Ensino Magazine Edição nº261

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Novembro 2019 Diretor Fundador João Ruivo

Diretor João Carrega Publicação Mensal Ano XXII K No261 Assinatura anual: 15 euros

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ENSINO JOVEM

Distribuição Gratuita

testes começaram a ser feitos no isq em castelo branco

Satélite português vai para o espaço em 2020

O primeiro satélite português vai para o espaço em 2020. Os testes já começaram a ser feitos no laboratório do ISQ em Castelo Branco. No processo estão envolvidas empresas e academias nacionais. C p 22

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UBI dá posse a presidentes

EDuardo Dâmaso, jornalista

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Évora quer universidade 5.0

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IPCB prepara reoganização C

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Leiria lidera projeto europeu C

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Corrupção, disse ele! Eduardo Dâmaso expõe, de forma crua e exaustiva, as teias que são urdidas para a propagação da corrupção em Portugal e apela a um «sobressalto cívico». C2a4

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Setúbal reforça internacionalização C

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Alunos defendem mais ação social C

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Portalegre apresenta livro sobre politécnicos C

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Eduardo Dâmaso, jornalista

Corrupção, disse ele! 6 É um dos mais reconhecidos jornalistas da sua geração, nomeadamente no domínio da Justiça. Eduardo Dâmaso expõe, de forma crua e exaustiva, as teias que são urdidas para a propagação da corrupção no país e apela a um «sobressalto cívico.»

A associação Transparência e Integridade tem em curso uma petição pública, lançada em setembro, pela adoção de uma estratégia nacional contra a corrupção que conta atualmente com cinco mil assinaturas. Seria necessário um sobressalto cívico para combater este flagelo que, na sua opinião, prejudica «10 milhões de vítimas»? Penso que essa é a expressão exata: sobressalto cívico. Causar esse sobressalto cívico na sociedade portuguesa seria a melhor forma de combater a corrupção. Não tenho ilusões sobre os objetivos. Penso que é impossível aspirar a eliminar a corrupção. Ela tem raízes históricas, sociais e económicas muito profundas. Mas se chegássemos ao patamar de tornar consensual, de forma ativa e

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empenhada, a necessidade de combatê-la, já seria muito bom. É preciso acentuar a repressão judicial da corrupção para poder abrir caminhos mais fortes e mais intensos para a prevenção e educação da e sobre a corrupção. Nuno Garoupa, ex-presidente da Fundação Francisco Manuel dos Santos, afirmou, em entrevista recente, que os «partidos políticos desistiram de combater a corrupção». Concorda? Não sei se é definitivo, mas há muita verdade nessa afirmação. Os partidos que governaram Portugal nas últimas décadas desistiram de criar uma estratégia nacional, coerente e organizada contra a corrupção e tudo o que gira à volta dela, como os conflitos de interesses, o tráfico de influências, o abuso de poder, o peculato e outros crimes ou práticas que têm vindo a cavar um fosso

enorme entre os partidos e os portugueses. Há uma velha máxima que diz que «o importante não é ser ministro, é ter sido ministro». É isto que explica que as empresas contratem quase todos os ex-governantes para seus consultores ou administradores? O objetivo passa por lucrar através do tráfico de influências? Sem dúvida! A passagem pelo governo transformou-se, para muitos, numa mera oportunidade de angariação dos contactos necessários para levar para a vida fora da política, nas empresas privadas, onde se especializam em abrir portas, facilitar contactos e negócios com o Estado. A vida pública está cheia de ex-ministros e secretários de Estado que enriqueceram em menos tempo do que um fósforo se apaga. Sem que seja visível a sua competência técnica, o seu currículo ou sequer a capacida-

de de fazer, resolver ou decidir em contextos de serviço ao País, criando riqueza e emprego. É comum ouvir-se dizer que a “Operação Marquês” é o processo mais importante da democracia, por envolver o ex-primeiroministro, José Sócrates. Iniciado em 2013, cinco anos depois o processo ainda está na fase de instrução. Justiça que tarda é justiça que falha? Justiça que não respeite um princípio de atualidade não é justiça. Os processos não podem eternizar-se na investigação nem na caminhada para julgamento. Muito menos na fase de confirmação irreversível de sentenças, condenatórias ou absolutórias, nos tribunais superiores. A causa da morosidade, no entanto, habitualmente assacada ao poder judicial, tem origens complexas. Ela radica também – e sobretudo – na forma como o poder legislativo produz certo tipo

de leis, como cria tipos criminais de aplicação impossível, como é o caso dos crimes de tráfico de influências e corrupção, ou como desenhou uma teia labiríntica de garantias processuais que destrói o próprio valor da administração de uma justiça justa. As garantias processuais são uma das provas de algodão da natureza democrática de um regime, mas não podem ser transformadas em instrumentos da impunidade absoluta. No caso do processo Marquês, há que sublinhar, como em muitos outros, a instrução é requerida pelas defesas e não pelo Ministério Público. Ou seja, são os arguidos e não o Estado que aposta numa lógica dilatória. Governo, banca e grandes empresas construíram teias que estão bem presentes nos emblemáticos casos BES, BPN, Banif, Freeport, Operação Furacão, Face Oculta, Portucale e outros. A ;

Após 38 anos de profissão, considera que este seu livro – «Corrupção» – se trata mais de uma investigação/compilação jornalística ou é o seu contributo pessoal e cívico para um crime a que chama de «invisível» e «sem castigo»? Este livro é um contributo pessoal e cívico para a discussão pública de um crime que provoca um grave dano na economia nacional e distorce princípios essenciais e consagrados na própria Constituição, como a igualdade entre portugueses perante a lei e o Estado ou a livre e sã concorrência entre empresas. Assenta numa lógica de investigação jornalística, na medida em que procura entender a realidade da corrupção de uma forma um pouco mais profunda do que aquela que ela assume, muitas vezes, na discussão política, e nesse sentido implica também uma interpretação sobre o significado das narrativas, dos processos judiciais, dos discursos políticos, das estatísticas e das leis sobre o tema.


; impunidade dos crimes de colarinho branco é o calcanhar de Aquiles da justiça portuguesa? Penso que essa é uma realidade que entra pelos olhos. Eles são o calcanhar de Aquiles da justiça mas, essencialmente, do próprio País, da sua economia e organização social e política. O naufrágio da banca e de grandes empresas como a PT ou a Cimpor só é atribuível a causas de natureza político e financeira, que criaram um sistema de promiscuidade entre poderes e um verdadeiro pântano político-social. Foi uma tragédia, de que, em grande medida, a sociedade portuguesa se alheou, e que se espera agora que a justiça resolva. São expetativas demasiado grandes para um sistema judicial que tem uma Polícia Judiciária onde o poder político esteve anos a fio sem investir, no que respeita ao crime económico. Que tem um Ministério Público também sem meios e pressionado por estratégias de controlo político a partir das cúpulas, nomeadamente acentuado o controlo dos partidos no Conselho Superior de Magistratura. Que tem, em algumas áreas, uma cultura de respeitinho pela chamada “dignidade dos cargos”, inspirada em modelos dos anos 30 do século XX, como se viu no caso de Tancos, onde a argumentação para não ouvir o Presidente da República e o primeiro-ministro recuou às ideias de Alberto dos Reis, um grande jurista na área do processo civil mas um homem do regime, professor e amigo íntimo de Salazar, presidente da Assembleia Nacional durante três mandatos, membro vitalício do Conselho de Estado, etc. Verdadeiramente espantoso, para não dizer outra coisa… Critica o Código Penal e a legislação penal avulsa por estarem «cheios de crimes inaplicáveis». A raiz do mal está no legislador ou no «velho Bloco Central dos interesses», como lhe chamou em editorial recente na “Sábado”? Essa é, digamos assim, uma das principais teses do meu livro. A ideia de que o poder legislativo, materializado nas sucessivas maiorias parlamentares de partido único ou em coligação, foi instrumentalizado demasiadas vezes por poderosíssimos grupos de interesses ao longo dos últimos trinta anos, grosso modo dos governos da AD, no início dos anos 80, para cá. Por isso, tivemos processos judiciais muito importantes que nunca chegaram a lado nenhum e que refletiam ataques brutais ao erário público. Foi assim com

o Fundo Social Europeu, entre 1986 e 1988, logo no início da adesão à Comunidade Económica Europeia, em que mais de 200 milhões de contos, na moeda da época, desapareceram pura e simplesmente sem qualquer espécie de consequências. Já viu quantos mil milhões de euros é que isso daria se fizéssemos uma conversão não apenas literal, mas tendo em conta outros elementos de valorização da moeda!? Foi assim que passámos, na mesma altura, do velho regime fiscal para o novo, que trouxe o IVA, IRS e IRC, numa transição assente numa lógica de perdões fiscais e de puro favorecimento de quem já tinha muito dinheiro. Foi assim que uma verdadeira indústria de obras públicas assente numa estrutura de “sacos azuis” para pagar subornos atravessou todo o cavaquismo e, depois, os governos seguintes. Enfim, os exemplos são demasiados. Ao mesmo tempo, os nossos códigos penal e processual penal exibiam uma fulgurante eficácia na repressão de crimes de sangue, incluindo o terrorismo, mas claudicaram por completo nos crimes económicos. Para quem acredita em coincidências, está bem. Para mim, não… Em Portugal a produção legislativa é abundante, mas a sua aplicação prática muito escassa. Causa-lhe estranheza que a maior parte dos deputados eleitos tenha formação em Direito ou exerça atividade em grandes escritórios de advogadas ou estamos perante uma mera coincidência? A produção de “coincidências” é um método eficaz para bloquear a discussão pública de assuntos sérios, como este. Transformou-se numa espécie de adesivo para ir tapando ou inibindo muitas bocas. Não é segredo nenhum que os grandes escritórios não só dominam hoje a produção legislativa, que é cozinhada pelos seus advogados por encomenda de governos, autarquias, instituições e empresas públicas muito diversificadas, como, depois, vão dominar a interpretação das leis. É o chamado “win win”, se me é permitido o inglesismo. Os especialistas, nomeadamente a procuradora geral adjunta, Maria José Morgado, sustentam que os crimes de corrupção são extremamente difíceis de investigar e também de provar. Que estratégias e malabarismos os tornam tão difíceis de intercetar? Desde logo, a sua deteção. Se não existirem denúncias ou ;

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; mecanismos de fiscalização eficazes em áreas essenciais do Estado, como a contratação pública, dificilmente se poderão investigar os crimes praticados. Aqui, o essencial é, cada vez mais, investigar com atualidade, quase em tempo real, para que a recolha de prova seja eficaz. Se isso não acontecer, a PJ e o MP são empurrados para um cenário de autópsia ou de pura arqueologia, assente na recolha de toneladas de documentação e testemunhos sem grande fiabilidade, correndo contra o tempo para evitar prescrições. O país precisava, à semelhança do que aconteceu em Itália, na década 90, de uma operação “mãos limpas” ou pensar nessa possibilidade é uma utopia? A circunstância histórica de Portugal é muito diferente dessa Itália dos anos 90. A Itália desse tempo estava confrontada com a guerra aberta da Mafia contra o Estado, sobretudo contra os juízes, por causa do maxiprocesso de Palermo que condenou a penas de prisão efetiva mais de 300 líderes mafiosos sicilianos e calabreses. Estava confrontada com um sistema político em decadência absoluta, mergulhado na corrupção e que evidenciava sinais cada vez mais fortes e flagrantes de conivência com a Mafia. Tinha o terrorismo das Brigadas Vermelhas. O Estado quase abandonou o poder judicial nessa luta terrível contra poderes que poderiam ter destruído o País. Passaram trinta anos e, ainda hoje, há questões essenciais por resolver, como a de saber se existiu uma negociação do Estado, através do poder sinistro dos serviços secretos da época, com a Mafia. Enfim, acho que a operação “Mãos Limpas” foi um passo muito importante, deixou um legado essencial na luta por uma sociedade mais limpa e íntegra, mas não é um modelo automaticamente reproduzível em qualquer outro país. Por cá, já seria bom se conseguíssemos ser eficazes na criação da vontade política necessária para construir uma estratégia nacional contra a corrupção. E de, com isso, assegurar uma dupla caminhada de investigação e repressão dos casos mais graves, ao mesmo tempo que se aposta na sensibilização e educação da sociedade para combater um flagelo que empobrece os portugueses com menos recursos – que é a esmagadora maioria – e lhes retira ou diminui direitos como a saúde, a educação, serviços públicos eficazes, entre muitos outros. Refere que a comunicação social tem sido conivente com o fenómeno da corrupção. De que modo? Essa é uma realidade mostrada por alguns dos processos mais recentes. Vimos no caso Face Oculta, em que Armando Vara foi condenado a cinco anos de prisão efetiva, sobretudo na vertente do chamado “negócio PT/TVI”, como alguns jornalistas, colocados em direções de órgãos de comunicação social, diabolizaram os investigadores e outros colegas. Vimos como os investigadores da operação “Marquês” foram diabolizados em alguns meios. Uma coisa é termos a nossa opinião e pensarmos de forma crítica sobre a ação da justiça e dos media. Outra coisa bem diferente é criar barreiras de

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sem grandes hipóteses de encontrar um caminho de saída.

fogo contra quem investiga e publica. Isso aconteceu diariamente em alguns jornais e televisões que não só silenciaram os casos como atacaram quem os noticiou. Foram os cães de guarda, não da comunidade mas de interesses particulares. É dos jornalistas que melhor conhece o sistema judicial português e diz que este é eficaz e forte nos crimes de sangue e fraco e moroso nos crimes económicos. Na sua opinião, o principal problema são as interferências e pressões políticas ou a eterna falta de meios? A falta de meios é endémica e uma forma de pressão política. Tudo o que a PJ e o MP obtiveram na área do combate ao crime económico, em termos históricos, foi sempre contra a vontade do poder político. Foi por pressão externa da União Europeia e de organizações como o Grupo de Estados Contra a Corrupção (GRECO), órgão do Conselho da Europa, bem como de outras organizações internacionais. Ou então, por força da exploração das contradições de alguns governos, que prometiam combater a corrupção mas nada faziam, e que em

ciclos políticos mais difíceis se viram obrigados a ter de investir alguma coisa em meios técnicos e humanos. Um dos principais obreiros nessa luta pela conquista de meios para a investigação criminal foi o antigo procurador-geral da República, Cunha Rodrigues. Que papel pode ter a escola, em sentido amplo, ou seja, os estudantes, os professores, os encarregados de educação e até a tutela, para combater, no médio/longo prazo este fenómeno? O papel das escolas é essencial. Elas deveriam ser apoiadas na criação de estruturas programáticas e curriculares sobre os mecanismos da corrupção, na aproximação e conhecimento das instituições responsáveis pelo seu combate. Deveriam ser o palco ideal para levar e dar a conhecer os bons exemplos de homens e mulheres, verdadeiros heróis anónimos na sua maioria, que passaram a vida a travar esta luta. Só existirá uma verdadeira prevenção da corrupção se a educação contra a corrupção for assumida nas escolas. Sem isso, andaremos sempre dentro de um velho labirinto e

CARA DA NOTÍCIA Quase quatro décadas de carreira 6 Eduardo Dâmaso nasceu em Odemira, em 1962. Jornalista desde 1981, é diretor da revista “Sábado” desde abril de 2017. É também diretor-adjunto da CMTV e passou pelos diários mais importantes do país: exerceu cargos de direção no “Correio da Manhã,” “Diário de Notícias” e “Público”. Trabalhou ainda no “Expresso” e nas agências noticiosas Anop e Lusa. Começou a carreira no jornal regional “O Setubalense”, passou pela Rádio Universidade de Coimbra e foi comentador de política na RTP. É autor do livro de investigação jornalística “A Invasão Spinolista”, que foi distinguido em 1996 com o prémio de reportagem Ler/Círculo de Leitores, bem como de “Portugal, que Futuro”, com Henrique Medina Carreira, em 2009. Uma das investigações jornalísticas que fez deu origem a um célebre acórdão do Tribunal Europeu dos Direitos do Homem – «Campos Dâmaso contra Portugal» – que fixou jurisprudência em matéria de prevalência do interesse público sobre o segredo de justiça e a reputação de terceiros. «Corrupção - Breve história de um crime que nunca existiu» é o seu livro mais recente, com a chancela da Objetiva.

«O jornalismo de investigação é mais perigoso para o poder do que a oposição», escrevia há dias no “Correio da Manhã”, Eduardo Cintra Torres. É por isso que todos os governos têm a tentação de domesticar os órgãos de comunicação social? O jornalismo de investigação pode ser terrivelmente eficaz. Num primeiro momento, é ele que assegura o escrutínio aos diversos poderes. É ele que levanta uma ponta aqui e ali e que permite ir mostrando a complexidade de algumas realidades e a intervenção pública sobre elas. Veja-se o que está a passar-se com as minas de lítio. Tem sido a comunicação social, muito em particular o programa “Sexta às Nove”, da RTP, o que deveria ser um orgulho para a televisão pública, a mostrar as contradições profundas da atuação do governo num tema de elevado impacto ambiental numa das jóias naturais de Portugal, em Trás-os-Montes. Pela natureza indomável que tem, o jornalismo de investigação é quase sempre o alvo prioritário dos governos, em particular das maiorias absolutas. O jornalismo vive uma crise sem precedentes, com poucos meios financeiros e com a concorrência feroz das redes sociais e até das “fake news”. Como sobreviver num contexto de tamanha adversidade? O jornalismo só resistirá se conseguir atrair leitores. Os leitores são a única garantia de independência de um projeto jornalístico. São eles a força de quem escreve e investiga. Por isso, torna-se essencial criar novos leitores. Em Portugal deveria existir o que há noutros países, que financiam não os meios diretamente mas o mercado de assinaturas em órgãos de comunicação social. Em alguns países nórdicos, cada jovem que faz 18 anos tem direito a escolher a assinatura da publicação que quiser e o Estado paga. O próprio Estado deveria fazer assinaturas e não comprar resumos de notícias, o chamado “clipping”, que é uma atividade parasitária do jornalismo. As escolas deveriam ter assinaturas de revistas e jornais e ser um espaço de encontro entre jornalistas e leitores. Depois, também seria essencial acabar com o clima de verdadeira pirataria comercial criado pelos gigantes da Internet, sobretudo Google e Facebook, que vivem da apropriação de conteúdos alheios com lucros fabulosos e sem pagarem um tostão às empresas e aos autores. Estas empresas levam o dinheiro da publicidade e determinam, com os famosos algoritmos, que títulos sobrevivem e que títulos morrem. Isto não é próprio de uma sociedade que preze a democracia, o valor do trabalho e da distribuição de rendimentos em função de critérios de igualdade, proporcionalidade e adequação. Nuno Dias da Silva _ Direitos Reservados H   

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Gestão da medicação domiciliária

Sessão solene

UBI vence prémio nacional

UBI abre ano

6 Um grupo de três elementos da Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade da Beira Interior (FCS-UBI) desenvolveu um sistema que pretende ajudar pessoas em hospitalização domiciliária a gerir corretamente a medicação, cuja mais-valia foi reconhecida com a atribuição do primeiro lugar do prémio “Angelini University Award! 2018/2019”, por ter sido considerado o melhor dos 48 projetos a concurso, apresentados por 204 candidatos de 35 universidades e politécnicos de Portugal. Adriana Machado e Rita Mó, estudantes do curso de Ciências Farmacêuticas, e o docente Manuel Morgado, são os autores do trabalho premiado, que tem como título ‘Sistemas digitais de apoio à toma da medicação para utilização em doentes em regime de hospitalização domiciliária’. O estudo descreve a utilização de sistemas digitais portáteis inovadores para a gestão da medicação no domicílio, de forma a minimizar os erros de medicação e a falta de adesão à terapêutica. Pretende implementar dois sistemas digitais de apoio à toma da medicação, tendo em vista melhorar a efetividade, a eficiência e a segurança da terapêutica medicamen-

tosa oral e a qualidade dos registos, no processo clínico do doente, da toma destes medicamentos. Entre as inovações está a emissão de lembretes para a toma da medicação no horário adequado e um sinal no preciso momento da administração, que é registado, em tempo real, num sistema informático, ao qual tem acesso por via rede móvel, o próprio doente e os profissionais de saúde envolvidos no tratamento. O trabalho teve por base a dissertação de mestrado do Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas, de Adriana Patrícia Costa Machado, sob a orientação de Manuel Morgado. Hugo Ferreira, da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, foi o project advisor no concurso da Angelini. A cerimónia de entrega de prémios do “Angelini University Award! 2018/2019”, com o mote “Hospital 2.0: o hospital é em minha casa”, decorreu no dia 17 de outubro, no Pavilhão do Conhecimento, em Lisboa. Ao grupo vencedor foi atribuído um prémio monetário global no valor total de 8000 euros, a distribuir pelo grupo, sendo 5000 para as alunas, 2000 para o professor e 1000 para o project advisor. K

