Ed06

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junho 2004 :: ano1 :: nº6 :: www.arteccom.com.br/webdesign

Webdesign

junho 2004 :: ano1 :: nº6 :: www.arteccom.com.br/webdesign

by

Tudo o que seu cliente precisava saber sobre

sites e você tinha medo de falar

Os experts

Abel Reis e René de Paula Jr. falam sobre CRM

R$ 6,90

e a importância de um bom relacionamento com o cliente Siga os conselhos dos profissionais: O que fazer

quando o cliente interfere no projeto? Embratel.com.br : conheça o projeto que diminuiu sensivelmente o volume de ligações para o call center da maior empresa de telefonia do país

e d i t o r a

E-mais: uma lista completa dos maiores concursos nacionais e internacionais para você participar

arteccom


direitos autorais


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quem somos

Como é gratificante para a equipe Arteccom saber que seu trabalho vem sendo reconhecido e valorizado não apenas por vocês, leito-

Editorial

Uma forte parceria!

Equipe Direção Geral Adriana Melo adriana@arteccom.com.br

Direção de Redação Bete Veiga

res da Webdesign, mas também pelos mais variados segmentos da

bete@arteccom.com.br

área de web. Prova disso é a parceria que tem início nesta edição, a

Direção de Arte

partir da qual passaremos a contar com o patrocínio da Locaweb, em-

Patrícia Maia

presa líder de hospedagem de sites no país, 100% brasileira e sem investidores externos.

patricia@arteccom.com.br

Ilustração Beto Vieira

Nesta troca, tanto o público da Webdesign como a Locaweb sai-

beto@arteccom.com.br

rão ganhando. A revista ganha segurança, vida longa no mercado

Diagramação

editorial, maior tiragem e, conseqüentemente, maior alcance. Tudo

Bruna Werneck

isso, mantendo sua autonomia de conteúdo, atendendo sempre às sugestões dos leitores. O patrocinador ganha maior visibilidade e um

bruna@arteccom.com.br

Publicidade Daniele Moura

meio significativo de divulgação de seus serviços, o que só consolida-

daniele@arteccom.com.br

rá a sua posição de primeiro lugar em número de clientes.

Webdeveloping

Foi com muito esforço e dedicação que conseguimos levar até vocês as primeiras cinco edições. A determinação de nossa equipe

Fabio Pinheiro fabio@arteccom.com.br

tornou-se mais forte que todo e qualquer obstáculo, e, hoje, mais do que nunca, estamos convictos de que valeu a pena. Muitas vezes, tudo o que precisamos é de alguém que acredite em nossa capacidade. Mais do que confiança, é reconhecimento. E reconhecimento, sem dúvida alguma, é bom demais!

Criação e edição www.arteccom.com.br

Patrocínio

www.locaweb.com.br

Produção gráfica www.ediouro.com.br/grafica

Um grande abraço,

Distribuição www.chinaglia.com.br

Adriana Melo

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:: A Arteccom não se responsabiliza por informações e opiniões contidas nos artigos assinados, bem como pelo teor dos anúncios publicitários. :: Não é permitida a reprodução de textos ou imagens sem autorização da editora. :: Os emails são apresentados resumidamente. :: Sugestões dadas através dos emails enviados à revista passam a ser de propriedade da Arteccom.


menu apresentação pág. 4 quem somos pág. 5 menu

contato pág. 6 emails pág. 6 fale conosco

fique por dentro pág. 9 adote esta página pág. 10 clipping

portfólio pág. 13 veterano: Mariana Bukvic pág. 18 calouro: Daniel Lemos

matéria de capa pág. 19 entrevista: Abel Reis pág. 24 entrevista: René de Paula Jr. pág. 28 debate: O que fazer quando o cliente interfere? pág. 34 entre tapas e beijos

e-mais pág. 38 estudo de caso: Embratel pág. 45 encontro de web design pág. 47 prêmios pág. 54 tutorial: vídeo digital

com a palavra pág. 56 estratégia online: Marcello Póvoa pág. 58 webwriting: Marcela Catunda pág. 60 marketing: René de Paula Jr. pág. 62 interface: Cláudio Toyama pág. 64 webdesign: Luli Radfahrer

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emails

gráficos, dando dicas de como

Em breve, faremos uma matéria

Graças a casos como o seu, o sistema

fazer algum desenho ou

sobre o tema sugerido. Valeu a

de assinatura foi modificado. Para

animação. Acho que a revista

colaboração com a nossa pauta!

maiores informações, acesse o site da

estaria mais completa desta forma.

Assunto: Números atrasados Adorei a revista, que traz super matérias. Até já visitei vários dos sites publicados. O único problema é que comprei apenas a edição nº4 e gostaria de adquirir as anteriores. Como consegui-las? Um abraço!!!

revista: Assunto: Ok man

Juliano Nunes Silva Oliveira juliano.web@ibest.com.br

Meus sinceros parabéns para

Oi, Juliano!

toda a equipe (nota 1000)

Com a Locaweb nos patrocinando,

pelas duas primeiras edições

publicaremos mais matérias voltadas

da Webdesign. Estou

para tecnologia. Sobre animação,

terminando o curso técnico de

você encontra a matéria Animação

webdesign e já estou

e 3D em nossa edição de Abril. Não

elaborando meu fisrst work .

deixe de ler!

Posso afirmar que cerca de

Assunto: Como abrir uma agência web Gostaria que vocês

60% das idéias vieram destas duas edições, os outros 40% tirei de tudo o que vejo, leio e ouço. Irei cadastrá-

publicassem uma matéria

lo em breve no link Portfólio.

sobre como se planejar para

Cristiano Conte contecaco@bol.com.br

abrir uma empresa de web (criação de sites, design etc.). Seria muito útil esclarecer não só aspectos burocráticos, tributários, comerciais, mas

Aline Gibin

também como encontrar

alinegibin@yahoo.com.br

clientes ... Suponho que muitas

Boas notícias, Aline: desde 20 de

pessoas tenham essa mesma

maio, o serviço de venda dos

vontade, mas falta uma

números atrasados foi disponibilizado

matéria do gênero para

no site da revista. Acesse já:

alavancar a idéia de se abrir

www.arteccom.com.br/webdesign.

uma empresa.

Assunto: Mais tecnologia

Renata Lemos rfetter@msm.com.br

My Dear Mais do que um reconhecimento, seu

Com relação aos assuntos

revista continue sendo útil e colabore

abordados (excelentes),

para a construção das carreiras de

gostaria de saber um pouco

nossos leitores. Enquanto seu

sobre direitos autorais de

primeiro trabalho não vem... keep in Assunto: Assinatura touch ;-)

músicas para sites. Pelo que

Enviei uma sugestão e fiquei

permitido utilizar até 30

aguardando um email ou que a resposta fosse publicada na edição de Abril. A sugestão era

revista, pois já possuía todas

publiquem mais material

as edições oferecidas

prático (artigos, dicas).

gratuitamente com a

Gostaria de ler textos sobre

assinatura.

animações, por exemplo. Seria

Rodrigo Teixeira da Cruz rodrigo.tcruz@ig.com.br

programação, tem muita relação com design também. Ter um colunista de programas como Flash, Fireworks,

Isto vale para sites também? Se eu modificasse a música com efeitos, poderia usá-la Continuem com este trabalho que acrescenta muito profissão. Fábio Russo fabiorusso@8arroba.com.br

Que interessante! Com certeza,

Pedimos sua compreensão com este acidente de início percurso

segundos de qualquer música.

conhecimento à nossa

Mil desculpas, Rodrigo!

de

sei, em propagandas de TV é

inteira?

promoção de assinatura da

revista! Sugiro que vocês

embora mais ligado à

Música direitos autorais

equipe Arteccom. Espero que a

uma segunda opção para a

sobre CSS e tableless, que

Assunto:

email foi um incentivo a mais para a

Olá galera, parabéns pela

interessante incluir conteúdo

www.arteccom.com.br/

webdesign.

e

lhe

agradecemos por ser um fiel comprador da Webdesign!

entrará em uma de nossas futuras pautas. Fique atento à coluna emais . O que já é bom, pode ficar melhor ainda com a participação ativa de leitores como você!

Photoshop, Lightwave, 3ds Max e outros programas fale conosco através do site www.arteccom.com.br/webdesign

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adote esta página

WLD Desenvolvimento www.wld.com.br (11) 3858-7133 contato@wld.com.br

adotou esta página

Eduquem-se as crianças e não será necessário punir os adultos

Piaget

Adotando esta página, a WLD Desenvolvimento contribuiu com R$600,00 para a manutenção do projeto Magê-Malien Crianças que Brilham, beneficiando integralmente crianças e jovens de comunidades menos favorecidas. O projeto possibilita o acesso das crianças ao universo da educação, da arte e da cultura através de cursos e oficinas ministrados gratuitamente pela equipe Beriba-Rei Capoeira. Ocupando de maneira sadia suas horas de lazer, os jovens aprendem o exercício pleno da cidadania. A Arteccom acredita na construção de um futuro melhor e agradece este gesto de solidariedade! Você também pode ajudar a manter o brilho dessas crianças: ligue para (21) 2253-0596 ou envie um email para arteccom@arteccom.com.br e adote esta página! Para conhecer o projeto Magê-Malien, visite o site www.arteccom.com.br/magemalien.

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clipping

Novo tênis da Adidas é equipado com microprocessador A Adidas apresentou o primeiro tênis inteligente do mundo , que possui um chip de computador para amortecer o impacto, de acordo com tamanho e peso do corredor. Mantido em segredo pela empresa alemã, o projeto levou três anos para ser desenvolvido. O Adidas 1 tem um processador colocado na sola, cujo chip controla um pequeno sistema formado por cabos e parafusos, que ajustam a pressão de acordo com os sinais

enviados

por

um

sensor

eletrônico. Os ajustes são feitos enquanto o corredor levanta o

Preso, alemão confessa ter criado o vírus Sasser Um adolescente alemão foi preso e confessou ter programado o vírus Sasser, que se espalha e derruba redes de computadores. Desde que surgiu, já destruiu PCs que rodavam Windows 2000, NT e XP. Especialistas da Microsoft confirmaram que ele é o causador do vírus. Investigações policiais não apontam ligação com o crime organizado, mas não descartam ligação com outros programadores de vírus. O jovem, também suspeito de criar uma variação do vírus Netsky, pode ser acusado de sabotagem e pegar até cinco anos de prisão.

pé, para evitar que o choque danifique o sistema. O sistema

(02)

inteiro não pesa mais de 40 gramas (apenas 10% dos 400g de cada um dos tênis). O preço do produto, porém, é pouco convidativo: o Adidas 1 será vendido por US$ 250, quando for lançado, em dezembro, nos Estados Unidos.

(01)

Internet leiloa varandas de onde será possível ver casal real

(03) O eBay , uma das empresas mais importantes de leilões pela internet, sediada nos EUA e presente em 28 países, decidiu dedicar uma seção

Para os tipógrafos de plantão A

editora

Rosari

oferece ao público a coleção Qual é o seu tipo? , com livros sobre

inteira a artigos relacionados ao casamento do herdeiro da coroa espanhola, Felipe de Borbón, e da jornalista Letizia Ortiz, que acontecerá no dia 22 de maio. Até mesmo varandas localizadas no trajeto dos noivos estão sendo leiloadas. Os lances iniciais para alugar por apenas algumas horas estes privilegiados lugares oscilam entre os 360 e os 2.400 dólares. O leilão acabará no próximo dia 10 de maio, doze dias antes do casamento. Neste dia, o preço final dos artigos será divulgado.

(03)

tipografia. Dentre os

referência intelectual no mundo tipográfico) - o livro, escrito há mais

Pesquisa mostra perdas por fraudes no ecommerce

de 30 anos, ainda é atual, e considera-se a publicação em português

Pesquisa encomendada pela CiASHOP e-commerce, revela que as

um marco na formação de designers e tipógrafos.

compras com cartão de crédito continuam apresentando falhas de

:: Capitular Collage (Tide Hellmeister) - traz fontes usadas na

segurança, exploradas pelos hackers para enganar vendedores e

abertura de capítulos de livros.

consumidores. Segundo o estudo, cartões falsificados causam perdas que

:: Gill Sans (Gustavo Piqueira) - o autor apresenta fontes criadas pelo tipógrafo e escultor Eric Gill (1882-1940).

equivalem a 3% do faturamento bruto das lojas virtuais. (05) O levantamento mostra também que do total de empresas contatadas,

:: Psicodélicas: um tipo muito louco (Carlos Perrone) - criadas nas

42% detectaram a ação criminosa. Cerca de 44% dos entrevistados

contestadoras décadas de 60 e 70 do século passado, estas fontes influenciaram a visualidade formal e informal, fazendo com que a

consideram que as informações sobre os clientes são seguras. Já 39% dos (05)que o sistema é inseguro, declaram falta de confiança (06) que afirmam nas

transmissão de energia prevalecesse sobre o compromisso com a

informações recebidas pelas administradoras de cartões ou bancos (34%)

arte e o design.

e clientes (20%).

títulos, encontram-se: :: Como se pode fazer tipografia suíça? (Wolfgang Weingart,

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(04)


clipping 30% dos internautas pagariam por web mais rápida, diz Ibope/ NetRatings

Empresa israelense desenvolve detector de homem-bomba A International Technologies Lasers (ITL), que desenvolve equipamentos semi-militares, como sistemas de visão noturna, começou a desenvolver o detector de homem-bomba há cerca de três anos. O sistema tem uma taxa de detecção quase perfeita e terá um protótipo pronto dentro de seis a oito meses. O mercado-alvo do dispositivo é a indústria de aviação. A ITL negocia acordos com duas importantes companhias norte-americanas. A empresa israelense também afirmou estar desenvolvendo um dispositivo capaz de sentir a presença de rastros de explosivos em documentos. (05)

Cerca de 30% dos internautas brasileiros estão dispostos a pagar mais por uma conexão melhor com a Internet. Segundo a pesquisa, 29% dos usuários residenciais do país disseram que pretendem trocar a conexão de linha discada pelo acesso em alta velocidade com a web nos próximos 12 meses. 30% dos entrevistados também afirmaram que o preço da conexão é um dos principais fatores que dificultam a instalação da banda larga nos domicílios. Os internautas domiciliares brasileiros que se conectam à web em alta velocidade estão entre os maiores usuários da rede mundial de computadores. Pelo Ibope, os brasileiros navegaram em média 21h58min em março, enquanto os americanos passaram 19h08min no mesmo mês. Os sites que oferecem conteúdo multimídia estão entre os preferidos desse grupo de internautas. (06)

Polícia pega spammer que usava nome de banco Um spammer de Campinas, interior de São Paulo, que usava o nome de uma corretora e do diretor de um banco para espalhar mensagens sobre produtos que comercializa, teve seu equipamento apreendido pela polícia no último dia 13 de abril. (Fonte: revista Info ). Por ordem da Justiça, a polícia apreendeu CPU, gravador de CDs e DVDs, disquetes, conjuntos de CDs graváveis e cópias de software, aparentemente piratas. A operação foi resultado de um trabalho de investigação realizado durante quatro meses pelo banco. O equipamento apreendido foi encaminhado para a perícia do Instituto de Criminalística.

