistadas pelos atletas Wilson Martins, João Alexandre, Ivanildo Barreto e Eliseu Ribeiro, na categoria de estafeta masculina com um tempo de 1.33,26 minutos. Tiago Marques e Wilson Martins arrecadaram igualmente a Prata na categoria de 3000m e

60m, respectivamente. O Bronze foi conquistado Liliana Jorge no Salto em Altura com um resultado de 1.45m. Os atletas do IPL conseguiram, ainda, nesta prova

bater oito recordes do Instituto nas categorias de 60m, 60m barreiras, 400m, 800m, 3000m, salto em altura, salto em comprimento e ainda estafeta. K

Festival em Castelo Branco

Tunas no feminino

Voluntariado

Estudantes de Setúbal mais solidários 6 O Instituto Politécnico de Setúbal (IPS), em conjunto com o Instituto Português da Juventude e as Associações de Estudantes das Escolas Superiores do IPS, organizou, em, Março, uma sessão intitulada Voluntariado Local: potencialidades e constrangimentos, no âmbito das comemorações do início do Ano Europeu do Voluntariado. A iniciativa contou com a presença de vários docentes do IPS, bem como responsáveis do Instituto Português da Juventude (IPJ), da Caritas Portuguesa e Associação Entrajuda e teve como objectivo estimular o incremento da actividade voluntária junto da

comunidade do IPS, apelando a valores de solidariedade e de serviço pelos outros. Armando Pires, Presidente do IPS, realçou a importância deste evento pela interacção que se conseguiu juntamente com o IPJ e o papel das Associações de Estudantes na organização do mesmo. Armando Pires referiu a importância de se criar um movimento organizado de voluntariado no Politécnico de Setúbal, considerando que para além da atitude das pessoas “a existência de estímulos, por parte da instituição a que pertencemos, irá potenciar mais acções de voluntariado junto da comunidade do IPS”. K

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6 A apresentação de uma adaptação para português da banda sonora do filme “Os Coristas” é uma das novidades do Olimpo, o Festival de Tunas Femininas que começa dia 26 em Castelo Branco. O festival, cuja sessão de abertura decorre no Cine Teatro Avenida, começará com a música do filme do realizador francês Christophe Barratier, que a Tuna Académica Feminina do Instituto Politécnico de Castelo Branco vai interpretar a três vozes, acompanhadas ao piano. “Optamos ainda por retirar algumas das nossas músicas mais conhecidas e vamos colocar uma versão do ‘Vejam Bem’, do Zeca Afonso”, destacou a ensaiadora Mónica Azevedo durante a apresentação do festival. A tuna organizadora convidou ainda Daniela Varela, a vocalista do grupo Flor de Lis, para interpretar uma versão de “Todas as Ruas do Amor”, a música que a banda

levou ao Festival da Eurovisão de 2009. O concurso vai contar com a participação das tunas femininas do Instituto Superior Técnico de Lisboa, de Ciências do Porto, Escola Superior de Educação de Setúbal e da Universidade da Beira Interior, da Covilhã. Fora de concurso actuam a Tuna da Universidade Sénior Albicastrense e ainda as tunas académica masculina e feminina do Instituto Politécnico de Castelo

Branco. A organização convidou uma tuna espanhola para participar no concurso, mas disse que o grupo não consegue vir a Portugal por indisponibilidade de agenda. Marília Sousa, a presidente da Tuna Académica Feminina do Instituto Politécnico de Castelo Branco, garantiu, no entanto, que no próximo ano a internacionalização vai ser uma aposta, provavelmente com uma tuna colombiana.K

Andebol

Guarda ganha nacional 6 A equipa de andebol do Instituto Politécnico da Guarda (IPG), na categoria de infantis masculinos, está a participar no campeonato nacional da modalidade. De referir que neste campeonato participam equipas como o F.C.Porto, o ABC, Águas Santas e CB Penafiel, entre outras.

A equipa do IPG defrontou no dia 26 de Fevereiro, a equipa AED Fuas Roupinho, na Nazaré e no dia seguinte o grupo de AA Águas Santas, no pavilhão daquela colectividade. A terceira jornada decorreu a 13 de Março, com a equipa do IPG a receber o FC Porto. O Instituto Politéc-

nico, através do Gabinete de Formação, Cultura e Desporto e em cooperação com a Associação Académica da Guarda, vai iniciar, em breve, actividades ao nível de futebol de salão e voleibol com vista à formação de equipas para participação, futura, em provas nacionais. K

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editorial

O desencanto dos professores 7 Os professores portugueses não vivem momentos facilitadores do desabrochar da ilusão, da fantasia criadora e da utopia que leva à vontade de fazer e de vencer. O clima percepcionado na maioria das escolas é de desilusão, de desencanto, de anomia profissional. Os mais jovens interrogam-se sobre as escolhas que fizeram no momento em que decidiram vir a ser professores. Os que acumularam mais experiência no desenrolar do seu percurso profissional questionam-se sobre o sentido da dádiva desinteressada com que se envolveram numa carreira que, pela sua nobreza e relevância social, deveria ter sido indiscutivelmente gratificante. As políticas de reconstrução do tecido curricular, organizacional e de vida activa dos docentes e das escolas correram mal. Correram mal a todos e pelos piores motivos. Correram mal aos governantes, por precipitação, autismo e muita soberba. Correram mal aos professores pelo desrespeito com que foram mimados, pelo desgaste da sua imagem social, e

pela total desestruturação do seu mundo conceptual sobre a escola e sobre o seu futuro. Há muito que os especialistas tentam compreender estes estádios de carreira, ou ciclos de vida dos professores. Porque são previsíveis e, logo, facilmente controláveis, em termos de expectativas e de procedimentos, a literatura aconselha a manter os docentes em um dos três estádios clássicos do seu percurso profissional: 1-O estádio da sobrevivência, ou da fantasia, que geralmente coincide com o início da carreira, e que se singulariza pela necessidade de afirmação do professor, no contacto que mantém com os seus alunos, com os colegas e com comunidade educativa; 2-O estádio da mestria, em que o professor foca o seu esforço no desempenho profissional, na preocupação de ser um “bom” professor, dominando competências inerentes a essa intencionalidade, pelo que procura respostas adequadas para determinadas situações que o acto de ensinar lhe coloca: o número de alunos por turma, a ausência de regras bem definidas de acção, a falta de materi-

ais e condições para o exercício do seu trabalho na classe, a falta de tempo para a consecução dos objectivos, ou para a abordagem dos conteúdos; e 3-O estádio da estabilidade, em que o docente tenta individualizar o ensino, preocupando-se quer com os seus alunos, quer com as suas necessidades e anseios, sejam elas tanto de ordem curricular, como de natureza social e, até, familiar. A instabilidade incontrolável surge quando a entropia prolongada e persistente os retira de um destes três estádios e os conduz ao abismo que se adivinha no desenhar dos períodos de desencanto. Infelizmente, vivemos em Portugal um desses momentos raros e que presumimos indesejáveis para todos os intervenientes: professores, pais e governantes. Momento em que se rompeu com um período em que os professores se encontravam em ciclos da carreira de desinteressada dádiva ao sistema, à escola e aos alunos, e que os tinham levado a optimizar o seu investimento pessoal. O ataque à sua profissionalidade surgiu uma vez e outra, até que esta inesperada e evitável

curva do desencanto os atingiu fatalmente. O acumular de situações provocadas por esta já longa e insuportável conjuntura, por todos conhecida, o retomar insistente de promessas incumpridas de verdadeira descentralização do sistema educativo português, e a negação de se atribuir mais poder de decisão aos professores e às escolas, também contribuíram para que a desilusão e o desencanto se enquistassem no sistema, transformando as sinergias naturais em processos de entropia irrefreáveis. O trabalho do professor é socialmente incontornável. Não depende apenas das políticas e dos políticos. É uma exigência social, reconhecida e validada, que implica com a construção do futuro e com o bem-estar da novas e das mais seniores gerações. A escola é um bem não negociável. Não pode ser objecto de argumentos de facção, de olhares recriminatórios e de invectivas de tirania psicológica. Não pode, porque o que se faz à escola tem um efeito multiplicador e de imprevisível bumerangue. O desrespeito desleal pela escola marca e

vitima os acusadores. A cicatriz social que daí resulta leva tempo a sarar. O mal-estar que se instalou por demasiado tempo tem custos que ainda estão por calcular. E pagamos todos. Mesmo aqueles que, como nós, continuam a pensar que para com os professores temos uma dívida impagável que releva os momentos menos felizes do exercício da profissão. Porque lhes devemos uma boa parte do que somos e do que ainda queremos vir a ser. K João Ruivo _ ruivo@rvj.pt

CRÓNICA

Um Homem da meia Maratona (um conto de Entrudo)

7 Hoje vou ocupar o meu sítio para traçar, neste exíguo espaço que me cabe, o perfil aproximado e não merecido pelo tempo desperdiçado, do homem da meia maratona, que é como quem diz, metade homem, metade maratona. Não merecido, em primeiro lugar, porque é sabujo e refractário a qualquer vacina de cidadania e de confronto honesto. Além do mais, corre apenas com quem tem de o seguir, nunca ultrapassar. Zanga-se porque quer dar ares de saudável e número um entre todos os números um que o rodeiam. É o seu circo preferido. Desconheço, no entanto, se corre por gosto. Sei que me canso de o ver correr. A maior contradição em mim é de, apesar disso, ter um

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desejo profundo que o ponham a correr para sempre… Das transumâncias que lhe vi fazer até às planícies do sul, nunca soube se foram por lã, leite ou erva fresca. Sei apenas que as fez. Sei da lábia com que as diz ter feito e oiço falar das habilitações truculentas que lhe são atribuídas e de que peço escusa para interpretar, tal é o enleio. Digamos que teve as suas oportunidades em tempo de vacas gordas. Aliás, tenho bons amigos e excelentes cidadãos que nunca frequentaram qualquer escola. O meio-maratonista, porém, gosta de dizer que é letrado, licenciado, superior nas coisas do saber, mas não passa dum saloio esperto com vocação para a patranha política. Anuncia mil vezes a única vez que afinal não fez e tem descul-

pas para os incautos, do género: aquele menino está a fazer-me caretas. É um queixinhas. Os queixinhas não são de fiar. Fundamentalmente porque efabulam, como é o caso, mentem e, ainda por cima, gesticulam como náufragos, para que os outros se compadeçam e o deixem continuar a meia corrida, que só ele parece não se aperceber de que vai para o abismo. Na fala, não na língua, tem o seu melhor aparelho. Se em idiomas estrangeiros é língua de trapo, na sua é capaz de por um cego a ver, sendo que este continua a ver tudo escuro. A maratona (meia) é outro ardil. As camisolas suadas são a imagem de que lhe saem pelos poros o que lhe entra pelas ideias: água.