Melhor dissertação de Mestrado

Prémio para a Informática 6 Vasco Ferrinho Lopes, aluno de Engenharia Informática da Universidade da Beira Interior (UBI), é o autor da dissertação vencedora do Prémio para a Melhor Dissertação de Mestrado, atribuído pela Associação Portuguesa de Reconhecimento de Padrões. O galardão, entregue a 31 de outubro, na sessão de encerramento da conferência RECPAD’19, que decorreu na Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, re-

conheceu a qualidade científica da dissertação ‘RobotChain: Artificial Intelligence on a Blockchain using Tezos Technology’. O trabalho, desenvolvido no contexto do mestrado em Engenharia Informática, teve como orientador o docente Luís Alexandre (Departamento de Informática da UBI) e focou-se na integração de tecnologias Blockchain com algoritmos de Inteligência Artificial. K

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6 A Oração de Sapiência intitulada “Da ação, ignorância e tolerância: reconhecer e agir ou não sobre o ‘próprio’” foi proferida pelo professor catedrático da Faculdade de Ciências da Saúde, Luís Taborda Barata, na cerimónia de abertura do ano escolar, e teve como tema a relação da autoimunidade e a singularidade do próprio e do não próprio. A sessão contou ainda com a participação do presidente da Associação Académica da UBI, Afonso Gomes, do presidente do Conselho Geral da UBI, Ferreira Gomes, e do reitor da UBI, António Fidalgo, que discorreu sobre a relação entre a diversidade cultural e científica e apelou para a criação de “uma ciência culta”. A cerimónia terminou com a entrega de cinco Prémios +UBI, um programa que premeia os estudantes que escolheram aquela

universidade como primeira opção no Concurso Nacional de Acesso, e que concorrem com uma nota igual ou superior a 18 valores. A primeira aluna a ser chamada ao palco foi Inês Roseta Almeida. A estudante de Medicina, com a nota de candidatura mais elevada, de 185.50, afirma que foi através da Universidade de Verão e a Academia Júnior de Ciência que teve a

oportunidade de conhecer a instituição e constatar a qualidade da Universidade da Beira Interior. O facto de viver na região “também foi um fator importante na hora da decisão”, explicou. Seguiu-se a aluna Érica Ribeiro, Rafael Rodrigues, Sofia Pinto e Inês Carrilho. K Sofia Rodrigues _ (Urbietorbi)

UBI e Évora

Investigadores premiados 6 Um grupo de investigadores das áreas da engenharia e ciências da saúde, da Universidade da Beira Interior (UBI), da Universidade de Aveiro e da Universidade de Évora receberam o prémio “Excellent Poster Presentation Prize”, no congresso internacional PTIM2019 - International Caparica Conference on Pollutant Toxic Ions and Molecules 2019. O poster vencedor do concurso tem como título “Mercury levels and neurotoxic potential of house dust extracts”, sendo constituído com amostras do projeto “6x60x6”. É da autoria de Rafael Barros, Ana Catarina Sousa, Miguel Nepomuceno, João Lanzinha, Ana Clara Cristóvão e M. Ramiro Pastorinho. Esta equipa integra elementos do CICS

– Centro de Investigação em Ciências da Saúde, LABSED – Laboratório de Saúde na Edificação e C-MADE – Centro de Materiais e Tecnologias de Construção. A investigação apresentada

tem por base um estudo sobre a qualidade do ar no interior dos edifícios, mais concretamente os níveis de mercúrio em pó doméstico e avaliação da sua potencial toxicidade. K

Igualdade de género e trabalho

Seminário na UBI 6 No encerramento do projecto Erasmus+ Gender Education Advancing Competences in a Changing Europe, a CooLabora promoveu a 30 de outubro, na Universidade da Beira Interior (UBI), uma discussão pública sobre igualdade de género e trabalho, na qual participaram estudantes, docentes, formadores e representantes de diversos sectores de atividade da região. O evento contou com a partici-

pação de Sílvia Portugal, docente e investigadora da Universidade de Coimbra, que abordou as (in) conciliações e (des)igualdades no trabalho e na família. Foram ainda apresentados três cursos de formação e-learning em igualdade de género e trabalho (inicial, avançado e especialista), os quais podem ser complementados com uma formação presencial. Informações complementares estão disponíveis no site da CooLabora.

Após um período de debate, decorreu uma visita às exposições ‘Metade do Mundo’, que destaca a participação das mulheres na vida pública, e ‘Ecce Homo’, que realça a participação dos homens na vida privada. Ambas foram promovidas pela CooLabora, na Galeria de Exposições do Corredor das Fornalhas do Museu dos Lanifícios, na UBI. Exposições que estiveram patentes ao público até 17 de novembro. K

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Departamentos e unidades de investigação da UBI

Presidentes tomam posse 6 Os novos presidentes de departamento da Universidade da Beira Interior (UBI) e os coordenadores das unidades de investigação e desenvolvimento tomaram posse a 18 de outubro, na presença do reitor da UBI, António Fidalgo, o qual destacou três ideias na sua intervenção: gratidão, congratulação e compromisso. “A gratidão refere-se à disponibilidade que demonstraram para assumir estas funções. De seguida, merecem ser congratulados pelo mérito evidenciado, reconhecido pelos pares da academia, que os elegeram”, disse o reitor da UBI, que deixou o compromisso de “máxima cooperação” durante o período em que estiver no cargo de reitor. A eleição para a presidência dos departamentos da UBI resultou na recondução de Paulo Parada (Física) e José Albertino Figueiredo (Química), ambos da Faculdade de Ciências, bem como Pedro Inácio (Informática), Rui Miguel (Ciência e Tecnologia Têxteis), António Espírito Santo (Engenharia Ele-

tromecânica) e Fernando Diniz (Engenharia Civil e Arquitetura), na Faculdade de Engenharia. Arminda do Paço (Gestão e Economia), da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas) e José Ignacio Vázquez (Letras), da Faculdade de Artes e Letras, também foram reconduzidos. Por inerência ao cargo de

presidente da Faculdade de Ciências da Saúde, e não tendo participado nas eleições da última semana, Miguel CasteloBranco continua como presidente do Departamento de Ciências Médicas. Iniciam novos mandatos Sandra Vaz (Matemática), Francisco Brójo (Ciências Aeroespa-

UBI

Latada para todos 6 A chuva não afastou os estudantes da Universidade da Beira Interior da tradicional latada. Como manda a tradição académica houve muita animação nas ruas da Covilhã. Feitas as contas, a vitória deste ano sorriu ao curso de Ciências Biomédicas. Arquitetura e Biotecnologia ficaram em segundo e terceiro, respetivamente. K

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ciais, Catarina Sales de Oliveira (Sociologia), Manuel Loureiro (Psicologia e Educação) e Dulce Esteves (Ciências do Desporto). Na Faculdade de Artes e Letras esta eleição fica assinalada pela primeira votação para os dois departamentos que resultaram na divisão do anteriormente designado de Comunica-

ção e Artes. No Departamento de Artes foi eleito Luís Nogueira e no Departamento de Comunicação, Filosofia e Política, José António Duarte Domingues. Quanto às UI&D, mantêmse Rui Pacheco (CMA - Centro de Matemática e Aplicações da UBI), Paulo de Oliveira (C-MAST - Center for Mechanical and Aerospace Science and Technologies), João Ferreira (NECE - Research Center in Business Sciences), João Castro Gomes (C-MADE - Centre of Materials and Building Technologies) e António Cardoso (CISE - Electromechatronic Systems Research Centre). As mudanças registaram-se no FibEnTech - Fiber Materials and Environmental Technologies, com a eleição de António Albuquerque, no LabCom - Comunicação e Artes, com a escolha de Anabela Gradim e no CICS - Centro de Investigação em Ciências da Saúde, agora coordenado por Sílvia Socorro. Finalmente, André Barata irá coordenar o recém-criado Praxis - Centro de Filosofia, Política e Cultura. K


Semana do empreendedorismo em Évora Évora no Eurociclo T Elisabete Pereira, Investigadora IHC-CEHFCI- Polo da UÉ, é a única portuguesa a integrar o projeto Sharing European Histories, financiado pela EUROCLIO e Evens Foundation, cujo principal objetivo é divulgar práticas inovadoras que ajudem os jovens alunos a entender a complexidade e multiplicidade da história europeia, através da criação de ferramentas de ensino e de abordagens de fácil utilização para os professores europeus. A aprovação da candidatura de Elisabete Pereira significou o reconhecimento das metodologias utilizadas na sua investigação enquanto conteúdo programático e recurso pedagógico a ser aplicado nas escolas europeias de 2º, 3º ciclos e secundário. A proposta em causa utiliza a biografia de objetos para estimular a curiosidade pela complexidade do passado, tema já explorado no doutoramento em História e Filosofia da Ciência, especialidade Museologia da UÉ, no qual Elisabete Pereira procurou ressaltar a importância da História como instrumento para evidenciar a união de povos europeus. K

Ciclo de conferências T O Ciclo de Conferências estrutura-se em três momentos, sendo que a 1ª Conferência realiza-se no próximo dia 27 de novembro de 2019, no Auditório do Colégio Espírito Santo da Universidade de Évora pelas 14h, sob a temática da “Política de Coesão 2021-2027, Velhos Desafios, Novas Políticas”, proferida por António Costa Dieb, presidente da Agência Nacional para o Desenvolvimento e Coesão. K

Universidade maior T A sessão de formalização do Polo do Centro Histórico de Évora da Universidade Popular Túlio Espanca (UPTE) decorreu no dia 11 de novembro na Sala de Docentes do Colégio do Espírito Santo da Universidade de Évora (UÉ). Em 10 anos de trabalho, 9 novas escolas criadas no Alentejo. A sessão da criação do polo desta Universidade Popular contou com a participação de José Bravo Nico, diretor da UPTE; António Candeias, vice-reitor da UÉ; Francisca Baptista, coordenadora do Polo do Centro Histórico de Évora; e Lurdes Pratas Nico, da UPTE. Fazem parte da Universidade Popular Túlio Espanca os polos de Alandroal, Canaviais (Évora), Portel, Redondo, Reguengos de Monsaraz, São Miguel de Machede (Évora) e Viana do Alentejo. K

A inovar e a criar! 6 A Semana Internacional do Empreendedorismo, que teve como objetivo motivar a comunidade académica a explorar capacidades como a criatividade e a inovação, resultou na apresentação de um conjunto de projetos bastante atrativos e inovadores. O evento juntou, no dia 19 de novembro, estudantes de 2º ou 3º ciclos da Universidade de Évora, numa sessão onde foram divulgadas ideias inovadoras de base tecnológica desenvolvidas em projetos académicos de investigação. A sessão foi moderada por António Candeias, vice-reitor de Investigação e Desenvolvimento, como moderador, que enfatizou o papel da UÉ como “casa de produção de conhecimento”, realçando a importância destas iniciativas no “processo de transmissão do conhecimento à sociedade”. Em nota de imprensa, a Universidade de Évora explica alguns dos projetos apresentados. Ana Paixão apresentou o projeto no qual está a trabalhar no âmbito do Doutoramento em Bioquímica, intitulado “Estudo comparativo – Alergénios e IgE relevantes para animais (cães e cavalos) e humanos das regiões de Évora e Setúbal: Um modelo interespecífico de medicina de precisão”. Aqui, identificam-se os alergénios e

as IgE (Imunoglobulina E, presente no soro sanguíneo em baixas concentrações) com relevância clínica nas diferentes espécies sujeitas à mesma pressão alergénica, o que representa um passo fundamental no diagnóstico, possibilitando uma metodologia laboratorial mais precisa. Já Caroline Napolitano, estudante do Mestrado em Políticas Públicas e Projetos, abordou a problemática do isolamento social em pessoas idosas, propondo o projeto “Avós à boleia”, que pretende oferecer um serviço de boleia solidária para idosos, fomentando o estabelecimento de relações empáticas entre este grupo alvo e os restantes cidadãos. Fernanda Castro, mestranda de Economia, expôs um projeto que incentiva a inclusão da bicicleta

nas políticas púbicas como modo de deslocação, isoladamente ou em combinação com outros transportes. Destacou ainda as vantagens do uso da bicicleta, reforçando que o tempo e as condições em que ocorre o deslocamento das pessoas dentro de uma cidade impactam muito na sua qualidade de vida. A proposta de Frederico Felizardo, da Cátedra das Energias Renováveis, baseia-se num novo sistema de armazenamento térmico a alta temperatura. Este sistema pioneiro pretende reter energia durante o dia que será posteriormente utilizada num processo inverso para aquecer o fluído de transferência durante a noite, possibilitando assim o prolongamento da operação de uma central solar. Este projeto visa aumentar e estabilizar a eficiência de

produção energética em períodos de fraca radiação solar. João Leocádio, do Mestrado Integrado em Medicina Veterinária, chamou a atenção para a indústria equina em Portugal baseada na raça Lusitana, cuja importação para alguns países exige o estatuto de “livre de infeção por hemoparasitas”. Por essa razão, é importante uma avaliação do grau de suscetibilidade parasitária e alérgica para garantir padrões sanitários mais elevados. No âmbito do Projeto DIVE, integrado no Mestrado em Design, João Santos advertiu para a falta de acessibilidade a cadeiras de rodas nos centros históricos das cidades, o que obriga à realização de movimentos perigosos para aceder a algumas zonas. Como solução, surge o protótipo de uma peça universal que se pode adicionar às cadeiras de rodas e que pretende amortizar o impacto do movimento, garantindo mais segurança aos utilizadores. Por último, Tiago Cerveira, também estudante do Mestrado em Design, apresentou o Projeto ATTIS, iniciativa que visa diminuir a produção de e-waste, já que a produção de lixo eletrónico contribui para a contaminação dos recursos hídricos dos países subdesenvolvidos por metais pesados. K

Cooperação

Évora e Extremadura juntos 6 As equipas reitorais da Universidade de Évora (UÉ) e da Universidad de Extremadura (UNEX), em Badajoz, reuniram-se no dia 19 de novembro, com o objetivo de consolidar a parceria, através da definição de novas ações conjuntas, nos quais se inclui um Mestrado conjunto em Recursos Hídricos, informou a UÉ em comunicado. A reitora da UÉ, Ana Costa Freitas, explicou que um dos objetivos desta reunião é que ambas as instituições possam participar em projetos europeus educativos e de investigação, mas também noutro tipo de convocatórias de projeção internacional. Por outro lado, defendeu que é necessário reforçar a divulgação, tanto em Portugal como em Espanha, das ofertas educacativas de ambas as universidades e, em simultâneo, promover a mobilidade e o intercâmbio de professores e investigadores

entre as duas instituições. Atualmente, tanto a UÉ como a Universidad de Extremadura oferecem seis diplomas duplos: Administração e Gestão de Empresas/ licenciaturas de Gestão, Economia, Enfermagem, Filologia Hispânica/ Linguística e Literatura, Línguas e Literatura Moderna e História e Pa-

trimónio Histórico/História e Arqueologia. Existem 83 estudantes da Extremadura que estudam na UÉ, num total de 8.000 alunos. Já Antonio Hidalgo, reitor da Universidad de Extremadura, realçou a importância da reunião, em vista da implementação do Mestrado em Recursos Hídricos, com uma estrutura

académica “flexível” e individualizada, para que os alunos possam configurar a sua formação especificamente em títulos de Especialista universitário, lecionados tanto em Évora como em Badajoz. Finalizada a reunião, os responsáveis visitaram o campus da Universidad de Extremadura. K

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UTAD alerta

Economia e Ciências Sociais

Castanha está em perigo

UBI em ranking internacional

6 A doença conhecida por ‘podridão da castanha’ está a grassar em Portugal, depois de há 10 anos ter afetado a Europa, sobretudo na Itália e na França. O alerta é de José Gomes Laranjo, docente e investigador da Universidade de Trás-osMontes e Alto Douro (UTAD), segundo o qual “pouco se sabe sobre a biologia do fungo, que provoca a podridão da castanha, bem como as formas de tratamento, mas sabe-se que os prejuízos causados podem chegar aos 80 a 90%”. Provocada pelo fungo ‘Gnomoniopsis castanea’, a doença começa nas “flores, nas folhas e nos ramos dos castanheiros, notando-se um acréscimo desta nos soutos mais infestados pela vespa das ‘galhas’ desta árvore, o ‘Dryocosmus kuriphilus’, o que se deve ao facto de as ‘galhas’ provocadas pela vespa funcionarem como depósitos de inoculação do fungo”, esclareceu o investigador. As ‘galhas’ são uma espécie de

tumores gerados pelos tecidos da planta como reação à postura de ovos por este inseto, nos gomos, durante o verão, de onde se formarão larvas na primavera seguinte provocando o aparecimento de tais tumores. E os verões quentes e húmidos parecem favorecer a doença. “Não estão ainda testados produtos químicos para o tratamento.

No entanto, julga-se que a limpeza dos ouriços, castanhas de refugo e folhagem, no outono, possa limitar os ataques do próximo ano, sabendo-se também que os tratamentos em armazém com ozono têm dado resultados positivos”, adiantou. De qualquer modo, esta é uma área que carece de investigação aprofundada, afirma aquele académico. K

6 As áreas de ‘Negócios e Economia’ e de ‘Ciências Sociais’ da Universidade da Beira Interior (UBI) estão incluídas na edição de 2020 dos rankings sectoriais organizados pelo Times Higher Education (THE), o que lhes permite ombrear com centenas das melhores instituições internacionais. Além das referidas nos relatórios, publicados a 6 de novembro, a UBI tem tido presença assídua nos rankings ‘Clinical, Pre-Clinical & Health’, ‘Computer Science’, ‘Engineering & Technology’, ‘Life Sciences’ e ‘Physical Sciences’, referentes a âmbitos como ciências da saú-

de, engenharia, tecnologia e informática. A UBI surge na posição 401–500 no sector ‘Business & Economics’ e em 501-600 no ‘Social Sciences’. Na performance de ‘Ciências Sociais’, neste ranking, é de assinalar o facto de ter melhorado, relativamente ao ano anterior, em todos os parâmetros avaliados, desde citações, relação com o tecido empresarial, internacionalização, investigação e ensino. Em ‘Negócios e Economia’, a subida registou-se em três das cinco categorias avaliadas: ligação às empresas, internacionalização e ensino. K

ICEUBI 2019

Congresso na UBI sobre engenharia

Prémio internacional de inovação

Minho vence competição 6 Inês Rito Lima, mestre em Engenharia Biomédica na Universidade do Minho e investigadora do Laboratório Colaborativo em Transformação Digital, é uma das vencedoras da 3ª edição dos Altice International Innovation Awards (AIIA), na categoria Academia, com o projeto ‘Neural Motor Behaviour in Extreme Driving’. A investigadora recebe um prémio de 25 mil euros pelo projeto selecionado de uma lista de mais de 90 candidaturas com investigações relacionadas com a inteligência artificial, big data e telecomunicações. A cerimónia de entrega de prémios

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decorreu este mês, no palco do cineteatro Capitólio, no Parque Mayer, em Lisboa. O projeto, desenvolvido no âmbito da dissertação de mestrado, realizada na UMinho e no Imperial College London, no Reino Unido, visa contribuir para a evolução da condução autónoma, explorando o cruzamento e a análise da informação recolhida sobre as reações neurocognitivas e neuromotoras, com o objetivo de avaliar e prever o desempenho otimizado do ser humano em condições extremas de condução.

