PORTUGUÊS
DICAS DE PORTUGUÊS
Simone Motta, revisora da Empresário Lojista*
G
ostaria de esclarecer uma dúvida que muitas pessoas têm em usar ou não um termo correto gramaticalmente porque ele soa mal ou não é muito usado. Antes de tudo, é preciso saber que a liberdade da escrita está totalmente ligada ao contexto referido, ou seja, em um contexto formal, sempre prevalecerá a norma culta da língua. Portanto, não hesite em usar o termo correto, mesmo que ele soe mal ou que a maioria das pessoas não o utilize. Existem regras e que devem ser respeitadas. Aqui separei algumas das regras mais desrespeitadas na Língua Portuguesa:
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- A mesóclise:
O nome por si só parece estranho, mas o seu uso é obrigatório, quando se trata de Futuro do Presente e do Pretérito com o pronome oblíquo átono. Observe: A secretária me avisará das próximas reuniões. (uso informal) Neste caso, o verbo está no Futuro do Presente.
Portanto, o uso da mesóclise é obrigatório: A secretária avisar-me-á das próximas reuniões. (uso formal)
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- o uso do particípio:
Exemplo: Existe a possibilidade de o gerente não assinar o contrato do cliente.
Este é o campeão de dúvidas. E por achar que é mais bonito falar, por exemplo: “ter chego” e não “ter chegado”, as pessoas cometem o erro de inventar um particípio que não existe. Por favor, “ter chego” não existe.
Observe a diferença: Usa-se “de o” quando o termo a seguir é sujeito. Neste caso, o sujeito é o gerente. Porém, antes de cliente, usou-se “do” por não se tratar de sujeito.
Dica: Com os auxiliares “ser, estar”, o particípio é irregular e com os auxiliares “ter, haver” é regular: Ela tem pegado as crianças na escola X As crianças vão ser pegas na escola.
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- Usando o “do” e “de o”:
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- A pronúncia indevida:
Este é um caso bem recorrente e as pessoas insistem em trocar a pronúncia de uma palavra porque a maioria pronuncia errado. São várias as palavras, mas uma delas que eu não poderia deixar de citar é a palavra “recorde”. Esta palavra é paroxítona, portanto não tem acento. Então, por favor, não pronuncie “récorde” porque a maioria o faz. Em breve, farei um “Dicas” dedicado à pronúncia das palavras.
Em se tratando de contexto formal, não importa o quão estranho seja o termo, o importante é usá-lo corretamente, ou seja, dentro da norma culta. Não se deixe levar pelo erro simplesmente pelo fato de que todos erram. Seja a minoria, portanto a minoria que acerta! Até o próximo “Dicas”.
Simone Motta é licenciada em Letras – Português e Inglês; formação em Revisão e Copidesque e atualização em Redação e Língua Portuguesa.
14 | Revista Empresário Lojista | Janeiro de 2016