(07)

(10) (01) http://www1.folha.uol.com.br/folha/informatica/ult124u15896.shtml (02) http://informatica.terra.com.br/interna/0,,OI305257-EI559,00.html (03) http://informatica.terra.com.br/interna/0,,OI304494-EI553,00.html (04) http://www.estadao.com.br/tecnologia/internet/2004/mai/04/130.htm (05) http://ultimosegundo.ig.com.br/useg/economia/mundovirtual/artigo/0,,1600588,00.html (06) http://www1.folha.uol.com.br/folha/informatica/ult124u15885.shtml (07) http://ultimosegundo.ig.com.br/useg/economia/mundovirtual/artigo/0,,1604038,00.html

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A designer Mariana Bukvic, 27 anos, diretora de arte da F/Nazca conta suas vitórias profissionais, revela um pouco de seu lado pessoal e mostra alguns de seus trabalhos de maior repercussão. Confiram a seguir toda a força dessa tão decantada fragilidade .

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portfólio :: veterano

Sexo frágil?! Nem tanto...


portfólio :: veterano

Para fazer bom design é fundamental pesquisar muito. É assim que a gente aprende e evolui

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A vocação precoce e o desejo de estu-

tal pesquisar muito. É assim que a gente

dar algo que reunisse arte e tecnologia le-

aprende e evolui .

varam Mariana Bukvic a optar pela faculda-

abre uma exceção para se aproximar do

de de Desenho Industrial, com habilitação

computador quando sente vontade de

em

brincar de design com suas criações.

Programação

Visual,

cursada

na

Nas horas de folga,

Unesp/Bauru, em SP. A menina, que desde

Não subestimar projetos e dedicar-se

a infância gostava de desenhar e mexer

igualmente a todos eles são os diferenciais

com tinta, transformou-se na adolescente

do seu trabalho, segundo a própria

que descobriu a possibilidade de aliar arte

Mariana. Encaro projetos sempre da mes-

à tecnologia e veio a se tornar uma bem

ma forma, desde o menor projeto até um

sucedida profissional da área. Trabalhos

muito grande. Todo trabalho, por menor

para Skol, Claro, Flor, Petrobras, Nestlé,

que seja, não deixa de ser um desafio pra

Johnson&Johnson, Coca-Cola Light, Souza

mim e, em todos eles, me cobro muito se

Cruz e Natura compõem seu portfólio. Sua

estou fazendo o melhor, se não haveria

primeira premiação veio com seu projeto

uma forma mais original de resolver a cri-

de formatura (um trabalho experimental e

ação . Para ela, a diversidade dos perfis

interativo de tipografia), que a fez ganha-

de clientes e suas respectivas propostas é

dora do primeiro lugar da 1ª edição do

algo libertador: Não fico presa a um esti-

FILE (Festival Internacional de Linguagem

lo, aliás, adoro fazer trabalhos que tenham

Eletrônica), na categoria animação.

estilo e linguagem bem diferentes uns dos

Enquanto isso, no âmbito pessoal,

outros. Gosto de constantemente, na me-

tem como hobbies yoga e leitura sobre

dida do possível, usar linguagens diferen-

design, além de usar parte de seu tempo

tes , explica. Talvez, por essa razão, suas

para pesquisar, hábito que considera uma

dicas para quem está chegando ao merca-

espécie de matéria-prima de um design

do, agora, possam ser resumidas em: pes-

bem feito: Gosto de olhar tudo ao meu re-

quisa intensa e constante; fuga do vício

dor a natureza, o movimento, a tipogra-

em tendências; flexibilidade de estilos e

fia na rua, as pessoas. Deveria até ter por

atualização de técnicas. Como comple-

hábito andar com minha câmera e fotogra-

mento, a designer enfatiza a importância

far tudo o que gostasse. Claro que também

do curso superior para o desempenho da

procuro navegar para ver trabalhos e livros

profissão baseado no exercício do senso

de designers, ilustradores e artistas que

crítico que só a formação acadêmica pro-

curto. Para fazer bom design é fundamen-

porciona.


portfólio :: veterano Mas, problemas sempre hão de existir... E, na criação de um site, não poderia ser diferente. Na opinião de Mariana

Mariana Bukvic

Bukvic, o processo de criação para a web é um caso à parte. No processo criativo de um site, várias coisas devem ser muito bem pensadas. Como internet envolve muita tecnologia, não podemos pirar completamente sem vermos as limitações técnicas. Outro fator limitante é o prazo. Nem sempre temos um prazo razoável para certos projetos com muito potencial. Muitas vezes, somos forçados a fazer um layout levando tudo isso em consideração . Da mesma forma, a

www.marianabukvic.com.br

relação agência-cliente passa por fatores como confiança e liberdade, que podem ser decisivos no resultado de um projeto, seja ele positivo ou negativo. Para ela, excelentes trabalhos, boa administração e clientes que dêem liberdade para criação e confiem na agência ou produtora que atendam a eles são determinantes no sucesso de uma empresa, pois quando existe muita confiança e liberdade na relação cliente-agência, conseguimos ousar mais e não ficamos presos a fazer o que o cliente certamente vai aprovar , analisa. Embora praticamente não tenha contato direto com clientes, Mariana descarta a passividade: O que procuro fazer é sempre lutar por um bom design, mesmo quando o cliente opina e interfere demais na nossa criação . Como exemplos de trabalhos de grande repercussão e reconhecimento, Mariana cita: Coca-Cola light (2002) Esse foi o maior e mais importante projeto do início da minha carreira. Tratava-se de um projeto grande de redesign e novas features para o site da Coca-cola light (anteriormente, feito pela DPZ), que foi entregue para a Tribo Interactive sob coordenação da DPZ.

www.cocacolalight.com.br

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portfólio :: veterano

Foi muito gostoso de fazer, pois, além de ser uma marca que foca o público jovem, o site tem um conteúdo de lazer, principalmente, noturno. O projeto foi muito bem organizado e planejado pela DPZ. Fizemos duas opções de layouts bem diferentes um do outro. O único empecilho que tivemos foi na escolha das fotos, que tivemos de comprar de banco de imagens. Não foi fácil encontrar fotos no pique da campanha que a DPZ estava lançando para o produto, na época. Esse site ainda envolveu todo um processo de gerenciamento de conteúdo desenvolvido pela Zero Um, com conteúdo da Abril. Premiação: top 3, no Ibest 2003, na categoria excelência em design. SKOL (2003-2004) Ilha Quadrada foi meu primeiro trabalho para a Skol, na F/Nazca. Tínhamos de fazer uma série na web que mostrasse a evolução da campanha da Ilha quadrada em TV e mídia. Como se tratava de um folhetim, optamos por fazer uma história em quadrinhos com cada capítulo, e todo o restante do site também se incorporou a essa linguagem. Além do site, foi feita uma campanha de mídia e emailmarketings para cada nova promoção (foram três). Esse projeto teve recorde de acesso para o site da Skol, superando até o site Skol Beats. Os emailmarketings também eram todos ilustrados de acordo com o tema da promoção. A promoção consistia em você participar de um abaixo-assinado, e você realmente assinava e conferia a assinatura das últimas dez pessoas que estavam participando. Foi muito gostoso fazer as ilustrações, mas muito trabalhoso também. Começamos esse projeto em dezembro 2003 e terminamos em março deste ano. Flor (2004) Flor é uma nova marca de beachwear, lançada no mercado no segundo semestre de 2003. A primeira etapa do site (que ainda está no ar) apresenta o catálogo impresso da primeira coleção Primavera/Verão 2003, com direção de arte de Fábio Simões (diretor de criação do departamento de web da F/Nazca) e ilustrações de Linn Olofsdotter, de forma interativa. Selecionamos algumas páginas do próprio catálogo que representassem bem a idéia do mesmo e animamos.

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www.skol.com.br


portfólio :: veterano

Procurei pensar em uma forma específica de animar para cada cena, a fim de que o usuário realmente entrasse naquele contexto. O site dessa coleção ganhou ouro no Clube de Criação de 2004. Ficamos muito gratificados pelo reconhecimento. No momento, estou desenvolvendo o site completo (reformulado) com a nova coleção, já em fase de finalização, que brevemente entrará no ar. Para esse novo site, desenvolvi todas as ilustrações e toda a direção de arte da comunicação da coleção outono-inverno. Premiação: ouro, no 29º Clube de Criação (2004). Dentre seus planos, além de solidificar-se ainda mais no mercado, estão o projeto de uma revista online, com trabalhos de design experimentais; iniciar uma carreira docente e fazer mestrado; viajar para estudar ou trabalhar no exterior e arranjar mais tempo livre para a vida pessoal. E, para finalizar, nada melhor do que

www.flor.net

contrariar o rótulo de sexo frágil através da autodefinição de nossa entrevistada: Defino-me como uma pessoa determinada, que adora desafios e não tem medo de encarar caminhos, mesmo que eles sejam os mais difíceis. Adoro o que faço e procuro fazer o melhor dentro dos meus limites . Uma demonstração de que força não é apenas ter coragem de enfrentar desafios, mas, sobretudo, ter coragem de reconhecer suas próprias limitações.

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portfólio :: calouro

Amor à segunda vista... O Direito perdeu mais um advogado e o Design ganhou mais um profissional bem sucedido. Daniel Lemos de Sousa, paulista de 24 anos, formado em Propaganda e Marketing, estava certo de que seria advogado. Mas, assim como a adolescência, tudo não passou de uma fase transitória até que, no primeiro colegial, ele descobrisse sua verdadeira vocação ao fazer um trabalho em vídeo com vinhetas em Corel Move. Freelancer desde 1998, sempre conseguiu clientes por indicação: Afinal, nada melhor que a propaganda boca-a-boca somada a parcerias concretas e transparentes , conta. Como diretor de arte na Tenda Digital, desenvolveu trabalhos para AOL, HSBC, Itaú, Unibanco, Visa, Coca-Cola, Mc Donald s, Nestlé, HP, Kodak, NET, Gerdau, TRW automotive, Pernambucanas, Souza Cruz, Unilever, Zorba, dentre outros. Segundo Daniel, o contato direto com o cliente, poder analisar suas necessidades, interpretar seus sonhos e transformá-los em realidade na

Seu portfólio online, www.dlspublicidade.com.br

tela do computador é a grande vantagem de se trabalhar por conta própria, enquanto um dos maiores problemas é a concorrência desleal, aquela que não se importa com a qualidade e o foco do trabalho, priorizando a guerra de preços e, com isso, degradando o mercado e escondendo grandes profissionais . Quanto à formação acadêmica, ele é totalmente favorável, sobretudo quando se trata de projetos maiores. Além de você ser bom como designer, programador, redator, você tem que ser um excelente administrador, ter visão de mercado, e a faculdade lhe dá esta base , analisa.

www.eugostoedemulher.com.br

Profissionalmente, Daniel se considera um perfeccionista que não mede esforços para que o job chegue perfeito ao cliente, sem erros e, principalmente, com um resultado muito acima do esperado . Já no âmbito pessoal, libera seu lado extrovertido e alegre, revelando um autêntico bon-vivant. Satisfeito por trabalhar com excelentes profissionais, num futuro próximo deseja estar com estas pessoas em que acredita, num mercado bem competitivo, com mais oportunidades e honesto . Ppara terminar, arrisca uma autodefinição: Amo o que faço e todos os que convivem comigo. Acho que respeito e fé são grandes qualidades minhas . Continue assim, Daniel!

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www.edubajzek.arq.br O email do Daniel é daniel@dlspublicidade.com.br


entrevista :: Abel Reis

Conquistar é fácil, manter nem tanto... Isso também vale para o relacionamento com o cliente, que cada vez mais requer um tratamento diferenciado e personalizado. Atualmente, não se vende apenas um produto ou serviço, mas, principalmente, uma imagem, a qual será positiva ou negativa conforme o atendimento oferecido antes, durante e após o ato da venda. Se tiver sido bom, com certeza o cliente vai querer repetir a dose! Para você entender ainda mais sobre clientes, a Webdesign entrevistou um expert no assunto: Abel Reis, vicepresidente de tecnologia e projetos da Agência Click. Leia as próximas páginas e, assim como o cliente, tenha satisfação garantida.

Foi bom pra você? 19


entrevista :: Abel Reis

Desenhar o escopo preliminar de um projeto é um investimento necessário para assegurar-se de que as necessidades do cliente estão bem formuladas e as previsões de prazo e custo para a realização do projeto são consistentes.

Wd :: Como é feito o atendimento ao cliente? Há um procedimento básico a seguir? Abel :: Em dupla: um profissional de atendimento comercial/relacionamento e outro de gestão de projetos devem cuidar da vida de um cliente web. O atendimento está focado na qualidade, rentabilidade e estabilidade do relacionamento com o cliente. De certa forma, esse é um papel comercial e político ao mesmo tempo, que em projetos de web (na minha opinião) deve ser diferente do modelo tradicional de atendimento em agências de publicidade. O gerente de projetos deve estar focado no andamento das atividades de produção (criação, tecnologia etc.), aplicando técnicas consagradas de gerenciamento de projetos para controlar prazos, escopo, riscos, dentre outros aspectos. Wd :: Um dos problemas enfrentados no atendimento é o fato de o cliente solicitar um layout do projeto antes mesmo de assinar a proposta. Como a sua agência lida com isso? Abel :: Desenhar o escopo preliminar (funcionalidades, serviços e conteúdos) de um projeto é um investimento necessário para que a empresa contratada possa, de um lado, assegurar-se de que as necessidades do cliente estão bem formuladas e, de outro, que as previsões de prazo e custo para a realização do projeto são consistentes. Desse modo, a existência de um escopo preliminar permite avançar na negociação da proposta.

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entrevista :: Abel Reis

temos sempre o cuidado de alertar que o cliente é tão responsável pelo cumprimento de prazos quanto nós

Naturalmente, o escopo preliminar deve ser

alertar

revisitado no início do projeto, visando ao

que o cliente é tão respon-

detalhamento. Aqui, então, podem ocorrer

sável pelo cumprimento de prazos

alterações. Paralelo a isso, existe uma ati-

(como também pela administração de ris-

vidade essencial no gerenciamento do pro-

cos, mas isso é outro assunto...), no que

jeto que é a gestão de escopo: assegurar-

tange às suas responsabilidades, como nós

se de que os itens estabelecidos no escopo

em relação às nossas. Contudo, cabe à

detalhado, bem como a complexidade de

agência antecipar-se, alertar, enfim, co-

cada um, estão sendo preservados ao lon-

brar de forma estruturada e documentada,

go dos trabalhos. Qualquer desvio deve ser

de tal modo que o cronograma não seja

apontado claramente, e o quanto antes,

comprometido. Obviamente, há clientes

para permitir eventual revisão de prazos e

que perdem seus prazos, mas não querem

custos.

que o cronograma seja perdido. Então, te-

Wd :: Cronograma é um ponto crucial

mos de negociar...

para ambas as partes. Assim como a

Wd :: Baseada em que variáveis, a agên-

agência, o cliente também tem prazos

cia faz o cálculo de custos de cada pro-

a cumprir, o que nem sempre ocorre.

jeto?