Com recurso a eletroencefalogramas, sistemas de monitorização do olhar e acelerómetros e giroscópios que acompanham movimentos dos membros, a investigadora minhota extraiu os dados da atividade cerebral e das reações que um condutor assume durante a condução. O projeto teve por base a extração de dados de Lucas Di Grassi, piloto de Formula E (a equivalente à Formula 1 com carros elétricos), enquanto conduzia um carro em condições consideradas complexas ou de extrema dificuldade. K

6 A Universidade da Beira Interior acolhe a edição de 2019 do Congresso Internacional de Engenharia (ICEUBI 2019), de 27 a 29 de novembro, na Faculdade de Engenharia, este ano sob o tema ‘Engineering for Evolution’. Durante o evento marcarão presença na Faculdade de Engenharia da UBI, com destaque para Elvira Fortunato (Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa), José Vieira, professor e presidente da Federação Europeia das Associações Nacionais de Engenheiros; Saulo da Silva, Chief Global In-

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teroperable Systems Section Air Navigation Bureau (International Civil Aviation Organization ICAO) e Luis de Matos (CEO da empresa de robótica Follow Inspiration). Na edição de 2019 do ICEUBI, para além das sessões com convidados especiais e das sessões temáticas de apresentação de artigos científicos, decorrem workshops organizados por entidades exteriores à academia. O último dia do Congresso acolhe a XVII edição do concurso ‘Humberto Santos’, de pontes de esparguete. K


ana costa freitas, Reitora da U.Évora quer

Uma universidade 5.0 6 A reitora da Universidade de Évora, Ana Costa Freitas, defendeu a criação de uma universidade 5.0. A mensagem foi deixada no dia 1 de novembro, durante a sessão solene que marcou o início do ano académico daquela que é uma das mais antigas academias do país. No entender da reitora, “temos de nos antecipar e entrar no mundo 5.0, rapidamente”. Na sua perspetiva, a universidade 5.0 deverá apostar “nos valores humanos”, que saiba “valorizar, ouvir, aprender e entender os outros, e nunca esquecer que são os nossos valores, o nosso julgamento, a nossa empatia, a nossa escuta e o nosso entendimento que nos tornam humanos”. No Colégio do Espírito Santo, Ana Costa Freitas, apresentou uma perspetiva histórica do conceito de Universidade, desde as primeiras Universidades Studium Generale que surgiram na Europa no início do seculo XIII até ao processo de Bolonha em 1999, concluindo que as Universidades “não podem parar”, pois “precisam ter uma mudança revolucionária contínua, se querem continuar a ser relevantes”. A reitora da UÉ realçou, ainda, que a Universidade de Évora “tem construído com enorme êxito redes internacionais e nacionais, de ensino, de investigação e de estratégia”, dando como exemplo as três Infraestruturas Europeias de Investigação, em Ciências do Património,

Ecossistemas e Física da Atmosfera, aprovadas no âmbito do Programa Europeu Horizonte 2020 com um financiamento global na ordem dos 14 milhões de Euros, distribuído por 87 instituições parceiras, onde a Universidade de Évora é a única instituição portuguesa parceira. A cerimónia contou ainda com

as intervenções de Ana Rita Silva, presidente da Associação Académica da UÉ, e de Manuel Catita, Secretário da Escola de Artes em representação do pessoal não docente. A representante dos estudantes recordou os 460 anos da fundação da Universidade, um “momento especial” no qual os estudantes “jun-

tam as suas famílias e amigos enchendo os claustros de uma alegria muito própria, que não caberia em qualquer outro cenário”. Destacou, ainda, o papel fundamental da UÉ, porque “uma população mais instruída tem, em média, autonomia cultural e comportamentos sociais com valor para os próprios e para a coletividade, e é nesta instrução nos estudantes de hoje, profissionais de amanhã, que devemos continuar a apostar permanentemente”. Já Manuel Catita destacou a importância desta classe profissional no quotidiano e funcionamento da Instituição, atuando em diversas tarefas e funções, e cuja utilidade “é fundamental”, estando estes sempre empenhados numa atualização permanente de conhecimentos dentro das suas especificidades e

complexidade das tarefas a realizar. A lição inaugural foi proferida por Fátima Nunes, professora de História da UÉ. «Historiador(a): um ofício em perpétuo movimento…», foi o título escolhido porque “de um historiador espera-se que esteja em perpétuo labor, o que implica gerir geometrias de escalas de território em análise – global, internacional, nacional, regional, local”. Na sua intervenção fez recordar a memória dos espaços e das inúmeras personalidades determinantes no avançar, não apenas da Academia, mas de um mundo em “perpétuo movimento”, desde Rómulo de Carvalho, Ário de Azevedo, Santos Júnior, Manuel Viegas Guerreiro, Inácio Rebelo de Andrade, Miguel Torga entre muitos outros que não foram esquecidos, porque, tal como recordou, o “ofício de historiador(a) implica ler em diferentes ritmos, alguns alucinantes, outros pausados, lentos porque necessários para fazer perpetuar a mensagem epistemológica de fazer história (…), deixando claro o envolvimento da História com as Ciências Sociais e, também, com outras áreas científicas”. O encerramento da sessão esteve a cargo de Carlos Mota Soares, presidente do Conselho Geral da Universidade de Évora, sublinhando aqui o resultado da Academia expresso nos vários rankings internacionais e que traduz o trabalho desenvolvido pela UÉ. K

Distinções

Ensino Magazine entrega prémio 6 Durante a cerimónia houve ainda tempo para atribuir os prémios de mérito académico e a imposição das insígnias doutorais. A Bolsa de Mérito Jornal Ensino Magazine, atribuída ao estudante que concluiu em 2018/19 com a média mais elevada, foi entregue, pelo diretor da publicação, João Carrega, a Inês Sofia Calmeirão Sabarigo, estudante da licenciatura em Matemática Aplicada à Economia e à Gestão, com a média de 17,7 valores. O Prémio Escolar da Universidade de Évora, instituído em 1988 pelo Senado Universitário para galardoar anualmente o estudante da Universidade que tenha concluído a sua licenciatura com melhor classificação final, nunca inferior a 16 valores, foi atribuído a Sara de Ornelas Nobre Carraça, estudantes que concluiu no ano letivo de 2017/2018, o curso

de Biologia com a classificação final de 18,5 valores. O paleontólogo Octávio Mateus recebeu o Prémio Carreira Alumni UÉvora, instituído este ano pela Universidade de Évora, com o objetivo de reconhecer um(a) diplomado(a) da UÉ que se tenha destacado pela sua carreira profissional e cívica e

que, sendo uma referência para os seus pares e para a sociedade, tenha contribuído para a consolidação da imagem da UÉ enquanto instituição de ensino de referência. As Bolsas de Mérito do Programa Alumni Eugénio de Almeida, instituídas pela Fundação Eugénio de Almeida como homenagem ao seu

fundador, Engenheiro Vasco Maria Eugénio de Almeida, são entregues anualmente aos melhores estudantes finalistas dos cursos de Economia, Gestão e Sociologia. Da Licenciatura em Gestão, com a média de 16,8 valores recebeu a bolsa de mérito, Neeltje Wilhelmina Pinheiro Merkens, da licenciatura em Economia, com a média de 14,3 valores, o estudante Cláudio Miguel Godinho Balhana e da licenciatura em Sociologia, com a média de 17,2 valores, a estudante Raquel Alexandra Duarte Lobo. Cláudia Sofia Pina Farófia que ingressou este ano na licenciatura em Artes Plásticas e Multimédia com a classificação de 19,2 valores recebeu o Prémio de Mérito Santander Universidades. O Prémio Excelência Académica Santa Casa da Misericórdia de Évo-

ra, que distingue a melhor tese de investigação (de mestrado ou de doutoramento) na Área Social, foi atribuído a Inês Isabel Melo do Rosário, com a dissertação de mestrado em Psicomotricidade, “Caracterização do desenvolvimento motor e emocional, e do comportamento em adolescentes em situação de acolhimento residencial”. O professor Peter Vogelaere, do Departamento de Desporto e Saúde, professor Emérito da Universidade de Évora, atribuiu uma bolsa anual aos estudantes que tenham completado a licenciatura em Ciências do Desporto na Universidade, e que tenham optado por seguir os estudos no mestrado em exercício e saúde nesta instituição. A Bolsa Peter Vogelaere foi atribuída este ano ao estudante Pedro Duarte Azevedo Brito. K

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39º aniversário do Politécnico de Castelo Branco

IPCB aumenta alunos e prepara reorganização 6 A reorganização do Instituto Politécnico de Castelo Branco (IPCB) foi o tema dominante do 39º aniversário da instituição. Este ano letivo entraram no politécnico 1744 novos alunos, distribuídos por todas as ofertas formativas. No caso das licenciaturas registou-se um aumento de 17,8% no número de estudantes. Um facto que António Fernandes, presidente do IPCB, considera “notável”. Também a captação de estudantes internacionais superou as expetativas. O IPCB foi procurado por 1504 candidatos, tendo entrado 337 alunos de outros países. Os números revelam que no total estudam nas escolas do IPCB 4200 alunos. António Fernandes diz que se está perante uma recuperação de 400 alunos face ao ano letivo 2017/18. Mas o tema que captou as atenções foi a reorganização da instituição, o qual foi um denominador comum nas intervenções dos presidentes do Politécnico, do Conselho Geral do IPCB, da Câmara de Castelo Branco e da representante do aluno. A restruturação do IPCB prevê a criação de quatro escolas em vez das atuais seis. “A proposta apresentada propõe a constituição de nove Departamentos, cada um concentrando uma ou mais áreas de conhecimento de acordo com a Classificação CNAEF e aos quais estarão afetos os cursos e os docentes do IPCB. Constituídos os Departamentos estudámos a possibilidade de associação desses Departamentos visando a criação de novas Escolas. No cenário que sugeri prevêemse quatro novas escolas”, explicou António Fernandes. O presidente do IPCB refere que “a designação de cada uma estará relacionada com os departamentos que integra. Em alguns casos a mudança de nome não deverá ser significativa, mas sobre esta matéria não existe nenhuma proposta em

concreto”. Para aquele responsável, este “é um processo necessariamente longo, complexo e exigente. Para já há que aprofundar e consolidar a proposta. Depois há todo um caminho a percorrer que obrigará à revisão dos Estatutos do IPCB e sua homologação”. No seu discurso, António Fernandes lembrou que este “é um processo de transformação organizacional e que dependerá da agilidade da instituição na resposta aos desafios de contexto, em permanente mudança. Ainda assim, certamente que teremos a coragem, a lucidez e a mobilização institucional de todos para o fazermos. Será sempre um processo interno, sem pressões externas, políticas ou outras, e sempre no escrupuloso cumprimento do estatutariamente definido”. Neste novo contexto também as ofertas formativas estarão alinhadas com a nova realidade. “Tudo indica que a reestruturação organizacional do IPCB promova a conceção e o desenvolvimento de novas ofertas formativas alinhadas com as novas Escolas. Destes novos arranjos são esperados ganhos de atratividade pela especificidade e natureza inovadora dessas formações. Reforçar

a ligação ao tecido empresarial e institucional mantém-se como uma importante orientação estratégica, sendo essencial apostar em iniciativas conjuntas geradoras de especialização, tanto no contexto do ensino e investigação como da prestação de serviços, que melhorem a dinâmica de atração, captação e fixação de jovens e técnicos qualificados na região”, referiu. António Fernandes recordou ainda a evolução deste delicado dossiê: “apresentei ao Conselho Geral do IPCB, em reunião realizada no dia 18 de setembro, uma proposta de reestruturação organizacional. Uma proposta elaborada por uma equipa de trabalho coordenada por mim e constituída pelo vice-presidente Nuno Castela, e por mais seis docentes das seis atuais Escolas do IPCB: Paulo Fernandez; Vítor Pinheira; João Neves; Fátima Regina Jorge; João Renato Sebastião e Rogério Dionísio. (…) Após uma primeira reflexão sobre cenários possíveis para a reestruturação organizacional, apresentámos o trabalho aos diretores das Escolas e aos presidentes dos Conselhos Técnico-científicos e também aos elementos do Conselho Coordenador da Investigação (CCI). Realizámos sessões em cada

uma das seis escolas perante toda a comunidade académica. Nessas sessões solicitámos contributos que obtivemos por email, posteriormente vertidos no documento”. A questão do corpo docente e a abertura de concursos também esteve presente na intervenção de António Fernandes: “temos um corpo docente muito qualificado. 75% dos docentes de carreira são detentores do grau de doutor. É urgente a definição de uma estratégia conducente à supressão de algumas necessidades de corpo docente e à promoção de maior estabilidade de carreira dos docentes. Sugeri a criação de um grupo de trabalho no Conselho Geral do IPCB para a realização de um estudo sobre a estrutura de recursos humanos (docentes e não docentes), tendo em conta os níveis de qualificação, a distribuição etária, a necessidade docente, a oferta formativa e respetiva atratividade, o cumprimento de critérios impostos pela A3ES, entre outros aspetos. O estudo será um importante suporte à tomada de decisão para a abertura de concursos que promovam a renovação e a progressão na carreira, a qual deverá estar alinhada com o processo de reestruturação organizacional em curso e ter em

Sónia Gonçalves recebeu o prémio Ensino Magazine. A CIMBB e o Banco Santander premiaram os vencedores do concurso Poliempreende

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conta os desafios atuais do IPCB”. Já Vitor Santos, presidente do Conselho Geral do IPCB, falou na questão demográfica, referindo-se também à importância da reorganização da instituição. Um tema que a representante dos estudantes também aludiu. Por sua vez, Luís Correia, presidente da Câmara de Castelo Branco, aproveitou a sua intervenção para falar no bom momento que o Politécnico está a viver, quer “pelo aumento do número de alunos, quer pela recuperação financeira da instituição e pelos investimentos que está a realizar”. Luís Correia considera que “o que nós desejamos é o fortalecimento do Politécnico no seu todo. Temos consciência que a redução de escolas não será um problema, o que interessa é o fortalecimento do Politécnico em todos os seus campus, seja em Castelo Branco, seja em Idanha-a-Nova. Este fortalecimento é fundamental pela importância que o IPCB tem para o desenvolvimento da região, com a atração de jovens”. O presidente da Câmara de Castelo Branco destacou ainda “as condições criadas na cidade. Dotámo-la de qualidade de vida para que seja atrativa para os jovens, mas também para as famílias. Criámos infraestruturas de apoio que estão ao serviço do IPCB e dos seus alunos e diplomados, casos do Centro de Empresas Inovadoras e da Fábrica da Criatividade”. A concluir mostrou disponibilidade em “continuar a cooperar com o IPCB, nomeadamente na requalificação do campus da Talagueira”. Na sessão solene, interveio ainda o presidente do CCISP, Pedro Dominguinhos, e o antigo presidente do Politécnico de Viana do Castelo, Rui Teixeira, que fez uma intervenção sobre a importância do ensino superior politécnico, demonstrando o seu contributo para o país e ao que este subsistema já deu resposta. K


Esart assinala aniversário

20 anos a espalhar arte

Com várias atividades

IPCB prepara 40º aniversário 6 O Instituto Politécnico de Castelo Branco anunciou também o início das comemorações do 40º aniversário da instituição. Armando Ramalho, presidente da Comissão Organizadora, explicou que essas comemorações estão assentes em quatro dimensões: a técnico científica; a da comu-

nidade; a internacional; e a organizacional. As atividades procuram envolver a academia e a sociedade, sendo realizadas tendo em conta a especificidade de cada uma das dimensões. Uma das propostas anunciadas passa pela realização da Semana Internacional do IPCB. K

IPCB

Ensino Magazine entrega Prémios de mérito 6 O aniversário do IPCB permitiu também distinguir os melhores alunos da instituição, através da atribuição de prémios de mérito académico e dos prémios aos vencedores do concurso Poliempreende. Estas bolsas monetárias foram

atribuídas pelo Ensino Magazine, Banco Santander, APTIV, Câmara de Castelo Branco, Câmara de Idanha-a-Nova, Globalvia, Junta de Freguesia de Castelo Branco, Pedro Agapito Seguros e Comunidade Intermunicipal da Beira Baixa. K

Os professores e não docentes homenageados no aniversário.

6 A Escola Superior de Artes Aplicadas do Instituto Politécnico de Castelo Branco (Esart) assinalou 20 anos de vida, numa cerimónia que reuniu antigos e atuais dirigentes da academia albicastrense, mas também docentes, alunos e diferentes entidades da região. O evento permitiu recordar, através de um filme, a história de uma escola criada sob o olhar desconfiado de muitos pares, mas que paulatinamente mudou o panorama cultural da região e as oportunidades para que os jovens portugueses pudessem concluir estudos superiores em áreas específicas. Fernando Raposo, primeiro diretor da Esart, recordou isso mesmo. “Chegados aqui e porque ainda há muito caminho para caminhar, é nosso dever homenagear quem, há mais de 20 anos, idealizou a escola”, referiu, lembrando os nomes de Valter Lemos, presidente do IPCB na época, ousado e determinado na sua criação, e dos docentes Deolinda Alberto, Luísa Correia e António Faustino. Também José Raimundo, segundo diretor da escola, destacou a importância daquela academia. Hoje a Esart é uma das escolas mais procuradas a nível nacional. António Fernandes, presidente do Politécnico, lembra que na “Esart formam-se e lecionam muitos dos mais brilhantes atores nacionais e internacionais no

contexto das artes e do design e dos audiovisuais. Estou convicto que a escola continuará a dar um contributo importante para o prestígio do IPCB atendendo às competências existentes e à vontade de todos em fazer sempre mais e melhor”. Sobre o futuro e a reorganização que o IPCB pretende implementar, António Fernandes lembrou que “os valores têm que ser os mesmos, temos que honrar o passado e o caminho que fizemos e temos que nos unir para preparar o futuro. (…) Toda a comunidade Esart e IPCB terá lucidez para se juntar e unir, honrando sempre o passado e admitindo os valores de sempre, que são os de trabalho e de reflexão, para que daqui a 20 anos possamos estar aqui, a celebrar os 40 anos. Não serei eu definir o nome da escola, seremos todos, mas o importante é mantermos os valores da escola e re-

forçar a cultura organizacional que temos”. As comemorações tiveram como tema “20 anos, 20 ideias” e integraram dois momentos musicais (um mais clássico e outro eletrónico), tendo na cerimónia sido distinguidos os antigos dirigentes e primeiros funcionários da escola, com uma escultura feita pelo docente da Esart, José Simão. O filme projetado na cerimónia mostrou a evolução da escola, como passou do Cine Teatro para a Escola Superior Agrária, e mais tarde, devido ao forte empenho da Câmara de Castelo Branco, inaugurou novas instalações. José Francisco Pinho, o diretor da escola, olha para o futuro da Esart “como uma instituição dinâmica e sempre contemporânea, confiante e sempre comprometida com a qualidade, (…) um lugar de cultura reconhecido pela comunidade local e nacional”. K

Pelo 3º ano consecutivo

Alunos de Macau no IPCB 6 O Instituto Politécnico de Castelo Branco está a receber alunos do Instituto Politécnico de Macau pelo 3.º ano consecutivo, informou a instituição em nota enviada ao nosso jornal. Os 18 estudantes chineses frequentam a licenciatura em Português, sendo que já se encontram a frequentar disciplinas de um currículo específico de licenciatura que lhes é particularmente dirigido. Na nota de imprensa, explica-se que “estes alunos são recebidos na instituição ao abrigo do protocolo de cooperação entre o IPCB e o Instituto Politécnico de Macau que tem permitido a troca de experiências entre docentes e alunos portugueses e chineses, sendo estes oriundos de diversas cidades da China”. A sessão de boas vindas de-

correu no auditório da Superior de Educação com a participação do Gabinete de Relações Internacionais do IPCB, do diretor da Escola Superior de Educação e da comunidade académica.

