ENS - Carta Mensal 565 - Maio/Junho 2025

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Índice

EDITORIAL 1

SUPER-REGIÃO BRASIL

Jubileu das equipes, caminhada de fé e missão! 2

O encontro de dois sacramentos: Matrimônio e Ordem 3

Terceiro capítulo: Corações interpelados 4

Quarto capítulo: Corações confusos/incertos 5

75 anos de existência das Equipes de Nossa Senhora no Brasil 6

Encontro Nacional para Novos Responsáveis 2025 7

DATAS DO MOVIMENTO

Matrimônio de Nancy e Pedro 8

IGREJA CATÓLICA

Esperança, dom de Deus e serviço aos irmãos

O encontro de duas promessas

A Ascensão do Senhor é o tempo da comunidade cristã

Ação profética em nossa vida!

O mistério da Santíssima Trindade

O Coração que ama e ensina a amar

O Esposo sai ao encontro da sua Esposa

Francisco: o Papa da misericórdia e da família

Os pilares da fé e a missão

Quem é São João Batista?

“Somente uma alma que ora pode progredir na vida espiritual”

COMEMORATIVAS Celebrar o amor no matrimônio

O CONSELHEIRO NA CARTA “Um pouco da minha história”

Ser sacerdote conselheiro de uma equipe

Um chamado especial

TESTEMUNHO

No caminho de Emaús

Não existe matrimônio perdido

O sacerdote que assistiu nosso matrimônio foi quem nos fez o convite

Abertura no matrimônio

PARTILHA E PCE

A escuta da Palavra: alimento diário

Os desafios foram muitos, mas sem a Oração

Conjugal não saberíamos dizer como teria ocorrido

DATAS COMEMORATIVAS

Catequese sobre as mães (Papa Francisco)

ACESSE CARTA MENSAL ÁUDIO:

no 565 edição Maio/Junho 2025 N O T Í C I A S

Está sendo publicado somente na CM DIGITAL acesse pelo site ens.org.br CM 565

Carta Mensal é uma publicação periódica das Equipes de Nossa Senhora, com Registro na “Lei de Imprensa” N° 219.336 livro B de 09/10/2002. Responsabilidade: Super-Região Brasil – CR Super-Região Brasil Rose e Rubens; Equipe Editorial: Responsáveis: CR Carta Mensal Mirna e Sildson; Conselheiro Espiritual: SCE Carta Mensal: Pe. Antonio C. Torres; Jornalista Responsável: Vanderlei Testa (Mtb.17622), para distribuição interna aos seus membros. Edição e Produção: Nova Bandeira Produções Editoriais – Rua Tefé, 192 - Perdizes, São Paulo/SP - Fone 11 97574-9718 – e-mail: novabandeira@novabandeira.com – Responsável: Ivahy Barcellos; Revisão: Jussara Lopes; Diagramação, Preparação e Tratamento de imagem: Douglas D. Rejowski; Imagens: (Freeimagens/Pxhere/Unsplash/CanStockPhoto/Canva). Tiragem desta edição: 26.500 exemplares. Cartas, colaborações, notícias, testemunhos, ilustrações/imagens devem ser enviados para ENS – Carta Mensal, Av. Paulista, 352, 3° Conj. 36, CEP: 01310-905, São Paulo/SP ou através de e-mail: cartamensal@ens.org.br a/c Mirna e Sildson.

IMPORTANTE: consultar instruções antes de enviar o material – pedimos que acessem as instruções na aba/acesso Carta Mensal do site das Equipes de Nossa Senhora (www.ens.org.br).

Queridos equipistas, paz e bem!

Iniciamos a Carta Mensal compartilhando com cada equipista a felicidade de completarmos no dia 13 de maio os 75 anos de Equipes de Nossa Senhora no Brasil. Cada equipista tem uma história com o Movimento, com sua equipe, momentos de alegria junto aos irmãos, numa gravidez tão esperada; nos nascimentos de nossos filhos, netos; num emprego arranjado; nas coparticipações, nas informais. E, por que não, também nos momentos tristes em que os irmãos equipistas se fizeram presentes e nos sustentaram pelas mãos. Temos muitos motivos para agradecer as maravilhas que o Espírito Santo fez iluminando o casal Nancy e Pedro Moncau na busca do Padre Caffarel para iniciar o Movimento no Brasil. Acreditamos que nem eles poderiam imaginar a dimensão do gesto, do início da primeira equipe no Brasil até a dimensão de uma Super-Região. Inimaginável a mente humana, mas não para Deus que mais uma vez nos abençoa com as maravilhas que só quem vive verdadeiramente as Equipes de Nossa Senhora podem sentir. Vivamos esse ano celebrando o Jubileu das Equipes de Nossa Senhora no Brasil. Rezemos por todos os que se doaram para que o Movimento chegasse até aqui e por todos aqueles que ainda contribuirão para que o Movimento complete 100, 150 anos...

Paola e Gustavo, CRP Nordeste I, trazem a reflexão sobre o terceiro capítulo do tema de estudo, nos lembrando que o caminho dos dois discípulos de Emaús é também o nosso caminho. Graciete e Lindomar, CRP Centro-Oeste, trazem a reflexão sobre o quarto capítulo do tema de estudo, nos trazem a

percepção de que o Senhor caminha conosco, mesmo nos momentos difíceis e incertos das nossas vidas.

Esta edição da Carta Mensal está recheada de lindas matérias, os meses de maio e junho são meses especiais para nós católicos pois temos várias datas a celebrar. Celebramos Nossa Senhora de Fátima, a Ascensão do Senhor, Pentecostes, a Solenidade de Corpus Christi, o Mistério da Santíssima Trindade, a Solenidade do Sagrado Coração de Jesus. Comemoramos ainda os santos juninos: Santo Antonio, São João Batista, São Pedro e São Paulo e ainda Dia das Mães, Dia dos Namorados e o Matrimônio de dona Nancy e dr. Pedro Moncau.

Nesta edição destinamos um espaço especial, trazemos uma matéria que não gostaríamos que tivesse acontecido, mas que pelo amor e respeito temos a honra de estampá-la em nossas páginas. Padre Antonio Torres, SCE Carta Mensal, nos traz uma emocionante lembrança sobre a vida do nosso querido Papa Francisco: olhar atento aos mais necessitados, tanta atenção aos migrantes, tanto amor para com as famílias e com nosso Movimento das Equipes de Nossa Senhora, quantos acolhimentos nos fez, quanto amor nos deu através dos casais equipistas que o visitaram. A perda é grande, mas cremos na vida eterna e pedimos a Deus que o acolha em Sua Glória. Obrigado, Papa Francisco.

Mirna e Sildson CR Carta Mensal

O encontro de dois Sacramentos: Matrimônio e Ordem

Olá, queridos casais equipistas e conselheiros, a paz do Senhor esteja com vocês. Espero que todos estejam bem; estou rezando por todos.

Nesta reflexão, penso em falar um pouco sobre a nossa caminhada no Movimento e, principalmente, a presença do Conselheiro Espiritual nas Equipes de Nossa Senhora. Pois é sabido por todos nós que o Movimento começou com o desejo dos casais, que foram até o Padre Caffarel, buscando uma direção na caminhada espiritual do casal. Podemos dizer que não foi um Movimento criado por casais que convidaram um sacerdote a fazer parte, o Movimento surgiu de um encontro dos dois sacramentos que se atraíram: Matrimônio e Ordem. Um desejo de servir aos fiéis, outro no desejo de servir a Deus. Nós sabemos a resposta do Padre Henri Caffarel, de caminhar juntos.

Meus irmãos queridos, sabemos que no Movimento das Equipes de Nossa Senhora os responsáveis pelas equipes são os casais, e nós, os conselheiros, estamos juntos, fazendo parte da equipe de uma maneira diferente. Porém, o conselheiro é muito importante na equipe. O sacerdote, diz Santo Agostinho, é a pessoa de Cristo. Por isso, a reunião das equipes é muito importante, pois estamos reunidos em nome do Senhor Jesus Cristo, e o sacerdote é, de maneira visível, a pessoa de Jesus. O conselheiro espiritual é a pessoa de Cristo pelo sacramento da Ordem, lembrando do início, e os acompanhantes têm o seu valor de maneira especial, dando testemunho com sua vida, até mesmo com o carisma de sua congregação, e mostrando esse serviço de amor para

com os casais. E desde a primeira conversa, no início do Movimento, foram os casais e o padre. Nunca percamos esse sentido de união em nossas equipes.

Estamos celebrando os 75 anos do Movimento no Brasil e agradecemos a Deus pelos casais que iniciaram e pelos sacerdotes que, nesses anos, acompanharam as Equipes de Nossa Senhora.

Devemos agradecer a Deus pelos conselheiros, padres que, além de sua missão como sacerdotes, dão atenção ao Movimento, colaborando com tanto amor e dedicação. Também devemos agradecer os acompanhantes espirituais, tantas religiosas e diáconos permanentes que ajudam tanto o Movimento das Equipes. Sacerdotes Conselheiro Espirituais e os Acompanhantes Espirituais desempenham importante papel na vida dos casais e das Equipes, ajudam os casais no caminho da santidade, a santidade conjugal.

O Jubileu das Equipes de Nossa Senhora acima de tudo é o momento de celebrarmos (casais, viúvos(as), conselheiros e acompanhantes espirituais), de nos unirmos ainda mais em Cristo e, principalmente, momento de agradecer a Deus por esse Movimento bendito do qual participamos.