Que medidas preventivas a agência

Abel :: Projetos de web são intensivos em

toma para evitar que o cliente saia do

mão-de-obra qualificada. O que, por sinal,

cronograma?

vale para o mercado de software de forma

Abel :: Cronograma é um alvo móvel. Mas,

geral... A unidade básica cobrável em proje-

sem

nenhum.

tos dessa natureza é a hora-homem. Ou

Gerenciar as entregas do cliente ao longo

seja, o custo de 1 hora de trabalho de 1 pro-

do projeto (sejam estas materiais, docu-

fissional, alocado no projeto, somados à re-

mentos ou definições) é crucial para que

muneração desse profissional, todos os en-

não ocorra perda de prazos. No início dos

cargos legais, benefícios e os custos físicos e

trabalhos, temos sempre o cuidado de

gerenciais de mantê-lo trabalhando. Dado um

ele,

não

temos

alvo

21


escopo de projeto, calcula-se o esforço em horas-homem dos profissionais alocados para realizá-lo. Quanto mais detalhado for o escopo, mais preciso é o volume de horas-homem estipulado. Wd :: Não basta conquistar o cliente, é preciso fidelizá-lo. Como é realizado esse atendimento pós-venda ? Abel :: Em projetos de web, o pós-venda , normalmente se traduz em contratos de manutenção evolutiva e adaptativa, onde a agência deve atuar não apenas como braço operacional , mas como parceiro colaborador, identificando novas iniciativas e direções para a presença online do cliente. Wd :: De acordo com o contexto atual, e não esquecendo a trajetória do relacionamento com o cliente até os dias de hoje, você poderia arriscar um prognóstico quanto às tendências futuras do CRM (Customer Relationship Management)? Abel :: Não me sinto em condições de prognosticar o futuro do CRM no geral. Posso dizer que no ramo onde atuamos, que é o de serviços

CRM

:

Para saber mais sobre CRM, vire a página e leia a entrevista com René de Paula Jr..

profissionais para Internet, o relacionamento com o cliente é por definição inteiramente personalizado, sob medida. Conhecer, em detalhes, necessidades, estilos e expectativas de um cliente corporativo e de seus representantes (que, por sua vez, são pessoas físicas) é condição básica para atendê-los bem.

A unidade básica cobrável em projetos web é a hora-homem Calculando a hora-homem: soma-se à remuneração de um profissional, todos os encargos legais, benefícios e os custos físicos e gerenciais de mantê-lo trabalhando e dividi-se pelo número de horas que ele trabalha em um mês.

22


23


entrevista :: René de Paula Jr

Com o público consumidor cada vez mais exigente, produtos e serviços cada vez mais equiparados em tecnologia e qualidade, o atendimento pós-venda tornou-se um grande diferencial. Na busca de uma maior aproximação com o cliente, empresas dos mais variados ramos vêm investindo em sites não apenas demonstrativos, mas também interativos, cuja base é um histórico minucioso do passo-a-passo do consumidor. Dentro desse contexto, surgiu o CRM (Customer Relationship Management), um setor estratégico destinado a captar, fidelizar e até mesmo a recuperar clientes. A

Webdesign convidou René de Paula

Jr. para falar desse relacionamento, onde mais do que conquistar, é preciso manter!

Não deixe o cliente pular a cerca!

24


Wd :: CRM e pós-venda são a mesma

am, confiança leva uma vida pra se con-

coisa, ou o CRM poderia ser visto como

quistar e um segundo para se perder. Eu

um pós-venda evoluído?

confio na Amazon porque ao longo de to-

René :: CRM ou Customer Relationship

dos esses anos, em cada email, em cada

Management significa, ao pé da letra,

compra, em cada entrega, e sobretudo no

gerenciar o relacionamento com o cliente. O

momento em que eu entro na loja, ela me

pós-venda é apenas um dos momentos da

trata como eu gosto de ser tratado. Essa

relação com o cliente. Quando você tem um

confiança, que é reforçada em todas as

relacionamento bem gerenciado, bem plane-

ocasiões, mesmo nas mais prosaicas, é fru-

jado, o cliente é tratado de maneira adequa-

to de uma estratégia sólida de CRM. E veja

da o tempo todo: no momento em que se inte-

que interessante: em nenhum momento

ressa pelo produto, durante a compra, du-

eles me abordam dizendo bem-vindo ao

rante o uso, e assim por diante. E, o que é

nosso programa de relacionamento . CRM

mais importante: como em toda relação,

não é blá-blá-blá, não é um slogan que se

aprendemos cada vez mais sobre cada um e,

possa pendurar na parede. É atitude.

a cada passo, a relação se torna mais rica e

Wd :: Existem diferenças, em termos es-

profunda.

tratégicos, na aplicação do CRM confor-

Wd :: A concorrência cada vez mais acir-

me gêneros de produto/serviço e pú-

rada entre produtos/serviços que ten-

blico-alvo?

dem a nivelar-se em tecnologia e qua-

René :: Há diferenças, sim, e é importante

lidade fez do CRM um diferencial de

ajustar as expectativas. Quando acaba meu

peso. Até que ponto o CRM é decisivo

galão de água mineral, eu desço e compro

na opção do cliente, atuando como uma

outro. Não me preocupo com a marca. E mes-

espécie de voto de minerva?

mo que encontre uma marca premium por um

René :: Uma pesquisa recente do MIT pro-

preço ótimo, eu não compro mais água do

vou que um dos fatores decisivos na hora

que eu bebo. E se a água X quiser que eu pre-

de comprar online é a confiança e, não ne-

encha um cadastro gigantesco para ela me

cessariamente, o preço. E como surge

conhecer melhor , eu não vou topar, porque

essa confiança? Como nossas avós já dizi-

não vejo o que eu posso ganhar com isso.

25

entrevista :: René de Paula Jr

gente quer ser tratada como gente, não como números


entrevista :: René de Paula Jr

um dos fatores decisivos na hora de comprar online é a confiança, não, necessariamente, o preço

Com bancos não é diferente. Eu não quero

René :: Fácil, mesmo, é perdê-los. Basta um

que meu banco seja o banco da minha vida,

deslize, uma decepção, para que o cliente

quero que ele esteja lá quando EU precisar

vire as costas para você. Recuperar a confi-

dele, nada mais. E quando eu precisar de in-

ança é muito mais difícil, sempre, pois tudo o

formações do trânsito ou dicas de saúde, não

que você fez para cativar aquele cliente pode

vou lembrar de banco algum, vou direto à

passar a ser visto como falso, interesseiro, e

fonte.

não vai funcionar numa segunda vez. Esse

Clientes VIP, por outro lado, esperam dos

aspecto cruel do relacionamento, reforça

seus bancos um relacionamento tão per-

ainda mais a importância de sermos impecá-

sonalizado e especial que, talvez, nem a

veis, sempre.

internet sirva para isso; talvez prefiram

Wd :: Qual o papel do CRM na fidelização

um telefonema, ou mesmo uma visita

e na recuperação do cliente?

tête-à-tête.

René :: Acidentes de percurso acontecem

Operadoras de telefonia celular, por exem-

sempre, e devemos estar preparados para

plo, gastam uma fábula para conquistar no-

gerenciamento de danos : ao menor sinal de

vos clientes. Para que esse investimento

insatisfação do cliente, devemos reagir pron-

compense, é preciso que o cliente não vá em-

tamente e, surpreendê-lo, positivamente. Se

bora tão cedo, senão é prejuízo total. Por

mostrarmos ao cliente que ele pode contar

isso, oferecem tantos benefícios quando

conosco, mesmo em momentos difíceis, con-

você ameaça trocar de operadora.

quistamos uma confiança-extra decisiva.

Esse é um tema extenso, mas, para resumir:

Wd :: Que procedimento devem seguir

quando você oferece uma oportunidade de

aqueles que desejem aplicar o CRM em

estreitar relações com clientes, a primeira coi-

suas empresas?

sa que pensam é: o que eu ganho com isso? Em

René :: CRM não é uma palavra mágica,

alguns casos, há muito pouco a ganhar para

nem um software automático. CRM é uma

ambos os lados. Nos

decisão estratégica de alto nível, e é ne-

casos onde con-

cessário o envolvimento de todas as áreas

quistar um clien-

ligadas ao cliente. De nada adianta inves-

te custa caro,

tirmos fortunas em tecnologia se não ga-

mantê-los é crí-

rantirmos que a empresa inteira tenha um

tico para o ne-

compromisso profundo com a satisfação

gócio.

do cliente. Se não tivermos como garantir

Wd :: O que é

o compromisso geral, não há software que

mais difícil: conquistar,

Acabo de ter uma experiência exemplar: es-

fidelizar ou re-

tava voando por uma companhia aérea de

cuperar clientes?

alto padrão, com uma qualidade de serviços e

Por que?

26

salve a pátria.

atendimento excelente, ligada ao meu pro-


entrevista :: René de Paula Jr computadores, e acabam colocando as empresas contra a parede: você vai me atender como eu quero, onde eu quero, quando eu quero? . grama de milhagem. Durante o vôo, um dos

Para ser capaz de satisfazer cada cliente

atendentes demonstrou um total despreparo

em todas as ocasiões possíveis, para reco-

para atendimento aos passageiros, compor-

nhecer o cliente em cada contato, empre-

tando-se de maneira inaceitável com pessoas

sas vão ter de investir cada vez mais em

de idade, jovens, casais etc.. Tenho certeza

CRM, não há outra saída. Aí está um feliz

de que muitos dos passageiros saíram dali di-

paradoxo: com essas tecnologias todas,

zendo que nunca mais voariam por aquela

estamos nos tornando cada vez mais hu-

companhia.

manos, mais dignos, mais autônomos. E

Wd :: Com base na trajetória do pós-

gente quer ser tratada como gente, não

venda até os dias de hoje, qual seria o

como números.

seu prognóstico para o CRM daqui a uma década? René :: Clientes estão cada vez mais exigentes. A cada dia que passa, as pessoas têm ferramentas mais poderosas e rápidas nas suas mãos, tais como internet, celulares,

27


debate

QUANDO O CLIENTE INSISTE EM INTERFERIR NA CRIAÇÃO DO PROJETO, DE MANEIRA LEIGA,

O QUE VOCÊ FAZ?

COMO EM QUALQUER RELACIONAMENTO, NO INÍCIO, TUDO É PERFEITO OS DEFEITOS SÃO INVISÍVEIS E A DEDICAÇÃO É CONSTANTE. MAS, COM O PASSAR DO TEMPO, OU MELHOR, DO CRONOGRAMA, SURGEM OS PRIMEIROS DESENTENDIMENTOS, ESTABELECENDO-SE, ENTÃO, UMA RELAÇÃO BASTANTE DELICADA... A LINHA DIVISÓRIA ENTRE AS ATRIBUIÇÕES DE CLIENTE E AGÊNCIA É TÊNUE. ULTRAPASSÁ-LA PODE SER O COMEÇO DO FIM!

28



debate

Atendimento, redação, design, planejamento, direção e o cliente cada qual representa uma polia de

imposições (não apenas sugestões) de qualquer elemento visual do layout pelo critério gosto pessoal etc..

uma engrenagem. Se qualquer uma estraga ou sai do eixo, to-

Fico espantado ao me deparar com a avassaladora

das as demais terão seus trabalhos modificados. O dia-a-dia das

quantidade de clientes que preferem imposições burocrá-

agências consiste em realizar o ajuste entre essas partes

ticas e, muitas vezes, autoritárias, ao diálogo franco e

da engrenagem, gerenciando os componentes

produtivo. Um diálogo que pudesse melhorar os produtos e transformar um site, um siste-

fundamentais dos processos criativos e produtivos. O problema é que o

outra qualquer, tantas

lavra final sobre qualquer

Mas, não. Quase sempre, a maioria deles prefere ter a

AGÊNCIAS SE ENCARREGAM DE

palavra final. Sem falar, nos

TRANSFORMAR UM CLIENTE

vezes toma para si o poder de manifestar a pa-

em participações conscientes.

QUE AS PRÓPRIAS

cliente, por uma questão cultural, financeira ou

ma, um projeto em algo plural, rico

EXISTEM CASOS EM

casos em que as próprias

NUM MONSTRO , FAZENDO-LHE

assunto, assumindo, em ple-

TODOS OS CAPRICHOS

no século XXI, os moldes de uma estrutura piramidal de organização totalmente ultrapassada.

agências se encarregam de transformar um cliente num monstro , fazendo-lhe todos os ca-

prichos. (Até eu ficaria com a impressão de que minha palavra é a lei). Enquanto as agências não definirem com mais firme-

Se, ao fim do jogo, ele não tiver se convencido, você vai

za e confiança até onde pode, e deve, ir a ação do cliente, ori-

ter mesmo que mudar tudo. E de quem é a culpa? Partindo

entando e mostrando o caminho (afinal, para que o cliente as

do pressuposto de que o atendimento, tantas vezes (não

contrata?), o horizonte permanecerá nublado.

todas), ratifica, e a diretoria outorga poderes plenos ao cli-

O que não vale, é deixar a frustração de layout ´arra-

ente, jogando por terra todo um esforço organizacional e,

sado´ por um cliente ficar preso na garganta. Para lidar com

mais do que isso, acabando com todo o seu trabalho criativo

isso, eu, pessoalmente, gosto de pensar nessa questão

e técnico, não há muito o que fazer se o cliente já está com

como se tratasse de um jogo, que funciona assim: você pre-

você ao telefone, dizendo que você DEVE mudar isso ou aqui-

cisa criar e finalizar um layout de qualidade, mas os proces-

lo. Nesses casos, devido à postura das outras partes da en-

sos bur(r)ocráticos inócuos, clientes tresloucados, gerentes

grenagem, ou seja, atendimentos, diretoria, gerentes, jun-

à base de lexotan, tentarão a todo custo lhe impedir. A re-

tos, ou separadamente, o poder acaba por subir à cabeça

compensa: olhar para eles depois e cantarolar aquela velha

do cliente e transforma sua função de aprovar ou vetar cri-

música do Chico Buarque: Apesar de você... .

ações num poder totalitário, único, capaz de tomar qualquer decisão dentro do processo, estando ou não com alguma razão. E isso vale para pequenos e grandes abusos de poder. Podemos citar: reprovações consecutivas de layouts; eliminação ou substituição de elementos visuais ou estruturais dentro de um projeto cujo layout já tenha sido aprovado;

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:: Ronaldo Gazel Diretor de Criação da Bhtec www.bhtec.com.br




debate O CLIENTE TEM O DIREITO DE INTERFERIR, SIM. ELE ESTÁ CONTRATANDO UM SERVIÇO E PAGANDO POR ISSO

O Cliente tem o direito de interferir, sim. Ele está contratando um serviço e pagando por isso. O problema nunca é o cliente. Normalmente, é a nossa capacidade (agências/bureaus/designers) de nos estabelecermos como especialistas incontestes na arte de criar. Se o cliente interfere, e ainda, de maneira leiga, é porque ele não confia plenamente, não está seguro e não está percebendo a solução que imaginou. Enfim, não encantamos! Quando isso acontece, nós tentamos harmonizar a discussão e tentamos fazê-la produtiva, sempre com argumentos técnicos e sem vaidades.

:: César Paz Diretor executivo da AG2 www.ag2.com.br

Nos casos de exceção, quando não temos sucesso, a AG2 desenvolve o trabalho e não assina a(s) peça(s) .

33


entre tapas e beijos

Entre tapas e beijos! Até onde pode ir a influência do cliente sobre um projeto? Nem sempre é fácil se chegar a um consenso quando o assunto é criação, principalmente, se o objeto de criação for um site. Talvez, a origem das divergências esteja nas diferenças de formação acadêmica e conceitos, responsáveis por visões e interpretações bastante subjetivas.

