Suínos e Aves 54 (2014)

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Suín s e ves INFORMATIVO DA EMBRAPA SUÍNOS E AVES - CONCÓRDIA/SC - ANO XX - DEZEMBRO DE 2014 - EDIÇÃO Nº 54

TRANSFERÊNCIA

Qualidade internacional Projeto Frango Aurora auxilia na organização e gestão da propriedade - Página 3 PESQUISA

Suíno Light é alternativa de produção

PESQUISA

A genética de suínos da Embrapa completa 18 anos e apresenta uma nova fêmea

PÁGINA 6

Embrapa lidera ações para geração de energia a partir de dejetos

PÁGINAS 4 e 5

GESTÃO DA ÁGUA

Projeto implanta novos padrões de consumo nas propriedades PÁGINA 7

SALMONELA

Vídeo e aplicativo orientam sobre fatores de riscos nas granjas PÁGINA 2


Informativo da Embrapa Suínos e Aves | 02

BACTÉRIA FALA CHEFIA

Salmonelômetro explica quais são os fatores de risco na granja

Qualidade da pesquisa Foi com muita honra que assumimos a Chefia em agosto de 2014. Iniciamos a gestão buscando dar continuidade aos projetos, obras e processos em andamento da gestão anterior. Também demos a partida na construção do que foi proposto para os próximos anos, focados em qualidade da pesquisa, melhoria de processos internos, objetividade e transparência da gestão, capacitação das equipes, desenvolver um trabalho compartilhado e melhorar a cooperação em todos os níveis, inclusive o internacional. Em PD&I, priorizamos temas estratégicos como a sanidade animal, bem-estar e automação dos sistemas produtivos, meio ambiente, genômica animal e agricultura familiar. E a área de TT atuará articulada, inserindo-se nos projetos desde a sua concepção. Nossa proposta é trabalhar com o produtor e a sociedade para fortalecer a agropecuária nacional.

Janice Reis Ciacci Zanella CHEFE GERAL

EXPEDIENTE O informativo Suínos e Aves é editado pelo Núcleo de Comunicação Organizacional da Embrapa Suínos e Aves, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Embrapa Suínos e Aves Janice Reis Ciacci Zanella Chefe geral Airton Kunz Chefe adjunto de Pesquisa e Desenvolvimento Marcelo Miele Chefe adjunto de Transferência de Tecnologia Armando Lopes do Amaral Chefe adjunto de Administração Edição e Redação Jean Carlos Porto Vilas Boas Souza (MTb/SC 00717) Lucas Scherer Cardoso (MTb/RS 10158) Monalisa Leal Pereira (MTb/SC 01139) Fotografia Arquivo Embrapa Suínos e Aves www.embrapa.br/suinos-e-aves

O equipamento com fatores de risco sobre a salmonela foi apresentado pela primeira vez na Pork Expo, realizada em outubro, em Foz do Iguaçu (PR)

A Embrapa Suínos está popularizando os fatores de risco da salmonela em granjas produtoras de suínos de uma forma diferente. Por meio de um equipamento chamado de Salmonelômetro, a Embrapa tem levado para feiras agropecuárias e eventos científicos um teste que dá uma ideia da presença da bactéria no rebanho. Basta responder o teste, tocando em uma tela, para o produtor ou técnico saber os acertos e erros que comete na gestão sanitária da granja. O Salmonelômetro é fruto de um projeto de comunicação

e transferência de tecnologia, em parceria com a Seara Alimentos, que levou para o campo resultados de 10 anos de pesquisa da Embrapa sobre a salmonela em suínos. Segundo a pesquisadora Jalusa Deon Kich, líder do projeto, controlar a salmonela é importante para o consumidor e para as exportações brasileiras. Cada uma das perguntas feitas no teste do Salmonelômetro representa um dos fatores de risco. Por exemplo: a granja faz controle de roedores? Se a resposta for não, aumenta o índice de provável contamina-

ção por salmonela. A partir das respostas, no final do teste é apresentado um relatório com o o apontamento dos fatores de risco que precisam ser corrigidos. Acompanha o Salmonelômetro um folder com todas as orientações para o controle da bactéria. Quem não pode ir até um evento, também pode manter contato com o Salmonelômetro. O teste está disponível na página eletrônica da Embrapa Suínos e Aves. O acesso, que é gratuito, deve ser feito por meio do endereço descrito a seguir: www.embrapa.br/suinos-e-aves.