Deus seja louvado. Paz e bem a todos.

Pe. Toninho SCE SRB

“O que andais conversando pelo caminho?”

O caminho dos dois discípulos de Emaús é também o nosso caminho. No cotidiano da nossa vida passamos pelas desolações, angústias, incertezas. Nossa fé se transforma em um pequeno feixe de luz que já não nos ilumina a face, é curto e faz sombrio o nosso horizonte. Cessam as oportunidades, limitam as nossas atitudes, nos enchem de dúvidas, e incompreensões invadem nosso coração.

E no meio desta tempestade de tristeza, surge uma pergunta em nosso coração: Onde está Jesus? Como Ele não percebe tudo que me apavora e me tira a paz?

“Como sois tardos de coração...!” Lc 24,25

Temos um Deus que deseja estar conosco, que anseia e aguarda, pacientemente, pelo nosso convite: Vem, Jesus, fica conosco.

Nosso Deus é um Deus de muitas faces: um Deus discreto, um Deus que respeita a nossa vontade, um Deus que aguarda o nosso tempo, que não invade o nosso ser, mas que, ardentemente, deseja adentrar nossa alma. Um Deus que quer nos ouvir, ouvir o que está no íntimo do nosso coração... Um Deus que mesmo conhecendo tudo que habita o nosso ser, que inclina e silencia, para nos ouvir, para fazer a experiência do caminho conosco.

Um Deus que dialoga, que tem sede de nós, suas criaturas mais perfeitas e amadas.

Quem é esse Deus? O Deus do encontro, do relacionamento, que deseja firmar

Terceiro capítulo: Corações interpelados

laços de confiança e amizade, que se aproxima devagar, interpela-nos, segue conosco pelos caminhos da vida, sabe das nossas fragilidades, imperfeições... segue falando-nos de Sua vida, das escrituras, e mesmo ardendo nosso coração, somos incapazes de perceber que Ele está ao nosso lado, quer nos ouvir, nos consolar e animar...

No caminho de Emaús, ao longo daquele caminho, Jesus “atravessou as suas vidas. Ele as iluminou e transformou”. Pouco a pouco, foram sendo transformados.

Deus está sempre pronto a nos encontrar, a entrar na nossa existência, que está à espera da nossa experiência juntos, deste encontro que transforma toda a nossa vida, que tem um sabor e um perfume especial.

Um Deus que sacia nossa sede e acalenta o nosso coração.

“Nossos amores humanos exigem encontros, trocas, momentos de coração. É vital. Da mesma forma, pelo amor de Deus, ele murcha na alma do cristão que não reserva todos os dias momentos de encontro com o seu Senhor, momentos de troca, de intimidade, ou seja, de rezar.”

Pe. Caffarel

Paola e Gustavo CRP Nordeste I

A percepção da presença de Cristo

Chegamos neste quarto capítulo maravilhados com a beleza do tema de estudo deste ano, em que percebemos que o Senhor caminha conosco, mesmo nos momentos difíceis e incertos das nossas vidas. Nessas poucas páginas, vislumbramos o quão e por quantas oportunidades vivemos ou passamos por situações como estas, que deixam os nossos corações confusos e cheios de incertezas.

Às vezes, no decorrer da nossa caminhada pessoal e em casal, não conseguimos perceber a presença de Cristo, principalmente nos momentos de aflições e de dificuldades, quando ficamos como cegos, fragilizados, inseguros e desacreditados. E nestas situações, em que a nossa fé é testada, é a ocasião em que o inimigo se aproveita das nossas fraquezas. No entanto, também nestes momentos, o Senhor quer ser visto por nós como aquele que nunca nos abandona. E, na verdade, nunca nos abandonou e sempre se fez e se faz presente no meio de nós, caminhando conosco e, por vezes, até nos carregando no colo, nos momentos de dor e de desespero, como um Pai amoroso e misericordioso que é.

Não percamos de vista que Cristo nos ama acima de tudo, e nos ama verdadeiramente! São os nossos corações que muitas vezes são duros, fazendo com que fiquemos cegos, paralisados nas incertezas da vida, não compreendendo a

Quarto capítulo: Corações confusos/incertos

profundeza de todo esse amor. “Casal humano, minha criatura bem-amada, minha testemunha privilegiada, tu entendes porque tu és querido por mim entre todas as criaturas, tu entendes a imensa esperança que coloco em ti?” Padre Caffarel conseguiu, neste belíssimo texto, definir, com muita sabedoria e inspiração, o quão grande é esse amor de Deus pelo casal e por cada um de nós.

Nas ricas páginas deste capítulo do livro tema, vemos também e destacamos aqui um lindo testemunho de um casal, mostrando as transformações em sua caminhada de vida conjugal. O “antes”, quando viviam na escuridão, sem enxergar a presença de Deus, acreditando estar Ele distante e silencioso, e o “depois”, quando adentraram nas ENS, vivenciando as gentilezas que Deus tinha preparado para eles. E o mais importante, reconheceram, verdadeiramente, a presença contínua de Deus em suas vidas, mesmo nos momentos difíceis.

A presença do Senhor é a nossa força e é ela que alimenta a nossa fé. Precisamos, mais do que nunca, acreditar e confiar nos propósitos que Ele tem para cada um de nós!

Graciete e Lindomar CRP Centro-Oeste

75 anos de existência das

Equipes de Nossa Senhora no Brasil

Costumamos pensar, muitas vezes, que o futuro é algo muito distante e que precisa de perseverança e determinação para ser construido, mas na verdade e graças as pequenas ações - uma folha de papel colocada sobre a outra, dia após dia - e a muitos passos dados até hoje que conseguimos chegar até aqui 75 anos depois. É sempre muito gratificante, e ao mesmo tempo encorajador, olhar para o nosso passado tão belo e agradecer a Deus tudo o que nos foi concedido nesse tempo. É preciso sempre relembrar que por uma inspiração divina o casal Nancy e Pedro Moncau deu início a toda essa caminhada rumo à santidade a tantos casais e sacerdotes nas Equipes de Nossa Senhora em solo brasileiro.

Em seu livro ENS no Brasil - Ensaio sobre seu histórico, dona Nancy descreve com muita emoção esse início de caminhada das nossas equipes no Brasil. Reproduzimos alguns trechos dessas falas muito emocionantes.

[...] “Como pressentiu, nossas orientações são parentes próximos. L’Anneau d’Or e os grupos de casais que trabalham paralelamente a ele têm o objetivo essencial de ajudar os casais a tender para a santidade, nem mais nem menos”. (Padre Caffarel)

[...] “lendo sua carta tão amiga, tive a impressão de uma descoberta. E, alguns dias depois, folheando os Estatutos e as Cartas Mensais, minha reação foi francamente de emoção. Porque, segundo o meu parecer, é

exatamente isso que há muito tempo procurávamos!”. (Pedro Moncau)

[...] “Estava ansioso por saber qual seria o acolhimento à ideia do lançamento, aqui, das Equipes de Nossa Senhora. Temia que seu programa fosse considerado muito elevado. Mas não. Ele foi acolhido com o mesmo entusiasmo que senti. E o Pe. Diretor aprovou francamente a iniciativa. ” (Pedro Moncau)

[...] “Peço-lhe, sinceramente, juntar às intenções de seu ministério sacerdotal algumas orações para que o Senhor nos ajude a achar o caminho – o seu caminho – em nossos primeiros passos. E que suas equipes lembrem-se em suas orações que, em terra brasileira, a semente vai ser lançada. Espero que dentro de algum tempo a grande corrente da fraternidade que as anima aqueça alguns casais a mais... desse nosso lado.” (Pedro Moncau)

[...] “E assim traduzidos os documentos, a primeira equipe brasileira foi lançada em São Paulo a 13 de maio de 1950. Iniciada a caminhada esta primeira equipe foi, sem dúvida, a cobaia do Movimento. Nenhum de seus componentes conhecia o caminho pelo qual seguíamos, desejosos todos de viver uma espiritualidade conjugal sincera e profunda.” (Nancy Moncau)

Salve os 75 anos da ENS e que Deus por intercessão do Padre Caffarel continue a nos abençoar nessa caminhada.

Super-Região Brasil

Matrimônio de Nancy e Pedro

Uma história de amor – um legado para nós, casais cristãos

Era o dia 27/6 do ano de 1936 quando Nancy e Pedro Moncau uniram-se em matrimônio, iniciando uma história que daria vida ao Movimento das Equipes de Nossa Senhora no Brasil. Aquele jovem casal, sedento por perseguir um ideal de vida cristã no casamento, buscou, durante 14 anos, um apoio espiritual que os permitisse crescer na fé juntos, como marido e mulher.

Em 1950, numa conversa com o Padre canadense Marcel Desmarais, Pedro teve conhecimento das Equipes de Nossa Senhora que, até então, existiam apenas na França e na Bélgica. A esse respeito, nos diz D. Nancy: “Ora, foi Deus, na sua Providência, que conduziu as equipes até nós. Eram elas a resposta às nossas indagações, o caminho pelo qual tentaríamos atingir uma aproximação maior do casal entre si e com Deus, e nos daria os meios para formar, em nosso lar, o ambiente cristão que procurávamos” (O Sentido de uma Vida).

Assim, conduzidos pelo Espírito Santo e a partir de contatos mantidos com o Pe. Caffarel, D. Nancy e Pedro deram início ao Movimento das Equipes de Nossa Senhora no Brasil, sendo a

primeira reunião realizada no dia 13/5 de 1950.