Água nas promessas, água na retórica, água nas contas que todos temos de pagar. Os subsídios para esta corrida estão a esgotar-se e ainda não obteve os mínimos para o próximo campeonato. Os pódios da Europa são provavelmente as suas próximas ambições. Lá fora, a corrida é tentadora, os patrocínios são chorudos e apetecíveis e faz-se um figurão. Oxalá a equipa não lhe renove o contrato, já que a contratação por outra está fora de questão, mesmo da segunda bê e do fundo da tabela. Por último, queria apenas acrescentar que há dias retive do seu discurso algo que me intriga. Dizia-se convencido de que uma mulher trazia a sua fotografia no bolso. Aparentemente a frase é ingénua, embora mais pareça ironia

própria de machão no bar da coxa. Esta era a peça que me faltava. No bolso? As mulheres não põem quase nada, e muito menos fotografias, no bolso. Quando muito, na bolsa. Querem ver que o meiomaratonista corre de calções apertados!... K João de Sousa Teixeira _ teijoao@gmail.com Publicidade


primeira coluna

Geração na rede 7 As redes sociais tornaramse num instrumento valioso para a organização de manifestações em todo o mundo, algumas delas com consequências concretas para a vida das populações, como aconteceu no Egipto. Há meia dúzia de anos o poder das mensagens de telemóvel (SMS’s) levou a que em Espanha as sondagens se enganassem, e uma reunião de milhares de pessoas saísse às ruas nas vésperas das eleições legislativas. Em Portugal, país democrático, onde a rede de ensino superior existente tem garantido a oportunidade dos seus jovens ti-

rarem os seus cursos, promoveuse um protesto em várias cidades lusitanas, denominado Geração à Rasca. Mais uma vez as redes sociais serviram de plataforma para a organização do evento. No protesto não surgiu uma geração enrascada, mas várias gerações que decidiram manifestar-se, ordeiramente, contra aquilo que lhes ía na alma, sem qualquer alvo em particular, mas com muitas críticas para se fazerem ouvir. A sociedade nunca foi tão exigente como agora. É importante que os jovens percebam isso. É importante que compreendam que as manifestações são válidas

para demonstrar o seu descontentamento ou indignação, como também é importante o aparecimento de propostas, de ideias inovadoras, que consigam transformar as dificuldades em oportunidades. As redes sociais podem ser um excelente instrumento para potenciar o empreendedorismo. Ao contrário do que sucedia há algumas décadas atrás, concluirse um curso no ensino superior não significa emprego garantido. Mais, não significa, necessariamente, arranjar emprego na área de formação inicial. Da mesma forma entusiasta com que mui-

tos estudantes, legitimamente, quiseram fazer ouvir a sua voz, também deveriam procurar eles próprios lançar ideias inovadoras de negócio, potenciando-as através do mundo virtual. A questão do empreendedorismo tem merecido uma atenção especial por parte das instituições de ensino superior. Os institutos politécnicos apostam num concurso nacional, o Poliempreende e as universidades também têm promovido desafios semelhantes aos seus alunos e docentes. Os próprios currículos já incluem conteúdos de empreendedorismo. É claro que isso não é

suficiente para resolver todos os problemas de que uma geração à rasca diz ser alvo. Mas vistas bem as coisas à rasca sempre estiveram todas as gerações, só que agora as mais novas estão melhor qualificadas, pelo que devem ser mais exigentes... até consigo próprias. K João Carrega _ carrega@rvj.pt

Num daguerrótipo da época, vêmo-la vestida de alva túnica, falso diadema, asas sulfurosas e olhar penetrante. Nasceu aí o apodo de “cisne de tule ”, não se sabendo se o seu anónimo autor zombava ou, pelo contrário, sugeria outras ligações mitológicas. O escândalo maior, contudo, veio a declarar-se de um modo inusitado, quando uma amante rejeitada, declarou a um periódico helvético que, afinal, ela era um ele. O escarcéu aumentou de volume com o súbito desaparecimento da personagem que encarnava a extravagante artista. Num inquérito sumário, promovido pela magistratura judiciária, não se deu como provado nenhum dos supostos crimes de desfalque, vulgo “golpe do baú”, ou outra trapaças financeiras. Mais: no relatório final da investigação, nem sequer foi possível certificar a existência civil de tal pessoa, pois não foram encontrados, nos registos oficiais, quaisquer dados conducentes a afirmar ou negar, o local e data de nascimento, filiação, sexo e tutti quanti. Roberto Muzzarelli, por seu lado, também sumiu de circulação, havendo quem aponte o dedo à influência política de

Marinetti, ciumento da não reconhecida, mas da bem maior real valia do seu rival. Os anos da Segunda Guerra Mundial revelaram-se proveitosos para o adensar do enigma, com a destruição de arquivos e registos. O certo é que a influência de Bellacqua, por mais invisível que seja, prova, à saciedade, a premonição da mesma, ao afirmar, a um jornalista veneziano: “A arte que preconizo será aquilo que nenhum outro movimento antes, agora ou depois, ousará proclamar: agir sonhando não é diferente de imaginar acordado; ambos partilham da mesma substância, da mesma ilusão e da mesma inexistência”. Asnidoro concorda: “A arte invisível apenas existe como a aspiração voluptuosa do cisne antes de alçar o seu voo em direcção a coisa nenhuma”. ( Artigo in “Gazeta de Artes”, Basel, nº 5, vol.55, ano de 1955 K José Guardado Moreira _

arquivo morto

A arte de coisa nenhuma 6 O legado de Anna Livia Bellacqua permanece um mistério. Até muito recentemente passava por uma perfeita desconhecida, apesar das ligações familiares com Roberto Muzzarelli, contraponto não declarado de Fillippo Tommaso Marinetti. Nos anos em que o pai putativo do “futurismo” ainda não descobrira as virtualidades eléctricas da velocidade, nem se lançara em senis louvaminhas ao motor de explosão, ou sequer abotoara a suada e gordurenta “camisa negra”, Muzzarelli permaneceu tranquilamente à sombra, na sua habitação campestre, elaborando as bases da “arte lenta” que, décadas mais tarde, veio a ser uma refrescante e inesperada fonte de inspiração para derivados mais ou menos turísticos, como o “slow food”, o “slow travel”, ou o “siesta forever”, todos eles de sabor bem mediterrânico. Anna Livia, que cresceu nesse ambiente bucólico mas vibrante, apreendeu e desenvolveu os princípios estéticos do tio, dando ao mundo das artes a sua extraordinária e improvável expressão, através da “arte invisível”, feita de uma deliberada

lentidão, elipses instantâneas e exaltações sensuais. Alguns dos seus contemporâneos afiançam ser ela a musa secreta de James Joyce, que conhecera em Trieste, quando o irlandês aí viveu, entre aulas soturnas e monumentais bebedeiras. A ser verdade, não seria apenas a instigadora do delírio idiomático de escritor, mas a causadora de uma notória confusão linguística, que os anos agravariam sem remédio. Mas deixemos as digressões oníricas de um taberneiro insone, para conhecermos, se tal for possível, o sinuoso percurso artístico de Bellacqua. Possuidora de uma beleza estonteante, aliada ao temperamento de uma diva estouvada, dizem que era confundida bastantes vezes com a fotógrafa Annemarie Schwarzenbach, tal a semelhança visual, mas nunca praticou ciclismo, nem fotografia. Aliás, detestava grandes viagens, sendo por natureza vagarosa, mas implacável, quando se tratava de realizar a sua “arte invisível”. Nos anos Vinte, em Berlim, concebeu um “Red Letter District”, onde exibia os colegas masculinos que, pela inserção de moedas, declamavam poemas e

liam contos. Todavia, o seu maior feito nunca pôde ser publicitado. Para dar uma lição de humildade ao parolo e irritante Hemingway, disfarçada de toureiro, sonegou do comboio a célebre mala dos manuscritos, depositando-a num banco suíço. E pouco lhe importou que a mulher do americano arcasse com as culpas. Na monografia “O Fantasma Alpino ”, Luciano Asnidoro refere a dimensão metafísica de tal comportamento, como sendo “a expressão acabada da incessante busca de auto-satisfação narcísica”, estabelecendo um paralelo com o culto das bacantes. Como se sabe, estas foram banidas por excesso de zelo selênico. A “arte invisível” da artista toscana, teria assim uma filiação discreta, mas efectiva, nos arcanos desse passado remoto e lunar. Na sua mais acabada manifestação, apelava ao inconsciente nocturno, tema então muito em voga nos cenáculos intelectuais. Frequentou os círculos da vanguarda parisienses, depois de actuar com grande estrondo no célebre Cabaret Voltaire, e noutros antros menos calvinistas. Em todo o lado deixou uma marca invisível, mas indelével.

