Revista Engeworld Fevereiro 2014

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Ano 2 • Número 14 • 2014

tubulação O uso de tubos plásticos reforçados em projetos offshore Entrevista

civil

Sustentabilidade

Diferentes tipos de chumbadores e suas aplicações

A solução estabelecida no Brasil para a reciclagem de embalagens de fitossanitários

A engenheira Claudia Arassiro discute os prós e os contras de se trabalhar no exterior

(pág.28)

(pag45)

(pág.42)


A Mais Completa e Diversificada Linha de Bombas A NETZSCH do Brasil completa 40 anos de sucesso em constante inovação e atendendo as mais variadas necessidades de seus clientes. Com uma completa linha de produtos, fabricada no Brasil e exportada para as Américas, as Bombas NETZSCH se destinam ao bombeamento dos mais simples aos mais difíceis produtos. Com estruturas variadas atendem vazões de 1 m³/h a 1.000m³/h. No Brasil, as filiais de vendas próprias e os distribuidores exclusivos prestam suporte personalizado, apresentando soluções inovadoras aos desafios de seus clientes.

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editorial Ano 2 • Número 14 • 2014

A alternativa da logística reversa

A

tubulação o uSo de tuboS pláSticoS reforçadoS em projetoS offShore entreviSta

civil

SuStentabilidade

Diferentes tipos de chumbadores e suas aplicações

A solução estabelecida no Brasil para a reciclagem de embalagens de fitossanitários

A engenheira Claudia Arassiro discute os prós e os contras de se trabalhar no exterior

(pág.28)

(pag45)

(pág.42)

edição deste mês traz um dos cases de sustentabilidade mais bem-sucedidos do país. Para atender a Lei 9.947/2000, que disciplina o recolhimento e destinação final das embalagens dos produtos fitossanitários, o Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (inpEV) criou o Sistema Campo Limpo, que incluiu distribuidores e cooperativas, órgãos do governo, agricultores e a indústria fabricante de defensivos agrícolas em um processo relativamente simples para dar destinação adequada às embalagens pós-consumo desses produtos.

A Revista Engeworld é uma publicação mensal e dirigida aos profissionais de projetos da engenharia brasileira

A eficiência do sistema rendeu ao Brasil a liderança na destinação desse tipo de material, seguido de países como Alemanha, Canadá, Japão, França, Espanha e Estados Unidos.

Editora e Jornalista Responsável Gabriela Alves MTB 32.180 – SP

a edição deste mês traz um dos cases de sustentabilidade mais bemsucedidos do país

A edição mostra também que a Braskem e a norte-americana Genomatica estão empenhadas no desenvolvimento conjunto de uma tecnologia para a produção de butadieno a partir do açúcar. O butadieno, um monômero extraído a partir de um subproduto do eteno, é utilizado na produção de borrachas sintéticas, e é atualmente um dos produtos mais valorizados da indústria petroquímica de primeira geração.

O case do inpEV não tem como objetivo a produção de insumos a partir de fontes renováveis, ele visa a reciclagem ou a incineração das embalagens de fitossanitários, mas mostra que, muitas vezes, é possível encontrar alternativas para a recuperação de materiais inimagináveis de forma viável, utilizando conceitos simples como responsabilidade compartilhada, logística reversa e gestão integrada. Esperamos que ele possa servir de modelo para indústrias das mais diversas áreas de atuação.

Publisher Sandra L. Wajchman engeworld@engeworld.com.br

Colunistas Cynthia Chazin Morgensztern, Sérgio Roberto Ribeiro de Souza e Daniela Atienza Guimarães Publicidade Alex Martin Telefone: (11) 5539-1727 Celular: (11) 99242-1491 alex@engeworld.com.br Fernando Polastro Telefone/Fax: (11) 5081-6681 Celular: (11) 99525-6665 fernando@engeworld.com.br Direção de Arte Estúdio LIA / Vitor Gomes

Boa leitura!

Sandra L. Wajchman Publisher www.engeworld.com.br

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Índice

05 notícias

36 coluna RH

08

38 COLUNA QUALIDADE

Fique por dentro do que acontece no mundo da engenharia

16 25

SANEAMENTO - ARTIGO Uso da decantação lastreada e PAC na remoção de orgânicos solúveis refratários

PROCESSO - ARTIGO Dispositivos desaeradores, conhecidos como eliminadores, bloqueadores e aliviadores de ar

Ensaios não destrutivos END: ensaios não destrutivos e maior confiabilidade ao produto

28 CIVIL - ARTIGO

Diferentes tipos de chumbadores e suas aplicações

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TUBULAÇÃO - ARTIGO Uso de tubulações não metálicas em projetos offshore

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É válido terceirizar serviços da área de Recursos Humanos?

Off-line quality control

40 COLUNA SEGURANÇA Ventilação industrial

42 ENTREVISTA A carreira de uma engenheira brasileira no exterior

45 SUSTENTABILIDADE Sistema Campo Limpo - Logística reversa das embalagens vazias de defensivos agrícolas

50 INFOGRAFIA A produção de polímeros


notícias

Reservas provadas da Petrobras cresceram 0,8% A Petrobras divulgou o volume de suas reservas provadas de petróleo e gás natural, contabilizadas no final de 2013. Segundo dados da estatal, essas reservas cresceram de 0,8 a 1,9% ante 2012, dependendo do critério utilizado, com apropriações de mais de 1 bilhão de barris de óleo equivalente (boe). A empresa informou também que no ano passado foi apropriado um volume de 1,141 bilhão de barris de petróleo equivalentes às reservas provadas. Também foram realizadas vendas de participação de campos com reservas provadas que totalizaram 156 milhões de barris.

O balanço entre apropriações e vendas de petróleo resultou em um acréscimo de 985 milhões de barris equivalentes às reservas provadas, contra uma produção de 861 milhões de barris equivalentes sem considerar a produção dos Testes de Longa Duração em blocos exploratórios no Brasil, nem a produção da Bolívia, uma vez que a Constituição daquele país proíbe a divulgação e o registro de suas reservas. Para 2014, com a entrada em operação de vários FPSOs e a volta das plataformas fixas e submersíveis que estão em manutenção, espera-se um crescimento significativo nestas reservas, já que a exploração dos campos do pré-sal entrarão em novo ritmo.

Genpower planeja instalar termelétricas em Sergipe O grupo Genpower planeja instalar três termelétricas em Sergipe. O objetivo do grupo é implantar na Barra dos Coqueiros uma unidade com capacidade para a geração de 1.200 MW e outra unidade em Laranjeiras para a geração de 600 MW, movidas a gás natural. Os projetos deverão ser inseridos no próximo leilão A-5, ainda sem data para acontecer. O grupo já havia cadastrado anteriormente projetos para implantação de termoelétricas nos municípios de Laranjeiras e Barra dos Coqueiros, mas não foi habilitado para prosseguir. Por decisão da diretoria do Genpower, o grupo optou por ampliar o projeto e substituir a matriz anteriormente pretendida.

Transpetro anuncia expansão de sua frota A Transpetro anunciou um novo investimento para expansão de sua frota. No último mês, a companhia confirmou uma encomenda de oito navios de produtos, totalizando um investimento de R$ 1,4 bilhão. Todas as embarcações serão construídas no estaleiro Mauá, no Rio de Janeiro. Segundo a Transpetro, os navios fazem parte de um novo lote do Programa de Modernização e Expansão da Frota (Promef). O orçamento total do Promef é de R$ 11,2 bilhões. Com o programa, a Transpetro planeja construir 49 navios e 20 comboios hidroviários, sendo que, deste total, sete navios já foram entregues e outros 12 estão sendo produzidos. engeworld | fevereiro 2014 | 5


notícias

Centro de Tecnologia em Nanotubos de Carbono é inaugurado em MG Empresas se unem para criar butadieno de origem renovável A Braskem e a companhia norteamericana Genomatica fecharam um acordo para o desenvolvimento conjunto de uma tecnologia para a produção de butadieno de origem renovável. O material é usado na fabricação de borrachas sintéticas. As companhias deverão destacar em breve um time de pesquisadores para o desenvolvimento do produto utilizando o açúcar como matéria-prima.

O Governo de Minas, por meio da Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Sectes) e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig), inaugurou o Centro de Tecnologia em Nanotubos de Carbono (CTNanotubos), instalado no Parque Tecnológico de Belo Horizonte (BHTec). O projeto é uma iniciativa da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e passará a produzir nanotubos de carbono a partir deste mês em escala pré-industrial (1 kg/mês) para o desenvolvimento de produtos.

Investimentos em energia limpa caíram 12% em 2013 A Bloomberg New Energy Finance (BNEF) divulgou na primeira quinzena de janeiro que em 2013 foram investidos globalmente US$ 254 bilhões em energias limpas e tecnologias inteligentes como redes inteligentes, veículos elétricos e baterias. O índice representa uma queda de 12% em relação a 2012, quando foram investidos US$ 288,9 bilhões. No período avaliado os investimentos em energia eólica passaram de US$ 80,9 bilhões para US$ 80,3 bilhões. Já os aportes em energia solar caíram de US$ 142,9 bilhões para US$ 114,7 bilhões. Os investimentos em biocombustíveis, que vêm enfrentando quedas há anos, receberam US$ 4,9 bilhões no último ano frente aos US$ 6,6 bilhões recebidos em 2012. 6 | engeworld | fevereiro 2014

Dependendo do mercado, esta produção poderá ser expandida em até 100 vezes. A princípio serão realizadas ações de ampliação de escala de produção de nanocompósitos poliméricos e caracterização de cimento nanoestruturado que serão testados para aplicações em produtos utilizados em plataformas de petróleo. A meta é dominar o processo de aumento de escala em produtos de alta tecnologia, que poderão ser utilizados para aplicações nas áreas de energia, eletrônica, medicina e indústrias química e petroquímica.


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saneamento

artigo

Uso da decantação lastreada e PAC na remoção de orgânicos solúveis refratários Sergio Hilsdorf Gerente de Aplicação e Processos da Veolia Water Brasil

O

desenvolvimento sustentável de uma sociedade passa pelo controle rigoroso da poluição industrial. Na atualidade, uma variedade muito grande de compostos orgânicos é utilizada por uma série de indústrias a exemplo das químicas e petroquímicas como insumos ou matérias-primas para produtos diversos. Muitos desses compostos orgânicos estão presentes nos efluentes líquidos destas indústrias, dificultando o seu tratamento e alguns ainda são responsáveis por conferir toxicidade para o meio receptor, ou para os próprios sistemas biológicos de tratamento. Por outro lado, quando não removidos dos efluentes, estes compostos invariavelmente são conduzidos a corpos de água que se constituem em mananciais abastecedores, exigindo então sua remoção nas estações de tratamento de água potável. A Resolução nº 430 do CONAMA-Conselho Nacional do Meio Ambiente, de 13 de maio de 2011, introduziu a necessidade de atendimento de critérios de ecotoxicidade, ou seja, o efluente não 8 | engeworld | fevereiro 2014

deverá causar ou possuir potencial para causar efeitos tóxicos aos organismos aquáticos no corpo receptor. Sob esta nova óptica, os efluentes da maioria das indústrias poderiam vir a requerer tratamentos terciários. A toxicidade refratária de água residual, que significa sua toxicidade residual para o corpo hídrico receptor após tratamento, é um indicador de risco potencial para a saúde de usuários destas águas a jusante do ponto de lançamento. Muitos dos poluentes encontrados nas águas residuais industriais são considerados cancerígenos para o homem e outros mamíferos, enquanto que outros são considerados disruptores endócrinos, que fazem parte dos “poluentes emergentes” e são compostos químicos que podem alterar os níveis de hormônios que controlam o crescimento, a reprodução e o desenvolvimento de animais. É primordial considerar os efeitos crônicos que pequenas doses de certas substâncias podem exercer sobre um indivíduo exposto por um longo tempo a elas. Nos Estados Unidos da América, como parte do “Safe Drinking Water Act”, fo-

ram estabelecidos os níveis máximos de contaminantes (MCLs) para proteger a saúde do público que bebe água durante uma vida inteira. O presente artigo objetiva apresentar um processo que combina a decantação lastreada com a capacidade de adsorção do carvão ativado em pó, desenvolvido nos anos 1980. As propriedades de adsorção do carvão ativado em pó utilizado no processo oferecem uma eficiente solução para a remoção de orgânicos solúveis refratários, micropoluentes emergentes, além de matéria orgânica natural não floculável, pesticidas e microalgas.