Um pouco de diplomacia é essencial em

vá avançar o sinal e pôr tudo a perder . Es-

qualquer relação, mas, em determinadas ocasi-

treitar os laços de comunicação, individuali-

ões, a verdade precisa ser dita, independente

zar e personalizar o atendimento mostra-se

do desfecho da situação. Como no momento

uma tendência cada vez mais forte. Para co-

que precede uma declaração de amor, surge

meçar, deve-se procurar conhecer o máximo

aquela sensação desconfortável ante o desco-

possível do cliente: ...é praticamente impos-

nhecido e o imprevisível a reação da outra

sível saber tudo sobre ele, mesmo sendo fiel,

parte. Então, só resta respirar fundo, encher-

mas buscar saber sobre seus desejos, inte-

se de coragem e ir em frente. Afinal, seu cliente

resses e preferências, influenciará na trans-

deve saber algumas coisinhas sobre sites que

missão da mensagem certa .

você ainda não teve a ousadia de contar... doa a quem doer!

para a manutenção e fidelização. Para obter

O primeiro contato, a gente nunca esquece

êxito nestas duas etapas, quanto mais valor você puder oferecer, mais seus clientes existen-

No primeiro contato com o clien-

tes ou potenciais aguardarão notícias suas com

te, poder de persuasão é bem-vindo e

interesse . E neste processo, mostrar a impor-

necessário. Mas, com o passar do

tância do fornecimento de dados é essencial

tempo, a persuasão pode virar pre-

para que o cliente perceba o valor da informa-

cipitação. Uma coisa é certa: você tem

34

Passados os contatos iniciais, parte-se

ção e dos benefícios sugeridos .

que conseguir um cliente e saber mantê-lo.

Segundo o livro Fidelização , de Hans

Primeiro, você chama a atenção dele e tenta

Peter Brondmo, algumas diretrizes devem es-

estabelecer uma relação contínua. Mas não

tar sempre na sua cabeça:


atenção do seu valor e dar continuidade ao processo; a auto-

:: Seja breve e explique o porquê das perguntas.

rização facilita a aceitação de novas mensagens.

:: Escute. O controle está com o cliente.

Envolvimento fase da preparação da base de um relaci-

:: Mostre um valor imediato. Informações relevantes ou uma

onamento duradouro, onde é necessário mostrar um valor

oferta especial.

tangível, na forma de informações, notícias, entretenimento e

:: Mostre que você os escutou.

promoções, que combinem com os interesses do seu cliente .

Complementando: A metodologia para desenvolver uma

Fidelidade é uma causa, e não, uma imposição; manter

boa comunicação, utilizando ferramentas digitais, deve pas-

os clientes neste estágio é um grande desafio, que demanda

sar por quatro estágios:

esforço; é o momento de adquirir mais informações sobre seus

Atenção primeiro estágio de qualquer processo de comu-

hábitos e preferências .

nicação; deve ser provocada, e adequada ao público, ao objetivo

Isso é apenas o começo...

proposto e ao tipo de relacionamento desejado com a sua marca.

Não basta ser cliente, tem que participar

Consentimento deve ser solicitado; é o grande momen-

Paradoxalmente, a participação do cliente é de extrema

to para o primeiro encontro, pois é a chance de despertar a

importância para evitar futuros problemas. Acompanhar pas-

ABRA EB

entre tapas e beijos

:: Você não é o melhor amigo do seu cliente.

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entre tapas e beijos

so-a-passo o desenvolvimento do projeto é fundamental para

Sub-versões

que o cliente compreenda o quê e por quê está sendo feito.

Muitas vezes, o cliente peca por falta ao optar por um

Infelizmente, a participação dos clientes geralmente se resu-

site padrão. Na verdade, o que ele quer é que seja desen-

me a assinar contrato, pagar (momentos difíceis, hein?), apro-

volvido um produto com uma cara bonitinha, mas que pode-

var layout. O resto não existe... Há exceções para todos es-

ria ser a mesma de uma revista feminina, um jornal regional

ses pontos, obviamente, mas estamos falando aqui das em-

ou um site de notícias gerais... . Surpreendentemente, pre-

presas que não estão preparadas para internet . Portanto, há

ferem o lugar-comum, o terreno já explorado por outros

formas produtivas de se participar de um projeto que podem

sites, que são tomados como exemplos de resultados que

contribuir positivamente para o seu êxito.

gostariam de obter.

Tecnologia é nada, visual é tudo

Para o designer, pode ser frustrante e limitador à medida

Existe uma forte tendência, da parte de alguns clientes,

em que as etapas iniciais de pesquisa e análise de informações

a valorizar o aspecto visual do site em detrimento de outros fa-

e tecnologia são reduzidas drasticamente, assim como sua

tores relevantes, como a tecnologia utilizada e os benefícios

criatividade é tolhida ao oferecer-se como modelos trabalhos

que ela proporcionará aos usuários. O que continua a vender

pré-existentes. Como o nome já revela, um site padrão não

os sites sob a perspectiva dos clientes é o visual. Se ele achar

poderá ter diferenças marcantes ou características .

bonito nem sempre funcional é compra quase certa (na dú-

Mais do que criar, o designer tem a árdua tarefa de passar

vida, o preço decide). O que vale é o visual, e nada mais parece

ao cliente o quanto é importante a fase de desenvolvimento do

importar. Com certeza, há motivos lógicos para isso, pois o

projeto, o qual deve assimilar as personalidade da empresa e,

layout é mais palpável que qualquer outra coisa, mas ignorar

conseqüentemente, do seu público. O que funciona para um cli-

os outros aspectos é um erro . Um erro que, aliás, pode ser fa-

ente pode ser desastroso para outro. A fase de ensinar ao cli-

tal...

ente sobre internet já acabou. Agora, temos que convencê-lo do quanto é importante desenvolver um produto que realmente funcione, coisa que não deveria ser uma novidade... . Assim como cada ser humano é único, cada empresa deve buscar refletir sua identidade na veiculação de sua marca. O barato pode sair caro Enxugar custos nem sempre é compatível com qualidade. Várias empresas, com o intuito de reduzir seus gastos, acabam delegando o projeto e implantação de seus websites aos departamentos de TI ou afins. Então, tem início um longo e acidentado caminho até que se chegue ao site ideal. Muitas vezes, a própria equipe de TI recomenda ao pessoal da empresa que deve se contratar gente especializada, mas, normalmente, o projeto acaba sendo feito internamente por incompreensão do problema, ou simplesmente por uma questão de economia .

36 36


entre tapas e beijos

Após muito insistir em baratear o custo do site (contratando mão-de-obra não tão especializada) e perceber que o retorno não foi nem um pouco satisfatório, finalmente, a empresa decide investir no projeto e entregá-lo a uma produtora de sites competente. A esta altura... somando o custo dos primeiros projetos mal sucedidos, daria praticamente o que foi gasto na última e feliz tentativa. Tivessem pulado aquelas etapas, o site sairia por um preço muito inferior, em bem menos tempo . Sem dúvida, uma situação perfeitamente evitável, onde a empresa perde tempo e dinheiro e o bom designer perde mercado de trabalho para profissionais inadequados. Mercado-sem-lei Para não ter de partir para um duelo com o cliente, nada

todos os seus recursos, significa adquirir o máximo de informa-

melhor do que pôr as cartas na mesa. Clareza e objetividade

ções em um tempo mínimo. A internet oferece um meio total-

são os melhores antídotos contra mal entendidos . Na hora de

mente novo de estabelecer afinidade com os clientes. Respon-

negociar, tome a frente das negociações e ensine ao cliente

der às suas dúvidas, resolver seus problemas e vender a eles

como funciona e o que esperar de um projeto interativo .

produtos adicionais são tarefas que podem, agora, ser

Dentre os problemas enfrentados no relacionamento com o cliente, os mais comuns são: não compreender o valor de um

computadorizadas. Os desejos podem ser realizados através de um botão, de um clique .

projeto; mandar trabalhar, depois desistir e dizer que não vai

A reciprocidade e a rapidez no envio/recebimento destes

pagar; querer pagar a metade do combinado; pedir projetos

dados são umas das maiores vantagens de se disponibilizar um

prontos quando é uma concorrência e depois querer usar o

site. Não tem precedentes o conhecimento sobre os clientes

seu projeto sem pagar; não gostar do seu design e por aí vai .

que é possível obter desta forma (preferências, reações, re-

A razão para tantos desencontros talvez esteja nas transfor-

jeições, opiniões, necessidades, hábitos etc.) .

mações ocorridas no mercado. Neste novo mercado profissional de

Hoje, mais do que nunca, abrir canais de comunicação com

internet, onde a maioria das antigas grandes produtoras desapare-

o público é vital para a sobrevivência no mercado. Os serviços

ceu, desapareceram junto com elas as boas práticas de mercado e

online tornam-se cada vez mais populares porque fornecem três

muito do conhecimento acumulado com a experiência e o tempo. O

grandes benefícios para os compradores potenciais: conveniên-

resultado é que voltamos a ter frente à frente, profissionais com boa

cia, informação e maior comodidade. Os clientes esperam con-

técnica e talento, mas sem experiência comercial, e clientes com

seguir o melhor preço, querem o serviço mais rápido, desejam

menos verbas e mais exigências para seus projetos interativos .

obter respostas rápidas, em vez de ficar pendurado em uma li-

Seria muito prático, e maniqueísta, classificar as persona-

nha . Fila, nem pensar . Benditos sites!

gens desta história como mocinhos ou vilões. Não é questão de má fé ou cretinice por parte de ninguém. É simplesmente

Fontes:

uma questão de falta de cultura e prática comercial .

Dê ao cliente a capacidade de obter respostas , de Marco Aurélio Machado

Infinitas possibilidades... A internet é um veículo inovador e eficaz na comunicação com os clientes de uma empresa. Saber usá-la, aproveitando

É o primeiro contato com o cliente. E agora? , de Cláudio Nossa Cliente ordinário , de Michel Lent A via crucis do cliente , de Michel Lent Design: quando o cliente pede um site padrão , de Renata Zilse Quando o cliente não enxerga além do layout , de Leonardo Mello Estes artigos estão disponíveis no site www.webinsider.com.br

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estudo de caso

Bate-fio com a Embratel Em entrevista à Webdesign, Fábio Costa e Sérgio Carvalho, contam como a AlmapBBDO e a Sirius interativa se uniram para vencer o desafio de reformular o portal Embratel.

Construir o primeiro site de uma empresa não é projeto dos mais fáceis. Imagine, então, redesenhar o site de uma das maiores prestadoras de serviço do ramo de telecomunicações. Mudar para melhor e readaptar o gigantesco e diversificado público-alvo eram apenas alguns dos muitos desafios a serem superados. Tudo isso, sem descaracterizar a imagem da empresa. Um trabalho que exigiu não só planejamento, mas, sobretudo, competência. Acompanhe nas próximas páginas os principais lances desta árdua tarefa.

Fábio Costa, diretor de criação da AlmapBBDO Wd :: Quais foram os maiores desafios da criação da cara do site embratel.com.br? Fábio :: Ao iniciarmos esse projeto, já sabíamos que o desafio seria imenso, pois estaríamos redesenhando o site da maior empresa de telefonia do Brasil. Tínhamos de preservar toda a identidade coorporativa da Embratel, seus valores e conceitos, interpretandoos e representando-os na internet, de uma forma que todos os milhares de clientes pudessem se sentir à vontade , a ponto de se identificarem com a marca Embratel na TV, na mídia impressa e, agora, principalmente, na internet. Outro ponto crítico da criação, isto é, da direção de arte do site, foi o novo conceito adotado: divisão em quatro sub-portais. Nosso objetivo era criar uma página principal, onde o usuário pudesse ter uma visão geral de toda a presença da Embratel na internet e, com apenas um click, pudesse mergulhar no assunto de seu interesse. Portanto, a identidade visual da página principal deveria ser pontual o suficiente para dar as boas vindas aos consumidores do site da Embratel. Para cada sub-portal, uma extensão desta

38


estudo de caso mesma

identidade

foi

criada

para

caracterizá-los como únicos e independentes. Mas, sempre o fio condutor da nova identidade visual os guiará e os acompanhará por todas as páginas. Wd :: Quanto tempo durou a etapa de design do projeto? Quantas pessoas participaram desta etapa? Fábio :: O período de criação da nova identidade visual levou 40 dias. Três pessoas trabalharam nesta etapa. Wd :: Por que a imagem da garota-propaganda, Ana Paula Arósio, não foi utilizada na home? Fábio :: A imagem da Ana Paula Arósio faz

www.embratel.com.br

parte da comunicação e da imagem que a

conceito que gostaríamos que eles tivessem

Embratel construiu ao longos dos anos.

durante uma visita ao site da Embratel é que

Porém, a Ana Paula quase sempre esteve,

pudessem sentir que o site é direcionado

e

comunicações

para atender às suas expectativas, sejam

direcionadas ao mercado de massa, ou

elas referentes à sua residência, à sua pe-

seja, ao cliente final. Quando falo em cli-

quena, média ou grande empresa.

ente final, refiro-me a todos os serviços

Wd :: Como o retorno desse projeto

voltados para o público residencial.

pode ser mensurado?

Como no novo site existem mais três ou-

Fábio :: Um projeto deste porte não pode

tros sub-portais, optamos por não associ-

ser mensurado por apenas esse ou aquele

ar a imagem da Ana Paula a nenhum deles,

critério, porque são inúmeros os pontos a

preservando-a para a divulgação de pro-

serem levados em consideração. Um deles é

moções.

o fato de que o volume de ligações feitas ao

Wd :: Quais são os públicos-alvos deste

Call Center da Embratel diminuiu sensivel-

site? Qual o principal conceito que o site

mente após o lançamento do site, o que nos

deve passar para atingir cada um deles?

possibilitou saber que estamos no caminho

Fábio :: Toda a população brasileira é o pú-

certo, pois o site está resolvendo as dúvidas

blico-alvo deste site. Ele precisa, e atende

das pessoas. A quantidade de acessos às

perfeitamente, da dona de casa e do pai de

ferramentas de códigos DDD e DDI também

família ao médio e ao grande empresário. O

tiveram um aumento de acesso.

está

presente,

nas

o volume de ligações feitas ao Call Center da Embratel diminuiu sensivelmente após o lançamento do site Fábio Costa

39


estudo de caso

Sérgio Carvalho, diretor da Sirius Interativa Wd :: Quais os pontos mais trabalhosos encontrados na organização das informações do site embratel.com.br? Sérgio :: Os dois principais desafios foram: organizar de forma consistente o grande volume de informações que o site oferece (hoje são mais de 1.500 páginas de conteúdo) e a premissa de que a solução fosse a de um portal que comportasse sub-sites direcionados aos diferentes públicos-alvo prioritários da empresa. São, portanto, cinco diferentes sites: o portal institucional; o site direcionado ao público residencial; o site para os profissionais de pequenas empresas; o site para médias e grandes empresas; o site para os investidores (relações com investidores). O grande volume de informação é sempre um desafio técnico relevante. Como deve ser o desenho da arquitetura em seus diferentes níveis? Apresentar muitas categorias no primeiro nível e ter menos opções nos níveis subseqüentes ou o contrário? Qual o formato e a arquitetura que melhor refletem o modelo mental do usuário (a forma como ele navega)? A arquitetura, para ser bem sucedida, tem que se mostrar efetiva para as principais ações a serem realizadas por seus usuários, seja na busca de uma informação como um prefixo DDI ou na escolha de um serviço ou produto. Quanto aos diferentes públicos-alvos, tínhamos o desafio de criar uma solução que fosse igualmente efetiva para cada um deles. Para isso, realizamos validações da usabilidade durante as mais importantes etapas do desenvolvimento da solução. Este foi um diferencial do projeto, uma vez que os usuários tendem a interagir (e a realizar transações) com sites onde se sintam confortáveis e tenham confiança. E eles se sentem confortáveis em sites que são organizados e se comunicam de uma forma que lhes seja familiar. Os seguintes métodos foram aplicados: :: Análise de benchmark na fase de levantamento de requerimentos. Foi realizada

As três homes dos três sub-portais para públicos

uma comparação de sites da concorrência horizontal do Brasil e do exterior, na

empresas; residencial (de cima para baixo)

qual foram identificadas as melhores práticas do segmento.