Desde então, milhares de casais ingressaram nas equipes, movidos pelos ideais do Pe. Caffarel: “As equipes de Nossa Senhora têm por objetivo essencial ajudar os casais a tender à santidade. Nada mais, nada menos”. Profeta para o nosso tempo, Pe. Caffarel dizia ainda que “pelo sacramento do matrimônio, você se torna responsável pela santificação de seu cônjuge, a exemplo de Cristo que se encarna e que se constitui responsável pela salvação da humanidade”.

Dedicando suas vidas às equipes, D. Nancy e Pedro Moncau testemunharam em plenitude a vocação do casal à santidade, abrindo seus corações ao amor a Deus e ao próximo, sendo exemplo de vida cristã para todos nós. Viveram, até o fim, o ideal de lar cristão que almejavam desde o início do seu casamento. “Entrevejo nos lábios de muitos que porventura venham a ter conhecimento destas páginas um sorriso cético, de incredulidade: isso é um sonho, uma utopia; um lar assim não existe. E, no entanto, esses lares estão aí. Posso afirmar que nós dois, Pedro e eu, nos esforçamos por realizá-lo, dentro das nossas limitações” (O Sentido de Uma Vida).

Que, inspirados neste legado deixado por eles, possamos, também nós, viver em busca da santidade, avançando na espiritualização do nosso amor, para elevá-lo acima de nós mesmos, para depositá-lo aos pés de Jesus.

Ana Maria e Janio

ENS Aparecida, Brasília/DF

Província Centro-Oeste

Esperança, dom de Deus e serviço aos irmãos

O artigo da Carta Mensal nº 564 - 2025, “Que a esperança encha os vossos corações”, trata do pensamento do Santo Padre acerca do espírito do Ano Jubilar. O seu título tem origem na página inicial da Bula Papal: “A quantos lerem esta carta que a esperança lhes encha o coração.”

Esta frase incitou-nos a ler a “Spes non confundit” (Snc) e despertou-nos para a relevância do Jubileu 2025 em reavivar em nossos corações um impulso de esperança que nos faz a recordar, viver e celebrar que somos “peregrinos” neste mundo. O Ano Jubilar poderá ser para toda a Igreja uma intensa experiência de graça e esperança, como vemos nas três iniciativas jubilares, abaixo, levadas a termo pela Igreja.

1. As “Audiências Jubilares de sábado” lançadas pelo Papa em 11/1/25 irão acompanhar-nos neste Ano Santo, acolhendo fraternalmente os peregrinos vindos de todas as partes do mundo em busca de um novo começo.

Com o Jubileu, podemos recomeçar uma nova vida a partir de Deus, disse o Papa em sua mensagem de abertura, aos 8 mil fiéis e peregrinos lá presentes. A originalidade “que brilha em Jesus compromete-nos a servir, a amar fraternalmente e a nos reconhecermos 'pequenos'. Também nos volta para os mais pequeninos, para ouvi-los e ser a sua voz. Eis o novo começo, o nosso jubileu!”1

2. A Peregrinação é para a Igreja o elemento fundamental de todo o evento jubilar (Cf. Snc 5). Nele os peregrinos expressam com a sua peregrinação externa o desejo de um caminho interior que transforme e renove a sua existência.

O Vaticano espera acolher mais de 32 milhões de peregrinos durante o Ano Santo. Outros tantos milhões de pessoas

não conseguirão ir a Roma e, por isso, o Papa Francisco permitiu que em cada Diocese houvesse Igrejas Jubilares, onde católicos de todas as idades possam receber as graças das indulgências.

3. O “Jubileu há de ser um Ano Santo caracterizado pela esperança que não conhece ocaso, a esperança em Deus”, nos diz o Papa ao alertar-nos para que não percamos de vista a grandeza da nossa meta (Snc, 25).

A história da salvação é a história das intervenções do Senhor para arrancar o homem do mundo do pecado. Se por um lado ela mostra o mistério do mal, por outro, ela revela o mistério da infinita misericórdia de Deus que nos acompanha desde o início.

A Eucaristia nos leva sempre ao ápice da ação salvífica de Deus quando Jesus, pão partido, derrama sobre nós toda a sua misericórdia e o seu amor, como fez na cruz, renovando assim o nosso coração, a nossa existência e a forma de nos relacionarmos com Ele e com os irmãos.

Em Snc (23) nos é assegurado que o Sacramento da Penitência apaga nossos pecados.

A Reconciliação sacramental é indispensável no nosso caminho de fé. Por isso, nunca renunciemos à confissão, mas procuremos descobrir a beleza do sacramento da cura e da alegria, e a beleza do perdão dos pecados. Por fim, que a Igreja seja o lugar da misericórdia e esperança em Deus, o lugar onde todos se sintam acolhidos, amados, perdoados e encorajados.

Graça e Roberto ENS das Graças POA/RS Província Sul III

1 Papa Francisco. ”O Jubileu é um novo começo, a possibilidade de recomeçar a partir de Deus”. 1ª Audiência Jubilar do sábado, 11/1/2025.

O encontro de duas promessas

Crescemos na Paróquia Nossa Senhora das Graças em Itumbiara/GO e desde criança aprendemos a amar nossa querida mãezinha do céu e celebrar suas festas. Em maio, mês mariano, além do Dia das Mães temos as festas em louvor a Maria, Nossa Senhora de Fátima, Nossa Senhora Auxiliadora e finaliza com a visita de Nossa Senhora a Santa Isabel. Assim celebramos, em 31 de maio, a festa da Visitação da Bem-Aventurada Virgem Maria, o encontro de duas promessas.

O Evangelista Mariano São Lucas escreve com detalhes o encontro da Visitação no Evangelho de Lucas (Lc 1,39-56), que relata como Maria, após receber a notícia do anjo Gabriel de que seria a mãe do Salvador, partiu apressadamente para a cidade de Judá, onde Isabel, em sua velhice, também estava grávida. A chegada de Maria trouxe consigo uma explosão de alegria e bênção, pois quando Isabel ouviu a saudação de sua prima, o menino em seu ventre saltou de alegria e ela ficou cheia do Espírito Santo. Maria proclama a grandeza de Deus com o canto, o Magnificat, que é a oração diária de todos os equipistas.

São Lucas foi discípulo de São Paulo, não conheceu Jesus, mas conheceu sua mãe Nossa Senhora, contemplava-a com reverência: “Realmente, ela é a que não tem pecado, a que nasceu e viveu sem pecado, a que suportou o mal sem jamais ter sido tocada por ele. Ela conheceu a dor, mas não a culpa. Ela chorou, mas não por transgressões próprias. Ela amou, mas seu amor era puro como o luar. Ela caminhou entre o terror e o desgosto. Mas não há sombras em seu

espírito, nem impureza em suas mãos. Ela é bendita entre as mulheres”.

No encontro de Maria e Isabel tivemos também o encontro das duas promessas, o encontro entre Nosso Senhor Jesus Cristo e seu percursor São João Batista, nesse encontro São João Batista foi purificado e nascera também, assim como Maria e Jesus, sem o pecado original, sendo santo desde o ventre de sua mãe, e é por isso que a Igreja celebra o nascimento apenas de Jesus, Maria e João Batista.

Nós das Equipes de Nossa Senhora nos reunimos em nome de Cristo, temos a proteção de Maria e, conforme nosso carisma, buscamos a santidade em casal. Assim como João Batista teve seu encontro com Jesus na visita de Nossa Senhora e Santa Isabel, nós cônjuges tivemos nosso encontro com Jesus no sacramento do matrimônio e é na oração diária que teremos novos encontros com Cristo para buscar santificação conjugal.

Nossa Senhora da Visitação, rogai por nós.

Vanilza e Mauro Itumbiara/GO

Província Centro-Oeste

A Ascensão do Senhor é o tempo da comunidade cristã

No Credo, símbolo da nossa fé, professamos que Jesus Cristo “subiu aos céus, onde está sentado à direita do Pai”. Trata-se aqui de uma verdade de fé, cujo fundamento é precisamente a Sagrada Escritura.

Sendo assim, os Atos dos Apóstolos nos mostram que Jesus “foi elevado à vista deles e uma nuvem os encobriu”. E mais, “que enquanto estavam olhando para o céu, foram questionados por dois homens vestidos de branco sobre o motivo de continuarem olhando para o alto” (cf. At 1, 9-11).

Observa-se nestes versículos bíblicos que a Palavra de Deus não narra apenas esta maravilha divina da Ascensão do Senhor quando diz que Ele foi elevado ao céu numa nuvem – símbolo da presença de Deus no AT para dizer que Jesus agora pertence definitivamente à esfera de Deus –, mas também enfatiza a dimensão missionária dos discípulos.

Quer dizer, era encantadora e maravilhosa a visão da subida de Jesus Ressuscitado para o alto. Porém, havia chegado agora o momento de os discípulos do Ressuscitado descruzarem os braços, de ficarem olhando passivamente para o céu e enfrentarem com pulso e vigor, com ânimo e ardor a realidade que os

cercava com seus desafios. E para isso Jesus lhes deu a “força do Alto, isto é, o Espírito Santo” (Lc 24, 49; At 1,8).