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crónica salamanca

Beatería en la Universidad 6 En la lengua española , en estilo familiar, se dice que una persona es beata cuando frecuenta mucho los templos y se dedica a toda clase de devociones. En consecuencia, la beatería sería equivalente a la actitud permanente adoptada por una o varias personas en esa misma dirección. Es, por ello, un lenguaje coloquial, pero correcto, derivado del mundo religioso, de las prácticas religiosas, donde al fin prevalece la fe sobre la razón, las creencias y aceptaciones sobre la disensión. Pero cuando se aplica la beatería, o el nombre de beato, más allá de estos espacios y ambientes religiosos, y es muy frecuente hacerlo, cada vez más, viene a equivaler a una actitud conformista y acrítica, casi angelical y mística, ante lo que sucede. O sea, una especie de posición de parálisis por parte de un hombre o mujer, de no intervención, de aceptación sin más de los hechos, o al mismo tiempo de bobería crédula, carente de todo tipo de crítica. Cuando aplicamos este concepto de beatería a la universidad debemos tener un cierto cuidado, cuando no prevención, porque puede resultar peligroso caracterizar una actitud colectiva, incluso masiva, muy débil en cuanto a su talante crítico. Es decir, que a nadie le gusta en la universidad que le llamen conformista con lo que observa y vive, porque una de las claves normales de toda vida universitaria es la de mostrarse crítico, inconformista, re-

formista, incluso revolucionario. En el espacio donde domina la razón, la disensión, como sucede con la universidad, la crítica es un ejercicio habitual, sano y consustancial al devenir universitario. Estas reflexiones vienen a situarse en el corazón de los problemas de la vida cotidiana que viven nuestras universidades europeas en el presente, hoy muy condicionadas por la aplicación del llamado modelo universitario de Bolonia. Ya sabemos que tal modelo no se ha elaborado en esa histórica ciudad y universidad italiana que le presta su nombre, sino que en realidad se trata del modelo organizativo y didáctico de procedencia anglosajona, y en particular de Estados Unidos, para ser aplicado en nuestras universidades, siguiendo las pautas ya practicadas durante años en esos ambientes anglosajones, donde muchas universidades dejan tanto que desear, aunque algunas, pocas, sean consideradas punteras, según el canon de calidad que ellas mismas se conceden. Ese plan Bolonia (o construcción del Espacio Europeo de Educación Superior) para reorganizar las universidades europeas en los inicios del siglo XXI representa en realidad una ruptura frontal de los históricos modelos europeos de universidad que han estado vigentes hasta hoy, en concreto el francés y alemán, por ser éstos los más influyentes y articulados. En consecuencia, el llamado de Bolonia es un decidido plan de imponer un

modelo distinto, anglosajón, muy funcionalista y hasta taylorista en muchos momentos. El lenguaje de las competencias, corazón didáctico de ese plan, huele mucho al lenguaje de los objetivos operativos, propio de una didáctica funcionalista muy bien definida y triunfante en los años sesenta del siglo XX, procedente de los USA, como parece fácil de deducir. Es cierto que en años pasados nosotros mismos hemos pensado y defendido algunas de las bondades de este nuevo modelo docente, en la medida que frente a un tipo anacrónico de docencia universitaria hacía posible una mayor participación de los estudiantes en su proceso de aprendizaje, a lo que tampoco ahora renunciamos. Pero bien es cierto que ya antes muchos profesores dábamos oportunidades todos los días para que los estudiantes fuesen agentes directos de su propio proceso de aprendizaje. Lo tremendo y preocupante que ahora nos llama la atención es la actitud desmovilizada, seguidista y bastante papanata, que ofrecen al observador la gran mayoría de paises europeos y sus universidades (desde luego las españolas) ante le empecinada imposición de un modelo extraño a la tradición europea como es este de procedencia anglosajona. Mientras la tradición europea habla de licenciatura universitaria, desde hace 800 años, ahora de golpe tenemos que aceptar sin más la denominación anglosajona de

grado. Y nadie dice nada. Mientras nuestra tradición contempla el nivel de la maestría, ahora tenemos que adoptar el nombre de master, y en plural másteres. No hablemos de la reorganización de los estudios, que representa una decidida minoración de contenidos, saberes y exigencias. No dejemos de mencionar la prevalencia del modelo tecnocrático y tecnológico de los planes de estudio, especialmente grave en las ciencias sociales, en las de la educación, en las humanas, y desde luego en las experimentales. Está representando el triunfo de los tecnócratas desideologizados, por ejemplo de forma descarada en Ciencias de la Educación, sin ir más lejos. Nuestra universidad está poco a poco quedando ayuna y vacía de ideología, está casi impedida y casi castrada para suscitar las grandes preguntas y respuestas propias de las ciencias en general. Solamente parece importar a la cultura dominante lo tecnológico, las patentes, los efectos inmediatos sobre la economía y la producción de objetos y productos que alcancen un buen éxito en el mercado, que representen la máxima posición para el becerro de oro, el dinero, el capital. Las pautas que traza la OCDE para los sistemas educativos, y para las universidades en particular, se convierten en el único camino posible, y desean que sin retorno. Lo grave, lo muy grave, es que estamos cayendo en una pendiente que carece de capacidad de resistencia y crítica ante este arrollador

proceso tecnocrático que nos engulle, desprovisto de preguntas propias de la ciencia y de los hombres, proceso al fin desmovilizador, mimético, acrítico, conformista, beato, lleno de beatería. Si añadimos a todo ello el terrible momento de dificultades económicas que padecen nuestros paises, parece que asistimos a un ciclo de grave y profunda reordenación universitaria, de reajuste, de explícita reconversión, que se muestra especialmente preocupante para las universidades públicas. Es el actual, pues, al mismo tiempo un peligroso paso hacia una reconversión social de las universidades, que aminora el efecto democratizador que en las pasadas décadas había alcanzado la educación superior de muchos paises europeos, desde luego muy visible en casos como los de Portugal y España. Por ello, nada de conformismo, de aguantarse, de hacer concesiones, de ceder, de no ejercitar la crítica, de no vocear las desigualdades y denunciar los pasos atrás dados en la vida de las universidades. Nada de beatería en nuestra universidad.K José Maria Hernández Díaz _ Universidad de Salamanca jmhd@usal.es

Opinião

Reordenamento da Rede do Superior 7 Quando Abril despontou, eram apenas oito as instituições de ensino superior público. As universidades Nova de Lisboa, Aveiro, Minho e Instituto Universitário de Évora criadas em 1973, no âmbito da reforma de Veiga Simão, eram ainda muito recentes. Anteriores àquela data existiam apenas as universidades de Coimbra, Lisboa, Técnica de Lisboa e Porto. Estas últimas, concentradas no litoral, satisfaziam apenas a procura de uma pequena elite. A este propósito, Stephen R. Stoer, da Open University do Reino Unido (”A Reforma de Veiga Simão no Ensino”, Análise Social, vol. XIX, 1983), citando António Reis, sublinha que o discurso de Veiga Simão, no que se refere ao direito de cidadania – em que a democratização do ensino tem um papel insubstituível, enquanto garante da igual-

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dade de oportunidades –, representa uma ruptura com a ideologia nacionalista de então. Citado por António Reis (“Universidade, ideologias e politicas”, Seara Nova, nº.1507, Maio/1971), Veiga Simão refere: “Decididamente, o futuro da Nação não reside apenas em elites fechadas e diminutas – Às reduzidas aristocracias da cultura contrapõe-se a educação de massas.” Nas palavras de Pedro Lourtie (“Ensino Superior Em Portugal”, DGES, 1999), com o 25 de Abril, despontou também “a pretensão de uma rápida melhoria das condições de vida e ascensão social” (p.10), tendo esta então repercussão no sistema de ensino superior. Para Lourtie, as expectativas de ascensão social, o aumento do número de alunos que concluem o secundário e as necessidades

de reestruturação económica do país, na sequência da adesão de Portugal à comunidade europeia, exercem uma enorme pressão sobre o crescimento da rede de ensino. Ainda durante a década de 70, foram criados os institutos universitários dos Açores, Madeira, Trás-os-Montes e Alto Douro, Beira Interior e a universidade do Algarve. Posteriormente, na década seguinte, aqueles institutos foram convertidos em universidades. Ainda no final da década de 80, assiste-se a uma forte procura do ensino superior em consequência do elevado número de alunos que conclui o secundário e das dificuldades do tecido produtivo em gerar empregos. A falta de lugares no mundo do trabalho acaba por “empurrar” muitos dos jovens para o sistema de ensino. É neste contexto que, face à in-

capacidade da rede pública de ensino satisfazer a crescente procura, o sector privado se expande, dando assim resposta às expectativas de muitos jovens que pretendiam frequentar o ensino superior. O número de vagas disponibilizadas pelas instituições privadas foi, pela primeira vez, em 1991, superior ao número de vagas do sector público. De acordo com a informação disponibilizada pela Direcção Geral de Ensino Superior (1999, p.14), para a expansão do sector privado, contribuiu decisivamente “a abolição, em 1989, do carácter eliminatório dos exames de acesso.” Disperso por todo o território nacional, o ensino superior politécnico é criado em 1979 e 1980, com o propósito de propiciar o desenvolvimento regional e se constituir como parceiro privilegiado do

tecido produtivo. Ao contrário do ensino universitário, de natureza teórica e conceptual, o ensino politécnico afirma-se pelo primado da prática e pelo seu pendor profissionalizante. A Lei de Bases do Sistema Educativo de 1986 (Lei 46/86, de 14 de Outubro) institui o sistema binário, ou seja, a separação dos dois sistemas (universitário e politécnico). No final da década de 90, a rede de ensino superior público era já constituída por 14 universidades, 5 instituições universitárias não integradas, 16 institutos politécnicos e 32 instituições politécnicas não integradas. K Fernando Raposo _