40

específicos: pequenas empresas; médias e grandes


estudo de caso

Arquitetura de informação: processo essencialmente colaborativo, que depende do input de programadores, designers e analistas de usabilidade para ser uma solução consistente Sérgio Carvalho

:: Teste de usabilidade por tarefas durante

ras de conteúdo por público-alvo. Depois,

a etapa de design de interface (wireframe)

foram criadas as telas de design de

e na versão publicada. Neste método, usu-

interface, que são a planta-baixa das

ários foram convidados a realizar tarefas

principais telas do site, onde se mostram

individuais no site. Um profissional de

posicionamento e pesos relativos de cada

usabilidade acompanhou o usuário e ano-

elemento e pontos de interação (formulá-

tou as principais considerações e ações

rios, sistemas etc.). Foram ao todo, mais

realizadas. Ao final, as observações vistas

de 500 diferentes telas, validadas com o

como relevantes foram discutidas com a

cliente e com os usuários em um processo

equipe e apresentadas ao cliente. Os ajus-

interativo, até se chegar ao formato final

tes foram, então, realizados.

que seguiu para a etapa de design gráfico.

Com o emprego destes métodos, permite-

Três arquitetos de informação participaram

se que a solução reflita de forma mais pre-

diretamente

cisa as diferentes necessidades dos usuá-

interagiam todo o tempo com o restante da

rios. Desta forma, eles localizam mais rapi-

equipe. Este é um processo essencialmen-

damente a informação que desejam, recor-

te colaborativo, que depende do input de

rem menos aos serviços de call-center, fi-

programadores, designers e analistas de

cam mais satisfeitos e, certamente, mais

usabilidade para ser uma solução consis-

propensos a retornar ao site.

tente. Este processo durou aproximada-

Wd :: Quanto tempo durou a etapa de

mente quatro meses.

arquitetura de informação do projeto?

Wd :: Como foi feita a divisão (e a

Quantas pessoas participaram desta

integração) de tarefas do designer e

etapa?

do arquiteto de informação? Em que

Sérgio :: Esta etapa foi dividida em duas:

fase de criação deste site se encaixou

o mapa de arquitetura e o design de

cada um desses profissionais?

interface. O mapa de arquitetura começou

Sérgio :: Nós trabalhamos em conjunto

com entrevistas em todas as principais

com o Fábio Costa, da Almap, e a sua equi-

áreas da empresa e o desenho das estrutu-

pe, durante todo este processo. No início,

do

projeto,

mas

eles

41


estudo de caso

clientes buscam diferentes soluções de telecomunicações por diferentes razões e , portanto, devem receber um tratamento de conteúdo diferenciado Sérgio Carvalho

sempre existe a preocupação sobre como

alvo e agrega valor ao site. Logo abaixo,

a integração entre as equipes vai aconte-

são apresentadas algumas palavras-chave,

cer por conta das diferentes culturas e for-

que funcionam como pistas semânticas, e

mas de trabalhar. O resultado não poderia

aceleradores de navegação, que destacam

ter sido melhor. Eles validaram e interferi-

alguns dos conteúdos mais relevantes de

ram positivamente na fase de arquitetura,

cada mercado (como o acesso à conta de

e o mesmo aconteceu durante a criação do

telefone).

design gráfico. Apesar da distância física

Finalmente, na parte de baixo, temos qua-

(eles ficam em São Paulo, e nós, no Rio de

tro destaques dinâmicos que projetam so-

Janeiro), a integração se mostrou muito

bre os usuários as novidades do site.

benéfica para o projeto.

Cada uma das áreas de mercado tem uma

Wd :: Como foram hierarquizadas as in-

sub-home que, à esquerda e ao centro,

formações na home? E nas páginas in-

apresentam as categorias de navegação e,

ternas?

no lado direito, uma barra de serviços

Sérgio :: Na parte superior da home você

(ex: central do cliente ). Esta solução per-

tem as opções de navegação global, que

mite que, em uma mesma horizontalidade,

ficam persistentes em todas as páginas do

o usuário possa ter acesso tanto aos pro-

site. Na mesma linha, temos as opções de

dutos quanto aos serviços da Embratel.

navegação auxiliar ( fale conosco e mapa

Wd :: Existe uma divisão principal em

do site ).

portal Embratel , residencial , peque-

Ainda na estrutura da barra superior, te-

nas empresas e

mos três abas de conteúdo. Uma área

empresas . Baseada em que esta divi-

institucional ( sobre a Embratel ), mais

são foi elaborada?

uma direcionada aos jornalistas ( sala de

Sérgio :: Desde o início, a estratégia da

imprensa ) e outra direcionada aos investi-

Embratel era a de poder oferecer informa-

dores ( relações com investidores ). Elas

ção qualificada e relevante para os usuári-

têm uma ótima visibilidade (área central na

os, de acordo com o papel que ele pudes-

resolução de 800x600 e espaço de respiro

se estar exercendo em um dado momento.

visual tanto acima como abaixo das abas),

Ou seja, se eu estivesse querendo um ser-

mas, ao mesmo tempo, a solução gráfica

viço de telefonia para a minha casa, a mi-

lhes dá um peso visual menor do que a sua

nha a opção seria o mercado residencial .

posição na tela indicaria. Isso é proposital,

Já se tivesse interesse em adquirir um link

para que o maior peso da tela fique com

dedicado para a minha empresa, escolhe-

as três áreas dos mercados, que ficam

ria uma das opções direcionadas ao merca-

logo abaixo.

42

médias e grandes

do empresarial. Estes mercados refletem,

Cada uma destas três áreas tem

portanto, diferentes públicos-alvos: clien-

uma imagem que facilita a identifi-

tes residenciais, e profissionais de peque-

cação do usuário com seu público-

nas, médias e grandes empresas, que bus-


Sérgio :: Existem dois princi-

ções por diferentes razões e que, portanto,

pais tipos de breadcrumb, o de cami-

devem receber um tratamento de conteú-

nho e o de localização. O de caminho é di-

do diferenciado. Além disso, os investido-

nâmico e reflete as diferentes trajetórias

res e jornalistas têm áreas especialmente

que possam ter sido percorridos por cada

dedicadas a eles.

usuário para chegar a uma determinada

Wd :: Qual foi o critério adotado para

página (posso ter chegado pela home ou

utilizar o artifício de navegação

por uma opção do menu lateral em uma

breadcrumbs em algumas páginas e

página interna). Já o de localização, re-

não em outras?

presenta a exata hierarquia do site, inde-

estudo de caso

cam diferentes soluções de telecomunica-

Navegação global Navegação auxiliar

Abas de conteúdo em posição de destaque, com solução gráfica que permite ótima visibilidade, embora o peso visual maior continue sendo o das três áreas de mercados específicos

Três áreas de direcionamento para mecados específicos: imagens para fácil identificação e palavras-chave para destacar conteúdo relevante

Destaque para novidades do site

43


estudo de caso

na, que pode oferecer uma melhor ou pior qualidade de atendimento, uma melhor ou pior qualidade de informação. A internet, por outro lado, é um canal de comunicação interativo, onde o usuário está no controle. Ele consome a informação no ritmo e no momento que melhor

A utilização de breadcrumbs auxilia na orientação do usuário

lhe convier. Em uma recente pesquisa,

dentro do site, que tem mais de

consumidores americanos revelaram que

1.500 páginas de conteúdo

visitam em média seis sites de carros pendente do caminho que possa ter sido

antes de entrar em contato com uma

feito pelo usuário.

concessionária. Ou seja, o controle do

Para o site da Embratel, nós optamos por

acesso à informação permite ao usuário

um breadcrumb de localização que é per-

avaliar e comparar informações para to-

sistente em todas as páginas do site, exce-

mar uma decisão de compra refletida. A

tuando-se a home do portal e as homes de

escolha de um serviço de telecomunica-

cada sub-site ( residencial , pequenas em-

ções pode, e deve, seguir exatamente o

presas , médias e grandes empresas e re-

mesmo procedimento.

lações com investidores ).

No entanto, quando um usuário precisa

Wd :: Você acha que, justamente num

entrar em contato com a empresa, a esco-

site de telecomunicações, as pessoas

lha do canal acaba sendo um reflexo da

realmente acessam o site para tirar

urgência com a qual ele precisa da infor-

dúvidas, ou continuam ligando? O site

mação. Em geral, as formas de contato em

educa as pessoas nesse sentido?

sites são em tempo diferido, e com delays

Sérgio :: Há muitos anos que recorre-

de resposta que variam grandemente. Esta

mos ao telefone como forma preferenci-

variação de delay pode acabar comprome-

al de comunicação com outras pessoas.

tendo a confiabilidade do canal nestas si-

Este é um recurso em tempo real, que

tuações. A estratégia da Embratel é respei-

nos traz conforto e familiaridade. Nós

tar o contexto da ligação. Estão disponí-

sentimos confiança em seu uso, pois, na

veis no site, de forma visível e persistente,

maior parte das vezes, o tempo que se

tanto o número de telefone quanto as op-

leva para fazer contato com outra pessoa

ções pré-filtradas de envio de mensagens

(no caso de ligações para empresas) aca-

para agilizar o processo de resposta. Esta

ba ficando dentro de um tempo percebi-

me parece ser uma solução correta, que se

do como aceitável.

Paralelamente, o

propõe a oferecer ao usuário opções de

acesso à informação está fora do con-

contato e deixar a seu critério a escolha do

trole do usuário. Ele depende

canal mais adequado, de acordo com o

de uma interface huma-

44

contexto.


encontro marcado com o webdesign na sua cidade : um

vem aí o 9o

ewd!

Este ano, a primeira edição do evento itinerante aconteceu em 03 de abril, no Rio de Janeiro. A edição carioca foi um sucesso. Palestrantes de alto nível, como Eco Moliterno, Marcello Póvoa, Sérgio Carvalho, Clovis La Pastina e Luli Radfahrer falaram sobre os temas Nova AOL: o nascimento de um projeto gráfico na web , Retorno no investimento: por que os clientes devem pagar por nossos projetos? , Usabilidade como fator de sucesso em projetos web , Cases de sucesso: de A a Zeca , Tendências da comunicação digital , além de participarem de uma mesa-redonda, respondendo perguntas da platéia.

Luli Radfahrer, presença confirmada em todas as edições do 9o ewd

O 9º Encontro de Web Design fará parada obrigatória em mais cinco capitais brasileiras: Belo Horizonte, Porto Alegre, Brasília, Salvador e São Paulo. E, exceto para a edição de São Paulo (prevista para novembro), as inscrições já estão abertas. Acesse o site www.arteccom.com.br/encontro e inscreva-se!

Presenças confirmadas em cada cidade:

Um bate-papo descontraído entre

Belo Horizonte: 10 de Julho

Brasília: 15 de Julho

:: Luli Radfahrer :: www.luli.com.br

:: Luli Radfahrer :: www.luli.com.br

:: Márcio Augusto :: www.bhtec.com.br

:: Ricardo Figueira :: www.agenciaclick.com.br

:: Alexandre Estanislau :: www.boltbrasil.com.br

:: Luciana Garcia :: www.jwt.com.br

:: Cláudio Souza :: www.agenciaclick.com.br

Salvador: 17 de Julho

Porto Alegre: 13 de Julho

:: Luli Radfahrer :: www.luli.com.br

:: Luli Radfahrer :: www.luli.com.br

:: Edmundo Bravo :: www.jwthompson.com.br/

:: Gustavo Rodrigues :: www.rage.com.br

rede/publivendas.html

:: César Paz :: www.ag2.com.br

:: Leonardo Villanova :: www.ibahia.com.br

:: Thiago Ritter :: www.w3haus.com.br

:: Laert Yamaxaki :: www.ideia3.com.br

Veja a programação completa em www.arteccom.com.br/encontro

Sérgio Carvalho, palestrante, e Vicente Tardin, mediador da mesa redonda, no 9o ewd Rio de Janeiro

O público visitando os estandes no intervalo entre as palestras

45 45

Encontro de Web Design

Você tem


Encontro de Web Design

Aqui está uma peque-

Participante :: O Luli colocou que a TV

Participante :: Estou montando um site B2C

interativa, MP3 e outros tipos de mídias já

(e-commerce) para uma loja de CDs. A loja

estão mortos. Todos concordam? Essas

não é conhecida no mercado. Gostaria de

mídias não deveriam (ainda que mortas) ser

algumas dicas para criar credibilidade e

Encontro de Web Design, no

exploradas?

consistência na marca da loja para podermos

Rio de Janeiro:

Clovis :: Mais ou menos. Eu acredito em vida

alavancar as vendas on-line.

após a morte. Acho que estas mídias ainda podem

Sérgio :: Uma interessante pesquisa feita pelo

e devem ser exploradas, sim. Às vezes, a

Laboratório de Tecnologia da Persuasão, da

especialização em algo que é considerado como

Universidade de Stanford, mostrava que o aspecto

acabado, acaba trazendo lucros para quem aposta

que mais agregava credibilidade para um site era a

na fórmula original, não acreditando na morte

sua proximidade com o real. Eu conheço as Lojas

completa de uma idéia.

Americanas, confio em seu site. O segundo

na amostra do que foi debatido na mesa redonda do 9º

aspecto era a facilidade de uso. Um usuário que se Participante :: Usabilidade X Interface Hostil. Essas duas concepções podem conviver harmoniosamente?

Inscrições abertas: Belo Horizonte, Porto Alegre, Brasília e Salvador! www.arteccom.com.br/encontro

Sérgio :: As interfaces web são, em geral, orientadas a potencializar a efetividade dos resultados. Elas têm que reforçar a credibilidade e os atributos da marca, gerar conforto e segurança na navegação através de um modelo conceitual

informações num tempo aceitável tem uma percepção mais positiva do site, o que agrega valor e credibilidade à marca. Em uma nova pesquisa, o design é apontado como um dos principais aspectos que reforçam esta credibilidade. Veja mais no site de captologia (http://captology.stanford.edu/) .

que reflita o modelo mental de seus usuários, e devem também ajudar a persuadi-los a agir (na

Participante :: O que você acha de ter um

busca de produto ou informação). Esta costuma

trabalhão para criar um portal e a maior

ser a estratégia do business.

concorrente da empresa que você representa

Por outro lado, há projetos orientados à

roubar a sua idéia e só mudar as cores e

desorientação, onde a estratégia do business

iconografia? O que você diz sobre o caso

possa estar focada no aspecto lúdico da interação.

UOL?

Nada é óbvio, tudo é subentendido. Continua

Eco :: Como durante o processo de reestruturação

existindo um modelo mental, mas ele pouco se

do portal AOL tivemos o privilégio de poder parar

parece com o modelo mental do usuário. A

e analisar um conteúdo já existente antes de

brincadeira é descobrir a lógica, ou sua ausência,

colocarmos a mão na massa, foi possível criarmos

na interface (ex.: jogos).

um projeto gráfico muito bem pensado e

São estratégias diferentes para objetivos

estruturado. Dessa forma, tivemos a chance de

diferentes. O fato é que existem usuários que

antecipar algumas tendências que viriam à tona

devem poder reagir à interface da maneira

mais cedo ou mais tarde (a diminuição de links e

esperada: intrigado, atraído, seguro (nem

chamadas das home pages em prol de uma

sempre). Se a experiência interativa gerar no

navegação mais clara e direta). Assim, acabamos

usuário irritação, desconforto ou insatisfação, a

criando um modelo de estruturação de conteúdo

estratégia do projeto pode estar sendo

que, pelo visto, está servindo de exemplo para

comprometida.

outros portais. Uma prova de que apostamos,

A expressão hostil , portanto, me parece

antes, no caminho certo e que os pioneiros,

inadequada. Convidar o usuário a descobrir outras

agora, somos nós ;)

dimensões regidas por leis subvertidas pode, e deve, ser uma experiência agradável. Neste sentido, um analista de usabilidade teria muito a contribuir. Afinal, quem melhor para ajudar a desenhar outras lógicas de interação do que alguém que conhece tão profundamente a lógica de interação que rege este nosso mundo?