Por conta deste aspecto missionário, a Palavra de Deus continua igualmente nos dizendo que somos homens e mulheres da Galileia, isto é, do Brasil, da região onde moramos, do mundo, comprometidos com a causa e os valores do Reino de Deus. De sermos esses discípulos e discípulas animados e fervorosos, criativos e dinâmicos, e, como Maria Santíssima, resilientes no processo da evangelização. E como o fazemos? Testemunhando Jesus Cristo com nossa vida cristã. Isto nos parece pouco? Penso que não! E não porque este é o método ensinado por Jesus Cristo para atrair os corações distantes d'Ele para Ele. Que o digam os pagãos convertidos no Império Romano pelo testemunho de fé dos primeiros mártires da Igreja!

Há de convir, por conseguinte, que a Solenidade da Ascensão do Senhor não nos priva de sua presença. Pelo contrário, oferece-nos modos novos de senti-Lo e de encontrá-Lo. Noutras palavras, a Solenidade da Ascensão do Senhor nos diz que com a partida definitiva de Jesus para junto de Deus Pai começou definitivamente também o tempo da comunidade cristã. É hora de agir. Vamos lá!!!

Frei José Luís Leitão

SCER Maranhão/PI

Província Nordeste I

Ação profética em nossa vida!

A Solenidade de Pentecostes não é apenas conclusão do Tempo Pascal, mas tem caráter profético, anuncia que a Páscoa do Senhor não se encerra, pois é constantemente atualizada na Igreja pela ação do Espírito Santo. Durante cinquenta dias temos sido conduzidos pedagogicamente à dimensão mais profunda da morte-ressureição do Senhor: os efeitos da ressurreição do Cristo-cabeça em nós, membros do seu Corpo. Na noite santa entrávamos na igreja acendendo nossas velas no Círio Pascal e proclamando a ressurreição do Crucificado. Agora, em Pentecostes não acendemos mais nossas velas, mas revestidos pela Força do alto, o Espírito Santo prometido, somos “acendidos” pelas suas línguas de fogo para realizar a missão que o Senhor nos confia: “Como o Pai me enviou, também vos envio. Dizendo isso, soprou sobre eles”.

Preparados por este tempo, mergulhados no Mistério Pascal que nunca se encerra, somos agora enviados. Esses 50 dias são um aprofundamento em que fizemos um percurso de interiorização para na intimidade com o Senhor e, ouvindo sua Palavra e repartindo o seu Corpo e Sangue, deixar-nos instruir por Ele em vista da missão. Pentecostes não é o último dia, mas o irromper de um princípio. Cada um de nós, tendo feito este percurso, precisamos ver Pentecostes como o abrir das portas, já não podemos mais estar de portas fechadas com medos, mas sair e anunciar claramente com nossa vida que aquele que estava morto agora vive eternamente e ressuscitado nos dá a missão: “Ide por todo o mundo e a todos pregai o Evangelho” .

É preciso que nossa casa, nossa família esteja, a partir da experiência com o Ressuscitado, aberta à missão de anunciá-lo. O trecho do Evangelho meditado nesta solenidade nos apresenta uma fundamental experiência entre os discípulos e o Senhor para que nós possamos viver a missão que nos é dada. Sem esta experiência, a Igreja não poderá cumprir a sua missão que é continuar a obra de Jesus. É preciso vencer o medo que nos paralisa, colocar o Senhor morto e ressuscitado no centro e testemunhar a vida nova que Ele nos concedeu, o que só é possível se deixamos que este Espírito que foi soprado sobre nós nos guie. Assumir a missão exige a coragem de abrir as portas e, cheios dos dons do Espírito, anunciar o que acredita, o Senhor está vivo! E testemunhar sua ressurreição sendo Sal da terra e Luz no mundo.

Pe. Felipe Batista Luz

SCER Paraíba I Província Nordeste I

O mistério da Santíssima Trindade

O mistério da Santíssima Trindade é o centro da fé cristã. Deus é um só, mas existe em três Pessoas: Pai, Filho e Espírito Santo. Jesus Cristo nos revelou essa realidade ao falar do Pai, enviar o Espírito Santo e se apresentar como o Filho. Santo Agostinho explicou: “O Espírito Santo procede do Pai e do Filho, em perfeita comunhão”. As três Pessoas da Trindade são distintas, mas inseparáveis. Elas agem em total unidade, como definiu o Concílio de Constantinopla: “O Pai, o Filho e o Espírito Santo são um só Deus, com a mesma natureza”. São Gregório Nazianzeno ensinou: “Existe uma só Divindade em três Pessoas, que são diferentes, mas perfeitamente unidas”.

A Trindade é um mistério de amor. Deus não vive isolado, mas é uma comunhão perfeita de amor. O Pai gera o Filho, e do amor entre ambos procede o Espírito Santo. O Catecismo da Igreja Católica nos ensina que essa comunhão divina é um modelo para nossas relações humanas, especialmente na família cristã. São João Paulo II alertava que a família deve refletir a unidade e o amor da Trindade, superando egoísmos e divisões. Papa Francisco reforça: “O amor entre marido e esposa é imagem do amor trinitário e da união entre Cristo e a Igreja”. Viver em comunhão dentro da família é um testemunho do amor divino. Quando os esposos e filhos vivem em unidade e respeito, refletem a própria vida de Deus. Contemplar o

mistério da Santíssima Trindade nos leva a buscar comunhão, amor e unidade. Como São Paulo nos ensina: “Pelo Espírito, clamamos: Abba, Pai!” Que essa verdade nos inspire a superar divisões, construir famílias fortes e viver como testemunhas do amor eterno de Deus.

O Coração que ama e ensina a amar

A Solenidade do Sagrado Coração de Jesus é um convite a mergulhar no mistério do amor divino, fonte e modelo para a vida de todos os cristãos, especialmente dos casais. Contemplar o Coração de Cristo é redescobrir a ternura de um Deus que nos ama até o extremo e que nos ensina, com sua entrega total, o caminho da fidelidade e do sacrifício mútuo no matrimônio.

Na encíclica Dilexit nos, o Papa Francisco nos recorda que “o coração torna possível todo vínculo autêntico, porque uma relação que não é construída com o coração não pode ultrapassar a fragmentação do individualismo” (n. 17). Para os casais, essa é uma mensagem essencial: o amor do Sagrado Coração de Jesus ilumina o amor dos esposos e os ensina a amar sem medidas, superando todo o egoísmo.

O Coração de Cristo, transpassado pela lança, é sinal de um amor que se doa sem reservas: “No coração traspassado de Cristo estão concentradas, escritas na carne, todas as expressões de amor das Escrituras. Não se trata de um amor simplesmente declarado, mas o

seu lado aberto é fonte de vida para o amado” (n. 101). No casamento, essa imagem ganha vida na disposição de cada cônjuge de ser canal da graça para o outro; é no sacrifício do amor que se encontra a verdadeira alegria.

Na vida a dois, os desafios são inevitáveis. Mas, diante das tempestades, o Coração de Jesus permanece um refúgio seguro. Nele, os casais encontram força para recomeçar, para rezar juntos e buscar a reconciliação. A espiritualidade do Sagrado Coração convida a cultivar a oração e a intimidade com Cristo, pois “entrando no coração de Cristo, sentimo-nos amados por um coração humano, cheio de afetos e sentimentos como os nossos” (n. 67).

Que esta solenidade inspire os casais a renovar os votos de amor e fidelidade, confiando que o Coração de Cristo é a fonte inesgotável da graça que sustenta a união. Como afirmou o Sumo Pontífice: “Da ferida do lado de Cristo continua a correr aquele rio que nunca se esgota, que não passa, que se oferece sempre de novo a quem quer amar. Só o seu amor tornará possível uma nova humanidade” (n. 219).

Que o Sagrado Coração seja sempre o centro da vida conjugal, ensinando os casais a se amarem com generosidade, perdão e alegria, até o fim! Sagrado Coração de Jesus, nós confiamos em Vós!

Pe. Felipe Costa Silva SCE Quixadá/CE Província Nordeste I

O Esposo sai ao encontro da sua Esposa

Toda festa tem um significado especial. E a Solenidade de Corpus Christi é a grande celebração da presença real de Jesus entre nós. Sempre celebrada na quinta-feira após o Domingo da Santíssima Trindade, essa solenidade nos remete à Última Ceia, quando Cristo nos deixou um presente inestimável: a Eucaristia, seu Corpo e Sangue. Mas, enquanto a Quinta-feira Santa convida ao recolhimento e à contemplação, Corpus Christi é dia de festa! É tempo de louvor, de proclamação pública da fé e de testemunho da alegria que vem da presença de Deus.

O que torna essa solenidade tão especial é a procissão do Santíssimo Sacramento. Em nenhum outro dia do ano, Jesus, presente na Eucaristia, percorre as ruas de nossas cidades dessa maneira. Ele passa sobre os tapetes cuidadosamente preparados, abençoando lares, famílias, enfermos e todos aqueles que o acolhem com fé. É o Esposo que sai ao encontro de sua Esposa, visitando cada canto, cada casa, cada coração que se abre para Ele. É um sinal visível de que Deus caminha com seu povo e nunca o abandona. Mais do que uma bela tradição, Corpus Christi celebra o matrimônio definitivo de Cristo com sua Igreja. Na Última Ceia, ao entregar-se no pão e no vinho

consagrados, Jesus selou uma aliança eterna, consumada na cruz, onde ofereceu sua vida por amor. Desde então, a cada missa, essa entrega se renova, fortalecendo os fiéis e sustentando a caminhada da Igreja.