Vídeo destaca limpeza e desinfecção O projeto que viabilizou o Salmonelômetro também disponibilizou a partir de novembro um vídeo sobre Limpeza e Desinfecção em Granjas Suinícolas. A limpeza e a desinfecção são o começo dos bons resultados na produção de suínos. O vídeo disponibilizado na internet pela Embrapa Suínos e

Aves, no endereço eletrônico www.embrapa.br/suinos-e-aves, explica em detalhe quais são os passos indispensáveis para limpar e desinfetar adequadamente as instalações em que são criados os suínos. O vídeo é dividido em oito passos: Limpeza seca, Limpeza úmida, Aplicação do detergente

para completar a limpeza e retirar a sujeira invisível, Lavagem final ou enxágue, Retirada da água acumulada nos pisos e equipamentos, Secagem das instalações, Desinfecção e Vazio sanitário. A Embrapa mostra ainda que limpar e desinfetar proporciona bem-estar animal, custos menores e produtividade.


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GESTÃO

Organização traz à tona toda a qualidade da produção de frango

Documentos da granja agora estão expostos em mural, facilitando o trabalho do produtor e também do profissional que presta a assistência técnica

Um projeto de comunicação e transferência de tecnologia da Embrapa Suínos e Aves, em parceria com a Cooperativa Central Aurora, está auxiliando produtores de frango de corte a atenderem padrões internacionais de organização e gestão da propriedade. O Projeto Frango Aurora investe na padronização de documentos e beneficiou mais de 1,6 mil integrados da Aurora. O projeto partiu da presença cada vez mais constante de missões estrangeiras de compradores da carne de frango brasileira, que sempre se interessavam em visitar as granjas avícolas. Normalmente, es-

sas granjas não possuíam documentos para comprovar a qualidade da produção. Foi daí que surgiu a ideia de se organizar as granjas com documentos e controles que atendessem normas nacionais e internacionais de qualidade. O resultado do projeto é visível já na entrada das granjas. O escritório está organizado e todos os documentos de funcionamento da propriedade estão expostos em um mural. Já as informações sobre o lote de frangos estão dispostas em planilhas organizadas em uma pasta específica. Há ainda um acompanhamento documental sobre controle de roedores e da água fornecida aos frangos. ‘‘Sempre tivemos essa qualida-

de, mas agora temos tudo comprovado por meio de documentos, que ficam disponíveis no escritório da granja’’, explicou Eliana Renuncio Bodanese, da Aurora. Segundo o pesquisador Paulo Sérgio Rosa, da Embrapa, que lidera o projeto, ficou mais fácil também para quem presta assistência técnica aos produtores. ‘‘Além de ter mais informações à disposição, o técnico também encontra um ambiente arrumado. Antes, as fichas de controle do lote, por exemplo, poderiam estar em qualquer lugar do escritório. Agora, estão numa pasta, de fácil manuseio’’, afirmou o pesquisador. Ou seja, agora a qualidade também está documentada entre os produtores da Aurora.