Princípios da decantação lastreada A decantação lastreada é um processo compacto de clarificação de água que utiliza microareia como semente para formação de flocos e como lastro. O resultado são flocos lastreados com microareia que apresentam características exclusivas, que permitem projetos de clarificadores com reduzidos tempos de floculação, elevadas taxas de aplicação, e equipamentos e sistemas extrema-


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mente compactos, que são de 5 a 30 vezes menores do que outros processos de clarificação de capacidade similar. O processo utiliza dois ou três compartimentos de coagulação/floculação seguidos de um decantador lamelar. Os equipamentos nos compartimentos de floculação incluem agitadores com um padrão axial de mistura. O tanque de decantação inclui um raspador de lodo, módulos lamelares e canaletas para coleta de água. Bombas centrífugas revestidas de borracha são usadas para bombear o lodo com microareia para hidrociclones, que lavam e recuperam a microareia. A decantação lastreada tem sido usada por décadas e tem se mostrado confiável e altamente eficiente, inclusive para aplicações que são consideradas de difícil tratamento como:

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águas de rio sujeitas a inundações e subsequentes mudanças bruscas de turbidez e sólidos em suspensão, causando problemas com os processos de sedimentação e processos convencionais de manto de lodo; águas com temperaturas baixas, que causam dificuldades de floculação; águas brutas com cor elevada e baixa turbidez, produzindo flocos leves de difícil decantação; águas brutas sujeitas à proliferação de algas.

A decantação lastreada combinada com a adsorção do carvão ativado em pó Desenvolvido para complementar o tratamento de águas, o processo de decantação lastreada mesclada à capacida-

de de adsorção do carvão ativado em pó combina o elevado rendimento de floculação e decantação acelerada da decantação com a capacidade de adsorção do carvão ativado em pó (CAP) ou PAC, do inglês Powdered Activated Carbon. Seu objetivo principal é a eliminação de compostos que não são removidos pelo processo de clarificação e nem mesmo por processos biológicos. Algumas características fundamentais deste processo podem ser enumeradas: O carvão ativado adsorve compostos não floculáveis e não oxidados biologicamente, tais como matéria orgânica refratária constituindo a chamada DQO “dura” ou “Hard COD”, pesticidas, microalgas, cianotoxinas, compostos orgânicos causadores de


gosto e odor e micropoluentes emergentes como disruptores endócrinos e de origem farmacêutica e cosmética (PPCP: pharmaceutics and personal care products). Combina adsorção física do carvão ativado em pó com a clarificação acelerada da microareia. A combinação em um mesmo processo dos benefícios comprovados da floculação e sedimentação lastreada com a capacidade de adsorção do carvão ativado é conseguida através da adição de um tanque de précontato do CAP antes do tanque de coagulação da decantação. A recirculação de PAC dentro do processo e a manutenção de

O carvão ativado adsorve compostos não floculáveis e não oxidados biologicamente, tais como matéria orgânica refratária elevada concentração de PAC no sistema, combinados com a característica única da clarificação da decantação lastreada produz uma água ou efluente terciário com elevada pureza, de baixa turbidez e material orgânico.

Comparada aos filtros de GAC (carvão ativado granular), a decantação lastreada combinada com a adsorção do carvão ativado em pó apresenta as seguintes vantagens: devido ao menor tamanho, o PAC oferece maior superfície específica para adsorção que o GAC; a cinética de adsorção do PAC é muito mais rápida do que do GAC; devido à saturação parcial, GAC perde rapidamente a sua capacidade integral de adsorção. A qualidade da água tratada deteriora na medida em que o GAC vai saturando; GAC tem que ser regenerado ou substituído o que consiste em um processo de elevado custo;

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pode ocorrer dessorção de contaminantes previamente adsorvidos no GAC sob determinadas circunstâncias; a dose de PAC pode ser ajustada em relação à concentração do contaminante, oferecendo uma maior flexibilidade operacional e um menor OPEX do que o GAC.

O processo de clarificação de água utilizando microareia pode ser aplicado em água potável para a remoção de matéria orgânica não coagulável/floculável, pesticidas, compostos causadores de G&O O lodo formado com microareia e carvão em pó sedimentado no fundo do clarificador é coletado por um raspador mecânico e em seguida é bombeado para um hidrociclone especial com injeção de água de serviço. O hidrociclone separa o PAC da microareia, a qual é recirculada de volta à câmara de floculação. A maior parte do PAC concentrado é reciclada de volta à câmara de contato, e o excesso de PAC (1 – 2% MS) é descarregado para tratamento de lodo ou para uma unidade de montante como equalização ou etapa biológica, sendo extraído neste caso em conjunto com os lodos biológicos da ETE. 12 | engeworld | fevereiro 2014

Aplicações do processo Em água potável O processo de clarificação de água utilizando microareia pode ser aplicado em água potável para a remoção de matéria orgânica não coagulável/floculável, pesticidas, compostos causadores de G&O (gosto e odor), microalgas, disruptores endócrinos e outros poluentes emergentes. As características específicas nesta aplicação são: Remoção de turbidez residual, orgânicos e micropoluentes em simples estágio. Dose de PAC típica: 5 – 30 mg/l Concentração de PAC no tanque de contato: 1 – 5 g/l Tempo de contato: usualmente 5 – 10 minutos Taxa de aplicação: 30 – 40 m/h Obrigatório Hidrociclone específico. Taxa de alimentação típica do hidrociclone: 6% – 12% Concentração típica do lodo: 20 – 40 g/l Perda de água típica: < 0.3% Dose de microareia: 5 – 10 kg/m3 Dose de Polímero: 0,4 – 0,8 mg/L O PAC usualmente utilizado tem tamanhos de 15-35 micra. Cada PAC é diferente e por isso, para uma dada aplicação, a eficiência e dosagem ótima são diferentes para cada carvão. A escolha depende da poluição a ser tratada e deve-se recorrer a testes de jarros para se determinar qual carvão e qual dosagem são convenientes para a aplicação específica. Para águas brutas de superfície com elevada turbidez e muito conteúdo orgânico (TOC), é necessário

pré-tratar a água em um primeiro estágio de clarificação e o tratamento posterior com PAC, combinando as duas unidades processo. Esta combinação consegue oferecer água tratada de elevada pureza, mesmo a partir de águas brutas de mananciais extremamente degradados. Por exemplo, o parâmetro TOC (carbono orgânico total) pode ser reduzido de 15 mg/L para menos de 2 mg/L, como comprovado por testes piloto realizados em 2007 em Gatinaux, França. Em águas residuais O processo de coagulação com lastro e PAC tem aplicação tanto em águas residuárias municipais, essencialmente domésticas, como industriais. No campo municipal, diversos poluentes emergentes são encontrados nos efluentes de ETEs, tais como resíduos de fármacos, antibióticos, hormônios, disruptores endócrinos (ftalatos, nonilfenóis, agentes quelantes, aromáticos sulfonados), entre outros. Os nonilfenóis, por exemplo, estão na formulação de uma gama considerável de surfactantes (detergentes em pó para lava-louças, e para lavadora de roupas). No campo industrial são numerosas as aplicações uma vez que sempre que seja necessário reduzir a matéria orgânica refratária, ou seja, a DQO que não pode ser removida por processos químicos nem biológicos, ou reduzir a toxicidade de uma determinada água para lançamento em corpo receptor, o emprego do processo de coagulação com lastro e PAC é recomendado. Para o reuso de efluentes, este é o processo de escolha antes das membranas de ultrafiltração.


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CRCC

BR

PETROBRAS


Estudo de caso de tratamento terciário A filial de Qingdao (China) da indústria de corantes para têxteis da Huntsman precisava melhorar seu tratamento de efluentes para cumprir com os limites de descarte sem ter de reduzir sua produção. A estação de tratamento de efluentes era composta pelas seguintes etapas:

Calgon Adsorption Columns

Diagrama do tratamento de efluentes da indústria Huntsman, China

De acordo com a nova Legislação local, a DQO deveria ser reduzida em duas etapas, sendo a primeira para 200 mg/l e a segunda para 100 mg/l no prazo de 1 ano. Parâmetros de qualidade Efluente tratado na saída do tratamento biológico

Parâmetros operacionais Rendimento (após biológico)

Limite de descarga

DQO (mg/l)

600 – 800

< 200

TOC (mg/l)

200 – 290

(< 67)

Características na saída do tratamento biológico da ETE existente

Este fato fez a indústria investir em instalação de filtros de GAC, comprando três filtros com 9 m3 de GAC. Nos primeiros dias de operação conseguia-se valores muito baixos de DQO, da ordem de 20 mg/L, porém após uma semana de operação ocorria a saturação do carvão granulado e o limite de DQO de 200 mg/L era ultrapassado. Os problemas vivenciados pela indústria eram os seguintes: elevada DQO refratária; uso/reposição de GAC da ordem de 3.000 kg/dia; limitada capacidade de regeneração na unidade local da Calgon; a produção da Huntsman teria que ser reduzida para atender os limites de 14 | engeworld | fevereiro 2014

descarga para os efluentes; custos com GAC de aproximadamente US$ 5.000/dia. Foram realizados testes com uma planta-piloto de decantação lastreada e carvão ativado em pó nas seguintes condições: Condições de operação do piloto: 1. Vazão: 25 – 40 m3/h 2. Dose de PAC: 0 – 4 g PAC/g COD 3. Coagulante: 10 – 20 mg/l Al2O3 4. Polímero: 5 – 10 mg/l Objetivos do tratamento: DQO < 200 mg/l TOC < 67 mg/l Turbidez < 10 NTU

A decantação lastreada combinada com carvão ativado em pó é uma alternativa de menor custo em relação aos filtros de GAC Foram utilizadas diversas dosagens de carvão (0 – 4 g PAC/g COD), sendo que para dosagens da ordem de 4 g, que equivalem a 250 g DQO/kg de carvão, atingiram-se os objetivos. Os resultados demonstraram que os benefícios seriam incontestáveis com a instalação de uma unidade industrial de decantação lastreada e carvão ativado em pó. A Huntsman decidiu pelo “scale-up” e investiu US$ 250.000 (duzentos e cinquenta mil dólares), e com a redução em OPEX de 50% (de US$ 2,70/m3 para US$ 1,35/m3) obteve o payback em 1 ano.


Água bruta

Água clarificada

Limite de descarga

pH

6–9

8

6–9

SST (mg/l)

70 –100

< 15

Turbidez (NTU)

<5

DQO (mg/l)

Até 880

< 200

< 200

TOC (mg/l)

Até 260

< 65

Resultados da planta industrial

Pode-se concluir o seguinte: A decantação lastreada combinada com carvão ativado em pó é uma alternativa de menor custo em relação aos filtros de GAC. Pode-se economizar ainda mais na dosagem de PAC por meio da

recirculação do excesso de lodo com PAC para etapas de montante do tratamento, como equalização e reatores biológicos. Quando incluído em uma configuração de processo utilizando membranas de ultrafiltração, ele pode conseguir muito

baixa concentração de DQO para reúso. Ele é compatível com outros processos de clarificação a montante. A decantação lastreada combinada com carvão ativado em pó é uma solução para remoção de poluentes emergentes dentre eles os disruptores endócrinos. O processo apresenta elevada eficiência na redução de toxicidade de efluentes para lançamento final, sendo uma ferramenta otimizada para cumprimento do artigo 18 da Seção II da Resolução nº 430 do CONAMA-Conselho Nacional do Meio Ambiente, de 13 de maio de 2011. É possível atacar o problema de poluentes emergentes e toxicidade na fonte, com o emprego do processo como tratamento terciário de efluentes municipais e industriais.

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processo

artigo

Dispositivos desaeradores, conhecidos como eliminadores, bloqueadores e aliviadores de ar Elton J. Mello Gerente técnico do laboratório de hidrômetros do Departamento Municipal de Água e Esgotos (DMAE) de Porto Alegre (RS)

E

m 2001, em conjunto com Rubens Leão da Corsan, um estudo[2], fruto de três anos de pesquisas e acompanhamentos acerca da interferência do ar na medição do consumo de água, que ainda hoje é usado como referência[3] foi publicado. Naquela época, as seguintes situações eram vivenciadas na cidade de Porto Alegre: retomada dos investimentos de substituição de redes antigas e esclerosadas; regularização de abastecimentos (ocupações subiam os morros e a água seguia atrás); construção de novas avenidas com mudanças das tubulações troncais de água; ações e intervenções, em larga escala, propícias para o surgimento do ar nos sistemas de abastecimento de água.

A presença do ar nas redes de distribuição dos serviços de abastecimento de água sempre foi uma preocupação para as companhias e serviços de saneamento, pelos seguintes motivos: 16 | engeworld | fevereiro 2014

causa prejuízo à imagem do serviço/companhia de água pela falta de seu produto; gera perda financeira ao usuário/ consumidor por estar pagando ar em vez da água; provoca danos nos equipamentos da rede de distribuição.

Então, se não é interesse das empresas de água a presença de ar, qual as causas de sua existência nos sistemas de abastecimento? Podem ser citadas as três principais razões para isso: deficiência no abastecimento pela demanda maior que a oferta, acarretando rodízios/revezamentos;


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problemas nos dispositivos de controle automático de entrada/saída nas tubulações troncais acarretados por: projeto mal-executado; ampliações sem aumento do quantitativo ou reposicionamento dos existentes; e falta de manutenção dos dispositivos. • rompimentos eventuais (acidentes ou falta de energia) ou constantes (rede muito antiga). Assim, a solução definitiva para o problema está na realização de investimentos, por parte das empresas de água, para: ampliar os sistemas de abastecimento, antecipando ou, no mínimo, ajustando a oferta à demanda de água; substituir as redes antigas; realizar a manutenção e/ou substituição dos equipamentos.