A Eucaristia ensina o real significado do amor, um amor que se doa, que serve, que perdoa e permanece fiel. No matrimônio cristão, essa realidade se torna concreta: os esposos são chamados a viver essa mesma lógica de entrega mútua, de fidelidade e de sacrifício pelo bem do outro. Ao participarem da Eucaristia, os casais recebem a graça necessária para perseverar na vocação matrimonial, encontrando nela força e sentido, mesmo diante das dificuldades.

A celebração de Corpus Christi é um convite a renovar a vivência do matrimônio, permitindo que Cristo esteja no centro da vida conjugal. Quando Ele ocupa o primeiro lugar, até as dificuldades se tornam caminhos de crescimento e santificação.

Que esta festa seja vivida de maneira especial! Preparar o coração para receber Jesus na Eucaristia, participar da missa em unidade e rezar um pelo outro são gestos simples, mas profundamente transformadores. Cristo já se entregou por amor; agora, é tempo de abrir espaço para Ele no matrimônio e na vida.

Pe. Edson Medeiros

SCER RN II

Província Nordeste I

Francisco: o Papa da misericórdia e da família

O Papa Francisco ocupou a Cátedra de São Pedro de março de 2013 até 21 de abril de 2025. O Cardeal Jorge Bergoglio não teve o seu nome entre os mais especulados para suceder a Bento XVI. No entanto, com a sua maneira simples e próxima, encantou o mundo. Seu pontificado durou 12 anos. Foi o primeiro Papa das Américas. O primeiro Papa não europeu desde o século V. O primeiro Papa jesuíta e o primeiro a chamar-se Francisco. O primeiro destino internacional do seu pontificado teve como destino o Brasil.

Ao abrir o Concílio Vaticano II, o Papa João XXIII disse: “Vou abrir a janela da Igreja para que possamos ver o que acontece do lado de fora e para que o mundo possa ver o que acontece na nossa casa”. Seguindo essa linha, o Papa Francisco inaugurou uma nova primavera no seio da Igreja. O legado maior de Franscisco foi o anúncio do Evangelho da misericórdia. A pregação do evangelho do medo foi substituída pelo evangelho da alegria. Ele operou uma revolução muito grande. Enquanto a mensagem do Papa São João Paulo II era: “mundo, não tenhas medo de abrir as portas a Cristo”, a mensagem do Papa Franscisco foi: “Igreja, não tenhas medo de abrir as portas ao mundo!” Aqui está a radiografia do papado de Franscisco. Na Jornada Mundial

da Juventude, em Lisboa, ele dizia: “Na Igreja cabem todos, todos, todos”. O Papa Francisco esteve atento às grandes mudanças culturais do mundo moderno. Um outro legado que o Papa Francisco deixou para todos foi a sua simplicidade evangélica, seja no modo de viver, de falar, de vestir e de morrer! Ele abdicou dos protocolos de luxos e excessos. Sua sepultura simples deixou uma grande mensagem de despojamento para o mundo! A cruz peitoral de prata esterlina sintetiza o seu pontificado: Cristo, o Bom Pastor conduzindo o rebanho e carregando a ovelha perdida nos ombros. No topo da cruz, está representado o Espírito Santo. O Papa Francisco não usou os tradicionais sapatos de couro vermelho. Ele preferiu usar os sapatos pretos com que já estava acostumado e que eram feitos pelo mesmo sapateiro argentino há mais quarenta anos. O Papa optou por morar na Casa Santa Marta para estar mais perto das pessoas e explicou o motivo dessa decisão: “Estou perto das pessoas e levo uma vida normal: missa pública de manhã, como no refeitório com todos. Isso me faz bem e evita que eu fique isolado”.

O seu pontificado foi iniciado com muitas expectativas de mudanças e de reformas. Através dos sínodos, ele objetivava avaliar as reformas que desejaria fazer. No entanto, os

Casais e Sacerdote Conselheiro Espiritual da ERi recebidos no Vaticano em Maio/2024 numa audiência com o Papa Francisco.

sínodos mostraram um episcopado mais conservador em muitos temas. De modo que as mudanças ocorreram mais no âmbito pastoral do que doutrinal.

O Papa Francisco demonstrou uma imensa preocupação com relação aos migrantes. Ele surpreendeu a todos, em 2013, ao escolher a ilha de Lampedusa como o primeiro destino de sua viagem pontifical. O novo Papa ficou comovido com o naufrágio que aconteceu no canal da Sicília. Ele desejava demonstrar sua proximidade aos migrantes que conseguiram atravessar o Mediterrâneo e se solidarizar com os familiares dos que morreram. Na sua última mensagem, em 20 de abril de 2025, um dia antes de sua morte, ele sublinhou: “Quanto desprezo é, por vezes, despertado para com os vulneráveis, os marginalizados e os migrantes”. E fazendo uma alusão às guerras, acrescentou: “Gostaria que renovássemos a nossa

esperança de que a paz é possível”. Essa mensagem é o testamento do seu pontificado.

Papa Francisco falou da família com frequência. João Paulo II era chamado o Papa da Família. Foram memoráveis as catequeses que ele dedicou ao amor humano. Francisco deu continuidade a esse legado. Enquanto João Paulo II utilizava uma linguagem mais circular, o Papa Francisco era muito direto. Ele dizia: “a família é a carta institucional da Igreja” (17.10.2015); e “para os enfermos a família é o primeiro hospital” (10.6.2015).

Em 2016, o Papa Francisco lançou um documento importantíssimo sobre a alegria do amor que se pode viver na família: a Exortação Apostólica Amoris Laetitia . Diante da situação nebulosa da família na atualidade, o que chama a atenção no Papa é o seu otimismo apoiado na esperança sobrenatural. Basta de pastoral da lamentação, dizia

Os pilares da fé e a missão

No dia 29 de junho, a Igreja celebra a Solenidade de São Pedro e São Paulo, dois pilares que fundamentam a fé e a missão. Nesta ocasião, celebraremos o Dia do Papa. Fundamentados na Sagrada Escritura podemos afirmar que depois de Jesus, Pedro é a personagem mais conhecida e citada nos escritos neotestamentários. Por 154 vezes é mencionado como “pedra”, “rocha” ou “petros”. Por Simão, foi chamado 75 vezes, dentre outras citações. Pedro é aquele que ganhou de Jesus uma confiança peculiar, ou seja, dentre todos foi o discípulo escolhido por Jesus para ser o líder do grupo dos doze, como se lê no Evangelho de São Mateus 16,18 e São João 21,16-18. Através da imagem das chaves, Jesus prometeu-lhe a chefia da cidade e entregou-lhe todo o rebanho. Por ser a festa de São Pedro é o Dia do Papa, que é seu sucessor.

Consoante a Sagrada Escritura, quando se refere ao encontro de Jesus com Pedro, este estava junto a seus amigos pescadores no fim de uma pescaria limpando suas redes. Jesus, ao chegar, sobe na barca de Pedro e começa a evangelizar, observemos: Jesus senta na barca e começa a ensinar a multidão (Lc 5,1-3).

No encontro com Pedro, Jesus faz da barca de Pedro sua cátedra e nos ensina que, para evangelizar, não há local, espaço ou

cadeira especial. Precisamos apenas reconhecer e aceitar a missão para que fomos escolhidos, ou seja, sermos transmissores do Evangelho de Cristo. Para evangelizar, precisamos nos cobrir com a veste da humildade, precisamos reconhecer no menor e no maior irmão a pessoa de Cristo, afinal, para amar e evangelizar não podemos impor limites.

Afinal, qual a função do Papa? É pôr-se a serviço da Palavra de Deus e fazer que esta Palavra esteja no coração de todos; é, ainda, iluminar os passos da humanidade e apontar os caminhos do Evangelho em nome de Jesus Cristo. A missão do Santo Padre também é nossa. Todos os católicos batizados precisam assumir o batismo se tornarem anunciadores da verdade contida na Sagrada Escritura. Precisamos conhecer a Palavra para conhecemos Jesus e devemos levar esta alegria do encontro, do Evangelho de Cristo a todas as pessoas.

Agradeçamos ao Papa por nos mostrar que a humildade proveniente de Jesus Cristo é a fonte verdadeira para mudar nossa forma de pensar e agir; tenhamos a certeza: o mundo não precisa de grandes ações, mas de pequenos gestos que poderão gerar grandes conversões. Oremos por nosso querido pastor Papa Francisco, oremos pelo seu ministério, oremos pela sua saúde. Feliz Dia do Papa.

Pe. Antonio Denilson de Souza SCE Sobral/CE Província Nordeste I

Quem é São João Batista?

Consideremos sua origem: nasceu (2 AC-8 DC) em Aim Karim, cidade de Israel, a 6 km de Jerusalém.

Depois devemos considerar as páginas do Evangelho a seu respeito. João Batista, um penitente, voz a gritar no deserto pregando a conversão: “Arrependei-vos porque está próximo o Reino dos Céus” (Mt 3,2). João Batista é conhecido como o precursor de Jesus. É natural que todos os profetas recebam o chamado à conversão, eis essa particularidade do precursor: anunciar a urgência do Reino dos Céus com a presença de Jesus, Messias, Salvador do mundo.

O profeta Isaías, frisando sobre João Batista, assim registrou: “Uma voz clama no deserto: Preparai um caminho para o Senhor, aplainai uma estrada para o nosso Deus. Todo o vale seja alterado, toda a colina e toda a montanha sejam alinhados” (Is 40, 3-4).