Reconhecimento pela atuação na cadeia suinícola A pesquisadora e chefe geral da Embrapa Suínos e Aves, Janice Zanella, recebeu dois prêmios por seu trabalho na área de sanidade de suínos. Em maio, Janice foi homenageada como Personalidade Técnica da Suinocultura Brasileira na Feira Latino Americana da Indústria de Aves e Suínos (AveSui) 2014 em Florianópolis. O prêmio destaca, desde 2003, profissionais que atuam na avicultura e suinocultura e cuja participação contribui decisivamente para o desenvolvimento da produção de aves e suínos no Brasil. Em outubro, Janice recebeu em Foz do Iguaçu, a premiação Melhores do Ano da Suinocultura, na categoria Pesquisador, concedida durante a PorkExpo 2014. Segundo o regulamento, o prêmio destaca “as pessoas que fazem a diferença na suinocultura e que, com isso, ajudam a construir a força do país”. Os organizadores escolheram pessoas que se dedicam à suinocultura e colocaram em votação seus nomes. Os três mais indicados concorreram como finalistas em 13 categorias.

NA TELA

Vídeo detalha organização na granja O Projeto Frango Aurora também produziu um vídeo sobre organização de granjas avícolas. O vídeo, que estará disponível na página eletrônica da Embrapa Suínos e Aves, também será utilizado pela Aurora em treinamentos para seus avicultores integrados em 2015. Além de tratar sobre os controles documentais para deixar a granja organizada, o vídeo apresenta ainda normas para a qualidade da água e controle de roedores.

Granja de suínos recebe distinção da ACCS A Embrapa Suínos e Aves foi uma das homenageadas durante a festa de 55 Anos da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS). A Unidade recebeu dois troféus: um como granja de matrizes e outro como instituição parceira. A granja da Embrapa tem registro de 35 anos na associação e foi uma das dez premiadas.


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PIONEIRISMO

Agregando valor à pesquisa Para atender melhor às necessidades e expectativas dos produtores e, consequentemente, dos consumidores, a Embrapa Suínos e Aves também desenvolveu uma pesquisa para agregar valor à carne dos suínos light por meio da nutrição. Ou seja, paralelo ao desenvolvimento da fêmea suína MO25C, pesquisadores da área de qualidade da carne trabalharam em um experimento de adição de óleos na ração dos animais, que resultou numa carne com alto teor de ômega 3, um ácido graxo que atua de diversas formas na melhoria da saúde humana. “É preciso que se diga, inicialmente, que a carne suína produzida em larga escala nos sistemas industriais de produção já é uma carne de ótima qualidade nutricional. No entanto, nossa intenção era desenvolver produtos diferenciados, com valor agregado, como opção tanto para os produtores de suínos como para os consumidores”, explicou a pesquisadora Teresinha Marisa Bertol, responsável pela pesquisa. A exemplo de outros países, onde nichos de mercado são ocupados por uma grande variedade de produtos de origem animal com qualidade e valor diferenciado, a Embrapa buscou desenvolver esta opção para o mercado nacional, a qual se adequa tanto para produção em sistemas convencionais, com suínos melhorados para produção de carne magra, quanto a sistemas alternativos de produção com genótipos diferenciados. “Pensando assim, a carne suína enriquecida com ômega-3 encaixa-se nesta opção de produto diferenciado, com valor agregado em função de ser ainda mais saudável”, enfatizou. A pesquisa contou com a parceria da Universidade Federal de Santa Maria e a Universidade Federal do Vale do São Francisco.

A genética “Suíno Light” da E

Os reprodutores dessa genética são a alternativa para nic

Ms115 é a terceira geração do Suíno Light e tem como proposta um animal mais pesado para abate.

Do porco “banha” ao suíno light. Essa é a trajetória que a pesquisa da Embrapa ajudou a construir na cadeia suinícola do Brasil em busca de maior rentabilidade aos produtores nos últimos 18 anos. A exigência da sociedade em consumir alimentos mais saudáveis levou o mercado a valorizar a produção de animais com mais quantidade e qualidade de carne na carcaça. Isso afetou produtores e mudou a relação financeira com as agroindústrias, que nos anos 1980, implantaram um sistema de tipificação da carcaça. De acordo com o expesquisador Jerônimo Fávero, esse sistema foi motivador e orientador para a produção de carcaças com mais qualidade. “Os produtores tinham que comercializar com mais qualidade e não mais pela classificação 'carne', 'misto' ou 'banha'. Começou, então, a busca por melhores índices de carne na