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Uma das questões, levantadas durante o Painel Setorial do Inmetro – Desempenho de Equipamentos Instalados em Tubulações de Água, realizado em 15 de outubro de 2009[1], abordou a necessidade de regulação do saneamento brasileiro como uma forma de garantir a qualidade do abastecimento, a partir do estabelecimento de indicadores que meçam a sua intermitência ou avaliem a sua continuidade e, consequentemente, a presença do ar nas redes de distribuição. De qualquer forma, todo o investimento do mundo não eliminará as causas eventuais de faltas de água, provocadas por acidentes ou quedas de energia. Por isso, surgiu no final dos anos 1990 uma esperança na solução para este problema. Entendia-se que, mesmo paliativa, ela talvez amenizasse o problema, especialmente, as justas reclamações dos usu-

ários submetidos às situações críticas e reconhecidas de desabastecimento. Destaca-se que ainda era comum, mesmo entre os profissionais do setor do saneamento, um desconhecimento de que o hidrômetro mede o ar.

Os dispositivos eliminadores ou expulsores de ar Apareceram no mercado brasileiro, em especial nos anos de 1997 e 1998, dispositivos desaeradores, denominados eliminadores ou expulsores de ar (a partir de 2003 surgiram os bloqueadores e depois os aliviadores de ar). Com o objetivo de utilizá-los naquelas situações críticas, em que os usuários estavam submetidos a constantes faltas de água, testou-se e se re-testou os mais variados modelos e de todos os tipos, desde os fabricados em fundo de quintal até os de empresas sérias e preocupadas com a qualidade do seu produto. Infelizmente, nenhum dos dispositivos testados serviu para resolver ou amenizar o problema nas situações efetivas de falta constante de água, onde a presença do ar era frequente (pontas de rede, locais altos com bombeamento insuficiente, zonas de rompimentos ou esvaziamentos da rede constantes). Nas situações em que não existia intermitência, sua utilização não foi justificada, mas o que se observou de fato foram os riscos envolvidos (contaminação da rede nos locais sujeitos a alagamentos – nichos onde estão instalados os hidrômetros[4]) e os prejuízos acarretados (vazamentos frequentes após certo tempo em operação) pelo uso destes dispositivos. Os defensores da comercialização indiscriminada destes dispositivos alegam que a contaminação da rede pública é


uma falsa questão, já que os reservatórios (caixas de água) de edifícios e casas poderiam ocasionar o mesmo problema ou que as próprias concessionárias de água utilizam ventosas nas redes. Infelizmente, aqueles que defendem esta posição desconhecem que os códigos municipais de edificação e de saúde e as normas técnicas brasileiras estão cada vez mais rígidos nos aspectos construtivos e de segurança dos reservatórios. Ao mesmo tempo, ignoram que se destaca o risco de saúde pública pela contaminação da rede devido ao fato de os nichos ficarem submersos ou submetidos a ambientes tóxicos ou nocivos ao ser humano, porque é comum a sua localização estar abaixo do nível das calçadas ou dos terrenos. É considerada calamidade pública os casos de enchente, onde as casas, bairros ou cidades inteiras ficam submersas, e as medidas corretivas e preventivas a serem estabelecidas pela defesa civil e adotadas pelos demais órgãos públicos são gerais e coletivas. Embora os resultados obtidos com o emprego dos dispositivos desaeradores não tenham sido nem um pouco animadores quanto ao seu uso como solução pontual para o problema do ar na medição e, em alguns casos até prejudicaram o usuário submetido à presença do ar nos casos de intermitência ou desabastecimento frequente, aprendeu-se muito sobre a dinâmica da presença do ar nos ramais prediais nas residências dos usuários.

A presença do ar nos sistemas de abastecimento Em 2001 foi desenvolvida a simulação em laboratório do que acontecia na prática em um sistema de abastecimen-

to[5] quando ocorriam o esvaziamento (falta de água) e o enchimento da rede (retorno da água) para verificar seus resultados na medição da água: o movimento de saída e entrada do ar na rede e o respectivo desconto e o incremento no volume totalizado por hidrômetros instalados em ramais com localizações muito especiais – ponta (final) de rede e pontos altos da rede – e, também, nos ramais submetidos a estas condições, mas em localização menos desfavoráveis, ou seja, mais comuns em um sistema de distribuição de água.

Apareceram no mercado brasileiro, em especial nos anos de 1997 e 1998, dispositivos desaeradores, denominados eliminadores ou expulsores de ar Especificamente sobre a influência desse tipo de dispositivo desaerador, eliminador ou expulsor de ar, na medição realizada pelo hidrômetro ou na curva de calibração dos medidores os resultados foram considerados nulos. Embora existam algumas companhias estaduais de saneamento que afirmam terem detectado alterações significativas nas curvas de calibração dos hidrômetros precedidos de dispositivos desaeradores de ar, não foi publicado nenhum trabalho com estes dados.

Dispositivos aliviadores de ar Já para o caso dos aliviadores de ar, não se chegou a testá-los, pois na época do estudo eles não eram fabricados, mas as informações atuais indicam que eles são um pouco diferentes. Em que pese não se ter acesso ao princípio de funcionamento e nem ao projeto de um aliviador, o que se verifica em algumas propagandas é que eles reduzem a vazão da água no ramal, fazendo com que o abastecimento de água se dê obrigatoriamente ou majoritariamente na faixa inferior de medição dos hidrômetros, logo, tendendo a provocar erros negativos. Como resultado prático, o hidrômetro vai medir menor volume de água que o real consumido e, conforme a vazão de operação do aliviador e o perfil de consumo de água da residência, este valor pode significar uma redução da ordem de 30-40% no volume medido. Portanto, neste caso, a redução na conta não se deve a eliminação ou alívio do ar. Além desta interferência na medição, o uso dos aliviadores pode trazer problemas de desabastecimento no ramal pela desregulagem de seu mecanismo interno, que pode bloquear a passagem da água, ou pela elevada perda de carga introduzida nas instalações da edificação, fazendo com que a pressão existente na rede seja insuficiente para abastecer o imóvel.

Bloqueadores de ar Por fim, o terceiro tipo de dispositivo desaerador, denominado de bloqueador de ar, é geralmente indicado para instalação junto à torneira boia da caixa de água. No caso de falta de água, durante a fase de esvaziamento da rede, ele deixa livre a entrada (admissão) de ar para o sisengeworld | fevereiro 2014 | 19


tema de abastecimento. Quando a água retorna, ele atua impedindo a expulsão do ar pela torneira-boia. Assim, no momento do desabastecimento (pressão negativa na rede) o medidor gira ao contrário e não desmarca o volume de água registrado. Quando o abastecimento retorna e o ar é expulso da rede, a sua saída pelo ramal é bloqueada pelo dispositivo e ele não passa pelo medidor, que não tem seu totalizador incrementado, estabelecendo a submedição. Da mesma forma e pelos mesmos motivos que os aliviadores, nenhum teste sobre a sua efetividade foi realizado, nem sobre a sua influência sobre a curva de calibração dos medidores. Pelos dados disponíveis, conclui-se que, em não havendo interferência na medição do consumo da água, as seguintes situações poderão estar presentes com o seu emprego: redes que apresentam problemas no dimensionamento e/ou no posicionamento dos seus dispositivos controladores de entrada e saída de ar e utilizam os reservatórios particulares para complementar esta função, pode apresentar rompimentos mais frequentes ou agravar o problema da presença do ar nas ligações vizinhas de água que não utilizem o bloqueador; a introdução de um bloqueador nas instalações do imóvel pode acarretar uma elevação significativa na perda de carga, agravando as condições de abastecimento ou levando ao desabastecimento; bloqueio da passagem da água por obstrução ou falta de regulagem do dispositivo desaerador após a normalização do abastecimento. 20 | engeworld | fevereiro 2014

Direito do consumidor Uma questão sempre muito discutida, e utilizada como argumento pelos defensores do uso indiscriminado dos dispositivos desaeradores, é a do direito do consumidor e da liberdade de instalação no trecho do ramal ou instalação predial, após o medidor ou o cavalete, que é de propriedade do usuário. Realmente, nos casos de existência de ar na rede acarretando interferência na

medição do consumo, conforme situações fartamente apresentadas e estudadas em publicação e trabalhos técnicos, é de responsabilidade da empresa concessionária de água evitar qualquer prejuízo ao usuário. O detalhe é que, nestes casos onde realmente existe intermitência no abastecimento, quando e onde seria indicado o seu uso, os dispositivos não funcionam e não resolvem o problema. Desta forma, além da revisão da conta de água, a empresa concessionária pode se espelhar no procedimento padrão da Sanasa (Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento), de Campinas, que,

ao constatar o problema, providencia uma solução definitiva: a adequação da rede com a instalação correta de dispositivos automáticos de entrada e saída de ar ou outra solução técnica que resolva a causa do problema. Alegam os fabricantes e divulgadores dos dispositivos desaeradores que existem as faltas de água eventuais e que, de qualquer forma, o consumidor tem o direito de se proteger contra qualquer eventualidade, ou argumentam que seus dispositivos estão instalados em imóveis que comprovadamente tiveram redução na conta de água mesmo em regiões em que não há intermitência sem divulgar, no entanto, os endereços dos mesmos, pois as empresas concessionárias de água retiram os equipamentos. Sobre isso é interessante destacar que se passaram mais de dez anos e não se tem conhecimento de um estudo que tenha sido apresentado ou publicado em congresso, seminário ou revista nacional ou internacional que comprove resultados positivos do uso destes equipamentos. A maioria absoluta dos depoimentos de síndicos ou administradoras de condomínios que adquiriram estes dispositivos faz menção a duas ações que foram realizadas concomitantemente com a sua instalação: campanhas de uso racional da água e revisão nas instalações hidrossanitárias do condomínio ou imóvel. Sobre a questão do ar estar sempre presente, mesmo em situações de normalidade no abastecimento, o Engenheiro José Antonio França Marques sugere a medição individualizada de condomínios de baixa renda, hoje pra-


além da revisão da conta de água, a empresa concessionária pode se espelhar no procedimento padrão da Sanasa ticada em todo o Brasil, como o teste definitivo de avaliação, que pode ser feito nos sistemas de distribuição de água. Via de regra existe um medidor geral (o macro) que mede a água que abaste-

ce um reservatório superior ou elevado. Após este reservatório são instalados os medidores individuais que medem os consumos das economias ou apartamentos. Se existisse o ar com a água, este seria eliminado no momento do enchimento do reservatório. Assim, só passaria ar pelos medidores individuais nos casos de esvaziamento completo do reservatório superior ou elevado, o que é facilmente verificável e controlável. Desta forma, basta acompanhar a diferença do consumo totalizado pelo medidor geral (o macro) e o somatório dos consumos medidos pelos individuais que se obteria valores iguais ou superiores a 40%, já que todo o ar teria

sido eliminado no reservatório, conforme o número mágico propagandeado pelos fabricantes e divulgadores dos dispositivos desaeradores. No entanto, o que se verifica no comparativo entre o volume do macro em relação à soma dos individuais, se existirem e forem medidos os consumos de uso comum, são valores pequenos, nulos ou negativos, sempre referentes às diferenças nas curvas de calibração e sensibilidades dos medidores empregados[6]. Assim, cai por terra a alegação dos fabricantes dos dispositivos desaeradores de que é prática das empresas de água “venderem ar”.

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Testes laboratoriais qualificados No entanto, direito é direito, e isto é sempre alardeado pelos fabricantes e divulgadores destes produtos. Para fazer valer este argumento, considerado por eles irrefutável, juntam o fato de que realizam testes e mais testes com seus equipamentos em laboratórios de reconhecida capacidade e idoneidade, comprovando que seus produtos não são nocivos à saúde, que não interferem na medição, que não apresentam vazamentos e que possuem eficiência que vai até 40%, número mágico utilizado em campanhas publicitárias, ou seja, estão afirmando que ainda assim passaram mais de 60% de ar que não foram retirados e, nesta lógica, seriam medidos pelo hidrômetro, também. Na verdade este teste não tem aplicação prática porque implica injeção de ar nos sistemas e na verificação de quanto o aparelho retira deste ar injetado, mas ele é realizado sem a presença da água. O teste apenas comprova que os dispositivos desaeradores não servem para proteger os usuários nos casos de presença constante de ar na rede pela intermitência frequente do abastecimento. Se somente os dispositivos desaeradores de ar estivessem instalados no ramal, eles extrairiam apenas 40% de todo ar que entra na instalação interna. Por outro lado, o teste não se aplica a situações em que existe constância no abastecimento, isto é, quando existe água.