Profeta austero consigo mesmo, simples, vestia-se de pele de carneiro... e alimentava-se de gafanhotos e mel silvestre. (Mc 1,6).

Quem prega deve fazê-lo mais com a vida do que com as palavras; quem ouve deve fazer em clima de silêncio, de oração e de mortificação.

Para finalizar, vale dizer da importância desse profeta na vida do povo. Um dos santos mais populares do mês de junho, quando celebramos sua festa litúrgica. Nela, “lembra o seu nascimento, seu pai Zacarias e sua mãe Isabel que teria feito uma fogueira para avisar a Maria, mãe de

Jesus, que havia dado à luz”. Assim, “as fogueiras são uma espécie de louvor ao santo conhecido por profetizar a vinda do Salvador e por ser exemplo de retidão de caráter, humildade e ética. Devido a essas qualidades, muitos o confundiram com o próprio Messias, no que ele respondia: “Eu não sou o Cristo” (Jo 3,28). “Não sou digno de desatar a correia de suas sandálias” (Jo 1,27).

Vale a pena ir a Jesus olhando o jeito do grande profeta São João Batista que mereceu, inclusive, o maior elogiou que Jesus deu a um homem: “Em verdade vos digo: entre os filhos das mulheres, não surgiu outro maior que João Batista. No entanto, o menor no Reino dos Céus é maior que ele” (Mt 11,11).

Pe. Enésio SCER Brasília II Província Centro-Oeste

No lar cristão

No dia 13 de maio, celebramos a Virgem de Fátima, cuja mensagem de fé e entrega ecoa profundamente na vocação matrimonial. Na Cova da Iria, ela faz um apelo à conversão e à penitência, exortando os fiéis a rezarem incessantemente, com especial destaque ao Santo Terço. Ao longo de sua vida, Nossa Senhora nos ensina que o amor verdadeiro é aquele que se doa sem reservas, e como Ela se entregou plenamente ao plano de Deus, também somos chamados a nos entregar a Ele por meio da devoção, da fé e, sobretudo, da prática da caridade. Diante disso, o que os casais das ENS podem aprender com a mensagem que a Virgem Santíssima entregou em Fátima? O “sim” de Maria para fazer a vontade de Deus é um dom para a Igreja, e do mesmo modo os esposos são chamados a serem dom de si um para o outro e sinais do amor de Cristo no mundo.

Na caminhada conjugal, Maria é intercessora fiel, mãe carinhosa e mestra de virtudes. O seu convite à conversão em Fátima deve impulsionar os casais a cultivarem o ardente desejo de santificar-se mutuamente e de conduzir seus filhos no caminho do céu. Marido e mulher, discípulos de Jesus Cristo, buscam imitar o Senhor no amor sacrificial e na fidelidade, recorrendo ao auxílio materno de Nossa Senhora para viverem as virtudes necessárias ao seu estado de vida.

Nas aparições aos pastorinhos, somos chamados a confiar em Deus e a depositar Nele nossa esperança. De modo semelhante, pelo matrimônio, o casal é convidado a cultivar uma vida fecunda na Palavra, na espiritualidade cristã, na comunhão familiar e na oração. Em Maria, encontram um modelo seguro de humanidade totalmente ordenada a Deus e, ao contemplá-la, aprendem a confiar plenamente na Providência Divina.

As virtudes marianas evidentes em Fátima são importantes para a perseverança na vocação matrimonial. A segurança de Maria na Vontade Divina e sua capacidade de esperar no Senhor são exemplos para o casal que enfrenta desafios e alegrias na vida a dois. A sua entrega silenciosa aos pés da cruz, impregnada de amor e fé, inspira os esposos a suportarem juntos as provações com paciência e esperança.

Assim, ter Maria como modelo de santidade é aprender com seu “sim” constante a Deus. É permitir-se ser inspirado por sua atitude de entrega ao Pai, superando as dificuldades do caminho. E, do mesmo modo que Ela respondeu ao chamado de Deus com fé inabalável e serviço amoroso, os esposos são convidados a responder ao chamado com a mesma disposição de coração.

Pe. Roberto César Braga SCE ENS das Lágrimas Uruaçu/GO

Província Centro-Oeste

“Somente uma alma que ora pode progredir na vida espiritual”

No dia 13 de junho, a Igreja celebra a memória de Santo Antônio de Pádua, um dos grandes santos venerados no Brasil e em vários países. Nascido em Lisboa, Portugal, em 1195, e batizado com o nome de Fernando.

Aos 15 anos ingressou no mosteiro agostiniano de São Vicente, fora dos muros de Lisboa, para viver o ideal evangélico radicalmente entre os agostinianos. Fernando dedicou-se ao estudo das ciências humanas e teológicas e foi ordenado sacerdote entre os agostinianos. Contudo, deixou a Ordem Agostiniana para vestir a túnica grossa e marrom dos franciscanos, tornando-se um irmão menor entre os confrades. Neste momento abandonou o antigo nome de batismo para se chamar “Antônio”.

Santo Antônio estudou a regra franciscana para ir em missão para o Marrocos, período das Cruzadas, isto é, expedições religiosas ocorridas entre os séculos XI e XIII, cujo principal objetivo era resgatar a Terra Santa, que estava sob o domínio islâmico. Nesse período, destacam-se grandes nomes, como São Domingos de Gusmão, São Francisco de Assis e São Raimundo Nonato. É curioso que todos estes santos foram acometidos por alguma enfermidade durante as Cruzadas, e tiveram que voltar às

pressas para os conventos.

A curta vida de Santo Antônio, pois ele morreu aos 36 anos de idade, revelou a profunda cultura bíblica e espiritualidade envolvente. Na pregação, falava com o povo, compartilhando sua existência humilde, própria do carisma franciscano, e ao mesmo tempo a defesa incansável do Evangelho contra as heresias dos cátaros e albigenses.

Além de exímio pregador, Santo Antônio se destacou no ensino da Teologia, transmitindo as verdades básicas da fé ao clero e aos leigos. Iniciava com a leitura do texto sagrado para chegar a uma interpretação que desafiava à fé e à vida do público ouvinte, de maneira que se tornou o primeiro professor de Teologia na Ordem Franciscana, se iniciando naquele momento.

Santo Antônio morreu em 13 de junho de 1231 e foi sepultado em Pádua, Itália, na pequena Igreja de Santa Maria Mater Domini, seu refúgio espiritual nos períodos de intensa atividade apostólica.

Que a vida e obra de Santo Antônio seja um exemplo e incentivo constante para todos nós na busca incessante de Deus, na oração e meditação diária da Palavra de Deus.

Frei Joelmi F. Gomes OFM Cap. SCEP - Nordeste I

“Um

pouco da minha história”

Cheguei a Grajaú ainda diácono, aos 25 anos, com o coração cheio de sonhos e um ardor missionário que transbordava. Mas minha juventude despertou desconfiança em muitos. Os olhares hesitantes e as portas entreabertas criavam uma sensação de rejeição que, às vezes, falava mais alto do que minha certeza vocacional. O início foi difícil. O peso da dúvida pesa mais do que qualquer bagagem, e o silêncio daqueles que não acreditam em você pode ser ensurdecedor. Mas foi nesse deserto que Deus me concedeu um oásis, no Casal Responsável de Setor: Edilaia Carvalho e Marcos Danilo. Eles não me questionaram nem esperaram provas. Apenas chegaram e ficaram. Não precisaram de grandes palavras; bastou a presença, o olhar acolhedor, o gesto simples de quem estende a mão sem perguntar o motivo da queda.

Quando a solidão apertava, eles estavam lá. Quando o desânimo ameaçava crescer, foram ponte e abrigo. Com eles, aprendi que o Evangelho mais forte é o que se vive no dia a dia, nos gestos pequenos, na amizade sincera. Antes mesmo da minha ordenação presbiteral, fui ungido pela fé e pelo carinho desse casal, que me ajudou a permanecer firme na missão.

Ordenado padre, assumi o Setor como Sacerdote Conselheiro Espiritual das Equipes de Nossa Senhora, Setor Grajaú. Descobri que orientar era também ser evangelizado. Nos casais que acompanhei, vi o amor

vivido com esforço e entrega. Aprendi que a maturidade no matrimônio não está na ausência de dificuldades, mas na decisão de permanecer, mesmo quando amar exige sacrifício.

Sou grato a cada casal que transforma o ordinário em sagrado, que faz da mesa da cozinha um altar, do abraço um sacramento de ternura, da paciência um testemunho de fé.

As Equipes de Nossa Senhora me ensinaram que o matrimônio é um chamado à santidade, um lugar onde Deus se faz presente nos detalhes mais simples da vida.

Hoje, olhando para trás, entendo que a rejeição foi apenas o cenário para que a obra de Deus brilhasse. Aprendi que é possível florescer em terrenos áridos e encontrar família onde menos se espera.

E se um dia pensei estar sozinho, descobri que Deus sempre chega – às vezes, disfarçado de casal com um sorriso acolhedor. As Equipes de Nossa Senhora são esse novo florescer da Igreja, jardins onde o amor é cultivado com lágrimas, sorrisos e fé.

E é nesse jardim que sigo minha missão, com gratidão e esperança, certo de que o amor sempre encontra um jeito de florescer.