carcaça. E, uma das maneiras de conseguir isso de maneira progressiva, duradoura e cumulativa era por meio do melhoramento genético, desenvolvendo uma genética de suíno que conseguisse essa característica”, lembrou Fávero. Assim, iniciou o projeto de pesquisa em melhoramento genético de suínos da Embrapa, que resultou em 1996 no lançamento do primeiro suíno light, o Macho Sintético Embrapa MS58, em parceria com a Cooperativa Central Oeste Catarinense (Coopercentral). A denominação de MS58 está relacionada ao rendimento da carne na carcaça, que é superior a 58%. “Esse índice era o mínimo que ele produzia”, destacou o ex-pesquisador, responsável pelo trabalho na época. Segundo os registros, o MS58 foi comercializado em 14 estados brasileiros, o que contribuiu, no ano de 1999, com a produção de 1.178.452 suínos de

abate, representando 6,1% do abate de suínos inspecionados. Em 2000, a Embrapa lançou a segunda geração do suíno light, o MS60, que também apresentou melhorias genéticas e teve como principal característica ser livre do gene halotano, do stress. “Ele veio com mais quantidade e qualidade de carne, o que contribuiu para que a linhagem do suíno light fosse sucesso entre os produtores. Ele representava um animal produtivo,


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Embrapa completa 18 anos

chos e produtores que apostam em carne diferenciada

Boa aceitação no mercado de produtores

«O MS115 é um animal que tem bom desempenho e boa conversão alimentar, o que faz muita diferença no ganho de peso e melhora a carcaça. A qualidade da carne é ótima, é uma carne magra, que é justamente o que o «Conhecemos o MS na mercado exige atualmente. Ele tem a marca Expointer, em Esteio no Rio Grande da Embrapa, marca de investimento em do Sul e ficamos um ano na fila. pesquisa e melhoria genética e de Depois, acompanhamos a confiança. Quando você fala em Embrapa, evolução, com o MS60 e hoje fica tudo mais fácil." trabalhamos com o MS115." Edinilson Bazzi, da TopGen, de Jaguariaíva/PR

“Considero as principais características do suíno da Embrapa, e que o diferenciam da concorrência, a rusticidade, a boa conformação de carcaça e o ganho de peso." José Rossetto, da Suinocultura Rossetto, de Cerqueira César/SP, que trabalha com a linhagem da Embrapa, desde o lançamento do MS 115 em 2008

que trazia mais renda e com preço acessível”. Na continuidade da pesquisa, a Embrapa e a Aurora lançaram, em 2008, o MS115, representando a terceira geração do suíno light. A proposta foi de adaptação à nova realidade do mercado, que exigia animais mais pesados para o abate. Desde que entrou no mercado, o reprodutor da Embrapa permitiu o acesso ao melhoramento genético principalmente

para produtores independentes, que não fazem parte da integração das grandes agroindústrias. Essa fatia de mercado, para o pesquisador Elsio Figueiredo, é reflexo da vantagem que o animal representa. “O reprodutor MS115 está no nível dos melhores reprodutores híbridos comerciais vendidos no Brasil e é ofertado com um preço acessível a todos os tipos de produtores”. A linha especializada E a evolução dos suínos light e do programa de melhoramento genético suíno da Embrapa não parou apenas nas linhagens de reprodutores terminais. Em setembro de 2014, lançou-se a fêmea suína Embrapa MO25C. Ela foi concebida para ser versátil, com boa produção de leitões, mas também para melhor qualidade de carne aos suínos de abate. Ela é voltada para sistemas de produção que abastecem supermercados, churrascarias, restaurantes, mercado