A estadia académica é coordenada pela docente da ESE Maria da Natividade Pires, estando previstas várias atividades culturais ao longo do ano para além das atividades letivas. K

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Poliempreende

Guarda ganha 3º prémio 6 O Instituto Politécnico da Guarda foi distinguido no Concurso Nacional Poliempreende 2019 com o terceiro prémio pelo projeto “Hydroponic Evolution Farm”. Este projeto quer tornar a alimentação saudável acessível ao maior número de pessoas, de forma sustentável. O concurso para estimular o empreendedorismo no ensino superior politécnico decorreu em Tomar e envolveu institutos de todo o país. O projeto “Hydroponic Evolution Farm”, desenvolvido por alunos do Instituto Politécnico da Guarda – IPG, foi premiado do Concurso Nacional do Poliempreende, uma competição criada pelos Institutos Politécnicos e Escolas Superiores. A 16ª. edição decorreu no Instituto Politécnico de Tomar e teve a concurso 21 projetos que as instituições de ensino superior tinham selecionado nas suas regiões como ideias vanguardistas para negócios. O “Hydroponic Evolution Farm” promove o cultivo em Hidroponia – técnica de cultivar plantas sem solo – da “pastina-

Idanha-a-Nova

ESGIN assinala 28º aniversário

ca sativa”, normalmente conhecida como cherovia. O resultado final é a produção de um legu-

me de alta qualidade, avaliado como tendo “excelente sabor e aspeto”. K

6 A Escola Superior de Gestão de Idanha-a-Nova (ESGIN) vai celebrar no próximo dia 28 de novembro o seu 28º aniversário. O programa tem início às 17 horas com um momento académico. Segue-se a sessão de abertura, pelas 17h20, com intervenções da diretora da ESGIN, da presidente da Associação de Estudantes da ESGIN, do presidente da Câmara Municipal de Idanha-a-Nova e do presidente

do Instituto Politécnico de Castelo Branco. Às 18h00 tem lugar a entrega de diplomas aos diplomados da ESGIN e, logo a seguir, há direito a Bolo de Aniversário. Às 19h30 realiza-se o jantar comemorativo dos 28 anos de Ensino Superior em Idanha-a-Nova, no recinto da Feira Raiana, cortesia da Câmara de Idanha-a-Nova, que anuncia em comunicado a presença da Ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa. K

Ciclo de colóquios

Cultura em análise na Guarda

Workshop

Comunicar é uma arte 6 O Instituto Politécnico da Guarda, através do seu Gabinete de Apoio Psicológico, organiza no dia 4 de dezembro, pelas 16 horas, um workshop intitulado “Comunicação poderosa com o público”, o qual vai ser dinamizado por Maria Miguel Barbosa,

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consultora de comunicação e coach de desenvolvimento pessoal. Através de uma abordagem prática, serão desenvolvidos os temas da comunicação verbal, comunicação corporal e formas para lidar com a plateia. Este

workshop é dirigido principalmente à comunidade estudantil, a quem precisa de fazer apresentações em público, incluindo simples trabalhos académicos ou dissertações/teses. Esta atividade tem a duração de duas horas e decorre no Auditório do IPG. K

6 O Instituto Politécnico da Guarda (IPG) acolhe, no dia 26 de novembro, a primeira conferência de um ciclo sobre “Cultura, Património, Artes e Design”. O painel desta conferência é constituído por Maria Calado, presidente do Centro Nacional de Cultura, António Delgado, Escultor e Professor, e João Neto, presidente da Associação Portuguesa de Museologia. Este evento, aberto a toda a comunidade, pretende salientar os desafios culturais e artísticos existentes nos territórios do interior, como um recurso ao desenvolvimento local e catalisadores económicos, sociais, políticos e culturais da região. Como foi referido a propósito deste ciclo, a “afirmação do interior pela inovação e pela diferenciação e criatividade pode passar pela valorização do seu património, da sua arte e da sua cultura.” As conferências vão decorrer no auditório dos Serviços Centrais do IPG. A Escola Superior de Saúde do Instituto Politécnico da Guarda (ESS

IPG), a Coordenação do Curso de Mestrado em Enfermagem Comunitária e seus Mestrandos têm a honra de apresentar o I Congresso de Gestão e Inovação em Saúde Escolar, que irá decorrer na Escola Superior de Saúde, Guarda (Portugal), nos dias 25 e 26 de outubro de 2019. O Congresso tem como foco divulgar maioritariamente, projetos desenvolvidos no âmbito da Saúde Escolar em Portugal e em Cabo Verde, bem como retratar a Realidade da Saúde na Região Autónoma da Madeira e do Açores, e promover a partilha de experiências relevantes em diferentes Unidades de Cuidados na Comunidade (UCC) portuguesas. O congresso contará com um vasto leque de palestrantes, oriundos de diferentes organismos nacionais e internacionais, de entre Unidades de Cuidados na Comunidade (UCC) portuguesas, de profissionais da ULS da Guarda, do Ministério da Educação de Cabo Verde, do Governo Regional da Madeira e dos Açores e da Ordem dos Enfermeiros. K


Rui Pedrosa quer universidade

IPLeiria lidera consórcio europeu 6 O presidente do Politécnico de Leiria, Rui Pedrosa, anunciou que a instituição vai “liderar um consórcio europeu constituído por Universidades de Ciências Aplicadas com foco no desenvolvimento regional”, denominado Regional University Network (RUN) e que envolve instituições de ensino superior de Portugal, Irlanda, Holanda, Finlândia, Hungria e Áustria. De acordo com aquele responsável, o consórcio “será suportado pela formação modular avançada, promotora de mobilidade de curta duração, tendo por base a existência de hubs de inovação alimentados pela investigação de interface, com impacto no desenvolvimento regional” A garantia foi dada na Sessão Solene de Abertura do Ano Académico 2019/2020, na qual reiterou ainda a importância de alterar a designação do IP Leiria para Universidade Politécnica de Leiria. “A designação Universidade Politécnica não só é condizente com a missão e plenitude funcional do Politécnico de Leiria, como também facilitará os contextos de captação de mais e melhores estudantes, quer a nível nacional, quer a nível internacional”, defendeu. Rui Pedrosa deixou o desafio ao Governo que, em seu entender, pode “dar um passo decisivo na valorização e comunicação internacional das instituições de ensino superior do subsistema politécnico, permitindo formalmente a utilização da designação Polytechnic University of Leiria em contexto internacional”. Para Rui Pedrosa, a proximidade e capacidade de desenvolver projetos conjuntos, que nascem do contacto fácil e do trabalho diário com todas as en-

6 Ensino Magazine atribui bolsa de mérito O Ensino Magazine atribuiu uma bolsa de mérito académico, no valor de 500 euros, a Catarina Lin Wang, aluna da licenciatura em Tradução e Interpretação Português/Chinês - Chinês/Português, da Escola Superior de Educação e Ciências Sociais. Com a Média 18,92, a estudante é uma das melhores alunas do Politécnico de Leiria, tendo recebido a distinção na cerimónia de abertura do ano letivo, que decorreu nas Caldas da Rainha.

tidades regionais, “não são apenas o maior fator de competitividade do Politécnico de Leiria, mas é também, muito provavelmente, o maior fator de competitividade da região onde estamos inseridos, das suas empresas e das suas instituições”. Na partilha e valorização de conhecimento, o presidente do Politécnico de Leiria destacou o empenho da comunidade académica e dos seus parceiros estratégicos nos projetos em curso. No que respeita à investigação, Rui Pedrosa referiu existirem mais de 170 projetos em curso e enalteceu os resultados alcançados no processo de avaliação realizada pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT). Das 15 unidades de investigação, 14 foram avaliadas e temos três com avaliação excelente, duas com muito bom e nove com bom”. O presidente do Politécnico anunciou ainda que os bons resultados permitiram que a partir de 2020 a instituição de ensino possa, pela primeira vez, contar com um financiamento direto à atividade de investigação através da FCT, que ultrapassará o montante de um milhão de euros anuais. A cerimónia contou com a entrega de dois títulos honoríficos Professor Honoris Causa, a Ana Abrunhosa, a nova ministra da Coesão Territorial, até aqui presidente do Conselho de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro, pelo seu contributo para a captação de investimento e pela contribuição para o ecossistema de inovação da Região Centro, e, a título póstumo, a João Vasconcelos, antigo secretário de Estado da Indústria, natural de Leiria, e que muito fez pelo empreendedorismo e pela indústria da região e do País. K

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Desenvolvimento sustentável

Menos 17 mil kg de CO2 em Leiria

Politécnico de Leiria assume compromisso ambiental

U-Bike é um sucesso

6 O Politécnico de Leiria é uma das 29 instituições que formalizaram, no Porto, uma carta de compromisso para a implementação de uma cultura de sustentabilidade, através do desenvolvimento de programas de campus sustentável. Esta iniciativa, integrada na primeira Conferência Campus Sustentável, resultou do convite da Rede Campus Sustentável, que visa a cooperação de membros das comunidades do Ensino Superior em Portugal para o Desenvolvimento Sustentável. “Estamos muito empenhados em honrar este novo compromisso com a aplicação das mais novas práticas sustentáveis na nossa instituição, e continuar o trabalho de sensibilizar a nossa comunidade académica para os hábitos mais ‘verdes’, colocando as nossas ações e conhecimentos ao serviço da sociedade e do ambiente”, destaca Rui Pedrosa, presidente do Politécnico de Leiria. Com este acordo, o Politécnico de Leiria assume um compromisso com os princípios e a prática do desenvolvimento sustentável, nas vertentes ambiental, social e económica, seguindo uma abordagem holística, bem como a realização

6 As bicicletas elétricas do Politécnico de Leiria já percorreram 100.000 quilómetros, evitando a emissão de cerca de 17.000 quilos de dióxido de carbono na atmosfera, em Leiria, Marinha Grande, Peniche e Caldas da Rainha. O projeto U-Bike já serviu, desde junho de 2018, 382 utilizadores, entre estudantes, professores, investigadores e técnicos do Politécnico de Leiria, nos seus diversos campi. Com o projeto U-Bike, o Poli-

técnico de Leiria pretende sensibilizar a comunidade para a utilização de meios de transporte mais sustentáveis, reduzindo o impacto dos veículos motorizados nas cidades onde se localiza, e nos seus diversos campi, além de motivar a adoção de hábitos de vida mais saudáveis. Atualmente circulam no âmbito deste projeto 183 bicicletas elétricas em Leiria, Marinha Grande, Caldas da Rainha e Peniche. K

IP Beja com joia dos 40 anos de diversas ações. A promoção da ética para a sustentabilidade é uma delas, que abrange a promoção da literacia na área da sustentabilidade da comunidade académica, para a adoção consciente de atitudes socialmente responsáveis, melhores práticas ambientais e padrões de consumo sustentáveis. Outra das atividades consiste em proporcionar formação e espaços de experimentação e debate que abordem a temática do desenvolvimento sustentável, promover a educação e investigação transdisciplinar colaborativa na área do desenvolvimento sustentável, apresentando-se ao serviço da sociedade e do bem comum, bem como

divulgar todas as suas iniciativas e boas práticas nesta área. O Politécnico de Leiria garante ainda promover e apoiar as redes interdisciplinares de especialistas na área da sustentabilidade ao nível local, regional, nacional e internacional, de forma a colaborar em projetos de investigação e/ou educativos, proporcionando a mobilidade de estudantes e colaboradores docentes e não docentes. Desta forma, potencia parcerias com outros setores da sociedade no campo do desenvolvimento sustentável, e reforça a transferência de tecnologia e/ou métodos de gestão avançados com possíveis impactos na sustentabilidade. K

Esfera do recomeço 6 A Ourivesaria Tavares, de Beja, inspirada na memória de um objeto de joalharia, usado como adorno, e cuja história se perde no tempo, o pomander (“pomme de ambre”, na sua forma original), criou uma joia que alia o simbolismo da oliveira ao perfume IPBeja e cuja apresentação se enquadra nas comemorações dos 40 anos do Instituto Politécnico, assinalados dia 5 de novembro. Denominada Esfera do Recomeço, a joia consiste numa peça artesanal, feita em prata de 0,925,

com peso aproximado de 35 gramas, devidamente contrastada, numerada e acompanhada por um certificado de autenticidade. É construída com folhas de oliveira, que se abraçam, adornada com minúsculas bolas de prata que representam os seus frutos, alinhadas, configurando o logotipo do Instituto Politécnico de Beja. Dentro dela está uma pequena bola de madeira de oliveira, impregnada com o Perfume IPBeja, o que a torna uma peça difusora de perfume: um perfumador. K

ESTM e o serviço à comunidade

“A ESTM é ativo incontornável da região e do País” 6 A Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar (ESTM) “é ativo incontornável da região e do País, e também além-fronteiras”, porque assume o papel que deve ter enquanto instituição de ensino superior público politécnico, na formação de pessoas, na valorização do mar, na investigação aplicada e desenvolvida em estreita colaboração com o tecido empreendedor e empresarial. A garantia é do presidente do Politécnico de Leiria, Rui Pedrosa, que discursou na cerimónia comemorativa dos 20 anos da ESTM, a 18 de outubro, tendo destacado o caminho positivo da Escola, que tem hoje mais de 50 investigadores e bolseiros de investigação, concretizou 97 pro-

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jetos de investigação nacionais, no valor de 9.3 milhões de euros, e 16 projetos internacionais, no valor de um milhão de euros, e diplomou 3.972 estudantes, nestes anos que considerou «de

sucesso, resiliência, visão e trabalho. Na mesma cerimónia, Paulo Almeida, diretor da ESTM, destacou o papel das direções suas antecessoras para a concretiza-

ção da ESTM, o apoio e solidariedade das restantes escolas do Politécnico de Leiria e da Câmara Municipal de Peniche, que se manifesta até hoje, num envolvimento marcado pela proximidade, e das associações de estudantes da Escola. Os grupos de investigação são também um ponto de relevo no percurso da ESTM, nomeadamente o CiTUR, recentemente “promovido” a grupo de investigação nacional, afirmando e criando know-how em turismo, e o MARE, criando conhecimento em biotecnologia e entregando à sociedade novos produtos e soluções com base no mar, que são hoje “cartão-de-visita” da ESTM no País e no mundo. Também o estudante

Diogo Seabra, em representação da Associação de Estudantes, destacou a qualidade do ensino na ESTM e no Politécnico de Leiria, «que está ao nível de instituições universitárias com muitos anos de existência». Henrique Bertino, presidente do município de Peniche, lembrou «todos os que lutaram para que a ESTM fosse instalada na cidade: esta Escola é fruto do trabalho e entrega de muitas pessoas, e é hoje o principal parceiro estratégico do concelho de Peniche». Pelo trabalho de 20 anos ao serviço da comunidade, Henrique Bertino entregou formalmente a Medalha do Município à ESTM, conferida no Dia do Município. K


Ode à infância

Portalegre ganha prémio no mundial de animação Alentejo na alma T Proporcionar o contacto da comunidade académica com escritores ligados ao Alto Alentejo, com projeção nacional e internacional, motivou a organização da iniciativa “Conversas com escritores com o Alentejo na alma”, no Politécnico de Portalegre. A primeira conversa aconteceu com Rui Cardoso Martins. No final de tarde de 31 de outubro, no auditório dos Serviços Centrais, o escritor, cronista e argumentista, natural de Portalegre, partilhou histórias profissionais e pessoais. A organização da iniciativa “Conversas com escritores com o Alentejo na alma” está a cargo do Centro de Línguas e Culturas do Politécnico de Portalegre. K

Saúde mental T A Sociedade Portuguesa de Enfermagem de Saúde Mental, a Escola Superior de Saúde do Instituto Politécnico de Portalegre e a Seção Regional do Sul da Ordem dos Enfermeiros organizaram o X Congresso Internacional da Sociedade Portuguesa de Enfermagem de Saúde Mental e o III Seminário de Investigação em Saúde Mental, que se realizaram no Campus Politécnico de Portalegre e no Cineteatro Mouzinho da Silveira – Castelo de Vide, de 29 a 31 de outubro. Ambos os eventos foram espaços de partilha, durante os quais se debateu o “estado da arte” em saúde

mental, com ênfase nos desafios para a área. K

Laboratório certificado T O Laboratório de Química e Bioquímica da ESTG-IPPortalegre integra a lista de laboratórios aprovados pela Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV), no âmbito do Programa Apícola Nacional 2020-2022. A estrutura efetua análises físico químicas e microbiológicas ao mel. Na área alimentar, aqui também podem ser efetuadas análises a vinho e mosto, monitorização do estudo de maturação de frutos, uva, azeite, leite e açafrão. Neste laboratório também são feitas determinações analíticas na área ambiental: biomassa e água (destinada a consumo humano, de rega e residual). O laboratório está aberto, para atendimento ao público, de segunda a sexta-feira. K

6 “Ode à infância”, um filme de João Monteiro e Luís Vital, alunos da licenciatura em Design de Animação e Multimédia do Instituto Politécnico de Portalegre, foi galardoado com o Prémio do Público na décima oitava edição da Festa Mundial da Animação. Em nota enviada ao Ensino Magazine, o Politécnico de Portalegre revela que este prémio “é atribuído pelo público presente nas sessões e é independente das categorias em competição”. O filme “Ode à infância” foi duplamente premiado, ao ter recebido ainda uma menção honrosa atribuída pelo júri da competição de escolas. Esta curta-metragem de animação conta a história de uma menina tímida que visita um parque infantil na companhia do

seu pai protetor. É um filme sobre o crescimento, a descoberta, a aventura e os primeiros passos de uma criança no caminho da autonomia. O filme foi realizado no âmbito da Unidade Curricular “Projecto de Animação”. Pelo terceiro ano consecuti-

vo, filmes realizados por alunos do IPP são premiados na Festa Mundial da Animação, um dos festivais mais importantes do panorama nacional, sinal de consistência na qualidade do ensino do cinema de animação no Instituto Politécnico de Portalegre. K

Informática na Polónia T Estudantes e professores do Politécnico de Portalegre participaram, em setembro, no primeiro curso de verão do projeto “BE Aware STudent”, que decorreu na University of Information Technology and Management, em Rzeszów, na Polónia. O curso “Designing your Career with Personal Business Model Canvas” contou com participantes oriundos da universidade anfitriã, do Politécnico de Portalegre e da Università degli Studi di Modena e Reggio Emilia – Itália. K

Edições RVJ, com o apoio do Santander

Livro de Joaquim Mourato no aniversário da ESTG 6 O livro «40 Anos, Ensino Superior Politécnico, Caminhos percorridos e a percorrer…» da autoria de Joaquim Mourato, ex-presidente do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos (CCISP), editado pela RVJ Editores, foi apresentado no passado dia 6 de novembro, no aniversário dos 29 anos da Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Portalegre (ESTG). Na ocasião o ex-presidente do Instituto Politécnico de Portalegre e do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos (CCISP), falou sobre a obra (que teve o apoio do