46

sente confortável na navegação, achando as


prêmios

Que vença o melhor...

ou não!

Nesta edição, a Webdesign penetrou no universo dos concursos. Em busca de dicas, comentários e revelações, entrevistamos três premiados Suzana Apelbaum (coordenadora da equipe de criação da Agência Click), Alon Sochaczewski (sócio e diretor de criação da Agência Euro RSCG Interection Brasil), Sérgio Mugnaini (diretor de criação da Agência DM9DDB) e uma organizadora Daniela Rangel (diretora executiva do prêmio iBest). Um tema, vários pontos de vista e tantas conclusões quanto o número de leitores permitir.

Nem só os prêmios têm o privilégio de selecionar.

tante para conseguir uma vaga numa empresa com foco

as

em criação. E ter prêmios internacionais, pode, inclusive,

premiações nas quais vale a pena inscrever-se. Eventos

ajudar a abrir portas fora do Brasil. É como um atestado de

do gênero com mais tradição no meio são os mais visa-

qualidade reconhecido por todo o mundo , afirma Suzana.

dos por competidores de todos os portes. Suzana

Também existem aqueles que direcionam suas inscrições

Apelbaum, ilustra isso, ao dizer: Primeiramente, leva-

conforme seus objetivos, numa adequação do prêmio à

mos em conta o tanto que a premiação é respeitada e re-

fase da agência.

Candidatos

em

potencial

também

selecionam

conhecida pelo mercado . E quanto mais visibilidade no

Já para a organização, a pré-seleção começa nos re-

mercado são capazes de proporcionar, mais procurados

quisitos exigidos dos candidatos. Daniela Rangel, confir-

e concorridos são. Ser premiado é um diferencial impor-

ma: Para se inscrever no iBest é necessário apenas que o

47


prêmios Principais prêmios da Euro RSCG :: Intel Drag ano 2003 www.bluepuff.com/portugues/01 :: TIM Cabine ano 2003 www.bluepuff.com/portugues/02 Peugeot 2nd design contest ano 2003 www.bluepuff.com/portugues/03 :: TIM Experience ano 2003 www.bluepuff.com/portugues/07

é interessante inscrever-se em diferentes prêmios, para dar mais oportunidades de reconhecimento a cada peça inscrita Suzana Apelbaum

48

site seja brasileiro ou feito para o públi-

to de comércio eletrônico é avaliado o pro-

co brasileiro, independente de onde ele

cesso de compras online como um todo, e

esteja hospedado .

assim por diante , explica Daniela.

Os critérios de avaliação variam de

O júri também colabora para o prestí-

concurso para concurso no que diz res-

gio da premiação junto aos prováveis com-

peito à relevância de cada quesito. Esta

petidores na medida em que integra a ima-

variável influi decisivamente no resulta-

gem do evento. O corpo de jurados do

do de cada premiação, já que os focos

iBest é formado por profissionais do mer-

podem voltar-se para diferentes aspec-

cado de TI, telecom, mídia e internet, que

tos dos trabalhos a serem julgados. Por

representam os formadores de opinião ,

isso, é interessante inscrever-se em di-

diz Daniela. O júri ideal é aquele que não

ferentes prêmios, para dar mais oportu-

só conhece profundamente o objeto da

nidades de reconhecimento a cada peça

premiação, mas também consegue manter

inscrita , opina Suzana Apelbaum. Na

a imparcialidade e a individualidade no

premiação iBest, os quesitos que os ju-

momento de julgar. Sérgio Mugnaini co-

rados mais prestam atenção é design,

menta esta questão: Acho que um dos

conteúdo e navegabilidade, com igual

festivais mais justos que eu conheço é o

peso. Também vale muito a adequação

Art Directors Club de Nova York. Publicitá-

ao negócio, que é o critério que varia de

rios do mercado são minoria no corpo de

acordo com a categoria que está sendo

jurados, também formado por artistas,

avaliada. Por exemplo, bancos têm de

designers e clientes. As peças premiadas

ter sites seguros e simples, no segmen-

são extremamente criativas e a formação


prêmios de conchavos entre os membros do júri é

seja, no período de votação vale o site que

praticamente nula . Praticamente?! Nin-

está no ar, no momento, e não, algum que

guém é perfeito...

tenha sido inscrito para tal .

Quanto aos competidores que criam

Questões controversas à parte, ga-

trabalhos exclusivamente para o evento,

nhar um prêmio, ficar em evidência, tem

as opiniões se dividem:

seus prós e contras. Projeção no mercado

Suzana Apelbaum: É uma iniciativa

é a maior vantagem para o profissional, de

saudável enquanto treinamento para esti-

acordo com Suzana, que complementa:

mular a criatividade, e enquanto formação

Mas não basta ganhar um prêmio só; isto

de repertório de idéias para projetos reais,

pode se caracterizar como uma sorte . É

que sem o tal exercício, talvez não tives-

preciso estar sempre acumulando novas

sem a ousadia de aparecer. Por outro

conquistas para o seu perfil de profissio-

lado, é uma atividade que contamina as

nal premiado se consolidar . Em relação

premiações, fazendo com que peças reais,

aos demais envolvidos, analisa: Já para a

criadas sob circunstâncias muito mais

empresa, as premiações garantem uma

complexas, passem a competir em pé de

enorme visibilidade do trabalho da agên-

igualdade com peças criadas sem qualquer

cia, e são também uma forma eficiente

compromisso com o cliente .

de se apresentar ao mercado internacio-

Alon Sochaczewski: Acho que os fes-

nal, o que atrai novos clientes. Sem con-

tivais julgam idéias, criações. Se será vei-

tar que, de prêmio em mãos, os clientes

culado ou não, eu não me importo. Cria-

ganham argumentos para investir em

ções na internet que excedam o bom sen-

mais e melhores projetos de internet . Em

so da viabilidade são automaticamente eli-

contrapartida, a cobrança e a expectativa

minadas pelos jurados, logo, não preciso

aumentam em torno das criações do ga-

dizer mais nada .

nhador, o que não deixa de ser uma des-

Sérgio Mugnaini: Sou contra peças-

vantagem, conforme declara Sérgio: Ga-

fantasmas, mas a favor de pró-atividade.

nhar prêmios é bom, mas não resolve ne-

Um criativo nessa área sabe exatamente o

nhum dos seus problemas. A cobrança so-

que é possível e o que pode vir a ser possí-

bre o seu trabalho aumenta, pois, de acor-

vel. (Uma pena que alguns clientes não

do com a filosofia do meio, os trabalhos

tenham essa noção ainda...). Não existe

premiados passam a ser tendências, exem-

nada de errado em se produzir peças dife-

plos de trabalhos bem feitos a serem se-

renciadas e tentar experimentar a reação

guidos. Então, é preciso continuar a pro-

dos usuários .

duzir cada vez mais .

Daniela Rangel: Não acredito que

Outro tópico bastante polêmico, tal-

exista isso no prêmio iBest, pois todos os

vez, o mais polêmico, é o que levanta as

sites podem concorrer, e não, os cases, ou

questões da justiça na escolha dos traba-

49


prêmios 50

lhos vencedores, da relevância de se ga-

Acho que a explicação para isso é a dife-

nhar um prêmio e dos retornos para pro-

rença de critérios entre festivais. O próprio

motor e vencedor. Diante desta controvér-

criativo deve selecionar dentre os inúme-

sia, pedimos a nossos entrevistados que

ros prêmios existentes, algum com que ele

comentassem a seguinte afirmação do

se identifique . Suzana: De fato, há traba-

designer

André

lhos fantásticos que não são premiados e

Matarazzo, da agência Farfar, na Suécia:

trabalhos nada originais que levam todos.

Prêmios são troféus de mediocridade.

É de ficar indignado! No entanto, na maio-

Existem trabalhos fantásticos que não são

ria das vezes, quando um trabalho real-

premiados e trabalhos não-originais que

mente excepcional não é premiado em al-

são laureados por todos os festivais. Já

gum festival, acaba sendo reconhecido em

ganhei muitos prêmios, sim (Cannes,

outro. Mas, é possível acontecer de não

London, NY, One Show, Art Director s...),

ganhar nada mesmo. Porém, isso não faz

mas faz um bom tempo. No momento em

do prêmio um troféu de mediocridade. Os

que os recebi, fiquei animado, e fica bonito

prêmios são, sim, um reconhecimento in-

no portfólio, mas é só isso . Alon: Acho

teressante do seu trabalho, e dão um gás

que é muito forte falar que são medíocres

para você continuar experimentando, ou-

porque eles conquistaram o mesmo coefi-

sando, aprendendo. Mesmo que, lá no fun-

ciente criativo de uma banca de júris. Isso

do, você saiba que o maior prêmio de to-

é um mérito. Considero um prêmio algo

dos é ver o seu trabalho reconhecido pelo

importante para a nossa história, e não,

cliente, dando lucro para ele, para a sua

um objeto decorativo. Bons trabalhos não

empresa, e pagando o seu salário .

e

diretor

de

arte

podem passar em branco, principalmente,

Haveria uma fórmula para aumentar a

na internet, onde uma obra é um arquivo

probabilidade de se ganhar um prêmio? O

ou um conjunto de arquivos facilmente

que faria um trabalho se destacar no meio

deletável . Concordo quando ele diz que

de tantos outros, teoricamente, com o mes-

existem trabalhos geniais que não são pre-

mo nível de qualidade? Sérgio Mugnaini ex-

miados, mas isso se deve a outros fatores.

plica: No meu ponto de vista, uma peça se

Hoje, para ganhar um festival, não basta

torna premiável devido à combinação de

somente criatividade, é necessário saber

dois pontos: criatividade/execução mais

usar a tática certa para ganhar o jogo .

inovação tecnológica (se necessário). É

Sérgio: Concordo em parte com André

muito comum vermos uma peça com uma

Matarazzo. Quando participamos de júris

idéia espetacular, onde a execução deixou

em festivais, é muito comum vermos peças

a desejar e vice-versa. Outro ponto impor-

extremamente criativas não serem premi-

tantíssimo é a preocupação com os míni-

adas e peças de agência conceituadas se-

mos detalhes, o que tornará a peça extre-

rem ovacionadas por alguns criativos.

mamente premiável no aspecto da execu-


prêmios Prêmio é muito importante no sentido de representar o desafio de inovar a cada trabalho, surpreendendo o cliente e o público-alvo Sérgio Mugnaini

ção. No aspecto criativo, deve haver uma

Alguns concursos e suas premiações

certa preocupação em verificar se já não há

Clio Awards :: www.clioawards.com

uma idéia parecida. Às vezes, a idéia pode

Estatuetas de Ouro, Prata e Bronze. Eventualmente, o Grand Clio, maior prêmio do

ser sensacional, mas alguém pensou na sua

festival. Prêmio iBest :: www.premioibest.com.br

frente . Conclusão: quanto mais integrada a

Troféu, diploma e quantias de R$ 3 mil, a R$ 30 mil (em valor bruto ou títulos de

equipe, maiores as chances de vitória.

previdência).

Avaliar peças criadas para a web tem

Young Creatives Brazil :: www.youngcreatives.com.br Indicação para concorrer ao Young Creatives Competition (3 vagas, em 2004) e ao

suas peculiaridades pela própria natureza

Cannes Lions (14 vagas, em 2004).

do meio em que são veiculadas. Penso

Fetival de Cannes :: www.canneslions.com

que a internet tem identificado uma forma inovadora de se premiar trabalhos. Gosto da oportunidade de haver uma democracia na

internet.

Através

de

sites

como

Leões de Ouro, Prata e Bronze; certificado (para a short list); Grand Prix (melhor trabalho inscrito). Festival de Nova Iorque :: www.newyorkfestivals.com Medalhas de Ouro, Prata e Bronze; certificado. Clube de Criação de São Paulo :: www.ccsp.com.br Ouro, prata e bronze. Inserção no anuário.

newstoday.com é possível adicionar o seu

Prêmio Colunistas do Brasil :: www.colunistas.com

trabalho para ser compartilhado com ou-

Grande Prêmio; medalhas/diplomas de Ouro, Prata e Bronze.

tros através da internet. O simples fato de

Prêmio Apple de Criatividade Digital :: www.apple.com/br/criatividadedigital Ouro - Prêmio: Viagem ao Clio Awards 2004 e 1 software - Adobe GoLive

você receber um e-mail de Helsinki com a

Prata - Prêmio: Treinamento de Adobe PhotoShop no DRC Consulting São Paulo

mensagem de que viram e gostaram do

Bronze - Prêmio: Treinamentos de Adobe Illustrator no DRC Consulting São Paulo.

seu trabalho já é um prêmio , diz Sérgio.

The One Show e The One Show Interactive :: www.oneclub.com/oneshow Lápis de Ouro, Prata e Bronze; inserção no anuário da entidade.

Porém, segundo ele próprio, nem tudo é

Festival Mundial de Publicidade de Gramado :: www.festivalgramado.com.br

ganho no mundo das premiações. Existem

Grand Prix; Galos de Ouro, Prata e Bronze; Prêmio Especial; Prêmio Voto Popular;

prêmios que visam tão e somente a pro-

Diploma de Qualidade Criativa (para a short list); certificado. El Sol Festival Publicitário Ibero-americano :: www.elsolfestival.com

moção de seus criativos, agências e produ-

Grand Prix; Sol de Ouro, Sol de Prata e Sol de Bronze.

toras, mas não vejo um horizonte para que

LIAA London International Advertising Awards :: www.liaawards.com

isso mude. Seria preciso renovar concei-

Estatuetas; certificados; inserção na publicação oficial da LIAA e na fita de vídeo (para comerciais).

tos, e como diz o ditado, em time que está

Festival Internacional de Publicidade do Rio de Janeiro :: www.abp.com.br/festival

ganhando não se mexe . Será que estamos

Lâmpadas de Ouro, Prata e Bronze.

mesmo ganhando com isso? , questiona. Mas

qual

seria

a

função

das

premiações? A diretora executiva do iBest

The Art Directors Club :: www.adcglobal.org Participação na exposição do prêmio e no site adforum.com Plug In Website Award :: www.plugin.com.br/concurso Computador Pentium 4; um ano de hospedagem de site gratuita.