Daniel Michels, da Granja Michels, de Braço do Norte/SC

«A carne do MS é muito boa e muito bem aceita pela população aqui da região de Vitória da Conquista." Mauro Morais, de Guanambi/BA

externo diferenciado e produtos curados (presunto, copa, salame), que exigem cada vez mais qualidade de carne in natura. Também pode ser utilizada por sistemas que produzem carne para industrialização em sistemas intensivos. "Essa opção de trazer qualidade da carne também pelo lado da fêmea é pouco explorada no Brasil. Geralmente, todas as linhas fêmeas são especializadas na produtividade de leitões. Esse foi um espaço percebido pela Embrapa com potencial de trazer benefícios para a produção de carne de qualidade, especialmente para produtores independentes e de pequenas integrações", diz Élsio. A escolha do nome MO25C está ligada ao cruzamento utilizado no desenvolvimento da linhagem: os suínos da raça Moura, muito difundidos na região do Sul do Brasil nas primeiras décadas do século passado, sem registros de sua origem.


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BIOGÁS VEM AÍ

Evento discute gerenciamento de resíduos A quarta edição do Simpósio Internacional sobre Gerenciamento de Resíduos Agropecuários e Agroindustriais (Sigera) acontece de 5 a 7 de maio no Rio de Janeiro. Este ano, o evento tem como eixos temáticos as tecnologias de tratamento de resíduos, seus usos como fertilizante, os impactos dos resíduos nos sistemas água-soloar e planta, a produção de energia e os sistemas de gestão de resíduos. O Sigera é um evento bianual promovido pela Sbera e tem a copromoção da Embrapa Suínos e Aves. Outras informações podem ser acessados no site do evento, no endereço www.sbera.org.br/sigera2015.

Energia gerada a partir de dejetos já abastece rede elétrica no PR A microcentral termelétrica a biogás do Condomínio de Agroenergia para Agricultura Familiar Sanga do Ajuricaba, em Marechal Cândido Rondon (PR), se tornou em 2014 a menor unidade geradora conectada ao Sistema Interligado Nacional (SIN). Agora, toda a energia produzida é transferida para a rede de distribuição da Copel. A estimativa é que o condomínio gere cerca de 24 mil kWh/mês, o suficiente para abastecer 150 casas. A capacidade instalada da microcentral é de 80 kW. O projeto começou em 2009, liderado pela Itaipu Binacional e com a participação da Embrapa. O condomínio tem hoje 33 pequenos produtores rurais. Em cada propriedade, dejetos da produção agropecuária (suínos e gado leiteiro) são transferidos para biodigestores, para extração do gás metano. Os biodigestores estão conectados à microcentral por meio de um gasoduto de 25 quilômetros de extensão. Já a matéria orgânica residual do biodigestor pode ser transformada em biofertilizantes. Experiência em SC A proposta de produção de energia elétrica a partir de biogás também faz parte de um arranjo tecnológico com a participação de

Produção de energia elétrica a partir de dejetos de suínos é uma das apostas da pesquisa da Embrapa Suínos e Aves

suinocultores da região de Itapiranga, no oeste catarinense. Neste arranjo tecnológico, a Embrapa é a responsável por algumas atividades, como o estudo de mecanismos de filtragem do biogás para uso direto em geradores de energia; a avaliação da qualidade do biogás produzido; o monitoramento da água da bacia da região de Santa Fé; e a avaliação dos fertilizantes gerados no final do processo com as recomendações técnicas para sua aplicação. Também estão em andamento o monitoramento e o levantamento de dados da

eficiência dos sistemas avaliados no projeto, o que vai proporcionar a construção de uma base de dados da qualidade ambiental da região. Participam do projeto financiado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a Eletrosul e a Uirapuru Transmissora de Energia, como coordenadores; e a Fundação Centros de Referência em Tecnologias Inovadoras (Certi), Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Fundação Parque Tecnológico Itaipu, Instituto de Tecnologia Aplicada e Inovação (Itai) e Embrapa como executores.