Santander), destacando o facto da mesma ter os contributos de todos os presidentes da história do CCISP. Na mesma sessão, Albano Silva, destacou a importância dessa obra e daquilo que o ensino politécnico representa para o país. O presidente do IPPortalegre sublinhou ainda o papel da ESTG nestes 29 anos de existência e o modo como toda a academia soube acolher a Escola Superior de Saúde naquele campus. A iniciativa integrou ainda um debate sobre o ensino politécnico, moderado pelo subdiretor da escola, Valentim Re-

alinho, no qual participaram o ex-presidente do Politécnico de Viseu, Fernando Sebastião, o diretor de serviços da SofTinsa, Henrique Mourisca, para além de Joaquim Mourato. O aniversário da escola teve ainda as intervenções do seu diretor, Miguel Serafim (que abriu a sessão solene) e da representante dos estudantes, Catarina Bilro. As comemorações terminaram com a atuação de Orquestra Metropolitana de Lisboa e uma conferência proferida por Carlos Fiolhais sobre a passagem do meio século da chegada do homem à lua. K

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João Coroado, presidente do IPT, em entrevista

Tomar aposta em novas dinâmicas 6 João Coroado assumiu, há cerca de meio ano, o cargo de presidente do Instituto Politécnico de Tomar. Com objetivos bem definidos sobre aquilo que deve ser o futuro da instituição, o docente e investigador considera que a instituição tem margem para crescer em termos de alunos, sublinha as parcerias existentes com o tecido empresarial e aquelas que podem vir a ser realizadas. Em entrevista ao Ensino Magazine fala também das ofertas formativas, da cátedra Unesco que o IPT possui e do financiamento do Orçamento de Estado que, à semelhança do que acontece com muitas instituições, é insuficiente. O presidente do IPT faz um balanço positivo sobre a entrada de novos alunos no Politécnico. “No ano letivo passado, registámos 1987 estudantes matriculados, neste ano já registámos 2178 matrículas, apesar de se ter verificado um crescimento face ao ano anterior estamos muito abaixo do número de estudantes para o qual estamos dimensionados”, revela. A aposta do IPT passa por aumentar o número de estudantes. “Todos queremos um território com elevado potencial competitivo, capaz de gerar intensamente procura, reter grande parte dessa procura e atrair procura adicional. No caso do ensino superior, este potencial competitivo traduz-se pelos candidatos que a região gera e que se candidatam na sua região e, adicionalmente, atrair procura externa de candidatos gerada por outros territórios”, diz. É dentro desta perspetiva que João Coroado fala numa estratégia global, que envolva as empresas e a própria comunidade. “No sentido de contribuir para o potencial competitivo da região, o Politécnico de Tomar, o Município de Tomar, a Softlnsa do grupo IBM, a Critical Software e mais alguns parceiros, iniciaram a construção de uma estratégia territorialmente integrada de competitividade e de coesão territorial denominada “Tomar: cidade tecnológica, mas humana —Tomar, Smart Human City”, combinando ciência e tecnologia com cultura e com humanidade”, explica. De resto muita desta dinâmica já é visível no campus do Politécnico de Tomar e na sua área envolvente. Toda esta dinâmica é, no entender do IPT, um fator importante para a captação de alunos nacionais, mas também internacionais, onde João Coroado acredita que o Politécnico “pode crescer até aos 10% do total de alunos. O número de estudantes que se matriculou através do Concurso Especial para Estudantes Internacionais aumentou este ano, sendo agora de 65 estudantes. Um valor que representa apenas 3% do universo dos nossos alunos e que gostaríamos de ver crescer até, pelo menos, aos 10%”. Já com algumas áreas de formação diferenciadoras na instituição, o Politécnico de Tomar está apostado em apresentar novas ofertas formativas. João Coroado fala no novo ciclo de estudo de licenciatura em “Gestão da Edificação e Obra, com acreditação para os próximos seis anos, com que a Agência de Avaliação e Acreditação do

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Ensino Superior (A3ES) nos contemplou no passado mês de julho”. O presidente do IPT revela que “este curso foi proposto em associação com a Escola Superior das Atividades Imobiliárias, permitindo que as nossas competências na área de construção civil se mantenham ativas. Abrimos assim, também, uma janela importante em Lisboa. Também em outubro, foram submetidos a registo à A3ES três novas licenciaturas nas áreas de Riscos e Proteção Civil, Computação e Logística e Turismo e Gestão do Património Cultural, com o objetivo de renovar, adequar e fortalecer a nossa oferta formativa e responder às necessidades do mercado. Propusemos ainda o curso de Mestrado em Avaliação e Gestão de Ativos Imobiliários em associação com a Escola Superior de Atividades Imobiliárias, dando possibilidade aos estudantes que cursaram licenciaturas na área da construção civil, nomeadamente a Gestão da Edificação e Obra, de poderem continuar os seus estudos nesta vertente”. João Coroado não tem dúvidas em afirmar que “o IPT é cada vez mais reconhecido no mundo, não só pela competência e autonomia dos nossos estudantes no mercado de trabalho, mas também pelos projetos de impacto social, que cada vez mais nos distinguem”. A cátedra Unesco de Humanidades e Gestão do Território é outra das referências da instituição. “Está integrada no polo do Centro de Geociências. As atividades são várias e abrangem a dimensão institucional, de formação pós graduada, de investigação e extensão, com relevância para o Património Cultural, para a Sustentabilidade e Gestão Territorial, para os Direitos Humanos e a Sociedade da Informação”.

Numa altura em que se fala na possibilidade dos politécnicos virem a ministrar cursos de doutoramento, a investigação no seio das instituições revela-se um fator decisivo. João Coroado quer mais investigação no IPT e tem preparado um conjunto de incentivos. “Estamos a preparar incentivos internos, diretos e indiretos para promover a investigação e desenvolvimento e aumentar a produção cientifica e técnica que, conjuntamente, com o financiamento, atribuído pela Fundação de Ciência e Tecnologia aos nossos Centros de Investigação (o Centro de Investigação em Cidades Inteligentes (Ci2); o Centro de Tecnologia, Restauro e Valorização das Artes (Techn&Art); e ao polo de Investigação: Grupo de Quaternário e Adaptações Humanas do Centro de Geociências da Universidade de Coimbra - que aqui está sediado, irão permitir disponibilizar recursos humanos e equipamentos, para desenvolver as linhas de investigação, dar apoio aos projetos que estão em execução e avançar com novos projetos”. O presidente do IPT fala em “mais de um milhão de euros para os próximos quatro anos”. Ainda na área da investigação científica, João Coroado sublinha o facto de entre os projetos desenvolvidos ter sido feito um pré-registo “de patente”. Reorganização e financiamento A reorganização do Politécnico de Tomar também é abordada por João Coroado, sobretudo no que respeita à organização interna da instituição. “Foi reestruturado o organigrama e criados gabinetes de apoio específicos e relocalizados outros com o objetivo de melhorar

a eficácia e a eficiência dos seus processos e procedimentos”, começa por explicar. No seu entender esta nova organização “deve ser entendida na busca incessante de mais qualidade e maior produtividade. Em complemento estão a ser definidas as descrições de funções, e preparados os planos de formação que conduzirão a uma avaliação objetiva de todos os colaboradores. O seu trabalho altamente exigente deve ser reconhecido e respeitado, e a construção de serviços de suporte eficientes e eficazes, uma prioridade”. Entre os novos gabinetes, João Coroado fala do Balcão Único ou SPOC - Student Point of Contact (já em funcionamento) e que permite aos estudantes “tratarem de qualquer questão relacionada com a sua vida académica”. Um outro espaço é o WPOC - World Point of Contact “onde os estudantes de todos os cantos do mundo podem interagir culturalmente e criar sinergias para um mundo mais sustentável”. Finalmente, o presidente do IPT apresenta o “Gabinete de Apoio à Investigação e ao Desenvolvimento, que serve os centros de investigação e a prestação de serviços ao exterior e que também já está a trabalhar”. Ao nível de infraestruturas, João Coroado dá como fundamental a “construção do Complexo Pedagógico da Escola Superior de Tecnologia de Abrantes que resulta da parceria com a Câmara Municipal de Abrantes e também do Centro de Inovação de Tomar que resulta da parceria com a Câmara de Tomar”. A questão do financiamento das instituições de ensino superior por parte do Estado mereceu criticas por parte de João Coroado (a entrevista foi realizada antes do anúncio do novo governo na intenção de reforçar as verbas). “Estamos no limite da capacidade para funcionar. Note-se, que há muito que deixámos de viver só do Orçamento de Estado. Este assegura apenas 80% da despesa com o pessoal e representa 70% da receita total. Com as transferências do Estado e as propinas não temos conseguido cobrir as despesas com o pessoal o que significa que sem a nossa participação em projetos de investigação e desenvolvimento, em atividades de copromoção, e em prestação de serviços especializados estaríamos perante uma situação insustentável”, disse. De resto, já no seu discurso na sessão solene do arranque do novo letivo João Coroado referiu esta questão. A concluir, o presidente do IPT fala da comunidade académica da instituição e do apoio social: “as pessoas são a maior riqueza da nossa Instituição e para o efeito procuramos disponibilizar as condições indispensáveis ao seu bem-estar. A ação social é absolutamente imprescindível e tem tido um papel muito relevante no apoio aos estudantes e, em especial, aos que têm mais carências, mas também a toda a comunidade a partir de iniciativas de carácter social, desportivo e cultural”. K   

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17.ª Semana da Ciência e Tecnologia

Setúbal recebe 600 alunos 6 Descobrir a Mecânica à boleia de Isaac Newton, explorar as áreas do Ambiente, Mar e Biomédica inspirado por Charles Darwin, entrar nos universos da Informática e Robótica pelas mãos de John Von Neumann, ou descobrir os segredos da Eletrotecnia e Eletrónica sob a égide de Michael Faraday, é o que propõe o Instituto Politécnico de Setúbal (IPS) em mais uma edição da Semana da Ciência e Tecnologia, a decorrer entre os próximos dias 19 e 22 de novembro, reunindo perto de 600 alunos das escolas secundárias e profissionais. O evento, que é já um marco no calendário escolar da região, volta a transformar as escolas superiores de Tecnologia do IPS, em Setúbal e no Barreiro, no palco onde se de-

senrolará a primeira experiência no ensino superior para centenas de crianças e jovens, permitindo-lhes conhecer de perto a oferta formativa do IPS nas áreas tecnológicas e científicas. Na semana em que se celebra o Dia Mundial da Ciência (24 de novembro), o IPS homenageia assim várias figuras incontornáveis do progresso científico, como os que dão nome aos vários circuitos temáticos propostos, que podem ser percorridos de acordo com os interesses e áreas de estudo dos participantes. O programa de atividades contempla ainda a possibilidade de entrar em contacto direto com os projetos de investigação e equipamentos desenvolvidos pelos estudantes e docentes do IPS. K

Boas práticas ambientais

IPS hasteia Bandeira Verde 6 As cinco escolas do Instituto Politécnico de Setúbal (IPS) foram distinguidas em Guimarães, a 18 de outubro, com a Bandeira Verde Eco-Escolas, galardão atribuído pela Associação Bandeira Azul da Europa (ABAE) pelo conjunto de boas práticas implementadas, ao longo do ano letivo 2018/2019, envolvendo a comunidade académica e local, em alinhamento com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. A cerimónia, que decorreu no âmbito do Dia das Bandeiras Verdes, teve lugar no Pavilhão Multiusos de Guimarães, reconhecendo o trabalho de todos os que vêm contribuindo para tornar mais sustentável o dia a dia de cada escola e respetivas comunidades. O evento, considerado o maior, a nível nacional, na área da educação ambiental, reuniu cerca de 5000 crianças, jovens, professores e autarcas. Desde a adesão à rede EcoEscolas, programa internacional que visa a educação para o de-

senvolvimento sustentável, as escolas do IPS têm vindo a desenvolver um conjunto de intervenções nas áreas dos resíduos, água, energia, mar, mobilidade sustentável e vida saudável. A criação de uma bolsa de voluntários eco, a peça de teatro “Ambientar Plastic”, várias ações de sensibilização sobre o uso plástico, como o “Mar não é de Plástico”, a substituição de lâmpadas por LED ou a recolha de papel/cartão e posterior entrega ao Banco Alimentar, são algumas das ações já desenvolvidas. Foi também instituída a utilização de copos reutilizáveis na Semana Académica e realizadas conferências/seminários sobre as temáticas das alterações climáticas, mobilidade sustentável e economia circular da água, para além de ações de limpeza de praia e um workshop sobre alimentação saudável. O plano de ação foi aprovado pelo Conselho Eco-Escolas IPS, entretanto criado. K

Pedro Dominguinhos defende

Internacionalizar é necessário 6 “A internacionalização tem que ser posta no centro da estratégia das instituições de ensino superior. Não é uma parte marginal das nossas atividades, deve ser incluída no ensino, na investigação e na relação com a nossa comunidade envolvente”, defendeu o presidente do Instituto Politécnico de Setúbal (IPS), Pedro Dominguinhos, na sessão de abertura a 12ª Semana Internacional, que decorreu este mês, reunindo mais de 120 participantes, 27 dos quais em representação de parceiros estrangeiros. Numa edição especial comemorativa do 40º aniversário do IPS, o encontro internacional colocou o foco no futuro das redes de mobilidade no contexto do ensino superior, assinalando “uma mudança na estratégia de internacionalização” do próprio IPS. E que deverá passar, segundo o responsável, pelo reforço de “uma mentalidade internacional” transversal a todas as áreas e a toda a comunidade académica, e também por uma seleção mais rigorosa de parceiros estrangeiros, com quem seja possível desenhar novos projetos relevantes para a região. “Devemos investir em parcerias estratégicas para

aumentar a mobilidade, o numero de projetos e, claro, o número de estudantes que possam disso beneficiar”. O presidente do IPS lembrou ainda que a componente internacional do ensino superior torna evidente uma outra missão, paralela à do desenvolvimento económico das regiões, e que é especialmente pertinente em tempos de retorno dos nacionalismos. “As instituições de ensino superior são também um instrumento muito importante para promover o multiculturalismo e a paz. Temos a responsabilidade social de construir uma Europa mais aberta, igualitária e inclusiva”, vincou. Falando enquanto principal anfitriã de quem visita Setúbal por estes dias, a presidente da Câmara Municipal, Maria das Dores Meira elogiou a iniciativa referindo que, com este encontro, “o nosso politécnico dá passos muitos significativos na sua internacionalização, na captação de novos públicos estudantis e na atração para a nossa região de novas e capacitadas gerações de gente altamente qualificada”. A autarca voltou igualmente a sublinhar o papel do IPS como “polo

de conhecimento da maior importância para Portugal” e “parte fundamental da transformação por que tem passado a nossa cidade nos últimos anos”, para reconhecer que, ao trabalhar ativamente na sua internacionalização, a instituição está, em última instância, “a trabalhar para a internacionalização de Setúbal”. Estudar no IPS é, por isso, “reunir o que há de melhor”, rematou Maria das Dores Meira. “Por um lado, uma escola repleta de qualidades, com um corpo docente altamente preparado e com boas instalações e equipamentos; por outro, uma cidade bela, renovada e vibrante”. Seguindo um modelo de trabalho diferente face a anos anteriores, esta 12ª Semana Internacional proporcionou cinco dias de partilha através de várias sessões plenárias e mesas redondas, pondo em contacto estudantes, docentes e investigadores do IPS e os colegas convidados de instituições nacionais e internacionais com quem o IPS mantém relações de cooperação, nomeadamente de países como Alemanha, Bélgica, Holanda, Brasil, Ucrânia, Polónia, Finlândia, Dinamarca, Eslovénia e Uzbequistão. K

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Com universidade chinesa

UBI estuda cooperação 6 O reitor da UBI, António Fidalgo, e o presidente da Faculdade de Ciências da Saúde da UBI, Miguel Castelo-Branco, deslocaram-se, no final de outubro, à Xinxiang Medical University, instituição chinesa de Ensino Superior, na área da saúde, com o propósito de conhecer a instituição e iniciar o diálogo com vista a uma possível colaboração. A Xinxiang Medical University, fundada em 1950 e que tem mais

Universidade de Lúrio

Na Escola Cidade de Castelo Branco

Tabela Periódica gigante feita com trapos 6 A Escola Cidade de Castelo Branco, do Agrupamento de Escolas Nuno Álvares, tem patente uma Tabela Periódica gigante, elaborada como se se tratasse de uma manta de trapos. A peça está exposta no interior da Escola, no âmbito das comemorações do Ano Internacional da Tabela Periódica dos Elementos Químicos, que se realizam durante 2019. A Tabela Periódica tem as dimensões de cerca de 3,5 metros de comprimento e 2,75 metros de altura, tendo sido numa primeira fase elaborada pelos alunos de ciências físico-

química de 2009, e este ano restaurada e atualizada pelos estudantes e professoras do Clube de Ciências. Na sua produção cada um dos alunos produziu um elemento, de acordo com a sua criatividade, tendo as professoras responsáveis pelo Clube, Florinda Baptista e Teresa Condeixa, cosido todos os elementos entre si, aplicando-os depois numa peça única de tecido, formando assim uma das maiores tabelas periódicas de trapos do mundo. A iniciativa envolveu ainda as mães de alguns alunos que

de 40.000 estudantes, quis explorar a possibilidade de colaborar no campo da saúde, em especial no desenvolvimento de projetos conjuntos e criação de programas de intercâmbio. Depois da ida de António Fidalgo e Miguel Castelo-Branco à universidade situada na região de Henan, está previsto que uma comitiva chinesa visite a UBI, dando mais um passo para a desejada colaboração internacional. K

quiseram dar o seu contributo e da professora de geografia, Anabela Reis. Recorde-se que a primeira Tabela Periódica foi criada há 150 anos pelo cientista russo, Dmitry Mendeleev, sendo um dos instrumentos mais importantes para o estudo da Química. Para as docentes Florinda Baptista e Teresa Condeixa, “esta Tabela Periódica é uma manta de retalhos e afetos que pretende homenagear o passado da escola e os seus antigos alunos, mas celebrando o presente ao envolver os alunos de agora. K

Santimano expõe fotos 6 O fotojornalista Sérgio Santimano teve patente, entre 31 de outubro e 9 de novembro, uma exposição na Biblioteca Ozuela, da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, na Ilha de Moçambique. A inauguração da exposição contou com a presença de diversas individualidades, apreciadores da arte, estudantes e docentes. Sérgio Santimano referiu

que este projeto a que chamou de “LEGADO” tem como objetivo transmitir sua experiência, inspirar e ensinar as novas gerações como contar histórias através da fotografia. As suas fotos retratam emoções, momentos, objetos e pessoas que marcaram a vida do fotógrafo, convidando o público a fazer uma viagem no tempo para destinos como Goa e Índia. K

Valorização do Ensino Profissional

Viseu atrai para o Superior 6 O Politécnico de Viseu e o Instituto Piaget acabam de criar uma rede de colaboração entre 35 entidades, que tem como objetivo promover a continuidade dos estudos nas Beiras e no Douro, aumentando o número de alunos dos cursos profissionais que prosseguem estudos para o ensino superior e o número de cidadãos com qualificações superiores são grandes objetivos desta iniciativa. Denominada Rede Regional para a Promoção do Ensino Profissional em Rede (PEPER), foi apresentada a 11 de novem-

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bro, tendo sido reafirmada a vontade de articular as formações ministradas visando a sua complementaridade, potenciar sinergias entre as instituições de ensino com as comunidades intermunicipais e as autarquias que as integram. Visa ainda sensibilizar os jovens para a necessidade da formação e qualificação ao longo da vida, articular e construir percursos formativos que permitam alinhar a oferta formativa dos níveis de qualificação 4, 5, 6 e 7 do Quadro Europeu de Qualificações para a Aprendizagem ao Longo da Vida, aumen-

tar o número de cidadãos com qualificações superiores, contribuir para a fixação de jovens na região e promover uma maior articulação entre os diversos agentes/entidades de educação/formação e o tecido empresarial da região, entre outros objetivos deste projeto. A parceria inclui 35 instituições de ensino (17 agrupamentos de escolas, 10 escolas profissionais, 3 escolas secundárias e 5 escolas superiores, 4 do PV e 1 do IP) de 19 concelhos e as Comunidades Intermunicipais (CIM) de Viseu Dão Lafões e do Douro. K

Moçambique

Escola mais solidária 6 A equipa do projeto “Mabuko Ya Hina”, constituída pelas docentes Ana Albasini e Isabel Mota da Escola Portuguesa de Moçambique – Centro de Ensino e Língua Portuguesa (EPM-CELP), está a trabalhar no Centro de Educação Comunitária (CEC) do PNG para uma ação de revisão dos conteúdos trabalhados nos primeiro e segundo módulos de formação no âmbito do Programa de Educação

para a Rapariga (ERA). A ação possui uma componente prática, de observação das atividades dinamizadas pelos promotores de leitura nos Clubes das Raparigas, e uma componente teórica de revisão dos conteúdos trabalhados nos primeiros dois módulos de formação, nas áreas da leitura em língua portuguesa e educação para a cidadania. K EPM _


Editorial

O que pensamos e o que fazemos 7 A Escola sofreu, ao longo das últimas décadas, transformações profundas. Mas não é menos verdade que esta instituição educativa continua a padecer de evidências que nos permitem catalogá-la (ainda!) como demasiado racional, burocrática, socialmente desajustada e impregnada de estereótipos administrativos e academicistas. Em consequência, instalou-se no mundo interior dos docentes um efeito cuja perversão ainda está por medir: pese embora tudo o que aconteça na realidade diária das escolas, os professores estão convencidos de que a sua profissionalidade e a sua qualidade de trabalho dependerá, mais que tudo, das suas competências “operacionais”, que os conduzem à aplicação de técnicas rigorosas, através das quais conseguirão “produzir” a aprendizagem dos seus alunos.

