História de mato grosso

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HISTÓRIA DE MATO GROSSO NO PERÍODO IMPERIAL 2009 „O principal chefe desse movimento nativista em Mato Grosso foi o médico cirurgião e botânico Antônio Luís Patrício da Silva Manso, na época cognominado „O Tigre de Cuiabá‟. Antônio Pedro de Alencastro assumiu o governo da Província a 29 de setembro de 1834 e promoveu processo contra os criminosos da sedição mato-grossense”.

Em 04 de novembro de 1834, os jornais de Cuiabá informavam que: “Atendendo à representação do Promotor Público Joaquim Fernandes Coelho, o Juízo de Paz do 1º Distrito iniciou ontem o Auto-sumário Crime para apurar as circunstâncias da rebelião armada que, na madrugada do dia 31 de maio, tomou de assalto prédios públicos, arrombou e saqueou casas comerciais e matou pelo menos 40 estrangeiros em Cuiabá. Antes mesmo da sentença, já estão presos no calabouço do Quartel da Guarda Municipal os cinco acusados pela Promotoria de liderar o movimento. São eles: o fazendeiro José Alves Ribeiro, o capitão da Guarda Nacional José Jacinto de Carvalho, o bacharel Pascoal Domingues de Miranda, o professor de filosofia Braz Pereira Mendes e o vereador Bento Franco de Camargo. As prisões teriam sido feitas „à ordem da regência e pelo povo em massa‟, conforme justificou o novo Presidente da Província, Antônio Pedro de Alencastro. Os cinco „cabeças do movimento‟, como diz a denúncia da Promotoria Pública, serão encaminhados para o Rio de Janeiro e julgados pelo Superior Tribunal de Justiça”.

Sobre esse julgamento, a professora Elizabeth Madureira Siqueira esclarece que o Autosumário Crime puniu apenas soldados e populares que participaram dos arrombamentos e saques. Dos cinco líderes presos e enviados ao Rio de Janeiro, José Alves Ribeiro e José Jacinto de Carvalho, retornaram inocentados a Mato Grosso. Os outros três foram soltos, sendo que Pascoal Domingues de Miranda ficou na cidade carioca. 6. MATO GROSSO NO SEGUNDO REINADO O segundo reinado é um período na história do Brasil que compreende 58 anos, se computado o período regencial (1831 - 1840). O período iniciou em 23 de julho de 1840, com a declaração de maioridade de D. Pedro II, e teve o seu término em 15 de novembro de 1889, quando o império foi derrubado pela Proclamação da República. Caso se considere apenas o governo pessoal de D. Pedro II (1840 - 1889), compreende 49 anos de duração. O segundo reinado foi uma época de grande progresso cultural e industrial, com o crescimento e a consolidação da nação brasileira como um país independente, e como importante membro entre as nações americanas. Denota-se nesta época a solidificação do exército e da marinha, culminando na Guerra do Paraguai em 1870, e mudanças profundas na situação social, como a gradativa libertação dos escravos negros e o incentivo de imigração para a força de trabalho brasileira. O primeiro presidente da Província de Mato Grosso, nomeado por Dom Pedro II, foi o cuiabano cônego José da Silva Magalhães, que assumiu a 28 de outubro de 1840. Em 1844, chega a Cuiabá o médico Dr. Sabino da Rocha Vieira para cumprir pena no Forte Príncipe da Beira. Fora o chefe da famosa Sabinada, pretendendo implantar uma República no Brasil. Neste mesmo ano de 1844, o francês Francis Castelnau visitou Mato Grosso em viagem de estudos. Tornou-se célebre pelos legados naturalistas. O cel. João José da Costa Pimentel foi nomeado para a presidência da Província a 11 de junho de 1849. Augusto Leverger, nomeado a 07 de outubro de 1850, assumiu o governo Provincial a 11 de fevereiro de 1851. Exerceu a presidência cinco vezes. Além de providências notáveis no tempo da Guerra do Paraguai, notabilizou-se pela função de historiador de Mato Grossense. 8

João Antonio Pereira


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