BiogásFert testa fertilizantes organominerais sólidos e fluidos

Embrapa coordena rede nacional de avaliação de substratos para biogás

Com a finalidade de atender o Plano Nacional de Agricultura de Baixo Carbono, a Rede BiogásFert (www.cnpsa.embrapa.br/biogasfert) tem o papel de desenvolver e adequar tecnologias para produção de metano ou hidrogênio na geração de diferentes energias (térmica, elétrica e automotiva) e gerar processos de produção para tecnologias de fertilizantes orgânicos e organominerais com maior eficiência. Os testes com os fertilizantes começam na safra de verão. A rede tem várias outras atividades, que incluem do aprimoramento do tratamento de dejetos ao monitoramento dos gases de efeito estufa ao longo da produção do biogás e posterior uso dos fertilizantes, passando pelo georreferenciamento de informações sobre a produção de biogás em cidades do Sul, Sudeste e Centro-Oeste do país.

A Embrapa Suínos e Aves é a coordenadora de uma rede nacional para avaliação de substratos com potencial para gerar biogás. A rede funciona em parceria com a GIZ (Sociedade Alemã de Cooperação Internacional) e envolve cinco laboratórios do país, além do Laboratório de Estudos em Biogás (LEB) da Embrapa, inaugurado em maio de 2013 na Unidade de Concórdia. Para o funcionamento da rede, a GIZ investiu em equipamentos e a Embrapa auxilia na definição e capacitação das equipes laboratoriais. Além disso, o LEB da Embrapa também faz parte de um trabalho interlaboratorial de ensaios de análises e padronização de metodologias para biogás e biodigestor. Um workshop sobre o tema acontece no dia 4 de maio no Rio de Janeiro, durante o pré-Sigera 2015.


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ATUAÇÃO

Experiência e tecnologias serão o foco da agricultura familiar

PRODUÇÃO ANIMAL

EmiLi discute emissões de gás e poeira

Poedeira Colonial Embrapa 051 é produto diferenciado para a agricultura familiar.

O tema Agricultura Familiar foi alvo de atenção por parte da equipe técnica da Embrapa Suínos e Aves em 2014 e deve seguir neste caminho em 2015. O primeiro passo foi a realização de um workshop sobre “Suinocultura e agricultura familiar: tendências, modelos alternativos e possibilidades de políticas públicas", em parceria com o MDA, Prefeitura de Concórdia e Incra, no mês de julho. Na sequência, ocorreu o workshop interno "Agricultura familiar e nichos de mercado na Embrapa Suínos e Aves”, em setembro. A intenção, de acordo

com o chefe de Transferência de Tecnologia, Marcelo Miele, foi discutir e entender o tema e a posição da Unidade no cenário da agricultura familiar, resgatando experiências e trabalhos. “A Embrapa Suínos e Aves tem em seu processo histórico uma forte ligação com a agricultura familiar”, comentou. A partir deste workshop foi possível definir e entender que o papel da Unidade neste momento em relação ao tema é se voltar para soluções tecnológicas, com grupos de agricultores organizados e com foco no mercado.

Para 2015, a Embrapa Suínos e Aves tem como proposta de trabalho aperfeiçoar e ampliar as parcerias para execução de trabalhos na área, especialmente com outras Unidades da Empresa que atuem com o tema, bem como com entidades afins e o Ministério do Desenvolvimento Agrário. “A intenção é discutir arranjos e projetos que possam ser executados em parceria”. Entre as possibilidades de atuação da Unidade está a inserção da fêmea suína Embrapa MO25C para cooperativas e o sistema de produção em família, além da Poedeira Colonial 051.