E disso há inúmeras provas, mesmo para os mais cépticos. Desde logo, todos abominam os “receituários”, todavia quase sempre vivem dependentes dessa normatividade, que proporciona uma grande área de conforto, e grande parte dos conhecimentos que guiam a acção docente. Depois, toda uma literatura especializada nos empurra para muita elucrubação dos “tradutores-especialistas”, aqueles que acreditam na voz especializada, enquanto intermediário insubstituível entre a origem científica do conhecimento e a correcta interpretação e divulgação das normas pedagógicas. Finalmente, todos sabemos que as narrativas do politicamente correcto alteraram o discurso e as linguagens. Porém, o “processo de cretinização técnico-burocrático” do trabalho docente permanece, no substancial, inalterável.

Resultado: a lucidez demasiado disciplinar e especializada conduz, invariavelmente, à cegueira no que respeita à apreciação do global, do geral e da diferença. Neste processo evolutivo, é certo que a ciência substituiu a religião quanto à construção do discurso pedagógico. Todavia, novas formas de misticismo afloraram sempre que, no terreno institucional, se procedeu à aceitação dos poderes, aliados aos saberes, como meios únicos de legitimação de uns e dos outros. Para que a Escola entre numa via de transformação positiva, revela-se essencial aceitar alguns desafios. Desde logo, importa nivelar o estatuto da “pedagogia oficial” com o do “conhecimento prático” dos docentes. Depois, exige-se o rápido reconhecimento da maioridade dos profissionais do ensino. Reconhecimento que propicie a conquista da au-

tonomia para pensar o próprio pensamento, autonomia para reflectir sobre o conhecimento elaborado, autonomia para construir novo pensamento com base no conhecimento e na maturação da própria acção docente. No fundo, encontramo-nos perante um desafio, lançado aos “práticos”, para que conquistem, dentro das escolas, todas as possibilidades que lhes permitam a elaboração de conhecimento, através do qual sustentem e teorizem essa mesma prática. É que a separação entre pensamento e acção, implica que a educação não seja mais uma preparação para agir. Implica a aceitação de dois ensinos distintos: um especulativo, o outro prático, um fornecendo o espírito e o outro a letra, um o método, o outro os resultados. E tudo isto nos empurra para o

sublinhar de uma das maiores contradições que nos podem ser imputadas a nós, educadores: a incapacidade para integrar na nossa prática quotidiana, de um modo coerente, o que pensamos e o que fazemos. João Ruivo _ ruivo@rvj.pt

primeira coluna

Chumbos na cartola 7 O Governo pretende “criar um plano de não retenção no ensino básico, trabalhando de forma intensiva e diferenciada com os alunos que revelam mais dificuldades”. Mas deve ou não um aluno passar de ano sem ter os conhecimentos mínimos exigidos? À pergunta, certamente que a maioria dos portugueses responderia que não. Mas o que se vive na escola pública demonstra que há “pressões” para que as retenções sejam residuais. E, ainda assim, o número daqueles que ficam retidos é elevado. Esta não é uma questão nova. Mas o seu debate está a sê-lo, pela abrangência e pela facilidade com que a comunidade académica é convidada a informar-se, ou desinformar-se, sobre o assunto. E naquilo que essa informação ou desinformação resulta para as escolas. De um lado, os alunos que olham para a medida como um instrumento indutor de facilitismo, de falta de exigência, de passar o ónus do insucesso para os professores, e, como já se verifica,

de falta de respeito dentro da sala de aula (desde que foram criados os mega agrupamentos a situação tem vindo a piorar). Do outro, os professores, que acossados com um trabalho burocrático exagerado, são chamados a jogo sem saber muito bem ao que vão, tendo todos o objetivo de ensinar e de ter sucesso com os seus alunos, mas também de verem cumpridas as regras básicas do respeito, da igualdade e da justiça entre pares. A única certeza que têm é que será neles, nos professores, que estará o foco mediático e institucional, que são poucos para aquilo que é necessário fazer e às vezes sentem-se impotentes para cumprirem currículos extensos para o tempo letivo disponível. O assunto não deve ser apenas visto na perspetiva daqueles alunos que têm dificuldades ou dos que, por esta ou aquela razão, vão para a escola desmotivados e sem vontade de lá estar, mas também daqueles que têm sucesso e trabalham para o ter, que se esforçam às

vezes para ter o 3, mas que depois verificam que o colega do lado, que durante o ano só teve negativas nos testes e que até provocou colegas e professores, tem também o mesmo 3 na pauta. Ou para os outros que, tendo objetivos bem definidos do que querem fazer com o seu futuro, são injustiçados nas notas finais, porque como são bons alunos ninguém luta por eles. A situação é complexa. Já em 2017, nesta mesma coluna, e após terem sido divulgados dados de um relatório da OCDE, debatidos pelos ex-ministros da Educação num encontro promovido pela Fundação Francisco Manuel dos Santos, o tema mereceu atenção. Isabel Alçada, ex-ministra da Educação, defendia então que os cerca de 380 milhões de euros que o Estado português gasta devido às retenções de alunos, poderiam ser investidos para se criar “um modelo de prevenção para apoiar os alunos e as famílias”. No seu entender, “as retenções deveriam ser uma exceção e não uma regra”. O ministro da Edu-

cação, Tiago Brandão Rodrigues, chegou a referir que “em Portugal mais de 30% dos jovens com 15 anos já apresentam uma retenção no seu percurso escolar e ainda demasiados deles, apresentam mais do que uma retenção”. O plano anti-chumbo que o Governo quer implementar deve ser explicado e apresentado, com clareza, divulgando as medidas que vão ser implementadas, associando os meios humanos e financeiros que lhes estão afetos (os que estão no terreno não são suficientes), e com as metas bem definidas. A escola pública cumprirá (não tem outra alternativa) aquilo que lhe for imposto pela tutela. Se o Ministério publicar legislação no sentido de acabar com os chumbos, será feita a sua vontade. Mas é do futuro do país que estamos a falar, daqueles que um dia vão ter que assumir as suas responsabilidades, daqueles que não tendo exigência no começo das suas vidas, vão sempre olhar para as situações adversas, como se de

um jogo se tratasse, em que alguém há-de resolver. Como seria bom acabar-se com as retenções. Não de forma administrativa (o risco é grande que assim aconteça), mas porque todos obtiveram os conhecimentos mínimos para transitar de ano letivo, porque a escola foi reforçada e passou a ter recursos humanos para fazer face a planos de recuperação, de tutorias, de apoio psicológico, de mediação, de manutenção dos espaços, de segurança… Se assim assim for e todos aprenderem, ninguém terá chumbos na cartola… K João Carrega _ carrega@rvj.pt

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Crónica

Master para ser profesor de universidad 7 En diferentes escritos y artículos, también desde las páginas de Ensino Magazine, hemos mencionado con reiteración la idoneidad, incluso la necesidad, de que los profesores jóvenes que se incorporan a la universidad demuestren haber recibido, o estén dispuestos a hacerlo, una buena formación pedagógica básica en docencia universitaria, como sucede ya por fortuna con los profesores en otros niveles del sistema educativo. La denominada formación pedagógica de actualización y permanente del profesor universitario debe ser siempre posterior, es insuficiente y siempre adolece de buenos fundamentos para quien desea ser docente. Fue nada menos que Francisco Giner de los Ríos quien dio la alarma sobre las carencias pedagógicas de los profesores universitarios españoles de fines del siglo XIX. Escribió en 1884, en el Boletín de la Institución Libre de Enseñanza, un artículo memorable que tituló “Maestros y catedráticos”. En aquel trabajo valoraba con profundo sentido crítico el malestar que se apreciaba en los centros docentes de España, desde la escuela primaria a la universidad, por las carencias en formación pedagógica que denotaban los profesores de todos los niveles del sistema educativo. Pero Giner introduce matices en su explicación. Explica que los maestros de primera enseñanza de entonces recibían una débil formación cultural y pedagógica en aquellas Escuelas Normales mal financiadas y con planes de estudios anacrónicos. Sin embargo, como tenían que educar en el día a día a niños y niñas, y se encontraban pedagógicamente insolventes, buscaban soluciones formativas en la prensa pedagógica, en conferencias pedagógicas, en centros de colaboración con otros colegas. Eran conscientes de sus límites y buscaban (y encontraban ) soluciones a los problemas pedagógicos que surgían en su quehacer educativo. Algo muy diferente ocurre con los catedráticos, nos dice Giner. Los de segunda enseñanza miraban con desprecio la motivación y la actuación pedagógica de los maestros de primaria, porque al fin ellos eran catedráticos, en realidad

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equivalentes a los de universidad, y pertenecían a otro estatus social y salarial, claro. Este grupo de profesores carecía de todo interés pedagógico, porque ellos sabían y dominaban su materia (matemáticas, lengua española, latín, física, francés, ciencias naturales, la disciplina que fuera), y decían que nadie les tenía que indicar cómo se enseñaba. Ellos explican, cuando lo hacen, y el alumno que pueda seguir su ritmo, muy bien, y el que se quede en la cuneta , pues allá él. Eso de la actuación y la formación pedagógica de los docentes son cuentos, dicen los catedráticos, porque ellos son la autoridad científica en sus aulas. Nada de cantinelas pedagógicas. Pues de forma mucho más acentuada que con los catedráticos de segunda enseñanza se manifiesta el asunto con los de universidad, nos insiste Giner, con el profundo desprecio que miran hacia las formas de enseñar una asignatura del plan de estudios de una licenciatura. Nadie les puede dar lecciones de cómo enseñar su disciplina científica, decían aquellos anquilosados catedráticos. A pesar de tan nefastas actitudes presentes en el colectivo de los catedráticos, Giner y todos los miembros de la Institución Libre de Enseñanza (Cossío, Labra, Álvarez Buylla, Blanco Suárez, Sela, Barnés, Luzuriaga, A.Pestana y cientos de profesores y colaboradores más) continuarán reivindicando la necesidad de formar mucho mejor a todos los profesores, desde los de la escuela infantil a los de la universidad. La razón no es otra que parten de la convicción profunda de que la bondad de una institución docente y educativa se sustenta en la calidad de sus profesores, lo bien formados que estén, en la parte científica y en la pedagógica. La formación de los maestros de primera enseñanza en España ha cambiado de forma muy notable, a mejor, desde aquellas lamentaciones y denuncias de fines del siglo XIX hasta hoy. Nuestras Facultades de Educación, con las excepciones aisladas que se quiera, ofrecen una buena formación a los futuros maestros de infantil y primaria, en un grado de cuatro años, según establece des-

de 2006 la LOE. Estamos en el buen camino en este apartado. Los futuros profesores de educación secundaria también reciben una buena formación pedagógica cursando el Máster de Formación de Profesores en Educación Secundaria y Formación Profesional y Escuelas Oficiales de Idiomas, exigido desde la promulgación de la LOE de 2006 para acceder a los cuerpos docentes correspondientes de educación secundaria . Desde la experiencia personal, contrastada con la de otros muchos profesores que impartimos docencia en este máster, se está produciendo un cambio muy notable en las expectativas pedagógicas de los futuros profesores de educación secundaria, quienes asumen que son también, nada menos que educadores, formadores de adolescentes y jóvenes. El sistema educativo español mejorará, con toda seguridad, a medida que se vayan incorporando estas nuevas cohortes de jóvenes profesores a los institutos y centros de educación secundaria. En una generación España va a disponer de una población mucho mejor educada y culta, a través de estos miles de futuros profesores que han cursado o terminan su Máster de Educación Secundaria. Puede ser mejorable el modelo, sin duda, pero de momento funciona con éxito. El sueño de Giner aquí se ha cumplido en buena medida, para la educación secundaria. La pregunta que lanzamos ahora es hacia las universidades, que gozan de autonomía organizativa en sus programas académicos. ¿Qué ocurre con la formación pedagógica de un profesor joven que llega a la universidad dispuesto a iniciar su carrera docente? NADA. Es lamentable tener que reconocerlo. Un joven profesor hoy es contratado en la universidad por la vía de la investigación, y desde ahí se le exige ser el first one. Pero no cuenta absolutamente para nada la dimensión docente, por la que al fin es contratado como profesor. Este es un grave drama que las universidades españolas deben atender y resolver. ¿Cómo? Es probable que haya que poner en marcha un Máster específico para Docencia Universitaria, mirando hacia la universidad del futuro, en su oferta y la calidad de sus egresados.

Publicação Periódica nº 121611 Dep. Legal nº 120847/98 Redacção, Edição, Administração Av. do Brasil, 4 R/C 6000-079 Castelo Branco Telef.: 272324645 | Telm.: 965 315 233 Telm.: 933 526 683 www.ensino.eu | ensino@rvj.pt Director Fundador João Ruivo ruivo@rvj.pt Director João Carrega carrega@rvj.pt Editor Vitor Tomé vitor@rvj.pt Editor Gráfico Rui Rodrigues ruimiguel@rvj.pt

Aquí no soñamos nada, porque disponemos experiencias próximas en buenas y excelentes universidades de Europa y América. En varias de estas universidades al joven profesor se le exige que en un plazo razonable, para ser admitido como profesor de plantilla (u ordinario) debe cursar un máster ad hoc, para ser profesor de esa universidad. Eso es proponer poco a poco docencia de calidad, y en ello varias universidades del Reino Unidos son un ejemplo a seguir. José Ortega y Gasset escribe en los años 1930 que su estancia formativa en Alemania resultó dispar y a veces contradictoria, excelente y lamentable a un tiempo. Dice que encontraba a cada esquina de los pasillos universitarios a varios premios Nobel, de catedráticos que lo habían recibido por sus aportaciones novedosas en investigación. Pero añade que apenas encontró maestros, es decir, catedráticos que supieran enseñar, gente que sabía mucho de lo suyo pero era incapaz de transmitirlo de forma eficaz y amable a sus alumnos. Se necesita una buena y sistemática formación pedagógica para los profesores de universidad, un master de docencia universitaria que mejore de forma real y profunda nuestra docencia universitaria. Aquello de “Bolonia” fue un bluff total y engañoso, que nos confundió por momentos a muchos, apostando por un modelo organizativo de tipo taylorista, sin sustancia pedagógica, y sin buena formación pedagógica de los profesores. Hay que buscar otras soluciones a la calidad de la enseñanza quer impartimos en las Facultades de la Universidad. K José Maria Hernández Díaz _ Universidad de Salamanca jmhd@usal.es

Castelo Branco: Tiago Carvalho Guarda: Rui Agostinho Covilhã: Marisa Ribeiro Viseu: Luis Costa/Cecília Matos Portalegre: Maria Batista Évora: Noémi Marujo noemi@rvj.pt Lisboa: Jorge Azevedo jorge@rvj.pt Nuno Dias da Silva Paris: António Natário Amsterdão: Marco van Eijk Edição RVJ - Editores, Lda. Grafismo Rui Salgueiro | RVJ - Editores, Lda. Secretariado Francisco Carrega Relações Públicas Carine Pires carine@rvj.pt Designers André Antunes Carine Pires Colaboradores: Agostinho Dias, Albertino Duarte, Alice Vieira, Antonieta Garcia, António Faustino, António Trigueiros, António Reis, António Realinho, Ana Castel Branco, Ana Caramona, Ana Rita Garcia, Artur Jorge, Belo Gomes, Carlos Correia, Carlos Ribeiro, Carlos Semedo, Cecília Maia Rocha, Cristina Mota Saraiva, Cristina Ribeiro, Daniel Trigueiros, Dinis Gardete, Deolinda Alberto, Ernesto Candeias Martins, Fernando Raposo, Florinda Baptista, Francisco Abreu, Guilherme Lemos, Graça Fernandes, Helena Menezes, Helena Mesquita, Hugo Rafael, Joana Mota (grafismo), Joaquim Cardoso Dias, Joaquim Serrasqueiro, Joaquim Bonifácio, Joaquim Moreira, João Camilo, João Gonçalves, João Pedro Luz, João Pires, João de Sousa Teixeira, João Vasco (fotografia), Joaquim Fernandes, Jorge Almeida, Jorge Fraqueiro, Jorge Oliveira, José Carlos Moura, José Carlos Reis, José Furtado, José Felgueiras, José Júlio Cruz, José Pires, José Pedro Reis, Janeca (cartoon), José Rafael, Lídia Barata, Luís Biscaia, Luís Costa, Luis Lourenço, Luis Dinis da Rosa, Miguel Magalhães, Miguel Resende, Maria João Leitão, Maria João Guardado Moreira, Natividade Pires, Nuno Almeida Santos, Pedro Faustino, Ricardo Nunes, Rui Salgueiro, Rute Felgueiras,Sandra Nascimento (grafismo), Sérgio Pereira, Susana Rodrigues (U. Évora) e Valter Lemos Estatuto editorial em www.ensino.eu Contabilidade: Mário Rui Dias Propriedade: RVJ - Editores Lda. NIF: 503932043 Gerência: João Carrega, Vitor Tomé e Rui Rodrigues (accionistas com mais de 10% do Capital Social) Assinantes: 15 Euros/Ano Empresa Jornalistica n.º221610 Av. do Brasil, 4 r/c Castelo Branco Email: rvj@rvj.pt Tiragem: 20.000 exemplares Impressão: Jornal Reconquista - Zona Industrial - 6000 Castelo Branco


Alunos do politécnico reúnem-se em encontro nacional

É preciso mais ação social! 6 Mais ação social, melhor internacionalização, a alteração de designação de politécnicos para universidades, o aumento do financiamento às instituições de ensino superior, ou a atribuição de doutoramentos por parte dos politécnicos, foram os principais temas abordados na X edição do Encontro Nacional de Politécnicos, realizado no Instituto Politécnico de Castelo Branco, de 8 a 10 de novembro. Organizado pela Federação Nacional de Associações de Estudantes do Ensino Superior Politécnico (FNAEESP) – que representa 50 associações académicas de todo o país, num universo de 120 mil alunos, o evento colocou a cidade albicastrense no centro do debate. Tiago Diniz, presidente da FNAEESP, em nota enviada ao nosso jornal, explica que “este evento teve como objetivo pri-

mordial contribuir, positivamente, para a construção de uma agenda de desenvolvimento do ensino superior”.