bocas do galinheiro

O Cinema também gosta de morenas 7 Aquando da exibição na Cine Teatro de “Os Sonhadores” (The Dreamers), de Bernardo Bertolucci, escrevemos aqui sobre a semelhança entre o filme e “O Último Tango em Paris”: a carga erótica e uma mão cheia de cenas de sexo explícito. Fui um dos que passou pelo S. Jorge, em Lisboa, depois do 25 de Abril de 1974, derrubadas que estavam as amarras da censura, para ver o filme que valera ao realizador, na sua pátria, ser-lhe retirado o direito de voto e os tribunais proibirem a exibição do filme por blasfémia e indecência. Trazemos aqui de novo “O Último Tango em Paris”, um filme em que a intensidade dramática é obnubilada pela tal carga erótica e recordado pelo uso dado à vulgar manteiga de cozinha por Marlon Brando, um (outro) americano em Paris, com vontade de esquecer o suicídio da mulher e que encontra, num apartamento que ambos queriam arrendar, uma jovem de espírito aberto que aceita uma relação sem compromisso, a propósito da morte recente de Maria Scneider. Muito se falou então, e depois,

desta jovem de 19 anos, de repente transformada em sex symbol, e do filme, que disse depois, lhe deu cabo da carreira, apesar das várias dezenas que fez depois, dos quais se destaca “Profissão: Repórter” (1975), de Michelangelo Antonioni, ao lado de Jack Nicholson e “crónica da Mais Velha Profissão do Mundo”, (1979), de Daniel Duval, que lhe valeu uma nomeação para o César de Melhor Actriz Secundária. O resto foram quase sempre papéis secundários, o último dos quais em “Cliente” (2008), de Josiane Balasko. Morreu em Fevereiro, aos 58 anos, amargurada com Bertolucci. “Os Homens Preferem as Louras” (1953), de Howard Hawks, é um filme que se vê e revê sempre com inegável prazer. Um filme que confirma Marilyn Monroe como grande estrela, ao lado de uma das morenas mais célebres de Hollywood: Jane Russell. Sobre a morena diria Hawks: “Jane é muito, muitíssimo real”. De cima, abaixo, dizemos. E nunca se inibiu de mostrar na tela todos os seus atributos que, felizmente, eram muitos. Que o diga Howard Hughes

quando a escolheu para protagonizar “The Outlaw” (A Terra dos Homens Perdidos, 1943). Foi o bom e o bonito. O filme saiu sem o visto prévio da censura. Foi proibido. Hughes multado. Só veio a estrear em 1946. Por imposição de Hughes, diz-se, Sternberg dirigiu-a em “Macao” (1952). No ano seguinte veio então “Gentlemen Prefer Blondes”. Na comparação perde para Marilyn, mas a sua interpretação não deixa de ser brilhante. Estamos a lembarnos da magistral sequência com a equipa olímpica na piscina e ela “Pares. Alguém para jogar? O campo está vago”. Qual campo? Adiante. Não foi ela que disse “gosto de

homens mais velozes do que eu”? E a dança no tribunal francês? Com aqueles argumentos todos já nem o Marcel Dalio sabia o que fazer com o martelo. Mas, como sempre, Hawks sabia o que queria das suas actrizes. Nascida Ernestine Jane Geraldine Russell, em 21 de Junho de 1921, a sua carreira no cinema foi curta mas preenchida. Em 1954 um filme de Lloyd Bacon, “The French Line”, volta a ser proibido. Mais uma vez os dotes físicos de Jane estavam demasiado expostos. Só que desta vez não houve cortes nem pagamento de multas. A RKO fez ouvidos moucos à decisão. Foi o princípio do fim de McCarthy e de Hays. Em 1955 ainda fez perder a cabeça a Clark Gable e a Robert Ryan no western “The Tall Men”, de Raoul Walsh. No ano seguinte filma “Hot Blood”, de Nicholas Ray e em 56 “The Revolt of Mamie Stover”, também de Walsh, com Richard Egan e Agnes Moorehead. Retirou-se aos 36 anos para se dedicar a uma instituição de adopção de crianças. Voltou ao écran, esporadicamente, como guest star. Os tempos eram outros, O seu, marcou-o e de que

maneira. Morreu no último dia de Fevereiro aos 89 anos. Outro desaparecimento recente foi o de Annie Girardot, actriz francesa que se tornou conhecida no papel de Nádia em “Rocco e seus Irmãos” (1960), de Luchino Visconti, ao lado de outro francês, Alain Delon, e que nos anos 60 a 80 do século passado marcou o cinema francês, sendo mesmo considerada por Claude Lelouch, realizador que a dirigiu em “Os Miseráveis” (1996), filme que lhe valeu o César como secundária, a maior actriz do cinema francês do pós-guerra. O César de Melhor Actriz havia-o conseguido em 1977 por “Docteur Françoise Gailland”, de Jean Louis Bertucelli, e em 2002 repetiria o de secundária em “A Pianista”, de Michael Haneke. Sofria de Alzheimer há alguns anos, tendo mesmo participado num documentário sobre a doença. Morreu também dia 28 de Fevereiro. Tinha 79 anos. Com a morte destas morenas, não só cinema ficou mais pobre, como está por provar que os homens preferem as louras. Até à próxima e bons filmes!K Luís Dinis da Rosa _

“orto-didáctica”, tratando de “ser siempre perfectamente perfectos”, es cuando cometemos el que probablemente sea el mayor de los errores en educación. Y lo peor de todo esto es que funciona como un círculo vicioso. A este propósito, recuerdo una frase que me impactó desde hace ya mucho tiempo: “si haces siempre lo que siempre has hecho, serás siempre lo que siempre has sido”. Creo que esta frase resume el talante de los que se aferran a la seguridad por encima de todo y “odian”, en consecuencia, cualquier cambio, porque lo enjuician como un peligro, una amenaza, una situación desestabilizadora… En uno de mis últimos cursos de formación del profesorado (sobre “Aprendizaje Cooperativo”), les trataba de hacer reflexionar acerca de esto: si no introducimos esta nueva metodología es porque, en el fondo, la vemos como una amenaza contra la tranquilidad y el orden en el aula, con lo que, en consecuencia, no se producirá aprendizaje y supondrá

una pérdida de tiempo. Nada más alejado de la realidad. El ambiente de aprendizaje cooperativo es mucho más productivo que el ambiente del aula tradicional (en la que se impone el silencio, el orden, la jerarquía, la disciplina, etc.), pero para conseguir ese ambiente lo primero que se necesita es un cambio de perspectiva: no se produce un caos, sino una nueva y diferente forma de enseñar/aprender… Nosotros, en nuestra comunidad de aprendizaje, esperamos superar, poco a poco, todos esos miedos que vienen del pasado y afrontar, con decisión y con esperanza, el cambio necesario y, en consecuencia, los nuevos retos que se nos irán presentando… Por hoy te dejo, pues ya casi me falta espacio. Como siempre, salud y felicidad. K Juan A. Castro Posada _ juancastrop@gmail.com

crónica

Cartas desde la ilusión 7 Querido amigo: Cuando te escribo esto estamos ya a mitad del trimestre y a pocos días de que comience la primavera. La primavera es la estación del resurgir, y este simple hecho me lleva a comentarte otro de los beneficios que esperamos obtener al poner en marcha la comunidad de aprendizaje en nuestro centro: nuestra expectativa se concreta en un compromiso de todos los profesores (no sólo de los directivos del centro) para hacer cambios significativos y duraderos, con lo que conseguiremos una más alta probabilidad de llevar a cabo un cambio sistémico fundamental. Creo que en alguna otra ocasión (hace tiempo), te comentaba que mi opinión acerca del cambio educativo se concreta en la creencia de que el cambio del sistema no llegará por ley orgánica tras la que se pondrán en marcha unos cuantos decretos-ley para desarrollarla y concretarla. A mi juicio, por el contrario, el cambio del sistema educativo sucederá cuando los pro-

fesores sean capaces de sensibilizarse ante la necesidad del cambio, en primer lugar, y, a continuación, sean capaces de promover una nueva “primavera educativa”, es decir, un resurgir de nuevas condiciones que emanan del nuevo talante de los profesores y que se concreta en cambios significativos y duraderos. El cambio significativo y duradero, a mi entender, no puede provenir de la ley sino del talante, o, si quieres, en otros términos (aunque pueda llegar a sonar cursi) del corazón de los educadores. De hecho, una de las cosas que yo trato de transmitir a los profesores en mis cursos de formación es: cuando los profesores actuamos ante las situaciones (problemáticas o no) que promueven nuestros alumnos, no lo hacemos “con la memoria” (es decir, tratando de recordar qué técnica o procedimiento se nos explicó en algún curso de formación, o se recoge en alguna ley o decreto-ley…), sino “con la actitud” que nace del talante. Por eso, hay profesores que tienen éxi-

to en su actuación con sus alumnos, porque son capaces de “leer” lo que sucede en cada momento y, a partir de ese análisis, son capaces de proponer la solución más adecuada. Por el contrario, otros profesores “no aciertan” en sus actuaciones porque están rígidamente anclados a “verdades”, “procedimientos”, “reglas”, “principios disciplinarios”…, lo que les lleva a un comportamiento “quasi-robótico” ante sus alumnos, basado más en la reacción que en el análisis y la actuación subsiguiente. Con estos profesores no se puede esperar el cambio, porque buscan, por encima de todo, anclarse en la seguridad de lo que “aprendieron” como únicamente correcto y verdadero (como te decía en mi carta anterior). El cambio exige flexibilidad, y la flexibilidad de la persona sólo se consigue mediante un trabajo personal que se base en la reflexión sobre la diversidad que nos caracteriza como personas y el respeto profundo a esa diversidad. Cuando los profesores nos situamos en la