Pe. Aminadabi do N. Silva SCE ENS Perpétuo Socorro

Grajaú/MA

Província Nordeste I

Um chamado especial

A experiência com o Movimento das Equipes de Nossa Senhora foi algo novo em minha vida, tendo início bem no tempo da pandemia, quando convidado a conhecer o Movimento e acompanhar uma equipe, nem era ainda sacerdote. Aceitei e fui conhecendo aos poucos as Equipes de Nossa Senhora e me enamorei.

Lembro nos meus tempos de seminário que o meu reitor dizia que era conselheiro espiritual, mas eu não tinha um profundo conhecimento do que poderia ser, só lembro que ele dizia que as reuniões eram longas e de grande riqueza.

No ano de 2020 fui acompanhando a primeira equipe, cuja padroeira é N. S. Desatadora dos Nós, na qual me tornei conselheiro, eram tempos difíceis com a pandemia e inicialmente eu nem conhecia todos os casais pessoalmente, só na modalidade virtual, sentia a necessidade de vê-los e conhecer mais de pertinho, mas precisei aguardar o tempo oportuno. Depois as necessidades do Movimento foram crescendo e fui chamado a acompanhar uma segunda equipe, tendo como padroeira N. S. do Carmo. E assim fui me familiarizando com o espírito do Movimento.

Hoje posso dizer que ser equipista é algo muito importante na minha vida de sacerdote, pois agrega conhecimento e uma grande experiência de vida junto aos casais, onde crescemos e buscamos os caminhos de uma santidade que nos inspira a vivenciar a unidade dentro do espírito

da Trindade, onde o amor está entrelaçado numa única harmonia.

O Movimento é muito bem-organizado e possui conteúdos riquíssimos e mesmo sendo chamado de Equipes de Nossa Senhora tem toda uma linha cristocêntrica. O bonito é toda a universalidade que o acompanha dando-nos a possibilidade de nos sentirmos em comunhão com os participantes do mundo todo.

A cada reunião é um momento riquíssimo, pois sempre buscamos crescer a partir das várias experiências e testemunhos dos irmãos e irmãs, bem como vão se estreitando os laços de família entre os membros das equipes.

Agradeço a Deus pelo chamado que Ele me fez, como um consagrado pertencente à família dos filhos de São Luís Orione (Orionitas) e agora alargando os laços familiares junto ao Movimento fundado pelo nosso amado Pe. Henri Caffarel, para atuar na evangelização seguindo os passos de Jesus Cristo.

Queridos irmãos e irmãs, que neste Ano Jubilar possamos seguir felizes fazendo todos juntos o caminho como “Peregrinos da Esperança”, tornando nossas famílias e equipes uma única família com a de Jesus, Maria e José. Deus vos abençoe!

Pe. Rogelino O. Quirino (Frei Geraldo) SCE BRASÍLIA/DF Província Centro-Oeste

No caminho de Emaús

Caminhar como casal ao lado de Cristo, como os discípulos de Emaús, exige mais do que emoção passageira; requer compromisso, esforço e fidelidade. Nas Equipes de Nossa Senhora dispomos de vários meios para que mantenhamos nossos corações ardentes na presença do Senhor. Entre eles estão os nossos Pontos Concretos de Esforço. Oração conjugal: Assim como os discípulos ouviram Jesus explicando as Escrituras, como casal precisamos escutá-Lo juntos na oração. O matrimônio não pode se sustentar sem um diálogo sincero com Deus. Ele caminha ao nosso lado, mas é preciso convidá-Lo a entrar em nossa casa, para que nos revele Sua presença.

Escuta da Palavra de Deus: Os discípulos sentiram seus corações arderem ao ouvirem a Palavra. Precisamos alimentar-nos dessa chama diariamente, deixando que a Escritura ilumine nossos desafios, decisões e sonhos.

Meditação: Caminhar com Cristo exige silêncio interior. A meditação permite que a Palavra de Deus não fique apenas na mente, mas desça ao coração e transforme a vida. Assim como os discípulos refletiam sobre tudo o que havia acontecido, precisamos reservar tempo para mergulhar na presença de Deus, escutar Sua voz e deixar-se moldar por Ele.

Dever de Sentar-se: No caminho de Emaús, os discípulos abriram espaço para Jesus, escutaram-no e partilharam sua inquietação. Precisamos desse tempo reservado para nós, para

olhar-nos nos olhos, falar das alegrias e dificuldades, renovar os laços e fortalecer o amor com autenticidade.

Regra de Vida: Seguir Cristo é um caminho exigente, e o amor precisa ser sustentado por propósitos concretos. Devemos buscar crescer juntos, identificar onde precisamos nos fortalecer e assumir compromissos reais para viver melhor nossa vocação matrimonial.

Retiro anual: Os discípulos só reconheceram Jesus plenamente quando pararam, abriram espaço e O viram partir o pão. O casal também precisa de momentos de Retiro, para sair da agitação da vida e reencontrar-se na presença de Deus.

Seguindo esses passos, não apenas caminharemos juntos, mas veremos que Cristo sempre esteve ao nosso lado. E assim como os discípulos de Emaús, poderemos exclamar com alegria: “Não ardia o nosso coração?” e sairemos com renovado ardor para testemunhar o amor que de nós transborda.

Robertha e Marcondes

ENS das Vitórias

Santa Luzia/PB

Província Nordeste I

O sacerdote que assistiu nosso matrimônio foi quem nos fez o convite

Fomos convidados a ingressar no Movimento das Equipes de Nossa Senhora alguns meses após nos recebermos em matrimônio. Nossa vida de oração se resumia a algumas missas dominicais espaçadas e à espiritualidade que Renata já nutria de forma individual.

Assim como muitos casais que não conhecem as belezas do sacramento do matrimônio nós nunca tínhamos ouvido falar em espiritualidade conjugal, muito menos que existia um Movimento que leva os casais a trilhar este caminho.

Por obra e graça de Nosso Senhor Jesus Cristo, o sacerdote que assistiu nosso matrimônio, com quem iniciávamos uma relação de amizade, veio nos convidar a ingressar no Movimento. E assim entramos para fortalecer a ENS Aparecida, na qual ele era o conselheiro espiritual.

Foi a partir das primeiras reuniões de pilotagem, ao sermos introduzidos nos PCEs, que muito do que ele nos falou na homilia da nossa celebração de matrimônio passou a fazer mais sentido pra gente. Em meio a tantas palavras bonitas duas delas talvez passaram um pouco despercebidas por nós naquele momento. Ele nos disse “rezem juntos”. Mas na nossa imaturidade de casal e de cristãos não conseguimos entender que “rezar juntos” era de fato “rezar juntos”. Já ele, equipista há alguns anos, sabia bem o conselho que estava nos dando.

Os meses foram passando e nos esforçamos sem reservas a colocar no nosso dia a dia tudo o que o Movimento e sua pedagogia nos propunham, e a Oração Conjugal foi o primeiro PCE com o qual nos familiarizamos. De modo muito tímido no início e com as dificuldades de uma pessoa que não tinha intimidade com Cristo por meio da oração pessoal, algumas barreiras foram sendo vencidas e a oração passou a fazer parte das nossas noites. De lá pra cá é bem verdade que tivemos muitos altos e baixos, momentos de deserto, mas também de frutos de diálogo, paciência e companheirismo que foram colhidos. Hoje quando olhamos pra trás nos perguntamos que rumo nossa vida a dois teria tomado não fosse aquele convite e tudo que o Movimento ofereceu de bom para nós, em especial a Oração Conjugal, e nos vem uma certeza: o quão importante é para nós, sacerdotes e casais, sermos mensageiros da boa nova e luz na vida das pessoas em nossa volta.

Que o Senhor Jesus Cristo, por intercessão de nossa Mãe Maria Santíssima, nos dê sempre a força necessária para estarmos unidos em casal por meio da oração.

Renata e Tiago ENS Aparecida

Campo Grande/PB

Província Nordeste I

Abertura no matrimônio

No ano de 2010 fomos convidados a conhecer as ENS, Movimento do qual nunca tínhamos ouvido falar. Tínhamos pouco mais de dois anos de casados e vivíamos uma crise conjugal que levava nosso matrimônio a passos largos para o abismo. Decidimos ingressar na Experiência

Comunitária e fomos seguindo sofrivelmente, caminhando graças à caridade daqueles casais tão amorosos que nos acompanhavam, o Casal Coordenador da Experiência

Comunitária e, mais à frente, o nosso Casal Piloto. Temos plena convicção de que fomos uma provação na missão de cada um deles.