Fazendo valer o direito do consumidor Para que sejam realizados testes que tenham alguma validade técnica para aplicação comercial, não basta que os 22 | engeworld | fevereiro 2014

laboratórios sejam competentes e certificados por esta ou aquela instituição internacional, é imprescindível que estes testes sejam realizados em observância a critérios e parâmetros técnicos devidamente normatizados e regulamentados. Até hoje, passados mais de doze anos, não houve interesse dos fabricantes em constituir qualquer tipo de norma técnica estabelecendo as características dos produtos e os parâmetros e procedimen-

Se somente os dispositivos desaeradores de ar estivessem instalados no ramal, eles extrairiam apenas 40% de todo ar que entra na instalação interna. tos a serem observados como tipo de material a ser empregado, máxima perda de carga admissível, eficiência mínima de retirada do ar presente, comprovação da não interferência na medição do consumo de água, avaliação dos riscos de contaminação, indução à fraude e quais os ensaios a serem realizados, entre outros aspectos. Sem esta etapa cumprida (o que eliminaria as patentes, reduzindo os lucros), nenhum teste realizado terá validade para permitir e garantir a comercialização deste tipo de equipamento.

Conclusões Como visto e estudado até agora, em nenhuma das duas situações vivenciadas nos sistemas de abastecimento e distribuição de água verificou-se que a utilização dos dispositivos desaeradores constitui real e efetiva proteção aos usuários das empresas de água. Na primeira situação, em caso de abastecimento normal, caracterizado pela constância no fornecimento de água com eventuais e acidentais faltas de água, tem-se comprovado que não se justifica o seu uso. No entanto, quando a situação do abastecimento é crítica com interrupções frequentes no fornecimento de água, em especial nas zonas altas e nas pontas de rede, onde se justificaria o emprego desses equipamentos, algumas considerações que poderão ou não ser confirmadas por trabalhos novos e atualizados e estudos técnicos, devem ser observadas em função dos três tipos de dispositivos: a) os desaeradores do tipo eliminador de ar não protegem o usuário, pois além de sua eficiência ser baixa, menor que 40%, o movimento de entrada e saída do ar pelo ramal provoca o mesmo resultado na medição do consumo, ou seja, na conta de água, que ocorre quando só o medidor está instalado. Além disso, em função dos riscos de contaminação da rede pública são uma ameaça à saúde pública; b) os do tipo bloqueador de ar devem ser submetidos à avaliação de sua eficiência a partir do estabelecimento de uma norma técnica que garanta a qualidade e segurança do produto e do sistema de abastecimento (valores máximos de perda de carga) quando


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empregado nas instalações internas do usuário, ao mesmo tempo em que seja avaliada a sua interferência na medição do consumo; c) da mesma forma, os dispositivos do tipo aliviador de ar devem possuir uma norma técnica que estabeleça as características do produto, deverão também comprovar que eles não alteram a medição do consumo de água, são eficientes na proteção da interferência do ar na medição do consumo e não provocam uma enorme e absurda perda de carga.

os dispositivos do tipo aliviador de ar devem possuir uma norma técnica que estabeleça as características do produto, Não existe, e nem poderia existir, discordância quanto ao direito de um usuário adquirir um produto, mesmo que não seja necessário ou indicado para seu uso, assim como quanto ao direito à liberdade de comercialização do produto. As únicas exigências para que este direito e liberdade possam ser assim considerados são de que o produto observe padrões mínimos de fabricação e instalação e não cause prejuízo ao consumidor, à coletividade ou ao sistema de abastecimento. Por isso, a solução efetiva tanto para 24 | engeworld | fevereiro 2014

os usuários que, apesar de tudo, querem adquirir equipamentos que os protejam de eventualidades, como para as empresas concessionárias de água aplicarem naquelas situações críticas (usuários submetidos à intermitência frequente e localizados nos pontos altos ou ponta de rede) está no emprego de medidores que não meçam o ar, o que será possível a partir do novo regulamento técnico metrológico que substituirá o da Portaria nº 246/2000 do INMETRO.

Notas do autor [1] Texto baseado na palestra proferida e nas intervenções dos demais participantes no Painel Setorial do INMETRO – Desempenho de Equipamentos Instalados em Tubulações de Água, realizado em 15 de outubro de 2009. [2] O ar e a sua influência na medição do consumo de água. [3] Verificação das leituras de volume de água efetuadas com hidrômetros em operação; Avaliação da influência de um equipamento eliminador de ar na medição do consumo de água; Avaliação do desempenho de eliminadores de ar em redes de distribuição de água; Avaliação da eficácia e da possibilidade da contaminação da água em eliminadores de ar. [4] Riscos de contaminação da água pela utilização de eliminadores de ar em cavaletes de hidrômetros. [5] A presença do ar nos sistemas de distribuição de água. [6] O teste comparativo entre os volumes totalizados pelo medidor geral e os individuais deve ser realizado em instalações nas quais os hidrômetros individuais estejam corretamente

dimensionados (em regra, são comprados pelos condomínios medidores de acordo com o diâmetro da tubulação, normalmente 32 mm, o que provoca uma submedição dos consumos dos apartamentos); os hidrômetros estejam instalados na posição correta (é comum a colocação dos medidores na vertical, acarretando um rebaixamento na sua classe metrológica, o que aumenta a submedição; tenham qualidade na medição individualizada (além do correto dimensionamento e posicionamento, considerar o tipo e marca de hidrômetros, a verificação periódica da calibração, as idades dos medidores, a medição do consumo nas áreas comuns, a presença de fugas e vazamentos internos, etc). Mesmo assim, observados todos estes cuidados é possível e aceitável, em função dos erros de medição dos medidores, diferenças da ordem de 10%, conforme os parâmetros metrológicos estabelecidos pela Portaria nº246/2000 do INMETRO para hidrômetros em uso. Existem duas situações mais recomendadas para este teste: realizá-lo em condomínios de baixa renda, onde não há usos comuns de grande monta (reenchimento de piscinas, rega de jardins, etc.) ou, se existem, são medidos, e os medidores utilizados são, normalmente, dimensionados corretamente para os consumos das economias e utilizar um hidrômetro interno após o recalque da bomba, na saída do reservatório inferior, e o empregar na comparação com o medidor da empresa concessionária. Neste caso onde existe reservatório inferior, nem é necessário que o condomínio esteja individualizado.


ensaios não destrutivos

artigo

END: ensaios não destrutivos e maior confiabilidade ao produto

O

s ensaios não destrutivos (END) são testes realizados em materiais acabados ou semiacabados para verificar a existência ou não de descontinuidade ou defeitos. Estes ensaios são realizados por meio de princípios físicos definidos, sem alterar características físicas, químicas, mecânicas ou dimensionais do material e sem interferir em seu uso posterior. O END é uma das principais ferramentas do controle da qualidade de materiais e produtos, contribuindo para reduzir os custos e aumentar a confiabilidade da inspeção. São utilizados na fabricação, construção, montagem, inspeção em serviço e manutenção. Além disso, são largamente aplicados em soldas, fundidos, forjados, laminados, plásticos, concreto, entre outros, nos setores petróleo/petroquímico, nuclear, aeroespacial, siderúrgico, ferroviário, naval, eletrome-

cânico e automotivo. Entre os métodos de END estão aqueles capazes de proporcionar informações a respeito do teor de defeitos de um determinado produto, das características tecnológicas de um material, ou ainda, da monitoração da degradação em serviço de componentes, equipamentos e estruturas. Os métodos mais usuais são ensaio visual, líquido penetrante, partículas magnéticas, ultrassom, radiografia (utilizando raios X e Gama), correntes parasitas, análise de vibrações, termografia, emissão acústica, estanqueidade e análise de deformações. Para obter resultados satisfatórios e válidos, é essencial possuir uma equipe formada por profissionais treinados e qualificados. Os testes também devem seguir os procedimentos de execução de ensaios qualificados com base nas normas e critérios de aceitação e os equipamentos precisam estar devidamente calibrados. engeworld | janeiro 2014 | 25


Líquido penetrante O ensaio por líquidos penetrantes é considerado um dos melhores métodos para a detecção de descontinuidades superficiais de materiais isentos de porosidades como metais ferrosos e não ferrosos, alumínio, ligas metálicas, cerâmicas, vidros, certos tipos de plásticos e materiais organo-sintéticos. Também são utilizados para a detecção de vazamentos em tubos, tanques, soldas e componentes. Para aplicar o líquido é usado pincel, pistola, lata de aerossol ou mesmo a imersão do produto a ser ensaiado. Depois de aplicado, o líquido age por um tempo de penetração. O líquido penetrante é então removido por meio de lavagem com água ou da utilização de solventes e um revelador (talco) mostra a localização das descontinuidades superficiais com precisão. O método está baseado no fenômeno da capilaridade – o poder de penetração de um líquido em áreas extremamente pequenas devido à sua baixa tensão superficial. Descontinuidades em materiais fundidos, tais como gota fria, trinca de tensão provocada por processos de têmpera ou revenimento, descontinuidades de fabricação ou de processo como trincas, costuras, dupla laminação, sobreposição de material, trincas provocadas pela usinagem, fadiga do material ou mesmo por corrosão sob tensão, podem ser facilmente detectados pelo método de líquido penetrante. 26 | engeworld | fevereiro 2014

Partículas magnéticas O ensaio por partículas magnéticas é usado para detectar descontinuidades superficiais e subsuperficiais em materiais ferromagnéticos. São detectados defeitos de trincas, junta fria, inclusões, gota fria, dupla laminação, falta de penetração, dobramentos e segregações, entre outros. O método está baseado na geração de um campo magnético que percorre toda a superfície do material. As linhas magnéticas do fluxo induzido no material desviam-se de sua trajetória ao encontrar uma descontinuidade superficial ou subsuperficial, criando assim uma região com polaridade magnética, altamente atrativa a partículas. No momento em que se provoca a magnetização da peça, partículas magnéticas são aplicadas sobre a peça e serão atraídas para a superfície que conter uma descontinuidade, formando assim uma clara indicação de defeito.

Alguns exemplos típicos de aplicações são fundidos de aço ferrítico, forjados, laminados, extrudados, soldas, peças que sofreram usinagem ou tratamento térmico (porcas e parafusos), trincas por retífica e muitas outras aplicações em materiais ferrosos. Para que as descontinuidades sejam detectadas é importante que elas estejam de tal forma que sejam “interceptadas” ou “cruzadas” pelas linhas do fluxo magnético induzido. Consequentemente, a peça deverá ser magnetizada em, pelo menos, duas direções defasadas de 90º. Para isso, são utilizados os yokes, máquinas portáteis com contatos manuais ou equipamentos de magnetização estacionários para ensaios seriados ou padronizados. O uso de leitores ópticos representa um importante desenvolvimento na interpretação automática dos resultados. Portal Metálica


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Diferentes tipos de chumbadores e suas aplicações

O

avanço da tecnologia na engenharia tem favorecido o uso de soluções rápidas, baratas e eficazes de ancoragens. Hoje, ancoragens seguras são obtidas com o uso de chumbadores – elementos químicos, mecânicos ou feitos de poliamida inseridos em um substrato que pode ser concreto, alvenaria ou drywall – utilizados frequentemente para atender à necessidade de execução de reforços nas estruturas das edificações. A seleção do chumbador depende de aspectos como resistência do concreto, tipo de agressividade do ambiente, tipo de carga (estática ou dinâmica) e dimensões do local que o receberá, entre outros itens. O material base é o primeiro a ser verificado no momento da escolha de uma ancoragem. Para cada substrato há um método específico para ligar o chumbador ao material base. Esta ligação pode ser realizada por adesão, base suporte ou por atrito. Ligação por adesão: ocorre quando se executa uma ancoragem química e a resina adere ou se fixa na parede do furo. 28 | engeworld | fevereiro 2014

Ligação por atrito: utilizada quando o chumbador se expande no substrato. Ligação base suporte: usada quando o chumbador cria um suporte atrás do material de fixação para suportar a carga. Tende a ser executada em locais ocos ou vazados e com alvenaria de bloco estrutural. Depois de verificado o material base, é importante avaliar as condições do ambiente da fixação, averiguando se ele apresenta altas temperaturas, umidade superficial ou saturada, grandes agressividades (para a definição do aço do chumbador) e se a peça que receberá a fixação é nova ou antiga.

Montagens Os chumbadores podem ser aplicados em montagens simples ou passantes, sendo que cada aplicação tem a sua vantagem e característica. A montagem simples requer furos com menores diâmetros, mas demanda maior precisão na aplicação. A montagem passante requer menor precisão na locação dos furos, mas pode exigir a execução de furos com maiores diâmetros

Tipos de chumbadores Os chumbadores podem ser classificados em pré-concretados e pós-fixados. Os pré-concretados, por sua vez, se dividem entre pré-concretados no concreto de primeira fase e ou no concreto de segunda fase. Os chumbadores pós-fixados são classificados em químicos, chumbadores de expansão controlada e de expansão por percussão.