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André Letria em entrevista

Editoras respeitam mais a ilustração 7 André Letria começou a carreira de ilustrador há quase vinte anos e já venceu o Prémio Gulbenkian e o Prémio Nacional de ilustração. Filho de José Jorge Letria, um dos mais reconhecidos escritores de literatura infantil portugueses, já assina livros em conjunto com o pai e com outros nomes da literatura infantil como Luísa Ducla Soares, Alice Vieira ou António Torrado. Extra ilustração, realizou a curta-metragem Zé Pimpão, O Acelera, e criou e realizou a série de animação infantil Foxy&Meg, premiada no festival britânico Stokes Your Fires e por cá no Festival Zone. Ao Ensino Magazine o ilustrador afirma que a literatura infantil «Está numa fase muito positiva» tem conseguido renovar-se e a profissão de ilustrador é hoje mais respeitada e valorizada do que há 15 anos atrás. Trabalha como ilustrador de Livros infantis desde 1992. Em que momento percebeu que era isto que queria fazer? Não foi uma decisão muito clara. Foi mais o resultado de várias circunstâncias que aconteceram ao mesmo tempo. Na altura estava a estudar na Faculdade de Belas Artes. Soube desde sempre que gostava de fazer uma actividade que tivesse relacionada com pintura e me pudesse manter ligado ao desenho. A escolha para a ilustração foi um bocadinho por acaso. Comecei, se calhar como não poderia deixar de ser, com trabalhos relacionados com o meu pai. Sendo escritor de livros para crianças, havendo esse contacto tão próximo, mais tarde ou mais cedo acabaríamos por nos encontrar. Houve um convite, informal de uma Editora - as Edições Paulinas - que me perguntou se estaria disponível para experimentar fazer uma capa para uma colectânea de textos de teatro, do meu pai, para crianças. Essa foi a minha primeira experiência como ilustrador, mas sem saber exactamente que seria isso que iria fazer nos anos seguintes. Foi mais um trabalho extra Faculdade, para tentar tapar alguns buracos que poderia haver na Editora. A partir daí as coisas começaram a acontecer e a correr bem, algumas ainda ligadas ao meu pai, outras com outros escritores, e outros editores, e por isso mesmo cá estou, hoje em dia, a fazer a mesma coisa.

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As Histórias protagonizadas pela raposa Foxy e pela galinha Meg foram adaptadas a uma série de animação, nomeada para o Festival britânico Stokes Your Fires, na categoria de melhor animação profissional. Como é que estes personagens saltam do papel para o ecrã e se tornam conhecidas internacionalmente? As personagens nasceram para livros e para um público muito jovem, para dar a conhecer às crianças aqueles conceitos básicos dos opostos, das viagens, dos animais da quinta, coisas desse género. Não fazia ideia que elas se iriam transformar naquilo que são hoje, personagens animadas, com uma série de animação já concluída. Provavelmente é isso que acontece quando elas ganham vida própria. Se elas funcionam como personagem para livro, se houver interesse de outras pessoas, como aconteceu no caso do produtor de animação que me convidou, talvez o passo seja muito pequeno para se tornarem no que são hoje em dia. Para além desse Festival inglês a série acabou de receber passada um segundo prémio, do festival Zone. É mais uma prova de que de facto as personagens nasceram bem, continuam bem vivas e de saúde, e a mim deixa-me muito satisfeito que seja assim. Elas foram imaginadas com os ingre-

dientes necessários para continuarem a vida delas, já quase sem a minha intervenção. Espero que elas continuem sempre ligadas a mim, mas na verdade algumas coisas deixam de ter só haver comigo, com as minhas decisões, individualmente, como acontecia nos livros. Neste momento, fazer uma série de animação, como foi o caso da Foxy & Meg, envolve equipas grandes, com outras pessoas que também tomam decisões, para além daquelas que são precisas tomar quando se fazem livros, como aqueles da Ambar. Já trabalhou em parceria com vários escritores e também com o seu pai o escritor José Jorge Letria, nomeadamente nos livros Avô Conta-me Outra Vez, Letras e Letrias, e Domingo Vamos à Luz. Como é trabalhar em parceria com o seu pai? Nós temos a vantagem de sermos pai e filho e isso ajuda muito na forma como as coisas nascem. Não nos limitamos a trabalhar um para o outro, com material já acabado, que nos chega às mãos vindo do outro lado. Às vezes isso acontece, recebo textos que estão acabados, sobre os quais eu tenho de trabalhar, como aconteceria com outro escritor qualquer. Mas há muitos outros casos em que criamos projectos e imaginamos livros em conjunto,

mesmo antes do meu pai começar a escrever ou eu começar a ilustrar. São ideias partilhadas no seio da família e que por vezes até nascem de conversas, e não de trabalho. De resto é uma ligação profissional como acontece com qualquer outro escritor, com quem acabo por trabalhar. A partir de um momento que existe um texto trabalho sobre ele da mesma forma como trabalharia com outra pessoa. Existe uma proximidade que se há-de manter sempre, uma vez que somos pai e filho, e isso pode facilitar o trabalho, se for possível alguma alteração, discutir alguma coisa num processo a meio. Mas de resto é uma ligação profissional como outra qualquer. Há outras pessoas que estão envolvidas, que precisam de ver também a nossa parte cumprida, têm expectativas em relação a nós como profissionais. Há essa parte familiar, mas, uma vez que o trabalho começa, ela fica posta de lado e vemos as coisas como dois profissionais. A profissão de ilustrador é vista de que forma em Portugal? É vista de uma maneira muito mais respeitosa do que acontecia, talvez há quinze anos. O público encara o trabalho da ilustração como fundamental para a leitura de um livro e para a fruição dos álbuns ilustrados. Há escolhas que são feitas pelo público que já não dependem só do texto. A ilustração ganhou um peso que permite às pessoas ter interesse em escolher os livros também pela forma como são ilustrados. Também se estende aos editores que já não escolhem os ilustradores de qualquer forma, escolhem-se os ilustradores com critério para cada texto em particular. Isso fez com que houvesse mudanças nas editoras, ao ponto de haver até cargos de direcção artística, que não existiam antes, e têm como responsabilidade a escolha da parte visual. As Editoras passam a ter um critério que defina a sua imagem junto do público. Tudo isto faz com que o trabalho da ilustração em Portugal seja hoje bastante mais confortável. Vista de uma outra forma, com maior respeito e maior valor. O seu trabalho de realização de curtas-metragens é fruto de

que circunstâncias? É também um bocadinho fruto do puro acaso. Não é nada que tivesse procurado e decidido fazer convictamente, como se isso fizesse parte de um projecto da minha vida profissional. Acontece mais uma vez a partir dos livros. Tenho só duas experiências como animador, e nas duas tenho a ligação com o produtor Humberto Santana, da produtora Animanostra. É ele o responsável principal por ter enverdado por esta área. Ele andava à procura de pessoas que estivessem interessadas em participar nos concursos que são organizados anualmente pelo Instituto de Cinema, e, achou que um livro que tinha ilustrado para um texto do meu pai, chamado Zé Pimpão, O Acelera, poderia dar um bom projecto para apresentar nesses concursos. Foi assim que começou a minha primeira experiência de animador. Fizemos um projecto que foi aprovado pelo Instituto e como consequência foi trabalhado até dar o que acabou por ser a curtametragem com o mesmo título, Zé Pimpão, O Acelera. O filme não se pode dizer que tenha tido êxito comercial, porque estas coisas são muito complicadas em Portugal. A vida das curtas- metragens é uma vida curta também, têm pouca divulgação e depende muito dos Festivais para onde as coisas são escolhidas. Mas a verdade é que num desses festivais o filme acabou por ter também um prémio e isso fez que houvesse interesse das duas partes, minha e da produtora, em continuar esta experiência. O passo seguinte foi o da série de animação Foxy&Meg, mais uma vez também nascido a partir de uma colecção de livros para crianças. A série de animação são 26 episódios, de três minutos cada um. Não é pouco trabalho, mas de facto são só dois episódios ligados à animação. Que análise faz sobre a literatura infantil em Portugal? Está numa fase muito positiva. Tem conseguido renovar-se, o que é sempre um desafio importante. Houve uma fase em que não apareciam escritores novos mas parece-me que isso está a acontecer ;


cada vez mais, o que é muito saudável. Novas visões sobre as coisas e novas formas de escrita e de contacto com o público. De uma forma geral este sector dos livros para crianças, não só por causa da ilustração, mas também por causa da escrita, está bastante vigoroso e bastante saudável. Felizmente tive a sorte de trabalhar com muitos escritores, desde que comecei a actividade como ilustrador desde o António Torrado, até à Alice Vieira, passando pela Luísa Ducla Soares. Mas para além desses sei daquilo que conheço e daquilo que vou vendo todos os dias que há outras gerações que estão também a despontar. É um período saudável. Só espero que esta crise não faça diminuir o investimento que as editoras têm feito nos últimos anos para que continuemos a ter bons livros, como os que têm aparecido até agora. Já venceu o Prémio Gulbenkian, o Prémio Nacional de Ilustração. Que papel tem um prémio numa carreira? Pode ser visto de duas maneiras diferentes. A questão financeira, que ajuda nesse aspecto de sobrevivência financeira. Portanto, o dinheiro que se ganha com um prémio não pode ser desprezado. De facto permite que as escolhas que sou obrigado a fazer como ilustrador possam ser mais convictas e não só escolhas baseadas na necessidade de sobrevivência financeira; depois há o destaque e a visibilidade que ele proporciona. Ao sermos distinguidos com um prémio a atenção das pessoas vira-se para nós e isso mais uma vez permite que possamos ter trabalhos de maior qualidade e mais condições para os fazer. Em que projectos se encontra a trabalhar actualmente? Em várias coisas ao mesmo tempo. Estou a começar a preparar um novo concurso para o Instituto do Cinema; estou neste momento a acabar livros que ainda vêm do ano passado, compromissos que tenho com várias Editoras; e estou a tentar manter a produção da minha Editora, que criei o ano passado e cuja produção foi inaugurada com o livro Domingo Vamos à Luz. São várias frentes de trabalho que estão a acontecer ao mesmo tempo. É um bocado complicado, mas é o que têm de ser. K Entrevista: Eugénia Sousa _   