51


prêmios

responde: Os prêmios visam ser um serviço para os consumidores finais, que somos todos nós. O objetivo final é servir como uma referência do que existe de melhor . Muitos encaram prêmios como protagonistas de uma carreira bem sucedida, e não, como coadjuvantes da consolidação profissional. Em relação a isso, Mugnaini faz um alerta: As pessoas devem repensar a importância dos prêmios. Acho que o processo está sendo visto de maneira equivocada, e a nova geração tem priorizado muito a idéia de ganhar prêmios. Prêmio é muito importante no sentido de representar o desafio de inovar a cada trabalho, surpreendendo o cliente e o público-alvo. Antes do prêmio, deve-se checar se o cliente está satisfeito, se os seus problemas foram solucionados e se foi gerado lucro para a agência através daquele job , conclui. Divergências sempre existirão, porém, os perfis dos concorrentes e suas peças soSites Premiados da Agência Click

frem constantes mutações com o decorrer

:: TPM :: para MSN Brasil

do tempo. Num balanço dos últimos cinco

http://awards.agenciaclick.com.br/pms/pt

anos, Daniela Rangel traçou uma breve tra-

:: Tampinhas :: para Coca-Cola http://awards.agenciaclick.com.br/taps/pt

jetória

da

evolução

do

tema:

:: Blind :: para Banco de Olhos de São Paulo

profissionalismo é bem maior; a qualidade

http://awards.agenciaclick.com.br/blind/pt

dos sites também. Há cinco anos, nem todas

:: Reveal :: para C&A http://awards.agenciaclick.com.br/reveal/pt

as grandes empresas tinham representação

:: Rudi :: para Banco Itaú

forte na web e a disputa girava em torno dos

http://awards.agenciaclick.com.br/rudi/pt

mais ágeis, os pioneiros. Hoje, todas as in-

:: Movie Card :: para Brasil Telecom http://awards.agenciaclick.com.br/moviecard/pt :: Doblò Adventure :: para Fiat www.fiatadventure.com.br :: Portal O Boticário :: para O Boticário www.boticario.com.br

dústrias estão presentes na internet, logo, a competição é maior . Comecem a tirar, ou a reformular, suas próprias conclusões. E, como não poderíamos esquecer: boa sorte!

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O


53


tutorial

Vídeo digital Vivendo e aprendendo! Dicas importantíssimas para trabalhar com o Premiere

54

Nesta coluna, falaremos sobre vídeo

É claro que com uma configuração

digital e vamos englobar os seguintes

menor, você consegue trabalhar, mas é

softwares: Premiere, Encore DVD, After

preciso

Effect e Studio 8.

renderizar os vídeos.

muita

paciência

na

hora

de

Começaremos pelo Adobe Premiere.

A configuração que citei é a que uso

Na realidade, daremos dicas do dia-a-dia.

em meu micro, com a qual trabalho muito

Para quem não conhece, o software

bem. Para quem quer trabalhar com con-

Adobe Premiere é um aplicativo para edi-

versão de fita VHS para DVD, a configura-

ção de vídeo não-linear. As avançadas

ção está excelente.

ferramentas de edição de áudio e vídeo

Porém, há um problema, e recebo inú-

em tempo real proporcionam o controle

meros emails de usuários perguntando por-

preciso de praticamente todos os aspec-

que não se consegue capturar vídeos atra-

tos da produção. A configuração neces-

vés do Premiere com a placa DC10 Plus.

sária para trabalhar com vídeo é de, pelo

Bem, no início, eu tive este problema

menos, um Pentium 1.4, 512mb e um HD

também e, através de alguns contatos,

de 80 gigas. Mas, para que você possa

descobri que realmente existe incompatibi-

trabalhar tranqüilamente com edição, eu

lidade de placa com o Premiere. Você não

recomendaria um Pentium 4, 2.8 1.0 giga

consegue capturar vídeos no Premiere com

de memória, dois HDs, sendo um de 40

a placa DC 10 Plus. Na realidade, eu diria

gigas, somente para softwares, e outro,

que é uma briga entre a Adobe e a

de pelo menos 80 gigas, só para armaze-

Pinnacle. Quando você compra a placa DC

nar os vídeos.Seria interessante também

10 Plus, da Pinnacle, ela vem acompanha-

um gravador de DVD e uma placa de cap-

da do software Studio 8 (que, por sinal, é

tura DC10 plus, para começar.

muito bom), fora o livro, em português,


interface do Adobe Premiere

com explicações minuciosas de como utilizar o software e várias dicas. Também tive uns problemas na hora de capturar com o Studio 8. Aparecia a seguinte mensagem: Seu sistema de som ou vídeo não foi certificado para uso com Microsoft Direct X. Isso pode afetar o funcionamento do Pinnacle Studio . A placa-mãe é incompatível para rodar o Studio 8 e fazer capturas. Após várias tentativas de solucionar o problema sozinho, resolvi entrar em contato com o suporte da Pinnacle (onde fui muito bem atendido) e reportei meu problema. Eles disseram que a minha placa mãe A7V8X-X tinha incompatibilidade com o a placa DC 10 plus e me explicaram que o ideal seria trocá-la pela A7V8X. Espero ter ajudado, e até a próxima, onde falaremos mais sobre vídeo digital! Alex Falcão

Alex Falcão, formado em processamento de dados, é instrutor da Data Byte Sto Amaro e colunista da revista SILK & SIGN.

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estratégia online

Marcello Póvoa Criou a MPP Solutions, empresa de consultoria estratégica, criação e desenvolvimento em mídia interativa. Foi Diretor da Globo.com e da IconMediaLab (Nova Iorque) com inúmeros projetos premiados internacionalmente. Possui Masters of Science in Communications Design pelo Pratt Institute (NY) e MBA em Administração pela Coppead, UFRJ. É autor do livro Anatomia da Internet (Casa da Palavra). mpovoa@mppsolutions.com

Conexões banda larga que vão transformar o mercado Conecte-se sem fio, em qualquer lugar, a qualquer hora e em alta velocidade A primeira onda: mobilidade Computadores tem se tornado cada vez menores e mais poderosos ao ponto de caberem em um bolso de camisa. De um grande PC em cima da mesa chegamos a PDA s (palm, pocket PC), tablet PCs, laptops compactos e outros aparatos que nos permitiram descentralizar a experiência de uso do computador. Ou seja, ao invés de irmos até o computador, os computadores vêm até onde nós estivermos: na rua, no aeroporto, no carro, na geladeira ou no meio do deserto do Saara. O fenômeno da mobilidade nos computadores permite cada vez mais que tenhamos sempre à mão nossos dados, como uma agenda pessoal, contatos ou uma planilha financeira, por exemplo. Há não muitos anos, isto somente seria possível se carregássemos nas costas um PC suficientemente grande e pesado para gerar uma contusão lombar, mesmo percorrendo distância curta. Hoje, carregamos computadores quase que como parte integrante de nosso vestuário. Apesar de, definitivamente, o fenômeno da mobilidade caracterizar uma evolução, este também gera uma demanda óbvia e notória para qualquer usuário que depende de um palm, pocket PC, laptop ou similar: conectividade. O ponto é que quando falamos de dados , estamos nos referindo a um conceito dinâmico. Ou seja, minhas necessidades de pesquisa, atualização e comunicação com outros usuários variam constantemente e são parte inerente da experiência de uso em um computador. Hoje, a maioria dos velhos e bons PCs desktop possuem uma conexão com uma rede, apesar de ainda dependerem de fios, na maioria dos casos. Já os novos e pequenos aparatos, apesar de portáteis, ainda passam a maior parte do tempo claustrofobicamente em nossos bolsos, sem nenhuma conexão. Conectividade Naturalmente, estão surgindo modelos de PDAs e laptops, que permitem uma conexão sem fio. A questão é que, precisamos de sinais de uma rede wireless (e com uma banda decente) em todos os cantos do planeta para que possamos conectar nossos aparatos anywhere, anytime . Além da mobilidade, precisamos da conectividade. A soma destes dois fatores resultará em ferramentas que podem catapultar a produtividade de

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profissionais, que, agora, podem se comunicar com sua

acontecer em 2005 ou 2006. A Nextel também está condu-

equipe ou com o servidor da empresa de qualquer lugar.

zindo testes com o Mobile-Fi.

A premissa para que esta visão da mobilidade atrela-

Uma outra tecnologia nova que desponta é a

da à conectividade se materialize é a existência de acesso

UltraWideband, que permite a transmissão de arquivos

a redes em qualquer lugar. Surgem, assim, uma série de

enormes sobre distâncias curtas, mesmo através de pare-

formas de conexão sem fio que permitem, ou permitirão,

des. Existe no momento uma disputa pela definição deste

conexões em banda larga nas mais variadas situações. A

protocolo entre Texas Instrument e Intel de um lado, e

maioria destas conexões wireless usam freqüências do es-

Motorola do outro.

pectro de rádio, muitas vezes, não licenciadas, evitando ta-

A próxima onda será a conectividade aliada a mobili-

xas de uso e facilitando a experimentação. Estas conexões

dade, permitindo com que a produtividade pessoal de pro-

estão sendo desenvolvidas e apoiadas tanto por empresas

fissionais de todas as áreas aumente significativamente.

novas (startups) como também por gigantes tradicionais

Tal possibilidade vai atrair o interesse gerencial de virtual-

da indústria de tecnologia e telecomunicação.

mente qualquer tipo de empresa e, certamente, também

As novas tecnologias

do mercado consumidor. É esta aposta que muitos gigan-

Talvez, o exemplo mais conhecido seja o Wi-Fi, uma

tes da indústria de tecnologia e telecomunicação estão fa-

tecnologia que permite que PCs, laptops, impressoras e

zendo. A existência de novas e poderosas redes cria, cada

outros aparatos se conectem entre si em alta velocidade

vez mais, canais eficientes de distribuição e coleta de infor-

sobre distâncias curtas e se liguem à internet. A Intel está

mação, o que abrange questões importantes também na

usando sua força de desenvolvimento e marketing para

indústria de conteúdo. A aldeia global do professor

que a tecnologia Wi-Fi se popularize. Introduzindo chips

Mcluhan vem, finalmente,

desenhados para Wi-Fi em laptops e outros aparatos mó-

por aí...

veis, a Intel facilita a propagação do uso da tecnologia ao mesmo tempo, naturalmente, se posicionando na demanda por conectividade que só tende a aumentar. Com o sucesso do Wi-Fi, a Intel começou a apoiar uma outra nova tecnologia denominada Wi-Max. Esta conexão wireless de alta velocidade permite um alcance de até cerca de 48km. Uma outra solução é a Mobile-Fi, uma tecnologia que permite banda larga sem fio nos veículos em movimento. A NTT DoCoMo e alguns startups trabalham, atualmente, na definição de um protocolo, o que deve

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estratégia online

Além da mobilidade, precisamos da conectividade. A soma destes dois fatores resultará em ferramentas que podem catapultar a produtividade


webwriting

Marcela Catunda Trabalhou nas redes Bandeirantes, TV Gazeta, Manchete e Globo. Foi redatora da DM9DDB e supervisora de criação de mídia interativa da Publicis Salles Norton. marcelacatunda@terra.com.br

Acaba aqui Acaba aqui. disse Juan Aurélio pegando sua mala, batendo a porta e partindo. Dolores Regina, jogada ao chão e mergulhada em um mar de lágrimas, balbuciava palavras de amor. Cruel homem, pobre mulher. É... essa chamada serviria fácil para um novelão mexicano, mas o que vou contar agora aconteceu na vida virtual. Acaba aqui. disse o cliente. Como assim, acaba aqui? pergunto perplexa. Acabando... emenda o atendimento impaciente. Todos olham para a porta. Só me resta passar por ela. Tinha chegado a hora de falar das outras mídias e, pra variar, aquela era a minha deixa de saída. A gente vê isso depois, pô. Mas depois, quando? Depois que o site estiver morto? Não vamos mexer no conteúdo agora. Vamos tacar o site no ar e ver o resultado. Daíííí (odeio quando a pessoa dá ênfase no í), a gente pensa nessa coisa de manutenção de conteúdo. O povo ainda nem leu o que tá no site. Vamos deixar rolar. explica o cliente. Lembro da música Rolam as Pedras sucesso dos anos 80 e imagino todas elas rolando em minha direção. O site ficou show! Vamos ver o que o pessoal vai achar. Daí, dependendo do que acontecer, a gente coloca umas coisas novas e tira as que não forem legais. É... não deixa de ser um raciocínio. Eu não concordava, mas em algumas situações (como essa), um luminoso em néon surge nos meus pensamentos, reproduzindo a famosa frase: O cliente tem sempre razão . Será? Volto para a sala abatida, desencantada da vida... . O cliente não havia aprovado a manutenção do conteúdo do site. De nada adiantava tentar convencer aquela inconvencível criatura de que a qualidade do trabalho poderia ser comprometida se ele não alimentasse o site. Será? Alguns minutos se passaram... e eu, sentada em minha mesa. Me deu a louca e voltei para a reunião disposta a mudar a idéia do cliente, levando comigo um print da estrutura de navegação (pura desculpa). Mil perdões. Esqueci de entregar o print! e puxei uma cadeira.

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webwriting

a qualidade do trabalho poderia ser comprometida se ele não alimentasse o site

Comecei, então, o meu discurso de defesa da manutenção do conteúdo do site com unhas e dentes. Eu tinha que convencê-lo de que a manutenção era vital para o trabalho, sem parecer que eu estava esmolando fee . Definitivamente, não era na grana que eu estava pensando. Você precisa atualizar mensalmente seus artigos, notícias e manter ativa sua área de relacionamento. Se você não fizer isso, o site vai ficar um tédio. Expliquei a estrutura do conteúdo e passei com ele item por item. O planejamento, que ele nem havia aberto, entrou, então em cena (ainda bem). Falamos sobre o risco de entupir o site de matérias, avaliamos as freqüências de manutenção de cada área e a importância de criar chamadas para as atualizações: tem matéria nova em tal lugar , leia a última matéria de Fulano , Saiba porque Sicrano é nosso maior parceiro ... Falamos, falamos, falamos... e nada acabou ali. Algum tempo depois... Juan Aurélio volta para os braços de Dolores Regina. O cliente aprova meu planejamento. Final feliz.

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marketing

René de Paula Jr. Especialista em e-business, profissional de internet desde 1996, passou pelas maiores agências e empresas do país: Wunderman, AlmapBBDO, Agência Click, Banco Real ABN AMRO. É criador da usina.com , portal focado no mundo online, e do radinho de pilha (www.radinhodepilha.com), comunidade de profissionais da área. rene@usina.com

Olha que coisa mais linda... No aeroporto, em Amsterdam; no elevador, em Nova York; num táxi decrépito; em botequins vazios... Encontrar com ela é sempre mágico, inexplicável. E lá fica você de coração mole, cantarolando junto: a beleza que não é só minha... . Esta canção é cidadã do mundo. A moça do corpo dourado do sol de Ipanema arranca suspiros até de quem não tem idéia do que seja Ipanema, Vinícius, Tom, e seu mundo se enche de graça e fica mais lindo, mesmo em línguas estranhas e arranjos idem. Graça é uma palavra interessante. Há coisas que você não quer nem de graça, outras, lhe deixam sem graça e, sim, ela é uma graça por graça dos céus. Sempre coisa boa, graça, mas a Graça, mesmo, é cruel: ou se tem ou não se tem. Beleza, bisturi ajeita. Conteúdo, escola dá. Mas graça, mesmo, é uma Graça, uma bênção, algo que separa a bonitinha, tadinha da criatura graciosa e encantadora que virou canção e lenda. A gente fala tanto em beleza, aspecto, e nem pára para pensar que se tem algo que enchemos a boca para dizer é gostoso : Gostosa! . E vá você definir gostoso : é algo como a graça. Nem é questão de perfeição, é uma dádiva. Quer ver algo gostoso? Google. É uma delícia. Instant messenger é gostoso também. Um site como o Orkut é super gostoso. Estão aí milhões de usuários para assinar embaixo. Como você explica algo gostoso? Ou, pior ainda: como você faz o digimundo mais gostoso? Vou ser sincero: ainda não descobri. Eu persigo essa quimera faz anos, e o mais perto que cheguei foram vislumbres de como fazer coisas não-gostosas . Procuremos, então, o caminho da Graça no beco dos erros e desvios. Contemple o abismo: de um lado, você tem o usuário, que vai, ou não, achar gostoso o, digamos, website. Do outro lado, você tem uma turma de designers, desenvolvedores, marketeiros, gerentes de todo o tipo, alguns deles, clueless , outros, com mais certeza do que deveriam. Acredite em mim: são esses hiper-convictos que fazem o abismo crescer. O problema de quem acha que enxerga claramente a solução é que nem sempre what HE sees is what YOU get. Da inspiração genial até chegar a algo concreto é uma corrida de obstáculos, onde a tal da idéia pode tropeçar tanto que vai chegar aos cacos lá na ponta. Se chegar. Por que é tão acidentado o caminho da Idéia? Eu arrisco dois palpites: idéia que nasce tão distante da realidade, lá nos píncaros da imaginação iluminada, talvez só funcione bem no ar rarefeito do Olimpo. Aqui, no mundo dos mortais ela vai ser tão desengonçada quanto o albatroz do Baudelaire. Segundo palpite, e o real motivo deste artigo todo: idéias têm pernas curtas. Você tem que levá-la pela mão, carregá-la no colo, ensiná-la a olhar onde pisa, a usar passarelas. Se você deixar uma idéia ir solta, ela se perde.