Montagens simples e passantes[3]


Chumbadores químicos Na instalação de chumbadores químicos a fixação é realizada pela aderência de uma resina com o concreto e o prisioneiro. Eles tendem a apresentar resistência inferior à de chumbadores mecânicos e são usados em aplicações nas quais se deseja uma vedação completa, para impedir a entrada de líquidos no furo que aloja o chumbador ou em locais bem próximos da borda do concreto. Tempo de cura Temperatura do material base Concreto seco (oC) 20 10 0 -5

Tempo de cura Concreto úmido

20 min 30 min 60 min 5h

40 min 60 min 2h 10 h

Concreto submerso 80 min 2h 6h 24 h

Eles permitem a fixação com material em aço inox em locais úmidos e submersos. Além disso, a adesão química não provoca fissuras nem tensões no concreto. Eles podem ser fixados com menores espaçamentos entre chumbadores e bordas de concreto e também podem ser usados em montagens simples ou passantes. Além disso, as distâncias mínimas de instalação para os chumbadores químicos são bem menores do que as requeridas por chumbadores mecânicos.

Chumbadores de expansão controlada Sua fixação é realizada pela expansão da ponta do chumbador, ocasionada pelo aperto do parafuso que, por sua vez, provoca um bulbo de compressão (uma espécie de cone cujo vértice é o ponto de expansão máxima e a base é um círculo com diâmetro igual a aproximadamente 20 vezes o diâmetro do chumbador). Esses chumbadores possuem resistência maior que a dos chumbadores químicos, mas menor que a dos chumbadores fixados por percussão. Eles podem ser usados com parafusos tipo máquina, estojo ou com barra roscada e engeworld | fevereiro 2014 | 29


não requerem a profundidade exata do furo. Dependendo do modelo, eles podem ser recuperados e também podem ser usados em montagens simples ou passantes.

Chumbadores de expansão por percussão A fixação desses chumbadores é realizada pela expansão da ponta do chumbador, provocada pela introdução da bucha na jaqueta, o que ocorre por meio de pancadas. Os chumbadores de expansão por percussão possuem resistência maior que a dos chumbadores fixados por expansão controlada. Eles também têm maior capacidade de carga e estão disponíveis em diversos modelos.

Chumbadores de expansão com bucha cativa São fixados do mesmo modo que os chumbadores de expansão por percussão. No entanto, possuem resistência maior que a destes chumbadores. Eles podem ser aplicados com furadeira ou martelete; podem ser usados com parafuso tipo máquina, estojo ou com barras roscadas. No Brasil, seis normas técnicas tratam do assunto chumbadores. Norma NBR 10091

Ano de publicação 1987

NBR 14271

1999

NBR 14326

1999

NBR 14827

2002

NBR 14918

2002

NBR 15049

2004

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Título Chumbadores - Dimensões e características mecânicas Elementos de Fixação - Pino de Fixação por Carga Explosiva – Especificação Elementos de Fixação Ferramentas atuadas por carga explosiva, para aplicação de pinos de aço em concreto, alvenaria ou aço estrutural - Formas tipos e características Chumbadores instalados em elementos de concreto ou alvenaria - Determinação de Resistência à tração e ao cisalhamento Chumbadores mecânicos pósinstalados em concreto - Avaliação do desempenho Chumbadores de adesão química instalados em elementos de concreto ou de alvenaria Determinação do desempenho

Os chumbadores de expansão por percussão possuem resistência maior que a dos chumbadores fixados Dimensionamento dos chumbadores Para dimensionar um chumbador é necessário determinar os coeficientes de segurança que variam de acordo com o tipo de carga a que o chumbador será submetido, sendo que estes coeficientes são especificados em normas internacionais e em catálogos e manuais técnicos de seus fornecedores.

Referências [1] ZATTONI, C. C. Dimensionamento de chumbadores pós-fixados. Faculdade de Tecnologia de São Paulo – Departamento de hidráulica e saneamento, 2010. [2] LESSA, A D.; CARNEIRO, L. F. G.; SCARANALLE, M. G.; DE OLIVEIRA, P.; DA TRINDADE, R. P. Sistemas de fixação: uso de chumbadores como reforço estrutural na construção civil. Universidade Anhembi Morumbi, São Paulo, 2011. [3] METÁLICA. Parafusos e chumbadores. Disponível em <http://www.metalica.com.br/ parafusos-e-chumbadorestecnicas-de-fixacao> Acesso em: 2 de jan. 2013.


tubulação

artigo

Uso de tubulações não metálicas em projetos offshore Igor E. Bolorino Engenheiro Mecânico com MBA em Gestão de Projeto, atuando há seis anos como Engenheiro de Aplicação na EDRA, onde desenvolve estudos de aplicação dos produtos, de novas tecnologias e de desenvolvimento de produtos.

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ntes de tratar dos projetos offshore é importante definir o critério de tubulação não metálica. Enquanto as tubulações se referem a canais de qualquer forma (redonda, quadrada, retangular, triangular, etc), desde que oca por toda sua extremidade que tem a finalidade de levar fluidos ou líquido de uma extremidade a outra, o material não metálico diz respeito às ligas que não possuem quaisquer elementos em proporções consideráveis, denominados metálicos ou ferrosos. Com isso pode-se definir que a tubulação não metálica é um canal de qualquer forma, oca por toda sua extremidade, com a finalidade de levar fluidos ou líquido de ligas que não possuem quaisquer elementos em proporções consideráveis, que não sejam denominados metálicos ou ferrosos como os de PVC, PEAD, PTFE e outros. Um tipo específico de tubulação não metálica são os tubos em PRFV (plástico reforçado com fibras de vidro com liner termofixo), que no mercado offshore é comumente chamando de FRP ou GRP.

Assim o termo FRP será empregado para tratar de tubos fabricados com matriz polimérica de base éster vinílica e pressões de até 300 psi (20 kgf/cm2). Contudo, existem aplicações de FRP com matriz polimérica de base epóxi de 1.200 psi até 3.000 psi.

Composição dos produtos Os tubos para o setor petrolífero são fabricados com fios contínuos de fibras de vidro embebidos com resina epóxi vinil éster por processo de filamento contínuo (filament wound), em conformidade com a norma ASTM D 2996 e liner (camada interna, mantida em contato permanente com o fluído) conforme o projeto. Os acessórios também são fabricados com os fios contínuos de fibras de vidro embebidos com resina epóxi vinil éster pelo processo de filamento contínuo (filament wound), só que em conformidade com a norma ASTM D 5685 e liner conforme o projeto. O flange é fabricado da mesma forma só que em conformidade com a norma ASTM D 4024 e o liner conforme engeworld | fevereiro 2014 | 31


o projeto deve ser fabricado com matérias-primas compatíveis ao meio.

Características básicas do produto Mediante as exigências do projeto, a tubulação pode atender a uma gama de solicitações com o uso de aditivos adicionados ao compósito. Desta forma, o produto possui as seguintes características comuns: resistência à chama, adquirida com a adição de aditivos por meio de pintura intumescente, que garante ao produto alta resistência ao fogo, atendendo as exigências da norma IMO res. A 753 (18). baixa propagação de chama, obtida mediante a adição de aditivos no compósito que fazem com que a chama não se propague ao longo do sistema de tubos. Essa característica é ativada em conformidade com a norma ASTM D 635. condutividade elétrica, obtida com a adição de aditivos à resina e pelo processo de fabricação empregado, possibilitando o atendimento da norma ASTM D 257. Existem outras características mecânicas e de uniões e cada fabricante define o projeto para atendê-las e/ou superá-las.

A utilização de FRP em projetos offshore A definição de utilização parte de alguns critérios de projeto inclui três critérios-chaves:

• Critérios normativos Todo projeto offshore classifica suas áreas de tubulações conforme as normas de trabalho, segurança e meio ambiente. Com base nessa classificação os critérios do projeto são determinados, estabelecendo como e onde as tubulações de FRP são usadas. Nesses 32 | engeworld | fevereiro 2014

critérios, estão definidas quais as normas que os fabricantes devem seguir e quais os limites a serem utilizados. Junto às normas existem as “Agências classificadoras”, que ditam as regras de classificação e quais as exigências que a tubulação em FRP deve atender. As Agências normalmente possuem regras próprias e distintas de aceitação e interpretação de normas, mas nunca contradizem ou amenizam os critérios de aceitação definidos em normas. Um exemplo é o critério de classificação de área e resistência à chama. A norma IMO res. A 753 fornece os critérios de aceitação de resistência à chama, mas as agências classificadores dizem onde e como usar estes critérios. Contudo, essa classificação pode mudar conforme a Agência classificadora. Um critério normativo mais comum é o dimensionamento da resistência à pressão interna. Para este critério, é preciso definir qual a norma a ser utilizada no projeto, observando a ISO 14692 que, por definição, diz que o limite de pressão interna não pode ser menor que a pressão de projeto e pode ser definida pelo método de testes destrutivos ou pela combinação de cálculos e testes. Existem outros critérios que determinam o limite de pressão externa, o limite de flexão axial, etc. baseados em normas e critérios de aceitação de projeto. Outro critério é o da temperatura máxima do fluido conduzido. Normalmente, os tubos de FRP para 300 psi possuem limite de 100ºC, que é dado pelas Agências classificadoras. Com esse entendimento, pode-se definir que os “critérios normativos” unem as normas dos projetos com as especificações, exigindo certificados de testes e gerando histórico de trabalho.

• Critérios de sistema Os critérios de sistema realizam a avaliação técnica do projeto. Para a obtenção de melhores resultados esta avaliação deve ser feita a “quatro mãos”: projetista e o fabricante da tubulação. Nesta fase são determinadas as cargas sujeitas à tubulação e como elas devem ser consideradas na avaliação técnica por meio do “Estudo de flexibilidade”. Neste estudo, determinam-se os tipos e as localizações dos suportes, respeitando o limite de vão admissível para a tubulação e as tensões limites da mesma. Sobre o vão máximo de tubulação, toda tubulação offshore fabricada em FRP deve atingir um valor determinado em norma como, por exemplo, os valores ISO 14692. DI (in) 1 1,5 2 3 4 6 8 10 12 14 16 18 20 24 26(2) 28(2) 32(2) 36(2) 40(2)

LS (mm)(1) 2000 2000 2600 2900 3100 3500 3800 4800 5200 5500 5800 6000 6000 6000 6200 6200 6200 6500 6500

(1)– Vão mínimos para fluidos de peso especifico de 1.000 kgf/m3 (2)- Vão mínimo obtido por avaliações de fabricantes, respeitando os limites admissíveis


Com a determinação de cargas, tem-se os tipos de suportes mais comuns usados e pode-se criar uma associação prática entre carregamentos e suportes.

Neste mesmo critério é preciso determinar o tipo de junta de união das tubulações e como elas irão influenciar as tensões residuais de movimento, determinadas pela Análise de flexibilidade. Observam-se dois tipos básicos de juntas: as elásticas e as rígidas. A primeira normalmente diz respeito às juntas em que há a utilização de anéis de borrachas e bolsas de acoplamentos como a união tipo bolsa-ponta dos tubos enterrados; elas não transmitem cargas axiais à tubulação e em alguns casos podem trabalhar como juntas de expansão intermediárias ou de pequeno deslocamento (esse trabalho deve ser analisado com grande rigor). A rígida diz respeito às juntas soldadas ou flangeadas; elas transmitem cargas axiais à tubulação e por isso influenciam a análise de flexibilidade do sistema. A correta determinação da junta pode diminuir a necessidade de sistemas de absorção de movimentos, provenientes de dilatações, além de elevar a vida útil do sistema de tubulação de FRP. Existe outro critério de Sistema, pouco

Existe outro critério de Sistema, pouco observado, mas muito relativo ao projeto do sistema de tubulação: a Análise hidráulica ou de transiente hidráulico observado, mas muito relativo ao projeto do sistema de tubulação: a Análise hidráulica ou de transiente hidráulico. Esses são fenômenos físicos associados às variações de pressão em uma tubulação com fluido teoricamente incompressível e podem ser danosos aos elementos do sistema. A Análise de transientes hidráulicos visa determinar as variações de pressão resultantes da operação de válvulas, bombas e demais elementos do sistema, de modo a verificar se o sistema opera dentro dos limites aceitáveis e se são necessários dispositivos de pro-

teção adicionais. Um grande ponto de verificação é a parada de bomba. Dado o perfil topográfico ou caminhamento de elevação (pipe rack) da tubulação, propriedades dos condutos, dispositivos de proteção e características das bombas, é possível calcular as variações de pressão no sistema utilizando o método das características e assim estudar qual a melhor composição do compósito de FRP para absorver as variações de pressão e tensões geradas. Vale observar que as cargas geradas pelo fenômeno de transiente hidráulico são dinâmicas e devem ser tratadas como tal.

Normativo • Área classificada / Norma • Pressão de projeto • Temperatura de projeto

Sistema • Análise de flexibilidade • Suportes • Juntas • Análise hidráulica

Produto • Pressão de projeto de produto • Temperatura de projeto de produto • Classificação do fluido

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• Critérios de Produto Em critérios de produto, tem-se uma avaliação do produto conduto em FRP perante a norma de projeto, definida no critério normativo. Neste aspecto vale entender alguns pontos de classificação do produto, especialmente o que abrange a pressão de projeto do produto. Ela se difere da pressão de projeto do critério normativo, pois tem relação direta com o compósito de FRP e sua aplicação.