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gente e livros

Don DeLillo 7 «Estávamos dentro de casa, era tarde, ele vestia as velhas calças amarrotadas, uma camisola suja, os enormes pés desajeitados metidos numas sandálias de couro cheias de estilo. - Uma coisa te digo. A guerra cria um mundo fechado, não somente para os que estão a combater, mas também para os que a congeminam, para os estrategas. Só que a guerra destes é feita de acrónimos, de projectos, de avaliações de risco, de metodologias. Salmodiava estas palavras, entoava-as liturgicamente. - Eles ficam paralisados pelos sistemas ao seu dispor. Travam uma guerra abstracta. Julgam que estão a enviar um exército para um lugar num mapa.» In Ponto Ómega

Don DeLillo nasceu a 20 de Novembro de 1936, em Nova Iorque. Descendente de uma modesta família Italiana, na sua infância não faltaram os jogos de rua. O interesse pela Literatura desperta cedo e as maiores referências encontra-as nos escritores James Joyce, William Faulkner, Flannery O`Connor e Ernest Hemingway. Formou-se em Communication Arts, em 1958, na Fordham University, no Bronx. Antes de ser um escritor publicado trabalhou como redactor numa empresa da Quinta Avenida. É autor de quatro peças de teatro e 16 romances, entre os quais: A Americana (1971); Cão em Fuga (1978); Os Nomes (1982); O Ruído Branco (1985); Libra (1988); Mao II (1991); Submundo

(1997); O Corpo Enquanto Arte (2001); Cosmópolis (2003); O Homem em Queda (2007); e Ponto Ómega (2010). O Homem em Queda; Ruído Branco; Submundo; e Ponto Ómega foram editados em Portugal pela Editora Sextante. Galardoado com o National Book Award, o PEN/Faulkner Award e o Jerusalem Prize; o romance Submundo foi considerado um dos melhores romances dos últimos vinte e cinco anos, pelo New York Times Book Review. Don DeLillo vive actualmente em Bronxville, Nova Iorque. Ponto Ómega. Um jovem realizador de cinema vive para a ideia de fazer um filme com um único plano sequência e um único per-

sonagem, Richard Elster, um intelectual em declínio, que ao serviço do Pentágono participou na Guerra do Iraque. No deserto do Arizona, na casa de Elster, os dois homens travam longas conversas filosóficas enquanto amadurecem ideias para o filme. Quando Jessie, a jovem filha de Richard, aparece lá em casa o diálogo é interrompido. Jessie traz à vida deles a maior das interrogações. K Página coordenada por Eugénia Sousa _

edições

Novidades Literárias

7 Esfera dos Livros. Curso de Cozinha, de Henrique Sá Pessoa. O nome Henrique Sá Pessoa é sinónimo de boa cozinha. O Chef ensina num curso rápido com 4 níveis de aprendizagem, pratos simples, pratos complexos e sobretudo a gostar e a tirar prazer da cozinha. Curso de Cozinha tem mais de cem receitas, truques, dicas e conselhos práticos. Para além dos livros, Henrique Sá Pessoa é autor de dois programas de sucesso, na RTP2, Entre Pratos e Ingrediente Secreto.

D.Quixote. O Feitiço de Xangai, de Juan Marsé. É numa Barcelona marcada pelas feridas de uma Guerra Civil recente que vive Daniel. O jovem aprendiz de joalheiro, pobre, que divide o tempo entre a escola e o trabalho e tem como distracção as deambulações pela cidade. Junto de Susana, a menina tísica que ele ama, conhecem na cidade um visitante misterioso, que os “enfeitiça” com heróicas histórias de Xangai.

Europa-América. O Cientista Disfarçado, de Peter J. Bentley. Fascinado pela ciência que envolve os acontecimentos quotidianos, o autor organizou o livro a partir dos pequenos acidentes que podem ir desde a explicação científica para as nódoas de vinho, as razões porque os computadores avariam, as torradas queimam ou os raios não caem duas vezes no mesmo lugar. O Cientista Disfarçado investiga os pequenos acidentes do dia-a-dia e dá-lhes respostas. rvj lança terras perdidas 7 “História - Terras Perdidas” é o novo livro de José Carlos Moura, o qual sublinha a importância da cultura popular da Beira Baixa, dos provérbios e ditos populares que ao longo do tempo foram construindo a sua história. Editado pela RVJ - Editores, esta obra resulta da tese de mestrado de José Carlos Moura, em estudos ibéricos. “A literatura popular da Beira Baixa constitui um caso único, um acervo ancestral vivo em pequenas localidades isoladas. Os provérbios e os ditos populares desempenham um papel bastante importante nas mais diversas comunidades”, revela o autor. Nesta obra surge também um glossário sobre termos populares. K

Presença. As Pirâmides de Napoleão, de William Dietrich. No período histórico em que Napoleão começa a delinear a estratégia para um império, o aventureiro americano e antigo aprendiz de Benjamin Franklin, Ethan Gage, entra numa extraordinária aventura. Ao ficar na posse de um estranho medalhão, Gage não poderia sequer imaginar este o levaria para uma campanha Napoleónica no Egipto e era a chave para o mistério que envolve a construção

das pirâmides.

Civilização. Os 33, de Jonathan Franklin. Durante 69 dias, os olhos do mundo inteiro estiveram suspensos da sorte dos 33 mineiros presos a 688 metros abaixo do solo, na Mina de San José, no Chile. Jonathan Franklin, que teve acesso privilegiado às operações de salvamento e foi o primeiro jornalista a assegurar entrevistas com os mineiros resgatados, conta a história de coragem e esperança destes homens. Cavalo de Ferro. Pan, de Knut Hamsun. Através dos papéis deixados após a morte, o leitor conhece a trágica paixão do Tenente Thomas Glahn pela jovem Edwarda. Um sentimento de crescente exaltação, marcado por um profundo panteísmo. Grandes nomes da literatura como Mann, Hemingway, Gide, Gorky e Kafka admiraram o trabalho do escritor norueguês Knut Hamsun, vencedor do Prémio Nobel da Literatura em 1920. K MARCO 2011 /// 27 ‘


Tejo Internacional

no alegro

Navegar, navegar...

Apanha-me se puderes

3 Navegar no rio Tejo, em pleno Parque do Tejo Internacional, constitui uma óptima oportunidade para a observação da fauna e flora existente naquele território classificado. Desde o passado dia 15 de Março que já é possível fazer um percurso que liga Espanha a Portugal pelo maior rio que atravessa o nosso país. A partir da povoação espanhola de Santiago (na outra margem surge a portuguesa Malpica do Tejo), é possível ir até à Barragem de Cedillo. Mas a aposta dos municípios portugueses e espanhóis é que o barco navegue também no Rio Ponsul, perto de Castelo Branco, no âmbito do Programa de Cooperação Transfronteiriça, que envolve municípios de Portugal e Espanha. O autarca albicastrense, Joaquim Morão, marcou presença na viagem inaugural do barco e assegura que “os operadores turísticos querem utilizar o Rio Ponsul”. Joaquim Morão diz que na margem portuguesa irão ser feitos os acessos e cais de embarque, quer na zona de Malpica do Tejo, quer nos Lentiscais.

Neste momento o barco parte apenas de Espanha, em Santiago, passa por Herrera e Cedillo, mas quando o cais e os acessos estiverem concluídos na freguesia de Malpica do Tejo (que se situa na margem oposta onde actualmente parte o barco) e na povoação de Lentiscais, será possível embarcar no lado português.

A colocação do barco no Rio Tejo é um dos objectivos do programa de Cooperação Transfronteiriça, em Junho de 2008 entre os municípios de Castelo Branco, Idanha-a-Nova, Vila Velha de Ródão, Penamacor, Portalegre, Gavião, Nisa, Marvão e Castelo de Vide (do lado português) e a Deputación de Cáceres (chefe de fila de toda a candidatura) e

diversos organismos da Junta da Extremadura espanhola. O investimento global do projecto é de 9 milhões 790 mil euros, e pretende dinamizar o Tejo Internacional e torná-lo navegável para fins turísticos, num programa que terminará em 2013. Na aquisição do barco foram investidos 500 mil euros. O Programa de Cooperação Transfronteiriça é visto para os responsáveis espanhóis e portugueses como uma oportunidade de ouro para que a zona do Tejo Internacional seja valorizada do ponto de vista turístico, económico e da preservação ambiental. Esse programa pressupõe que as autarquias do distrito de Castelo Branco invistam cerca de dois milhões 690 mil euros, sendo mais de dois milhões provenientes de fundos Feder (europeus). “Este projecto pretende contribuir para a valorização dos recursos naturais, culturais e históricos, e promover o desenvolvimento social e económico no espaço fronteiriço demarcado pelo Tejo Internacional”, refere o acordo. K

6 Depois do sucesso alcançado no ano passado, o passatempo “Apanha-me! Se Puderes” está de regresso ao Alegro Alfragide e, desta vez, estende-se também ao Alegro Castelo Branco. A realização nos dois centros comerciais deve-se ao elevado número de candidatos na edição de 2010, ou seja, 800 inscrições de participantes vindos de norte a sul do país, bem como Açores e Madeira. O desafio lançado a 70 participantes, seleccionados em cada um dos centros comerciais, é o de colocarem a mão no Honda Jazz Easy e de nunca a retirarem. O participante que aguentar mais tempo, sem retirar a mão do carro, de acordo com as regras estabelecidas no regulamento, é o vencedor do passatempo. O Alegro lança o desafio aos jovens com idades compreendidas entre os 18 e os 35 anos de idade. Basta inscreverem-se, no Balcão de Informações de um dos Centros comerciais, no wesbite (www.alegro.pt) ou via facebook, até ao dia 11 de Abril. K