As principais questões científicas no contexto das emissões de gases e poeira, bioenergia, automação e controle da ambiência na produção animal são o tema do Simpósio Internacional de Emissões de Gás (amônia, de efeito estufa, odores) e Poeira. O evento reúne autoridades científicas brasileiras, norteamericanas e europeias. O EmiLi (www.emili2015. com.br) tem a expectativa de desenvolver inventários de emissão das fontes agrícolas para padronização internacional da apresentação dos dados de emissão; desenvolver protocolos internacionais de coleta de gases de efeito estufa para todos os sistemas de produção agrícolas; e desenvolver sistemas de controle e automação ambiental em sistemas de produção animal.

Projeto pretende melhorar uso da água para suínos

Atualização de Instrução Normativa da suinocultura em Santa Catarina

A Embrapa Suínos e Aves, o Sindicato das Indústrias da Carne e Derivados de Santa Catarina (Sindicarne) e a Associação Catarinense dos Criadores de Suínos (ACCS) pretendem colocar em prática no início de 2015 um projeto que vai melhorar a gestão da água em todas as propriedades que produzem suínos em Santa Catarina. O Projeto Plano de Gestão da Água na Suinocultura Catarinense implantará nas propriedades do Estado os novos padrões de consumo diário para a suinocultura, apurados em projeto de pesquisa liderado pela Embrapa.

Desde novembro, uma nova Instrução Normativa define os procedimentos e a documentação necessária ao licenciamento ambiental da suinocultura em Santa Catarina. A IN11 busca a profissionalização dos técnicos e dos produtores na gestão dos resíduos e no uso do biofertilizante. Os suinocultores precisam perceber que os dejetos são uma fonte de renda e que o uso adequado do biofertilizante diminui o custo de produção pela substituição dos fertilizantes químicos pelo orgânico. A redação da nova IN 11 teve a participação de universidades, Epagri e Embrapa. As alterações consideradas necessárias, em função dos novos resultados gerados pelas pesquisas, foram apresentadas e discutidas com a Fundação do Meio Ambiente de Santa Catarina (Fatma), responsável pelas normas de licenciamento ambiental no estado.


Informativo da Embrapa Suínos e Aves | 08

ECONOMIA OPINIÃO Marcelo Miele CHEFE ADJUNTO DE TT

Custos de produção acumulam altas nos últimos 12 meses

Custos de produção de suínos e aves A Embrapa Suínos e Aves desenvolve pesquisas e análises econômicas das cadeias produtivas de suínos, frango de corte e ovos desde a sua fundação. Os trabalhos com custos de produção são desenvolvidos desde então, sendo que atualmente são publicadas estimativas de custo de produção de suínos e frango de corte de vários estados do país. As estimativas de custos de produção, os Índices de Custos de Produção (ICPs), as comparações com outros países produtores (rede InterPig), bem como as publicações com os coeficientes técnicos e a descrição dos sistemas de criação estão disponíveis na Central de Inteligência de Aves e Suínos (CIAS), no site www.cnpsa.embrapa.br/cias. Estas informações são relevantes para orientar a formulação de políticas públicas e subsidiar decisões de agentes privados, seja dentro da porteira, seja entre os elos das cadeias produtivas. Desta forma, as estimativas publicadas pela Embrapa podem ser utilizadas como referência. Entretanto, é importante ressaltar que não representam situações específicas, as quais devem ser retratadas caso a caso pelos agentes privados. Desta forma, a Embrapa cumpre a missão de apoiar a cadeia produtiva em temas relacionados a essa área. Para 2015 e 2016 estão sendo negociadas parcerias com o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (IMEA) e a empresa de software Agriness, que reforçarão a rede de informantes em custos, da qual já faz parte desde 2006 a Companhia Nacional de Abastecimento. Outra iniciativa a ser desenvolvida buscará capacitar produtores, técnicos, associações e sindicatos de representação para o cálculo do custo de produção. Isso ocorrerá por meio de cursos de formação em custos, acompanhada da confecção de apostilas e planilhas de cálculo amigáveis ao usuário.

As análises completas podem ser acessadas na página da CIAS, no endereço www.cnpsa.embrapa.br/cias.


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