A classificação do fluido também possibilita fatores de análise hidráulica. Características do fluido

Rugosidade superficial

Perda de carga

Então, a pressão de projeto do produto é uma pressão qualificada multiplicada por fatores de carga e deve ser menor que a máxima pressão admissível. Com isso, tem-se duas pressões a serem entendidas: pressão qualificada e pressão máxima admissível. A pressão qualificada se baseia em um limite de vida do projeto de 20 anos e deve ser determinada por ensaios de vida do polímero e cálculos de elementos finitos, sendo ligada diretamente à composição do polímero de FRP. O ensaio mais comum para determinar a vida útil do polímero é denominado de ensaio de HDB. Conforme a ASTM D 2992, este ensaio informa qual é a pressão limite do material após 20 anos (para projetos Ambiente químico Ácido clorídrico Ácido clorídrico Ácido sulfúrico Ácido sulfúrico Hipoclorito de sódio Hipoclorito de sódio

offshore), que deve ser multiplicada pelo índice de 97,5% de confiabilidade para a determinação da pressão qualificada. A pressão máxima admissível é determinada pelo ensaio de ruptura instantânea da tubulação e o ensaio de tração circunferencial, conforme as normas ASTM D 1599 e ASTM D 2290, respectivamente. Outro critério de produto importante é a temperatura de projeto de produto. Apesar de o critério normativo dizer que os tubos de FRP podem operar a até 100ºC, a temperatura de projeto de produto sofre a influência da classificação do fluido, pois, como a aplicação chave de tubos em FRP está ligado a sua alta resistência química, a influência da temperatura pode potencializar a degradação química.

Concentração (%) 15 35 50 80 5 15

Temperatura limite (ºC) 100 45 80 Não recomendado 65 50

Tabela - Resistência química para resinas éster vinílicas

Com a temperatura de projeto de produto, vem a classificação do fluido, como outro critério de produto. Conforme já mencionado anteriormente, a influência da temperatura pode potencializar a degradação química. 34 | engeworld | fevereiro 2014

Limite de velocidade de escoamento

A classificação do fluido pode permitir ou não altas velocidades de escoamento, que podem provocar uma degradação mecânica do tubo e um fenômeno chamado cavitação hidráulica. Outro critério importante é o de local de aplicação. Conforme a classificação da área (ver critérios normativos) o tubo de FRP deve ter propriedades especificas, tais como resistência à chama ou transmissão de cargas eletrostáticas, obtido por meio de modificações na matriz polimérica. Existem normas específicas e regras de agências classificadoras (ver critérios normativos) para que essas modificações sejam realizadas, mas, de maneira geral, um tubo que será utilizado em uma área classificada como resistente à chama deve ser submetido ao teste de queima da IMO A 753 e a ASTM D 635, que consiste em enchê-lo com água, queimá-lo sob uma temperatura normalizada durante 30 minutos e depois injetar a pressão requerida para o projeto do tubo, que não deve apresentar falhas nem propagar fumaça após o fim da aplicação da chama.


Compatibilizando todos os dados acima, o tubo de FRP com matriz polimérica de base éster vinílica pode ser caracterizado. Normativo • Área classificada / Norma • Pressão de projeto • Temperatura de projeto

ÁREA CLASSIFICADA PRESSÃO DE PROJETO TEMPERATURA DE PROJETO

CRITÉRIOS NORMATIVOS Conforme as regras da Agencia Classificadora 2 até 20 kgf/cm2 ºC -14 até 100

Tabela 2 - Tubo EDRA da linha offshore em FRP Sistema • Análise de flexibilidade • Suportes • Juntas • Análise hidráulica

Produto • Pressão de projeto de produto • Temperatura de projeto de produto • Classificação do fluido

TEMP. DE PROJ. DE PRODUTO MÓDULO AXIAL MÓDULO CIRCUNFERENCIAL FATOR DE POISSON FATOR DE POISSON X MOD. AXIAL/MOD. CIRC.

DENSIDADE DO POLIMERO COEF. DE EXPANSÃO TERMICA AXIAL

CLASSIF. DO FLUIDO DIÂMETROS DE PROJETO

CRITÉRIOS DE PRODUTO ºC 21 MPa 14950 MPa 27316 Vh/a 1,0497 Ea/Eh*Vh/a 0,5745 3 kg/m mm/mmºC pH in

66 14950 27316 1,0497 0,5745 1760 9,95E-06 0 até 14 1/2 até 32

100 12560 25131 1,0287 0,5141

Tabela 3 - Tubo EDRA da linha offshore em FRP

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Coluna RH É válido terceirizar serviços da área de Recursos Humanos?

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alar sobre terceirização de serviços em Recursos Humanos não é tão simples, mas necessário, principalmente no início do ano – fase em que as empresas estão redefinindo as estratégias utilizadas na Gestão de Pessoas. Os processos de terceirização no Brasil, mais conhecidos como BPO (Business Process Outsourcing), surgiram no início da década de 90, junto com a globalização. Neste período acontecia uma aceleração da economia brasileira com o aumento da concorrência de multinacionais e a necessidade de dinamizar trabalhos e incrementar a tecnologia corporativa. Algumas pesquisas realizadas sobre o tema apontam que as principais vantagens da terceirização é a possibilidade de o RH dar maior foco nas atividades estratégicas e reduzir ações nas áreas operacionais, além de diminuir custos diretos e indiretos. Há outras vantagens como, por exemplo, a especialização do serviço, maior produtividade, comprometimento com resultados e qualidade, possibilitando maior agilidade das decisões. De acordo com dados de uma empresa multinacional americana, líder em terceirização de folha de pagamento, as equipes de RH de empresas de médio porte gastam quase metade de seu tempo (45%) com atividades operacionais, tais como folha de pagamento (18%), administração de pessoal (14%) e de benefícios (13%). Falando ainda em números estatísticos, segundo

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informações de uma empresa de pesquisa multinacional, o mercado de terceirização de RH atingirá US$ 162 bilhões até 2015. Isso inclui tanto as grandes empresas que procuram BPO para operações multinacionais quanto as empresas de pequeno e médio porte, cada vez mais atraídas pelos avanços na tecnologia de terceirização e redução de custos. Conforme esta empresa de pesquisa, o tema terceirização de Recursos Humanos cresceu cerca de 70% nos últimos seis anos tomando como base o ano de 2012. Agora, se a sua empresa entende que terceirizar vale à pena, seguem algumas dicas importantes: seja transparente e claro quanto aos seus objetivos – simplesmente terceirizar por não compor no time pessoas habilitadas para fazer o serviço não é o caminho. Devem ser analisados muitos fatores, principalmente custo e tempo para chegar a uma definição sobre o assunto; examine com cuidado o fornecedor – procure um “parceiro” que já tenha trabalhado com empresas do mesmo porte que a sua, que tenha uma boa reputação no mercado e, principalmente, que saiba se adequar à cultura de sua empresa e tenha paciência para lidar com os principais conflitos que permeiam a organização; avalie preço versus qualidade de entrega – o preço do fornecedor deve se encaixar no seu orçamento, contemplando também todas as necessidades de trabalhos

que serão desenvolvidos. Assim, avalie muito bem o contrato para não sofrer consequências futuras que demandarão mais custos e retrabalho; saiba gerenciar e estreitar a relação com o fornecedor, administrando as expectativas dos funcionários, para que eles não se sintam “invadidos” e “subestimados”, e as do fornecedor, para que ele não seja visto como “invasor” ou um “auditor externo”; avalie as condições de trabalho do fornecedor como, por exemplo, a tecnologia que ele utiliza para não comprar um Fusca imaginando ter adquirido uma Ferrari; envolva a alta administração em todas as fases de contratação, desde a avaliação de fornecedores até o encerramento do contrato. Este alinhamento é extremamente necessário para que não aconteçam divergências de opiniões futuras. Concluo expondo o tema não como forma de indicação, mas sim de reflexão em busca de uma área de Recursos Humanos mais próxima da estratégia e focada em ações que vão ao encontro de uma maior rentabilidade do negócio. Boa Sorte!

Cynthia Chazin Morgensztern é psicóloga e coach graduada pela Universidade Mackenzie, além de pós-graduada em Gestão Estratégica de Pessoas e com MBA em Gestão Educacional. Possui dois títulos de educação continuada na Faculdade Getúlio Vargas nas áreas de administração e economia e acumula 15 anos de experiência na área de Recursos Humanos de empresas nacionais e multinacionais. Site: www.primeirovoce.com E-mail: cynthia@primeirovoce.com


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coluna qualidade

Off-line quality control

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embro ter lido há muitos anos uma entrevista com um alto executivo da Toyota sobre a contribuição do CEP (Controle Estatístico de Processos) à exuberante qualidade destes veículos dos produtos japoneses em geral. Naquela época eu estava iniciando minha caminhada pelo mundo da qualidade justamente pela porta do CEP. Minha expectativa era confirmar que o CEP era responsável por grande parte dessa contribuição mas, para a minha “decepção”, o artigo deixou claro que seu peso na contribuição não passava de aproximadamente 30%. Ao longo do artigo ficou claro que os esforços para a redução da variabilidade do desempenho de novos produtos e processos eram muito mais eficazes e eficientes quando aplicados nas etapas de projeto e que, durante a produção, as oportunidades eram menores e os custos, muito maiores. Na minha cabeça ficou a seguinte máxima: “um dólar gasto na melhoria de um produto nas etapas de projeto equivale a 100 dólares gastos para a mesma melhoria durante a produção”. Uma pesquisa mais aprofundada nas referências do artigo me levou a tomar conhecimento da filosofia do Off-line quality control. Muito difundida por Genichi Taguchi1, ela reúne um conjunto de atividades que devem ser desenvolvi38 | engeworld | fevereiro 2014

das durante as etapas de projeto do produto e de seu processo de manufatura. Seus principais objetivos são: assegurar a qualidade, a confiabilidade e a manufaturabilidade de produtos; reduzir os custos envolvidos em todo o ciclo de vida destes produtos; reduzir os prazos associados ao desenvolvimento de novos produtos. De acordo com Taguchi, as melhores oportunidades para eliminar a variabilidade de produtos e de seus processos de fabricação e, consequentemente, melhorar sua qualidade, estão presentes na fase de projeto. Ele dividiu esses esforços em estágios distintos:

projeto de sistema; projeto de parâmetros, e projeto de tolerâncias.

Conforme Taguchi, no estágio de Projeto de sistema o que vale é a criatividade e a inovação, pois nele ocorre o desenvolvimento do projeto a nível conceitual. Em Projeto de parâmetros busca-se a definição dos valores nominais ótimos das várias dimensões e parâmetros do projeto, propiciando um projeto robusto às variações encontradas na manufatura, no ambiente e na deterioração do produto, as quais Taguchi chamou de “ruídos”. Na figura abaixo, admita que X é a espessura de um material (parâmetro) especifi-


cado no projeto e que tem forte correlação com a variável de resposta Y do produto, fortemente associada ao seu desempenho. É fácil perceber que estabelecer XB como valor nominal confere ao produto maior robustez, ou seja, torna o desempenho (Y) menos susceptível às variações do parâmetro X e, muitas vezes, sem quaisquer impactos no custo do produto, pois o foco está na redução do impacto das variações de X sobre Y e não no seu controle. O projeto de parâmetros permite fazer a seleção destes melhores valores por meio de um conjunto de experimentos cuidadosamente planejados e conduzidos. Por fim, com a seleção dos valores

ótimos dos principais parâmetros do projeto e uma melhor compreensão do impacto desses fatores no desempenho do sistema/projeto, o estágio de Projeto de tolerâncias foca a redução e o controle da variação dos parâmetros críticos do projeto. Ao final, tende-se a obter uma excelente relação custo/desempenho, minimizando o número de parâmetros que carregam especificações desnecessariamente rígidas e apertadas e as exigências de controle do processo de manufatura. (1): Genichi Taguchi: engenheiro e estatístico japonês responsável pelo desenvolvimento de metodologias que utilizam métodos estatísticos na melhoria da qualidade dos produtos manufaturados.

Engenheiro mecânico formado pela Escola de Engenharia Mauá, Sérgio Roberto Ribeiro de Souza tem 28 anos de experiência no desenvolvimento de projetos para Gestão Empresarial, possui Certificação Bkack Belt pela ASQ (American Society for Quality) e é sócio-diretor da Quality Way Consultoria.

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coluna segurança Ventilação industrial

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movimentação de ar natural através dos ventos, é responsável pela troca de temperatura e umidade que sentimos diariamente, dependendo do clima da região. A movimentação do ar por meios não naturais constitui o principal objetivo dos equipamentos de ventilação, ar-condicionado e aquecimento, transmitindo ou absorvendo energia do ambiente, ou mesmo transportando material, atuando num padrão de grande eficiência sempre que utilizado em equipamentos adequadamente projetados com a finalidade de proporcionar um ambiente de trabalho com condições propícias para a integridade física e o bem-estar do trabalhador.