A iniciativa reuniu estudantes de todo o país e os principais responsáveis pelo ensino superior em Portugal, com ênfase no

ensino politécnico e naquilo que ele representa, na qualificação e na coesão territorial. Marcaram presença o secretário de

Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, João Sobrinho Teixeira; o presidente do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos, Pedro Dominguinhos; o diretor Geral do Ensino Superior, João Queiroz; o ex-presidente do CCISP, Joaquim Mourato; o presidente do Instituto Politécnico de Castelo Branco, António Fernandes, o vice-presidente da Associação Europeia de Universidades de Ciências Aplicadas, Armando Pires; e o ex-presidente do Politécnico de Viana do Castelo, Rui Teixeira. Realizado em parceria com a Associação de Estudantes da Escola Superior de Saúde Doutor Lopes Dias do Instituto Politécnico de Castelo Branco, o encontro tocou nos aspetos fundamentais que afetam neste momento o ensino superior em Portugal, e o ensino politécnico em particular. K

APRENDER, ENSEÑAR Y EVALUAR EN LA ERA DIGITAL

La evaluación en un futuro cercano 7 Los alumnos de la era digital no conciben que un profesor se pueda dedicar a recitar datos. Exigen, al menos implícitamente, un docente que les ayude a la transformación necesaria para ser ciudadanos del s. XXI, que los convierta en productores y usuarios, antes que en consumidores pasivos del conocimiento. Que les capaciten para saber sintetizar el sentido de la información procedente de fuentes diversas, manejar una variedad de herramientas para realizar sus tareas, discernir los mensajes y significados de imágenes y vídeos y, cómo no, resolver problemas de su vida cotidiana. Y no tanto a sobrevalorar la memorización mecánica de la información disponible. El currículo obligatorio que sirve de excusa habitual para disculpar la falta de creatividad y alegar que deja muy escaso espacio para la innovación educativa, no lo es tal. Aunque deba contarse con él, cabe mucha originalidad y mucha más en la evaluación. Para nada son “obligatorias” las pruebas objetivas, los exámenes memorísticos ni se pro-

híben las autoevaluaciones o la valoración en equipo… Queda mucho espacio para innovar en cuanto a la evaluación y, si no lo hacemos, seremos vistos como lo harán los siguientes protagonistas, adolescentes del futuro, en una narración que realiza una docente, Andrea Cecilia Ramal, investigadora del Centro Pedagógico Padre Arrupe de Río de Janeiro y autora de “Histórias de Gente que Ensina e Aprende”, sobre un escenario que probablemente ocurra en menos tiempo del que ella misma prevé: “Estamos em 2069, num ambiente de estudo e pesquisa, antigamente chamado de “sala de aula”. Os aprendizes têm entre 12 e 16 anos e conversam com o dinamizador da inteligência coletiva do grupo, uma figura que em outras décadas já foi conhecida como “professor”. Eles estão levantando e confrontando dados sobre os Centros de Cultura e Saberes Humanos (ou, como diziam antes, as “escolas”) ao longo dos tempos. Admirados, não conseguem conceber como funcionava no século passado, um

ensino que reunia os jovens não em função dos seus interesses ou temas de pesquisa, mas simplesmente por idades. O orientador de estudos lhes fala da avaliação: ela classificava os alunos por números ou notas segundo seu desempenho e em função disso eles eram ou não “aprovados” para o nível seguinte. Os aprendizes ficam cada vez mais surpresos. Como determinar “níveis de ensino?” Como catalogar “fases de conhecimento?” O que seriam “etapas” escolares? Em que nó da rede curricular eles se baseavam para fundamentar isso? A surpresa maior se dá quando descobrem que essas avaliações ou “provas” eram aplicadas a todos os estudantes do grupo. A MESMA PROVA? - espantam-se todos. Não conseguem conceber uma situação em que todos tivessem que saber exatamente os mesmos conteúdos, definidos por outra pessoa, no mesmo dia e hora marcados. “Eles não ficavam angustiados?“ -comenta um aprendiz com outro-. Os jovens tentam se imaginar naquela época: recebendo um

conjunto de questões a resolver, de memória e sem consulta, isolados das equipes de trabalho, sem partilha nem construção coletiva. Os problemas em geral não eram da vida prática, e sim coisas que eles só iriam utilizar em determinadas profissões, anos mais tarde. Imaginando a cena, os aprendizes começam a sentir uma espécie de angústia, tensão, até mesmo medo do fracasso, pânico de ficar na mesma série, de ser excluído da escola… “Assim eu não ia querer estudar”, diz um deles, expressando o que todos já experimentam... Mas em seguida, envolvidos por outros temas da pesquisa, o grupo inicia uma nova discussão ainda mais interessante, e todos afastam definitivamente da cabeça aquele estranho pensamento. Nuestra autora indica a continuación que el único dato ficticio de la narración es que transcurre en 2069 porque cree, como nosotros mismos, que ese cambio ocurrirá inevitablemente en la escuela. Y, ciertamente, podrá ser antes o después, el tiempo depende de

los profesores, de la visión más o menos abierta de las instituciones educativas, pero en todo caso, las prácticas escolares tradicionales no van a poder mantenerse en la era digital. A eso aspiramos y a que la evaluación, incorporada como una cultura de los centros educativos, se convierta en el mejor instrumento de aprendizaje para estudiantes y docentes. K Florentino Blázquez Entonado _ Profesor Emérito. Coordinador del Programa de Mayores de la Universidad de Extremadura

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Satélite português está a ser testado em Castelo Branco

6 O laboratório aeroespacial do grupo ISQ em Castelo Branco vai testar, a partir deste mês, o primeiro satélite português que está a ser desenvolvido através de um consórcio de diferentes entidades. O anúncio foi feito pelo presidente do ISQ, Pedro Matias. O projeto de construção deste satélite revela, no seu entender, a capacidade do nosso país, em envolver nove empresas portuguesas da área do espaço (casos da Tekever, Active Space Technologies, Omnidea, Active Aerogels, GMV, HPS, Spin Works), 150 investigadores, laboratórios de investigação e universidades (como por exemplo o ISQ, CEIIA, FEUP, FCTUNL, INL, IPN, IPTomar, ISR Lisboa, IT Aveiro e UBI). Nesta fase, o laboratório de Castelo Branco vai efetuar os ensaios da câmara multiespectral do Satélite Infante, “através da qual se irão captar imagens da terra e dos oceanos”, revela o ISQ. O Infante é, segundo aquele grupo, “o primeiro satélite integralmente concebido e construído em Portugal para observação da Terra, com especial foco nas aplicações marítimas, prevendo-se que esteja em órbita a partir de 2020”. Além do laboratório do ISQ em Castelo Branco, neste projeto está também envolvida a Universidade da Beira Interior. Este satélite terá três funções de observação da Terra associadas, a saber: vigilância marítima,

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Pedro Matias, presidente do ISQ

Como é o satélite 6 O satélite Infante tem o formato de um pequeno paralelepípedo. De acordo com o ISQ “será o primeiro de uma futura constelação de 12 satélites idênticos a ser construídos e lançados após 2020. Será a primeira rede de satélites portuguesa para fazer monitorização dos oceanos e da Terra”. Os ensaios que este mês começam a ser feitos no ISQ serão da responsabilidade do laboratório albicastrense, mas o projeto da câmara “multiespectral está a cargo da empresa aeroespacial portuguesa Spin.Works. Uma empresa que foi responsável pelo desenho e desenvolvimento de todos os componentes óticos, estruturais, de eletrónica e de software. Neste contexto, foi já concluída a fase de integração e de testes de uma primeira versão do instrumento (denominada modelo de engenharia – EM), que inclui praticamente todo o hardware e software finais – com a excepção da estrutura principal da câmara. Estima-se que o TRL (Technology Readiness Level) deste instrumento esteja atualmente no nível 6”, esclarece o ISQ.

com a identificação de navios no Atlântico e reporte de alertas; monitorização ambiental, monitorizando os fenómenos ambientais de evolução lenta (como derrames de óleo ou proliferação de algas); deteção e monitorização de eventos extremos, através da deteção e monitorização de fenómenos de rápida evolução (por exemplo, incêndios, inundações, eventos meteorológicos extremos ou outros). Pedro Matias, presidente do ISQ, em nota enviada ao nosso jornal, explica que “a construção deste microssatélite vem demonstrar a capacidade e a maturidade da indústria nacional de desenhar, construir, integrar, testar e operar um demonstrador de um microssatélite em órbita baixa”. Aquele responsável esclarece que “o ISQ tem a seu cargo a garantia de qualidade transversal a todo o projeto bem como a atividade de planeamento e testes de desenvolvimento de tecnologia de sistemas”. Mas afinal o que está a ser ensaiado nos laboratórios aeroespaciais de Castelo Branco? O ISQ explica que se trata da “câmara multiespectral do Satélite Infante. Trata-se de um instrumento ótico miniaturizado que permite captar imagens da Terra e dos oceanos no espectro visível e com muito alta resolução”. O ISQ adianta que “a câmara distingue-se de outros instrumentos semelhantes pela capa-

cidade de adquirir, processar e comprimir imagens em tempo-real a bordo, de forma a minimizar o volume de dados enviado para o chão”. Aquele grupo revela que “o hardware de processamento usado para este fim é idêntico ao utilizado em projetos anteriores com a Agência Espacial Europeia (ESA), no contexto do desenvolvimento de tecnologias aplicáveis a missões de aterragem planetária (lua, marte e pequenos corpos)”. Pedro Matias recorda que “os testes a realizar no ISQ se enquadram num plano de verificação e refinamento dos modelos estruturais usados no projeto, com vista à construção dos modelos de qualificação e voo com recurso a materiais termicamente muito estáveis (um requisito fundamental para garantir o normal funcionamento deste instrumento no espaço)”. Neste processo, o “Plano de Verificação inclui ainda os testes de integração que vão confirmar o funcionamento de todos os subsistemas após a sua montagem na plataforma do satélite. Esta atividade iniciar-se-á no final deste ano, estando a qualificação da câmara multiespectral do Infante para a sua operação no espaço prevista para o primeiro semestre de 2020, após uma bateria adicional de testes que terá lugar nas instalações do ISQ”, adianta o grupo. K


edições

gente e livros

Novidades literárias

J. K. Rowling

7 D. QUIXOTE. Hotel Melancólico, de María Gainza. Depois do sucesso internacional de «O Nervo Ótico», a argentina María Gainza regressa com uma nova obra. Cansado de a ver desocupada, o tio da narradora arranja-lhe um emprego num banco para trabalhar com uma avaliadora de obras de arte. E, contra todas as expectativas, o ofício torna-se absolutamente fascinante, não só pelas incríveis descobertas que faz sobre falsificações, mas sobretudo pelas histórias secretas que a chefe acaba por lhe contar. Uma das quais é a do Hotel Melancólico, onde viviam artistas que copiavam quadros para ganhar a vida e por onde passou a misteriosa Negra, figura central deste romance, que falsificava sobretudo a obra de Mariette Lydis, a pintora a quem a altasociedade de Buenos Aires encomendava os retratos.

CÍRCULO DE LEITORES. Porque Pensamos o Que Pensamos, de Alain Stephen. O copo está meio cheio ou meio vazio? O que é a felicidade e como se alcança? Estas são algumas das questões que ocuparam e exasperaram alguns dos maiores pensadores da civilização. O autor Alain Stephen procura explorar algumas destas questões essenciais e mostrar-nos como estas ideias e conceitos foram evoluindo ao longo dos tempos. Um livro que oferece muita matéria para reflexão, tanto ao filósofo amador como ao mais esclarecido.

GUERRA & PAZ. Guia Para Seres o Melhor Aluno, de Jorge Rio Cardoso. Milhares de alunos de todo o país vão poder melhorar os seus resultados com o método inovador do Prof. Jorge Rio Cardoso. O essencial para ser melhor aluno em todos os níveis de ensino é condensado neste guia simples, prático e eficaz. Com base em 16 técnicas, é possível cada aluno criar o seu próprio método de estudo, adequado ao ano que frequenta e às suas características. Este livro apresenta soluções para as mais diversas dificuldades e pretende ajudar cada estudante a ultrapassar os obstáculos e a obter melhores resultados. K

7 Joanne “Jo” Rowling, mais conhecida como J. K. Rowling, é a autora britânica da série literária Harry Potter. A série é constituída por sete livros publicados entre 1997 e 2007, a qual já vendeu mais de 500 milhões de exemplares em todo o mundo e deu origem a oito grandes produções cinematográficas. Rowling nasceu em Yate, Inglaterra, em 1965. A ideia de escrever a série Harry Potter surgiu-lhe durante uma viagem de comboio entre Manchester e Londres, em 1990. Durantes os sete anos seguintes, Rowling enfrentou a morte da mãe, o nascimento da sua primeira filha, o divórcio do seu primeiro marido e problemas financeiros. Em 1997 finalizou então “Harry Potter e a Pedra Filosofal” e abria caminho para a série literária de maior sucesso de sempre. Com o êxito de Harry Potter, o nome J. K. Rowling tornou-se famoso em todo o mundo e a autora tornou-se milionária. Desde então, Rowling já escreveu quatro livros para o público adulto, “Morte Súbita” (2012) e, sob o pseudônimo de Robert Galbraith, “O Chamado do Cuco” (2013), precedido por “O Bicho-da-Seda” (2014) “Vocação Para o Mal” (2015) e “Branco Letal” (2018).

facebook.com/JKRowling/ H

A autora escreveu ainda três livros cujas receitas revertem a favor de instituições de solidariedade: “O Quidditch Através dos Tempos”, “Monstros Fantásticos e Onde Encontrá-los” (a favor da Comic Relief) e “Os Contos de Beedle, o Bardo” (a favor da Lumos).

Em 2016, J. K. Rowling colaborou com o escritor Jack Thorne e o encenador John Tiffany na peça de teatro intitulada “Harry Potter e a Criança Amaldiçoada Partes Um e Dois”, em cena no Palace Theatre, em Londres, e no Lyric Theatre, na Broadway, em Nova Iorque. O reconhecimento obtido por J. K. Rowling traduz-se em diversas distinções. É a autora britânica com o maior número de vendas, chegando a mais de 238 milhões de libras em livros vendidos, com uma fortuna estimada em mais de 500 milhões de libras. Em 2007, a revista Time nomeou-a Pessoa do Ano, enaltecendo a inspiração social, moral e política que transmite com a sua obra. Em outubro de 2010, Rowling foi nomeada “Mulher Mais Influente da Grã-Bretanha” pelos principais editores de revista e, no mesmo ano, foi classificada como a 40ª pessoa mais poderosa pela revista Forbes Atualmente, J. K. Rowling apoia diversas instituições de caridade, tais como a Comic Relief, a One Parent Families, a Multiple Sclerosis Society of Great Britain e a Lumos (criada pela própria). K Tiago Carvalho _

António Salvado

Edições RVJ

Novo livro com títulos esgotados

Serra do Caramulo com novo guia

7 O último livro do poeta albicastrense António Salvado foi apresentado no passado dia 7 de novembro no Instituto Politécnico de Castelo Branco. Uma sessão cultural preenchida com a leitura de poemas do livro pelo grupo de teatro Váatão e pela música de José Filomeno Raimundo, Pedro Ladeira e Miguel Carvalhinho. O livro foi apresentado por Rui Monteiro, responsável pela arte gráfica desta obra e docente no Instituto Politécnico de Castelo Branco. Na cerimónia, António Fernandes, presidente do IPCB, e José Al-

7 O Guia a Flora Vascular da Serra do Caramulo, da autoria de Pedro Ribeiro, com a coordenação de Luís Costa e a colaboração de Margarida Morgado, acaba de ser editado pela RVJ Editores. A obra de 152 páginas constitui um excelente instrumento de campo e apresenta a flora daquele território. A obra foi desenvolvida no âmbito do projeto de cooperação internacional “Green Economy”, o qual envolve grupos de ação local de Portugal, Finlândia, Suécia e Luxemburgo. Para a

ves, vice-presidente da Câmara de Castelo Branco, destacaram a dimensão do poeta António Salvado, considerando-o um património da cidade e do país. «Sirgo IV», editado pela RVJ Editores, reúne um conjunto de títulos esgotados, editados entre 1955 e 2015. Na mesma ocasião foi também apresentado e distribuído aos presentes o livro «Leituras IX», que agrega textos que desde 1994 António Salvado vem fazendo mediante uma diversidade temática que recolhe textos relativos à literatura, a história, à arte, à museologia e à antropologia. K

sua concretização foi decisiva a ação da associação de desenvolvimento local ADICES . A apresentação foi feita no Hotel do Caramulo precisamente para os parceiros internacionais. Para a ocasião foi elaborado um catálogo em Português/ Inglês com o resumo do guia. Na sessão participaram o coordenador da Adices, João Figueiredo, o presidente do Centro de Estudos e Interpretação da Serra do Caramulo, Luís Costa, o editor, João Carrega e o presidente da Câmara de Tondela, José António Jesus. K

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pela objetiva de j. vasco

press das coisas Huawei FreeBuds 3 3 Os HUAWEI FreeBuds 3 são auriculares sem fios com cancelamento inteligente de ruído. Num mercado em expansão, estes airbuds prometem rivalizar com os Airpods da Apple, na qualidade do som e na elegância do design. Disponível em branco e em preto, o FreeBuds 3 encaixa-se nos seus ouvidos para um uso mais confortável e estável, enquanto fornece um som profundamente focado. K

Aldina Duarte «Roubados»

28 7 Num ano em que se continuou a falar de turismo em Portugal, o elétrico “28” não parou no seu circuito fechado do Martim Moniz ao Martim Moniz, subindo à Graça, passando pelo Miradouro de Stª Luzia, pela Sé desce ao Tejo, junto à Praça do Comércio, desliza pela Rua da Prata, entra na Figueira e já está, uma pequena mostra do casario tradicional da cidade de Lisboa. O “28” sempre cheio de “estrangeiros a espreitar pelas janelas, muitas vezes distraídos dos seus haveres”. Este elétrico também faz parte decisiva da recuperação económica do país. K

3 Um disco improvável de Aldina Duarte, no ano em que celebra 25 de carreira. O novo trabalho da fadista portuguesa não tem nenhuma letra escrita por ou para si e não inclui nenhuma melodia do Fado Tradicional, ao contrário do que sucede nos seus discos anteriores. Aldina Duarte assume a reconstrução e desconstrução de 12 fados originais feitos para alguns dos fadistas mais importantes da história do fado, aos quais chama versões. K

Prazeres da boa mesa

Caldinho de perdiz assada, feijão-arroz e croutons de alecrim 3Ingredientes: 1 Perdiz 2 Gotas de Óleo Essencial de Esteva AROMAS DO VALADO 80g de Cebola (1 cebola média) 8g de Alho seco (1 dente de alho grande) 20g de Alho-porro 2 C. de Sopa de Azeite 40g de Feijão-Arroz Cozido 1 Fatia de Pão de Penha Garcia em pequenos cubos 1 cubo de Caldo de Carne 100 ml de Vinho Tinto Beirão Q.b. de Sal Marinho Q.b. de Pimenta Preta de Moinho 1 C. Sopa de Manteiga 2 Gotas de Óleo Essencial de Alecrim AROMAS DO VALADO 3 l Água Pimentão Preparação: Amanhar a perdiz e temperar com sal e pimenta; introduzir os legumes cortados, o azeite, o vinho, o pimentão e as gotas de óleo essencial de esteva. Deixar marinar durante 2 horas. Decorrido esse tempo, levar ao forno o preparado a 170ºC até ficar dourado. Depois de assado e dourado, juntar ao conteúdo do tabuleiro o caldo de carne e

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Chefe Mário Rui Ramos _ Executive Chef Alunos das aulas práticas de cozinha (IPCB/ESGIN) Sérgio Rodrigues e alunos de fotografia (IPCB/ESART) Helena Vinagre (Aromas do Valado) Publicidade

3 litros de água. Levar a lume brando até reduzir a um terço. Passar pelo passador e depois num filtro de café. Desfiar a perdiz e juntar ao caldo com o feijão-arroz cozido. Saltear o pão na manteiga juntamente com o Óleo Essencial de Alecrim, até ficar dourado e crocante. Reservar. Deixar cozer 2 minutos, retificar os temperos e corrigir, se necessário. Servir com os croutons à parte. K