Prazeres da boa mesa

Recheio de Sapateira em Crocante de Fillo 3 Ingredientes (10 pax): 1 Sapateira com Ovas 1 Dente de Alho 1 C. S. de Azeite 2 C. S. Maionese 100g de Rúcula 100g de Raddichio 100g de Alface Romana 1 Cebola pequena 75g de Pickles 10 Folhas de Massa Fillo 150g de Manteiga 3 cl de CR&F Reserva 1 C. S. Salsa Picada Q.B. de Vinagrette Q.B. de Flor de Sal Q.B. de Malagueta Q.B. de Pimenta Preta de Moinho 2 Ovos Cozidos 10 Fatias de Pão de Penha Garcia Q.B. de Grão Seco Preparação: Cozer a sapateira 20ml por KG em água temperada com sal. Depois de cozida arrefecer de imediato em água e gelo com

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te, a CR&F e a maionese. Rectificar os temperos. Escolher e lavar as alfaces. Empratamento: Depois de todos os temperos rectificados, colocar a forma de sapateira no centro dum prato, encher com o recheio de sapateira e completar com as alfaces e uma tostinha fina de pão de Penha Garcia. Pingar tudo com o vinagrette. Servir! K Publicidade

sal. Derreter a manteiga (sem deixar ferver. Separar a gordura do soro eliminando este último. Pincelar com a manteiga clarificada metade da folha de massa fillo. Dobrar. Pincelar novamente metade e voltar a dobrar. Colocar numa forminha antiaderente e encher com o

grão. Levar ao forno a 180ºC até ficar dourado. Deixar arrefecer e retirar o grão (guardar o grão para outra situação deste género). Picar a cebola, o alho, os ovos, a malagueta e os pickles. Abrir a sapateira e retirar tudo o que é comestível. Misturar com os elementos anterior. Juntar azei-

Chef Mário Rui Ramos _ (Chef Executivo Complexo Termal de Monfortinho)


música

pela objectiva de j. vasco

Avril Lavigne - Goodbye lullaby

Mais de 200 mil lutam por trabalho digno

3 O single “What the well” editado bem no início deste ano de 2011 foi o cartão-de-visita para o novo álbum da carreira de Avril Lavigne. A jovem Canadiana está de volta com “Goodbye lullaby”.Trata-se do quarto disco de estúdio da cantora e chegou às lojas no início deste mês de Março. Foi em 2002 com o tema “Complicated” que ficámos a conhecer a voz de Avril Lavigne, na altura tinha apenas 19 anos. O novo “Goodbye lullaby” foi produzido por Max Martin e contou com as colaborações de Butch Walker, Detyck e Evan Taubenfeld. A sonoridade das novas canções continuam a utilizar a mesma identidade de cariz rock com algumas baladas pelo meio. Nota-se, sobretudo nas letras, uma tentativa de mostrar maturidade e de colocar para segundo plano o seu lado mais rebelde. Este trabalho é francamente melhor que o seu antecessor, as novas composições estão melhor conseguidas e os singles provavelmente vão ter mais sucesso. A fechar o alinhamento do cd, surge como bónus o tema “Alice”, da banda sonora do filme Alice no País das Maravilhas, que foi editado já é 2010. Destaque para o single “What the well” e as faixas “Push”, “Stop standing there” e “Everybody hurts”. Esperamos que Avril Lavigne coloque Portugal na lista de actuações na tour de promoção do novo trabalho! K

R.E.M. - Collapse into now 3 Os veteranos R.E.M. lançaram neste mês de Março o seu 15º álbum de estúdio, que recebeu o título de “Collapse into now”. Antes da edição do registo foram revelados dois singles: primeiro foi “Discoverer” e algumas semana depois foi o tema “ÜBerlin”, que continua a ser o single corrente. O primeiro tema revelado é francamente mau, a sonoridade não é apelativa e a letra é mediana, mas o segundo tema é bem diferente. “ÜBerlin” é um tema com outra dinâmica, dentro do espírito rock vibrante a que a banda nos tem habituado. Destaque para o naipe de convidados especiais deste “Collapse into now”, Patty Smith, Peaches e Eddie Vedder, o vocalista dos Pearl Jam, dão a voz em alguns temas. Felizmente não se trata de um trabalho de continuidade, o espírito deste trio liderado por Michael Spite demonstra um rejuvenescimento vigoroso, que procura explorar o melhor das suas raízes rock. Apesar de ficarem longe da qualidade de temas como “Losing my religion”, que consagrou a banda no início dos anos 90, neste trabalho as novas composições tentam fazer uma nova abordagem dentro do rock, com letras que falam da actualidade, deixando até com recados para o Presidente Obama. Os temas fortes do álbum são o single “ÜBerlin” e os temas “Oh my heart”, “It hapened today” e “That someone is you”. Os R.E.M. já passaram a barreira das três décadas de carreira e continuam em grande forma! K

Cut Copy - Zonoscope 3 Mais uma novidade que nos chega das terras dos cangurus, bomerangs, e de muito outras coisas interessantes, “Zonoscope” é o novo trabalho da dupla Australiana Cut Copy. Foi em 2008 que esta dupla ficou conhecida através do tema “Lights and music” que fazia parte do seu primeiro trabalho. Antes da edição do registo foram conhecidos dois singles, ainda em 2010 saiu “Take me over” e mais recentemente foi editado o fantástico “Need you now” que tem conquistado o lugar cativo no cenário radiofónico. É fantástica a evolução criativa desta dupla que muito recentemente visitou o nosso País, e é bem perceptível a ambição e vontade de surpreender até as vozes mais críticas. Os Cut Copy utilizam uma mistura de sonoridades influenciada pelos sons dos anos oitenta, numa toada suave de dança, as suas batidas são bastante melódicas e bem conseguidas. Em alguns temas á uma incursão no universo pop recriando um ambiente sonoro intimista em que os sintetizadores ficam em segundo plano. Trata-se de música de dança servida em doses mais suaves, sem utilizarem as batidas tradicionais da vertente comercial da música de dança. Em relação aos melhores temas de “Zonoscope” destaque para os singles “Take me over”, “Need you now” e as faixas “Where im going”, this is all weve got”, e” Hanging onto every heartbeat”. Apresentamos uma interessante proposta para a Primavera 2011! K Hugo Rafael _

3 A doze de Março último, por todo o país, cerca de 200 mil pessoas revoltaram-se contra a precariedade no emprego, melhor, contra a falta de dignidade no mesmo. Como dizia Sophia de Mello Breyner “Vemos, ouvimos e lemos, não podemos ignorar”. Da esquerda à direita, de novos a idosos, lutou-se contra a falta de um trabalho digno. Há quem diga que a situação é inevitável, que os tempos mudaram. É verdade, o tempo mudou, mas continua a mudar e o que hoje é verdade amanhã será diferente (e tudo cai mesmo quando pensamos sólido – veja-se o próximo oriente). Lembrando agora José Régio o povo clamou: Não sabemos para onde vamos, sabemos que não vamos por aí! O sonho, na rua, volta a comandar a mudança. Felizmente em festa. K

press das coisas Sony Vaio C 3 O Sony já apresentou o novo Vaio C. O computador portátil tem ecrã Led de 14 polegadas com processador Sandy Bridge da Intel. A resolução é de 1366*768 pixels, com placa gráfica AMD Radeon HD 6470 M, com saída HDMI incorporada. O VAIO C tem até 4GB de RAM DDR3, três portas USB 2.0 e uma porta 3.0. Das suas características fazem ainda parte o disco rígido de 320 GB; gravador de DVD; teclado é retro-iluminado; WiFi 802.11 b/g/n e Bluetooth. O preço aproximado é de 890 Euros. K

Hama 3D Shutter Glasses 3 A Hama lança-se no mercado de acessórios para vídeo 3D com um modelo de óculos concebido a pensar nos televisores 3D da Samsung. Com um formato mais arredondado e ergonómico, os óculos 3D da Hama estão concebidos para conduzir a visão do utilizador para um campo que lhe proporcionará uma melhor experiência 3D, comparativa com os modelos convencionais. Utilizam bateria de lítio (tipo CR 2032) para uma autonomia de 70 horas, pesam apenas 47 gramas e podem ser usados sobre os óculos normais. Desligam-se automaticamente quando não detectam sinais relativos a informação 3D. Preço aproximado de 79,90 Euros. K

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quatro rodas

Percepção em 3D c Temos de nos consciencializar que a nossa sociedade de consumo nos transportou para um mundo onde as percepções têm mais importância que a realidade. Lembro-me durante a segunda guerra do golfo, quando o exército americano estava já em Baghdad, o ministro Iraquiano da defesa apareceu na TV, numa conferencia de imprensa com dezenas de microfones à sua frente, dando a percepção que estava numa sala cheia de jornalistas. Soube-se mais tarde que era um cenário bem montado, numa sala deserta. Já no que respeita ao mundo das finanças os casos em que se quer dar a percepção de uma situação que na verdade é falsa, são muitos. Por cá tivemos alguns bem conhecidos, mas recentemente o mundo tremeu quando o ex-presidente do Nasdaq não conseguiu segurar o seu esquema. Madoff, na teoria geria um fundo de investimento, ou seja recebia dinheiro de clientes (e que clientes) que dizia investir em acções de empresas que geravam mais-valias fortes.