A tolerância do organismo quando exposto a certos tipos de contaminantes varia muito e depende de cada substância em particular A ventilação é um método disponível e bastante efetivo para o controle da poluição do ar de ambientes de trabalho e de ambientes residenciais e de lazer. Sua adequada utilização promove a diluição

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ou retirada de substâncias nocivas ou incômodas presentes no ambiente de trabalho, de forma a não ultrapassar os limites de tolerância ou os níveis aceitáveis ou recomendados. A ventilação também pode ser utilizada para controlar a concentração de substâncias explosivas e/ou inflamáveis, agindo, dessa forma, na segurança tanto do trabalhador quanto do patrimônio da empresa.

Características da ventilação industrial A simples renovação de ar em um recinto não significa que este não tornar-se-á salubre. É necessário que o ar seja distribuído de tal forma que a taxa de contaminante seja a mesma em todos os pontos. Saber como o ar externo, por intermédio da turbulência, mistura-se ao ar interno é de fundamental importância no projeto do sistema de ventilação. Deve ficar bem claro que existe uma diferença sensível de objetivos entre a ventilação industrial e a comercial. Na ventilação comercial o objetivo principal é a eliminação de fumo, odores e calor; a ventilação industrial visa o controle da concentração de vários contaminantes, tais como pó, fumaça, fuligem, vapores, gases e outras impurezas químicas, bem como remoção de calor industrial. Contaminantes, em geral, são substâncias indesejáveis no ambiente. Seus efeitos podem ser tóxicos, quando inalados pelo ser humano, ou causar prejuízos a outros processos industriais.

Ao expor um indivíduo a uma concentração excessiva de certo contaminante no ar, este pode sofrer envenenamento brusco ou gradual, tornando-se crônico. Outros contaminantes podem não apresentar sintomas de envenenamento, porém, em geral, eles se tornam inconvenientes, provocando alergias e irritações. No caso de inalação, o contaminante vai direto aos pulmões e, por oxigenação, é levado diretamente para a corrente sanguínea, sendo, portanto inevitável o envenenamento. A tolerância do organismo quando exposto a certos tipos de contaminantes varia muito e depende de cada substância em particular. Um trabalhador durante um dia normal consome em média 10 m de ar e, por isso, é prática comum definir as concentrações em relação a este volume de ar. Os valores das concentrações e limites de tolerância de cada substância podem ser encontrados nas publicações anuais da American Conference of Governamental Industrial Hygienists e também na Norma Regulamentadora –NR 15.

Tipos de ventilação:

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. Ventilação geral: é um dos métodos disponíveis para controle de um ambiente de trabalho e consiste em movimentar o ar no local por meio de ventiladores; também é conhecida como ventilação mecânica.


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. Ventilação natural: é o movimento de ar em um ambiente de trabalho, provocado por ventos externos, e que pode ser controlado por meio de aberturas, tais como portas, janelas, etc.

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. Ventilação geral para conforto térmico: é uma das mais importantes, tanto no campo industrial como no não industrial, e consiste em realizar um estudo em que serão fornecidos alguns dados sobre conforto ambiental, informações para cálculos de trocas (renovação), reposição e recirculação de ar em ambientes, estabelecendo as necessidades de ventilação conforme ambientes ocupados pelo homem, bem como diminuição de fumos e odores por insuflamento de ar.

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. Ventilação geral diluidora: é o método de insuflar ar em um ambiente, exaurir ar desse ambiente, ou ambos, a fim de promover uma redução na concentração de poluentes nocivos. Essa redução ocorre pelo fato de que a introdução de limpo ou não poluído em um ambiente contendo certa massa de determinado poluente faz com que essa massa seja dispersada ou diluída em um volume maior de ar, reduzindo, portanto, a concentração desses poluentes.

Pré-requisitos necessários:

vez de pedras naturais, que desprendem pó de sílica, provocando a silicose no homem.

1. Projeto, construção, manutenção de maquinário e equipamentos industriais Ao projetar um edifício industrial é preciso levar em consideração a disposição geral das máquinas, circulação do pessoal e altura (pé direito) para possibilitar uma ventilação natural pelas aberturas de janelas. Quanto às máquinas e aos equipamentos que poluem o ambiente de trabalho, é preciso projetar cuidadosamente enclausuramentos, anteparos, mecanização sem permitir que poeiras, gases, vapores, etc. sejam dispersos no ambiente.

3. Modificação de processos e métodos de trabalho Os processos mecânicos poluem menos que os manuais, alguns exemplos são: fábricas de bateria realizam o ajuste mecânico da pasta de óxido de chumbo para manufatura de placas; quando manual, o excesso caía no chão, e, depois de seco, liberava poeira para o ambiente; há ainda a redução da evaporação de solventes nos tanques de desengraxamento, mediante regulagem automática de temperatura do banho.

2. Substituição de materiais nocivos por outros menos nocivos A princípio, qualquer material pode ser manipulado com segurança; no entanto, as substâncias tóxicas ou prejudiciais ao ser humano podem ser substituídas por outras menos nocivas. Exemplos: nos trabalhos de pintura, o carbonato básico de chumbo é prejudicial ao organismo humano e pode ser substituído por compostos de titânio e zinco; como solvente orgânico, o tolueno pode substituir o benzeno, por ser este altamente tóxico; é possível utilizar abrasivos artificiais em

4. Umectação É um antigo método usado na indústria cerâmica inglesa, empregado até os dias de hoje, em que as peças de cerâmica são molhadas, evitando a emanação de poeira quando da sua manipulação. Em ambientes industriais em que são manipulados produtos considerados perigosos em relação a combustão ou explosão, tais como processos industriais, depósitos, transporte, etc. é necessário controlar a temperatura e a umidade relativa do ar. O ar-condicionado atua nesses ambientes, mantendo as condições exigidas para cada tipo de produto utilizado, agindo, inclusive, como renovador de ar ambiental.

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. Ventilação local exaustora: tem como objetivo principal captar os poluentes de uma fonte (gases, vapores ou poeiras tóxicas) antes que os mesmos se dispersem no ar do ambiente de trabalho, ou seja, antes que atinjam a zona de respiração do trabalhador.

Com 10 anos de experiência como engenheira de segurança do trabalho, em empresas de grande porte, Daniela Atienza Guimarães é diretora adjunta da APAEST (Associação Paulista de Engenheiros de Segurança do Trabalho) e docente do curso de Engenharia de Segurança do Trabalho da FEI (Faculdade de Engenharia Industrial).

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entrevista A carreira de uma engenheira brasileira no exterior

Claudia – Acabou acontecendo, mas eu sempre quis uma experiência internacional. Na época, a Setal, hoje Toyo Setal, era da Lummus e, às vezes, havia um intercâmbio de engenheiros de um escritório para outro. Quando escritório de Houston ou da Holanda estava cheio de trabalhos, eles pediam engenheiros emprestados para o Brasil e o pessoal ia em assignment por seis meses a um ano. Foi o que aconteceu comigo. ENGEWORLD – Você ficou nos EUA pelo trabalho ou pelo casamento? Claudia – Vim duas vezes em assignment e quando o último acabou e eu deveria voltar ao Brasil, me casei e acabei ficando.

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ormada em engenharia eletrônica pela Faculdade de Engenharia Industrial (FEI), a brasileira Claudia Arassiro trabalha em Houston, nos Estados Unidos, desde 1998, quando foi enviada para o exterior pela então Setal Lummus em dois assignments que a lançaram em uma carreira internacional. Claudia nunca mais voltou a viver no Brasil. Lá, ela se casou e passou a trabalhar na KBR, onde atua desde 2001. Em seus vinte anos de carreira, Claudia viajou o mundo e conheceu cidades remotas da China, Coreia e Índia, além de ter visitado múltiplos países europeus. Destinos, que segundo ela, jamais teria conhecido a turismo.

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Desde 2009 a engenheira brasileira coordena o departamento de Controle de Sistemas da KBR Technology, que tem escritórios em Houston, Nova Déli e Pequim, e há dois anos coordena também a assistência técnica para o detalhamento e montagem do projeto da planta de amônia da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados (UFN III) da Petrobras, no Brasil. Em entrevista à Engeworld, Claudia fala sobre os aspectos positivos e negativos de se trabalhar no exterior. ENGEWORLD – O que levou você a trabalhar na Setal Lummus? Você buscava essa carreira internacional ou ela acabou acontecendo?

ENGEWORLD – Você já tinha um bom domínio do inglês ou desenvolveu a língua durante o assignment? Claudia – Inglês fluente a gente só adquire vivendo nos Estados Unidos ou em outro país que fale inglês. Sempre estudei inglês e conseguia me comunicar bem, mas, com certeza, só depois de uns seis meses é que o meu inglês começou realmente a melhorar. No início eu ia ao cinema e ficava muito estressada, prestando atenção para poder entender o filme sem legenda. Ir a reunião no trabalho era uma tortura ainda maior, mas após um certo tempo, percebi em casa que estava entendendo o noticiário (em inglês) sem prestar atenção. Depois comecei até a sonhar em inglês. O que ajudou muito também foi o fato de eu falar inglês em casa. Imagino que alguém que fale inglês só no trabalho e português em casa demore mais tempo para dominar a língua, mas, pra mim, foi inglês intensivo. Só fa-


lava português no telefone com a família ou amigos, não era todo dia. ENGEWORLD – Quais são as qualidades, características e a formação que um engenheiro deve ter para se lançar em uma carreira internacional? Claudia – O inglês é imprescindível, é preciso saber se comunicar em inglês e não ter medo de falar errado. Também é importante ter uma cabeça “aberta”, pois se trabalha com gente do mundo todo, com muitos costumes e hábitos diferentes. Quanto à formação, não acho que exista uma lista pré-definida.

O inglês é imprescindível, é preciso saber se comunicar em inglês e não ter medo de falar errado. Também é importante ter uma cabeça “aberta”, pois se trabalha com gente do mundo todo ENGEWORLD – O profissional que parte para uma carreira fora do país tem um perfil especifico? Qual? Claudia – Aqui na KBR tem gente do mundo todo. O americano é até minoria. Tem indiano, chinês, paquistanês, canadense, europeus de vários países. No geral, e observando os brasileiros que trabalharam comigo, acho que não existe

um perfil específico, mas na minha opinião, para ser bem-sucedido no exterior, é preciso se arriscar e gostar de desafios. Ter habilidade de se adaptar facilmente também é muito importante. Além disso, tem de saber aceitar e respeitar outros costumes e hábitos, sem preconceito de qualquer tipo. ENGEWORLD – Quais são as diferenças e/ou semelhanças no dia a dia ou na rotina de trabalho entre os engenheiros que atuam fora do país e os que atuam aqui? Claudia – Eu vejo muitas diferenças e elas têm aspectos positivos e negativos. Já havia me esquecido como era trabalhar com brasileiros, mas desde 2010 estou em um projeto junto à Petrobras e passei os dois últimos anos indo e vindo do Brasil. Nesses dois anos fiz muito mais amigos trabalhando no Brasil do que em 14 anos trabalhando aqui. Aí, o ambiente de trabalho é muito mais leve, a gente conta piada, ri, tira sarro um da cara do outro, trabalha duro, mas se diverte e faz amigos ao mesmo tempo. Aqui nos Estados Unidos, o ambiente é altamente profissional. Ninguém vem te visitar, para bater papo, quando alguém vem, é para falar de serviço somente. A gente não sai para almoçar todos os dias em grupo como no Brasil. Cada um traz ou compra o seu almoço e almoça trabalhando, na sua própria mesa, em cima do lap top. Mas ser profissional assim, a meu ver, é bom também, pois tudo fica no ambiente estritamente profissional e pronto. Você não me perguntou, mas eu vou dizer que, apesar de tudo, eu ainda prefiro trabalhar aqui nos Estados Unidos. Ter amigos

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mas sou assim, me dedico ao trabalho. Há aqui um grande respeito pela família, maior do que há no Brasil. Vi várias vezes homens e mulheres saindo no meio de reuniões importantes para ir buscar seus filhos na escola e todos entendem perfeitamente. Aqui não há babá, nem sogros para tomar conta de crianças e as escolas cobram multas enormes aos pais que não buscam seus filhos no horário.

brasileiros é ótimo, mas para trabalhar, ainda acho que aqui é um pouco melhor pelos seguintes motivos: há mais respeito ao trabalhador, mais profissionalismo, eu trabalho longas horas porque eu quero, se eu quisesse trabalhar 8 horas por dia, eu poderia e ninguém reclamaria. Outro fator importante é o custo-benefício de trabalhar e viver aqui. Acho que pagam um pouco mais aqui do que no Brasil e, ao mesmo tempo, você tem um padrão de vida bem melhor do que no Brasil (onde tudo é caríssimo). Isso não quer dizer que quero trabalhar aqui para sempre, se aparecesse uma boa oportunidade no Brasil, eu pensaria a respeito. ENGEWORLD – Como você concilia carreira e família? Claudia – Somos só eu e meu marido aqui e ele reclama muito dos meus ho44 | engeworld | fevereiro 2014

ENGEWORLD – Que conselho você daria para quem planeja seguir carreira internacional? Claudia – Não é fácil. A primeira coisa seria investir em um bom curso de inglês e depois trabalhar em uma multinacional com escritório em outras partes do mundo. Esse seria o jeito mais fácil de seguir esse tipo de carreira. Existe a possibilidade de uma empresa americana fazer um visto de trabalho para os interessados, mas o processo é demorado e complicado.