Chegamos com muita dificuldade à pós-pilotagem, caminhando com a mesma apatia, cheios de mágoas e sem conseguir evoluir sequer um diálogo sem discutir. Até que Pablo, uma noite, já deitados, tomou a iniciativa de pegar na minha mão e fazer uma oração. Aquela atitude foi tão inesperada que eu só consegui dizer no final: “Amém”. Muitas noites vieram e aquela ação se repetia, porém, a cada dia, com uma abertura de coração muito maior da parte dele, ele falava diretamente com Deus, como uma pessoa próxima, fazia suas preces, e eu dizia apenas “Amém.” Naqueles momentos, aquela oração preenchia totalmente a falta de diálogo que havia entre nós, eu conseguia entender as suas preocupações, os seus anseios, porque ele contava para Deus... Até que um dia eu criei coragem e abri meu coração,

falei das dores que eu sentia, das minhas tristezas, pedi forças a Deus, e nesse momento ele também começou a entender o que eu estava sentindo. Noites e noites se passaram, e, nos aproximando de Deus, fomos voltando a nos aproximar novamente um do outro, a distância que existia entre nós foi diminuindo pouco a pouco, até que um dia ela não existia mais. Deus salvou nosso matrimônio quando eu achava que não havia mais salvação, não existe matrimônio perdido se, de verdade, houver abertura de dois corações para Deus. Anos depois, no primeiro Colégio da Província NE I que participamos, ouvimos o testemunho do casal Aninha e Paulo, da Região MAPI, o PCE do ano era Oração Conjugal. Quando ouvimos o relato da vivência deles, os frutos que colhiam... eles tinham até um altar na sala. Nossos olhos brilharam, foi um testemunho tão rico que percebemos que precisávamos nos dedicar mais a nossa oração. Chegando em casa, fizemos um pequeno altar na nossa sala, passamos a fazer a escuta e meditação da Palavra junto com a nossa oração, era um momento de nos desligarmos totalmente das preocupações e nos ligarmos unicamente a Deus e ao outro.

ENS

Província

Sheilla e Pablo
Virgem do Silêncio
Nordeste I

A escuta da Palavra: alimento diário

A espiritualidade cristã se baseia em uma relação viva e constante com Deus, no qual se fortalece na escuta atenta da Sua Palavra. Para as ENS, esse chamado é essencial para o crescimento pessoal, em casal e da equipe. O Pe. Caffarel destacou a importância deste compromisso quando afirmou:

“A escuta da Palavra de Deus deve ser uma necessidade vital para cada cristão, assim como a respiração é para a vida do corpo.”

Esta citação nos leva a refletir: será que temos feito da escuta da Palavra um pilar essencial em nossas vidas? Ou será que, em meio à correria do dia a dia, deixamos que ela se torne apenas um hábito ocasional? No Evangelho de Lucas (24, 13-35), encontramos o episódio dos discípulos a caminho de Emaús.

Esse relato nos ensina que a escuta da Palavra não é um simples ato de ouvir, mas um encontro transformador. Quando nos abrimos para ouvir com o coração, permitimos que Cristo nos ilumine e fortaleça. Muitas vezes, enfrentamos desafios e preocupações na vida conjugal e familiar, mas, assim como os discípulos de Emaús, podemos encontrar força e renovação ao permitir que Cristo nos fale por meio da Palavra.

Quando os cônjuges leem e meditam juntos, abrem espaço para que Deus esteja presente em suas decisões. Aprendem a dialogar melhor, a compreender o outro e a buscar a vontade de Deus. Vivemos tempos em que a correria diária nos afasta da oração e da reflexão.

Foi então que decidimos definir algumas estratégias para realizarmos este ponto

concreto utilizando os meios tecnológicos de uma forma positiva. Hoje, iniciamos o dia escutando o Evangelho e refletimos durante as tarefas diárias. Antes de dormir, realizamos a leitura de um pequeno trecho da Escritura e meditamos sobre o que Deus quer nos dizer. Aos poucos, percebemos que, mesmo em meio à rotina, é possível fazer da escuta da Palavra um momento essencial do dia.

O resultado desta pequena mudança foi surpreendente: encontramos mais paz e mais discernimento para enfrentar os desafios diários. A Palavra de Deus passou a ser, de fato, um alimento indispensável para nossas vidas.

Que possamos nos comprometer, individualmente e como casal, a reservar momentos para ouvir a voz do Senhor. Ele sempre fala, mas precisamos silenciar e abrir nosso coração para escutar. Afinal, como aconteceu com os discípulos de Emaús, a escuta atenta nos faz reconhecer Jesus presente em nosso caminho e renova nossa esperança para seguir adiante.

Cleide e Jean ENS Mãe Admirável Brasília/DF

Província Centro-Oeste

Os desafios foram muitos, mas sem a Oração

Conjugal não saberíamos dizer como teria ocorrido

Entramos nas Equipes de Nossa Senhora com dois meses de casados; era o ano de 1982 e, nesses 43 anos, moramos em São Paulo, São José do Rio Preto, Ribeirão Preto, Recife e nos últimos 27 anos em Fortaleza. Em todos esses locais fomos acolhidos numa equipe, e pudemos exercer várias missões. Na nossa realidade sempre cumprimos o PCE Oração Conjugal naturalmente. Isso não percebíamos em muitos casais com quem convivemos. Nós eventualmente nos questionávamos: o que nos facilitava?

Houve tempos que o trabalho me obrigava a ficar das 6h às 23h fora de casa, em outros eu viajava e passava a semana fora, em outro ainda eu fiquei quatro meses e 19 dias afastado da minha família. Temos três filhos com pouquíssimo tempo de diferença entre eles, o que obrigou a Eliane a “tornar-se dona de casa”, bastante ocupada.

A consciência da Oração Conjugal nunca nos deixou e Eliane procurava uma forma de nos comunicarmos no melhor momento do dia para cumprirmos esse PCE, e usamos todos os meios disponíveis no momento. Houve o tempo do telefone, do Skype, Instagram etc., tudo foi usado para que Deus fosse inserido no nosso cotidiano de casal. Mesmo em momentos de aridez, este PCE, muitas vezes, nos proporcionava o único encontro como casal que teríamos naquele dia. Falamos da forma, mas há também o conteúdo. E isso ficou por conta da Eliane. Ela sempre pesquisou algo para encaminhar esse momento e o

aprendizado de busca de conteúdo vem do tempo que passamos em missões no Movimento, especialmente na equipe da Carta Mensal.

Sempre valorizamos os frutos que conseguimos identificar com a prática da Oração Conjugal. Rezamos sobre quase tudo e os frutos foram as superações das crises de fé, pessoais, de casal, situações indesejáveis com os nossos filhos quando precisávamos de luz para orientá-los. Quando os sapos que deveríamos engolir eram maiores que nós.

A Oração Conjugal também sempre foi onde nós praticamos o perdão. É preciso reconhecer que mesmo havendo o maior amor do mundo entre nós, eventualmente acabamos nos ferindo, seja por palavras ditas, por ações ou omissões.

Os desafios foram muitos e sem a Oração Conjugal não saberíamos dizer como a vida teria corrido. Hoje, com o “ninho vazio”, e vivendo o dia juntos, nossa Oração Conjugal é nosso momento especial do dia. Deus nos deu o melhor presente para nossa caminhada.

Ressaltamos a importância da Partilha nas reuniões formais, onde os testemunhos nos incentivam para que a nossa espiritualidade caminhe em direção à santidade.

Eliane e Leonel ENS Peregrina Fortaleza/CE Província Nordeste I

Catequese sobre as mães (Papa Francisco)

O Dia das Mães também é ocasião de recordar algumas falas do Papa Francisco sobre a maternidade. Em 2015, quando ele dedicou várias catequeses sobre a família, tratou especialmente das mães.

Na ocasião, Francisco recordou que a Igreja é mãe e que cada pessoa tem uma mãe.

Em uma de suas observações afirmou que, mesmo sendo muito exaltadas nas poesias e naquilo que se diz sobre elas, as mães são pouco protegidas e amparadas no dia a dia, além de serem pouco consideradas no seu papel central na sociedade e nem sempre valorizadas na comunidade cristã. Salientou ainda que é preciso compreender as lutas das mães.

Na sequência de sua catequese, fez uma série de referências às mães, as quais podem ser assim resumidas:

“As mães são antídoto contra o propagar-se do individualismo egoísta – As mães ‘dividem-se’, a partir do momento que hospedam um filho para o dar à luz e fazer crescer. As mães são as que mais odeiam a guerra, que mata os seus filhos. As mães testemunham a beleza da vida. As mães escolhem dar a vida. Ao final, ele ressaltou que uma sociedade sem mães seria uma sociedade desumana, porque as mães sabem testemunhar

sempre, mesmo nos piores momentos, a ternura, a dedicação, a força moral.

As mães transmitem, muitas vezes o sentido mais profundo da prática religiosa: nas primeiras orações, nos primeiros gestos de devoção que uma criança aprende, está inscrito o valor da fé na vida de um ser humano”. (Papa Francisco) Feliz Dia das Mães.

05 Abril 2025

BODAS DE OURO

BODAS DE PRATA

Nilza e Francisco de Paulo

Eq. N.S. Aparecida

Cantagalo - RJ

Província Leste I

08

Abril 2025

Sandra e Marcelo

Eq. N.S. de Lourdes

São Gonçalo/RJ

Província Leste I

JUBILEU DE OURO DAS EQUIPES

22 junho 2025

Eq. N.S. Aparecida

Manaus-AM

Província Norte

JUBILEU DE PRATA DAS EQUIPES

01 fevereiro 2025

Eq. N.S. do Rosário

Bauru-SP

Província Sul II

28 maio 2025

Eq. N.S. das Graças

Bauru-SP

Província Sul II

VOLTA AO PAI

GEAN da Suelen

18/02/2025

N.S. Desatadora de Nós

Santarém/PA

Província Norte

IVALDO da Eliana

29/03/2025

N.S. da Paz

Manaus/AM

Província Norte

JOSÉLIO

da Hilda

24/03/2025

N.S. das Graças

João Pessoa/PB

Província Nordeste I

SANTANA do Júlio

19/12/2024

N.S. da Paz

Belém/PA

Província Norte

SEVERINO da Maria Aparecida

29/01/2025

N.S. Rainha da Paz

Maceió/AL

Província Nordeste II

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