Apurou-se depois que, pelo menos nos últimos anos, nem uma acção foi comprada, usando o dinheiro dos novos investidores para pagar os ganhos dos mais antigos, numa corrente que rebentou quando os depósitos deixaram de ser suficientes para pagar os resgates. Vou resistir a comentar os requintados esquemas que os políticos nacionais montam para criar em nós a percepção que tudo vai correr bem, num país sem viabilidade com a actual estrutura produtiva. Deixo isso para os especialistas como Camilo Lourenço que recentemente esteve no Ensino Magazine e cuja clareza na denúncia destas situações vou admirando. Depois deste prólogo chegamos à altura de introduzir o tema da percepção, naquilo que é o nosso “core”. Toda esta conversa tem a ver com as percepções que vamos tendo quando conduzimos por uma estrada, e a forma como somos confundidos com informações contraditórias, na sinalização horizontal e vertical. Há uns tempos foram proibidos os painéis publici-

tários nas auto estradas, para limpar um pouco as informações que nos chegam, mas lá foram sendo encontrados esquemas alternativos como publicidade em recintos desportivos perto destas vias, que em vez de anunciarem para o interior do recinto, estão ali com a intenção de influenciar os condutores. Deparamo-nos muitas vezes, com uma tal contaminação, que

Oleiros e Proença-a-Nova

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pública muito colorida, situação que dificulta a recepção de informação útil ao condutor. Parece no entanto que os polacos tiveram consciência que há situações onde seria imprescindível os condutores absorverem mesmo informação de certos sinais. No meio, de tanta sinalética apercebi-me que, nas proximidades das escolas me saltava à vista o aviso de aproximação das mesmas. Decidi parar junto a um deles, e constatei que estava perante um sinal em 3D pela simples colocação de um painel reflector uns centímetros atrás, uma solução simples com grande resultado. Podíamos fazer o mesmo por cá…enquanto houver escolas para proteger. K Paulo Almeida _ Direitos Reservados H

sector automóvel

Pinhal ganha no TT 6 A Escuderia de Castelo Branco (ECB) acaba de garantir uma segunda prova do Campeonato de Portugal de Todo-o-Terreno. A novidade foi comunicada , logo após o rali do Campeonato Open, Rota do Medronho, o qual teve o apoio do Ensino Magazine e do Oleiros Magazine. Apoiando-se na parceria com os municípios de Oleiros e Proença-a-Nova, que tão bons resultados tem dado no Rali Rota do Medronho, e aproveitando o facto de uma das provas previstas (Montes Alentejanos) ter visto a sua realização anulada pelo clube organizador, a ECB encontrou as condições ideais para reforçar a sua posição no seio de uma das disciplinas mais apreciadas no âmbito do desporto automóvel e que contará em 2011 com o regresso do conceituado Carlos Sousa, aos comandos de um Mitsubishi Racing Lancer. A realização desta prova no território do Pinhal, entre 2 e 4 de Setembro, “é resultado da estreita colaboração entre a Escuderia e aqueles municípios”, referiram os responsáveis do clube sedeado em Castelo Branco, alicerçada na aposta das duas edilidades no

torna impossível termos a verdadeira percepção da informação que deviríamos receber dos sinais de tráfego. Salvo raras excepções, não há uma coerência na colocação da sinalização. Temos sinais escondidos atrás uns dos outros, alguns contraditórios, temos sinais com dimensões diferentes, com índice de reflexão diferente, e da péssima disposição nos troços em obras nem vale a pena falar. Perdoem-me a comparação, mas o facto é que quando entro em Espanha, por qualquer das fronteiras, sinto que consigo absorver toda a informação de sinalização, há neste caso uma coerência, que facilita a percepção da informação útil. Se Espanha poderá ser considerado um bom exemplo, não posso deixar de falar num país em que recentemente conduzi, onde a sinalização também não prima pela coerência. Refiro-me à Polónia onde percorri cerca de 300 Kms em vários tipos de estradas. Esperava encontrar um país tristonho, mas o que encontrei foi um país cheio de painéis publicitários tornando a via

Porsche apresenta Panamera S Hybrid 3 O Panamera S Hybrid é movido por um motor-compressor 3.0 V6 que debita 333 cv, assistido por um motor eléctrico de 47 cv (34 kW), ambos funcionam tanto individualmente como combinados. Este vem equipado com uma caixa Tiptronic S de oito velocidades e acelera dos 0 aos 100 km/h em 6,0 segundos, atingindo uma velocidade máxima de 270 km/h. O Panamera S Hybrid vai ser comercializado em Portugal a partir de Junho de 2011, com um preço a partir de 117.419 euros. K RR H

desporto automóvel e na confiança que depositam nas capacidades organizativas da ECB, vendo nos eventos um veículo privilegiado de promoção das terras. Nesta altura, segundo informou a Escuderia, “ainda não há um modelo de prova perfeitamente definido”, mas as primeiras ideias assentam, precisamente, “na visibilidade das sedes de concelho envolvidas”, beneficiando da diversidade de estradas e trilhos existentes na zona. “Não será difícil encontrar os cerca de 300 quilómetros necessários para cumprir o caderno

de encargos de uma prova deste tipo”, acrescentam os dirigentes da ECB. De uma forma genérica, a estrutura destes ralis de todoo-terreno, assenta numa dupla passagem por um percurso de cerca de 150 quilómetros, por um super-especial de lançamento das emoções e do espectáculo e pela colocação de um parque de assistência numa das sedes de concelho. Estas zonas de assistência permitem, habitualmente, uma grande aproximação das máquinas de competição ao tecido socioeconómico da região. K

Monovolume R-Space da renault 3 A Renault apresentou, o protótipo de um novo monovolume chamado R-Space. Com um motor de 900cc de três cilindros a gasolina, com 110 cv e 160 Nm de binário. O R-Space vem associado a uma caixa EDC acelera dos 0 aos 100km/h em 11 segundos e atinge uma velocidade máxima de 200 km/h. Em termos de consumos, a marca anuncia uma média de 3,7l/100km e emissões de CO2 de 95g/km. A grelha proeminente, o pára-brisas panorâmico, as portas de abertura antagónica e as jantes de liga leve de 21 polegadas evidenciam-se no desenho do Renault R-Space. K


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Politécnico de Portalegre promove

Rita Domingues

Jovem Cientista do Ano 2010

6 Rita Branco Domingues, investigadora do Centro de Investigação Marinha e Ambiental (CIMA) da Universidade do Algarve, acaba de ser distinguida com o prémio Jovem Cientista do Ano, pelo Fluviário de Mora, com o tema “Nutrient limitation of phytoplankton growth in the freshwater tidal zone of a turbid, Mediterranean estuary”, publicado na revista Estuarine, Coastal and Shelf Science. O artigo aborda o efeito dos nutrientes no crescimento do fitoplâncton no estuário do Guadiana e as suas implicações dos inputs antropogénicos no ecossistema estuarino. No seu artigo, Rita Domingues explica que “o estuário do Guadiana, apesar de ser um estuário relativamente prístino, tem sofrido, nos últimos anos, um aumento significativo da pressão urbana e, consequentemente, da poluição aquática. Adicionalmente, a Publicidade

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ENOVE + em Elvas

6 O ministro da Economia, Vieira da Silva, foi convidado para inaugurar, dia 23 de Março, a ENOVE + - Feira de Emprego e Empreendedorismo, que se realiza até 24 de Março, em Elvas, no Centro de Negócios Transfronteiriço. Organizada pela Associação de Desenvolvimento Regional do Instituto Politécnico de Portalegre, o certame terá a presença do Ensino Magazine, e segundo a organiza-

ção assume-se como “sendo uma iniciativa inovadora e encorajadora, com a perspectiva de criar oportunidades para a aproximação das empresas e das instituições ao público em geral, esclarecendo dúvidas e complexos, assim como abrindo horizontes e caminhos de sucesso”. A feira pretende promover e debater o emprego e o empreendedorismo na Regiões de Portalegre e da Extremadura

Espanhola, assim como em Portugal. Entre os objectivos anunciados destacam-se o “incentivar o diagnóstico das necessidades de recursos humanos por parte dos empresários; identificar oportunidades de emprego para os actuais e potenciais colaboradores; estimular o empreendedorismo dos actuais e futuros empresários; e interligar as instituições de formação com o tecido empresarial”. K

Mestrados integrados já este ano retenção de água e sedimentos na barragem de Alqueva provocou uma alteração não só no caudal do Rio, mas também no fornecimento de nutrientes para o estuário. O fitoplâncton, microalgas extremamente importantes em qualquer ecossistema aquático, é o primeiro a ser afectado por estas alterações, pois produz oxigénio e serve como fonte de alimento para os outros organismos”. K

Cespu em Angola 6 A Cooperativa de Ensino Superior Politécnico e Universitário (CESPU) vai abrir em Junho deste ano, na cidade do Huambo, cursos de mestrado integrado nas especialidades de psicologia clínica, educação e gestão. De acordo com a assistente de direcção da CESPU em Angola, em à agência de informação angolana, Angop, Bela Faro, estão a ser criadas condições

logísticas e administrativas para que na data prevista as aulas arranquem na cidade do Huambo. Informou que a CESPU já recebeu, em pouco menos de 15 dias, 759 pedidos de inscrição, número que demonstra a apetência da população estudantil local em prosseguir com a sua formação. “Inicialmente a nossa previsão era apenas de abrirmos o curso

de psicologia clínica, mas a julgar pela adesão massiva de candidatos vimo-nos na obrigação de abrirmos mais cursos para satisfazermos a procura”, frisou. A Cooperativa de Ensino Superior Politécnico e Universitário, criada em Portugal há 28 anos, está actualmente fixada em Madrid (Espanha), Paris (França), Brasil, Cabo Verde e Angola. K


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