BOCAS do galinheiro

Peter Handke, escrita, cinema e nobel 7 A Academia Sueca não atribuiu o Prémio Nobel da Literatura em 2018, na sequência da revelação de que o marido de um dos membros da academia, fora acusado de ter assediado sexualmente e de ter divulgado antecipadamente alguns nomes de escritores que viriam a receber o Nobel. Assim, este ano, em vez de um, houve dois galardoados. A polaca Olga Tokarczuk, que arrecadou o galardão do ano passado e o alemão Peter Handke o de 2019. Se a consagração da polaca é pacífica, como disse a Academia, “revela um notável dom da imaginação com um alto grau de sofisticação artística”, já quanto a Handke e apesar de sublinhar que “a arte peculiar de Handke é a extraordinária atenção às paisagens e à presença material do mundo, que fez do cinema e da pintura duas de suas maiores fontes de inspiração”, ao anúncio da Academia seguiu-se forte contestação, nomeadamente de lideres da Bósnia, Kosovo e Albânia que condenam a atribuição do prémio por o escritor ter apoiado a Sérvia durante conflitos da ex-Jugoslávia, bem como o facto de ter discursado no funeral do ex-ditador jugoslavo Slobodan Milosevic, em 2006, aos quais se juntou a voz dos também escritores Joyce Carol Oates, Salman Rushdie e Slavoj Zizek. Nascido em 1942, em Griffen, no estado austríaco de Caríntia, abandonou os estudos na faculdade de direito para se lançar na escrita e desde cedo as suas obras causaram polémica, não só pelo seu cunho provocador (em “Insulto ao Público”, uma peça teatral, os actores mimoseavam a plateia com um chorrilho de epítetos nada agradáveis), mas pelo seu posicionamento político que terá atingido o topo no caso da guerra dos Balcãs. Mas, para além da sua obra publicada, é no cinema que tem inegavelmente um lugar de destaque, principalmente na sua parceria com Wim Wenders. A ligação do cineasta com o escritor começa em 1972 com a adaptação da novela homónima de Handke em “A Angústia do Guarda Redes no Momento do Penalty”, premiado nesse ano no Festival de Veneza, a que se seguem, em 1975, “Movimento em Falso”, sobre as deambulações de um escritor pela então Alemanha Ocidental, com argumento de Peter Handke, baseado numa novela de Johann Wolfgang Goethe, em 1987. Porém, aquele que será o ponto alto da colaboração dos dois no cinema é “As

IMDB H Asas do Desejo”, de 1987. Dois anjos deambulam por Berlin e observam os mortais, captando os seus pensamentos, ao mesmo tempo que descobrem por todo o lado uma certa tristeza, indiferença e uma profunda incomunicabilidade, ou seja, os personagens de Wenders/Handke são silenciosos, sem identidade, sem pátria, em constante movimento. Aqui, numa cidade. Só que essa cidade não é uma cidade qualquer. É Berlin antes da queda do muro. Uma cidade, como disse Wenders “a verdadeira no man’s land, onde o Este e o Oeste se tocam. De um lado sente-se a enorme influência de uma doutrina, diria que estamos já um pouco em Moscovo; do outro temos por vezes a impressão de que estamos no 51º Estado americano”. Uma cidade que foi devastada por uma guerra e que, para acentuar a tal incomunicabilidade, dotaram-na de uma barreira física: o muro. Ora em “As Asas do Desejo” os anjos veem os humanos mas também não lhes podem tocar, se bem que algumas vezes consigam interferir positivamente no seu destino, cumprindo aqui o seu papel preferido: o de anjos da guarda! Só que, como todos os guardiões, nem sempre são bem sucedidos: a vontade do homem às vezes é superior. Ora, não tinha o muro guardas de um lado e de outro? O que, po-

rém, não evitou a sua queda. A vontade, o desejo, conseguem vencer barreiras. Ora, é essa vontade, esse desejo, essa esperança que “As Asas do Desejo” nos traz. Ao fim e ao cabo é a errância entre os muros, os físicos e os espirituais. Ambos terão que ser derrubados. È preciso é desejá-lo. Daí que Damiel seja aqui e ali assaltado pela ideia de se tornar humano, o desejo de sentir, de tocar, de ver as cores, mas, sobretudo, amar aquela trapezista por quem se apaixonou. É assim que, para além de ser um filme magnífico, “As Asas do Desejo” é um monumento erguido ao sonho e à esperança. Mesmo com um preço muito caro a pagar, a mortalidade, os anjos querem ser humanos. Afinal vale a pena viver a vida e correr esse rico. Peter Falk fizera a sua opção há 30 anos e não está arrependido. Lá está! Escrito por Wim Wenders e Peter Handke, “As Asas do Desejo” é interpretado por Bruno Ganz que reencontra Wenders dez anos depois de “O Amigo Americano”, ao lado de Solveig Dommartin, companheira do cineasta, aqui na sua estreia no cinema, Peter Falk, ele mesmo, Otto Sander, o anjo Cassiel e o veterano actor e encenador Curt Bois, no papel de Homer, filme que marca o regresso de Wim Wenders a Berlin, onde não rodava havia vários anos.

Mais recentemente Wenders dirigiu “Os Belos Dias de Aranjuez” (2016), adaptação de uma peça do Nobel de 2019. Como pano de fundo um belo dia de Verão. Um jardim. Um terraço. Uma mulher e um homem debaixo das árvores, com uma suave brisa de Verão. Ao longe, na vasta planície, a silhueta de Paris. Uma longa conversa entre um homem e uma mulher, que é ao mesmo tempo uma deambulação pelos temas favoritos de ambos, o amor, a liberdade e a beleza. Peter Handke também se atreveu na realização com “A Mulher Canhota”, de 1978, em que adapta uma novela sua e se socorre de Bruno Ganz para o principal papel, ao lado de Edith Clever e em 1992 coloca na tela quatro pessoas – o velho, a mulher, o soldado e o jogador – a viajarem para um deserto desolado além dos limites de uma cidade sem nome, filme nomeado para o Leão de Ouro no festival de Veneza, de novo com Ganz, aqui acompanhado de Jeanne Moreau. Wim Wenders, sobre a atribuição do Nobel a Peter Handke, “Quem mais, senão ele?” Até à próxima e bons filmes! K Este texto não segue o novo Acordo Ortográfico

Luís Dinis da Rosa _

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Rita Ruivo

Psicóloga Clínica (Novas Terapias)

Ordem dos Psicólogos (Céd. Prof. Nº 11479)

Av. Maria da Conceição, 49 r/c B 2775-605 Carcavelos Telf.: 966 576 123 | E-Mail: psicologia@rvj.pt

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jardim de infância Harpa

O papel edificador da natureza na escola 6 Tendo a Escola do Jardim do Monte o privilégio de se situar numa quinta, cuja biodiversidade oferece a possibilidade de experiências de aprendizagem e vivências enriquecedoras do desenvolvimento humano em contexto de floresta, de cultivo agrícola segundo a biodinâmica, de proteção de flora e fauna espontâneas em zona seca e zona húmida, tem vindo, ano após ano, a inserir a sua prática pedagógica na riqueza do mundo natural que a envolve. Cada vez mais a sala de aula situa-se no exterior onde se olha a natureza como a grande mestra que responde com sabedoria às necessidades do crescimento humano, no âmbito individual e social. A forma como o mundo vegetal e animal funciona para encontrar respostas adequadas às suas necessidades, cultivando ao mesmo tempo dinâmicas de cooperação e interajuda, que não só lhes permite partilhar um desenvolvimento saudável como proteger a essência vital que lhes permite existir, passou a ser mais conscientemente uma fonte de estudo e aprendizagem para toda a comunidade escolar, nomeadamente para os nossos alunos e professores. Num momento atual da vida do homem na terra, dominada por ameaças que decorrem exatamente da falta de um olhar respeitador

sobre o mundo natural, o projeto pedagógico da nossa escola, no âmbito da Pedagogia Waldorf, que pretende efetivamente contribuir para uma transformação social através do futuro desempenho dos seus alunos como cidadãos que possam atuar com uma consciência livre em prol da Vida e da Humanidade, definiu como intenção do seu trabalho para este ano letivo o seguinte tema: «A função edificadora que o espaço natural da escola desempenha na educação do ser humano, enquanto responsável pelo futuro da humanidade.» Abrimos o ano letivo com formação interna para todos os colaboradores, que integrou, para além de uma abordagem holística da vida natural circundante, exercícios de observação fenomenológica e expressão artística de manifestações

da natureza, segundo o método goetheanístico. A vivência individual desse trabalho prático foi depois partilhada de forma a permitir integrar as suas conclusões na visão que a Pedagogia Waldorf tem do ser humano e respetivas necessidades em cada fase do seu desenvolvimento. No sentido de aprofundar este trabalho e permitir-lhe inspirar toda a prática pedagógica e social da escola, delinearam-se formas de atuação no dia-a-dia da escola que fortalecessem os laços entre a vida da natureza e a consciência humana, levando-a a um trabalho interior de autoeducação para acordar novas capacidades e competências que permitam harmonizar a nossa forma de estar e de ser com vista a um futuro globalmente sustentável. Contamos para este trabalho,

não só com a capacidade de observar com respeito e deslumbramento todos «os seres» da natureza, como também com a exigência de, em qualquer área do saber, o professor ter desenvolvido a capacidade de o abordar de forma artística, em que o Belo desempenha a grande motivação da aprendizagem até à adolescência – capacidades essas inerentes à formação pedagógica do professor Waldorf. Mas contamos também com a inestimável ajuda de colaboradores que desempenham tarefas diretamente ligadas à vida da natureza (segundo os princípios da visão biodinâmica) que doravante serão o elemento constante de ligação entre o decorrer da vida na terra e o da vida na escola, fornecendo a esta a informação do que acontece naquela, necessidades a responder, lições a aprender, observações e descobertas a realizar para que uma ponte sólida se estabeleça entre ambas. O professor, na medida do possível terá que integrar tudo isso no seu trabalho, permitindo aos seus alunos religarem-se não só pelo sentir, mas também pelo pensar e pelo atuar à grande casa que habitamos. Para além das atividades já existentes que, ao longo do ano, seguem os seus ritmos a nível do trabalho na terra – preparar o terreno, semear, cuidar, colher, transformar

produtos vários para uso alimentar ou terapêutico – do trabalho com animais – da tosquia da lã até à fabricação do fio e respetiva coloração natural – vamos começar a recolher sementes de árvores para reflorestação, delimitar zonas de transição para observação e preservação de plantas autóctones, elaborar diários de campo que testemunhem a evolução de uma planta, a vida de uma árvore, as modificações num espaço natural, ao longo da estações do ano, no sentido de compreender a forma como cada espécie ou ecossistema coexistem e enfrentam as condições exteriores circundantes, estabelecendo assim um vínculo afetivo com o mundo natural. Esse diário incluirá várias abordagens: mais descritivas, mais literárias, ilustrações artísticas, estudos comparativos com outras formas de vida na terra ou outras formas de adaptação a condições exteriores diferentes, para além da relação da localização da sua existência e a intervenção do homem ao longo do tempo. As várias áreas do curriculum estarão contempladas nestas abordagens, permitindo uma relação viva com os saberes mas, principalmente uma relação anímica e edificante com a natureza. K Leonor Malik _ Jardim de Infância Harpa

As ESCOLHAs DE VALTER LEMOS Nissan Micra-machine 3 A Nissan é uma marca japonesa que entrou em Portugal há umas dezenas de anos com a designação Datsun, tendo apresentado modelos que ficaram ícones da indústria automóvel como o 1200 e o 1600 SSS. Hoje a Nissan é uma marca do grupo franco japonês Renault/ Nissan e foi responsável pela enorme expansão dos veículos tipo SUV, com o êxito do Qashqai, que liderou durante vários anos as vendas daquele tipo de veículos em Portugal e na Europa, continuando hoje a ser uma referência na classe. Antes da fusão entre a Renault e a Nissan, os modelos desta apresentavam um design de gosto duvidoso para os padrões europeus. Mas, após a fusão, a Nissan sofreu uma revolução no design dos seus modelos que

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hoje se apresentam muito atrativos nos diversos segmentos. Um dos casos mais notórios é o do modelo Micra. Durante várias gerações o Micra foi o “patinho feio” dos citadinos e utilitários. Mas a última geração rompeu definitivamente com o design anterior e apresentou um carro de linhas muito atrativas,

que é um dos melhores exercícios de design dos utilitários atuais. Em 2019 a Nissan renovou o Micra ao nível mecânico, mas manteve as linhas interiores e exteriores, porque em equipa que ganha não se mexe. O novo motor do Micra é um 1.0 com versão atmosférica de 70 cv, sem turbo e 100 ou 117 cv, com

turbo, assegurando um bom comportamento estradista ainda que a versão atmosférica seja um pouco curta para viagens mais longas. Nas versões mais potentes existe também uma versão equipada com caixa automática. Os consumos andam nos 5 a 6,5 l/100 Km o que se pode considerar normal para o segmento. Conforme às tendências gerais

do mercado, desapareceram agora, no mercado nacional, as versões diesel do Micra, que anteriormente eram servidas (bem) pelo mais que provado 1.5 da Renault. Interiormente o Micra apresenta-se jovial, mas com acabamentos de bom nível e o espaço para passageiros é dos melhores do segmento. A bagageira comporta mais de 300 litros, o que também é um pouco acima da média. Também no preço o Micra é uma opção. Compete muito bem no segmento, começando nos 15500 euros para a versão mais básica e por mais mil euros tem uma versão mais potente e com computador de bordo e Android auto ou Apple car play e ecrã tátil de 7 polegadas. Os preços vão até um pouco acima dos 20 mil euros da versão N-Sport de 117 cv, passando pelos 17500 da versão com caixa automática. K


Prémio Voluntariado Solidário

Santander desafia academias 6 O Santander Universidades acaba de lançar a 4.ª Edição do Prémio de Voluntariado Universitário (PVU), numa iniciativa que tem por “objetivo incentivar cada vez mais a prática de uma cidadania ativa através do voluntariado e recompensar o esforço das Instituições do Ensino Superior e os jovens mais envolvidos nestas atividades”. Em nota enviada ao Ensino Magazine, o Santander Universidades explica que o Prémio pretende distinguir os projetos solidários dos estudantes do ensino superior. A Instituição de Ensino Superior que apresentar o maior número de candidaturas será também premiada com a Menção Honrosa “IES + Voluntária”. Tendo em conta a importância deste prémio, foi decidido reforçar o apoio financeiro nas diferentes categorias. Cada um dos três projetos vencedores receberá 4000 euros, enquanto os restantes sete finalistas terão direito a um prémio de mil euros cada. Existe ainda um Prémio PVU Comunicação para o vídeo finalista

O projeto apresentado pelo Politécnico de Portalegre foi um dos vencedores da edição de 2018.

com o maior número de votos online, no valor de mil euros. Para além disso, os três vencedores terão direito à mentoria de um diretor do Banco Santander, capaz de ajudar a identificar oportunidades, esclarecer dúvidas e definir planos de ação. Finalmente, recebem ainda apoio à comunicação e divulgação dos seus projetos. Na edição de 2018, foi criado um galardão de honra “IES + Vo-

luntária” que foi atribuído à Universidade do Porto por ter sido a instituição que apresentou o maior número de candidaturas ao prémio. À edição do ano passado candidataram-se 57 projetos, um número recorde de participação, sendo que mais de metade dos projetos de voluntariado tiveram como principal objetivo o combate à pobreza e à exclusão social. O júri do PVU é composto pelo

presidente do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP), António Fontainhas Fernandes, pelo presidente do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos (CCISP), Pedro Dominguinhos, pelo presidente da Associação Portuguesa de Ensino Superior Privado (APESP), João Redondo, pela administradora do Santander Portugal, Inês Oom de Sousa,

e pelo responsável pela área de Sustentabilidade do Banco, Rui Miguel Santos. A socióloga Cristina Louro assume novamente a presidência do júri deste prémio. No ano passado, foram premiados os projetos Amal Soap – Universidade Nova de Lisboa (que consistiu no desenvolvimento de um negócio social de produção e comercialização de sabonetes, inspirados na indústria Aleppo, para integrar e capacitar mulheres sírias, refugiadas em Portugal); O Meu Lugar no Mundo – Faculdades de Economia da Universidade do Porto e da Católica do Porto (que passa por apoiar o estudo de crianças e jovens em situação de vulnerabilidade económico-social da freguesia do Bonfim, Porto, contribuindo para o sucesso escolar, motivação e inclusão dos mesmos); e 8 Hours Overtime for a Good Cause – Instituto Politécnico de Portalegre (através do voluntariado de competências de estudantes de design, cria e produz peças de comunicação para entidades da economia social locais). K

Santander Universidades disponibiliza 800 mil euros

500 bolsas para alunos do superior

6 O Santander Universidades vai lançar mais de 500 bolsas até ao final de 2019, num valor que supera os 800 mil euros. Ao todo, são mais de 200 Bolsas Santander Futuro 2019/2020, que já têm as candidaturas abertas, num processo que decorre até 29 de novembro, para além de 100 Bolsas Santander Global e 200 Bolsas Santander IberoAmericanas. As Bolsas Santander Futuro 2019/2020 destinam-se a apoiar estudantes universitários com recursos económicos limitados – inscritos numa Instituição de Ensino Superior beneficiária de mecenato do Banco Santander e aderente ao programa – e que estejam determinados a prosseguir ou terminar um ciclo da carreira académica. Estas bolsas, num valor que pode ascender a mil euros, têm como objetivo contribuir para uma estabilidade financeira potenciadora de um melhor desempenho escolar dos beneficiários. O regulamento está disponível em Bolsas Santander. Só a Universidade de Coimbra vai distribuir 50 Bolsas Santander

Futuro pelos seus estudantes. O mérito escolar é um dos principais critérios, assim como a necessidade de apoio financeiro para os universitários poderem prosseguir os estudos no 1º e 2º ciclo do ensino superior. O facto de o candidato estar a estudar numa universidade localizada a mais de 50 km da sua residência, ou a existência de um quadro de necessidades especiais

educativas, são critérios de elegibilidade que podem ser escolhidos pelas instituições que participam no programa. Aderem a este programa do Santander Universidades mais de 15 Instituições de Ensino Superior Portuguesas, entre as quais a Universidade de Coimbra, a Universidade da Beira Interior, a Universidade de Évora, a Universidade de Trás-os-

Montes e Alto Douro, a Nova SBE, o Instituto Politécnico de Setúbal, a Universidade da Madeira, a Universidade dos Açores e a Faculdade de Motricidade Humana da Universidade de Lisboa. As candidaturas às Bolsas Santander Global 2019/2020 serão abertas em novembro e as Bolsas Santander Ibero-Americanas em dezembro. As primeiras são bolsas de

mobilidade global, dirigidas a alunos com mérito académico que necessitem de apoio económico para participar ou complementar outros programas de mobilidade como, por exemplo, o programa Erasmus. Serão atribuídas um total de 100 Bolsas Santander Global, num valor que pode atingir mil euros cada, a estudantes portugueses de instituições como a Universidade de Coimbra, a Universidade de Évora, o Instituto Politécnico de Setúbal ou a Academia Militar. As 200 Bolsas Santander IberoAmericanas 2019/2020 são para alunos que queiram fazer um semestre num país latino-americano e têm um valor pecuniário de 2300 euros cada. Um dos seus principais objetivos é contribuir para o desenvolvimento do Espaço Ibero Americano de Conhecimento através do intercâmbio de estudantes universitários. Neste momento, participam mais de 30 instituições de ensino superior portuguesas, num programa que traz anualmente a Portugal mais de 500 estudantes brasileiros e de outros países ibero-americanos. K

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