A primeira coisa seria investir em um bom curso de inglês e depois trabalhar em uma multinacional com escritório em outras partes do mundo rários. Não posso deixar de reconhecer que sou e sempre fui workaholic. Trabalho muitas horas no escritório (em média 12 horas por dia), venho em quase todas as minhas sextas off (aqui na KBR a gente trabalha uma sexta sim, uma não) e passei muitos sábados aqui também,

ENGEWORLD – Quais são os principais desafios para quem quer seguir esse tipo de carreira? Claudia – Habilidade de ficar longe da família e dos amigos é o maior desafio na área pessoal. Na profissional, é preciso não ter medo e sempre seguir em frente, buscando o seu objetivo, seja ele qual for. O melhor de morar e trabalhar no exterior é conhecer e conviver com pessoas de outras culturas e poder ver o mundo por outro ângulo, poder comparar e perceber que existem coisas boas e outras nem tanto, tanto no Brasil como no exterior. Fico muito triste quando encontro brasileiros que reclamam de tudo o que há no Brasil. Acho que eles precisavam passar uma temporada fora do país, para checar por eles mesmo como é bom morar no Brasil e aprenda a dar valor a pequenas coisas até então inimagináveis.


sustentabilidade Sistema Campo Limpo Logística reversa das embalagens vazias de defensivos agrícolas

R

ealizar a destinação ambientalmente correta das embalagens pós-consumo de defensivos agrícolas é a grande missão do Sistema Campo Limpo, que funciona há mais de dez anos e acabou se tornando um dos maiores programas de logística reversa de resíduos sólidos do Brasil. O sistema nasceu em 2002 após a entrada em vigor do Decreto 4.074/02, regulamentador das Leis Federais 9.974/00 e 7.802/89, que determinou a divisão de responsabilidades entre todos os elos dessa cadeia quanto ao destino

pós-consumo das embalagens de defensivos agrícolas. O sistema envolve distribuidores e cooperativas, órgãos do governo e cerca de 5 milhões de agricultores, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), além da indústria fabricante de defensivos agrícolas, representada pelo inpEV (Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias), em sua responsabilidade de destinar as embalagens pós-consumo de seus produtos. Como núcleo de inteligência do Sistema Campo Limpo, o inpEV – formado por mais de 90

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empresas fabricantes e dez entidades representativas do setor agrícola – realiza a gestão operacional de toda a logística reversa das embalagens e promove ações de conscientização e educação, em conjunto com os demais agentes integrantes do sistema. A eficiência do sistema pode ser constatada em números. Atualmente, 94% das embalagens plásticas primárias (aquelas que entram em contato direto com o produto) são devolvidas pelos agricultores nas mais de 400 unidades de recebimento, distribuídas em 25 estados e no Distrito Federal. De 2002 a novembro de 2013, já foram retiradas do meio ambiente mais de 270 mil toneladas de embalagens vazias de agrotóxicos. Desde 2005, o Brasil é líder mundial na destinação desse tipo de material, posição que ocupa até os dias atuais, seguido de países como Alemanha, Canadá, Japão, França, Espanha e Estados Unidos.

Histórico A destinação adequada das embalagens vazias de defensivos agrícolas é alvo de preocupação dos fabricantes desde a década de 1980. O projeto piloto que orientou a implantação nacional do Sistema Campo Limpo foi realizado no estado de São Paulo, em 1992, e contou com a participação ativa do Governo do Estado, de parceiros institucionais, como a Andef (Associação Nacional de Defesa Vegetal), AEASP (Associação de Engenheiros Agrônomos do Estado de São Paulo), Cooperativa dos Plantadores de Cana da Zona de Guariba (Coplana) e da Dinoplast, empresa recicladora localizada no município de Louveira, interior de São Paulo. A iniciativa resultou, anos mais tarde, na criação do inpEV. O início das opera46 | engeworld | fevereiro 2014

O Sistema Campo Limpo dispõe de uma rede estruturada e preparada para a orientação, multiplicação do conhecimento sobre as responsabilidades e procedimentos operacionais ções do instituto em 2002, ano em que a destinação correta das embalagens vazias de agrotóxicos se tornou obrigatória por meio da legislação federal brasileira, conferiu aos elos do Sistema Campo Limpo responsabilidades compartilhadas, visando à preservação do meio ambiente e da saúde humana, e ao cumprimento da lei.

Com o objetivo de aperfeiçoar sua atuação e contribuir para o desenvolvimento sustentável da agricultura, o sistema busca a excelência na gestão operacional e a autossustentabilidade econômica, investindo em processos de melhoria contínua das operações. O foco em inovação também atinge as iniciativas voltadas para a educação e conscientização das comunidades envolvidas, aumentando o engajamento de todos os elos da cadeia.

Benefícios do programa O Sistema Campo Limpo dispõe de uma rede estruturada e preparada para a orientação, multiplicação do conhecimento sobre as responsabilidades e procedimentos operacionais, recebimento e destinação das embalagens vazias. Traz ainda ganhos expressivos às futuras gerações, por atuar diretamente na educação formal dos pequenos cidadãos ao fornecer conteúdo complementar – alinhado aos Parâmetros Nacionais Curriculares do MEC – sobre o ciclo de vida das em-


balagens a alunos de escolas do entorno das unidades de recebimento. Em 2012, um estudo de ecoeficiência, encomendado pelo inpEV e conduzido por uma consultoria especializada, comparou dois cenários: o meio ambiente com e sem a atuação do Sistema Campo Limpo, durante o período compreendido entre 2002 e 2012. Levando em conta todo o ciclo de vida das embalagens (da extração das matérias-primas que as compõem à reciclagem ou incineração), o sistema permitiu uma redução no consumo de energia que abasteceria aproximadamente 1,4 milhão de casas em um ano; evitou a emissão de 343 mil toneladas de CO2 equivalente; evitou a extração de 1,7 milhão de árvores e impediu um consu-

mo de um volume de água equivalente a 36 milhões de caixas de água. No âmbito social, o programa gera 1.500 empregos diretos. Em função dos inúmeros ganhos ambientais e sociais, a existência do Sistema Campo Limpo resulta em benefícios importantes para toda a sociedade.

Funcionamento Para cumprir com todos os deveres quanto ao destino pós-consumo das embalagens vazias de defensivos agrícolas, as empresas associadas ao inpEV investem, anualmente, recursos de acordo com o perfil e volume de embalagens colocadas no mercado, cobrindo os custos das operações do instituto. Desde 2002,

o aporte da indústria foi de mais de R$ 500 milhões para a viabilização do Sistema Campo Limpo. Com sede em São Paulo (SP), o inpEV atua em todo o país por meio de coordenadores regionais de Operação (CROs), responsáveis por integrar os agentes envolvidos em suas respectivas regiões de atuação e a articulação dos elos da cadeia em todos os estados brasileiros. Participam do programa mais de 90 empresas fabricantes que comercializam seus produtos por meio de mais de 5 mil distribuidores e cooperativas ou diretamente para os produtores rurais de todo o país. Depois de utilizarem os defensivos agrícolas, os agricultores devem realizar a tríplice lavagem, ou lavagem

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sob pressão das embalagens vazias, perfurando o fundo, para inutilizá-las e evitar seu reaproveitamento. O produtor rural precisa ainda armazená-las corretamente e, até um ano após a compra, entregá-las na unidade de recebimento indicada na nota fiscal de venda – são mais de 400 unidades no país, geridas por 267 associações de distribuidores e cooperativas, algumas com a cogestão do inpEV. A essas atribuições do agricultor somam-se as responsabilidades compartilhadas, de acordo com a legislação federal, entre os demais elos da cadeia. Aos canais de distribuição (revendas e cooperativas) cabe a indicação, na nota fiscal, sobre o local onde as embalagens vazias devem ser devolvidas. Compete também a eles manter e gerenciar as uni48 | engeworld | fevereiro 2014

Dentre os parceiros para a reciclagem está a Campo Limpo Reciclagem e Transformação de Plásticos S.A., fábrica que começou a operar em 2008 dades de recebimento, emitir comprovantes de entrega das embalagens, além de orientar e conscientizar os agricultores sobre esses procedimentos. Representados pelo inpEV, os fabricantes retiram as embalagens vazias de-

volvidas nas unidades de recebimento, enviando-as para a correta destinação – reciclagem ou incineração. O instituto também cogerencia as unidades de recebimento com o sistema de comercialização, além de orientar e conscientizar o agricultor sobre suas responsabilidades. Ao poder público cabe a concessão de licença de operação das unidades de recebimento, assim como a fiscalização do funcionamento do Sistema Campo Limpo. Além disso, tem o papel de apoiar as ações de educação e conscientização para disseminar a legislação. Para dar o destino correto às embalagens, o sistema possui parceria com 14 recicladores e incineradores, localizados nos estados da Bahia, Mato Grosso, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro e São Paulo. As empresas recicladoras transformam as embalagens pós-consumo em 17 produtos como barricas de papelão, tubos para esgoto, embalagens para óleo lubrificante, entre outros. Dentre os parceiros para a reciclagem está a Campo Limpo Reciclagem e Transformação de Plásticos S.A., fábrica que começou a operar em 2008 e tem como acionistas 30 fabricantes de defensivos agrícolas. Com o objetivo de contribuir para a autossustentabilidade econômica do sistema, a fábrica, localizada no município de Taubaté (SP), lançou, em pouco mais de um ano de atividade, a Ecoplástica Triex, a primeira embalagem para defensivos agrícolas produzida a partir de resina plástica reciclada, fechando o ciclo de vida da embalagem dentro do próprio setor. Um dos marcos na atuação educativa do sistema é o Dia Nacional do Campo Limpo, celebrado em 18 de agosto e instituído no calendário nacional desde


2008. A iniciativa, que existe desde 2005, mobiliza todos os envolvidos em benefício da consciência ambiental de crianças, jovens e adultos nas comunidades do entorno das unidades de recebimento. A comemoração da data, que amplia sua abrangência a cada ano, concentra atividades educativas sobre a preservação do meio ambiente e do campo limpo para as futuras gerações e pelo desenvolvimento sustentável da agricultura. Desde a primeira edição, a comemoração já contou com a participação de mais de 600 mil pessoas.

Desafios e perspectivas para o futuro A trajetória bem-sucedida do Sistema Campo Limpo nesses primeiros dez anos de existência, estimula o comprometimento dos agentes envolvidos a superar os próximos desafios. A soma de esforços está direcionada a obter maior integração entre os elos da cadeia para que o sistema seja ainda mais eficaz. O índice de destinação ambientalmente correta cresce a cada ano. Em 2012, o aumento foi de 9% em relação ao ano anterior, com a destinação de 34.202 toneladas de embalagens. O sistema segue na rota correta rumo à autossustentabilidade. O fechamento do ciclo de vida da embalagem no setor já é uma realidade. A Ecoplástica Triex, única embalagem do gênero com certificação UN para o transporte terrestre e homologação para o transporte marítimo de produtos perigoso, é hoje reconhecida por seus atributos e benefícios ao meio ambiente. No campo da educação, desde 2010, está em andamento o Programa de Educação Ambiental Campo Limpo. Por meio

de parcerias com as secretarias municipais e estaduais de educação, núcleos de ensino e escolas, o programa oferece complementação ao currículo dos estudantes do 4º e 5º anos do Ensino Fundamental, com conteúdos relacionados ao meio ambiente, de acordo com as recomendações dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN).

Compartilhando experiência A experiência do modelo de gestão do Sistema Campo Limpo tem sido compartilhada dentro do próprio setor do agronegócio e também com outros setores da economia. O sistema tem projetos em andamento, com perspectivas otimistas. Entre eles, a campanha de levantamento de agrotóxicos obsoletos, em parceria com o Governo do Estado de São Paulo e instituições da iniciativa privada. Outro fator de extrema relevância para o país e o meio ambiente, e que contou com a contribuição do Sistema Campo Limpo, foi a regulamentação da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) – instituída em 2010 pela Lei 12.305 e o Decreto 7.404. O inpEV participou ativamente da discussão e elaboração da legislação e nela estão os princípios e conceitos desenvolvidos há uma década pelo sistema, como responsabilidade compartilhada, logística reversa, gestão integrada de resíduos sólidos e ecoeficiência. Graças ao envolvimento permanente da indústria, agricultores, distribuidores, cooperativas e poder público, o Sistema Campo Limpo atingiu uma posição de destaque e sua estruturação e funcionamento hoje auxiliam na criação de modelos, que, baseados na logística reversa, possam contribuir para o bem do meio ambiente hoje e para as gerações que ainda virão. engeworld | fevereiro 2014 | 49


infografia

a produção de polímeros

Petróleo Destilação fracionda

GLP

Nafta

Óleo combustíveis

Resíduos Craqueamento

Eteno

Propeno

Buteno

Benzeno Polimerização (por adição ou condensação)

polietileno

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polipropileno

Borracha de estireno butadieno

Etilbenzeno Poliestireno


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