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Se você não cuida do destino da sua idéia, surge o inferno de qualquer projeto interativo: a expectativa de que os outros... adivinhem.

mico. No final das contas, o resultado é beeeem diferente da idéia, com qualidades de menos e defeitos demais. Se a gente pusesse na balança esse jeito gostoso de

O fornecedor tem que adivinhar o que o cliente quer, o

trabalhar versus a ressaca inevitável, o stress, o desperdício

designer tem que adivinhar como funciona o cliente do clien-

gerado, o resultado mambembe... Mas não fazemos isso nun-

te, o desenvolvedor tem que adivinhar o que aquele

ca, porque achamos que tudo sai de graça, que faz parte, e

photoshop, realmente, lindo, tem que fazer (e quem for con-

que, no final, risadas gostosas resolvem tudo.

sertar)... Pobre diabo. Pior ainda: vai ter que fazer engenha-

Resultado: estamos sempre reinventando a roda,

ria reversa ao cubo. Pior que o mapa do inferno, é um inferno

estamos sempre começando do zero, não deixamos nunca

sem mapas. Voilà .

um legado, uma herança, algo que nossos sucessores pos-

Resultado: um site que que ninguém consegue adivinhar como funciona, se é que funciona. Você já passou por isso, e sabe que não tem graça.

sam tomar como base e avançar. Eles têm que se virar. Nosso usuário acha gostoso ter uma experiência tranqüila, fluida, encantadora, assim como o rebolar despreocu-

As garotas, em Ipanema, talvez sejam graciosas por se-

pado da garota de Ipanema. Pro-

rem brasileiras, mas a nossa ginga nacional não ajuda muito

jetos mal gerados e mal

quando o assunto é projeto: adoramos ter idéias, mas não

geridos podem até se sa-

achamos graça na lição de casa; temos birra do trabalho me-

cudir, mas, como diria

tódico, da documentação, de especificações, de tudo o que

minha avó: Por fora,

garanta que a idéia não perca o rebolado na areia movediça

bela viola, por dentro,

que é qualquer desenvolvimento.

pão bolorento .

Isso é chato. Isso não tem graça. Processo é para quem não sabe improvisar, para quem não tem jogode-cintura. Não tem por que estressar, no final, tudo dá certo. A cada vez que ouço no final, dá certo , minha resposta sempre é: defina final . Você se livrar de uma etapa não é final nenhum, é, na verdade, o começo da etapa seguinte. E coitado do infeliz para quem você passou uma bola quadrada: vai ter que adivinhar, tapar buracos, prender com fita crepe e dar forward do

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marketing

Se você não cuida do destino da sua idéia, surge o inferno de qualquer projeto interativo: a expectativa de que os outros... adivinhem


interface

Claudio Toyama

Experience Consultant, atua há mais de 12 anos em pesquisa e consultoria nas áreas de internet e mídias interativas. Atualmente, é diretor de pesquisas qualitativas e quantitativas da Survey.com Europe. É co-representante do grupo AIGA Experience Design, no Brasil, e membro do conselho diretor do grupo de Experience Design de Londres. webdesign@claudiotoyama.com

Usabilidade e Acessibilidade essenciais para interfaces de sucesso

Dois pontos que, muitas vezes, esquecemos de abordar quando projetamos interfaces são: a multiplicidade de situações nas quais estas interfaces serão utilizadas e os tipos de pessoas que as utilizarão. Quando estava trabalhando como consultor para a Agência Espacial Européia (ESA), um dos projetos para os quais mandamos uma proposta, foi justamente para melhorarmos o design do cockpit de um dos foguetes tripulados da Agência, embasando o projeto inteiro na usabilidade do mesmo. Para isso, tivemos que começar a pensar em fatores como falta de gravidade (não poderíamos ter botões facilmente acionáveis com um simples toque, nem que estivessem muito salientes), interfaces que pudessem ser usadas mesmo quando os astronautas estivessem usando toda a vestimenta apropriada (botões não muito pequenos), monitores que pudessem ser vistos de vários ângulos, entre outros desafios. Você pode estar pensando: Mas, Claudio, você está viajando... eu lido com a web!! Não preciso pensar em gravidade zero ou vestimentas especiais quando projeto um website! . Eu sei que você não precisa pensar em gravidade zero (pelo menos, não por enquanto ;-), mas terá que se colocar no lugar da variada gama de potenciais usuários e imaginar a diversidade de situações nas quais eles usarão a sua interface. Alguns exemplos de considerações com o usuário são: projetar websites com letras maiores para usuários que não enxerguem bem; interfaces que possam ser lidas por softwares especializados no caso de usuários cegos; botões grandes o suficiente para que possam ser clicados por pessoas cuja capacidade motora não seja mais tão apurada etc.. Exemplos de situações nas quais o site será usado, seriam: uma pessoa acessando a versão WML do site utilizando o telefone celular, na rua, e debaixo de chuva, procurando um restaurante na vizinhança; um telespectador acessando a versão do site através do set-top box ou da televisão interativa. Acabamos de entrar nos campos da usabilidade e da acessibilidade, que, justamente, levam em consideração a diversidade de usuários e os diferentes cenários aonde estarão utilizando a interface. Usabilidade é definida pela Usability Professionals Association (UPA) como um procedimento para criar produtos (software, hardware etc.), que são fáceis de usar e se adequam às pessoas que os usarão, enquanto, Acessibilidade, segundo o glossário da Murdoch University (Austrália), refere-se a assegurar que o conteúdo seja acessível, que

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interface

Usabilidade é um procedimento para criar produtos que são fáceis de usar, enquanto acessibilidade refere-se a assegurar que o conteúdo possa ser lido por todos

possa ser navegado e lido por todos, independentemente

irão mensurar a eficácia da interface através de cenários de

de localização, experiência e/ou tipo de tecnologia utiliza-

uso e avaliação heurística (guia formulado através de inúme-

da. Acessibilidade, geralmente, é discutida no contexto de

ras interações, constituindo o que chamamos de via de re-

pessoas com deficiência, pois é este o grupo que mais so-

gra ).

fre quando os princípios básicos de webdesign não são

O grau de sofisticação atingido atualmente é tal, que já se usa uma técnica chamada eye-tracking, com emissão

implementados em sua plenitude . Estes dois campos de conhecimento vêm ganhando

de raios infravermelhos nos olhos do usuário durante a

muito espaço na área de mídias interativas, principalmen-

seção de navegação acompanhada, para se determinar

te, com a introdução de novas plataformas e sua conse-

quais são as áreas fortes e fracas de um protótipo de um

qüente diversificação de pontos de acesso.

novo website. O eye-tracking , que foi primariamente de-

As técnicas atualmente reconhecidas pela Usability

senvolvido para o Departamento de Defesa Norte-America-

de

no como um mecanismo de mensuração das atividades

usabilidade, costumam se dividir em duas categorias bem

cognitivas do cérebro durante missões críticas, mostra

distintas:

para onde os usuários olharam na tela, o que eles realmen-

Professionals

Association

(UPA),

para

testes

1. Participação direta do usuário final um grupo representativo do usuário final é chamado para participar de testes

te pararam para ler / prestaram atenção e o que eles simplesmente não viram naquela página.

de usabilidade e, em geral, a eles são dadas tarefas a serem

As possibilidades são imensas. Imaginem utilizar o

cumpridas. Estas tarefas são, então, usadas como referência

eye-tracking em sites projetados especialmente para a

para a análise do website em questão.

televisão interativa, nos quais poderemos mensurar a

2. Revisão por experts experts em usabilidade são chamados

para

testar interface. Estes

a

eficácia do merchandising contido na programação. E isso é só o começo... Neste artigo, dei uma pincelada em assuntos que, apesar de complementares, merecem atenção especial e menções individuais, o que faremos em artigos futuros. A presto!

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webdesign

Luli Radfahrer

P h D e m Co m u n ic a çã o Dig ita l, já d ir ig iu a d iv is ã o d e in te r n e t d e a lg u m a s d a s m a i o r e s a g ê n c i a s d e p r o p a g a n d a e d e a l g u n s d o s m a i o r e s p o r t a i s d o Br a s i l . Ho je , é P r o fe s s o r - Do u t o r d a E CA - US P , Di r e t o r A s s o c i a d o d o Mu s e u d e A r t e Co n t e m p o r ân e a e c o n s u l t o r in d e p e n d e n t e . A u t o r d o l i v r o d e s i g n / w e b / d e s i g n :2 , a d m i n i s t r a u m a c o m u n i d a d e d e d i fu s ã o d o c o n h e c i m e n t o d i g i t a l p e l o p a í s . webdesign@luli.com.br

Engenho & Arte Você é inteligente, talentoso, criativo ou engenhoso? Existe diferença? Cuidado quando você fala que alguém é inteligente: isso, normalmente, significa que você não o é. Quando respeitamos o intelecto alheio sem desmerecermos o nosso, dizemos simplesmente que o sujeito é bom . No máximo, muito bom . Afinal de contas, inteligentes todos somos, pois inteligência nada mais é do que compreensão: capacidade de entender o ambiente em torno e traçar seu caminho nele. Nesse raciocínio, o intelectual nada mais é do que alguém que compreende muitos ambientes e se espalha com razoável desenvoltura neles. E a famigerada CIA ( Central Intelligence Agency ) não é tão esperta assim. O mesmo pode se dizer do gênio ou do criativo : o excesso de competição que nós, ocidentais, hoje, enfrentamos, faz com que sejamos, mesmo por simples autodefesa, egocêntricos. E com uma auto-estima à prova de bala, mesmo que não acreditemos nela. Como temos que nos proteger das mazelas desse mundo, mas não esperamos nos dar ao trabalho de dirigir, ou encenar, ou escrever, ou desenhar, algo realmente grandioso, e nem temos tempo para isso, nos fazemos acreditar que existe algo chamado talento , um dom divino e raríssimo, bem de pessoas iluminadas. Assim, nossa vaidade e insegurança favorecem o culto à personalidade, pois só quando é pensado como algo mágico, diferente, distante e especial (inacessível, portanto), o gênio não incomoda. Não é preciso pensar muito para se questionar essa tal habilidade, tanto, que, a maioria das teorias modernas de epistemologia prova que ela tem muito mais a ver com o ambiente em que se é educado do que com qualquer dom especial ou hereditariedade: filhos de musicistas ouvem e praticam música em casa desde criança e a associam a muito treino e paciência, por isso, se tornam melhores candidatos a músicos. Escritores, jornalistas e advogados, certamente, leram muito desde a infância, por isso, seu texto é mais fluido. Pela mesma óptica, designers que não conhecem história da arte, ou que se alimentam de material reciclado em sites e anuários, serão, com certeza, muito mais limitados do que seus colegas estudados. Como dizia a sua mãe, Filho de peixe... . Logo, aquilo que, muitas vezes, chamamos de o momento mágico da criação , nada mais é do que um processo de aprendizado, teste e reciclagem contínuos, que combina experiências novas com conhecimento acumulado. Ou seja, quanto mais informação existir, vinda das mais variadas fontes, maiores as probabilidades de se conseguir uma combinação original, ou criativa . Em outras palavras, criação é fruto da inteligência, ou melhor: só a inteligência leva à criação contínua e sustentada.

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webdesign

É fácil dar receitas de design e de como se tornar um bom designer, mas a sua realização implica em dedicação, estudo e pesquisa

Isso leva a outra palavrinha, pouco usada e tão impor-

largam academias ou cursos de instrumentos musicais,

tante quanto as outras deste artigo: engenho , ou a capa-

desistem de escolas de línguas e acreditam em regimes de

cidade de reciclar e reaproveitar os conteúdos existentes

emagrecimento em 10 minutos. Impressionáveis, não per-

para se criar algo novo. É o que os antigos alquimistas

cebem que a busca por um resultado sem atenção no deta-

muito antes do Paulo Coelho procuravam. De certa for-

lhe só gera frustração e angústia. Existe, é claro, a sorte de

ma, é o que cozinheiros fazem. Militares em treinamento

principiante, mas há muitos espertinhos que acertam no

de sobrevivência na selva, também. Por incrível que pare-

primeiro lance e se julgam geniais. Falta a dedicação, o que

ça, engenheiros, também. Ou, pelo menos, deveriam. En-

gera ainda mais insatisfação.

genho é inteligência colocada em prática, criação com ele-

É fácil dar receitas de design, e de como se tornar um

mentos reais, talento aplicado. Não há uma reserva de

bom designer, mas a sua realização implica em dedicação,

mercado para tais habilidades: todas as pessoas que apre-

estudo, pesquisa e outras qualidades que ignoramos quando

sentem um mínimo de compreensão de seu ambiente são

dizemos que não temos talento o bastante (diríamos, por

capazes de manifestar esse tipo de idéia. E só acredita no

acaso, que não temos inteligência o bastante?). Acreditar que

contrário, aquele sujeito inseguro que não se sente confi-

um artista ou ator seja genial e não dar valor a um professor

ante com o que produz.

ou físico não passa de uma infantilidade da razão.

Por mais talentoso que se seja, isso de nada vale sem

P.S.: Parabéns aos organizadores do 9º Encontro de

estudo ou prática, seja de que forma for. Fica muito mais fácil

Web Design, no Rio: como sempre, a organização impecá-

compreender o que um dito gênio tem de especial, quando

vel e a audiência de alto nível fazem com que qualquer

acompanhamos de perto a dedicação ferrenha de pessoas

palestrante se sinta lisonjeado.

focadas em uma só forma de arte, pesquisa ou atividade. Veja um bom cientista ou skatista, por exemplo: eles passam o dia inteiro procurando estímulos e correndo atrás de novidades. Cada nova descoberta é comemorada e combinada com as anteriores e, dessa forma, agem como crianças que fazem perfumes misturando todos os ingredientes do banheiro, ou mesmo, como ilustradores que não param de desenhar, ou designers que vêem design em cartazes rasgados, em restos de xerox, em jornal velho. O tempora, o mores : infelizmente, a maioria, hoje, não se preocupa com as partes, mas com o todo, e o quer pronto sem muita disposição ou esforço. Essa cultura fast-food se revela em pessoas que entram em lipoaspirações e plásticas recorrentes,

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